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RagnaTale: Morroc Saga


Rakesh

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Morroc

Saga

Texto:

Rafael de Agostini

Arte: Daniel UiresÍNDICE

Primeiro capítulo ~ A carta

Segundo capítulo ~ Sentimentos

Terceiro capítulo ~ Contra-Ataque

Quarto capítulo ~ Acredito em você

Quinto capítulo ~ Mãos dadas (Final)

 

 

Morroc_saga_capa_1-by_NIORI.jpg

 

 

 

Prólogo

 

Em

algum lugar de Rune Midgard, há séculos atrás,

uma luta titânica e impiedosa acontecia. Não se sabia

como havia começado, mas duas figuras se enfrentavam, há

dez dias e dez noites, sem pausa, sem interrupção. Uma

tentava destruir tudo e todos, e a outra tentava impedi-la.

 

O

mundo era uma criança. As poderosas nações

dos dias atuais, cujos nomes seriam proferidos com orgulho por seus

habitantes, mal engatinhavam. Algumas delas sequer existiam, tendo em

seus lugares originais apenas descampados e rochas. Não

existiam muitos heróis. Mas o maior de todos eles - e talvez, de fato, o

maior que já existiu - estava ali. Sua armadura, pesada e

brilhante, refletia seu poder, que emanava de uma aura pura e

límpida, azul, cheia de vida. O curto cabelo azulado

contrastava com os olhos escuros, fixos no oponente. Mexia-se com

velocidade, e seus músculos explodiam com pura energia.

 

Seu

nome era Thanatos.

 

O oponente era uma das criaturas mais

temidas do mundo. O corpo, coberto por uma escama tão rija

quanto à de um dragão, marrom escurecida, era

sustentado por braços colossais. Um punhado de olhos de

serpente enfeitavam a grotesca visão, piscando em seus ombros

e músculos. O rosto da criatura, cheio de chifres, tinha uma

bocarra nojenta, com dentes amarelados e um hálito podre que

faria plantas murcharem no mesmo instante. Do alto de sua cabeça

descia uma capa de couro ainda mais duro, colada em seu corpo, que

cobria sua espinha, com pontas afiadíssimas, que envolviam

suas coxas e sua longa cauda.

 

Este era Morroc.

 

A

violência dos golpes fazia o ar ficar pesado. Não havia

mais nada vivo perto deles. Os dois se batiam de maneira franca,

direta, sem fintas, sem esquivas. Rune Midgard, futuro lar de tantas

lendas e histórias, tinha naquele palco o maior duelo que suas

terras presenciaram por séculos.

 

E

após tantos golpes de espada, tantos ataques de garras, tantas

magias e tanta devastação, a terra tremeu. Tremeu por

quilômetros. No centro de uma grande cratera, apenas cheia de

areia e restos, resultado da incomparável luta, o demônio

estava, finalmente, vencido. Thanatos erguia-se de pé sobre

ele, segurando sua poderosa espada de duas mãos. O lendário

"Cavaleiro Arcano" tinha vencido e, mais que isso, escrito

para sempre seu nome na história.

 

Não

satisfeito, embainhou sua espada nas costas. Agarrou firme a cauda

espinhenta de Morroc e arrastou-o para o deserto ao sul. Thanatos

sabia como vencer o demônio, e garantiria que ninguém

mais teria que ver a criatura, nem dentro de cinco mil anos.

 

Ali

começaria uma Era de prosperidade, que duraria alguns

milênios. Mas, como em toda história, um dia a paz chegaria

ao fim. E talvez nunca mais retornasse.

 

 

 

Morroc_Saga-01_Die-monster_by-NIORI.jpg

 

 

 

 

***

 

Primeiro

Capítulo

~

A Carta

 

O

som de passos quebrava o silêncio do longo corredor. Um após

o outro, os pés delicados conduziam suavemente sua dona pelo

piso de mármore impecavelmente limpo. Grandes colunas de

pedra, intercaladas por pinturas na parede, acompanhavam aquela

caminhada, cujo destino era um gramado, acariciado por um sol

belíssimo. O brilho fez os olhos da elfa se apertarem,

enquanto a brisa tocava suavemente seu longo rabo-de-cavalo prateado.

Correu o olhar pelo campo, até ver outro elfo, com um arco

armado, pronto para disparar. Do seu lado, um Guardião de

Midgard, ou simplesmente "GM", estava ao lado de um

dispositivo.

 

- Vai. – disse o elfo, sereno.

 

O GM

apertou um botão e um disco foi arremessado em alta

velocidade, bem alto, no céu azul. Com calma, o elfo

acompanhou o objeto voador e, com um movimento curto, liberou a corda

retesada do arco. A flecha voou certeira no alvo.

 

- Belo

disparo, Raijen – disse a elfa recém-chegada, retribuindo um

cumprimento respeitoso do GM ao lado do amigo.

 

- Disponha, Lu.

Quer atirar um pouco também?

