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A Jornada Divina de Adrom Thorn - Volume I


Draken

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Estou repostando, aqui, as minhas fanfics, após ter ficado órfão do Prontera, que era onde eu as postava originalmente. Espero que os leitores daqui curtam tanto quanto os de lá essas aventuras!

 

Para os que já são meus leitores, eu vou explicar como vou postar:

- Primeiro, postarei as fics do Adrom e do Jeffrey, seguindo a cronologia das estórias. Começarei pelo Volume I, novamente, da fic do Adrom, e postarei os capítulos da fic do Jeffrey que estiverem no mesmo "momento cronológico" da fic do Adrom. Em dado momento, quando já estiver postando o Volume II da fic do Adrom, recomeçarei a postar a fic do Plank. Por fim, pretendo concluir todas as três fanfics, concluindo assim a saga dos Thorn/Punder/Häggen!

 

A todos que vão ler (ou reler) a fic agora, bom divertimento!!! [/ok]

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Fâerün... Terra misteriosa e bela, intrigante e apaixonante... Terra de aventuras e desventuras, de monstros e heróis, de amor e ódio, de paz e guerra, de riqueza e de miséria, de deuses malígnos e de deuses benevolentes... Também chamada de "Os Reinos Esquecidos!"

 

Nesta terra, de incontáveis mistérios, um de seus maiores mistérios é a existência de uma raça imortal: os elfos! Belos e exóticos, sábios e arrogantes, os elfos não se comportavam dessa forma, até que começaram a ser corrompidos pelo poder de sua imortalidade. Diz-se que eles foram criados pelo maior dos deuses do panteão de Fâerün, a quem eles servem: Corellon Larethian.

 

Em Fâerün sempre se fala e se questiona a razão que teria levado Corellon a criar os elfos. Muitos dizem que, no início, ele se sentia solitário e desejava companhia, outros dizem que apenas queria criar servos. Porém, dentre poucos, existe a lenda de que Corellon, após o pacto dos deuses de não intervir diretamente na história de Fâerün, resolveu criar "filhos" que pudessem combater um grande mal que ele, em sua sabedoria, havia pressentido.

 

Os elfos, porém, ao se misturarem e se tornarem arrogantes, perderam um pouco o foco do seu objetivo primário. Tornaram-se preconceituosos... altivos... intolerantes... supersticiosos. Corellon talvez não se agradasse mais tanto de seus "filhos".

 

Foi, então, numa noite chuvosa do período da estiagem, na vila élfica de Elyondyr, em Cormyr, que mais um mistério iria se criar. A chuva castigava os telhados de madeira, minuciosamente construídos por mãos hábeis, e podia-se ouvir cada gota cair pesadamente. Também era possível ouvir gritos de dor... dor de parto! Do lado de fora da casa, havia um elfo, descomunalmente alto, com cabelos prateados. De seus lábios pode-se ouvir apenas uma palavra ser proferida:

 

- "Escolhido!"

 

Então, foi como se essa palavra tocasse a criança, dentro de sua mãe. Repentinamente, a dor acabou, assim como o parto findou-se. No entanto, algo diferente acontecera, e todos dentro da casa ficaram atônitos. O pai da criança, então, quando a vê, diz:

 

- "MALDIÇÃO! FOMOS AMALDIÇOADOS POR UM DEUS MALÍGNO!" - diz o pai pegando a criança em seus braços.

- "NÃÃÃÃOOOO!!! NÃO LEVE MEU FILHO DE MIM!!!" - Grita a mãe em desespero.

- "Você sabe que este é o único jeito, Lyandwen. Não deixarei essa criança amaldiçoar nossa vida. Sabes bem o que farei..." - Termina friamente o pai da criança, enquanto a coloca num cesto e a leva embora.

 

De longe, ainda se pode ouvir o pranto e os gritos de Lyandwen, enquanto seu marido caminha sob a chuva, em direção ao rio. Neste momento, então, a criança encontra-se a flutuar à deriva. E assim foi durante dois longos dias...

 

Em Sembya, próximo aos limites com Cormyr, havia uma ordem monástica secreta. Dentro do centro do monastério, encontrava-se o líder da ordem: o grão-mestre Shyo Lin Kwei. Enquanto meditava profundamente, foi abruptamente interrompido por um de seus discípulos:

 

- "Mestre! Mestre! Veja o que encontrei no rio!" - diz o discípulo, afoito.

