Ir para conteúdo

Jp Kakashi ^^ - Sin

Members
  • Total de itens

    112
  • Registro em

  • Última visita

Conquistas de Jp Kakashi ^^ - Sin

Newbie

Newbie (1/14)

0

Reputação

  1. Apêndices comentários finais e agradecimentos Bom galera, primeiro eu queria agradecer a todos que já leram essa história, agradeço muito mesmo, é bastante importante parra um autor que alguém leia o que escreveu *risos*^^’’’’’’Primeiro queria pedir desculpas pela má formatação do texto, mas eu tentei de todas as formas deixar melhor, mas esse fórum não gosta de mim. Aparecia de um jeito quando eu previa o post mas quando eu posto sempre aparece assim, então mil desculpas. -------------------------------------------------------------------- Alguns comentários: * Alguns nomes não são de minha autoria como: - Yuuko: Personagem de xxxHolic de autoria do estúdio CLAMP - Arashi: Personagem de “X”, “Tokyo Babylon” e “Tsubasa Reservoir Chronicle” todos de autoria do Estúdio CLAMP. - Fausto: Nome de um personagem real do mundo de Ragnarok, o nome verdadeiro é “Fausto VIII” mas aki adaptado para Fausto. * *Frases usadas que não são de minha autoria: -“ Vivi a minha vida inteira rodeada de homens. Naquela noite conheci a delicadeza de uma mulher.” – A frase não está com a tradução literal, mas ela é original do livro “O caçador de Pipas” ----------------------------------------------------------------------------- Acho que é só. Agradeço novamente a todos que leram e peço desculpas pelos erros de Português (revisei três vezes, mas ainda deve ter sobrado algum(ns) eles sempre sobram . . .*choro*)E peço que vocês comentem o que acharam, o que está bom, o que poderia estar melhor, coisas assim. Porque como esta história é em post único é bem provável que caia bem rapidinho. Uns Ups de vez em quando não fazem mal a ninguém ^^ Obrigado e paz pra todos! João Paulo (Leizt Chrønøsu)
  2. Vestes NegrasAs Crônicas de Leizt Chronosu Eu sei que começar um relato pelo próprio nome não é sinal de habilidade literária, mas como a mesma me falta, meu nome é Leizt Chronosu. Ninguém nunca me disse ao certo significado desse nome, mas uma vidente lendo minha mão uma vez, me disse que tem algo haver com o tempo e com flecha. Sempre achei isso estranho, mas pensando bem, faria sentido se meu nome quisesse dizer “Na Velocidade da Flecha”, até porque tudo que aconteceu na minha vida foi sempre mais rápido do que deveria ser. As pessoas aqui em Rune-Midgard costumam dizer que para um homem se ver completo, ele deve escrever um livro no final da sua vida, para que suas experiências possam ser saboreadas pelas gerações que seguirem. É somente por isso que na prematura idade de dezesseis anos e em um local nada confortável ou ao menos bonito, eu escrevo estas crônicas, na vã esperança que alguém consiga encontra-lo aqui e aprender algo com a minha história. Na verdade, não posso omitir a outra razão, e talvez a mais importante para eu escrever estas crônicas. Precisava desabafar. Não importa com quem, não importa onde. E foi essa a saída que encontrei. Aqui. Com medo. Com muito medo, eu escrevo para aliviar as angustias do meu coração e estar preparado para a batalha da minha vida. Agora que estão explicados os motivos e os desejos ocultos nestas linhas, posso enfim começar a narrativa, que eu não vejo ponto de partida melhor do que o meu nascimento. UM Nunca pensei que seria tão estranho refletir sobre meu nascimento, mas como para escrever preciso antes ver todos os acontecimentos com o olho da mente, reflito inconscientemente o acontecido e novos fatos tornam-se claros. A chuva estava intensa naquela noite de inverno em que vim ao mundo. Os tempos eram de guerra por estas terras e batalhas sangrentas eram travadas dia, após dia. Nesse cenário, minha mãe, uma arquimaga especialmente forte teve que fugir para as montanhas, afim de me dar uma vida tranqüila e repleta de sonhos. Mas como se sabe, o destino não é bom para os que buscam felicidade. Minha mãe morreu logo após me dar a luz. Uma jovem linda e maravilhosa, eu a imagino, com lindas tranças de cabelo preto descendo por suas costas até atingir a altura de sua cintura. Mas após uma escalada intensa e um parto absolutamente solitário e especialmente difícil, uma jovem coberta de sangue e com a pele pálida é que estava atirada no chão frio de uma cabana abandonada nas montanhas. Com um bebê preso em seus braços, milagrosamente vivo. Vivo. E foi assim que vim ao mundo. Tirando a vida da pessoa que mais me amou, sem ao menos me conhecer. Matando a pessoa que faz com que meus olhos se encham de lágrimas mesmo sem nunca ter visto seu rosto. Talvez alguns minutos tenham se passado, talvez horas, ninguém sabe, desde o momento em que minha mãe me deu a luz e me prendeu forte em seus braços que esfriavam até que Mestre Fausto me encontrou. Mestre Fausto me disse que eu não chorava, ele disse que eu estava em um silêncio fantasmagórico quando ele entrou na cabana para se proteger da tempestade que castigava as montanhas naquela noite, como que em luto pela minha mãe. Disse que foi difícil soltar os braços dela que envolviam meu corpo em um abraço morto e que assim que me pôs em seus braços sentiu a minha respiração e eu comecei a dormir, assustado e sem entender absolutamente nada do que acontecia ao meu redor. Dentro do pano que minha mãe havia me enrolado, estava um papel com apenas duas palavras escritas: Leizt Chronosu. DOIS O resto, como dizem, é história. Mestre Fausto era um sacerdote em serviço naquele dia. Estava nas montanhas investigando um demônio que estava matando pessoas naquela região, e que por relatos ele concluiu que tinha ido se esconder nas montanhas. Além disso, como eram tempos de guerra, os sacerdotes eram convocados com freqüência para o campo de batalha. Mestre Fausto estava prestando ajuda aos feridos daquela região e me confessou mais tarde, que seguiu o demônio apenas para descansar o corpo das batalhas, já que tinha certeza que não existia demônio nenhum naquela região, e na verdade, demônio nenhum precisaria matar humanos, já que os próprios humanos estavam tomando conta disso. Depois de me encontrar, Mestre Fausto tentou de várias maneiras reanimar minha mãe, mas sem sucesso algum. Ele enterrou minha mãe, fez orações dignas para que seu espírito pudesse encontrar a paz e então me levou para a catedral de Prontera, onde eu fui adotado como órfão. Eram tempos difíceis para absolutamente todos em Rune-Midgard. Graças à guerra sem sentido que assolava a terra, o comércio estava estagnado, os clãs estavam com os menores contingentes já registrados e as mortes em excesso só aumentavam a tristeza e a falta de recursos. Mesmo assim, Mestre Fausto insistiu veementemente para que eu fosse adotado pela igreja, que mal tinha recursos para sustentar os próprios integrantes. Ele ameaçou deixar a igreja caso eu não fosse adotado, e pelos registros que eu li escondido na catedral, ele estava falando a verdade. Frente a ameaça de Mestre Fausto a igreja não teve outra alternativa a não ser me aceitar e me colocar sob tutela daquele sacerdote abençoado. Minha infância seguiu pintada por tempos de guerra. Lembro de muitos sacerdotes que eu via sair da catedral e nunca mais voltar. Lembro que de tempos em tempos, Mestre Fausto ia com eles, e meu coração se espremia contra a grande janela da catedral, enquanto sua sombra ia desaparecendo no horizonte. Lembro de reuniões extraordinárias que eu ouvia por trás da porta, onde homens vestidos de maneiras diferentes gritavam e batiam na mesa. Lembro que a vida na catedral era solitária para mim. Todos os sacerdotes eram absolutamente perfeitos comigo e eu não poderia ser tratado de maneira melhor. Mas a falta de uma mãe e de um pai de verdade, faziam meu peito doer e lágrimas rolarem livres dos meus olhos enquanto a escuridão cobria Rune-Midgard. Quando completei sete anos, Mestre Fausto me chamou uma certa tarde e me contou sobre minha mãe e sobre meu pai. Após saber sobre a morte de minha mãe, fiquei sabendo que meu pai era um algoz poderoso e que morreu defendendo o sopé da montanha onde eu estava. Naquela noite eu Chorei. Chorei até minhas lágrimas secarem. Até os soluços doerem minha garganta arranhada. No dia seguinte eu não me sentia mais criança, sentia que de alguma coisa dentro de mim havia mudado. Eu não estava errado. Encontrei Mestre Fausto conversando com uma mulher que chorava muito. Esperei até ela ir embora devagar e com a cabeça baixa e o encarei nos olhos. - Pois não Leizt, está melhor? - Sim mestre, só tenho um pedido pra fazer para o senhor. - Claro Leizt, o que você quiser e estiver ao meu alcance eu farei, já disse isso. -E-Eu – era difícil falar, mas no final já estava decidido – Eu . . . quero . . . me tornar um sacerdote. TRÊS Mestre Fausto encarou meus olhos pretos com seus olhos verdes por muito tempo. Eu pude perceber toda a idade que aquele rosto branco e com cabelos loiros carregava. Vi cada linha de seu rosto se contorcer levemente e depois relaxar e repetir este processo por algumas vezes. - Muito bem, para tornar-se um sacerdote é necessário ingressar como noviço, mas você ainda não tem idade suficiente nem para um nem para outro. - Eu sei Mestre, mas eu vivi aqui minha vida inteira, sei muito mais do que qualquer noviço que tenha o dobro da minha idade. - Mesmo assim Leizt – E Mestre Fausto estava com uma seriedade que eu nunca tinha visto – Existe uma razão para só aceitarmos aprendizes com treze anos, sinto muito, mas não posso treiná-lo agora. Senti um desespero eminente, não era justo, simplesmente não era justo. Eu já tinha visto noviços bem mais novos começarem a treinar. As exceções não eram tão raras quanto à idade, eu tinha certeza. Mesmo assim, eu sabia que não poderia fazer nada contra aqueles decididos olhos verdes, e pela primeira vez eu desejei do fundo do meu coração que eu não estivesse vivendo como órfão, mas que tivesse uma ma~e e um pai de verdade. - O que eu posso fazer Leizt, é prometer que quando você estiver com idade suficiente eu não vou impedi-lo de ser o que quer que você queira ser. Assenti com a cabeça e rumei de volta para o meu quarto. Lá dentro, olhei devagar para as nuvens que passavam lentas no céu, e vi uma arquimaga e em seu ombro o braço de um algoz, ambos estavam sorrindo, abraçados e eu não consegui pensar em mais nada enquanto via aquele desenho impressionantemente real no céu. O desenho começou a se contorcer e a perder características. De repente a nuvem tinha tomado outro formato e enquanto ela mudava, minha mente mudava também. Eu queria ser um sacerdote para poder ajudar as pessoas. Queria que ninguém mais tivesse que passar pelo que eu passei. Queria que nenhum pai precisasse morrer e que nenhum filho precisasse crescer sem pais. Era por isso que queria me tornar um sacerdote. Não importava que Mestre Fausto estivesse me proibido de me tornar um noviço, eu poderia aprender sozinho e quando chegasse à idade eu poderia ser treinado corretamente e me tornar poderoso. Mais que isso, eu poderia treinar técnicas de outras classes enquanto isso. Sabia que tinha capacidade, eu já havia percebido há muito tempo que eu era mais inteligente do que a maioria das pessoas, e jurava que já tinha visto fagulhas saírem da minha mão enquanto brincava de mago. A maioria das crianças da minha idade ia para a escola ou brincava com os amigos durante todo dia. Eu não tinha nenhum nem outro. Mestre Fausto me ensinou a ler e a escrever e eu dominava ambos com maestria, mas como ele mesmo tinha me dito, não era necessário eu saber mais que aquilo, e as escolas só ensinavam assuntos relacionados as classes que o aprendiz gostaria de se tornar. No dia seguinte, sai bem cedo da catedral. Todos os sacerdotes estavam em campos de batalha, só uma fraca segurança circulava pela catedral. E como eu conhecia cada buraco na parede, cada saída alternativa da catedral, não foi difícil sair e deixar meu quarto trancado pelo lado de dentro. Rumei por uma Prontera escura e com poucos mercadores vendendo mercadorias com preços inflacionados e com aparências tristes, a guerra consumia absolutamente tudo. Paguei o transporte para Juno com o dinheiro que Mestre Fausto me dava para brinquedos e alguma guloseima extra. Chegando em Juno, encontrei a cidade absurdamente lotada e muitos feridos deitados no chão, enquanto sacerdotes que eu nunca tinha visto corriam de um lado para o outro curando cuidando dos feridos. De repente, um sacerdote alto de cabelos negros profundos que cobriam sua testa e parte de seus olhos, veio em minha direção: - Rapaz, você é um noviço? - Argh..