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Uma noiva para Loki


Drika_lindinha

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Prólogo:

Três jovens moças que não tem nada em comum

acabam tendo suas vidas ligadas uma a outra. Obra do acaso ou uma

trama do destino? Sempre os deuses interferiram na vida dos humanos

ousariam os humanos interferir nos planos dos deuses? E poderiam

simples garotas interferir no futuro de Rune-Midgard? Estas e outras perguntas serão respondidas no decorrer desta história.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo

1: A árvore que não era árvore.

 

       Um vento

frio soprava entre as arvores da floresta fazendo as folhas dançarem

num ritmo desenfreado. Acompanhando esta dança ouvia-se um

assovio assustador se espalhando por todos os cantos como um

prenúncio de mau agouro.Na noite

escura pouco podia ser visto, tão altos eram os carvalhos e

tão frondosa suas copas que pouco deixavam passar a luz do

luar. Ainda assim, um ou outro vulto insistia em mostrar sua presença

apenas para gelar a alma de algum viajante desavisado que tivera o

infortúnio de se perder por ali.

       Realmente

a Floresta de Payon não era um lugar convidativo para nenhum

humano depois que o sol se escondia. Mas isso não impediu a

jovem corajosa de embrenhar-se naquele labirinto selvagem, não

deixando em nenhum momento fugir da sua face um ar de serenidade.Seu nome

era Mei Urameshi, uma moça que completara suas dezoito

primaveras vivendo numa comunidade pacífica formada por

camponeses. Entre as mulheres da sua vila, ela se destacava por nunca

se desesperar por maior que fosse o problema apresentado. Por isso

desde cedo, quando ela ainda era uma garotinha, toda a comunidade

passou a ter o costume de buscar conselhos e ouvir o que tinha a

dizer não importasse o assunto. E isso era algo natural para

ela. Mas em seus sonhos ouvia uma voz a dizer que chegaria o dia onde

suas responsabilidades seriam bem maiores do que tratar das questões

da aldeia. E este dia chegou.

       A moça

de cabelos escuros e tom azulado fez uma pequena trouxa de roupas e

foi despedir-se dos pais. O velho casal que sempre trazia nos olhos

um brilho de orgulho pela filha agora demonstravam tristeza, pois

sabiam que era a hora da despedida. E os olhos amendoados e castanhos

de Mei se encontraram com o dos seus pais. Ela procurava transmitir

um pouco de alegria tentando trazer a sua face clara um singelo

sorriso tentando fazer sorrir também aqueles que sempre

estiveram com ela. Mas não foi possível impedir que as

lágrimas brotassem nos olhos de todos ali. Então depois

de um abraço acalorado seguiu-se um enorme silêncio

enquanto a figura da jovem ia desaparecendo aos poucos rumo ao

interior da floresta.

       Foram

vários dias ouvindo sua voz interior dizendo que ela deveria

partir. Ela adiou o máximo possível a decisão de

abandonar todos que conhecia e seguir em busca de sua missão.

Não que ela soubesse realmente o que seria esta missão,

apenas tinha certeza que algo a esperava em algum lugar que não

era mais a sua vila. E a voz insistente em sua cabeça não

a deixava esquecer. Assim, Mei resolveu atender a este enigmático

chamado.

       Neste

momento lá estava a simples camponesa em plena Floresta de

Payon. Lutando contra o frio e contra os medos que sua imaginação

pudesse criar. Foi quando um som, um zumbido alto e constante, e nada

imaginário, foi aumentando em sua direção. Mei

ficou imóvel e em silêncio, mas aquele estranho ruído

ia se aproximando cada vez mais. E uma luz de cor roxa brilhou a

poucos metros da jovem. Por um instante, ela ficou hipnotizada pela

chama que dançava a sua frente. Um calor crescente foi se

espalhando pelo seu corpo desejando consumir sua vida.

       De

repente, num piscar de olhos Mei voltou a si. E se deu conta do

monstro que estava diante dela.

       - Um

Horong!!!! - gritou a jovem assustada, sentindo seu coração

disparar como nunca acontecera antes.

       Sem

titubear saiu correndo por entre as arvores enquanto o tal ser a

perseguia. Um cheiro de folhagem queimada era deixado por onde a

chama passava. Mei nem olhava para trás apenas corria em

disparada procurando se afastar da morte certa. Galhos e pequenas

plantas cheias de espinhos deixavam marcas em sua pele ao atravessar

a floresta sem saber exatamente que caminho devia seguir. A escuridão

do interior da mata mal deixava ver direito o que estava a quatro

metros a sua frente. Várias eram as vezes que tropeçava

em galhos ao longo do caminho. E tamanha era sua velocidade, como a

de uma presa fugindo do seu predador, que foi impossível

evitar que logo após um tropeção trombasse de

frente com uma velha árvore. Uma árvore que não

era árvore .Assim, que caiu ao chão, antes que pudesse

recobrar completamente os sentidos, uma voz rouca e envelhecida

ecoou:

       - Quem

ousa despertar-me do meu sono!!!! - ecoou a voz rouca aos quatro ventos.

       Mei,

ficou sem palavras naquele momento. Seus olhos apenas tentavam se

certificar de que realmente estava vendo aquilo que se encontrava

diante dela. Que não era apenas um sonhou ou um pesadelo.

Muitas histórias ela já ouvira sobre as criaturas que

habitavam longe do seu lar tranquilo. Sabia os seus nomes, imaginava

como elas eram devido as descrições dos mais antigos.

Mas ter uma experiência real com algo assim era bem mais

assustador. Mal escapara do Horong encontrou-se agora com o Guardião

da Floresta. Estava exausta, sabia que não haveria mais como

fugir, sabia do poder mágico daquele ser que com um único

gesto poderia por fim a tudo. Sua vida agora dependia da vontade da

imponente criatura.

       - Ah!!!

Um humano! Tinha que ser um humano! Como se atreve a incomodar-me

em minha floresta?!!! - esbravejava o Guardião.

       Mei

abaixou a cabeça e olhando pro chão em sinal de

respeito falou baixinho.

       - Perdão

senhor Guardião, não quis acordá-lo...

       - Hã?

Você disse alguma coisa? Fale mais alto! Diga quem é

você e o que queria em meus dominios antes que eu acabe com

sua vida!

