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O Mundo Visto Através de Olhos Vermelhos


Toph

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Uma das coisas que mais chama minha atenção em fanfics é a raiva pelo vilão.

Cara, deu vontade de esfolar a Freya com um fio dental (não a real é claro, falo da personagem).

Antes disto, só o desenho Avatar conseguiu =P

Outra coisa que queria sugerir é mudar o título da fic. E caramba, O Mundo Visto Através de Olhos Vermelhos... '-'

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CAPÍTULO 3 - REBELDE 

 

 

 

Durante

a crise, as únicas pessoas tranqüilas eram Irina, Reiko e Byakko. Mas havia uma

quarta pessoa tranqüila, que se esforçava para não atrair olhares. Tenko.

A tal doença não a assustava. De algum modo, ela entendia o que estava

acontecendo e sabia que não seria atingida. Tenko se mostrava calma e pacífica,

como uma dama deve ser. Mas na calada da noite, a garota pegava sua adaga e

sorrateiramente fugia para a floresta. Com o tempo, vendo que seu pai tinha

assuntos mais importantes para cuidar e não se importava se ela se portava como

uma dama ou não, Tenko começou a ficar mais ousada. Saía do castelo antes do

por do sol, e voltava depois do amanhecer. Estava se tornando arisca, ágil,

forte. Mais forte do que grande parte dos aprendizes de cavaleiro do castelo.

 

E além disso, ela começou a desenvolver algumas habilidades politicamente

incorretas, mas inegavelmente úteis. De tanto fugir do castelo, Tenko havia se

tornado silenciosa no andar, e sabia se esconder rapidamente e sem deixar

vestígios. E essa habilidade levou a uma outra, que também foi bastante útil

para a jovem rebelde.Foi numa noite em que um dos guardas adoeceu. Com o rebuliço, a porta dos

aposentos do rapaz foi deixada destrancada. Foi a deixa para Tenko se esgueirar

como uma gata para dentro do quarto vazio. Ela abriu o baú do guarda

lentamente, para evitar que as dobradiças rangessem. Tão devagar que pareceu

uma eternidade o tempo que a tampa levou para se levantar. Tenko apanhou uma

vembrassa, e tão lentamente quanto antes fechou a tampa do baú. Depois, voltou

rapidamente para seu próprio quarto. Com a sua Main Gauche, cortou as costuras

do colchão, arrancou parte do enchimento e introduziu o escudo dentro do

acolchoado, virando a parte aberta para baixo, para que ninguém a notasse.A partir deste dia, Tenko passou a visitar regularmente os aposentos dos

guardas. Furtou uma túnica de um guarda franzino, que transportou até seu

quarto amarrada nas suas pernas, por baixo da saia larga do vestido. Furtou uma

capa de viagem de outro guarda, e os resistentes sapatos de couro de outro. O

colchão de Tenko cada dia era menos colchão e mais equipamento. Havia se

tornado desconfortável para dormir, o que deixava a garota sonolenta e

mau-humorada.Quando ja tinha tudo o que queria dos guardas, Tenko resolveu se ajudar

financeiramente. Não seria fácil, ela pensou. Mas tinha seus planos, e

precisava de dinheiro. Então uma noite, a garota escalou o muro de fora do

castelo. Saltou do lado de dentro, caindo com um som macio e quase

imperceptível. Correu até a sala do tesouro. Encontrou apenas um guarda, que

dormia pesadamente. Roncava, e um fio brilhante de baba escorria pelo canto de

sua boca. Cheirava fortemente a álcool. Tenko bufou com desprezo, abriu um dos

baús e encheu um pequeno saco de couro com alguns punhados de moedas. "O

suficiente", ela pensou. Prendeu o saco entre os dentes e escalou de volta

o muro. Quando se preparava para saltar, o guarda roncou alto e se mexeu,

batendo a manopla de ferro no escudo e produzindo um som alto de gongo. Tenko

se assustou e errou o salto, caindo de mau jeito. A jovem aterrisou com um

baque surdo, segurando o impacto todo nos joelhos. Não pôde evitar um gemido de

dor. O saco de Zeny caiu no chão com um som de metal tilintando. Tenko sentou

no chão e começou a massagear os joelhos doloridos. Quando ouviu o som da

corneta de um guarda cortar o silêncio da noite. Ainda sentindo a dor da queda

e ralhando com si mesma por ter feito tanto barulho, Tenko pegou o saco de

couro e saiu correndo o mais rápido que podia em direção à floresta escura.

 

Lucius não conseguia dormir. Mal havia assimilado a traição e fuga de Lady

Irina, lhe vinham agora com um caso de roubo na sala do tesouro. O cavaleiro

andava de um lado para outro no salão do castelo, com a testa franzida, contemplando

os retratos de seus ancestrais. "O que eles fariam no meu lugar?",

Lucius se perguntava. Desesperado, resolveu tomar medidas drásticas.

 

Mandou colocar um arqueiro muito destro em cada uma das torres do castelo, e

que atirassem em qualquer suspeito. Mandou seus guardas caçarem e revistarem

todos os possíveis gatunos, arruaceiros e ladrões de qualquer espécie que

estivessem nas redondezas.

 

Aumentou a carga dos treinos do pequeno Caifás, incluindo agora exercícios que

seriam monitorados por ele, Lucius Renard em pessoa.

 

E quanto a Tenko? Bem, Lucius não entendia de mulheres. A garota estava cada

vez mais rebelde. Não comparecia mais às aulas de bordado e etiqueta, dormia o

dia inteiro, não cortejava as visitas. Vivia olhando para os guardas do palácio

com ar de profundo desprezo, o que os incomodava terrivelmente. Não parecia se

importar com o sumiço da mãe e de seus dois servos, como se de algum modo ja

soubesse o que aconteceria.

 

Para Lucius, só havia uma maneira de aquietar uma mulher rebelde. Decidiu que

era hora de Tenko se casar.

 

O baile era um dos maiores que o castelo ja havia visto. Bardos tocavam seus

instrumentos ininterruptamente. O salão do castelo Renard estava lindamente

decorado, com todos os enfeites polidos, tapetes batidos, almofadas lavadas e

chão encerado. Havia muita comida e muita bebida.

 

Tenko não gostava de festas, e preferia mil vezes fugir para a floresta. Mas a

segurança estava reforçada, então resolveu não arriscar. Sentou-se à sua

escrivaninha e colocou uma folha de pergaminho em branco à sua frente. Tenko

havia recentemente tomado gosto pela arte do desenho, já que raramente

conseguia escapar do castelo. Mergulhou sua pena em um tinteiro e começou a

arranhar displicentemente o papel. Quando uma criada entrou no quarto. "Lady Tenko, venha se arrumar para o baile. Seu banho já está

preparado."Tenko ignorou-a."Lady Ten..."Tenko virou o pescoço para trás e cravou os olhos furiosos na criada."Me deixa em paz, diabo de criada!"A pobre serva recuou dois passos para trás e falou de novo, com voz trêmula:"Teu pai faz questão da tua presença neste baile, Lady Tenko..."Tenko rosnou irritada. Enfiou a pena de volta no tinteiro, espirrando tinta.

Bufou com raiva e se levantou. Acompanhou a criada até o local de seu banho.A garota foi imergida em água limpa e esfregada com ervas perfumadas até sua

pele ficar vermelha. Seus cabelos foram lavados e cuidadosamente

desembaraçados. Suas unhas aparadas e pintadas. Foi vestida com belos trajes de

gala, maquiada e seus cabelos presos de maneira elegante. Depois, se dirigiu ao

salão, onde encontrou seu pai conversando animadamente com um jovem cavaleiro.

 

Tenko analisou cuidadosamente o cavaleiro. Ele era alto e magro, de membros

finos e compridos. Seu rosto era fino também, tinha o nariz reto e grande.