-olhei para as minhas roupas e elas realmente pareciam as de um noviço. - S-Sim, mas acabei de me tornar um, ainda não domi.. - Não tem problema só preciso de uma pequena ajuda, por favor, me acompanhe. Com o corpo tremendo segui rápido o sacerdote de cabelos negros que me guiava pela cidade agitada. - Aqui – o sacerdote apontou para uma arquimaga que estava deitada olhando para o céu, seus olhos estavam revirados e vermelhos. - Ela está possuída – o sacerdote disse o que eu já sabia – tentei todas as orações possíveis, mas não surtiu efeito, talvez se rezássemos juntos . . . A arquimaga agitava seu corpo de tempos em tempos, e seu estado só piorava. Ao vê-la deitada ali, minha mente clareou e o nervosismo passou. Eu não só conhecia orações como era perito nelas. Li livros intermináveis sobre elas na catedral, livros que eu tenho certeza, aquele sacerdote jamais conhecia. - Você sabe usar água benta? – Eu perguntei com a voz séria - Sim – respondeu o sacerdote um tanto assustado. - Então use em mim, e por favor, me abençoe também. - Ma seu já tentei todas as orações possíveis. - Então o senhor não vai se preocupar em me deixar tentar mais uma. Orações em uníssonos não são muito eficientes contra demônios possuídores. - Tudo bem rapaz, espero sinceramente que funcione... O sacerdote se afastou um pouco de mim e fechou os olhos, tirou um frasquinho brilhante de um dos muitos bolsos de sua túnica. - Aspersio! A água benta que o sacerdote jogou caiu como em câmera lenta sobre os meus ombros e eu senti um calor em minhas mãos. O sacerdote abriu os olhos, afastou as pernas e pos a sua mão sobre mim. - Benção! Olhou para mim, sorriu: - Boa sorte. Levantei a mão abençoada sobre a arquimaga que se revirava com mais violência no chão. Fechei os olhos e lembrei da nuvem que tinha visto no céu. Minha mãe sorria para mim e enchia meu coração de alegria. Comecei a oração em uma língua perdida de Rune-midgard. Os povos passados eram muito melhores com exorcismos do que os contemporâneos jamais sonhariam ser: -Sora wa, miagueru ashita wo, sugidata ye deviru. A arquimaga abriu voltou os olhos a posição normal e o vermelho de antes se tornara um azul vivo e vibrante. Sua respiração estava forçada e sua expressão estava assustadíssima. - Meu rapaz! – o sacerdote vibrante se abaixou para curar a arquimaga e axulia-la. - bendito seja você!!! Onde foi que aprendeu isso?? Mas quando o sacerdote virou-se para me encarar eu já havia sumido no meio da multidão. A excitação tomava conta de mim. Meu corpo tremia de alto a baixo. Meu coração se inflamou com um indescritível desejo, uma força que esquentava meu peito que gritava absolutamente pela vontade de estar trabalhando da mesma forma como aqueles sacerdotes estavam. Nunca estivera tão decidido, e agora estava decidido a mais, me tornaria um hibrido. Alguém que carrega os poderes de mais de uma classe e eu queria ser muito poderoso para poder ajudar outras pessoas, não só auxiliando-as diretamente, mas também eliminando as criaturas maléficas de Rune-Midgard. Meu coração estava livre da armadilha do poder, da armadilha da ambição, porque eu não tinha desejos para mim, só tinha desejos para os outros, só pensava em ajudar os futuros órfãos e salvar os futuros mortos. Então fui terminar o que fui fazer em Juno. Entrei na biblioteca absolutamente vazia, todos estavam ajudando os feridos de combate. Roubei a maior quantidade de livros sobre Magos e Mercenários que eu conseguiria carregar, na verdade lembro de ter pegado tantos que tive que abandonar alguns no caminho. Antes de o sol cair no horizonte eu já estava dentro do meu quarto e os livros estavam muito bem guardados, mas meu corpo ainda estremecia de excitação. Quatro Os anos que se passaram até eu ter idade suficiente para começar o treinamento oficial foram bastante difíceis para mim. Com todos aqueles livros que eu tinha roubado da biblioteca de Juno, eu poderia passar anos só lendo e não entender tudo o que estava escrito. A solução que encontrei foi ler a teoria principal do explicado e depois praticar. Começar a sair mais da catedral para treinar não foi difícil. Mestre Fausto sempre saia para auxiliar na guerra sem fim que continuava a destruir Rune-Midgard, e quando ele estava fora, eu só falava para o encarregado da portaria que ia sair para brincar e pronto. Conforme os anos de guerra avançavam, Prontera não era nem mais a sombra do que já havia sido. Não havia mais vendedores nas ruas. Nenhum deles. A maioria dos edifícios da cidade estava vazio e as ruas eram habitadas por rugidos de vento e poeira. O fato de não travarem mais combate algum na capital de Prontera foi uma ajuda enorme no meu treinamento clandestino, porque eu poderia sair da Catedral sem causar suspeitas ou preocupações a ninguém. Alem disso encontrei uma casa abandonada em uma localidade relativamente remota da cidade, onde eu poderia treinar o quanto quisesse, sem interferências. A casa era muito simples, toda feita de madeira. O telhado tinha a forma perfeita de um triângulo escondendo um sótão empoeirado. As paredes internas haviam caído e após abrir a porta, esbarrava-se imediatamente com um salão espaçoso. Nos incontáveis dias que eu passei dentro daquela casa abandonada, lembro de ter aprendido magias e a treinar a resistência do meu corpo. Improvisava inimigos de madeira e acertava-lhes com o punho desprotegido. Os ferimentos que eu eventualmente adquiria eram curados pela minha habilidade de cura cada vez melhor. A maior dificuldade foi sem duvida aprender as habilidades de mercenário. Correr era difícil dentro do meu espaço limitado e envenenar era realmente muito difícil. Além disso, eu não tinha inimigos móveis para derrotar, o que com certeza prejudicou meus treinamentos. Mas não desisti, não vou mentir, pensei em desistir várias vezes, mas toda vez que gritava de dor por ter um pedaço de madeira enfiado em minhas mãos, lembrava do pai que eu nunca conheci, do algoz que amou minha mãe. Se aprender as habilidades e adquirir a agilidade de um Algoz foi difícil, por outro lado, aprender as habilidades de mago foi fácil, imensamente fácil e eu não entendo isso até hoje. A principio eu pensei que minha especialidade fosse fogo, já que as magias que eu dominei com mais facilidade foram lanças de fogo e barreira de fogo. Mas eu havia me enganado e percebi que minha verdadeira perícia era gelo. Como eu era bom com aquelas lanças! Após algumas semanas de treino eu já conseguia congelar praticamente tudo dentro da casa. Até mesmo o telhado eu consegui tingir de um branco-transparente. Confesso que dominar a barreira de gelo foi bastante difícil, ainda mais depois de ler em um livro que a força de uma barreira de gelo é medida pela sua espessura, quanto mais fina a barreira de gelo, mais densa a concentração do elemento e melhor a defesa. No começo a espessura da minha barreira de gelo era do tamanho do meu corpo, mas com um tempo de treino, consegui reduzi-la pela metade e continuei a progredir. O resto dos anos passou dessa forma. Lembro de uma noite depois de um dia de treino especialmente duro. Eu estava voltando da cidade com alguns livros do treinamento para estudar durante a noite. Já tinha entrado na catedral e rumava para o meu quarto quando um sacerdote com cabelos loiros e olhos verdes apareceu de repente na minha frente. - M-mestre Fausto! . . . pensei que o senhor estava fora da cida . . . - Eu estava, mas acabei de retornar. Que livros são esses na sua mão? A pergunta foi tão brusca que não consegui disfarçar o susto e meus olhos abriram mais alguns milímetros. Detalhe grande suficiente para Mestre Fausto perceber - Ergh . . . são só livros, que eu peguei na biblioteca da cated. . . - Então, deixe-me vê-los. – Mestre Fausto estendeu a mão. Relutante, entreguei um livro em suas mãos, mas eu já tinha me precavido. Conhecia Mestre Fausto bem o suficiente e mesmo que ele respeitasse a privacidade de meu quarto, tinha certeza que me perguntaria se me visse andando com esses livros. Sabia também que ele era um homem absolutamente metódico no que fazia e que se fosse ler algum livro começaria pela primeira página e não o abriria aleatoriamente. Sendo assim, eu modifiquei a capa de todos os livros, colocando algum titulo de romance mal-feito, e na primeira página escrevi com letras caprichadas o inicio de um romance que seria um total desastre. Mestre Fausto olhou atentamente a capa de um dos livros e o abriu. Como eu imaginei, ele leu a primeira página quase totalmente. Depois de um tempo fitou aqueles poderosos olhos verdes em mim e fez uma coisa que parou meu coração, abriu o livro aleatoriamente . . . - Fausto! Fausto! Pelo amor de Odin! Ainda bem encontrei você! Mestre Fausto fechou o livro sem ver o conteúdo proibido que estava em suas mãos e olhou rápido para o sacerdote que corria ofegante. - O que foi? - Rápido Fausto! Atacaram Izlude novamente, civis estão escondidos naqueles túneis! Mestre Fausto me devolveu o livro e desapareceu no corredor escuro de pedra que levava para fora da Catedral. Meu coração voltou a bater de repente e eu corri para o meu quarto . . . Quando, enfim completei meus treze anos, idade necessária para começar o treinamento como noviço, já dominava a maioria das habilidades de algoz e arquimago, mas ainda faltavam as de sacerdote. No meu aniversário tudo ocorreu muito simples, Mestre Fausto veio até mim, me deu os parabéns e disse que seu presente era meu treinamento, ele mesmo ministraria as aulas eu começaria na manhã seguinte. Cinco Realmente não é necessário entrar em detalhes do meu treinamento como noviço. Basta saber que quem me treinou foi Mestre Fausto e que ele era o sacerdote mais poderoso de toda a catedral de Prontera. Sabendo disso, basta adicionar o fato que Mestre Fausto queria que eu desistisse da idéia de me tornar sacerdote. Desculpem-me o senso de humor, e o uso de uma palavra não tão bonita, mas meu treinamento foi um verdadeiro inferno. O lado positivo é que eu aprendi muito rápido todas as habilidades de sacerdote e sumo-sacerdote. Quando completei quinze anos, Mestre Fausto finalmente desistiu de me fazer mudar de idéia e começou a me ensinar técnicas muito mais avançadas e antigas. Eu tinha certeza de que ele era o único que conhecia aquelas técnicas, e não vou escreve-las aqui para não despertar vontade naquele que ler estas crônicas, estas são perigosas e tem um preço alto para serem usadas. Mas só para ilustrar eu poderia usar Impositu Manus e ele durar dias, assim como qualquer outra magia que abençoasse alguém. De qualquer forma, havia uma técnica que eu não conseguia aprender, e até hoje não consigo utilizar. Fico frustrado ao escrever isso, mas eu simplesmente não consigo usar a técnica máxima de qualquer sacerdote, Magnus Exorcimus. Treinei como nunca pra dominar a técnica, mas a gema azul não se quebra por mais que eu tente. Mestre Fausto diz que eu tenho medo de morrer e por isso não posso usar uma técnica que mata os mortos. Ele disse para eu não me preocupar porque eu não seria o único sacerdote que não pode usar Magnus Exorcimus. Mesmo assim eu tentei e tentei muito, mas em vão. No final apenas me conformei e disse a mim mesmo que eu sabia usar muitas outras técnicas que os sacerdotes não podiam usar. Seis Mestre Fausto nunca soube que eu era um hibrido. Na verdade ninguém nunca soube que eu era um hibrido, para todos eu era apenas um talentoso sacerdote. No dia em que me formei e ia receber minhas roupas de sacerdote, uma noticia arrebateu Rune-Midgard, a guerra havia acabado. Mas antes que qualquer um pudesse começar a festejar, uma noticia pior que a guerra também chegou a nossos ouvidos. Uma Valquíria do reino de Odin havia descido para a terra e agora declarava guerra ao reino de Rune-Midgard, convocando o confronto em Glast Helm. A noticia chegou exatamente da mesma forma que eu escrevi, dura e rápida. Todos os guerreiros ainda em condições de lutar haviam sido convocados para invadir Glast Helm e destruir a Valquíria e seu exército de mortos vivos dali a um mês. Mais sangue seria derramado, e muito mais pessoas morreriam. Era hora de eu agir, todo meu treinamento tinha me preparado para esse dia. Eu não esperei para ganhar meu traje de sacerdote, na verdade nunca havia pensado em usá-lo. Peguei vestes que eu já havia feito há algum tempo para quando esse dia chegasse, cobri-me com uma capa, parecida com a que os arquimagos usam e sem dificuldade alguma fugi da catedral e rumei para o reino perdido de Glast Helm, onde lutaria para salvar Rune-Midgard que finalmente experimentava dias de paz, lutaria para impedir futuros órfãos e futuros mortos. Sete A viagem até Glast Helm foi tranqüila, mas não rápida. Eu imaginava que Mestre Fausto iria alertar todas as autoridades da minha fuga e não podia usar nenhum meio de transporte oficial de Rune-Midgard. A única solução foi viajar a pé, o que não foi um sacrifício tão grande graças as minhas habilidades hibridas. Resolvi passar por Geffen na minha viagem e encontrei uma cidade como nunca havia imaginado nem nos meus melhores sonhos. Todos estavam reunidos na praça da cidade onde uma música muito alta tomava conta do lugar. As pessoas dançavam abraçadas umas nas outras, festejando a guerra que havia acabado. - Ei, Jovem. Isso, você mesmo! – Um homem de meia idade, com uma caneca na mão veio andando em minha direção assim que entrei no seu campo de vista. - Ei você acabou de chegar não é? – Ele estava meio trôpego e passou