 

Ela apenas fez que não

com a cabeça. O GM que previamente acionara o dispositivo para

Raijen notou um olhar de canto de olho da elfa. Pediu licença

e se afastou, vendo que ela solicitava educadamente para falar a sós

com o amigo.

 

- O que houve? – Raijen limpava o suor da

testa e da cabeça, aproveitando para pentear o cabelo moreno e

curto.

 

Os dois conversaram por muito tempo. Raijen deixou o

arco deitado no chão, sentado na grama com Luthien. O tempo,

ali em Asgard, passava em um ritmo diferente do que passava para os

seres humanos, em Midgard. E ficaram assim por suas próprias horas, até que

o sol começou a se pôr.

 

- Você entende a

necessidade dessa missão, meu amigo? – disse Luthien, com

certo pesar na voz.

 

- Claro. Mas nós vamos lutar, não

vamos? Digo, não vamos começar com aquele papinho de

"Boa sorte, heróis!" pra ficar só assistindo, né?

 

 

- Eu prefiro cair morta agora se tiver que falar isso uma

única vez para um dos heróis de Rune Midgard.

 

-

Que bom! Um pouco de ação! E quando você quer

começar a agir?

 

- O quanto antes. Cada minuto é

precioso demais.

 

Raijen se levantou, quieto, tomando o arco em uma das mãos. Andou até

o que parecia um bebedouro - uma bacia de prata em um pilar de pedra,

no meio do campo. Sussurrou algo e tocou com calma a água.

Imagens começaram a se formar na superfície, enquanto

Luthien se aproximava, curiosa.

 

- Escute... imagino que vá

chamar ele também. - disse o elfo.

 

- Vou sim. Na

verdade, era o primeiro nome que eu imaginava.

 

- Tem certeza?

Acho que prefere gente que consiga lutar para ajudar, não é?

 

 

Luthien ficou preocupada e voltou sua atenção

para a imagem na água da bacia de prata.

 

- Ele vai se

ferir gravemente de novo? - perguntou, com a voz baixa.

 

- Sim,

mas não fisicamente...

 

Os dois suspiraram, olhando as

cenas que lhes eram mostradas. Em determinado momento, a elfa virou o

rosto para o lado, chocada com o que viu.

 

- Eu... entendo.

Que assim seja. Mas prepare-se. Quando chegar o momento, vamos usar

todos os nossos recursos. E chamaremos todos que forem de nossa

confiança.

 

Com graça e leveza, a elfa se

afastou. Raijen apertou o arco, ainda olhando para a bacia de prata.

 

 

- Eu estou pronto desde que nasci, Luthien...

 

***

 

Rune

Midgard

 

-

N-não... de novo não! Não pode ser!

 

Drácula

estava indignado. Seu corpo estava suspenso no ar, cravado na parede

escura e fria da base da Torre de Geffen. A larga espada de lâmina

roxa atravessava seu peito, fincada com violência, enquanto seu

sangue escuro jorrava aos montes. Começou a derreter,

observado pelo Lorde na sua frente. Os fios de cabelo louro escorriam

pelo elmo de Orc Herói que ele sustentava na cabeça,

ofegante.

 

Mais uma vez, Leafar vencia o Conde Drácula,

dentro de sua base, em Geffen. E teria sido uma batalha rotineira,

típica, não fosse pela garotinha loura caída aos

pés dele.

 

Foi tudo muito rápido. Elizabeth Sarah

Belmont era seu nome. Era filha adotiva do clone de Leafar com a

Caçadora. Aquela criança, que seguia o caminho divino

do sacerdócio, era a última remanescente de uma família

com uma história muito triste; o último elo de Leafar

com sua vida passada. Por motivos que pertencem à outra situação recente, que jamais foi contada, aquele era o ápice

de uma aventura. Alguém descobriu como devolver a Drácula

a maldição de transformar as pessoas em vampiros. Após

uma jornada dolorosa, onde relacionamentos acabaram e pessoas foram

gravemente feridas, Drácula estava privado desse

poder, fadado novamente à mediocridade de ressurgir de hora em

hora para assombrar eternamente o calabouço da Torre de

Geffen.

 

- Eu... estava tão... p... pert...

 

Era

impossível para o vampiro falar mais qualquer coisa. Estava

completamente derrotado, com o corpo se decompondo rapidamente. Em

silêncio, Leafar voltou-se para a menina, naquele chão

fétido. A roupa branca de noviça estava suja de sangue,

misturado à lama e sujeira daquele túmulo gigante.

 

-

Você me salvou, Liza.

 

Ela sorriu, quase sem forças.

Com a mãozinha, segurou a capa de Leafar, puxando-o para perto

dela. Murmurou no ouvido dele. Os olhos do Lorde encheram-se de

lágrimas no mesmo instante. Levantou-se e arrancou a espada da

parede, embainhando-a. Com cuidado, pegou a menina com as duas mãos

e começou uma subida longa e demorada, degrau por degrau, até

o topo da torre.

 

Amanheceria em alguns minutos. Leafar

finalmente alcançou o último andar. Tirou o elmo e

soltou a guarda da espada, deixando ambos no chão.