Olhos azul-profundo caídos como se estivessem escorrendo de seu rosto.

Sobrancelhas finas demais. Os cabelos negros e longos estavam presos em um rabo

de cavalo que ia até o meio das costas. Eram muito lisos e tinham aparência de

mal-lavados. A boca era grande, não combinava com aquele rosto fino. Ele

carregava às costas uma espada de duas mãos, e sorria de canto de boca. Tenko

imediatamente antipatizou com o rapaz. Ele olhava pra ela com gula."Ahhh, Sir Primus, esta é minha filha, Tenko!"Lucius Renard a indicou, sorrindo.

 

Durante a festa inteira, Tenko foi perseguida pelo jovem cavaleiro. Sir

Secousse Primus era seu nome, ele havia nascido em Izlude, blá, blá, blá...

Tenko não agüentava mais a conversa monótona e superficial daquele homem, mas

ele a perseguia por todos os cantos. A garota ja estava ficando tonta com

aquele zumbido constante em seus ouvidos, e apenas andava aleatoriamente pelo

salão. Mas o irritante cavaleiro não a deixava. Quando deu por si, Tenko não estava mais no salão. Estava em um dos corredores

vazios do castelo. Mudou de direção para voltar ao salão, mas Primus bloqueou

seu caminho. Então, subitamente, o cavaleiro empurrou-a contra a parede e a

beijou. Segurava-a com força, prendendo seus braços ao longo do corpo e impedindo-a

de empurrá-lo. Com a mão livre, agarrou um dos seios da jovem. Esfregava seu

corpo no dela, apertando-a com mais força cada vez que ela tentava se soltar.

 

Tenko sentia o cheiro de suor do cavaleiro. Sua barba malfeita a arranhava e

seu hálito desagradável lhe dava âncias. Toda aquela situação a deixava

terrivelmente enojada. O cavaleiro começou a deslizar para baixo a mão que

prendia os braços da garota, tocando-a sem nenhum pudor. Apesar do mal-estar que sentia, Tenko percebeu a oportunidade. Enlaçou seus

braços em volta do pescoço do rapaz, passando os dedos pelos cabelos oleosos.

Primus, sentindo-se seguro, apoiou uma das mãos na parede.

 

Imediatamente Tenko enterrou os dentes na língua do cavaleiro, enquanto ao

mesmo tempo seu joelho subiu velozmente, atingindo-o com força entre as pernas.

Primus urrou de dor e soltou a garota, encolhendo-se no chão em posição fetal.

 

Tenko correu de volta aos seus aposentos, ainda enojada. Aquilo ja havia

passado dos limites. Não iria suportar aquilo por mais tempo.

 

Chegando no seu quarto, Tenko abriu sua gaveta e retirou a Main Gauche.

Arrancou-a da bainha e abriu as costuras do colchão da cama. Rasgou com a

lâmina o seu belo vestido, para removê-lo mais rápido, e o substituiu pela

indumentária roubada dos guardas. Jogou ao ombro uma bolsa de couro contendo o

saco de Zeny, alguns rolos de pergaminho, pena e tinta. Ao cinto prendeu a Main

Gauche.Saiu correndo de seu quarto, largando para trás o vestido e o colchão

estraçalhados. Enquanto descia as escadarias que levavam ao andar térreo, Tenko

soltou os cabelos, que caíram como uma cortina prateada sobre seus ombros.

Sempre odiou cabelos presos.

 

Saiu pela porta da cozinha e correu direto para o estábulo. Já podia ouvir o

barulho dos guardas do palácio a perseguindo. Abriu a porta do estábulo com um

chute. Não havia tempo para selar um peco. Montou em pena em um animal

alaranjado, que acordou assustado ao sentir o peso da garota sobre o lombo.

 

Tenko espetou o animal com a sua Main Gauche. O peco, apavorado, saiu galopando

velozmente em direção à floresta. Para o sul, levando consigo a jovem rebelde.

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Nossa Tenko... Me desculpe mas tenho que fazer essa pergunta, para saber se o problema é com minha caixa de entrada... Me desculpe mesmo.

Você editou o texto corrigindo alguns errinhos leves como falta de espaço?

Novamente eu peço desculpas, mas se o problema é com minha caixa de entrada, ferrou tudo...

Abraços.

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wow! esse foi bom e grande! mas ai vão algumas perguntas:

o reiko não é humano, ele é oque?

“Porque você parou, querido? Eu estava quase...”.

 

ahnn, olha oque escreve em raposinha, a netrunner tá lendo a fic...

se kitsune significa raposa( eu já sabia isso antes de ler sua primeira fic, se é spoiler desculpa) pq as kyuub... digo, 9-caudas ficam com raiva?

é só pergunta, mas a irina é humana? se não for, ela é oque?

vc realmente dropou 3 esqueletos soldados?

vc colocou todas na sua jur? @.@

eu estou fazendo perguntas demais?

to parecendo o outro da primeira página?

eu devo ficar com medo de levar uma jur nas costelas por isso?

por hora é só isso...* coloca quinze camadas de metal por baixo da roupa pra ficar a prevo de katar*

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Criticas, só 1 coisa que acho que poderiam ter sido um pouco melhor explorada, que é como surge o sentimento dela com as 2 namoradas... em ambos os relacionamentos tudo surgiu de uma maneira muito brusca... parece que brotou do nada... mas passando isso, as descrições dos sentimentos e os relacionamentos em si, são fantásticas também...

 não querendo bancar a advogada da Tenko, mas respondendo a sua critica, para cada pessoa é diferente disso tenho certeza e por isso também o que eu vou falar aqui talvez não faça muito sentido.Quando se apaixona por alguém, ou simplesmente se gosta de alguém, pode-se ter uma história de "como surge o sentimento", você gosta ou se apaixona por fulano por isso ou aquilo que fulano é ou fulano fez, quando se ama, amar mesmo, aquele sentimento que faz as pessoas ficarem idiotas e muito felizes, e que faz até a mais "durona das assassinas perder a pose" esse amor não surge, entra ai uma questão de religião, tem gente que acredita e tem gente que não acredita em vidas passadas e almas gêmeas, por experiência propria e real eu digo, quando se ama alguém, não existe um "como surge", a partir do momento que você sabe que a pessoa existe, você a ama...Tenko descreve mais ou menos isso nas duas relações da personagem, tanto com Freya, por quem a personagem se apaixona simplesmente quando a conhece, como com Nhyx, por quem ela se apaixona após "olhar com atenção" ou seja, perceber a existência. 

Este, é claro, é o meu ponto de vista sobre o assunto, não digo que ele é o ponto de vista certo porque, primeiro, como eu disse, para cada pessoa é diferente, cada um vive e sente e acontece de um jeito seu e unico, então não existem verdades absolutas, e segundo porque, se existirem, ninguém ainda provou possui-la, e não vou ser eu mais uma a pretender isso =) @Fic  Tenho algumas criticas, apesar de ter defendido, mas nada que comprometa a qualidade da fic, que me prendeu a atenção por horas, os ultimos capitulos ficaram muito longos, não no tamanho, mas o exagero de descrições minimas (e a mulher alta com duas fivelinhas do sapato esquerdo, unha do dedo da mão esquerda pintado de verde com detalhes em prata) ta exagerei, não é assim, mas é exagerado também... Essas descrições são muito boas para fazer o leitor ter uma idéia quase perfeita do personagem, talvez até mesmo como você o tenha imaginado, na apresentação de cada personagem, mas uma vez é o suficiente, se toda vez que um personagem aparece na historia vc fizer dois parágrafos de descrição repetitivos acaba ficando cansativa a leitura.Outra coisa que já foi comentada, o título, acho longo e pouco atrativo, eu vi diversas vezes o titulo nas palavras chave e não li o fic, apenas o li quando soube quem o fazia, apesar de você provavelmente nem fazer ideia de quem eu sou, eu me lembro de você e a admiro tenko, te conheço apenas de vista mas gosto de verdade de todos que já foram da guild que eu mais adorei pertencer até hoje, Falcões Brancos, e conheço muitas pessoas que te conhecem e que sempre me falaram muito bem de você, inclusive acho, o seu pai, parabéns pela sua coragem.e por ultimo mas não menos importante, menina, cuidado com o que você escreve, tem crianças lendo esse forum @@

 Depois das criticas os elogios, e não são poucos. 