"Um recém-nascido... fraco... está quase morto!"

- "Mestre, o que faremos com esta criança?"

No entanto, quando eles retiram os sujos panos que a envolvem, assustam-se: a criança possuia olhos dourados, cabelos prateados como pura prata e uma marca, como fosse uma tatuagem, que cobria todo o seu tórax e parte dos braços: o desenho de uma lua crescente!

 

Ao ver essas coisas, mestre Shyo Lin Kwei, então, entendeu. Fazia parte de suas professias que uma criança seria mandada pelos deuses. E, percebendo o quão incomum era a criança, viu que só poderia ser essa. No entanto, outros não entenderiam...

 

- "Shuan Gi!"

- "Sim, mestre!"

- "Cuide do garoto como se fosse seu filho. Não diga, porém, que eu o mandei fazê-lo. E entenda que, tanto a criança, quanto tu mesmo, sofrerão adversidades, mesmo aqui dentro."

 

Dito isto, o mestre se recolheu às suas meditações, e Shuan Gi levou a criança para seus aposentos.

 

- "Irei lhe chamar Adrom... Adrom Thorn, pois serás o escolhido de nossa ordem para levar a justiça divina às mais longínquas terras!"

 

Adrom, então, cresceu em meio a preconceito e discriminação. No entanto, por mais que sofresse, tornou-se um poderoso monge da Ordem da Justiça Divina, ganhando, finalmente, o respeito de seus membros.

 

Durante vários anos, Adrom percorreu Fâerün em busca de aventuras, sempre escondendo seus cabelos e olhos e a marca da lua crescente. Após muitos anos de bom combate, junto com novos companheiros, inclusive, Adrom combateu um grande deus malígno. Este deus malígno, sendo combatido por vários indivíduos poderosos, munidos, inclusive, das armas de seus deuses, fugiu, parecendo ter morrido.

 

Após essa vitória, Adrom e seus companheiros desfrutaram de um período de paz. No entanto, no panteão, Corellon observava e sentia que o mal havia partido para outro lugar, onde poderia reunir novas forças, a fim de dominar não só a Fâerün, como ao lugar para onde havia se refugiado. Desejoso de ver sua justiça se cumprir, Corellon desceu para ter com seu "Escolhido".

 

- "Adrom! Filho..."

- "Humpf... Não tenho pai, senão Corellon!"  - Resmunga Adrom.

- "E quem achas que contigo fala, meu filho?" - diz Corellon, revelando sua divindade.

- "Co... Core... P-Pai! M-Mas... Como? P-Por quê?"

"Apenas escute, Adrom! Eu te enviarei a outro mundo em uma missão. Tens de destruir a Vecná."

"Mas nós o destruímos!" - exclama Adrom, confuso.

"Vós não o destruístes! Vecná fugiu para outro plano. Eu te enviarei até lá. Saberás e lembrarás de poucas coisas. Apenas o que for necessário para tua vida lá. Lembrarás que vieste de Fâerün, sentirás desejo de te tornares Monge, e te lembrarás de mim. Nada mais!"

Dito isto, com a aceitação de Adrom, Corellon o transporta...

 

Foi numa verdejante ilha, envolta por um belo e azul mar, que surge um menino, de cabelos prateados e olhos dourados, vestido com trajes de Aprendiz. De frente a ele, estava um grande castelo com inscrições nórdicas que diziam: "Fortaleza do Rei Ricardo III - Academia de Treinamento para o Ragnarök"...

 

- "Ragnarök..." - Diz o garoto, ao se levantar e seguir diretamente para a grande construção, sabendo que este é o início de uma nova aventura!

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As opções de formatação desse fórum não me agradaram muito. O tal Highlight, pelo visto, só funciona com o preto. Bem... As falas de Corellon devem ser selecionadas para serem lidas, mas apenas neste post, que a LUG não me deixa mais editar. As próximas aparições de Corellon contarão com falas pretas em Highlight amarelo, para melhor leitura.

 

Daqui a pouco, Capítulo 1. Divirtam-se! [/ok]

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Nuvens brancas e muita neblina... Não se podia enxergar direito! Tudo à sua volta era muito escuro, mas apenas durante poucos instantes, quando tudo se torna um jogo de uma larga miríade de luzes, cores, energias e magia. Estrelas e dimensões passam em grande velocidade! Em segundos, um mundo se aproxima e, sem que se pudesse perceber, estava em franca queda pelos céus, rumo ao chão, ainda distante. Dessa altura, podia-se observar a beleza natural desse novo mundo; um mundo desconhecido que, pela situação que se transcorria, imaginava-se que não seria conhecido além daquilo. Foi então que, impiedosamente, IMPACTO!