 

-

Eu sou a última vampira... - disse Liza, olhando fixamente

para o rosto de Leafar.

 

- Não fale isso...

 

Morrendo

de dó, Leafar abraçou forte a menina. Olhava para o céu

com medo. Sabia que a luz do astro-rei traria fim imediato para ela. Mas

não negaria seu pedido - ver seu último nascer do

sol.

 

- Com o meu fim, ninguém nunca mais vai virar

vampiro, né?

 

O Lorde engoliu seco. Liza falava a

verdade. Era a última com a maldição de

vampirizar pessoas. Sua morte traria paz para muita gente. E mesmo

assim Leafar não queria que ela se fosse. Era seu laço

com a família que queria ter construído. Não

conseguia fazer nada diferente de chorar com a menina nos braços.

 

- Descanse em paz, Liza... - finalmente disse, notando os

primeiros raios alaranjados surgindo no horizonte.

 

- Obrigada

por tudo, tio Lea... obrigada... papá.

 

Leafar virou-se

com ela para o leste. O sol, em seu espetáculo matinal,

começou a nascer, superando a escuridão. O calor de

seus raios atingiu a dupla, no ponto mais alto de Geffen.

 

-

É... lindo...

 

Estas foram as últimas palavras de

Elizabeth Sarah Belmont. O preço da garota por assistir a uma

das maiores apresentações diárias da natureza,

como vampira, era ter sua existência erradicada. Seu rosto se

petrificou com o brilho - não do sol, mas do seu sorriso. Sua

pele começou a secar. Não houve mais nenhum movimento

de seu corpo.

 

- Deus, não... por favor, não...

 

O

louro tombou de joelhos. A brisa matinal começou a dissolver a

pele da menina, cujos restos começaram a voar como pó

para o nada, encerrando definitivamente um ciclo. Nada, nem cabelo,

nem osso ou sequer sangue restou. Apenas suas roupas e acessórios

caíram no chão, obrigando Leafar a fechar os olhos com

força, para não gritar de desespero.

 

 

 

Morroc_Saga-02_The-last-sun-rising_.jpg

 

 

 

Sentiu

então uma mão em sua cabeça, acariciando-o. Não

precisou olhar para reconhecer seu pai, Leonard Belmont, Arquimago

membro do Conselho de Magia da cidade.

 

- Acabou, meu filho.

 

-

Por que meus inimigos destruíram toda a minha vida? Por que,

pai?

 

- Olha, tecnicamente, eles destruíram a vida do

seu clone e de todos relacionados a ele. Não foi a sua.

 

- Por que, pai? Por

que essas coisas acontecem comigo?

 

- Que coisas? Refere-se a

você ter sido clonado, seu clone ter se casado e tido uma filha

no seu lugar, depois sua pseudo-esposa ter assassinado seu clone,

você ter perdido seus poderes de sacerdote e ter sido enfiado

em uma guerra contra os Arautos de Surtr como Lorde, ter tido que

assumir a Ordem do Dragão mesmo sem saber do que se tratava,

sua quase esposa ter sido morta na sua frente junto com as suas

amigas, você ter sido espancado até o limite da vida e

sua quase filha ter morrido nos seus braços como vampira?

 

 

Leafar olhou com raiva para o pai. O Arquimago coçava

o queixo, olhando para o alto.

 

- Isso para não citar

que, desde então, você perdeu... hm... duas namoradas?

Ou três? A sacerdotisa louca conta? Tinha aquela outra caçadora

ruiva maluca, depois a brux...

 

- Pai, por favor!

 

-

Olha, se você usasse uma máscara pra esconder o rosto e

um nome legal como "Espada Vingadora" ou "Cavaleiro do Sol Nascente", esse tipo de coisa não aconteceria, sabe? –

Leonard deu a mão para que Leafar se levantasse.

 

Segurou

o filho pelo ombro, terminando de admirar o nascer do sol.

 

-

Sério, você devia pensar a respeito disso!

 

-

Preciso de férias.

 

- Precisa. Sua mãe e eu já

preparamos algo para você.

 

O Arquimago, com o mesmo

tique de Leafar, estalou o pescoço, balançando o

cabelo, preso no alto da cabeça em um rabo-de-cavalo.

Puxou então um envelope do bolso e entregou para o filho.

 

-

Eu não acredito que no meio dessa busca contra o Drácula

o senhor ainda teve tempo para planejar as minhas férias!

Digo, isso é uma falta de respeito!

 

- Aprenda, filho.

Você precisa fazer planos. Se você não faz planos,

significa que não pensa no amanhã. De um modo ou de

outro, Drácula seria derrotado. Está no nosso sangue

vencer ele. Sua mãe e eu confiamos em você. Agora você

precisa descansar.

 

- Mas essa cidade... – dizia ele, vendo

o conteúdo da carta - nunca fui para este reino!

Arunafeltz...?!

 

- Vá, filho. Nunca se sabe

quando vai começar a próxima aventura. E, pior, quando

ela vai terminar... e com quais consequências!