o braço pelos meus ombros assim que me alcançou. Balancei a cabeça positivamente em resposta. - Opa. . . então eu tenho uma notícia maravilhosa para dar pra . . . você! ACABOU! A Guerra finalmente ACABOU!!! Ei Bill, sirva esse jovem, ele vai comemorar conosco também!! O homem me deu um abraço forte e saiu gritando para o centro da praça, onde a concentração de pessoas era mais intensa, andando em linhas esquisitas e com a caneca vazando na mão. - Ei, bem vindo rapaz, posso perguntar o que faz aqui? O rapaz que se chamava Bill vinha em minha direção, vestindo um avental e com uma caneca estendida em minha direção. Aceitei a caneca, tomei um gole da bebida e senti minha garganta arder. - cof. . . claro que . . . cof . . . sim. – Respondi tossindo por causa da bebida. Bill caiu na gargalhada e após de tossir eu não conseguir deixar de acompanha-lo. Quando paramos de rir ele me perguntou com um ar muito mais animado. - Primeira vez que bebe? Senti meu rosto ficar vermelho. - Ergh . . .S-Sim. – Não tinha feito muitas coisas além de treinar em minha vida e Bill pareceu ter percebido. - Uau, isso é difícil, esses jovens daqui começam a beber quando nascem. Sorri ainda acanhado. - Mas me diga . . . - Leizt, meu nome é Leizt. - Ah Leizt, belo nome. Me chamo Bill, mas acho que você já deve ter percebido. – Bill estendeu a mão direita em minha direção, apertamos as mãos. - Bom Leizt, o que você veio fazer nessa cidade? Deve ser feriado mundial hoje, não temos muitos lugares funcionando. - Ah, bom, na verdade eu estou só de passagem, estou indo para Glast Helm na verdade. O sorriso no rosto de Bill desapareceu. Ele segurou meu braço direito e me puxou para dentro de uma casa um tanto afastada da praça principal da cidade. Ao passar pela porta ele a trancou. - Leizt, você sabe o que está acontecendo? Me assustei com a pergunta, mas depois meu cérebro pareceu ter funcionado. Por que toda aquela gente estaria festejando se soubessem da ameaça da Valquíria? - Leizt, você sabe, não sabe? - Sim, eu sei. Mas pensei que todos estivessem sabendo. - Não, não é bem assim. A noticia sobre a Valquíria não foi espalhada para os civis. Apenas os guerreiros foram convocados e a catedral de Prontera pediu para que a notícia não fosse dada aos civis. - A catedral? Mas isso não é certo, ainda mais vocês que serão os primeiros alvos por estarem mais perto de Glast Helm. Como vocês vão se defender se não souberem da Valquíria. - Bom, Leizt. Todos os nossos guerreiros já foram para Glast Helm, então se eles perderem e a Valquíria sair de lá, não acho que iríamos poder nos proteger de qualquer forma. É melhor não criar pânico. Ele tinha razão. Mas ainda tinha algo de muito familiar naquela linha de pensamento. - Bem, obrigado Bill, tenho que ir, não posso me atrasar para a batalha. - Ah, não se preocupe com isso. As portas de Glast Helm estão trancadas por uma magia antiga, a magia dura enquanto a luz da lua estiver sobre ela. E no reino de Glast Helm não amanhece, você sabe, então precisamos esperar até que aconteça a . . . - Noite sem luar. – Completei. Conhecia a magia. - Exatamente – Bill parecia surpreso – De qualquer forma, a noite sem lua só acontece uma vez por mês, e isso vai ser daqui a duas noites, então você deveria aproveitar esta noite para descansar. Não me pareceu como se eu pudesse fazer qualquer coisa a respeito. Duvidava que conseguiria quebrar a magia imposta por aquela Valquíria. Achava isso impossível na verdade. Barreiras não são fáceis de ser quebradas, ainda mais essa que usava um poder externo pra se manter de pé. Era melhor eu esperar, mas não faria isso festejando, iria esperar no reino de Glast Helm. Agradeci a Bill por todas as informações e me despedi dele na porta da casa vazia. Ele acenou e sumiu na multidão. Eu saia que ele era alguém especial, mas não imaginava que ele era um lorde, como vim saber mais tarde. Ele estava tomando conta das pessoas da cidade. A pessoa que o convenceu de não contar a ninguém sobre a Valquíria foi Mestre Fausto que havia passado por ali antes de mim no caminho para Glast Helm. Quando soube disso, Bill se recusou a lutar e ficou para proteger as pessoas. Quando lembro agora, consigo reparar que seus punhos estavam sempre fechados quando nos falamos, como se ele precisasse dissipar a vontade de lutar.Mas eu ainda não sabia de nada disso, e por isso deixei Bill sumir no meio da multidão na praça, foi a ultima vez que o vi. Enquanto andava para a saída da cidade, minha mente estava viajando em lugares que eu nem conheço a entrada, pensando agora, acho que eu estava com muito medo de morrer, até porque derrotar uma Valquíria não era uma tarefa fácil e eu tinha certeza, era um feito nunca realizado por alguém sozinho. Foi ai que um vulto encapuzado esbarrou com força em mim e nós dois caímos no chão, me levantei de pressa, assustado. O dono da silhueta encapuzada também se levantou rápido, pediu desculpas com uma reverência e ia levantar a cabeça para me encarar. - Ela foi pra lá! Atrás dela! – ouvi guardas gritando a uma pequena distância. O dono do capuz me agarrou pelo braço e me puxou correndo pela cidade. - E-Ei! - Desculpe – A voz que saiu da figura na minha frente era doce e feminina. – Mas agora acho que você já está envolvido. Oito A moça me puxava para o meio da cidade ainda correndo. Olhei para trás e vi algumas figuras com capas correndo ao longe, vindo em nossa direção. Ela me segurou com mais força e mergulhou no meio da multidão que estava dançando na praça. A música alta e a quantidade de pessoas me deixaram meio tonto. Olhei para trás novamente e não vi mais nenhuma das sombras que nos perseguiam. A garota arrancou rápido, a capa que cobria seu corpo e continuou a entrar cada vez mais na multidão. As pessoas em volta de nós nos abraçavam e gritava coisas como “acabou!” ou “vamos voltar as nossas vidas!”. Quando chegamos bem perto da banda de bardos que tocava, não era possível andar direito tamanha a concentração de pessoas. Nessa hora a garota se virou para mim. A primeira coisa que eu pensei é que ela era linda, e eu não estava nem perto de errado. Ela tinha cabelos pretos muito longos e olhos negros profundos, exatamente como os meus. Seu rosto tinha traços belíssimos e seus olhos eram um tantinho esticados. Ela usava um vestido claro que cobria-lhe o corpo até o meio da canela. - Me desculpe, realmente me desculpe. - N-nã-não tem problema nenhum – Eu estava nervoso, não lembro de ter estado perto de uma mulher assim na minha vida, e eu estava sentindo algo estranho. Pela primeira vez em muitas horas esqueci de Glast Helm, ou do medo de morrer. - Meu nome é Anita – Ela estava muito perto de mim, por causa da quantidade de pessoas em volta de nós dois – muito prazer em conhecê-lo. - E-Eu sou L-Leizt – Odiei estar gaguejando tanto, mas simplesmente não conseguia controlar a voz. A música estava alta, mas eu não lembro uma nota do que estava tocando. Lembro só dos olhos de Anita me encarando e depois desviando-se em meio a multidão. - Eles não sabem o que eu estava vestindo por baixo da capa, não vão conseguir me identificar no meio de tanta gente. Mesmo dizendo isso Anita corria os olhos pela multidão. Foi quando ela avistou, não muito longe de onde estávamos um dos homens que a perseguiam. - Ei Leizt, é ele – disse ela apontando com a cabeça para um homem que andava esbarrando nas pessoas dançando, olhando para todos os lados. - E lá tem outro – Disse eu apontando também para um homem atrás dela. Ela me olhou fundo nos olhos, encostou sua cintura na minha. -D-Desculpe Leizt. Ela me beijou me beijou. Me beijou para se disfarçar no meio da multidão. Meu coração parou de bater eu tenho certeza. Por uma fração de segundo eu não sabia de mais nada. Tinha esquecido todas as magias que tinha . . . que magias mesmo? Só de lembrar já esqueço completamente do resto. Acho que o beijo era para durar pouco, só pra servir de distração. Mas depois de alguns segundos, ou horas não sei, senti a mão de Anita acariciando a minha nuca e fiz o mesmo. Girávamos dançando sem ouvir música nenhuma. Depois do que podem ter sido segundos ou horas, Anita se afastou de mim meio ofegante. - M-M-M-M-Me D-Descul-ul-ulpe. – Ela olhava para os próprios pés. - Não – levantei o seu rosto – Eu é que peço desculpas.- E tornei a beija-la. Em pouco tempo estávamos festejando com as pessoas. Dançando a musica encantadora dos bardos. Os homens que a procuravam devem ter calculado que ela havia fugido para outra cidade e haviam desaparecido. Estávamos só nós dois agora. Eu nunca poderia imaginar que estar com uma mulher pudesse ser tão bom. Passei a minha infância inteira sozinho, e agora poderia repartir meus sentimentos mais íntimos com alguém. A idéia era simplesmente fantástica, claro, até eu lembrar do que realmente precisava fazer. - Ei, vamos, estou cansada. Anita me segurou pela mão e saímos cortando a multidão que havia triplicado de tamanho. Todos continuavam a dançar, e mesmo que a noite já estivesse alta no céu, não pareciam se importar. - Então Leizt, você é mesmo um Bruxo? A julgar pelas suas roupas – Anita me perguntou com um sorriso enquanto sentava em um banco longe da multidão. Ainda podia ouvir os gritos e o barulho da música. - Ergh . . . sim – não gostava da idéia de mentir pra ela, mas não tinha razões pra contar a verdade – sim e estou indo para Glast .. . . . . – parei a frase no meio. - Ah, não se preocupe, eu sei sobre a Valquíria. Você vai lutar então, não é? - Sim . . . Você não para de me surpreender... Mas então, porque estava sendo perseguida por todos aqueles homens? - Você não poderia ficar sem perguntar isso não é? - Desculpe, se você não quiser responder não preci. . . - Não. Não é isso, é que . . . bom, é meio absurdo e eu tenho quase certeza que você não vai acreditar então . . . - Vou sim – Não sei porque disse aquilo – Vou acreditar em qualquer coisa que me disser. Anita me beijou. Me beijou como ainda não havia feito naquele dia, e eu ainda estava meio atordoado quando ela voltou a falar. - Eu não sei porque, mas também sei que você não mentiria pra mim, estranho, nunca senti isso por alguém. . . Me senti culpado por não contar a verdade sobre a minha vida, mas estava decidido. - Eu também não . . . Anita sorriu. - Bom, vou dizer então. Você sabe o reino que estava nessa guerra estúpida contra Rune-Midgard? - Sim, sei sim. Mas na verdade esse não era o problema. O problema é que Rune-Midgard começou a lutar contra si mesma. - Isso, bom, mas o estopim pra tudo isso foi esse reino inimigo. Bom, não tem um jeito fácil de falar isso então . . . Eusouaprinsadereino. - O que? Não entendi nada do que você falou. - Ai... eu... sou a princesa desse reino. A idéia não pareceu entrar na minha cabeça na primeira tentativa. - Eu sou a princesa desse reino que atacou Rune-Midgard. Eu vim pra cá, para render meu reino, mas meu pai era contra. Mesmo assim eu consegui falar com a papiza de Rune-Midgard e a guerra acabou, mas agora os soldados do meu pai estão me perseguindo. - Para levar você de volta a força? - Não – Anita olhou para o horizonte um tanto perdida – Para me matar mesmo. Ficamos em silêncio por um tempo, então eu comecei a rir. Descontroladamente. Em segundos estava dando gargalhadas. Eu digo, era genial a forma que ela falou, eles iam matá-la. Simples assim. Após alguns segundos de perplexidade, Anita também começou a rir e logo estávamos nos abraçando. Mais tarde eu disse a ela que eu tinha que ir para a luta e que quando voltasse encontraria com ela, casaria com ela e iríamos pra longe, viver em paz. Para minha total surpresa ela disse que aceitava. Pensar naquela promessa de amor me dá forças agora, lembrar de Anita faz meu coração se animar. Naquela noite já estávamos cansados de tanto andar e festejar. Decidimos dormir em alguma estalagem por lá. Eu esqueci completamente de pegar dinheiro antes de sair da catedral, mas Anita tinha o suficiente pra nós dois dormirmos em um hotel cinco estrelas durante um ano. - Sou uma princesa, não esqueça. E eu também sei roubar muito bem. – disse ela sorrindo e piscando, quando perguntei de onde vinha todo aquele dinheiro. Chegamos a uma estalagem muito simpática, como ela mesmo disse. - Boa noite, jovem casal! – Disse um homem gordo de idade avançada atrás do balcão da recepção. - Ergh, Boa noite senhor, o senhor teria dois quartos vagos? – Perguntei. - Dois? Hum, ah entendi, se conheceram hoje não é? – Tenho certeza de ter ficado vermelho – Bom, infelizmente não temos dois quartos vagos, toda Rune-Midgard parece ter vindo festejar em Geffen! Na verdade só tenho mais um quarto e de casal. Olhei para Anita, poderíamos ir procurar outra estalagem, mas antes que pudesse sugerir a idéia. - Vamos ficar. - Ah, claro – o velho sorriu para a resposta de Anita e entregou para a garota a chave do quarto. Quando Anita ia tirar o dinheiro para pagar ao velho, este empurrou a mão dela de volta. - Imagina, o ultimo quarto é sempre por conta da casa, tenham uma ótima noite. Enquanto Anita me puxava pela mão para