       - Eu

me desculpei por atrapalhar seu sono. Sou Mei Urameshi, um camponesa

e nada quero do seu lar, apenas estou indo para a cidade de Payon e

este é o caminho. - Falou a jovem enquanto se levantava

corajosamente encarando o velho Guardião.

       Se fosse

chegada a hora de morrer então ela morreria com a cabeça

erguida.

       - Payon?!

Eu odeio todos que são de Payon! Os humanos vem de lá

matar as criaturas da minha floresta e derrubar as árvores!

Será um prazer exterminar um humano que vem ou que vai para

Payon hahahahaha!!!

       - Faça

como quiser senhor Guardião, mas saiba que nem todos os

humanos são iguais... - retrucou a moça demonstrando

tranquilidade diante da situação.

       Por uns

minutos o Guardião ficou em silêncio. Talvez ficasse

surpreso pela atitude destemida da jovem e pela sabedoria em suas

palavras.

       - Hum...pois

bem. Se você pequena humana diz que é diferente dos

outros terá que provar. Um habitante de Payon roubou de mim

um brigan. Deixarei que vá até Payon com vida, mas vc

deverá trazer o que me pertence! - sentenciou

a criatura.

       - Assim

será feito senhor Guardião, quando estiver em Payon

procurarei pelo seu brigan e o trarei de volta.

       Ouviu-se

então uma gargalhada do velho Guardião. E ele apontou a

direção que levaria de volta a estrada. Nisto o sol

começou a despontar no leste fazendo desaparecer as sombras e

iluminando o caminho de Mei até Payon.

 

 

 

 

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Capítulo

2: O sol como testemunha.

 

 

 

 

 

 

 

 

       Morroc.

Não era fácil a vida nas areias escaldantes do deserto.

O ar seco e quente dificultava a respiração de qualquer

ser vivo. Apenas o povo nômade acostumado a tais condições

conseguia realmente sobreviver ali. A água sempre escassa. A

pouca comida era obtida com muita dificuldade através de

longas viagens ou caçando feras no deserto. As dunas se moviam

com o vento apagando qualquer trilha fazendo com que muitos se

perdessem na vastidão amarela. Terra amaldiçoada? Ou

simplesmente o cemitério do ser mais poderoso e temido que já

existiu?

      Mas para

os habitantes do deserto pouco importava as lendas antigas. Eram

sobreviventes. Embora detinham consigo segredos e histórias

ancestrais, passados de geração em geração,

os nômades se preocupavam mais em manter-se vivos nos dias

atuais. Entre eles, alguns buscavam fazer sua própria história

ou até mesmo se tonar uma lenda. Mas as lendas fazem-se por si

só. Ser uma lenda não é para quem simplesmente

deseja, as vezes, simplesmente acontece.

      A garota

de olhar feroz e gênio irritavel não planejava ser

lenda alguma. Queria apenas levar a sua vida fazendo o que bem

entendesse sem se preocupar com nada nem dar satisfação

a ninguém. Mas mesmo sem ter intenção seu nome

ia ficando cada vez mais famoso junto ao seu povo. Era uma pessoa

polêmica. Sempre envolvia-se em alguma confusão, pois

não levava desaforo para casa. E sinceramente não era

preciso um grande motivo para irritá-la. Isto somado a sua

perícia com adagas a faziam ser temida e respeitada. Todos

procuravam medir bem as palavras quando iam falar com Tróia.

       A pequena

estatura e aparente fragilidade física realmente enganava.

Alguns a chamavam de a pequena fera. Foi acolhida pela aldeia quando

surgiu nos arredores ainda muito nova. Ninguém soube quem eram

seus pais. Como de costume, em tais casos, acreditava-se que ela fora

criada até então pelos lobos do deserto. E que estes a

deixaram quando completara cinco anos para que vive-se com os humanos

e aprendesse os costumes deles. Dizem outros, que até hoje ela

tenta aprender e agir como uma pessoa civilizada. Mas Tróia

não se importa com que as pessoas dizem.

       Certa

noite, cinco dos mais ambiciosos da aldeia nômade se reuniram

para tratar da sucessão do líder. O velho Malaqueb

havia governado sabiamente de modo justo a tribo nômade. Mas a

idade chegara e a vida avançava para o seu final. Tinha como

descendente apenas o seu neto Kalil de apenas treze anos de idade.

Imaturo para governar e liderar a comunidade. Mas Kalil era o único

amigo de Tróia e todos temiam que ela não entendesse ou

não aceitaria outro para substituir Malaqueb que não

fosse Kalil. Assim, a reunião teve ínicio:

       - Temos

que tomar uma decisão urgente! - proclamava Voltan –

Malaqueb não vai durar muitos

dias e todos aqui sabem que podemos ter

problemas com a garota!

       

- Tem

razão! Aquela fera não pensa com a cabeça,

somente com os punhos...temos que dar um jeito nisso –

concordava Almut.

       - Ela

já causou muita confusão aqui na aldeia! Todo mundo

tem medo dela...meu filhos tem medo dela! Deviamos expulsa-la daqui.

- idealizava Queops

      - E

você tem coragem para expulsa-la daqui Queops? Até

parece fácil mandar aquela fera para o exilio.Temos que

pensar em algum outro jeito. - ponderou Anak

       De todos

os cinco, apenas Jeofren permanecia em silêncio. Escutando e

analisando toda a discussão. E todos sabiam que quando ele

falasse alguma solução havia de vir, pois ele sempre

foi o mais ponderado , mas não menos ambicioso.

       - E

então você não tem nada a dizer Jeofren?

- indagou Voltan

       Jeofren

levantou-se e caminhou alguns minutos em circulos pensando e

finalmente se pronunciou:

      - Sim, tenho um plano. - os olhos de

todos brilharam ao ouvir isso – realmente

temos que nos livrar de Tróia. Mas não é tão

simples. Quero que confiem em mim, amanha daremos um fim ao nosso

problema.

       E assim a

reunião deu-se por encerrada e com uma certa comemoração

a base de vinho e assado de Selvagem.

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      Na manhã

seguinte, pouco depois dos primeiros raios do sol, um garoto entrou

na cabana de Tróia com um ar de desespero.

       - Tróia! Ah...des-desculpe te acordar. Mas aconteceu algo...

      Assim que

notou alguem entrando sem ser convidado em seu recanto Tróia

saltou colocando-se de pé e empunhando suas adagas:

      - Diga

logo garoto! O que foi? Porque me acordou desta maneira?!