 

O

Arquimago abaixou e pegou os restos das roupas de Liza. Colocou na

mão de Leafar, com o olhar complacente. O Lorde abraçou-o,

de olhos fechados.

 

- Descanse. E deixe as

lembranças de hoje repousarem no fundo do seu coração.

Você precisa dele para continuar vivo.

 

Os dois ficaram

em silêncio, respeitando a morte da pequena Elizabeth. Leafar

suspirou e olhou o envelope, sussurrando o nome da cidade para a qual

iria logo mais.

 

"Rachel".

 

***

 

Cidade

de Morroc

 

O

sol estava a pino no céu azul e límpido. O bafo quente

trazia o cheiro da areia do deserto, invadindo cada fresta da cidade,

construída naquele lugar distante, solitário e cheio de

mistérios. Em meio a isso, duas figuras de branco protegiam os

olhos com as mãos na testa, enquanto andavam para o maior

prédio do lugar – o Palácio de Morroc.

 

-

Raijen, – disse Luthien, enquanto o vento alisava seu cabelo –

procure as guildas locais. As que investigam a cidade e, em especial,

as que cultuam Morroc, seja com a intenção de ajudar ou

de... você sabe.

 

O

GM apenas sorriu. Deu as costas e

andou na direção da taverna. Luthien puxou um

caderninho do bolso, junto com uma caneta. Abriu em uma página

previamente marcada e começou a conferir suas anotações.

Andou ao redor do palácio. Marcava coisas, rabiscava e andava pela

cidade, conferindo cada lugar em que parava. Ficou assim por muito

tempo. Sua expressão estava triste. O que quer que fosse que

estivesse comparando, estava tirando sua calma. Só saiu de seu

transe quando sentiu alguns toques no seu ombro.

 

- Ei, tia! –

disse o garoto, com roupas de Aprendiz – Você é GM,

né?

 

- S-sou sim. – a elfa tinha percebido tarde

demais que esquecera de ficar invisível para trabalhar em

paz.

 

- Será que você poderia me ajudar? – disse

o garoto sorridente, tirando uma grande Casca de Ovo da cabeça.

 

 

- No que precisa de ajuda?

 

- Onde fica a guilda dos

gatunos? Não é aqui na cidade, né?

 

Luthien

ficou parada, observando o menino. Seu olhar parecia perdido. Engoliu

seco e apertou inconscientemente o caderninho, angustiada com algo.

 

 

- Tia? – insistiu o Aprendiz, assustado com a reação

dela – Eu não quero tank não! Só me fala onde

é a guilda que eu me viro, por favor!

 

Saindo de seu

transe, Luthien piscou forte. Fixou o olhar no garoto, saindo de seus

devaneios.

 

- Isso... não fica na cidade. Ela fica

dentro da pirâmide, na saída noroeste. Tem um labirinto

lá. Para encontrar a guilda, você...

 

- Ah, muito

obrigado! Com isso eu me viro! Só precisava saber onde era!

Até mais!

 

O menino acenou e saiu correndo,

determinado, enquanto ajeitava a Casca de Ovo na cabeça.

Luthien sentou-se à sombra do palácio, consternada. O

tempo passou e continuou sentada, segurando o caderninho, com medo de

abri-lo. Finalmente viu Raijen se aproximar, trazendo dois sorvetes

de casquinha. Deu um para ela e sentou-se do seu lado.

 

- Pode

dizer – falou o GM, dando uma lambida no sorvete.

 

- Dizer...

o que?

 

- A verdade. Os cálculos batem?

 

- Rai...

um Aprendiz veio me perguntar onde era a guilda dos gatunos. Era só

uma criança. E eu indiquei pra ele a pirâmide.

 

-

A pirâmide vai ser afetada?

 

- N-não...

 

-

Então relaxa um pouco. E aí, os cálculos batem

ou não batem?

 

Com pesar, a GM abriu o caderninho.

Mostrou uma página específica para o elfo. Ele passou

os olhos e voltou a fitar a amiga.

 

- Eu falei com os

populares – disse ele, dando uma mordida generosa no sorvete.

 

-

E eles? Sabem de algo? Quão perto chegaram?

 

- Passaram

longe. A maioria acredita que é um selo, que cultos vão

liberá-lo, que sacrifícios têm poder e todo esse

tipo de coisa. Alguns juram de pé juntos que são

defensores do selo e toda uma conversa bonita, até. Eu quase entrei em duas guildas. Pena que não posso...

 

- E

isso nos ajuda ou atrapalha?

 

- Ajuda, claro. Se houver uma

mudança repentina no comportamento desses "seguidores -

protetores" de Morroc, vai chamar demais a atenção.

E eu ter conversado com eles reforçou suas fantasias. São

todos pessoas boas, e vão ajudar, mesmo sem saber disso.

 

 

Raijen pegou o sorvete da mão de Luthien, que não

tinha encostado nele. Começou a tomar ele também,

enquanto ela olhava para as torres do belo palácio. O elfo

notou e passou a mão no ombro dela.