subir as escadas fiquei curioso com a quantidade de chaves no painel embaixo do balcão. Subimos as escadas em silêncio, mas sentia um nervosismo dentro de mim. Não sabia nada do que estava acontecendo ou do que ia acontecer. Nunca tinha uma mulher nos braços e agora íamos passar a noite juntos. Mas Anita sabia que era nossa primeira e provavelmente única noite juntos. Ela queria que fosse especial. Dentro do quarto ela me beijou e me abraçou forte, tirou lentamente minha capa pesada e deitou-se na cama macia da suíte um tanto luxuosa. Vivi a minha vida inteira rodeada de homens. Naquela noite conheci a delicadeza de uma mulher. Nove Quando acordei na manhã seguinte, o sol já estava alto no céu. Não imagino quanto tempo dormi, ou se mesmo dormi. Tinha impressão de que tinha sonhado a maior parte da noite que eu estava adormecido. Ainda sentia o corpo de Anita em meus braços, e não consigo me recordar de nenhuma parte da minha vida onde tenha tido tanta felicidade no coração. Quando me virei na cama para olhar Anita, meu coração despencou. Ela não estava mais no quarto. Só pude pensar no pior, me levantei rápido e corri para apanha minhas roupas. Em cima das minhas roupas havia um bilhete escrito com uma caligrafia fina e letras deitadas. Querido Leizt, Antes de mais nada, preciso me desculpar. Não sei se você acreditou na história que eu lhe contei, mas ela é verdadeira. Não posso omitir nada de você, então você precisa saber que minha missão ainda está longe de terminar. Como você mesmo disse o maior problema da guerra é que Rune-Midgard estava lutando contra si mesma, mas esse problema também foi causado pelo meu reino. Plantamos discórdia entre os governos de Rune-Midgard para desestabilizar seu exército.A verdade é que eu não agüento mais sangue. Não agüento mais morte, isso precisa acabar de uma vez por todas. Eu mesmo já fui esclarecer e me render para vários de seus governadores e líderes, mas ainda faltam muitos. Preciso falar com todos para que Rune-Midgard possa finalmente desfrutar de verdadeira paz.Enquanto isso, tenho certeza de que você é a peça mais importante para destruir a Valquíria que tenta se aproveitar da fragilidade atual de nosso mundo. Suas vestes me provaram isso, e também seus olhos.Agradeço ao destino por ter nos unido pelo menos uma vez, agradeço por ter encontrado você em vida. Não vou pensar que vamos nos encontrar novamente, e nem você deveria pensar dessa maneira. Nós dois temos uma estrada muito difícil pela frente, é melhor fazer o que nós temos que fazer mesmo que isso custe nossas vidas. Você me deu a força que eu nunca tive, nunca vou esquecer você. Anita Kagurá Enxuguei as lágrimas do rosto, coloquei minhas vestes sobre o corpo, joguei sobre mim a capa que parecia com a de um arquimago, embrulhei cuidadosamente o bilhete de Anita e guardei em um bolso próximo do coração. Era melhor me apressar e rumar para Glast Helm, ainda tinha tempo, mas era melhor me preparar para invadir o lugar. A cidade de Geffen estava muito mais calma, mas não menos estranha. As pessoas que estavam comemorando na noite anterior estavam agora jogadas no chão, dormindo profundamente, cobrindo os rostos com os braços para se protegerem da luz do sol. Todos estavam embriagados, mas sorriam mesmo naquelas condições. Foi então que eu entendi o quanto minha missão era importante, e também era a de Anita. Pensei com carinho nela e prometi a mim mesmo que não pensaria mais naquele sorriso e naqueles olhos lindos. Tinha que me concentrar na missão que só eu poderia fazer e como ela mesma disse, não podíamos criar esperanças de nos encontrar novamente. Uma pena que eu tenha quebrado essa promessa ao escrever estas crônicas, mas infelizmente não consigo afastar o medo que toma conta de mim agora, e pensar em Anita faz com que estes medos a menos diminuam. Dez Saí da cidade tranqüila de Geffen e rumei calmamente para Glast Helm. A viagem foi rápida. Quando cheguei ao meu destino o sol estava começando a se pôr. Ao cruzar as portas para Glast Helm o céu foi automaticamente tomado pela eterna noite que cobre o lugar, a lua cheia brilhava forte em um céu absolutamente sem nuvens. - Até que enfim você chegou Leizt, por que demorou tanto? Mestre Fausto vinha andando em minha direção. - M-Mestre Fausto, o que faz aqui? - Como assim o que faço aqui? Não é óbvio? Estamos aqui para derrotar essa Valquíria que quer destruir nossa paz recém-conquistada. Você veio fazer o mesmo não veio? - S-Sim, claro, só não imaginei que vocês já estariam aqui. - Na verdade filho, quem está atrasado é você. Mestre Fausto me conduziu por aquelas terras amaldiçoadas até o pé da escadaria inferior de Glast Helm. Lá, muitas tendas estavam montadas e muitas pessoas conversavam com um certo ânimo em suas expressões. Muitos acenaram pra mim quando me viram. - Veja só, mais um arquimago para nos ajudar, muito bem-vindo!! – Um bruxo de baixa estatura estendeu a mão na minha direção. - Hum, na verdade . . . – tinha esquecido das minhas vestes. Pensei que enfrentaria a Valquíria sozinho, eu pensava que Rune-Midgard demoraria mais para preparar um ataque, mas todos estavam tão felizes com a esperança de tempos de paz, que sacrificariam o que fosse preciso para fazer isso acontecer. - N-Na verdade, eu nã. . . - Sim, mais um arquimago! Não é uma excelente notícia? – Mestre Fausto falou para o bruxo com um sorriso no rosto. O homem fez uma reverência para mestre Fausto e desapareceu no meio das tendas. Olhei para Mestre Fausto completamente atônito, ele sabia que eu não era nenhum arquimago, ele mesmo tinha me treinado como um sacerdote. - Eu sei Leizt. Esse é o problema com vocês jovens, pensam que podem esconder tudo de nós pra sempre. Confesso que você me enganou durante muitos anos, mas fui eu que criei você e quem treinou você. Eu sei que você é um híbrido, mas ninguém aqui precisa saber disso. Use suas habilidades nessa guerra e livre Rune-Midgard desse mal absurdo. Mestre Fausto olhou carinhosamente em meus olhos, minha vontade era de chorar, de chorar muito, e foi quando ele me abraçou. O abraço foi tão apertado e verdadeiro que lágrimas não pararam de correr do meu rosto. No dia seguinte, fiquei sabendo que Mestre Fausto era um dos líderes da invasão, e fui com ele para a última reunião do conselho antes do ataque. As portas de Glast Helm abririam no exato momento em que a lua desaparecesse no céu. A Valquíria tinha usado essa magia porque dessa maneira ela poderia saber exatamente quando iríamos atacar, nós tínhamos a opção de esperar algumas horas após o portão abrir, para tentarmos uma espécie de “ataque surpresa”, mas ficou decidido que atacaríamos assim que os portões perdessem o encanto. O primeiro ataque seria dos magos e evoluções. Enquanto estes conjurassem magias poderosas na porta e dentro de Glast Helm, gatunos e suas evoluções entrariam camuflados dentro de Glast helm. Após isso, os que invadiram destruiriam a linha de frente do exército maldito e ai então todo nosso exército entraria na batalha. Uma vez dentro de Glast Helm o plano era simples. Avançaríamos até chegar nas profundezas do local, derrotaríamos a Valquíria e voltaríamos para casa. Bom, como dizem, esse era o plano. O que fizemos depois foi voltarmos para as tendas para nos preparar para a batalha. Mestre Fausto me deu um livro grosso e de capa dura e foi avisar aos líderes das classes sobre o plano final. A luta começaria dali a doze horas, quando o encanto perdesse efeito. Quando eu abri o livro que Mestre Fausto me deu percebi que ele estava em branco. Foi estranho, mas na mesma hora me veio uma vontade um tanto descontrolada de escrever e finalmente chegamos ao final dessas crônicas, pelo menos ao final deste livro. Após escrever todas essas páginas, sinto me mais forte para invadir Glast Helm, consegui desabafar meus sentimentos e meu corpo treme menos agora. Fico me perguntando se alguém poderá encontrar este livro e lê-lo, ou quem sabe ser ajudado por ele. Espero que as pessoas que o lerem, se o lerem, aprendam alguma coisa com a minha história. E acabo estas crônicas como comecei, peço desculpas pela falta de habilidade literária que apresentei por estas páginas, e sei que é ainda menos profissional acabar crônicas com o próprio nome, mas não encontro um final melhor muito menos feliz, só peço do fundo do coração que enquanto você estiver lendo isso esteja vivendo momentos de paz . . . Fim Leizt Chronosu ---------------------------- Leizt fechou o livro nas mãos e olhou para a capa. A capa não tinha um título, e nem ele queria que o tivesse. Ele saiu da tenda e olhou ao redor. As escadarias de Glast Helm já estavam repletas de guerreiros, muitos conversando com o imediato vizinho, mas a maioria estava absorta em um silêncio profundo. Leizt caminhou até uma árvore próxima tomou o livro com suas crônicas nas mãos, fechou os olhos e encantou o livro com o mesmo feitiço que a Valquíria tinha colocado na porta de Glast Helm. Só poderiam pegar o livro enquanto a lua não brilhasse na noite eterna do lugar. Ele fez isso para que o livro fosse protegido e para que fosse facilmente encontrado se eles fossem bem sucedidos na missão que estavam prestes a fazer. - Leizt, vamos. – Disse Fausto aproximando-se do garoto. - Claro, mestre. – Leizt olhou atentamente para os olhos verdes de Fausto imaginando se seria a ultima vez que iria vê-los. - Leizt, é melhor você já se camuflar daqui. Todos pensam que você é um arquimago, e eles devem continuar pensando assim. Siga bem atrás de mim, vou levá-lo até a porta. Leizt arrumou seus cabelos negros e rebeldes com as mãos, escondeu a pele clara com a capa e disse baixinho pelas costas de Fausto. - Furtividade! No instante seguinte ele não poderia ser visto por ninguém, nem mesmo por Fausto. - Me siga de perto Leizt. Fausto começou o caminho de volta, subindo pelos degraus da entrada de Glast Helm. Leizt seguia invisível bem de perto. As pessoas abriam um caminho mais do que confortável para Fausto já que ele era extremamente respeitado e conhecido por todos. Leizt não sabia da fama que seu mestre tinha e ficou um tanto surpreendido pelas reverências que todos prestavam a ele. Ao chegarem ao topo da escadaria, Leizt viu pela primeira vez a porta lacrada de Glast Helm. A porta emanava uma estranha energia roxa. Era impossível aproximar-se da porta, o feitiço era muitas vezes mais poderoso do que o que Leizt colocou em suas crônicas. - Bem, eu vou indo para o suporte, entre assim que a porta perder o feitiço, lá dentro aja como quiser. Treinei você para este momento, sei que você está preparado. . . boa sorte. Após sussurrar estas palavras para Leizt, Fausto virou-se e foi para junto dos outros sacerdotes deixando o garoto em frente a porta. A noite eterna seguia normalmente. As árvores balançavam levemente e cada vez mais silêncio se estabelecia no lugar. Quando a luz da lua começou a desaparecer lentamente na escuridão do céu, todos caíram em um absoluto silêncio. O coração de Leizt estava mais calmo do que ele pensou que estaria, sua respiração era difícil, mas sua concentração estava inteiramente na porta. Quando a lua desapareceu no céu, tudo aconteceu muito de repente. Alguém gritou alto e forte um “fogo!” logo em seguida rajadas de todos os tipos de magia atingiram a porta que tinha acabado de se abrir. Enquanto as magias atingiam a porta Leizt entrou rápido desviando de meteoros e raios no caminho. Um pouco atrás dele, ele sentiu o vento deslocando-se de forma diferente, o que só poderia significar que outros mercenários tinham entrado também. Depois que os olhos de Leizt se acostumaram com a escuridão do primeiro salão de Glast Helm ele viu algo que fez seu coração parar. Milhares ou talvez centenas de milhares de mortos vivos estavam um pouco depois porta. Ao entrarem os mercenários fizeram o que lhes foi mandado, começaram a atacar a linha de frente do exército. Depois de algum tempo os bruxos e arquimagos avançaram para dentro do salão onde começaram a conjurar magias mais precisas. Atrás deles entraram os cavaleiros e lordes, seguidos dos sacerdotes e sumo-sacerdotes que usavam santuários e Magnus exorcirmus para todos os lados. Mas Leizt não viu nada disso. Assim que entrou no salão empunhou uma adaga a abençoou com uma água benta e correu para o meio do exército gigante, matando os mortos-vivos que estavam no caminho. Tirou do bolso uma dúzia de gemas azuis e as atirou para o alto, fechou os olhos e disse “santuário!”, todas as gemas se quebraram e onde caíram iluminaram o chão, danificando mortos-vivos e curando os mercenários. Ele sabia o que deveria fazer, tinha que entrar diretamente no salão onde a Valquíria estava e destruí-la, sabia que os mortos-vivos não seriam organizados se não tivessem um líder e então seriam fáceis de controlar. Leizt corria na maior velocidade que podia e ouvia ao longe os gritos e sons do combate violento que era travado perto da porta de Glast Helm. Olhando para trás, o garoto viu que seu exército já tinha avançado um bom bocado e estavam quase no centro