      - Ka-Kalil...ele

é seu amigo não é? - continuou trêmulo o rapaz -  Nesta manhã nós saimos

em direção as dunas do oeste. Estavamos explorando

quando apareceu uma matilha de lobos. Eu consegui fugir, mas ele ficou lá...

      Mal o

garoto terminara de falar Tróia saiu em disparada para ir

buscar seu único amigo. Mesmo na areia macia e fofa ela

conseguia correr velozmente como que se flutuasse. Ela não

temia enfrentar os lobos, alias acreditava que nem seria necessário

pois sempre tivera um bom relacionamento com eles. Se não

fosse pela pressa em salvar Kalil, talvez  tivesse pensando e

estranhasse este ataque de lobos que dificilmente saiam do seu

território. Mas como sempre, agir e depois pensar era o que Tróia

fazia de melhor.

      Quando

chegou ao local aparentemente indicado, onde ocorrera o ataque dos

lobos ela circulou em busca de rastros. E nada encontrava. Desceu por

duas dunas e então ouviu ruídos de várias patas

caminhando rapidamente em sua direção. E da areia

começaram a surgir vários escorpiões. Em poucos

segundos ela estava cercada. Colocou a mão num bolso e viu que

devido a pressa não pegara o antídoto para se

desentoxicar do veneno daquelas criaturas. De qualquer forma, não

havia mais como exitar. Tróia se lançou em meio aos

escorpiões e com golpes rápidos e precisos ia

dilacerando um a um. No entanto, foi inevitável que ela

sofresse várias ferroadas, e quanto mais o tempo passava mais

o veneno espalhava-se por suas veias. Depois de algum tempo já

havia dado fim aos monstros, mas o veneno foi fazendo sua visão desaparecer. Suas pernas começaram a perder as forças.

Suas mãos deixaram cair as adagas. Seu corpo finalmente

despencou de encontro a areia quente. Quando seus olhos já se

despediam de ultima espiada para o sol de Morroc ela ainda pode notar

a presença de alguém se aproximando...e foi a ultima

coisa que viu.

      -

Hum...interessante. - falava em voz alta embora ninguém

pudesse ouvi-lo pois tinha somente a garota desacordada caída

aos seus pés – Então aqui esta a tal fera que me

contrataram para exterminar.. - sorria o desordeiro.

      O homem

de face maléfica tocou em Tróia certificando-se que o

corpo estava imóvel. Olhou atentamente por alguns instantes

para a face da jovem. Embora fosse castigada pela vida difícil

do deserto, ela era bonita. Parecia uma linda e rara flor que brotara

milagrosamente da areia. Seus cabelos curtos eram castanhos igual aos

seus olhos. Seu nariz fino e sua boca estreita se encaixavam

perfeitamente na forma do seu rosto. Tinha os braços e as

pernas fortes, embora magra seu corpo era rígido e tonificado

provavelmente devido a muitos exercícios.

      - Então

você é a famosa Tróia. Sei que não pode

me ouvir. Hum...me contrataram para matá-la, mas acho que

posso ter um lucro a mais com você. Não vou deixar você

morrer aqui.Vou levar você para a cidade de Morroc

garota...conheço alguém da Guilda dos Gatunos que

pagaria bem por uma jovem talentosa como você hahahahaha.

      Dito

isso, o desordeiro, usou sua habilidade em rapto e os dois

desapareceram das areias do deserto sem deixar sinal de tudo o que

acontecera ali.

 

 

 

 

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Capítulo 3:

Quer casar comigo?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

      Os fogos

explodiam no céu azulado alegrando o olhar de todos que

estavam ali presenciando a festa. Festas não eram coisas raras

de se acontecer. Sempre havia algum motivo para comemorar e festejar.

Se havia um paraíso da diversão em Rune-Midgard este

lugar era Cômodo.Era

dificil não contagiar-se pelo clima, pelas bebidas, pelas

músicas e pela alegria que se espalhava em cada beco.

      O bar

estava sempre lotado de pessoas que vinham de todos os lugares.

Bebidas para todos os gostos nunca faltava. Mas, o momento mais

esperado, pelo menos para os homens, era a hora do show das

dançarinas. Famosas pela sua graça e beleza

enfeitiçavam o mais insensível dos homens. Muitas foram

as dançarinas que pisaram nos palcos de Comodo. Muitas fizeram

sucesso e alegraram as mais tristes das almas. Mas atualmente,

nenhuma conseguia chamar mais atenção, nenhuma

conseguia atrair mais olhares, aplausos e admiração do

que a adorável Drikinha.

      Com

certeza a mais bela criatura que caminhava pelo mundo. Dizem que o

seu olhar acalmaria o mais furioso orc e que por ela Odin cortaria a

barba .Não

havia como achar defeitos em formas tão bem desenhadas do seu

corpo de mulher. Seus longos cabelos loiros brilhavam como o próprio

sol. Seu olhar doce e cativante emudecia o mais atrevido dos bardos e

arrancava suspiros do mais tímido sacerdote. Sua pele branca e

macia acendia nos homens o desejo de tocar e sentir sua suave

textura. Mas é quando ela dançava que os homens sentiam

que estavam no paraíso. Conta-se que depois de vê-la

dançar os homens poderiam morrer até felizes nas mãos do Bafomé.

      No

entanto nem tudo eram flores na vida da bela jovem. A beleza muitas

vezes pode ser um problema. Não foram poucos os apaixonados

que tramaram visando colher esta bela flor e te-la exclusivamente no

seu jardim.

      Há

cerca de uma semana chegara em Comodo um famoso comerciante. Augusto

Richer, o gordo, um homem rico e influente. Sempre teve tudo o que o

dinheiro podia comprar. Desde os itens mais cobiçados aos

desejos mais obscuros. Como muitos não demorou para que se

encontrasse enfeitiçado pelas estonteante Drikinha. E como

tantos outros não ficou nada feliz em ouvir um não como

resposta ao seu pedido de casamento.

       - Quem

ela pensa que é? Ousa negar um pedido meu! Eu o grande

Augusto Richer! - reclamava em frente a um criado.

      

- Esta

jovem não deve saber o que esta fazendo meu senhor. Não

deve ter o juizo perfeito. - complementava seu servo Pagun.

      - Ah,

mas isso não vai ficar assim não. Ou eu não me

chamo Augusto o grande! - reclamou

o volumoso comerciante antes de chamar novamente seu criado.