Em primeiro Lugar, como já falei, parabéns pela coragem, não só de expor sua criação, como de expor sua vida e até mesmo coragem de contar fatos sobre pessoas verdadeiras, sem medo de dizer a verdade.Em segundo Lugar, sou suspeita, mas amei o modo como você mensiona os Falcões Brancos.Agora falando em tecnica, por mais longo e descritivo que estivessem os ultmos captulos, você criou uma historia e uma trama, que torna até o mais preguiçoso dos leitores incapas de desistir de ler uma só frase da fic... está muito boa a história.você consegue definir e demonstrar sentimento com palavras, isso não é fácil.

e principalmente, conteudo, além dos personagens serem muito bem criados, com historias completas e perfeitas e com personalidades bem definidas, que conhecimento a senhorita guarda hein moça, deve ler muito sobre mitologia e tradições de diversas épocas e diversas regiões do mundo. Mitologia nordica incontestavelmente muito bem descrita, apesar de eu conhecer uma versão um pouco diferente da parte em que fala da lenda de Brunhild, o restante está perfeitamente descrito e colocado na historia.outra coisa que eu gostei muito, você descreve os pensamentos de alguns personagens e isso é muito interessante, as duvidas e conflitos internos dos personagens os tornam ainda mais esfericos e interessantes.

 

 

termino repetindo o que disse ao Damien após expor meu ponto de vista: é o meu ponto de vista apenas, tanto elogios como criticas.espero que nenhum dos dois se sinta ofendido com nada do que eu disse pois não é essa minha intenção, reforço isso pois tenho mania de dizer diretamente o que penso, e como em palavras escritas é muito dificil reconhecer intenções e emoções, logo um texto muito direto pode parecer provocação ou maldoso.de modo geral, parabéns, a fic é muito boa.

 

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E a fic já saiu completa? Até onde eu lembro, eu li até a página 48 do antigo tópico nesse fórum, quando a Tenko disse que não ia mais escrever. Devia ser o capítulo 28 ou 30. Não tô lembrando bem.
A fic foi postada neste fórum até o capítulo 23, e não está completa. Foi escrita até metade do capítulo 25.E BTW, obrigada a todos pelo incentivo. É sempre bom saber que alguém aprecia as histórias que eu conto tanto quanto eu aprecio contá-las! [/ok] 
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Gogeta, Gogeta... Tá ficando maluco, é? Quer que eu vá te fazer uma visita "amigável"?

hmmmm, acho que isso é uma questão delicada, por um lado, sua visita não me deixaria nem com um dedo pra digitar, pelo outro, vc não pode molestar menores de 14 anos ( tenho 12): há! me encontra agora! zuera, aposto que n liga pra isso, pra um templa psicótico tb né.... ops, falei demais agora , fui!* vira sete poçoes do ventos, um emblema e usa agi up e começa a correr* aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh

ok, chega, tenko sua sortuda, minhas férias começam dia 27 só /snif

e pdrk, vc abandonou o "vida de kolt forst", não diga nada.

flow! * continua se escondendo do templa psico... do pdrk**

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já ouvi falar em coisas que não valem a pena mas essa foi a pior

*Congela* 

 

Gogeta, como seu amigo, vou te dar uma dica valiosa: Corra o mais rápido que puder, para tão longe quanto humanamente possível. É pra correr com vontade porque, na hora que ela descongelar, ela vai te caçar até a sua morte (visualize um guepardo correndo atrás de uma gazela).

oh noes!!1! vc tem razão, ( mas eus empre soube que daria um ótimo bardo...) * corre at´´e o japão e de lá pega um trem bala pro lugar mais longe possivel

e de lá começa a cavar pra se esconder* rá! me ache agora[/mal]

mais uma coisa( que post grande...):

E aproveitando o post, fico feliz de ver que a fic continua com a mesma qualidade de anos atrás. E, embora eu tenha uma leve noção do momento em que parou, continuo eufórico a cada capítulo que é postado. Continue, Tenko. Tem gente aqui esperando por continuações (além do que, caso você demore, essa galera se junta pra te caçar e não vai ter instinto assassino que te salve).

P.S.:

 

Essa foi pior que uma punhalada no pâncreas...

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Engraçado. Acho que o Leafar é alvo dos dardinhos. Postei uma fic rapidinho, já estou escrevendo outra e decidi deixar a primeira em banho maria enquanto não "revelo" algumas coisas e não estou sendo ameaçado. Sorte? Estou impondo medo? Pura falta do que fazer por parte dos que ameaçam? [/heh]

 

 

 

E eu não tenho medo da Tenko. Sem armas e equipamentos ela não faz nada. E os olhinhos vermelhos dela não não nada em comparação aos meus.

 

 

 

Posta logo, Tenko!!! Sei que o curso de games tá complicado, mas sua fic tá "semi-pronta"! [/heh]

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Pronto, conta com crédito! Agora posso postar!

Essa fic é baseada na sua história né?
Não totalmente. Alguns fatos realmente aconteceram comigo no RO, outros eu inventei.
Queria ter esse dom pra escrever também... Eu tenho um mercenário também, com muitas histórias pra contar, ele existe há uns 3 anos...
Escrever não é dom, é treino. Go go praticar!Baum, e aí vai o novo capítulo, que eu já demorei pra caramba.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------  CAPÍTULO 21 - O LEGADO DO DÊMONIO –

PRIMEIRA PARTE 

 

 

 

 

Juno amanheceu nublada.

 

 

A Cidade dos Sábios

estava inteiramente envolta em névoa esbranquiçada, e mal se enxergava um palmo

diante do nariz. Além disso, havia uma garoa fina e persistente, suave demais

para justificar a procura por um abrigo e por isso mesmo mais incômoda.

 

 

- Não posso sair daqui

mesmo... -, grunhiu Nhyx. Apoiada no peitoril da janela do segundo andar de uma

pensão barata escondida entre os majestosos edifícios da cidade, a ladina fitava

o céu pálido com um olhar vazio. Os chuviscos caíam sobre sua cabeça, fazendo

os fios da camada externa de seu cabelo se arrepiarem. Nervosa, cutucava as

cutículas com a unha do polegar, arrancando pequenos pedaços de pele e deixando

a área ao redor de suas unhas em carne viva. De tempos em tempos levava a mão à

boca e mordiscava os cantos das unhas. O outro braço sustentava sua cabeça, o

cotovelo apoiado no peitoril da janela e a bochecha amassada contra o punho

fechado. Sua expressão era totalmente neutra, exceto por um ocasional franzir

de sobrancelhas.

 

 

- Eeeh, senhorita Nhyx!

Que faz aí, tão melancólica? -, perguntou Kuroi Yuri, apoiando nos ombros da

ladina um par de mãozinhas de dedos roliços e sujos de fuligem. Nhyx

virou lentamente o pescoço, fitando o rosto sardento e sorridente da ferreira

com o mesmo olhar vazio que dirigia ao nevoeiro.

 

 

- Não estou

melancólica. Estou entediada. Não tem nada pra fazer nesse lugar. -, murmurou a

ladina, a voz amolecida pelo desânimo. Em resposta, Kuroi abriu um sorriso de

orelha a orelha, deixando todos os seus dentes à mostra. Nhyx franziu o nariz e

apertou os olhos. Sorrir não era uma boa resposta.