do salão. Depois de pouco tempo Leizt finalmente chegou ao vazio cemitério de Glast Helm e no centro do cemitério viu algo que achou extremamente estranho. Ele nunca havia entrado no lugar, era verdade, mas já havia lido o suficiente para conhecer o cemitério como a palma de sua mão. Mas ele nunca havia lido sobre um grande jazigo bem no centro do cemitério de Glast Helm. O jazigo era enorme e tinha uma porta lacrada. Leizt conhecia o feitiço que abria a porta e o feitiço só poderia ser desfeito pela magia “espíritos anciões”. Claramente a porta era trancada com esse feitiço para que só magos e evoluções pudessem entrar, sozinhos seriam presa fácil pra quem quer que estivesse lá dentro, e Leizt tinha certeza que encontraria a Valquíria se cruzasse a porta. Sendo um hibrido não era difícil entrar por aquela porta e ele teve certeza de que ele seria o único guerreiro que poderia enfrentar e derrotar a Valquíria. Percebeu isso olhando para aquela porta trancada. Nenhum outro guerreiro seria capaz de abrir aquela porta e agüentar muito mais do que cinco minutos contra o monstro mais poderoso de toda a Rune-Midgard. Nesse momento o coração de Leizt perdeu qualquer tipo de medo ou apreensão que guardava, ele sabia que aquele era o papel dele, e que como Anita havia dito, ele era a peça mais importante. Após alguns instantes Leizt aproximou-se da porta ergueu as mãos e sem precisar pronunciar nenhuma palavra, feixes de luz numerosos atingiram a porta e fizeram com que ela se escancarasse para a escuridão. Leizt entrou e ouviu a porta trancar novamente em suas costas. O jazigo era enorme visto de fora, mas ele era na verdade apenas o começo de uma escadaria. Leizt desceu veloz e continuou a descer pelo que pareceram horas. As escadas eram feitas de pedras e desciam seu caminho girando no próprio eixo. As paredes que a circulavam eram também feitas de pedras e estavam tão frias quanto poderiam estar. A escuridão não era interrompida por nenhuma espécie de claridade, mas isso não era problema para Leizt, seu senso de direção era apurado graças ao treinamento e ele podia sentir o caminho mesmo que não pudesse enxergá-lo. No final da escadaria, Leizt viu um salão tão grande quanto o que os exércitos estavam usando para o combate, só que nesse não era possível ver o céu. O salão era iluminado por tochas de fogo espalhadas por todos os lados e uma estranha corrente de vento corria pelo lugar. No meio do enorme salão, um trono alto erguia-se e sentado em sua superfície uma mulher com cabelos pretos, corpo exuberante e pernas cruzadas, estava sentada com a mão no queixo e uma expressão um tanto intrigada. - Assim tão rápido? Pensei que um arquimago teria mais dificuldade para passar pelo meu exército, descer as escadarias as cegas e entrar nesse salão. - Estamos no lugar mais fundo de Glast Helm não estamos? – disse Leizt - Que falta de educação! Nem mesmo disse o próprio nome! - Você não precisa saber meu nome. - Nesse caso, você também não precisa saber o meu. A Valquíria pulou do trono e caiu graciosamente no chão, ajoelhada. Levantou-se devagar mostrando seu corpo exuberante. Suas curvas eram perfeitas; seus olhos eram azuis extremamente claros, quase brancos; seus cabelos atingiam a altura de sua canela. Escondendo parte de sua pele branca ela usava roupas rasgadas: Uma camisa que deixava seus braços desprotegidos e uma calça que cobria apenas sua perna direita, deixando sua perna esquerda desnuda do joelho para baixo. - E respondendo sua pergunta, sim, estamos no calabouço mais profundo de toda Rune-Midgard. Dizem que quem morre aqui não tem direito a nada depois da vida, e aqui todas as habilidades são potencializadas, ou seja, o cenário perfeito para um combate dois-a-dois. Só é uma verdadeira pena que isso não vá durar nem cinco minutos. A Valquíria desapareceu do campo de vista de Leizt e a próxima coisa que ele sentiu foi o ar se deslocar rapidamente atrás dele. O golpe da Valquíria errou Leizt por milímetros que se jogou ao chão para esquivar e levantou as pernas contra o rosto da Valquíria que foi atingida e com o impacto do golpe subiu alguns metros no ar, dando tempo para Leizt tomar alguma distância. A Valquíria deu uma cambalhota leve no ar e caiu no chão em pé sem mexer os joelhos um milímetro e com uma expressão não muito feliz. Sem demorar muito tempo a Valquíria voltou a avançar contra Leizt que estava mais preparado dessa vez. Ele esquivou fácil do primeiro soco que a Valquíria tentou para acerta-lo e girou o corpo para encontrar a Valquíria com um chute, esta já estava preparada e defendeu o golpe com as duas mãos. Quando Leizt se reergueu não encontrou a Valquíria em lugar algum. - Ah, te peguei! Leizt virou-se e viu flechas vindo de todas as direções, não conseguiria desviar. Ele levantou a mão direita a sua frente. - Escudo sagrado! Imediatamente uma luz verde brotou do chão e cobriu Leizt até a cabeça, e quando as flechas encostaram na luz, o local atingido sofria uma leve ondulação e a flecha desaparecia no ar. Leizt abaixou as mãos e olhou para a Valquíria que estava de volta no seu raio de visão. - Que diabos é você? Você não é um arquimago nem aqui nem em Lhz! Leizt riu e tirou a capa que cobria seu corpo. Atirou-a para longe, onde ela flutuou um tanto no ar e caiu levemente no chão, empurrando poeira para os lados. Este gesto revelou suas vestes, as vestes que ele mesmo tinha feito quando mais jovem para usar quando se formasse. As vestes eram exatamente como as de um sumo-sacerdote. Mas ao invés do habitual branco impecável, as vestes eram tingidas de um preto profundo, com detalhes dourados. Além disso as vestes tinha as partes de baixo mais largas, para melhorar a movimentação com as habilidades de algoz, e as mangas circulavam também as palmas das mãos para que estas agüentassem melhor as magias de arquimago. - Meu nome é Leizt Chronosu e eu vim aqui para destruí-la. -------------------------- - Vestes negras?! L-Leizt Chronosu? A Valquíria pareceu extremamente surpresa e seu rosto impecável não guardava uma expressão mais tão bonita. - Isso mesmo, e como eu já disse, vim aqui para destruí-la. Leizt desenhou o ar rápido com a mão direita. - Aumentar Agilidade! Benção! Assumptio! Aspersio! Impositu Manus! Proteção Arcana! Amplificação Mística! Depois estendeu a mão em direção da Valquíria- Ira de Thor! O chão começou a tremer aos pés da Valquíria e logo depois abriram-se fendas por onde saiam raios violentos e poderosos. A Valquíria não se moveu, ao invés disso, desenhou também o ar com a mão direita e os raios que saiam pela fenda se juntaram no ar, tomaram o desenho de uma cobra gigantesca e voaram em direção de Leizt. Quando a cobra estava a centímetros de Leizt, ele a segurou com a mão direita, girou o corpo com violência e a cobra voou de volta em direção a Valquíria que não estava mais no lugar. - Há Há Há! Isso é muito excitante, sabia? No instante seguinte dez cobras de raios voavam em direção a Leizt. Ele tirou rápido uma gema azul do bolso e a atirou em seus pés. Ela se quebrou e um escudo rosa apareceu em volta do garoto. Cada cobra que batia contra o escudo com um baque surdo balançando os cabelos de Leizt fazia uma rachadura em sua estrutura, e finalmente quando a ultima cobra bateu no escudo este se quebrou e caiu no chão como vidro. - Ah! Finalmente uma luta interessante! Eu esperei dezesseis anos por isso!! - Hu, interessante, quer dizer então que temos a mesma idade? Pensei que você tinha chegado a terra há pouco tempo – Leizt escondia a mão direita que sangrava. - Haha, você quer dizer uma coincidência? Você está errado amigo, não é coincidência, se você quer saber a verdade, eu conheci sua mãe... O Coração de Leizt deu um salto, mas sua expressão continuava intacta. - Você está mentindo, é impossível você ter conhecido minha mãe porque ela. . . - morreu no parto? Agora Leizt tinha esquecido da batalha, sua guarda estava baixa e sua expressão chocada. - C-Como v-você ? . . . - Bom, acho que vai ser legal você saber disso, porque ai você vai poder lutar de verdade, como dizem por aí, as pessoas lutam melhor com raiva não é? – A Valquíria fazia gestos displicentes com as mãos enquanto falava. Também mantinha a guarda baixa – Você deve ter ouvido falar que um espírito vagava por aquela região naquela época, não? Pois bem, esse espírito era eu. Na verdade eu tinha fugido do reino de Odin há pouquíssimo tempo, e você sabe como é né? Precisamos de um corpo para ficar, não ia ser difícil encontrar, afinal esse mundo estava de pernas pro ar. Enfim, eu decidi pegar o seu corpo, um bebê é sempre melhor e você era filho de uma das arquimagas mais poderosas de todo o Reino, Yuuko e filho de um algoz poderoso também, você já nasceria com talento sem duvida. Mas tudo deu errado. Eu tinha controlado alguns humanos mais fracos para me ajudarem, mas seu pai tomou conta de todos, você deveria ver o rastro de veneno que a explosão deixou, acho que ainda hoje nenhuma planta nasce no lugar. . . E contra sua mãe, bom, você sabe, ela conseguiu me deter, na verdade ela me machucou bastante, quase me expulsou desse mundo, não lembro de ter visto uma barreira de gelo tão fina quanto aquela e nem um ataque espiritual tão potente, mas no final eu achei um corpo pra ficar e não é um ruim. Yuuko, sua mãe, ficou bastante machucada da luta e tudo que conseguiu fazer antes de morrer foi escrever o seu nome em um pedaço de papel e colocar um feitiço em você. Aquele maldito feitiço me deixou longe de você, eu não podia nem sonhar em encostar em você, mas isso nem era necessário, já tinha um bom corpo. Ainda bem que este feitiço quebrou quando você completou treze anos. Antes disso ninguém poderia encostar nenhum dedo em você. Leizt tinha lágrimas rolando pelos olhos, estava em frente da pessoa que tinha-lhe tirado o amor de mãe, o amor que tanta falta ele sentia. Seu coração não estava tomado pelo ódio ou desejo de vingança, mas por uma estranha felicidade, soube mais sobre seu pai e sabia o nome da sua mãe agora, Yuuko. Aqueles sentimentos davam mais força para a dura batalha, realmente ele não se importava mais de morrer, contanto que matasse a Valquíria também, iria salvar Rune-Midgard, mesmo que isso custasse a sua vida. - Longa história não? Desculpe por fazer você chorar, lindo, mas sabe como é né? Eu quero uma luta de nível e as pessoas ficam mais fortes quando estão com raiva. - A raiva atrasa os reflexos em cinqüenta porcento, aumenta a força em quinze porcento e abaixa a resistência física lógica em cem porcento. Não é uma boa opção pra mim, você só quer uma batalha mais fácil, está com medo de perder. - hum – A Valquíria contraiu os lábios. - Qual seu nome? – Leizt enxugous os olhos com as mangas das vestes. - Se interessou em mim agora? - Não gosto da idéia de enterrar um corpo como indigente. - A hahaha! Você é engraçado garoto. Pois bem, meu nome é Arashii. - Okay Arashii, daqui até o fim dessa batalha não tem mais parada.. Pensava em encontrar outro final para essa luta, mas acho que não existe consenso para você não é? - Certíssimo, não existe consenso, eu quero esse mundo para mim, quero matar todos os que vivem nele hoje. - Sendo assim . . . – e ambos tomaram posição de luta e disseram ao mesmo tempo. - Boa sorte! O que aconteceu seguiu em uma minúscula fração de segundo. A Valquíria apareceu nas costas de Leizt e ele virou-se rápido o suficiente para olha-la nos olhos. Arashii abaixou-se e girou o corpo com uma perna rente ao chão, Leizt pulou para evitar o ataque e ficou na posição onde Arashii esperava que ele estivesse. Ela desembanhou rápido uma espada que estava escondida na cintura e o fio da arma arranhou o braço de Leizt que conseguiu esquivar do primeiro ataque e pegar suas adagas das vestes para impedir o segundo ataque. O garoto virou-se no ar com as adagas estendidas e estas arranharam o rosto de Arashii na altura da bochecha, onde ficou uma pequena marca de sangue. Leizt tomou um pouco de distância. - Lanças de fogo! - Nossa que falta de nível. – Arashii balançou os cabelos longos e sacudiu a mão com um gesto displicente.