      - Pagun!

Quero que descubra tudo sobre ela. O que ela faz e aonde esta a cada

minuto do dia.  

 

      - Pode

deixar meu senhor, Pagun cuidara disso.   

 

 

................................................................................................................................................................

 

 

 

      O sol

havia despertado a muito tempo. O período da manhã

chegou ao término o que significava que era hora de acordar.

       - Drikinha,

ta na hora de acordar senhorita – apareceu a velha senhora

Lombardo junto a porta querendo tirar da cama a jovem dançarina.

      

- Mas

já? Ai, deixa eu dormir só mais um pouquinho vai.

- resmungou ainda sonolenta.

       - Se

eu deixar você dormir mais um pouquinho o dia passará e

você ficara ai na cama, te conheço menina. -

sorriu de forma simpática a velha.       -Hunf...tá

bom...tá bom...sei que não vai deixar eu dormir mais

mesmo. - levantou-se Drikinha indo banhar-se se preparando

para o novo dia.

      Assim que

saiu do banho e olhou rapidamente viu que de novidade ali no quarto

destacava-se um glamouroso arranjo de flores em cima da mesa.

      - Quem

mandou essas flores? - perguntou ela curiosa

     

- Bom,

tem um bilhete aqui...foi o nobre Senhor Richer...Agusto Richer.      

 

 

 

 

     - Ah,

droga! Aquele velho chato e gordo. Agora vai ficar no meu pé...não

sei como me livro dele viu...

      - Ora

menina, você devia agradecer por ter um admirador tão

generoso como o Senhor Augusto. - retrucou a senhora.

      - Bom,

já que a senhora gosta tanto dele...pode casar com ele então

– disse Drikinha abrindo um sorriso maroto.

     Acostumada

com o jeito despojado e atrevido da dançaria, a velha senhora

Lombardo resmungou mais alguma coisa e deixou o quarto. Logo em

seguida, a moça estando sozinha, sentou-se junto a penteadeira

e começou a se maquiar. Foi quando ouviu um estranho barulho

vindo de uma das janelas. Assustada, se armou de uma vassoura e foi

verificar. Quando afastou as cortinas deu de cara com um homem magro

e olhar sofrido que parecia preocupado.

       - Quem

é você? O que quer aqui? Fale logo antes que eu chame

algum segurança.

      

- Calma...calma

senhorita...não é preciso. Só vim aqui ajudar.

       - Ajudar?

Ajudar quem? Eu? Por que eu precisaria da sua ajuda?

      O

estranho homem entrou para dentro do quarto e sentou em uma cadeira

perto da cama

      - Meu nome é Pagun. Trabalho pro senhor

Augusto Richer...

     

- O

que?!! Não acredito nisto! Que atrevimento! Mandar me

espionar! - interrompeu Drikinha.

          

 

     - Não...não

é isso, espere. Eu vim por minha escolha para avisar a

senhorita. A senhorita corre perigo. Meu patrão é um

homem muito poderoso que sempre consegue o quer. Se não

consegue ele faz coisas terríveis...

 

 

      - Você

esta me ameaçando? Eu não acredito nisto...era só

o que faltava! - começou a esbravejar cada vez mais

irritada.

      - Não..não

é isso. Eu vim avisar a senhorita do perigo. A senhorita tem

que ir embora. Tem que sumir. Meu patrão esta armando algo.

Ele vai levar a senhorita a força...eu conheço ele.      

 

     - Hum...mas

ele não pode fazer isso não. Não aqui na minha

cidade.

 

 

     -  Sua

cidade? - sorriu Pagun – o

senhor Augusto pode comprar todo mundo aqui. Aliás ele já

esta se associando ao senhor Lombardo. A senhorita não tem

escolha pode acreditar.

     - Mas...mas...-

ela ficou sem saber o que dizer por um momento – por

que você esta me dizendo isso?    

- Ah,

porque a senhorita é tão bonita, tão

jovem...estou apaixonado pela senhorita, sei que não tenho

chances, mas não quero ver a senhorita nas mãos dele.

 

      Ao ouvir

isso Drikinha sorriu. Mas sabia que era também um momento de

tristeza. Que teria que abandonar a vida que adorava. Abandonar as

festas e tudo o que tinha ali. E tinha que fazer isso o mais rápido

possível. Rapidamente, pegou seus pertences mais preciosos, os

quais não abandonaria por nada e acompanhou Pagun saindo pela

janela.

      Pagun, a

levou por um caminho que ela não estava acostumada. Passaram

por um local com cheiro fétido e cheio de sapos.

      - Ah,

eu odeio esses sapos de thara, são horriveis!!! Vou ficar uma

semana sem conseguir dormir sonhando com essas coisas! E preciso

tomar outro banho urgente!

      Pagun

sorria enquanto ouvia as reclamações da moça.

Depois de um bom tempo de caminhada chegaram a um barco aonde um

jovem barqueiro a esperava.

      - Bom

senhorita, eu tenho que ficar aqui – disse Pagun – desejo

boa sorte e que seja feliz na sua nova vida.     

- Obrigada

senhor Pagun, não sei como vai ser a minha vida agora, mas

agradeço por ter me avisado.     Logo em

seguida, ela acomodou-se no barco e este foi afastando, deixando para

trás a adorada e festiva Comodo. Drikinha não conseguiu

conter algumas lágrimas. Só depois de algumas horas de

viajem é que lembrou de pergutar ao barqueiro para onde ele a

estava levando.

     - Estamos

indo para a cidade de Morroc senhorita. É para onde da pra ir

com este simples barco.

    

- Ah,

droga só faltava essa...to indo pro deserto...pra longe da

civilização...o que será de mim? -

resmungou.

     - Bom

senhorita, se me permite dizer, você é muito

bonita...não gostaria de casar comigo? - sorriu o

barqueiro revelando a falta de alguns dentes.    

 

     - Ai,

essa não...

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 Obrigada

pelos comentários ^__^

Sei

que é minha primeira fic e tenho muito que aprender, mas eu

adoro escrever. E com vcs me incentivando vou me dedicar cada vez

mais a história ok ^^

Bom,

a trama ainda esta apenas no começo e tem muita coisa para

acontecer na vida dessas garotas rsrs...espero que continuem

gostando.

Beijos

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Capitulo

4: A sabedoria do Monge.