 

 

- É só por alguns dias,

senhorita Nhyx! Lembre-se do que Lady Brynhildr disse: aquele Sir Primus

pode tentar vir atrás de nós, para servirmos de isca para a senhorita Tenko!

Aqui na república de Schwartzwald estamos seguras por algum tempo, já que o

apoio do rei não serve de nada para Primus fora dos limites de Rune-Midgard. Só

por mais uma semana ou duas, no máximo! Lady Brynhildr prometeu que

voltaria pra nos levar para onde Tenko está!

 

 

“E porque eu deveria

confiar naquela amazona que eu nunca vi na vida?”, pensou Nhyx, mas não disse

em voz alta. Daria trabalho demais explicar para aquela garota sorridente que

sua melancolia era fruto da saudade. Saudade e preocupação. A visita de

Brynhildr havia sido rápida e objetiva. Dormia tranqüilamente no topo de sua

árvore nos arredores de Alberta quando ouviu alguém lhe chamar. Pensou que

fosse Tenko, mas logo viu que se enganara. Ao pé da árvore estavam Kuroi Yuri e

Sethit, acompanhadas por uma amazona desconhecida, coberta com um manto de

penas e portando um elmo grande demais. Rapidamente lhe foi dito que devia

partir imediatamente para Juno, e também que Tenko havia se batido contra

Secousse Primus e estava ferida.

 

 

Quando Brynhildr

mencionou que estava de partida, a ladina insistiu para que a

acompanhasse. Mas a amazona simplesmente disse “você é lenta demais” e disparou

em direção à floresta escura, desaparecendo em segundos. Não havia

dado notícias desde então. E Nhyx desde aquele momento sentia seu estômago se

contorcer de preocupação. Tudo que sabia era que Tenko Kitsune havia sido

gravemente ferida pela espada de seu inimigo. Não sabia se Brynhildr a

encontrara a tempo, não sabia para onde a havia levado. Depois daquele breve

encontro partiu imediatamente para o litoral, acompanhada da ferreira e da

caçadora. Lá, dois noviços as esperavam. Um de pé na borda da praia, outro

dentro de uma embarcação estranha. O noviço na praia as cumprimentou com uma

elegante reverência, e em seguida entoou algumas preces e atirou um objeto ao

chão. Um portal se abriu, e ele pediu às três que o acompanhassem. Tinha um

sotaque forte, de vogais abertas e levemente nasalado. Entrou relutante no

portal, e foi parar na porta da pequena pensão em Juno onde estava hospedada no

momento. O noviço transmitiu a mensagem de Brynhildr, pedindo que ficassem

algum tempo hospedadas naquele lugar e que se expusessem o mínimo possível.

Nhyx, criada nas ruas de Morroc, desconfiou de alguma armadilha. Mas Kuroi Yuri

confiava cegamente em Brynhildr, e decidiu seguir as instruções sem hesitação

alguma. Sethit, apesar de não ter pela amazona o mesmo apreço que Kuroi,

confiava na ferreira e resolveu ficar também. Vendo-se sozinha, a ladina decidiu

ficar. E desde então não havia saído daquele quarto. A estadia das três havia

sido paga, aparentemente, pela professora de artes marciais do noviço que as

havia acompanhado. As refeições eram servidas no quarto. Nhyx se sentia um

animal em cativeiro.

Kuroi parecia não se importar. Mas afinal, ela era a única

que continuava mantendo sua rotina normal. Havia instalado uma de suas fornalhas

portáteis em um canto do quarto e passava os dias martelando pedaços de metal

sobre sua bigorna feita de Emperium puro. Nhyx sentia uma ponta de inveja.

 

 

Sethit Aintaurë também

se ressentia da reclusão. A caçadora passava a maior parte do tempo sentada no

chão, costas apoiadas na parede e pernas cruzadas, esculpindo pontas de flecha

com sua faca de caça, ou então tirando notas tristes de sua flauta élfica. Mas

quem sofria mais com aquela situação era Horus, o falcão de caça de Sethit. O

pássaro esvoaçava de um lado para outro no quarto, e então pousava amuado no

antebraço da caçadora, mirando a janela com seus olhos ambarinos, e depois

Sethit, como se pedisse permissão.

 

 

- Não posso te deixar

sair, meu pequeno -, dizia a caçadora, afagando o peito da ave com o indicador.

– Eu sei, você não tem culpa de ser um falcão branco. Mas é muito fácil te

reconhecer, Horus querido. Espere só mais um pouco, por favor. -, e então o

imenso falcão piava tristemente e ia se aninhar em cima do travesseiro de

Sethit.

 

 

- Queria deixar ele

voar um pouco -, lamentou-se a caçadora. – Olha como ele está chateado! Talvez

no nevoeiro ninguém vá notar. O que você acha, Kuroi?

 

 

- Melhor não, Sethit.

Ele é muito chamativo. O nevoeiro vai passar logo, acho que é só uma nuvem

passando por nós. Acontece muito nessa cidade, que flutua nos céus. E Sir Primus

pode ter espiões aqui em

Juno. Mesmo não podendo nos ferir aqui, ele pode estar de

tocaia, só esperando a hora que vamos voltar pra Rune-Midgard!

 

 

Sethit assentiu com a

cabeça. Olhou tristemente para o falcão aninhado na cama, como quem pede

desculpas. Alheia a toda a cena, Nhyx contemplava o nevoeiro e se perguntava

onde estaria sua preciosa Tenko Kitsune.

 

 

----------------------------------------------------------------

 

A

Mestra do Templo. A Raposa Branca.

 

 

A

Raposa Branca a quem Tenko devia a vida.

 

 

A

assassina sentiu o coração disparar. Finalmente estava cara a cara com o

misterioso animal que a seguia desde que ela era uma jovem e inexperiente

gatuna. A raposa tinha os lábios finos e negros arreganhados e as presas

afiadas à mostra, mas de modo algum Tenko poderia confundir aquela expressão

com uma ameaça. Era claramente um sorriso. Um sorriso sereno, quase humano. Sua

mente estava confusa. Uma parte dizia que era ilógico conversar com um animal.

A outra tinha centenas de perguntas a fazer. Por esse motivo foi mais alívio

que surpresa o que Tenko sentiu quando a raposa, por um breve momento, ardeu em

chamas alvas, que rapidamente cresceram e subitamente se dissiparam, revelando

no lugar do animal uma mulher.

 

 

Tenko não desconfiou de

seus olhos. Nem por um segundo. A mulher à sua frente era cerca de cinco

centímetros mais baixa que Tenko, mas sua composição física era esguia como a

da assassina, embora seus ombros fossem mais largos. Vestia uma espécie de

corpete e uma calça curta, ambos negros e justos. Por cima, uma túnica sem

mangas, aberta no peito e com um capuz nas costas. A peça era imaculadamente

branca, com alguns detalhes em dourado e vermelho, e era amarrada na cintura

por um cordão grosso. Nos pés tinha um par de sapatos de couro leve, e seus

punhos estavam recobertos com faixas de tecido branco, mas que parecia

amarelado se comparado à túnica. Seus traços eram muito similares aos da

maioria dos discípulos do templo. Sua face era arredondada, e seu nariz era

levemente achatado, exatamente como os dos nativos de Amatsu. Os cabelos muito

lisos, negro-azulados, tinham duas mechas amarradas e jogadas na frente dos

ombros, no mesmo estilo usado por Sethit. Mas os cabelos de Sethit eram presos

com belos enfeites tradicionais de Payon, e os da raposa estavam amarrados com

bandagens simples, as mesmas que ela usava nas mãos. Mas enquanto a pele dos

que nascem em Amatsu tem um tom levemente puxado para um castanho-amarelado, a

pele da misteriosa mulher era pálida. Seus lábios eram carnudos e avermelhados,

e portavam um sorriso tranqüilo. Seus olhos eram bastante afilados, mas suas

íris não eram do castanho escuro dos discípulos do templo, e sim de um púrpura

profundo e sereno.