- Esfera d’agua! Uma enorme quantidade de água bloqueou o golpe e se espalhou pelo chão. Leizt sorriu para si mesmo, e depois continuou a disparar inúmeras lanças de fogo contra Arashii. Para todas as lanças de fogo ela rebatia com uma magia de água - Ah, como você é persistente! Oceano Negro! Uma enorme quantidade de água fluía da mão estenida de Arashii e banhava todo o saguão. Leizt desviou dos jatos de água e quando eles peraram, começou a rir em voz alta à uma certa distância de Arashiii. - Qual é a graça? - Você! Você caiu direitinho no meu truque! – Leizt voltou a dar gargalhadas. - T-truque? - Isso, não sei se você sabia, mas nós humanos não podemos usar magias de elementos que não estão presente. - Eu sei disso. - Mas vocês demônios podem, e você acaba de me dar o elemento que eu preciso pra acabar com você. O ar daqui é bastante seco sabia? Sem umidade do ar eu não tinha como ganhar de você . . . agora . . . - Cale a boca, você está blefando! Arashii voou mais rápida do que nunca em direção a Leizt. Mas o soco que Arashii desferiu contra o garoto bateu em algo sólido antes de encostar nele. - barreira de gelo . . . A barreira era tão fina que não poderia ser vista a não ser de muito perto. - I-Impossível . . . - Então vamos acabar logo com isso. Leizt afastou as pernas e começou a desenhar no ar, lanças de gelo apareciam por toda a parte e depois avançaram para Arashii. Arashii começou a correr para se esquivar, mas em seu caminho ela se deparava com barreiras de gelo tão finas que nem mesmo ela poderia quebrar. Ela virou-se na direção das lanças e com sua espada despedaçou cada uma delas, mas isso lhe custou um ferimento que sangrava muito no ombro. - Hum, nada mal. - Quer dizer que você sabe controlar o gelo não é? Não vamos chegar a lugar nenhum assim, é melhor acabar com isso de uma vez por todas. Arashii abriu os braços e juntou as mãos acima da cabeça. Leizt conhecia essa magia, sabia usar, mas isso gastaria toda a energia que lhe restava no corpo, mas não é como se ele tivesse escolha, nem mesmo sua barreira de gelo mais poderosa agüentaria aquilo. Leizt fez o mesmo movimento que Arashii. Em acima de cada um começou a fagulhar algo. Em cima de Leizt um grande dragão de gelo tomava forma, depois de feito ele tinha mais de cinqüenta metros de altura e o ar estava tão frio quanto ele poderia agüentar. Em cima de Arashii uma enorme cobra de fogo flamejava e fazia o belíssimo rosto da Valquíria suar. - é o fim então? – Pergutou Leizt. - depois disso com certeza será. Ambos abaixaram as mãos ao mesmo tempo e ordenaram em uníssono:- Invocação final!- Invocação final! As duas formas elementais, o dragão e a cobra, soltaram barulhos estranhos e avançaram uma para a outra. Junto com elas Arashii e Leizt também avançaram um contra o outro. O impacto dos elementos fez com que os dois explodissem e muita água caísse em cima de Arashii e Leizt um de frente para o outro. A espada de Arashii estava atravessada pela barriga de Leizt e saia pelas suas costas. - É humano, você lutou bem, mas não foi suficiente. A água continuava a cair em grande escala em cima dos dois, o vento parecia ter parado e não se ouvia mais do que o barulho da água. Arashii tentou tirar a espada da barriga de Leizt, mas não conseguiu, Sua espada estava presa na barriga de Leizt e seus pés estavam completamente congelados. - he – Ao tentar falar Leizt tossiu muito sangue no chão, manchando suas vestes negras. – Você também lutou bem Arashii, mas este reino tem uma história antiga e você . . . nunca vai . . . dominá-lo . . Leizt tirou uma gema azul das vestes, a ultima que tinha, mas isso também não importava, essa seria sua ultima chance de qualquer forma, sua vista já estava escurecendo e a dor na barriga era quase insuportável. Ele ergue a gema alto e a enfiou no peito de Arashii. Ela deu um grito e o sangue começou a sair de seu peito. Os dois estavam molhados por causa das invocações que se trombaram, Ambos estavam exaustos. Leizt lembrou de tudo que tinha vivido até ali, permitiu-se lembrar de Anita e de Mestre Fausto, queria muito que os dois estivessem bem. Ele aproximou a boca dos ouvidos de Arashii e disse baixinho. - Isso é por Yuuko . . . minha mãe. - N-NÃO! NÃO FAÇA ISSO! - Adeus Arashiiii . . . - Magnus . . . Exorcimus!!! Leizt sentiu a gema azul se quebrar dentro do peito de Arashii. Um anjo branco apareceu em cima dela e sorriu para Leizt. O corpo de Arashii ia se decompondo conforme a Magia o atingia dentro para fora. Leizt não conseguia mais sentir a dor. Ajoelhou-se no chão fechou os olhos, satisfeito e caiu. Caiu sorrindo com os cabelos balançando ao vento. Lembrou-se de toda sua vida, ficara agradecido no final por ter podido ajudar todas as pessoas, por ter conseguido salvar Rune-Midgard e as pessoas que amava no final. Ficara feliz com a própria morte, mesmo sozinho naquele lugar, solitário e no calabouço mais profundo de Rune Midgard . . . Quando Leizt abriu os olhos novamente, teve que cobri-los com as mãos por causa da luz. - Muito bem-vindo Leizt. Em sua frente uma figura feminina ainda mais bonita que Arashii ou Anita estava olhando para o fundo de seus olhos negros. - O-onde eu estou? - Você está no reino de Odin, e eu sou uma Valquíria, mas não se preocupe, não sou como minha irmã e ela teve o que mereceu . . . - então eu estou morto? - Sim e não, na verdade quem morre no calabouço mais fundo de Glast Helm, vem parar aqui neste lugar, aquele lugar é amaldiçoado. Espalhamos que quem morre lá não tem direito a nada depois da vida para afastar as pessoas de lá. Leizt levantou-se de um salto e pela primeira vez percebeu que estava em um lugar sem forma, e só ele e a Valquíria vestida de branco ocupavam o lugar. - Ah não. Não se preocupe, essa regra só se aplica a humanos. Arashii está morta, como deveria estar. Leizt pareceu aliviado. - B-Bom, mas e agora? Eu fico aqui pra sempre? - Na verdade, não. Eu vou mandar você de volta à terra, mas você não terá mais poderes híbridos e vai voltar duzentos anos depois do final da sua batalha contra Arashii. - Duzentos Anos?? I-Isso quer dizer que.... - Sim, todas as pessoas que você conhecia já estarão mortas.... mas você também tem a opção de não voltar para a terra, posso mandar você direto para onde os mortos vão.... - N-Não, ainda posso ajudar pessoas. Mas antes . . . Posso pedir um favor? -Claro - Faça que eu volte como um sacerdote. - Claro, é só isso que tem a pedir? - Mais uma coisa . . . O que aconteceu com Anita e Mestre fausto? - Infelizmente não posso responder isso. . . mas tenho certeza que você descobrirá mais cedo ou mais tarde. - Tudo bem . . . não tem como eu tornar a vê-los não é mesmo? A Valquíria balançou positivamente a cabeça. - Agradeço em nome de todos no reino de Odin pela sua ajuda contra Arashii, ela viraria um problema bem maior se não fosse por você – A Valquíria sorriu - Até outra hora. A Valquíria aproximou-se de Leizt e o beijou no rosto. Após sentir o beijo da Valquíria, Leizt fechou os olhos e quando os abriu estava deitado em um canto de Prontera, mas a cidade era quase irreconhecível para ele. Todos os prédios estavam intactos e mercadores lotavam todas as ruas que ele andava. Muitos viajantes jovens e experientes conversavam felizes um com os outros. Leizt estava com roupas de sacerdote e sentia os poderes de um correndo pelo seu corpo, decidiu continuar a ajudar os outros nessa reconstruída Rune-Midgard. Uma Rune-Midgard que foi construída em cima do sangue de muitos guerreiros. Ele olhou para o céu e viu o sol brilhando e muitas nuvens no céu. Olhou atentamente para uma nuvem que desenhava no céu o retrato de uma arquimaga e um algoz com o braço sobre o ombro dela, ambos estavam sorrindo para ele. Ele sorriu enquanto lágrimas corriam pelo seu rosto e a nuvem desmanchava-se para tomar outra forma . . .
  3. Bom, eu enviei.... Mas dessa vez o concurso foi bem esquecido mesmo... Até agora eles ainda não postaram o resultado e nem comentaram sobre o assunto também.... tomara que continue acontecendo estes concursos... e espero que o pessoal tenha participado ^^
  4. Olá Castor! Eu gostei da sua fic, gostei muito. Mas você estava certo quando disse que ela sofreu com os 5k de caracteres, isso foi eminente, mas mesmo assim, ficou muito bom. Parabéns! É uma história bastante triste com um final ainda mais triste, mas eu gostei ^^ Melhores Saudações, Leizt
  5. Aham a da Bonnie ficou muito legal mesmo. E sim lost é nóis que aparaçi lá ó/ \o~ Gogo Postar as fics do 2 Capítulo também pessoal =D Melhores Saudações, Leizt
  6. Olá de novo ^^ (fechando o trio de escritores Gullwings) Fanfic do Capítulo 2 de Dammerung Menção Honrosa ------------------------------------------------------------------ O Juramento Esquecido Quando Glast Heim estava no age de seu poderio bélico e econômico, o rei Tristan I ordenou que seus servos mais confiáveis saíssem em expedições com o intuito de aumentar as fronteiras do reino. Dentre estes guerreiros desbravadores, destacava-se Naglfar, pelo seu poder e coragem. No dia marcado, com muita festa da população, os guerreiros se foram de Glast Heim para voltar anos mais tarde. Cada um seguia uma jornada solitária, tentando conhecer lugares e civilizações desconhecidos. Bastante tempo se passou e Naglfar seguia sua jornada por entre florestas fechadas. Foi em um dia ensolarado que o guerreiro pressentiu que estavam a observá-lo por detrás de uma árvore e com um golpe de espada, fez com que o grosso tronco de madeira viesse abaixo, mostrando o rosto de uma belíssima elfa. Naglfar nunca tinha visto uma elfa pessoalmente, mas pelos relatos que ouvira, ele não tinha dúvidas. Pele clara como a neve, rosto lindo como o de uma valquíria, orelhas pontiagudas e olhos tão profundos que ele poderia fitar por anos sem entender seu significado. A elfa assustou-se também e ambos sacaram suas armas, iniciando uma batalha, já que humanos e elfos, eram na época, inimigos pré-declarados. A espada de Naglfar superava em muito a adaga dourada da elfa, mas algo nela impedia o guerreiro de desferir o golpe final. Talvez os cabelos da elfa ao vento, ou o ritmo perfeito de sua luta, que mais parecia uma dança. A verdade é que o guerreiro ficou hipnotizado com a beleza da elfa, enquanto feixes de luz escapavam por entre as folhas e as árvores balançavam levemente no ritmo de seu condutor invisível. Foi assim, sem pensar muito que Naglfar, com um golpe de espada, fez a adaga dourada voar da mão da elfa, agarrou-a pela cintura com a espada mirada em seu peito e aproximou seu rosto do da elfa. - Qual teu nome? – A voz de Naglfar tremia intensamente. - A-Anita – Respondeu a Elfa com a voz ainda mais trêmula, encarando com seus olhos negros, o par verde de Naglfar. A espada estava a milímetros do coração da elfa, mas ao invés de perfurá-la, ela caiu ao chão e ao invés de um golpe, o guerreiro beijou Anita. O mundo parou aos dois, e naquele momento, esqueceram da guerra entre humanos e elfos ou de qualquer missão em que o guerreiro estava envolvido, os olhos de Naglfar só buscavam os de Anita, e a boca de Anita só buscava a de Naglfar. Anos passaram-se e certa noite, Anita sentiu o coração aflito e sentando-se ao lado de seu amado, perguntou com a boca próxima da dele: - Amado, tu não achas que deves voltar a teu reino? A fogueira em frente a eles estalava lentamente, e o frio da noite ia dissolvendo-se na fumaça. - Estava pensando exatamente nisso. Talvez eu deva ficar lá por um tempo, e depois venho ficar com você, para sempre. - Não seria melhor me levares junto? Os olhos azuis de Naglfar perderam momentaneamente o brilho. - Não acho que meu rei aprovaria isto... Anita, talvez seja melhor vivermos escondidos, pra constituirmos uma família em paz. Passou-se um momento, onde só o farfalhar das folhas e o estalar da fogueira podia ser ouvido. - Tu me negarias Naglfar? - N-Não! Jamais a negaria, minha amada! - Prometes? Tu juras que nunca me negaria? - Juro! E com um beijo Naglfar selou seu juramento. Pouco tempo depois, Naglfar retornou ao reino, reportando que só havia encontrado florestas perigosas no caminho, e que gostaria de mais tempo para a missão. O rei negou seu pedido e o promoveu a general, recebendo-o com festa e alegria. Meses passaram-se rápido, até o dia que foi esquecido chegasse. Naglfar estava prostrado diante do rei, esperando por uma nova missão quando um soldado entrou apressado pelo grande portão de madeira, que fez um som morto que encheu o saguão. - Majestade, venha rápido! Encontramos uma elfa na floresta! O coração de Naglfar pulou uma batida e a adrenalina invadiu seu sangue. - Pois bem, vamos depressa. Todos desceram para o centro da cidade, onde dois soldados seguravam, para terror de Naglfar, Anita. - Meu amado! Estava a procurar te! – Gritou a elfa para o guerreiro. Todos ficaram em silêncio na praça. Até mesmo os mercadores pareceram acalmar-se. - Naglfar. Conheces esta elfa? – Perguntou o rei. Dentro do guerreiro sentimentos esquecidos estavam retornando a superfície. Mas ele era general agora, tinha prestígio e poder, não poderia mais prender-se ao passado. - Não majestade – o coração de Anita perdeu o ritmo – Eu não... Eu não conheço esta elfa. - Pois bem. Guardas. Levem-na. O mundo acabou para a Anita e os dias que passaram detrás das grades escuras eram apenas borrões. Pouco tempo depois, ela foi queimada na praça central da cidade. Enquanto seu belo rosto era engolido pelas chamas, seu olhar encontrou o de Naglfar e ao invés de morrer, o espírito da elfa imortalizou-se. Ela agora cuida, para que todos que fizerem um juramento no nome de Naglfar, não o quebrem. Se o fizerem, ela levará pessoalmente sua alma para a deusa dos mortos. *Fim* ---------------------------------------------------- Mandei Exatamente dessa forma, inclusive com os erros que estão aí. =D Bom, muito obrigado por lerem e espero que tenham gostado. Melhores Saudações, Leizt
  7. Humilhou de novo Lost. Sem mais.
  8. Jp Kakashi ^^ - Sin