 

- Pare de pensar a

respeito disso. Você sabe que é preciso agir. Já

se passaram alguns meses aqui em Rune Midgard, desde que decidimos

esperar. Os heróis estão prontos.

 

- Eu não

sou muito adepta de "missões secretas", Rai.

Mas...

 

- ... mas você sabe que uma movimentação

de milhares vai chamar a atenção. Vai ser difícil

de controlar, coordenar e, pior, ter sucesso. Multidões são

para guerras. E não é exatamente com uma guerra que

vamos lidar agora.

 

A elfa se levantou e colocou a mão

no bolso. Puxou uma gema azul. Ia arremessá-la no chão,

pronta para abrir um portal, mas sentiu a mão de Raijen

segurando a sua.

 

- Calma. Não perca a esperança

ou a fé. Nós temos que ser fortes. Sinceros, sem

joguetes... mas fortes. Somos o exemplo para todos eles.

 

Os

dois se abraçaram. A partir daquele momento, não

saberiam quando teriam outro momento de paz. Assim que deixassem

Morroc, começariam uma longa e complicada jornada. Sabiam que

não lutariam pela paz, mas pelo cenário com menos

estragos possível.

 

 

 

Morroc_Saga-03_Hug_by-NIORI.jpg

 

 

 

 

 

- Muito bem. – a elfa se recompôs

e soltou um longo suspiro – Vamos para Prontera.

 

A gema foi

arremessada no chão, transformando-se em uma coluna de luz

azul. Raijen estalou os dedos, olhando determinado para a frente. Sem

perder mais tempo, entrou na coluna, desaparecendo. Luthien notou as

pegadas dele no chão. Ficou momentaneamente saudosa, mas,

balançando a cabeça, também entrou no portal.

 

 

***

 

Arredores de Prontera - Entrada do Labirinto da

Floresta

Algumas

horas depois

 

O

silêncio era matador. O grupo estava sentado na grama, quieto

há alguns minutos. Algumas folhas de papel passavam de mão

em mão. Cada vez que alguém as relia, sentia uma

perturbação enorme. Por fim, uma Lady pegou a tal carta

com fúria e se levantou.

 

-

Peraí! Deixa eu entender direito então essa p***a! Cês

tão me dizendo que Morroc vai pra casa do c*****o?! É

isso?

 

-

Eu não usaria estes termos - Luthien falou sem jeito,

ruborizada pelos modos da Lady - mas... sim.

 

-

P***a! Aí f***u tudo!

 

Raijen,

também ali, olhou para as duas Suma Sacerdotisas. Elas apenas

mantinham-se quietas, pensativas. Ambas, ruivas, viajavam em seus

próprios pensamentos. Miara, com uma longa trança nas

costas, estava com a cabeça apoiada nos braços,

sentada. Bonnie Heart, com o cabelo mais curto, mexia em uma pequena

coroa dourada, como se fizesse planos.

 

-

Luthien - disse ela, voltando o olhar para a GM - então deixa

eu repassar, para eu ver se entendi.

 

-

Claro.

 

-

Morroc voltará; é inevitável e a cidade será

destruída.

 

-

Sim.

 

-

Não existe absolutamente NADA que possamos fazer para impedir

isso.

 

-

... ... ... ... exato - a resposta demorou para sair.

 

-

Nossa única chance de contê-lo é por meio de

Thanatos. Mas essa parte eu não entendi direito.

 

A

elfa se aproximou e sentou mais perto das sacerdotisas, observada

pela Lady. Começou a falar, com a voz baixa.

 

-

Thanatos foi o único homem capaz de derrotar Morroc. A torre

que ergueram para ele funciona como um tipo de "armazém"

com as suas memórias; tanto que o monstro que reside lá

é a "Memória de Thanatos". Mas essa memória,

porém, não tem o que chamaríamos de "personalidade". São sentimentos

específicos que lhe dão algo próximo de ter uma. E por serem sentimentos ruins, como a Desgraça

e o Ódio, a "Memória de Thanatos" é o

monstro que é encontrado lá, como conhecemos.

 

-

Tudo bem - disse Bonnie, se ajeitando na grama, sentando mais perto -

Mas eu não entendi o que temos que fazer. O que tem a ver

enfrentar o Thanatos se queremos anular o Morroc? Ele não é um demônio preso na torre, com intenções de dominar o mundo?

 

 

-

Essas coisas são por causa dos sentimentos ruins que são usados para

invocá-lo, Bonnie. Temos que fazer sentimentos BONS preencherem sua

memória no

momento em que ele for invocado. Temos que vencer os sentimentos

ruins e substituí-los pelos bons. Assim teremos a esperança

de que ele nos dê alguma luz para sabermos como enfrentar

Morroc.

 

-

Luz? Esperança? - a Lady mais uma vez ficou indignada - Aqui,

oh orelhuda! Tu já lutou contra Thanatos? - ao dizer isso, a

mulher, de longo cabelo moreno, jogou o Bardiche no chão,

furiosa.