 

 

- Finalmente teremos uma

oportunidade para conversar, jovem Renard-san. Esperei muito tempo por este

momento. Acompanhe-me, por favor. -, disse a raposa. Sua voz era calma e

cadenciada, tão serena quanto seu olhar. Falava a língua de Midgard com

perfeição, apenas pronunciando o sobrenome de Tenko de maneira um tanto

peculiar. Mas a assassina já estava atordoada o bastante por aquela situação

absurda e nem chegou a reparar no uso de seu sobrenome abandonado.

 

 

A raposa voltou-se para

a grande pedra às suas costas. Pronunciou algumas palavras em um dialeto que

Tenko desconhecia, enquanto tocava as runas esculpidas na rocha, uma a uma.

Quando terminou, os caracteres assumiram um tom vermelho-incandescente, e

depois branco, como um pedaço de metal na fornalha de um ferreiro. Brilharam

esbranquiçados por alguns segundos e voltaram ao seu tom negro original. A

pedra girou para o lado, rangendo, e revelou uma passagem atrás de si. A raposa

entrou por ela e fez sinal para que Tenko a acompanhasse. A assassina a seguiu.

 

 

Quando as duas haviam

passado, a pedra voltou ao seu lugar original. A raposa apanhou uma tocha em um

suporte preso à parede. Ela tomou a tocha nas mãos e aproximou-a dos lábios.

Soprou delicadamente, e uma pequena chama esbranquiçada saiu de seus lábios.

Ergueu a tocha, agora acesa, e começou a andar pelo caminho escuro. Tenko a

seguiu. Logo chegaram em um aposento amplo, decorado de modo parecido com a

sala anterior, com estátuas de raposas. Havia uma mesa baixa no centro da sala

e um pequeno altar junto a uma parede. Havia também um baú de fibra trançada

encostado em um canto. No fundo da sala havia uma enorme pedra, ainda maior que

a que tapava a passagem. Nesta havia apenas uma runa desenhada. Mas o que

intrigou a assassina foi a forte luz arroxeada que vazava por trás do imenso

pedaço de rocha, suficiente para iluminar toda a sala com um lilás etéreo.

 

 

- Fique a vontade,

Renard-san -, disse a raposa, abrindo seu baú e tirando de dentro dele um saco

de tecido e utensílios para chá. Tirou do saco algumas ervas e, sem pressa alguma,

começou a preparar a bebida. Tenko sentou-se formalmente junto à mesa, com a

coluna ereta e as pernas esguias cruzadas. Respirou fundo. Estava nervosa. A

presença da raposa-mulher enlouquecia seus sentidos, deixando a assassina

totalmente descoordenada. A situação absurda de certo modo lhe parecia

familiar. Em um caso como este era de se esperar que Tenko estivesse em

colapso, que seu cérebro rejeitasse a situação ilógica. Mas a mente da

assassina havia encarado a transformação da raposa em mulher como algo

perfeitamente aceitável. E agora ela escavava suas memórias, tentando encontrar

um motivo para tal reação. Olhava para a luz violácea se esgueirando pelas

frestas da rocha, e da luz para a mulher de branco, calmamente preparando chá.

Aqui tudo era desconfortavelmente familiar. Tenko tinha certeza de nunca haver

estado naquele lugar antes, muito menos na companhia de uma raposa-mulher. Era

como se soubesse o que aquilo tudo significava. A assassina experimentava a

sensação desagradável de ter a resposta na ponta da língua, mas não conseguir

se lembrar.

 

 

A raposa serviu o chá e

ajoelhou-se junto à mesa, analisando tranqüilamente os olhos rubros da

assassina. Levantou seu copo delicadamente, aproximou-o do nariz e gastou

alguns momentos apreciando o aroma da bebida. Deu um gole e deixou o líquido

escorrer por sua língua, saboreando-o vagarosamente. Pousou o copo na mesa

outra vez. Entrelaçou os dedos e pousou as mãos sobre a barriga. Em cada uma

dessas ações mantinha o sorriso sereno nos lábios.

 

 

- Longo tempo esperei

até que pudéssemos conversar a sós, junto a um bom copo de chá, Renard-san. Não

são poucas as coisas que preciso lhe dizer. Mas imagino que deva estar confusa

e tenha muito o que perguntar também. Não seria menos que justo que eu lhe

respondesse as dúvidas.

 

 

Tenko tomou fôlego.

Realmente, queria fazer muitas perguntas, e nem sabia por onde começar.

 

 

- Em primeiro lugar,

quem é você? Ou... O que é você? E que diabos de lugar é esse? Por que você me

trouxe até aqui? Por que você me chama pelo meu sobrenome? Aliás, como você

sabe esse sobrenome? Quem é você... ah, essa eu já perguntei! Porque você está

me seguindo? O que você quer comigo? Ah, que...

 

 

A assassina gemeu um

palavrão e bateu com o punho fechado na mesa, fazendo gotas de chá saltarem. Em

seguida fincou os dois cotovelos no tampo do móvel e apoiou a cabeça nas mãos,

mergulhando os dedos no cabelo. Nunca havia se sentido tão perdida em toda a

sua vida.

 

 

- Tenko-san, beba seu

chá.

 

 

A assassina agarrou o

copo e tomou um pequeno gole. Segurou o líquido junto à língua por algum tempo.

 

 

- Não está envenenado,

não há necessidade disso. -, disse a raposa, sorrindo. A assassina já havia

confirmado a ausência de veneno, e engoliu todo o resto do conteúdo do copo em

poucos segundos.

 

 

- Não posso pedir para que

confie em mim, minha jovem. Você está confusa. Mas prometo que não desejo lhe

causar mal algum. Suas perguntas serão todas respondidas, se tiver paciência.

 

 

A assassina levantou a

cabeça e fitou o rosto da raposa, que esticou um pouco mais os lábios. Tenko

abraçou os joelhos, sem desviar o olhar. Esperava respostas.

 

 

- Quem sou eu, você

pergunta. A verdadeira questão, jovem Renard-san, é quem é você. Mas por hora,

responderei sua pergunta. Sou uma monja, por treino e merecimento. E também sou

mestra e guardiã deste templo. Sou Myobu de sobrenome e linhagem, e Akari é o

nome que é só meu. Myobu Akari, ou Akari Myobu, que é como diriam em Rune-Midgard. Para

a maioria, sou apenas Myobu, mas para Tenko Kitsune posso ser Akari.

 

 

Tenko levantou uma

sobrancelha e coçou o queixo, confusa. Franziu a testa, fazendo a cicatriz do

golpe de Primus se retorcer. De monges, sabia apenas o que via na Ilha das

Tartarugas. Os considerava barulhentos e escandalosos. Fora isso, não sabia

nada. Nunca havia trocado mais do que duas ou três palavras com eles.

 

 

- Quanto à segunda

pergunta: o que sou eu? A resposta é fácil. Sou uma raposa.

 

 

- Ah, claro, uma

raposa. Tão simples! Sabe, eu já vi muitas raposas, mas você é a primeira que

me chama para tomar chá! -, disse a assassina, tensa, com um sorriso cínico nos

lábios e ironia venenosa na voz. A monja olhou diretamente para as íris

vermelho-sangue da assassina e sorriu docemente.