 

 

 

 

 

 

 

 

       Payon não

é uma cidade tradicional do tipo que tem grandes edificações

ou muito movimento em suas ruas. Logo pode-se observar isso ao

entrar na cidade e se deparar com a bela interação da

cidade com a floresta. É como se a mata tivesse invadido a

cidade e não o contrário. Verde é a cor

predominante em toda a parte. Seus cidadãos são

adoradores da natureza e dela sabem todos os segredos. Famosos são

os caçadores que tiveram sua origem em Payon. Embora o povo

fosse até amistoso, geralmente não viam com bons olhos

os forasteiros. Achavam que as pessoas que vinham de outras cidades

não respeitavam o modo de vida dos payonienses. Mas quem

aceitasse Payon como ela era e se comportasse bem seria bem vindo.

       Para Mei,

Payon era um sonho que se tornava realidade. A primeira cidade grande

em que colocava os pés. Tudo a encantava desde as lojas de

comerciantes ao grande e suntuoso palácio. Poderia ficar

horas, ou até mesmo dias, andando por toda Payon apenas

desfrutando de sua beleza. No entanto, ela sabia que havia algum

motivo para estar ali. Algo que a fez deixar seu povo para trás.

       Embora

não conhecesse ninguém, ela começou a procurar

por um homem. Lembrou que antes de partir da Vila onde morava, o

ancião disse que se ela realmente fosse até

Payon que procurasse por um monge. Um monge em quem ela poderia

confiar. Seu nome Fênix.

      Não

foi dificil achar quem ela procurava. Como a maioria dos habitantes

passavam grande parte do dia caçando na floresta a cidade

ficava bastante vazia. Assim, foi facil localizar um homem com vestes

diferentes e que emanava uma aura de paz e harmonia.

      Rapidamente

Mei foi em direção ao monge:

      - Olá,

Bom dia senhor.

     Fênix

olhou a moça e permaneceu em silêncio sem nem mesmo

piscar os olhos.

      - Bom

dia senhor – repetiu a jovem – Vim

de muito longe para encontrá-lo...veja esta carta por favor,

o ancião da minha vila pediu que a entrega-se.

     Com um

gesto extremamente veloz, quase imperceptível aos olhos

humanos, a carta já aparecia nas mãos do monge que a

leu atentamente.Fitou

novamente a moça para então expressar um timido

sorriso.

      

- Hum...então

você é Mei. A jovem que tem sonhos com vozes do além

e que está em busca do seu destino.

      Naquele

momento a face de Mei ficou corada instantaneamente. Parecia que o

misterioso monge já sabia tudo sobre a sua vida, mesmo

conhecendo-a somente a alguns minutos.   

      - Bom,

menina, descobrir sobre o próprio destino é algo

difícil e demorado de se conseguir. Muitos desistem pelo

caminho, pois não conseguem interpretar as coisas que

acontecem ao seu redor.

      

- Senhor

Monge, se dispor do seu tempo para me ensinar irá ver que sou

uma dedicada aluna. - falou a jovem transmitindo em seu olhar

muita tranquilidade. E isto agradou o monge.

      - Pois

bem. Que assim seja. Vejo em você força e

determinação.Aceitarei passar a você

ensinamentos a muito esquecidos. Deverás me obedecer sem

hesitar e sem perguntas tolas.      - Pode

confiar em mim Senhor Monge! - interrompeu a jovem radiante.      

 

 

      - Ah,

primeira coisa, não fique me chamando de senhor monge! Não

sou tão velho assim certo? Me chame de Mestre Fênix.

            

 

      - Sim,

Mestre Fênix. Por onde começo meu aprendizado?

 

      - Hum...vejamos.

Vá até a saída leste da cidade e me traga dez

troncos de Salgueiros

      E assim

Mei saiu da cidade e o mais rápido possível tratou de

conseguir os troncos solicitados. Voltando então para junto

do seu mestre.

      - Aqui

está Mestre Fênix. Não tive muito trabalho com

os Salgueiros para conseguir estes troncos.

      - Hum...hum...-

murmurava o monge vendo os troncos – Bom

trabalho! - disse a seguir enquanto sorria – agora

não passarei frio esta noite, estes troncos farão uma

bela fogueira.

      - Fogueira?

- estranhou Mei, achando que seu serviço tivesse como

finalidade algum motivo mais nobre.

      - Sim,

uma fogueira. Se eu fosse um arqueiro faria algumas flechas com

esses troncos, mas como não sou, eles servem pra fazer uma

fogueira mesmo. - respondeu abrindo um largo sorriso.

      - Esta

certo mestre, pelo menos não passaremos frio esta noite

– concordou a jovem.

      - Ei,

espera um pouco – interrompeu o monge – quem

disse que você ficara comigo junto a fogueira?

      - Hã?

Não ficarei? - retrucou Mei arregalando os olhos.

       - Claro

que não. A noite você devera procurar um rio e trazer

uns peixes para meu almoço de amanhã.

      Neste

momento Mei pensou em reclamar, mas lembrou que concordara em

obedecer o monge. Assim, abaixou a cabeça e saiu novamente em

direção a floresta.

      O dia

passou rápido enquanto ela percorria a mata em busca de um

rio. Quando ouviu o barulho da água corrente já era

inicio da noite. Estava muito escuro para voltar à cidade e

poderia perder-se pelo caminho. Então Mei, procurou uns

galhos de árvores e fez algumas varas de pesca.Enquanto

as horas iam passando o frio ia aumentando noite a dentro. Não

havia nada por perto para que pudesse proteger a jovem da baixa

temperatura. Então, fazendo uso de uma pedra afiada cavou um

buraco. E se acomodou junto a terra procurando se esconder do vento

gelado.

Nunca a

jovem tinha passado uma noite dormindo no chão de terra pura.

De inicio sentiu muito desconforto, mas aos poucos sua pele foi se

acostumando ao contato com a terra. E ela sentiu seu corpo aquecido

e dormiu.E Mei e a terra tornaram-se um só.

      Muito

tempo se passou até que o debater de peixes na água

fez Mei acordar. Rapidamente ela levantou-se do seu ninho de terra e

segurou uma das varas o mais forte que conseguiu. Mas o peixe do

outro lado também tinha sua força e lutava por sua

vida. Assim, ainda meio zonza pelo sono Mei perdeu a luta e o peixe

a atirou no rio.