 

 

-

Nunca lutei contra ele. Só vi os relatos a respeito, Sandy.

 

-

Minha filha, com essa p***a desse bicho não tem conversa!

Enquanto tu vai tentar jogar papinho de hippie nele sobre a paz

mundial, ele vai te matar, pegar os seus ossos e ***** *** ***** **

***** ** *****, *******! - disse, dando um chute em um Poring que

tentava inutilmente comer a longa arma.

 

Luthien

notou que não só ela, mas os demais estavam todos

vermelhos - até mesmo Raijen. Sua voz quase não saía.

 

-

Eu sei que você já o enfrentou, e sei que seu grupo é

eficiente na batalha típica contra ele. Por isso que sua ajuda

é necessária, Sandy. E essa batalha não será "típica". Precisamos realmente invocar os sentimentos bons dele. É

possível?

 

A

Lady olhou para as duas Suma Sacerdotisas. Mediu então os dois

GMs.

 

-

Vocês dois vão com a gente?

 

-

Vamos.

 

-

Bonnie, tu vai chamar a sua rapaziada?

 

-

Vou selecionar alguns Gullwings e iremos.

 

Sandy

então observou Miara, ainda sentada. Abaixou o tom de voz, um

pouco sem jeito.

 

-

Desculpa perguntar... mas por que você está aqui? Cadê

o Lea?

 

-

Ele não está aqui e não virá - Miara

respondeu rapidamente, com a voz firme.

 

-

Sei que não é da minha conta, e pergunto como amiga. Tu

realmente me desculpe, não quero te desmerecer na liderança,

mas aconteceu alguma coisa com ele? Por que não é ele

que está aqui?

 

A

ruiva de tranças se levantou. Em seu peito, resplandecia o

brasão rubro-dourado da Ordem do Dragão. Olhou Sandy

nos olhos, firme.

 

-

Aconteceu algo sim e ele não está conosco. Não

acho educado e próprio falar da vida pessoal de meu líder

e amigo dessa maneira, nessa situação. Ele confiou a

liderança da Ordem do Dragão a mim neste momento. Se

não estou sendo útil, posso lhes desejar ótima

sorte em sua empreitada, senhoritas.

 

-

N-não, Miara. - Sandy colocou a mão no ombro dela -

Desculpe mesmo. Eu não fiz a pergunta nesse tom. Só

fiquei preocupada porque sei que ele seria o primeiro a estar aqui

pra ir com a gente.

 

-

Tudo bem, Sandy.

 

-

Bem... é isso aí, mulherada! - Raijen se levantou e

esticou os braços acima da cabeça, se espreguiçando

- Combinado?

 

As

quatro olharam para ele, quietas. Sem jeito, ele deu as costas para

elas, disfarçando, enquanto Luthien tomava a frente novamente.

 

-

Partiremos amanhã à noite. Por favor, convoquem apenas

os que acharem realmente necessários. Levem seus melhores

equipamentos. Na madrugada, subiremos a Torre de Thanatos e

resolveremos isso o mais rápido possível.

 

-

Eu tenho uma última pergunta, Luthien.

 

-

Diga, Bonnie.

 

-

Por que não podemos falar sobre isso para o rei?

 

 

Luthien abaixou os olhos. Devagar,

dobrou a carta e guardou-a na bolsa de sua roupa de GM. Sua voz saiu

fraca, baixinha.

 

 

- Pelo mesmo motivo pelo qual não

podemos contar com a cidade de Morroc daqui a alguns meses.

 

 

A elfa arremessou uma gema no

chão, abrindo um portal. Raijen acenou para as três e

entrou, seguido pela elfa silenciosa. Miara e Bonnie se entreolharam,

sem dizer nada. Sandy parou na frente das duas.

 

 

- Aí, só eu não

entendi? Qual a pegadinha? Como assim, "não contar com Morroc

daqui a alguns meses"?

 

 

- Sandy, - Bonnie segurou uma gema

azul, também pronta para abrir um portal - não

poderemos contar com a cidade porque ela deixará de existir.

Logo, baseado nessa comparação, o Rei Tristan III...

...

 

 

A Suma Sacerdotisa entrou em seu

portal. Miara se levantou, cruzou as mãos no peito e

desapareceu, sob a luz típica do Teleporte. Apenas a Lady e

seu Peco Peco ficaram ali, parados, ao som de grilos, até que a expressão

de Sandy finalmente mudou, com os olhos arregalados.

 

 

- ... ... ... entendi! P***a!!!!

 

 

***

Morroc_Saga-tirinha_01.jpg

 

 

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   Weeee, 1° a comentar :D

 

   Sem palavras para a fic, Rafa.

   Desenhos perfeitos, história mais ainda.E sei que vocês ainda vão conseguir ultrapassar esse nível [/ok]

   Niori também fez bem com a tirinha, ri aqui [/heh]

 

   Novamente, meus parabéns. Espero ansioso pela continuação.