 

 

Tenko sustentou com

firmeza o olhar da monja, perfurando-a ferozmente com seu próprio olhar. Mas

ela manteve a mesma expressão serena. A assassina começou a se sentir mais

tranqüila. Sempre havia se sentido assim na presença da Raposa Branca. Os doces

olhos purpúreos da monja faziam seu nervosismo se liquefazer como uma vela de

cera na presença do fogo. Tenko inspirou o ar com força, inflando seus pulmões

ao máximo, e em seguida o expeliu lentamente. Abandonou a postura formal

relaxou os ombros e apoiou os braços na mesa, debruçando-se sobre o móvel.

 

 

- Desculpe a grosseria

-, murmurou a assassina. – Não entendo nada que está acontecendo! Em um momento

eu estava com a Nhyx na floresta, e no segundo seguinte estou lutando com o

Primus. E depois estou aqui, e uma raposa vira monja na frente dos meus olhos.

E eu não estou assustada! Minha falta de medo me espanta mais que todo o resto.

Eu devo estar enlouquecendo!

 

 

Tenko apoiou o rosto

nas mãos e soltou outro longo suspiro. A monja não se moveu. Esperou

pacientemente enquanto a assassina mordia os lábios com força, tentando conter

as lágrimas de nervosismo que se formavam nos cantos de seus olhos. Gemeu uma

seqüência desconexa de palavrões, suspirou outra vez e levantou a cabeça.

Apertou as pálpebras com força e as abriu subitamente. Havia passado o controle

de sua mente para a Assassina. Objetiva e metódica, a Assassina saberia lidar

melhor com aquela situação. A monja percebeu a mudança e alargou um pouco seu

sorriso.

 

 

- Eu que devo me

desculpar, criança. Eu também estou nervosa, e não fui clara o bastante. Em

Amatsu a maioria conhece lendas envolvendo meu povo, mas creio que em

Rune-Midgard elas não sejam tão populares.

 

 

“Ela está nervosa?

Parece tão tranqüila!”, surpreendeu-se a assassina. Subitamente antigas

memórias de sua infância vieram à tona. Sim, ela já havia ouvido histórias

sobre raposas.

 

 

- Já ouvi algumas dessas

lendas. Uma vez, quando eu era muito pequena, meu pai voltou de uma caçada com

alguns veados e uma raposa vermelha. Minha mãe ficou muito brava com meu pai

por causa daquela raposa. Sabe, minha mãe era uma mulher estranha. Quase não

tinha contato com ela, aliás, quase não a via pelo castelo. Ela desaparecia, e

depois voltava do nada. Quem cuidava de meu irmão e eu eram as aias e os

instrutores. Mas naquela noite ela entrou no meu quarto um pouco antes de eu

pegar no sono, e me contou uma história sobre raposas que podiam se transformar

em humanos. Que

eram inteligentes e tinham poderes mágicos. Perguntei se era por isso que ela

havia ficado zangada com meu pai por causa da raposa morta na caçada.

 

 

- E o que ela

respondeu?

 

 

Tenko fechou os olhos

por um instante, tentando se lembrar das palavras exatas de Irina Renard.

 

 

- Ela disse... Que os

humanos eram injustos e cruéis com as raposas. Que eram gananciosos e as

matavam por suas peles ou só por diversão. Disse que achava que as raposas eram

mais nobres que os humanos. Na hora eu não dei importância à história. Estava

cansada, dormi e me esqueci dela. Anos mais tarde, quando me encontrei com os

Nove-Caudas em Payon, me lembrei da lenda e achei que ela devia ter sido

inspirada neles. Mas nunca vi um Nove-Caudas se transformar em humano, e já

enfrentei dezenas deles.

 

 

- E os Nove-Caudas de

Payon, no exato momento em que te viram, te odiaram com todas as forças. Estou

certa, Renard-san?

 

 

Tenko arregalou os

olhos, surpresa.

 

 

- Como você sabe? Eles

me atacaram em fúria, como se estivessem possuídos por mil demônios!

 

 

Em resposta, a monja

sorriu.

 

 

- Aquelas raposas de

Payon e eu somos da mesma espécie. No entanto, somos diferentes. Aquelas são o

que nós chamamos de nogitsune, raposas selvagens. Os nogitsune de

Payon têm tanta capacidade de se mostrar como humanos quanto eu, mas seu

desprezo pela raça humana é grande, e eles não desejam fazê-lo.

 

 

- O que exatamente são

vocês? -, murmurou a assassina, a curiosidade tomando o lugar da confusão em

sua mente. A história que sua mãe havia lhe contado, a única história que sua

mãe havia lhe contado em toda a sua vida, havia lhe tocado profundamente. E

agora havia descoberto que a história era real, ou então estava tendo um sonho

extremamente interessante. Mas achava a primeira hipótese mais provável. Tenko

havia viajado muito, e sabia que existiam no mundo coisas que nem a imaginação

humana poderia conceber. Sentia seu estômago se contorcer de curiosidade, e

ouvia atentamente as palavras da raposa.

 

 

- O que somos? Na

língua de Amatsu se diz que somos kami. Acho que poderia traduzir a

palavra como “espíritos”. Somos seres incorpóreos, mas nos manifestamos

fisicamente na forma de raposas. É a forma mais fácil para nós, mas podemos

assumir outras se quisermos. Qualquer raposa que tenha treino o bastante tem

essa capacidade. Isso requer muitos anos de prática, e por isso raposas jovens

demais não conseguem mudar sua forma, ou às vezes cometem erros, como se

transformar em humano e esquecer a cauda. De fato, é muito raro que uma raposa

com menos de cem anos de idade consiga manter uma transformação decente.

 

 

- Cem anos! – Exclamou

Tenko. Akari Myobu aparentava ter no máximo trinta. Sabia que era rude fazer

essa pergunta a uma dama, mas não resistiu.

 

 

– Desculpe a minha

curiosidade e minha indelicadeza, nobre monja, mas poderia me dizer a sua

idade?

 

 

- O meu povo, minha

jovem, ao contrário dos humanos, não tem vergonha de envelhecer. Logo, não se

preocupe, não me ofenderei com a pergunta. Recentemente completei trezentos e

cinqüenta e um anos de estadia em Midgard. Mas posso manter a forma humana

tranqüilamente desde os noventa e oito! -, comentou a monja, com uma ponta de

orgulho. – Pergunte o que quiser, Renard-san. Não tenha vergonha.

 

 

- Certo... Diga-me

então porque as raposas na caverna de Payon têm nove caudas e pêlos

avermelhados, mas a senhorita tem apenas uma e sua pelagem é branca.

 

 

As chamas alvas

recobriram o corpo da monja, e mais uma vez se dissiparam em um segundo,

deixando em seu lugar uma raposa de brilhante pelagem branca. Mas ao invés de

uma, a raposa possuía nove caudas felpudas. Ela sacudiu as caudas no ar e abriu

um sorriso vulpino, e em seguida voltou à forma humana.

 

 

- Veja bem, Renard-san,

as caudas de uma raposa são como a aura dos guerreiros. Quanto mais poderosas

nós somos, maior é o nosso número de caudas, chegando a um máximo de nove.

Podemos escondê-las, assim como o guerreiro poderoso pode esconder sua aura.

Mas a maioria não se dá ao trabalho. Entre nós, assim como entre os humanos,

existem indivíduos que fazem questão de exibir seu poder. Eu pessoalmente não

gosto. Sou uma monja, e a humildade é uma característica que valorizo muito.

 

 

Já a minha pelagem é

branca porque sou uma myobu, porque sou uma mensageira e uma guardiã. Os

humanos foram criados por Odin a partir da madeira das árvores. Nós, raposas,

somos filhos de Inari-sama, a Dama de Dez Caudas, Senhora dos Campos de Arroz.

Quando os humanos morrem, se juntam a Odin no Valhalla, ou a Hel em Niflheim. Nós

vivemos mil anos em Midgard e depois nos juntamos a Inari-sama. Minha pelagem é

branca porque sou uma mensageira d’A Dama, e por Ela fui incumbida de uma

missão. Sou a guardiã deste templo, que é dedicado a Inari-Sama. E por fim, sou

uma myobu, fiel À Dama, e não uma nogitsune selvagem.