    Aka Sole

    Ato 02 Destino Kusanagi não fazia parte de nenhum destes grupos, mas mesmo assim não deixava de agir. Ele era conhecido como um andarilho, uma pessoa que não tem casa ou ao menos família e vagueia em busca de respostas ou apenas de um objetivo, sem tomar partido em guerras, agindo com base apenas em suas próprias teorias e filosofias. Seguindo esta linha de pensamento (talvez herdada das conversas com seu avô), Kusanagi estava na referida manhã de sol, andando por uma estrada larga e muito usada. A estrada estava deserta, é verdade, mas a mata não a invadia e o chão não possuía buracos. Sinais de recente cuidado que levavam a crer que ele estava perto de um feudo, mas como não avistou castelo, deixou-se caminhar pela bela estrada, admirando agora além do sol que já ia ato, as árvores e animais que a estreitavam. Seu estômago já começava a doer pela falta de refeições e suas perna de cansaço. Já havia um bom tempo que o andarilho não tinha uma estadia de qualidade em qualquer lugar, passara a maior parte do ultimo mês preparando a própria comida e dormindo em camas de folha improvisadas. Passados mais alguns minutos de caminhada, o jovem espadachim viu a mais ou menos dez metros de onde estava um movimento furtivo e logo em seguida um homem forte e alto que investiu em sua direção com uma espada desembainhada. Kusanagi desviou fácil do ataque do estranho e dois segundos depois, a vinte metros de distância, exatamente na mesma posição que estava quando sofreu o ataque, perguntou com a voz calma e pacífica: - Por que ataca este pobre andarilho? - Eu sou um ladrão, você não consegue enxergar? Essa é a minha forma de ganhar a vida nesses tempos! - Mas este pobre andarilho não carrega nada de valor consigo, não creio que haja motivos para você me matar. - Você não sabe quanto vale uma espada nos dias de hoje? - Perguntou o ladrão olhando cobiçoso para a bainha branca presa na cintura do saiote de Kusanagi. - Infelizmente este andarilho não pode entregar esta espada. Por favor, não me siga. - Essas palavras soaram muito mais como uma ordem do que como um pedido. Dizendo isso o jovem andarilho virou-se e prosseguiu seu caminho pela ensolarada estrada. O ladrão sentiu-se humilhado pelo repúdio do espadachim, mas sentiu também medo do olhar que o garoto lhe lançou antes de virar suas costas. Mesmo assim, ele não tinha uma refeição decente ou dinheiro há muito tempo, e encontrar uma pessoa sozinha na estrada carregando uma espada de aparente valia, não era algo que ele poderia ignorar. Com isso em mente o ladrão investiu novamente ao garoto, dessa vez com um urro forte e apostando toda sua força na mão direita que carregava a velha espada reluzindo em resposta ao sol. Kusanagi já havia previsto a atitude do ladrão, segurou o punho da espada, mas não precisou desembainhá-la. Quando a espada do ladrão estava para encostar a face do espadachim e no momento exato em que este arquitetava uma defesa, um terceiro homem; alto, de cabelos longos se pôs entre os dois. Seus cabelos arrastaram no chão enquanto ele bloqueava o ataque do ladrão com o pé, fazendo com que a poeira da estrada se espalhasse em um circulo onde a sua perna de apoio parou sua velocidade quase instantânea. Surgira do meio das árvores e arbustos que ladeavam a estrada. O ladrão não viu direito o que aconteceu antes de passados alguns segundos, quando conseguiu entender a situação, viu o espadachim ileso e na frente dele um homem que parou a sua espada no ar com o pé, e mantinha essa postura, com o tronco do corpo abaixado, fazendo seus longos cabelos sujarem-se no chão empoeirado da estrada. Após alguns mínimos instantes que se limitaram a fazer o ladrão tremer o punho de sua espada, o homem recém chegado girou o pé em que sustentava o corpo de forma violenta. Isso fez com que a perna que suportava o golpe do ladrão empurrasse este em direção ao lado contrário da estrada por alguns metros, fazendo seu pé se arrastar pela estrada levantando poeira por onde passava. Recompondo-se, o ladrão e o homem que bloqueara seu ataque se olharam por um instante, ao que o ladrão disse: - Você. . . De novo? Por que protege este homem . . . Haneko?? Haneko pisou duas vezes com o pé direito no chão empoeirado, o que fez uma leve fumaça de terra dançar o vento, balançou os cabelos e olhou frio para o ladrão. - Não gosto de ver pessoas sendo atacadas por ralés como você. Ainda mais - nessa hora ele virou para Kusanagi - pessoas que não podem se proteger. Agora, dar lição de moral a pessoas como você não me parece lógico, peço que se retire. O ladrão olhou feio para Haneko, mas embainhou a espada que ainda tremia, virou-se e prosseguiu andando calmamente no sentido contrário, apertando os punhos com força e a barriga doendo de fome. Ao se distanciar de Haneko e Kusanagi o ladrão encontrou um embrulho cuidadosamente posto na estrada, ao abri-lo ele descobriu que este continha comida o suficiente para três dias. Dentro do embrulho havia ainda um bilhete. "Não roube mais." Ao ler o bilhete, o ladrão apertou o punho com ainda mais força, deixando uma lágrima rolar pelo lado de sua face e num sussurro quase inaudível, quase inconsciente, murmurou: ". . .Aquele Haneko. . . Me paga. . ."
  9. Jp Kakashi ^^ - Sin

    Aka Sole

    Olá Hyalina! Primeiramente eu tenho a obrigação de agradecer pelo seu post, muito obrigado mesmo! Agora sobre o que você falou, você está coberta de razão. As frases são realmente extensas, o que torna a leitura bastante pesada, mas devo dizer que essa era a idéia do primeiro ato. Tenho que confessar que o primeiro ato é um pouco antigo e a revisão que eu fiz nele para postar aqui no fórum, talvez não tenha sido muito empenhosa. Peço desculpas por isso mas prometo que nos próximos atos vou tentar diminuir este problema. Vou fazer revisões com mais mudanças nos próximos atos. Agradeço novamente a Hyalina e acredito também fielmente na liberdade de expressão. Espero que gostem dos próximos atos. E o que precisar falar, pode postar aqui neste tópico ou sinta-se a vontade para mandar PM. Obrigado e fiquem ligados, Lançamentos todas as quintas-feiras! Melhores Saudações, Leizt
  10. Jp Kakashi ^^ - Sin