 

- "AAAAAHHHHH!" - grita um garoto, em meio à escuridão da noite, suado e pálido, assustado com seu sonho. - "Humpf! Esse sonho de novo... Os deuses brincam com minha mente!" - resmunga.

 

Amanhece um novo dia, então, na Academia do Rei Ricardo III. É um belo dia, comum neste mundo de Rune-Midgard, terra abençoada por Odin. Todos os pequenos Aprendizes parecem entusiasmados, com excessão de um pequeno rapaz de cabelos prateados, que se encontra afastado das outras crianças - não por escolha própria. Por sua estranha aparência, as crianças o recriminam... E ele apenas mantém-se à margem, com seu olhar frio e suas feições tristes.

 

Surge, então, um funcionário. Ele vem às crianças e as leva até suas primeiras salas de treinamento, onde aprenderão algumas lições básicas sobre Rune-Midgard. Além dessas orientações, as crianças, durante o decorrer de sua estada na Academia, aprendem técnicas básicas de combate e defesa, cultura e aprendem leis e etiqueta, para que possam ter melhores condições em suas futuras aventuras.

 

Então, durante uma dessas aulas, ministrada pelo arrogante e experiente Leo Von Frisch, encontram-se várias crianças a serem ensinadas. Leo esbanja sua rotineira arrogância, enquanto Adrom o observa indiferente. No entanto, algo chama sua atenção: um garoto, mais ao longe, o observa com o mesmo olhar de Adrom - frio e indiferente. Os dois garotos acabam se conhecendo. Tales era seu nome... Pretendia ser Mago, e queria realizar esse intento não importando a que custo. Adrom, na ocasião, apenas o escutava.

 

O tempo passou, assim como seu período de aprendizado na academia. Adrom, por nutrir um grande desejo de fazer valer a justiça e o bem, acabou sendo encaminhado à cidade de Prontera, capital do Reino, onde iria ser treinado, para que viesse a se tornar um Noviço. Por sua vez, Tales foi enviado a Geffen. Na hora da saída para seus destinos, ao entrar nos portais, os dois apenas se entreolham, com os mesmos olhares frios, como se dissessem: - "Boa sorte!"

 

Luz intensa, formigamento, seguido de náuseas e desorientação...

 

- "Então é essa a sensação de se atravessar um portal por aqui..."

 

Cercado por vários adolescentes, todos desorientados, Adrom levanta-se e resolve entrar na capela à sua frente. Lá dentro, depois de algumas perguntas, encontra um Ministro, que o orienta. Os dias se passam, enquanto Adrom é orientado, junto aos outros Aprendizes. Depois de alguns meses de orientação religiosa, os Aprendizes recebem uma missão: encontrar uma missionária em sua missão no deserto. Seu nome: Irmã Matilde!

 

A distância é longa... E o tempo voa como o vento! Em meio às pradarias de Prontera, Adrom treina, enquanto caminha para Morroc. Sem muitos meios, nem ajuda, e ainda enfrentando olhares preconceituosos, Adrom segue sua jornada.

 

A viagem é longa, e lhe custa vários dias... Semanas... E, em uma noite, Adrom refletia sobre suas visões e sonhos; observava o céu com um olhar vazio, pois estava imerso em pensamentos. Repentinamente, um nome vem à sua mente: Corellon!

 

O nome não sai de sua mente, não importa o quanto Adrom tente não pensar nele. Por dias, ele o tenta esquecer, mas sem sucesso. Mas apenas um nome, nada significa... O mistério fica e o intriga.

 

Finalmente, após longa jornada, Adrom vê enormes muros, em meio à areia quente e impiedosa do deserto de Sograt. De longe, Adrom contempla a gloriosa cidade de Morroc - a Jóia do Deserto. Parecia uma miragem ver tal cidade, após tanto tempo de caminhada solitária, e enfrentando filhotes de pássaro.

 

Agora, só faltaria entrar na cidade e buscar referências... Encontrar a Irmã Matilde! Cumprir sua missão e poder voltar orgulhoso! Mas Adrom ainda não sabia o que o poderia aguardar em Morroc. Algo estava para acontecer... Algo que mudaria sua vida em Rune-Midgard...