       A água

gelada endureceu todo seu corpo. A respiração

tornou-se dificil e mais uma vez a jovem viu sua vida em perigo. A

escuridão era tanta que ela não conseguia ver aonde

ficava a margem do rio. Nadou até seus braços e pernas

não terem mais forças. Debateu-se por algum tempo.

Então, vendo que seria vencida pelo cansaço e não

tinha como vencer a água ela relaxou. Deixou que seu corpo

flutuasse junto a água. Aos poucos seu corpo foi se

acostumando a água e o frio já não a

incomodava. Apenas o movimento calmo e tranquilo das águas

levava seu corpo boiando. E neste momento ela percebeu que não

sentia mais o seu próprio corpo. E Mei e a água tornaram-se um só.

     Quando

abriu os olhos ela se deu conta que dormira sobre as águas,

mas agora seu corpo já se encontrava junto a margem do rio.

Estava de volta a terra.Assim

que colocou-se em pé, viu o quanto podia ser terrível

a sensação de frio quando o vento forte veio de

encontro ao seu corpo molhado. E o vento não teve piedade de

Mei. Ela correu e buscou abrigo junto ás arvores. Mas o vento

esperto mudava de direção e aparecia de todos os

lados. Não tinha como se esconder dele.

      A jovem

estava no limite de suas forças. Agora era o vento que

soprava cada vez mais forte querendo levanta-la do chão. Mas,

naquela noite o corpo de Mei já aprendera que era inútil

lutar contra as forças da natureza. Então ela resolveu

deixar-se levar pelo vento. E este a levou para onde quisesse voando

de um lado pro outro em meio a floresta. E Mei e o vento tornaram-se

um só.

     Quando

abriu os olhos novamente, a jovem estava junto ao rio, com um lindo

peixe ao seus pés. A noite já não estava mais

tão escura pois logo o sol iria nascer. Então, ela

apoderou-se do peixe e pegou a estrada voltando a Payon.Logo na

entrada da cidade Mei se deparou com a luz de uma fogueira que ainda

estava acessa e ao seu lado o monge dormia profundamente.Ela até

pensou em acordá-lo. Mostrar a sua irritação

depois daquela noite horrível. Tudo por causa de um peixe.

Mas ela estava cansada demais para discutir com o monge. Por isso

ao invés de iniciar uma briga, atravessou o peixe com uma

galho e colocou sobre a fogueira.

      Nisto o

Mestre Fênix acordou assustado e deu um sobressalto o que fez

a moça também assustar-se e derrubar o peixe no meio

da fogueira. Instintivamente, sem pensar, Mei colocou sua mão

em meio ao fogo e agarrou o peixe em fervura. Ao se dar conta do que

estava fazendo ela sentiu um calor insuportável em seu braço,

mas ao invés de gritar e se desesperar ela relaxou. E Mei e o

fogo tornaram-se um só.

       Vendo o

ocorrido diante de si o monge surpreendentemente soltou uma

gargalhada.

       - Hahahahahaha!

Vejam só, em uma única noite você aprendeu os

caminhos da terra, da água, do vento e do fogo. O espirito da

Brisa Leve está em você menina.

       - Eu?

Aprendi foi? - ela perguntou já sabendo a resposta

porque se dera conta de tudo o que acontecera naquela noite e o

quanto havia evoluído ao obedecer seu mestre. Aprendeu que tudo era importante por mais simples que fosse, desde buscar um peixe a pegar lenha para uma fogueira.

      - Sim

jovem Mei, em todos esses anos nunca encontrei alguém que

conseguisse dominar a Brisa Leve em uma só noite. Agora, não

me resta mais nada a te ensinar – disse o mestre sorrindo e

com os olhos reluzentes.

      Mestre

Fênix hospedou Mei por alguns dias em sua casa e ela

contou-lhe sobre tudo que vivera até ali. Falou

principalmente do seu encontro com o Guardião da Floresta e

que estava em dívida com ele. O monge lembrou-se de um

caçador que gabava de ter conseguido um brigan há

algumas semanas atras. Lembrou também que ele tinha ido

embora para Morroc a cerca de três dias. Assim, a jovem soube

qual seria seu próximo destino.

      - Boa

sorte em sua jornada minha jovem taekwon! - despediu-se o

mestre.

      - Obrigada,

e até algum dia Mestre Fênix! – acenou Mei e

partiu para Morroc sem olhar para trás.

 

 

 

 

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 Capitulo

5 : Tumulto em Morroc

 

 

 

 

 

 

      Até hoje muitos ainda não sabem exatamente o que

aconteceu. Conta-se que Odin cansado de ver as desavenças

entre os domínios de Chaos, de Loki e de Iris resolveu

intervir diretamente em Rune-Midgard. Assim Odin tomou para si os

três domínios unindo-os. Desde então não

se tem ouvido mais falar do destemido Chaos, do ardiloso Loki e da

sábia Iris.

      Quanto ao cotidiano das pessoas do reino muita coisa mudou. Morroc

agora era uma cidade muito mais populosa e movimentada. Um grande

número de comerciantes resolveram abrir suas lojas na tórrida

cidade do deserto. Antigos moradores não gostaram muito deste

acontecimento, no entanto, para outros a vida ficou muito mais fácil.

Haviam muitas mais pessoas para serem afanadas.Se antes furtar alguém já era algo simples para um

habilidoso gatuno, agora, era tão fácil como tirar um

jellopy de um poring. Bastava atacar alguém desprevinido e

depois sumir em meio a multidão.

      Tróia ganhava a vida como todos os gatunos. Foi assim que

aprendeu a viver com seus amigos da Guilda. Ela não lembrava

muito do seu passado, mas isso pouco importava. O que ela sabia era

que nas ultimas duas semanas havia aprendido muitas habilidades e se

destacava entre os seus.      - Socorro!!! Acabei de ser roubado! Alguém viu quem foi? -

gritava um nobre assustado e de bolsos vazios.

 

 

 

 

 

      Mal sabia ele que a autora do furto já se encontrava bem longe

dali contando os zenys que tinha adquirido. Na verdade, Tróia

usava suas habilidades de ladina mais em busca de ação

do que para enriquecer. Achava divertido o desespero de suas vítimas

que mal viam quem as usurpara de suas riquezas. No entanto, apesar de

levar uma vida aparentemente livre ela tinha que prestar contas ao

lider da Guilda.

     Naquela noite, como de costume, Tróia encontrou-se com Smoke

vice-líder da Guilda.

