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Gostar de rock começa a pesar na avaliação profissional


Latania~

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Fonte: http://blogs.estadao.com.br/combate_rock/gostar-de-rock-comeca-a-pesar-na-avaliacao-profissional/

Gostar de rock começa a pesar na avaliação profissionalMarcelo Moreira

Por mais preconceituoso que seja, não dá para fugir: a forma como a

pessoa fala, se veste, age, trabalha, dirige e muitas coisas mais dizem

muito sobre o indivíduo. Dá para julgar cada um por esse tipo de coisa?

Cada um avalie da forma como achar melhor.

Da mesma forma, os hábitos culturais – os livros que lê, a música que

ouve, os eventos frequenta – também dizem bastante sobre as pessoas.

Existe a chance de se errar por completo, mas faz parte do jogo.

Dois fatos importantes, apesar de corriqueiros, mostram que os

apreciadores de rock podem ter esperança de dias melhores, apesar dos

casos recorrentes de preconceito explícito e perseguição por conta do

gosto pessoal em pleno século XXI – algumas dessas excrescências têm

sido narradas aqui em textos no Combate Rock.

No começo de agosto um gerente de uma grande multinacional instalada

no ABC (Grande São Paulo) penava para contratar um estagiário para a

área de contabilidade e administração. Analisou diversos currículos e

entrevistou 24 jovens ainda na faculdade ou egressos de cursos técnicos.

Conversou com todo o tipo de gente, do mais certinho ao mais

despojado, do mais conservador à mais desinibida e modernosa.

Preconceitos à parte, procurou focar apenas a questão técnica e os

conhecimentos exigidos.

 

Alguns candidatos até possuíam a maioria dos requisitos exigidos, mas

acabaram desclassificados em um quesito fundamental para o gerente:

informação geral, que inclui hábitos culturais.

O escolhido foi um rapaz de 20 anos, o penúltimo a ser escolhido. Bem

vestido, mas de forma casual, usando rabo de cavalo, mostrou segurança e

certa descontração, além de bom vocabulário e de se expressar de forma

razoável, bem acima da média.

Durante as perguntas, o gestor observou que o garoto segurava um

livro e carregava um iPod. O livro era a biografia de Eric Clapton. Após

a quinta pergunta, direcionou a conversa para conhecimentos gerais e

percebeu que o rapaz lia jornais e se interessava pelo noticiário.

“Você gosta de rock?”, perguntou o gerente. “Sim, e de jazz também”,

respondeu o garoto. O entrevistador não se conteve e indagou se o rapaz

se importava de mostrar o que o iPod continha. E viu um gosto eclético

dentro do próprio rock: havia muita coisa de Black Sabbath, Deep Purple,

AC/DC, mas também de Miles Davis e big bands.

“Não aprecio rock, não suporto o que minhas filhas ouvem, mesmo seja

Rolling Stones, meu negócio é Mozart, Bach e música erudita. Mas uma

coisa eu aprendi nas empresas em que passei e nos processos seletivos

que coordenei: quem gosta de rock geralmente é um profissional mais

antenado, que costuma ler mais do que a média porque se interessa pelos

artistas do estilo. Geralmente são mais bem informados sobre o que

acontece no mundo e respondem bem no trabalho quando são contratados.

Nunca me arrependi ao levar em consideração também esse critério”, diz o

gerente.

[/url]

O resultado é que o garoto foi contratado após 15 minutos de

conversa, enquanto cada entrevista com os outros candidatos durava 40

minutos. “Não tive dúvida alguma ao contratá-lo. E o mais interessante

disso: percebo que essa é uma tendência em parte do mercado há pelo

menos três anos, pois converso muito com amigos de outras empresas e

esse tipo de critério está bastante disseminado. Quem gosta de rock é ao

menos diferenciado”, finalizou o gestor.

Já em uma escola particular da zona oeste de São Paulo, do tipo mais

alternativo e liberal, o trabalho de conclusão do ensino médio era uma

espécie de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) das faculdades. A

diferença é que, para não ter essa carga de responsabilidade, foi criado

uma espécie de concurso para premiar algumas categorias de trabalhos –

profundidade do tema, ousadia, importância social e mais alguns

critérios.

O vencedor geral foi o de uma menina esperta de 17 anos, filha de um

jornalista pouco chegado ao rock, mas com bom gosto para ouvir jazz e

blues. O trabalho tentava traduzir para a garotada a importância dos

Beatles para a música popular do século XX.

Para isso realizou uma ampla pesquisa sobre as origens do blues, do

jazz, da country music norte-americana e traçou um panorama completo da

evolução do rock desde os primórdios até os megashows de Rush, AC/DC, U2

e Metallica. Seu trabalho contou ainda com a defesa de uma tese em

frente a uma banca de professores.

O resultado é que, além do prêmio principal – placa de prata e uma

quantia em dinheiro em forma de vale para ser gasto em uma livraria –,

acabou sendo agraciada com a proposta de transformar seu trabalho em um

pequeno livro, bancado pela escola. Detalhe: a reivindicação partiu dos

colegas da menina, que ficaram fascinados com a história do rock –

poucos deles eram íntimos do gênero, pelo que o pai da menina me contou.