 

 

Neste ponto da

conversa, Tenko já estava se sentindo bastante tranqüila. Pelo visto, esse

povo-raposa era parecido com os humanos, e isso a fazia se sentir mais

confortável na presença da monja. Provavelmente era um povo antigo e quase

extinto de Amatsu, assim como os anões do Monte Mjolnir ou os elfos de

Geffenia.

 

 

- Agora, senhorita

Myobu, a pergunta mais importante: porque eu estou aqui?

 

 

O sorriso sereno da

monja desapareceu. Ela agora tinha os lábios contraídos e as sobrancelhas

franzidas.

 

 

- Renard-san...

 

 

- Me chame de Tenko. Não gosto desse sobrenome.

 

 

- Certo. Tenko-san.

Preciso de sua ajuda. É uma história complexa, e não tenho o direito de lhe

pedir o que vou pedir agora. Não sei se tenho algo que possa lhe dar em

troca...

 

 

- Como poderia recusar

ajuda a você? - respondeu suavemente a assassina – Você, a quem eu devo a vida.

Você me salvou mais de uma vez, Akari Myobu. E eu não sou ingrata. Apenas diga

o que você quer.

 

 

A monja suspirou.

Sacudiu a cabeça, de um modo que era mais condizente com sua forma de raposa

que com sua forma humana. Apontou a grande rocha no fundo do aposento, de onde

vinha a luz violácea que o iluminava.

 

 

- Está vendo aquela

pedra, Tenko-san? Atrás dela está selada uma nogitsune de novecentos

anos de idade. A função deste templo é proteger este selo. E minha função é

guardá-lo e, se possível, destruir a nogitsune que está presa atrás do

selo.

 

 

- Entendo. Você quer

que eu destrua a nogitsune por você. Não vai ser difícil. Já abati

dezenas de Nove-Caudas na caverna de Payon.

 

 

- Esta nogitsune

tem novecentos anos de idade, Tenko-san -, disse a monja, subindo o tom da voz

para dar ênfase à idade da raposa selada. – Ela é poderosa. Muito mais poderosa

que eu, e mais poderosa que a grande maioria dos monstros que andam sobre

Midgard. Não a subestime de modo algum. Ela é cruel. Odeia a raça humana e

odeia boa parte do próprio povo também.

 

 

- Ora! -, rosnou a

assassina, levemente indignada – Se esta raposa que você tem selada é tão

poderosa assim, como espera que eu, uma assassina humana, a destrua? Não é mais

fácil deixá-la selada até ela morrer de fome ou coisa do tipo?

 

 

- Nós não precisamos

comer. Lembre-se, somos kami. Nossas formas corpóreas são apenas

nossas manifestações no mundo físico. Nos alimentamos das essências do mundo. A

mesma energia que os magos canalizam para controlar os elementos. Costumamos

comer os alimentos corpóreos apenas pelo seu sabor. E essa nogitsune em

particular, depois de séculos trancafiada, aprendeu a se alimentar da energia

que mantém o selo fechado. Logo ele se abrirá, e este demônio ficará livre para

destruir tudo em seu caminho.

 

 

- E porque eu? Porque

você acha que eu posso matá-la?

 

 

- Eu não acho. Você

pode.

 

 

- Você está protegendo

esse selo há mais de um século e sua melhor idéia é uma assassina humana? –

grunhiu Tenko, sua voz assumindo novamente um tom cínico. Myobu suspirou. Olhou

longamente para o selo, e depois voltou o olhar para Tenko Kitsune. Uniu as

mãos, entrelaçando os dedos, e as apoiou na mesa.

 

 

- Acomode-se, Tenko-san

-, disse a monja, com uma expressão séria no rosto e os olhos fixos nos da

assassina. – Tenho uma história para lhe contar. Uma história que só eu, e

talvez mais dois ou três, poderíamos contar. Ela diz muito sobre você, e

provavelmente responderá a uma dúvida ou duas. Mas talvez sabê-la seja um

fardo, e não um alívio. Saiba, Tenko Kitsune, que meu povo é orgulhoso. É muito

raro aceitarmos ajuda, e mais raro ainda é ver um de nós pedi-la. Mas a minha

situação é crítica. O selo muito em breve se abrirá, e eu não poderei conter o

demônio que será libertado. Eu preciso da sua ajuda, Tenko Kitsune. E você tem

o direito de saber essa história: o direito de saber a verdade sobre você

mesma. Do mesmo modo, você tem o direito de não querer sabê-la, pois a verdade

muitas vezes é dolorosa. A escolha é sua, Tenko-san. Ouça a minha história, e

depois decida se me dará a honra de seu auxílio. Ou vá embora sem saber, e um

de meus discípulos a deixará em Alberta em segurança. Pode

permanecer no templo também, se preferir. Mas aviso que ele não será seguro

quando o selo for rompido.

 

 

O que preferes, Tenko Kitsune? 

 

 

 

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Nem. Meu pet é esse aqui. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CAPÍTULO 5 - O

DESTINO DE UMA FUGITIVA 

 

 

 

Morroc: único sinal de civilização incrustado no meio do Deserto de Sograt.

Morroc com suas casas de pedra amarelada, suas torres, suas fontes. Seus

vendedores de rua, oferecendo todo tipo de mercadoria, suas misteriosas e

antigas pirâmides e sua imponente esfinge, que alguns guerreiros se atrevem a

desbravar em busca de tesouros e experiência de batalha. Mas, principalmente,

Morroc e seus gatunos, ágeis e sorrateiros, sempre em busca de uma oportunidade

para tomar emprestada a carteira de algum desavisado. Por tempo indeterminado,

claro.A cidade de Morroc era, sabidamente, uma fábrica de gatunos. A exótica cidade,

com lojas a céu aberto, grande quantidade de construções vazias e abandonadas e

maior ainda de estrangeiros incautos, atraídos pela aventura de se meter nos

labirintos das pirâmides e da esfinge, era um cenário propício para o

aparecimento destes rufiões. Mas não pense que os gatunos de Morroc apenas furtavam

e se escondiam. Mestres da esquiva e da luta com adaga,eles não eram

adversários desprezíveis em uma luta. Por todos estes motivos, não é

acontecimento raro ira à Morroc e voltar sem alguns de seus pertences.

 

O vento quente e seco do deserto soprava pelas ruas de Morroc. As ruas estavam

cheias. Guerreiros voltando da caça, mercadores negociando o que traziam em

seus carrinhos, mendigos implorando por alguns zeny. E no meio da multidão de

rostos queimados de sol, destacava-se um rosto pálido, coroado por ondas de

cabelo cor-de-luar e incrustado de dois olhos vermelho-sangue. Era Tenko.

 

A jovem estava totalmente adaptada à vida no deserto. Havia conseguido algum

dinheiro caçando monstros nos arredores da cidade. Saía bem cedo pelos portões

da cidade, com algumas dezenas de poções vermelhas na bolsa, e voltava

carregada de jellopies, felpa, plumas, casca de insetos e outras coisas mais,

que negociava com os mercadores que tinham suas lojas nas ruas. Estava agora

mais forte e hábil com a adaga, mas por algum motivo sua pele não bronzeava.

Tampouco ficava vermelha e descascava, como seria esperado para alguém tão de

pele tão clara que ficasse horas debaixo do sol. Misteriosamente, a pele de

Tenko permanecia sempre igual.