     - Olha só quem apareceu por aqui!

Lembrou-se de nos fazer uma visita? Vamos garota aproxime-se –

recepcionou o astuto Smoke.

     - Guarde

sua amabilidade para quem acredita nela Smoke –

disse a jovem caminhando em direção a ele.

    

Tróia não fazia questão de

ser simpática com ninguém, muito menos com Smoke no

qual ela não confiava nem um pouco.

      - Aqui esta o que consegui

esta semana, separe logo a parte da Guilda que tenho pressa...

- adiantou-se a garota entregando-lhe a sacola cheia de zenys.

      

- Calma pequena fera –

retrucou o mercenário enquanto contava e separava os zenys.-

Não tenha pressa... temos uma missão

especial para você.      

Tróia não gostava que a

chamassem de pequena fera e Smoke sabia disso. Ela não sabia

o porquê, mas era um apelido que a deixava com dor de cabeça

e fazia ter sonhos com uma realidade que não era sua.

Resquícios de lembranças que não deveriam mais

incomodá-la.

      - Missão para mim?

Do que esta falando? Já dou mais lucro para a Guilda do que

qualquer outro... mereço um descanso. - reclamou ela.

       - Tem razão...tem

razão. Mas precisamos de alguém muito habilidosa e

você é a mais indicada. Assim que tiver sucesso poderá

ter suas férias – ponderou Smoke enquanto sorria

sorrateiramente.

      - Esta bem. Me diga logo o

que tenho que fazer não quero perder mais tempo respirando o

mesmo ar que você. - falou a jovem dando-lhe um olhar

feroz.

      - Hahahahaha! Você

não tem jeito mesmo garota. – divertiu-se o

vice-líder – Pois bem, temos a

informação que chegou a nossa calorosa cidade uma

jovem portando muitas jóias. E, decidimos que seria bom

aliviar um pouco o peso das malas desta visitante. -

explicou.

      - Fale-me sobre ela, onde

posso encontra-la – disse Tróia secamente.

      - Você não

terá problemas com ela. É uma destas dançarinas

tolas e distraídas. Sabemos que esta alojada na estalagem da

cidade. Hum...deixe me ver...ah, sim...Drikinha é o nome

dela. - complementou Smoke.

     

Mal o mercenário acabou de falar Tróia

pegou sua parte dos zenys e saiu caminhando pelas ruas. Pelo seu

semblante sabia-se que ela não estava de bom humor. Realmente

não gostava de se encontrar com Smoke. Saia da reunião

sempre em um estado de fúria pronta para arrumar alguma

encrenca que a distrai-se.

      Para sua sorte, não demorou a dar de

encontro com um caçador cambaleante de tanto beber.

      - Ei, garota! Venha aqui me dar um beijo

hehehehe – berrou o desavisado e azarado caçador.

Antes que se desse conta o caçador viu

apenas um vulto voraz saltar sobre ele. Sentiu na face vários

socos desferidos e que lhe deixaram cheio de hematomas. Quando abriu

o olho todo inchado e roxo ainda deu por falta de algo que trazia em

sua bolsa.

       - Garota maldita, roubou o meu brigan! -

queixou-se o homem antes de desmaiar.

Não tinha muita emoção em

atacar um bêbado na rua. Mas aquele caçador fez por

merecer e ao menos serviu para acalmar um pouco os nervos de Tróia.

E por fim, ainda lhe rendeu um brigan.

 

...............................................................................................................................................................

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

      Drikinha

espantou-se com a cidade. Ela não esperava encontrar em Morroc

uma cidade tão desenvolvida com o comércio abundante.

Sempre ouvira dizer que era uma cidade abandonada no meio do deserto.

Felizmente o que ela ouvira não se mostrou como verdade.

Lógico que não se comparava a maravilhosa Cômodo,

mas viu ali um ótimo lugar para recomeçar a vida.

Haviam muitas pessoas, haviam zenys circulando, só faltava a

diversão.

      Dançar

na praça da cidade não era bem a sua idéia de

trabalho, mas enfim era um começo. Uma multidão,

principalmente de homens, aglomerou-se para acompanhar os movimentos

da odalisca. Assovios e aplausos faziam-se ouvir de longe e atraia a

atenção de todos que circulavam nas proximidades.

Mulheres,

em menor quantidade, também faziam parte dos expectadores. Mas

geralmente seus olhos admiravam mais as joías que ornamentavam

a jovem. Esmeraldas e pérolas formando colares dançavam

no mesmo ritmo que Drikinha. E ela em sua dança frenética

nem se deu conta de alguns olhares cobiçosos que caiam sobre

suas jóias.

     Uma

sombra passou rapidamente diante da dançarina fazendo com que

ela se assustasse por um instante. E logo que ela deu por falta do

seu caríssimo colar encerrou a dança e saiu em

disparada. A multidão que acompanhava não entendeu

muito a atitude da moça, mas também eles não

possuíam a concentração dela que permitia ver

tudo com mais clareza por mais rápido que fosse. Assim, ela

mesmo que por um breve momento, pode ver que o vulto na verdade era

uma pessoa que arrancou-lhe o colar do pescoço e saiu

correndo.

      Fazia

tempo que Drikinha não corria tanto e nunca teve que perseguir

uma gatuna. Mas suas jóias eram como se fossem sua vida e

ninguém as levaria facilmente.

      - Ei

você pare!!! - gritava a moça sem obter sucesso,

pois a gatuna continuava a fugir.

      E a

perseguição continuou por longos minutos até que

a odalisca pudesse ver com mais clareza novamente a ladra. E em um

gesto rápido lançou seu chicote que agarrou-se a perna

da fugitiva fazendo-a cair.

      Para a

surpresa de Drikinha a gatuna não se levantou e continuou a

fuga. Ao invés disso colocou-se de pé em uma posição

ameaçadora.

      - Muito

bem moça. Foi você quem pediu...agora prepare-se

– Falou Tróia empunhando suas adagas.

      Drikinha

não esperava uma reação mais forte da gatuna, no

entanto, viu que era forçada a agir também. Atirou

novamente o chicote contra sua inimiga mas desta vez a gatuna

esquivou-se e avançou sobre ela. Com um golpe derrubou a bela

odalisca ao chão e levantou a mão com a adaga para o

golpe fatal.

      - Espere!