Seria um flagrante exagero afirmar que gostar de rock facilita a

obtenção de emprego ou estágio – ou que quem gosta de rock é muito

melhor aluno do que os outros nas escolas. Mas o simples fato de haver

reconhecimento de que apreciar rock frequentemente leva a uma situação

diferenciada já é um alento diante dos seguidos casos de intolerância e

preconceito.

Gostar de rock não torna ninguém melhor ou pior, mais ou menos

competente, mais ou menos inteligente. Mas os casos acima mostram que o

roqueiro pode se beneficiar de situações em que é possível se mostrar

diferenciado, mostrando uma cultura geral acima da média e mais

versatilidade no campo profissional. E o que é melhor, isso começa a ser

reconhecido por um parte do mercado.

Bom gosto não se discute: adquire-se.

Achei os cases interessantes. Enjoy!!
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Acho muito sem sentido agrupar pessoas por classificações quaisquer e traçar um comportamento geral e característico. Acredito muito mais que cada um possua profundidade psicológica, cognitiva e emocional, independentemente dessas variáveis superficiais. Além do mais, hoje em dia é muito fácil alguém chegar e dizer "eu gosto de Rock ou de uma banda", sendo que não se dá o mínimo trabalho de pesquisar as origens, a evolução histórica, a influência, as subdivisões,etc, ou que sequer escuta mais do que uma música por banda.Não desvalorizo quem deixe de explorar as possibilidades do próprio gosto, mas essa é a prova de que não há qualquer uniformidade de ação ou de pensamento para pagodeiros, emos, funkeiros, roqueiros, whatever. Acho que cada um responde bem por si e que é uma babaquice acreditar em um "diferencial" determinista, mesmo que unicamente de cultura geral. Aí cabe uma ressalva no caso de o conceito de "roqueiro" ser restrito aos que se mostram interessados em conhecer os pormenores do que admiram.Desculpem-me se a minha interpretação foi falha.

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Haha, eu achei os casos mostrados interessantes porque normalmente, você vê coisas relacionando rock a aspectos negativos, como roqueiros adoradores do demônio e coisas do tipo. Mas na notícia mostra pessoas que conseguiram se diferenciar por conta de seu gosto musical.

Obviamente, se você for aplicar algum rigor científico, fica difícil comprovar que um grupo de pessoas que possui algum gosto comum, possa ter um tipo de comportamento ou atitude que possa ser generalizada a todo grupo. Mas muitas áreas fazem bom uso da probabilidade, o gerente citado na notícia mesmo, diz não se arrepender de utilizar, além de outros critérios, também o gosto musical dos candidatos que ele avalia.Na verdade, fico feliz que a notícia que postei possa ter gerado alguma discussão inteligente, apenas postei sem grandes pretensões para o pessoal ver. =P

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Se for ser grosseiro com as estatísticas, eu conheço uma variedade de exemplos que são justamente o contrário: são alienadas. Rock virou sinônimo de "status" na atualidade, de modo que muitos dos que eu conheço acreditam piamente que estejam em um patamar superior ao dos demais gêneros. Isso só me lembra do vídeo que o PCsiqueira fez sobre o Avenged Sevenfold e que gerou um alvoroço e uma revolta tremendos!Se quiser, dá uma olhada:http://www.youtube.com/watch?v=GvwwatSz-_U&feature=channel_video_title

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Começo a pensar que estou demasiadamente alienado... Rock sinônimo de status? Só na cabeça dos caras mais tr00 from h3ll, né? Outro dia mesmo perguntaram se eu me considerava nerd, e quando respondi que era raozoavelmente nerd, ainda que eu seja burro demais pra ser nerd, retrucaram que hoje em dia ser nerd é modinha, hahahaha...De qualquer forma, se você pegar os grupos mais extremos, com certeza serão alienados. Sou super pé atrás pra conversar com outras pessoas sobre assuntos que eu gosto, pois a probabilidade do negócio deixar de ser saudável em caso de discordância é bastante grande. Por exemplo, odeio conversar de Ragnarök Online com outras pessoas, outro dia mesmo estava num arranca-rabo com um colega de trabalho que levanta a bandeira dos WoE players, hahaha... bem me desvirtuei do assunto.Vi os dois primeiros minutos do vídeo e rachei de rir, não consigo gostar de Avenged Seven Fold também, hahaha...EDIT: terminei de ver o vídeo e achei genial, hahahaha... o pagode é mais rock do que o próprio rock, ahahaha... nos termos como o cara defendeu, é um fatão. Gostei. :D

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 Não sei. Não concordo muito com isso, de avaliar uma pessoa pelo o que ela gosta. Conheço pessoas que adoram funk/eletrônica, mas que sabem explicar o porquê, e definitivamente são mais inteligentes que a maioria. Não é justo que algo tão pessoal influencie numa contratação, até porque não existe uma "hierarquia musical", nenhuma música desmerece outra.