Um dia, entrando na cidade para vender seus despojos e almoçar alguma coisa,

ouviu alguém chamar por ela."Eeeh, Olhos Vermelhos!"Era Shi no Toge, o Arruaceiro. Tenko e Shi haviam se encontrado mais algumas

vezes depois da primeira, e a relação entre os dois era bem amigável. Tanto que

Shi havia tentado devolver o dinheiro que havia furtado da garota quando se

conheceram, mas ela recusou. "Se me furtou, foi por desatenção minha. É

justo que fique com o dinheiro.", respondeu ela. Esta era a lei de Morroc,

e Tenko aprendeu rápido.Shi e Tenko costumavam conversar por horas. Ele mostrava a ela os cantos

escondidos na cidade, ensinava sobre monstros e armas, contava histórias de

batalhas e aventuras nos sombrios labirintos das pirâmides e da esfinge. Mas

naquele dia, Shi tinha um assunto diferente sobre o qual queria conversar.

Naquele dia, Shi no Toge falou sobre si mesmo.

 

Contou como havia deixado sua casa há alguns anos para se tornar um gatuno e

como treinou incansavelmente para ser aceito entre os Arruaceiros do Farol de

Comodo."Sabe, Olhos Vermelhos, eu queria ser livre. Um "arruaceiro",

como aquele povo dos castelos chama a gente, é livre. A gente não se prende a

regras, faz o que quer, mas não somos maus como eles pensam. Nós só queremos

aproveitar o máximo da vida. Claro, as vezes a gente gosta de um pouco de

bagunça, mas não vivemos pra isso. Não somos arruaceiros. Entre nós, usamos mil

nomes. Ladinos, Bandidos, Renegados, Ladinos... mas arruaceiros não somos. Se

nos chamam assim, é por inveja, porque a gente tem coragem de seguir nossa verdadeira

vontade."Tenko ouviu atentamente as palavras do amigo. Shi olhou-a nos olhos e tocou uma

de suas mãos."Tenko", ele disse, e era a primeira vez que ele a chamava pelo nome.

"Você fugiu da prisão que era sua casa, e se veio parar em Morroc, acho

que não foi por acaso. Você é como eu, um espírito livre. E é muito forte. Eu

ja te vi lutando, menina, você é mais forte e rápida que muitos desses

espadachins almofadinhas que vem aqui pra tentar arranjar dinheiro!"Tenko sorriu, mas quando ia agradecer o elogio Shi tocou seus lábios, indicando

que ficasse em silêncio. E

continuou a falar."Você é muito forte... mas ficar caçando picky não vai te levar a lugar

nenhum. Você pode mais que isso! Você é ágil e leva jeito com a adaga. O que

acha de ser minha aprendiz? Quer ser uma gatuna, Tenko?"A garota ficou em silêncio por um longo tempo. Em seus pensamentos, revia seu

passado no castelo de seu pai. Lembrou-se de quando se esgueirou nas sombras

para afanar equipamento dos soldados. Viu-se de novo pulando o muro para encher

sua bolsa de zeny. Mas, principalmente, sentiu seu desejo por liberdade arder

ainda mais forte. Chegou à conclusão que não se tornaria uma gatuna. De algum

modo, ja era uma. Assim, Tenko se tornou aprendiz de Shi no Toge.O ladino era um bom mestre. Era rígido na medida certa e sabia ensinar bem.

Assim, Tenko se tornou ainda mais ágil, ainda mais hábil com a adaga, e

desenvolveu um pouco mais sua ja inerente habilidade para furtos. Seu corpo

leve, esguio e flexível facilitava esse tipo de "trabalho". Com o

tempo, a aprendiz se tornou capaz de bater uma carteira ou afanar alguma coisa

do carrinho de um mercador sem dar qualquer sinal de sua presença. E se por

acaso fosse vista, escapava habilmente se esgueirando por espaços apertados,

escalando muros e telhados ou simplesmente desaparecendo nas sombras. Logo

criou certa fama nas ruas de Morroc. Sua aparência singular contribuía para

isso. Mas não era certo reclamar de volta o que foi furtado.Era o jeito de

Morroc. E Tenko continuou praticando a arte de tomar emprestado por tempo

indeterminado. Por sua astúcia e agilidade, começou a ser chamada de

"raposa" tanto entre os mercadores da cidade quanto entre os próprios

gatunos. E assim, começou a ser conhecida Como Tenko Kitsune, nome que manteve até

o fim de seus dias.

 

Pouco tempo depois, Tenko Kitsune foi aceita pela Guilda dos Gatunos de Morroc,

se tornando oficialmente uma dos seus, e passando a usar seu uniforme. Sob a

orientação de seu mestre aprendeu a técnica do ataque duplo com a adaga, se

tornou uma verdadeira perita na arte da esquiva e podia desaparecer nas sombras

sem deixar vestígios. Shi no Toge estava realmente orgulhoso de sua aprendiz.

 

"Tenko, vem cá um instante", disse ele para a garota uma certa noite.

Ela se aproximou e ele colocou algo em suas mãos. Era uma adaga. Uma Stiletto,

reforçada seis vezes com emveretacon."Eu usei essa arma nos meus tempos de gatuno. Acho que agora vai servir

muito bem pra você. Bem melhor que essa Main Gauche ridícula que você insiste

em continuar usando!"E riu daquele jeito muito próprio dele, alto e espalhafatosamente. Tenko não se

irritou. Havia aprendido a lidar com aquele rapaz, e sabia que aquele ele era

bem intencionado, mas nunca perderia uma piada. Tenko passou a usar a Stiletto,

mas a Main Gauche está guardada em seu armazém até hoje."Bom, vou caçar lá nas Pirâmides, ver se encontro algo que valha algum

zeny. Cuide-se, Olhos Vermelhos!"

 

Shi abraçou a gatuna e beijou seu rosto carinhosamente. Logo depois desapareceu

sob o céu noturno de Morroc.Na manhã seguinte Tenko percebeu uma aglomeração de gente pouco usual na praça

central da cidade. Havia uma forca instalada, e um arauto lia um documento.

Algo sobre "arruaceiros insolentes que profanaram a sala do tesouro de um

mui nobre castelão". Atrás dele havia pouco mais de uma dúzia de soldados,

que carregavam no escudo o brasão da família Renard. Acorrentado junto a eles

estava Shi no Toge.Nunca os monstros dos arredores de Morroc haviam encontrado adversário que

lutasse com tamanha fúria. A Stiletto de Tenko vibrava incansavelmente, e suas

roupas estavam manchadas de sangue e lágrimas. Ela era a culpada. E não poderia

fazer nada para mudar isso. Ela havia começado uma cadeia de acontecimentos que

ela nunca poderia ter previsto. E agora ela remoía amargamente sua culpa, sua

impotência e sua raiva.

 

Passou o dia inteiro aniquilando ferozmente monstro após monstro. Não saqueava

os corpos, não limpava o sangue da adaga. Quando por fim não conseguiu mais

ficar de pé e se jogou na areia. Estava exausta. As lágrimas haviam secado. Ela

só então percebeu todos seus ferimentos. Mas a dor física naquele dia era

insignificante. Longo tempo ela passou sentada na areia, mastigando lentamente

sua culpa.

 

 

Prometeu a si mesma que se tornaria forte o bastante para enfrentar uma

situação como aquela no futuro. Até este dia, Tenko Kitsune não voltaria a

Morroc. 

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nossa, cereal, acho que você realmente se arrependeria de dizer, isso, mesmo que não seja fatiado em mil pedaços, vai acabar envenenado, com uma faca de arremesso em alguma parte do seu corpo, ou apenas espancado: se tem uma coisa com a qual não devemos brincar são mulheres furiosas, principalmente quando são orgulhosas como a tenko, ou assasinas ou algozes, isso com certeza é uma combinação bem explosiva... aceite o meu conselho e procure se esconder cereal, acho que não vai querer ver a tenko irritada... boa sorte intaum(vai precisar) quanto a não ser alvo, bem, acho que não temos oque fazer mesmo[/heh]

flow! 

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