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- "Morroc... Malditos sejam teus habitantes!" - Pragueja Adrom, após ser ignorado por várias pessoas ao pedir informações. –"Preconceituosos... Raça abominável! Devíeis sofrer a ira de Core... Quer dizer, a ira de Odin!!!"

 

Com a mente confusa, e revolto pelo preconceito e frieza dos habitantes de Morroc, Adrom não vê a hora de conseguir encontrar a famosa Irmã Matilde, que ninguém o quer informar onde se encontra.

 

Por horas, Adrom permanece a perambular por Morroc, depois de ter perdido semanas caminhando entre os perigos de Sograt, perdendo-se diversas vezes, dormindo ao relento e correndo de lobos ferozes, e demais criaturas. Com sua roupa suja, e castigada, continuava a pedir informações. Até que, ao cair da tarde, um esguio e, aparentemente, maltrapilho sujeito, parecendo preocupado, e não muito dígno de confiança, aproxima-se de Adrom e lhe fala:

 

- "Garoto... Shhh... Garoto! Rapaz de madeixas prateadas!!!"

- "Sim, sir. Em quê posso ser-te útil?" - Responde Adrom, já sentindo um certo nervoso.

- "Queres saber onde se encontra a Irmã Matilde, não, meu rapaz?!?"

- "Sim! Estou em missão para encontrá-la e dar-lhe um recado de meus superiores da Abadia de Prontera. O senhor sabe onde posso encontrá-la?"

- "Sei... Claro que sei..." [/mal] - Diz o sujeito, em completo cinismo.

- "Hummmm..... E o senhor poderia me dar direções?" - Diz Adrom, desconfiado.

- "Meu rapaz..." - o homem põe a mão no ombro de Adrom. – "Basta seguir para o ..." - O homem, nesse momento, sem que Adrom perceba, desfere uma cotovelada no queixo de Adrom e, em instantes, arranca o saco de Zenys que carregava na cintura, pondo-se a correr em seguida.

- "PEGUEM ESSE LADRÃO! MALDITO!!!" - Adrom o persegue em fúria, mas o ladrão é esguio, conhece as ruas e corre mais rápido.

 

Adrom cansa-se... Amaldiçoa a cidade e seus habitantes com mais ira em seu coração. Depois pensa: "Será que meus pensamentos estão de acordo com a vontade de Core... MALDIÇÃO DE CORELLON! É ODIN!!! ODIN!!!"

 

Perto dalí, um Espadachim, de cabelos esverdeados espetados, trajando sua armadura de placas de madeira, recém-adquirida, e carregando um Kataná, observa Adrom e vê seu agressor esconder-se duas quadras depois. Ele corre até onde está o agressor... Achar Adrom é fácil, com aquele longo cabelo reluzente! Ele chega perto do agressor, que contava as moedas, feliz por seu sucesso.

 

- "Salafrário! Estúpido! Saqueador covarde!!!" - Provoca o Espadachim.

- "O que disse??? Quer encurtar sua vida, moleque?" - Diz o ladrão a sacar uma adaga.

 

Ao mesmo tempo, o Espadachim desembainha seu Kataná, e o empunha com firmeza usando suas duas mãos. O ladrão hesita... Observa o Espadachim... Hesita novamente, e ataca de forma desengonçada. O Espadachim observa o quão patético é o ladrão e apenas vira-se de lado, arqueando os joelhos, deixando seu Kataná virado com a ponta na direção do pescoço do sujeito. Sem chances de reação, o sujeito tem sua garganta trespassada pelo aço frio do Kataná do Espadachim. Ele vê seu sangue escorrendo pela lâmina e sente algo em seu pescoço. Porém, nada mais sente, pelo choque, e tenta, em um último suspiro desesperado, golpear o Espadachim. No entanto, sua adaga pára numa das placas de madeira da armadura, apenas fazendo um pequeno veio na mesma. O ladrão cai, agonizando.

 

O Espadachim triunfou! Exultante, ele recolhe a sacola de Zenys de Adrom e os pertences do meliante, caminhando, em seguida, a passos largos, rumo ao garoto roubado que, no muito, deve ser poucos anos mais novo, chegando-se ao rapaz, em breves instantes, e o encontrando a praguejar. Então o Espadachim diz:

 

- "Rapaz..."