E fora que...UDAHAUSHDSAUHDASU eu curto j-pop. Serei merecedora? Aí o cara pede pra mostrar alguma coisa, e no vídeo só aparecem os carinhas perna-fina dançando tuntz-tuntz... D:

/Aliás, na minha opinião, o cara levou um livro pra entrevista justamente para que alguém perguntasse. Truque manjado, btw.

 

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É realmente estranho e muito errado categorizar as pessoas por seus gostos musicais ou apenas por simplesmente olha-la, adivinhar sua forma de pensar. O mundo ainda é muito preconceituoso em relação à muitos assuntos existentes [/verg]Eu infelizmente tive a oportunidade de reconhecer como as pessoas são preconceituosas numa entrevista de emprego. Colocaram-nos numa sala lotada de pessoas e todos estavam altamente emperequitados para participar. Sómente uma pessoa naquela sala estava com um visual casual e tranquilo em relação à proposta."Para que ficar nervoso? Eu não serei interrogado pelo governo americano! É só uma leve proposta de estagio, darei meu melhor"Pude perceber que todos estavam agitando as pernas, em sinal de nervosismos, tiques e afins eram evidentes em quase todos. Fui mal olhado por gostar de Rock, Eletrônica e Jazz, mesmo assim, mesmo com todos contra minha pessoa, na hora de elaborar os projetos que eram parte da entrevista, eu fui o único a opinar, a perguntar, a criar uma situação do zero. Só não fui chamado por causa de meus gostos e por ter comido aquele Pão-de-Queijo de Soja (BLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRGH! MAH LAZORS! D:).Max Gehringer sempre foi útil para desestressar e saber lidar com diversas situações [/s] Ouçam ele na CBN o/@TopicTensoCreio que esse pai do conto, que tem filhas cuja música ouvida ele não gosta.... Só pode ser Restart a música que elas devem ouvir [/heh]

De volta. Provisoriamente.[sIGPIC][/sIGPIC]

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Acho esse artigo meio equivocado, gostar de rock não torna a pessoa antenada, culta, faz com que ela leia acima da média ou a deixa informada, essas características são todas particulares. Assim como pode haver um rapaz desse no artigo pode haver um outro que também curte rock, não lê uma notícia sequer e ainda tem dificuldade de se relacionar socialmente.

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Acho esse artigo meio equivocado, gostar de rock não torna a pessoa antenada, culta, faz com que ela leia acima da média ou a deixa informada, essas características são todas particulares. Assim como pode haver um rapaz desse no artigo pode haver um outro que também curte rock, não lê uma notícia sequer e ainda tem dificuldade de se relacionar socialmente.

Concordo plenamente. É relativo isso, depende muito da criação que os pais deram a pessoa, e que tipo de hábitos ela desenvolveu.

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Essa é a pergunta que eu sempre faço.Contratar um sujeito cheio de tatuagem, piercing e que gosta de rock mas realmente tem conhecimento do assunto ou contratar um cara engravatado que tem dificuldades do mesmo ?Minha singela opnião sobre esse assunto.Não contratar um sujeito que gosta de rock mas tem conhecimento sobre o assunto é puro PRECONCEITO

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Só dando um double.

Cliquei no link e fui ver os comentários das pessoas, e olha o que o Maurício postou.

Não adianta fechar os olhos, o rock é ainda, em grande parte, música da

classe média.Claro que estou generalizando, sei que também tem muitas

pessoas(inteligentes), que gostam de rock e são da periferia e até

conheço algumas.

 

O preconceito sempre irá existir, enquanto nosso país não der educação

para seu povo e não abrir suas mentes, levantando sua auto-estima.

 

Nunca sofri preconceito diretamente, principalmente na adolescência, foi

no colégio que conheci o rock e na época quase todos usavam camiseta de

banda e eram cabeludos.Já na vida adulta, tinha que “garimpar” para

descubrir alguém que gostasse desse gênero, praticamente, não havia

conversa sobre rock, fiquei um bom período sem trocar sequer uma palavra

sobre rock.Curtia sozinho.

 

Hoje, qualquer happy hour depois do trabalho é sempre regado a samba,

mpb ou pop rock, infelizmente acabo indo para fazer aquela velha

política finjo não escutar a música.

 

A grande maioria das pessoas, usam a música como um produto descartável,

são modistas(chicleteiros, pagodeiros, cowboys…) que ficam pulando de

galho em galho.

 

Não há como negar que o rock é sim, música de pessoas mais informadas, inteligentes, cultas e que aproveitam boas oportunidades.

 

Mas dúvido que o rock entre tão facilmente as casas da maioria das

pessoas, isso levaria séculos em nosso país.Não é tão fácil assim

adquirir esse gosto.

 

Quem gosta de rock, não omite, fala sem nenhum medo que gosta, são pessoas fortes e de personalidade.

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Depende,  a musica revela um pouco da pessoa, se você compara o desempenho de uma avaliação profissional

de um cara que escuta funk e axé com a de um cara que escuta Ludwig van e outros, da para ter uma noção de que

a pessoa que escuta Beethoven (Ludwig van) vai se sair melhor

 

 

Isso pra mim já é preconceito.

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