- intrometeu-se outra jovem - Acho que esta

com algo que procuro. - disse Mei olhando em direção

a Tróia.

     Mas a

gatuna fez que não ouviu e enquanto sua mão abaixava

para cravar a adaga em Drikinha sentiu um poderoso chute que a atirou

contra uma parede.

      Mei

olhou para Tróia mais seriamente ainda e disse:

      - Acho

que você esta com o meu brigan...*continua* 

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Capitulo

6: O Tabuleiro de Loki

 

 

 

(Alguns meses atrás)

 

Outrora seu poder e dominação

eram plenos sendo seu nome um dos mais aclamados até que Odin,

o supremo, pôs fim ao antigo reinado. Agora em um lugar distante

e pouco conhecido o ser ainda poderoso e temido conspira com seu

servo.

 

       - Ousam alguns proclamar que fui vencido!

Ousam outros dizer que não existo mais! A todos esta

reservada a fúria de Loki! - pragueava a criatura

trajando vestes pretas que se estendiam até o chão.

        

- Sim meu mestre, quando

chegar a hora todos serão consumidos pelo seu poder. -

dizia Lord Nesfestus .


  •  

 

Loki olhou para o imponente Lord diante de si,

mas que não passava de um humilde criado para ele.

 

       - Você

tem sido fiel a mim Nefestus e será recompensado dignamente

quando tudo me pertencer novamente.

 

      

- Obrigado Mestre, vossa excelência é

muito justa com este seu servo.

  

O ser poderoso sorriu com a subserviência

do homem próximo a ele. Sabia que Lord Nefestus era de sua

extrema confiança e daria a vida com a alegria se fosse

necessário a pedido do seu Mestre.       - Nefestus, confiarei a você meus

planos... - começou dizendo Loki enquanto perambulava

pelo salão.      

- Muito me honra

Mestre...- interrompia o Lord.      - Cale-se

e ouça! - ordenou o ser

– No passado apesar de ter seguidores fiéis eles falharam.

Alguns que caminharam ao meu lado hoje vangloriam a Odin...

 

Enquanto falava Loki caminhou até um

trono e sentou-se dando continuidade ao seu discurso:     - Hoje

sei que não basta ter apenas o poder. Tenho que mostrar ao

mundo que o meu poder será pérpetuo! E assim todos me

seguirão e seguirão a minha herança pelo

infinito!!!     

- Sua herança

Mestre? - ousou perguntar Nefestus sem entender direito o que

estava ouvindo.      - Sim

Nefestus, meu reino deverá perpetuar-se pelos séculos.

E todos sempre respeitarão o meu nome. E para isso preciso de

um herdeiro!!! Eu terei um FILHO!

 

 

 

Ao ouvir tal pronunciamento Lord Nefestus não

teve como disfarçar seu espanto. Jamais poderia imaginar que

tais assuntos se passassem nos pensamentos do seu amado Mestre. E

Nefestus esperou que Loki falasse mais alguma coisa, mas diante do

silêncio do Ser ele perguntou audaciosamente:

       - Mas Mestre, com quem terás um filho?

 

 

Ao ouvir isso, um fato raro aconteceu. Um ar de

preocupação nunca visto se abateu sobre o semblante de

Loki.      - Pois

é meu caro Nefestus...isto é um problema. Pensei em

ter um filho com alguma mulher que se encontre no meio do povo,

assim também estarei mais próximo a todos e terei mais

seguidores. O problema é encontrar alguém digna de

gerar um filho meu.      

- Se o Mestre permitir eu

cuidarei deste assunto para o senhor – pediu o Lord.      - Fico feliz que se disponha a cuidar disso

para mim Nefestus. Como sempre tenho muitos outros assuntos a

tratar. Mas não falhe! E que sua escolha me agrade! Use todos

os meios que precisar para ter sucesso em sua empreitada! -

concluiu Loki.

 

 

 

Lord Nefestus estava mais radiante do que nunca

com a responsabilidade e a confiança dada pelo seu Mestre. No

entanto, sabia das consequências caso o que fizesse não

agradasse a Loki.

Naquele mesmo dia Nesfestus foi se encontrar

com o arquimago Akalantes mestre das magias arcanas.

Akalantes passava muitos dos seus dias recluso

em sua torre entretido com seus experimentos e estudando pergaminhos

ancestrais. Poucas eram as pessoas que procuravam sua companhia, pois

além de sua própria aparência sombria os rumores

de que ele sempre estava em contato com criaturas de niffelm

assustava qualquer um. Mas Lord Nefestus não estava na relação

das pessoas que evitavam encontrar-se com Akalantes.       - Akalantes! Estas ai

velho amigo? - vociferou o Lorde assim que adentrou aos

aposentos do bruxo.      

- Precisa sempre ser tão

espalhafatoso? Precisa sempre fazer tanto barulho Nefestus? -

reclamou.       - Oras, já nos

conhecemos a muito tempo, já devias estar acostumado com meu

jeito – riu da seriedade do amigo.       - Pois bem, a que devo a

honra da sua visita? - aproximou-se Akalantes tão logo

acabara de fechar um volumoso grimório antigo.

 

Lorde Nefestus acomodou-se em uma poltrona

macia e esticou as pernas apoiando suas grevas num banquinho de

madeira. Comentou superficialmente sobre seu dialogo com Loki e viu a

surpresa no olhar do arquimago.      - Então, como eu

dizia, preciso da sua ajuda para encontrar as tais moças que

terão a honra de desposar nosso mestre. - continuou

demonstrando preocupação.

      

- Bom, meu amigo...

– sorriu o bruxo – com minha magia

orquestrarei para que possamos escolher através de testes a

pessoa mais adequada aos nossos propósitos. Alguém que

não só agrade ao nosso poderoso mestre, mas que também

tenha lealdade para conosco e os nossos interesses. -

comemorou pegando um garrafa de vinho de mastela.

 

 

Nefestus também soltou um grande sorriso

ao ouvir isso e os dois brindaram num cálice dourado o acordo

firmado entre eles. Depois se dirigiram até uma grande mesa

onde uma orbe possibilitou que visualizassem entre uma névoa

as formas de três lindas jovens.

Em outra mesa de menor tamanho encontrava-se um

velho tabuleiro sobre o qual haviam miniaturas de algumas criaturas

conhecidas. Akalantes movimentou as figura de um caçador, de um

desordeiro e de um mercador.

 

 

 

 

 

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