    Aka Sole

    Ato 01 Memórias A manhã estava ensolarada, com poucas nuvens se formando em desenhos imaginários estranhos e formas abstratas às mentes admiradoras que olhavam para o céu para distrair as mentes ou refletir matematicamente a vida, e uma estranha áurea vermelha se fazia presente ao redor do sol. Kusanagi Hyuuga, que olhava vagamente para o sol, lembrava muito bem as palavras de seu avô. Estavam os dois sentados em um banco de madeira muito bem construído e posto de maneira estratégica pelo próprio senhor, para aproveitar o melhor da vista do templo da montanha, picos verdes eram soterrados por uma névoa branca até onde a vista poderia alcançar e um vento gelado enchia a atmosfera. Kusanagi não tinha o hábito de conversar muito com outras pessoas, já por natureza, mas gostava muito de ouvir as histórias de seu avô. Estas se estendiam além da imaginação do garoto, narrando lutas espetaculares onde espadas dançavam ao ritmo do corpo de um espadachim habilidoso e atingiam seu alvo como uma dança perfeita e brilhante, banhada de um vermelho escarlate. Neste dia, este vermelho escarlate se espalhava pelo céu ao redor do sol, da mesma maneira em que estava na presente manhã ensolarada. Naquela ocasião ele lembrava-se da voz de seu ancestral, fraca e penosa, atribuições da idade já avançada, mas ainda sim viva e límpida: - ...Kusanagi, eu já vivi muitas batalhas e já vi morrer muitas vidas. . . E em todas as vezes que um número exorbitante de vidas era tirado durante a madrugada, o sol sempre amanhecia dessa maneira. . .. Banhado de sangue, como se homenageasse as pessoas mortas sem ter culpa, as pessoas que morreram para completar o desejo de uma só mente, de uma só ambição, de um só líder de guerra. Por isso Kusanagi - e seu avô pusera a mão de maneira carinhosa pelos cabelos sedosos do neto ainda com oito anos de idade. - ...por isso. . . Não cometa o mesmo erro que eu, não lute pela ambição de alguém. Lute pela sua própria ambição, ou se for lutar por alguém, apóie quem tenha uma ambição superior a sua. . . - E olhando para o horizonte avermelhado da manhã que se levantava, o senhor que já contava muitas décadas, suspirou fundo como se tivesse tirado um grande peso das costas, olhou para o rosto atônito do neto, que parecia se contorcer em um misto de pensamento e não-compreensão e completou: - "Bom" - passou a mão mais forte pelos cabelos do neto "estamos sanados de conversa, não? Agora, vamos começar o treino que hoje eu tenho muito que lhe ensinar . . . - O senhor deu um suspiro animado para a manhã - "A propósito, quem é essa garota que todos estão chamando por sua futura noiva? - ele perguntou levantando-se do banco acompanhado pelo neto que agora tinha o rosto corado em uma expressão de inocente timidez. A lembrança daquele dia ainda fez as bochechas de Kusanagi corarem um pouco enquanto olhava para o sol nascente que trazia consigo a estranha áurea rubra. Tudo não passava de uma brincadeira de criança, é verdade, mas lembrar-se da voz terna de seu avô pronunciando aquela graça era no mínimo cômico, como talvez o próprio senhor quisesse fazer parecer, após ter falado sobre um assunto tão sério. Talvez seu avô não tivesse usado as palavras que ele recobrava, já que contava agora dezesseis anos, e oito anos é tempo suficiente para fazer uma mente naqueles tempos de guerra esquecer de muita coisa, mas a idéia que seu avô tentou passar ele ainda recordava, e talvez fosse também por isso que agora ele seguia sem rumo andando pelas estradas daquele país mergulhado em caos. Sua espada era guardada na bainha junto ao corpo, era impossível andar por aquelas terras sem proteção, os grupos chocavam-se todo o tempo em busca da dominação e o estado, sem poder nem apoio da horrorizada população, não passava de mais um destes grupos. Link direto para Capítulo 2 de aka Sole
  11. Bom dia, Boa tarde ou boa noite Galera! Eita estou voltando a postar fics aqui no fórum depois de tanto tempo que nem sei mais como postar =D. Bom, essa história Não é relacionada ao universo de Ragnarok, então é uma ótima oportunidade para descansar um pouco das guerras de Rune-Midgard e mergulhar em outro mundo. A história é bastante singela e será dividida em 8 atos. Vou postar um ato por semana, e eu peço que por favor comentem o que vocês gostaram, o que vocês não gostaram e coisas do tipo. Ao final de cada ato eu ponho o link direto para o próximo, assim podemos comentar a vontade que não desorganiza a história. Espero sinceramente que vocês gostem, e peço mais uma vez para que comentem, positiva ou negativamente. (Viva a liberdade de expressão!) Melhores Saudações, Leizt
  12. *se assusta com a noticia de um novo concurso de fics com regras justas, corre para uma estante gigantesca agarra papel e caneta e começa a rascunhar freneticamente* é isso aewz! Finalmente um novo concurso, e com um tema bastante interessante, mesmo que complicado. . . sorte a todos, luz para a comissão jugadora das fics! e criatividade pra td mundo!!! gogo escrever maravilhas galera ^^ [/ok]
  13. *se assusta com a noticia de um novo concurso de fics com regras justas, corre para uma estante gigantesca agarra papel e caneta e começa a rascunhar freneticamente* é isso aewz! Finalmente um novo concurso, e com um tema bastante interessante, mesmo que complicado. . . sorte a todos, luz para a comissão jugadora das fics! e criatividade pra td mundo!!! gogo escrever maravilhas galera ^^ [/ok]
  14. Ae galera, venho aqui pedir desculpas, porque eu prometi q a história seria lançada na integra amanhã. mas isso não vai ser possível. Tem tantas coisas que ainda quero acrescentar na história, e ela se tornou muito mais complexa do que eu havia imaginado. Amanha dia 07.03.2008 vou colocar aqui no site uma fic minha que não é sobre ragnarok, então serve um pouco de descanso também.... peço desculpas e acrescento o segundo e o terceiro pedaço de "Vestes negras". Não vou prometer outra data, mas a fic está em fase final de produção. depois só vai faltar a revisão e post. Ainda tenho q me desculpar porque estas partes não estão revisadas. (nossa quantas desculpas). Obrigado! ----------------------------------------------------------------------------- Vestes Negras As Crônicas de Leizt DOIS O resto como dizem, é história. Mestre Fausto era um sacerdote em serviço naquele dia. Estava nas montanhas investigando um demônio que estava matando pessoas naquela região, e que por relatos ele concluiu que tinha ido se esconder nas montanhas. Além disso, como eram tempos de guerra, os sacerdotes eram convocados com freqüência para o campo de batalha. Mestre Fausto estava prestando ajuda aos feridos daquela região e me confessou mais tarde, que seguiu o demônio apenas para descansar o corpo das batalhas, já que tinha certeza que não existia demônio nenhum naquela região, e na verdade, demônio nenhum precisaria matar humanos, já que os próprios humanos estavam tomando conta disso. Depois de me encontrar, Mestre fausto tentou de várias maneiras reanimar minha mãe, mas sem sucesso algum. Ele enterrou minha mãe, fez orações dignas para que seu espírito pudesse encontrar a paz e então me levou para a catedral de prontera, onde eu fui adotado como órfão. Eram tempos difíceis para absolutamente todos em Rune-Midgard. Graças a guerra sem sentido que assolava a terra, o comércio estava estagnado, as guildas estavam com os menores contingentes já registrados e as mortes em excesso só aumentavam a tristeza e a falta de recursos. Mesmo assim, Mestre fausto insistiu veementemente para que eu fosse adotado pela igreja, que mal tinha recursos para sustentar os próprios integrantes. Ele ameaçou deixar a igreja caso eu não fosse adotado, e pelos registros que eu li escondido na catedral, ele estava falando a verdade. Frente a ameaça de Mestre Fabius a igreja não teve outra alternativa a não ser me aceitar e me colocar sob tutela daquele sacerdote abençoado. Minha infância seguiu pintada por tempos de guerra. Lembro de muitos sacerdotes que eu via sair da catedral e nunca mais voltar. Lembro que de tempos em tempos, Mestre Fausto ia com eles, e meu coração se espremia contra a janela grande da catedral, enquanto sua sombra ia desaparecendo no horizonte. Lembro de reuniões extraordinárias que eu ouvia por trás da porta, onde homens vestidos de maneiras diferentes gritavam e batiam na mesa. Lembro que a vida na catedral era solitária para mim. Todos os sacerdotes eram absolutamente perfeitos comigo e eu não poderia ser melhor tratado. Mas a falta de uma mãe e de um pai de verdade, faziam meu peito doer e lágrimas rolarem livres dos meus olhos enquanto a escuridão cobria Rune-Midgard. Quando completei sete anos, Mestre Fausto me chamou uma certa tarde e me contou sobre minha mãe e sobre meu pai. Após saber sobre a morte de minha mãe, fiquei sabendo que meu pai era um algoz poderoso e que morreu defendendo o sopé da montanha onde eu estava. Naquela noite eu Chorei. Chorei até minhas lágrimas secarem. Até os soluços doerem minha garganta arranhada. Chorei até o sangue da minha garganta me dar ânsia de vômito. No dia seguinte eu não me sentia mais criança, sentia que de alguma coisa dentro de mim havia mudado. Eu não estava errado. Encontrei Mestre Fausto conversando com uma mulher que chorava muito. Esperi até ela ir embora devagar e com a cabeça baixa e o encarei nos olhos. - Pois não Leizt, está melhor? - Sim mestre, só tenho um pedido pra fazer para o senhor. - Claro Leizt, o que você quiser e estiver ao meu alcance eu farei, já disse isso. -E-Eu – era difícil falar, mas no final já estava decidido – Eu . . . quero me tornar um sacerdote. TRÊS Mestre Fausto encarou meus olhos pretos com seus verdes por muito tempo. Eu pude perceber toda a idade que aquele rosto branco e com cabelos loiros carregava. Vi cada linha de seu rosto se contorcem levemente e depois relaxar e repetir este processo por algumas vezes. - Muito bem, para tornar-se um sacerdote é necessário ingressar como noviço, mas você ainda não tem idade suficiente nem para um nem para outro. - Eu sei Mestre, mas eu vivi aqui minha vida inteira, sei muito mais do que qualquer noviço que tenha o dobro da minha idade. - Mesmo assim Leizt – E Mestre Fausto estava com uma seriedade que eu nunca tinha visto – Existe uma razão para só aceitarmos aprendizes com treze anos, sinto muito, mas não posso treina-lo agora. Senti um desespero eminente, não era justo, simplesmente não era justo. Eu já tinha visto noviços bem mais novos começarem a treinar. As exceções não eram tão raras quanto a idade, eu tinha certeza. Mesmo assim, eu sabia que não poderia fazer nada contra aqueles decididos olhos verdes, e pela primeira vez eu desejei do fundo do meu coração que minha mãe estivesse viva e que eu estivesse vivendo com ela. - O que eu posso fazer Leizt, é prometer que quando você estiver com idade suficiente eu não vou impedi-lo de ser o que quer que você queira ser. Assenti com a cabeça e rumei de volta para o meu quarto. Lá dentro, olhei devagar para as nuvens que passavam lentas no céu, e vi uma arquimaga e em seu ombro o braço de um algoz, ambos estavam sorrindo e eu não consegui pensar em mais nada enquanto via aquele desenho impressionantemente real no céu. O desenho começou a se contorcer e a perder características. De repente a nuvem tinha tomado outro formato e enquanto ela mudava, minha mente mudava também. Eu queria ser sacerdote para poder ajudar as pessoas. Queria que ninguém mais tivesse que passar pelo que eu passei. Queria que nenhum pai precisasse morrer e que nenhum filho precisasse crescer sem pais. Era por isso que queria me tornar um sacerdote. Não importava que Mestre Fausto estivesse me proibido de me tornar um noviço, eu poderia aprender sozinho e quando chegasse a idade eu poderia ser treinado corretamente e me tornar poderoso. Mais que isso, eu poderia treinar técnicas de outras classes enquanto isso. Sabia que tinha capacidade, eu já havia percebido há muito tempo que eu era mais inteligente do que a maioria das pessoas, e jurava que já tinha visto fagulhas saírem da minha mão enquanto brincava de mago. A maioria das crianças da minha idade ia para a escola ou brincava com os amigos durante todo dia. Eu não tinha nenhum nem outro. Mestre Fausto me ensinou a ler e a escrever e eu dominava ambos com maestria, mas como ele mesmo tinha me dito, não era necessário eu saber mais que aquilo, e as escolas só ensinavam assuntos relacionados as classes que o aprendiz gostaria de se tornar. No dia seguinte, sai bem cedo da catedral. Todos os sacerdotes estavam em campos de batalha, só uma fraca segurança circulava pela catedral. E como eu conhecia cada buraco na parede, cada saída alternativa da cidade, não foi difícil sair e deixar meu quarto trancado pelo lado de dentro. Rumei por uma prontera escura e com poucos mercadores vendendo mercadorias com preços inflacionados e com aparências tristes, a guerra consumia absolutamente tudo. Paguei o transporte para Juno com o dinheiro que Mestre Fausto me dava para brinquedos e alguma guloseima extra. Chegando em Juno, encontrei a cidade absurdamente lotada e muitos feridos deitados no chão, enquanto sacerdotes que eu nunca tinha visto corriam de um lado para o outro curando e cuidando dos feridos. De repente, um sacerdote alto de cabelos negros profundos que cobriam sua testa e parte de seus olhos, veio em minha direção: - Rapaz, você é um noviço? - Argh..-olhei para as minhas roupas e elas realmente pareciam as de um noviço. - S-Sim, mas acabei de me tornar um, ainda não domi.. - Não tem problema só preciso de uma pequena ajuda, por favor, me acompanhe. Com o corpo tremendo segui rápido o sacerdote de cabelos negros que me guiava pela cidade agitada. - Aqui – o sacerdote apontou para uma arquimaga que estava deitada olhando para o céu, seus olhos estavam revirados e vermelhos. - Ela está possuída – o sacerdote disse o que eu já sabia – tentei todas as orações possíveis, mas não surtiu efeito, talvez se rezássemos juntos . . . A arquimaga agitava seu corpo de tempos em tempos, e seu estado só piorava. Ao vê-la deitada ali, minha mente clareou e o nervosismo passou. Eu não só conhecia orações como era perito nelas. Li livros intermináveis sobre elas na catedral, livros que eu tenho certeza, aquele sacerdote jamais conhecia. - Você sabe usar água benta? – Eu perguntei com a voz séria - Sim – respondeu o sacerdote um tanto assustado. - Então use em mim, e por favor me abençoe. - Ma seu já tentei todas as orações possíveis. - Então o senhor não vai se preocupar em me deixar tentar. Orações em uníssonos não são muito eficientes contra demônios. - Tudo bem rapaz, espero sinceramente que funcione... O sacerdote se afastou um pouco de mim e fechou os olhos, tirou um frasquinho brilhante de um dos muitos bolsos de sua túnica. - Aspersio! A água benta que o sacerdote jogou caiu como em câmera lenta sobre os meus ombros e eu senti um calor em minhas mãos. O sacerdote abriu os olhos, afastou as pernas e pos a sua mão sobre mim. - Benção! Olhou para mim, sorriu: - Boa sorte. Levantei a mão abençoada sobre a arquimaga que se revirava com mais violência no chão. Fechei os olhos e lembrei da nuvem que tinha visto no céu. Minha mãe sorria para mim e enchia meu coração de alegria. Comecei a oração em uma língua perdida de Rune-midgard. Os povos passados eram muito melhores com exorcismos do que os contemporâneos jamais sonhariam ser: -Sora wa, miagueru ashita wo, sugidata ye deviru. A arquimaga abriu voltou os olhos a posição normal e o vermelho de antes se tornara um azul vivo e vibrante. Sua respiração estava forçada e sua expressão estava assustadíssima. - Meu rapaz! – o sacerdote vibrante se abaixou para curar a arquimaga e axulia-la. - bendito seja você!!! Onde foi que aprendeu isso?? Mas quando o sacerdote se virou para me encarar eu já havia sumido no meio da multidão. A excitação tomava conta de mim. Meu corpo tremia de alto a baixo. Meu coração se inflamou com um indescritível desejo, uma força que esquentava meu peito que gritava absolutamente pela vontade de estar trabalhando da mesma forma como aqueles sacerdotes estavam. Nunca estivera tão decidido, e agora estava decidido a mais, me tornaria um hibrido. Alguém que carrega os poderes de mais de uma classe e eu queria ser muito poderoso para poder ajudar outras pessoas. Meu coração estava livre da armadilha do poder, da armadilha da ambição, porque eu não tinha desejos para mim, só tinha desejos para os outros, só pensava em ajudar os futuros órfãos e salvar os futuros mortos. Então fui terminar o que eu ia fazer em Juno. Entrei na biblioteca absolutamente vazia, todos estavam ajudando os feridos de combate. Roubei a maior quantidade de livros sobre Magos e Mercenários que eu conseguiria carregar, na verdade lembro de ter pegado tantos que tive que abandonar alguns no caminho. Antes de o sol cair no horizonte eu já estava dentro do meu quarto e os livros estavam muito bem guardados.
×
×
  • Criar Novo...