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Muito bom Leafar. Sempre caprichando em suas histórias. ^^Só que precisa colocar mais ansiedade para a pessoa ler o próximo capítulo. Pode ser que o fato de eu estar indo para o colégio neste momento tenha afetado um pouco, mas senti pouca ansiedade em ver o próximo capítulo, se é que me entende. ^^ Enfim, o texto em geral está muito bom, principalmente as histórinhas em quadrinhos. [/heh] 

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Muito bom!!!! E nossa, quanta mulher!!!

Já vi que vai ser uma gritaria essas lutas. Tapinhas! Arranhões! Puxão de cabelo! E horrores de unhas quebradas.... Fiquei com uma certa pena do Thanatos. Se ele não matar elas rapido... Ele vai ter muita dor de cabeça.

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Bom dia a todos.Rafael. Estou desejando grande sucesso para esse seu novo conto, e assim como o "Hora Zero". Que você tenha tanto ou mais prazer em escrevê-lo, tal quais os leitores do Fórum tem em ler. Seus trabalhos são excelentes assim como sua dedicação.Daniel (Niori). igualmente te desejo sucesso em suas obras, são imagens muito bem elaboradas e que passam com boa qualidade as idéias contidas nos contos. Que cada traço lhe traga ainda mais experiência e satisfação.Agradeço a homenagem que prestaram à "Elizabeth Sarah Belmont" tanto escrita como visual. Uma personagem de grande importância em minha jornada "Ragnaroquiana".Continuem a nos deleitar com seus dons...

O resto virão das palavras de pessoas maravilhadas com esses seus trabalhos.Abraços aos Leitores do Fórum aos Dragões e as Dragonessas.Daniel Belmonte 

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Muito bom!!!! E nossa, quanta mulher!!!

Já vi que vai ser uma gritaria essas lutas. Tapinhas! Arranhões! Puxão de cabelo! E horrores de unhas quebradas.... Fiquei com uma certa pena do Thanatos. Se ele não matar elas rapido... Ele vai ter muita dor de cabeça.

 /gt   Sério... você não pensa assim não né?

 

@Fic:

Rafa, adorei, estou hiperansiosa por mais. Lembrando de uns RPs que fui em Rachel... Lembrando de Roupinhas de Verão....

=****

Parabéns .

Moon~*

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Algo que eu comentei com vc no msn jah, Rafa, mas agora vou deixar salientado aqui. O que mais marcou nesse capitulo para mim foi a morte da pequena Elizabeth. Deu ateh noh na garganta, foi um persona que eu gostei MUITO de interagir qdo faziamos RP juntos (ela ateh pagou conta na taverna pro Fei sem conhece-lo!). [/snif]Bem, acho que acima de tudo essa nova Saga promete ser tao legal quanto Hora Zero. Estou soh no aguardo dos proximos capitulos. 

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Muito bom!!!! E nossa, quanta mulher!!!

Já vi que vai ser uma gritaria essas lutas. Tapinhas! Arranhões! Puxão de cabelo! E horrores de unhas quebradas.... Fiquei com uma certa pena do Thanatos. Se ele não matar elas rapido... Ele vai ter muita dor de cabeça.

 Já até imagino: "Thanatos, não dá mais! Quero discutir a relação..."Parabéns pela ragnatale, Rafa e Niori! E obrigada pela homenagem :)Agora parem de ler os comentários e coloquem as mãos para trabalhar!Beijos,Viviane   

 

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Leafar o Pdrk pediu para que eu postasse o comentario dele aqui ja que ele está sem creditos. [Pdrk] Caro Leafar, por onde eu deveria começar?

 

Sua fic está, como de costume, excelente. Me prendeu do

início ao fim, me fez ver as emoções que os personagens sentiam, e me fez rir

com a “excelente educação” da Lady. Essa é uma Lady de verdade. Enfim, continue

com o excelente trabalho, e espero ver mais capítulos em breve.

 

 

 

P.S.: Pra variar, o NIORI continua excelente. Me amarrei nos

desenhos. E cara, o Thanatos é bem fortinho. Pra carregar aquela monstruosidade

que é o Satan Morroc tem que ser forte.

 

 

 

P.S.2: Férias em Rachel? Eu acho que a última coisa que o

Leafar, como personagem, tem durante as fics, é descanso. E lá vai o nosso

amigo Leafar se meter em mais uma roubada em Rachel, pra no final salvar o

mundo.

 

 

 

P.S.3: Eu estou doido pra ver a pancadaria comendo. Se

Leafar x Hrymm foi violento, fico só imaginando como vai ser Leafar x Satan

Morroc. *preparando pipocas, batatas fritas e uísque* [/Pdrk]Bom ai está (Y)Ainda n tive tempo de ler td [ Trabalhos e mais trabalhos], mas os paragrafos que li estão T-U-D-O! Quando terminar posto um comentario final...=*  

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Muito boa, correspondeu as espectativas.Mas sem querer ser chato... a morte da garotinha foi literalmente chupada do final do Blade 2, fala a verdade...

(mas ainda sou seu fã, Leafar ^^ - na verdade, eu gosto dessas referências, igual eu gostei da de SOTN da fic passada). E, curioso do jeito que eu sou, eu não aguento ler uma conversa cheia de "********". O que é mesmo que o Thanatos faz com os ossos do pessoal? Agradeço tradução via PM ^^ /e2Ansioso pelo próximo capítulo. \o/ 

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Meuu gosteii!!Mesmo sem ação por enquanto a fic tá bem envolvente na história!Achei muito divertido a Lady uHAHUAHUaUhAExtremamente educada \o/ As imagens deram um show pra variar!Só que esse episódio não teve muita ação pro Niori trabalhar em cima =P Mas tenho umas perguntas: Quantos episódio vai ser essa? (pelo menos quantos são pretendidos)Quando sai o próximo? =D PS: O fim bem que podia ser assim todo mundo é escanpado pelo Morroc até os GM's...Ai só fica o Morroc e o Thanatos

Ai do nada chega o Fuvity e diz:-Ae-Noobas-Ta-Achando--Ki-Mi-Tanka?!?1?-Gogogo-pevepe!1!*Você não pode usar frases ou habilidades por 10 minutos* E mesmo sem skill ele espanca o Morroc e o Thanatos de quebra e transforma eles em randons *-* 

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PS: O fim bem que podia ser assim todo mundo é escanpado pelo Morroc até os GM's...Ai só fica o Morroc e o Thanatos

Ai do nada chega o Fuvity e diz:-Ae-Noobas-Ta-Achando--Ki-Mi-Tanka?!?1?-Gogogo-pevepe!1!*Você não pode usar frases ou habilidades por 10 minutos* E mesmo sem skill ele espanca o Morroc e o Thanatos de quebra e transforma eles em randons *-* 

 Baaaaaaaah, perdeu a graça! O cara entregou o final!!11!1!1shitfone!!1mimimimimi 
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ou...

Satã Owna tdos no local, Leafar e cia, GM´s, até Thanatos, ai quando ele tá pra destruir o mundo...

Leafar: Não pensei que chegaria nesse ponto... Mas temos que apelar para a nossa Arma Secreta...

Todos: FUVITY!!!!

*Fuvity Conectou* 

Fuvity: Agora

          V6

          mi

          chamaum??

          soh pq

          tah td

          mundo

          Ownado?

          yeu noes!!!

          agora

          se Fu*****

          auhauahuahuahah

*Fuvity saiu*

Todos: WTF???!!!

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O mundo era uma criança. As poderosas nações dos dias atuais, cujos nomes seriam proferidos com orgulho por seus habitantes, mal engatinhavam. Algumas delas sequer existiam, tendo em seus lugares originais apenas descampados e rochas. Não existiam muitos heróis. Mas o maior de todos eles - e talvez, de fato, o maior que já existiu - estava ali. Sua armadura, pesada e brilhante, refletia seu poder, que emanava de uma aura pura e límpida, azul, cheia de vida. O curto cabelo azulado contrastava com os olhos escuros, fixos no oponente. Mexia-se com velocidade, e seus músculos explodiam com pura energia.

 

Seu nome era Thanatos.

 

O oponente era uma das criaturas mais temidas do mundo. O corpo, coberto por uma escama tão rija quanto à de um dragão, marrom escurecida, era sustentado por braços colossais. Um punhado de olhos de serpente enfeitavam a grotesca visão, piscando em seus ombros e músculos. O rosto da criatura, cheio de chifres, tinha uma bocarra nojenta, com dentes amarelados e um hálito podre que faria plantas murcharem no mesmo instante. Do alto de sua cabeça descia uma capa de couro ainda mais duro, colada em seu corpo, que cobria sua espinha, com pontas afiadíssimas, que envolviam suas coxas e sua longa cauda.

 

Este era Morroc.

 

A violência dos golpes fazia o ar ficar pesado. Não havia mais nada vivo perto deles. Os dois se batiam de maneira franca, direta, sem fintas, sem esquivas. Rune Midgard, futuro lar de tantas lendas e histórias, tinha naquele palco o maior duelo que suas terras presenciaram por séculos.

 

E após tantos golpes de espada, tantos ataques de garras, tantas magias e tanta devastação, a terra tremeu. Tremeu por quilômetros. No centro de uma grande cratera, apenas cheia de areia e restos, resultado da incomparável luta, o demônio estava, finalmente, vencido. Thanatos erguia-se de pé sobre ele, segurando sua poderosa espada de duas mãos. O lendário "Cavaleiro Arcano" tinha vencido e, mais que isso, escrito para sempre seu nome na história.

 

 

 

 Lá ser vai o início da minha Fic.....[/gt]

Nus..Do jeito que o tópico da HZ tinha tanto comentário,achei que aqui ia ter umas 6 páginas no dia seguinte do post...

Bem...Nunca vi Blade II,e,graças a deus,pelo bom senso parou de acontecer aquele ''boa sorte Heros gogo'',e parece que vai envolver um pouco o Thanathos,está interessante....

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