- "Ótimo! Primeiro um saqueador... Agora é um Assassino?" - Pragueja Adrom.

- "Calma lá, rapaz! Sou apenas um honesto Espadachim. Meu nome é... POR ODIN!!! ADROM!!!" - Espanta-se o Espadachim.

- "Como? De onde me conheces?!? Como sabes meu nome?!?"

- "Adrom... sou eu: Plank!" - Exclama Plank, surpreso e contente.

 

Ao ouvir o nome Plank, Adrom recorda-se de uma vida que não vivera... A vida do Adrom Häggen, de quem seu corpo fora emprestado para que Adrom Thorn vivesse. Lembra-se de sua família, alguns poucos amigos de infância, de sua morte patética diante de alguns Fabres... E, depois, voltando mais forte; refeito pelas mãos de alguém poderoso. Enfim, acaba lembrando-se de Plank Häggen, seu primo.

 

- "Plank! O que fazes por aqui, meu caro primo?!?" - exclama Adrom, feliz por ter uma companhia familiar e simpática a seu lado.

- "Vim conhecer Morroc, primo. Não imaginava encontrá-lo aqui. Vejo que se tornou Aprendiz. Mas o que houve com seu cabelo e seus olhos???"

- "Longa história, Plank. Mas conto-te depois que eu conseguir encontrar a tal Irmã Matilde. Aliás, primo, saberias onde encontrá-la?"

- "Perdão, primo. Não sei... Mas posso ajudá-lo a encontrar. Com esse cabelo, e esses olhos, deve estar sendo uma tarefa árdua. Ah! Já ia me esquecendo... Tome!" - Diz Plank, entregando a Adrom sua sacola de Zenys.

- "E ainda pegou o maldito... Já percebi que as palavras proferidas têm poder. Vou evitar amaldiçoar. Mas, primo, fico grato pela gentileza. Esse dinheiro era tudo o que eu possuía."

- "Vou procurar informações e direções sobre a Irmã Matilde. Espere aqui."

 

Pouco tempo depois, ambos encontravam-se em Sograt novamente, fora da cidade, procurando pela Irmã Matilde. Combateram criaturas juntos e estreitaram os laços de família, há muito afastados. Perderam-se, e levaram alguns dias para encontrar seu caminho...

 

Na mente de Adrom, mais e mais, flashes e imagens sem sentido, nomes e sentimentos vão surgindo a cada sonho. Mistérios o intrigam mais, enquanto Adrom procura sobreviver ao perigos desse novo mundo.

 

Fim da Parte 1

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Era noite de lua cheia em Morroc... O deserto, de dia tomado por um tom Âmbar, chegando a um tom Áureo, agora assume um tom de um triste e pálido azul. No estrelado céu, poucas nuvens arriscam tentar bloquear tão intensa glória. Vê-se, então, ao longe, uma fogueira e duas figuras sentadas de frente a ela: são Adrom Thorn e seu primo Plank Häggen.

 

- “Três dias e nada... Esta... BENDITA Irmã Matilde parece não querer ser encontrada. Esconde-se com uma eficiência digna dos mais astutos Gatunos!!!” – Resmunga Adrom.

- “Calma, primo. Nós a encontraremos! É só uma questão de tempo...” – Plank, em uma inútil tentativa de acalmar seu primo.

 

A alvorada traz consigo, como de costume, um sol quente e cruel que, antes mesmo que as pessoas estejam de pé, já começa a castigar as areias de Sograt e as pedras que compõem a arquitetura de Morroc. Sob este mesmo sol, Adrom e Plank recomeçam sua busca pela já quase odiada Irmã Matilde. Horas a fio se passam, enquanto caminham pelas quentes areias de Sograt. Rumando para Noroeste, próximo a Morroc – dica que um bondoso Sacerdote lhes dera –, eles começam a ver, ao longe, uma singela construção, edificada dentro de um pequeno oásis. A visão do paraíso!!!

 

- “Adrom... O que estou vendo é real, ou mais uma das malditas miragens deste deserto?”

- “Não, Plank. Acho que o que estamos vendo não é uma miragem. Por Cor... ODIN!!! *Humpf* Acho que, finalmente, chegamos.”

 

Às portas do oásis, havia duas pequenas colunas, desgastadas pelo tempo; portais de entrada para este pequeno paraíso. Após as colunas, havia um pequeno veio de água límpida, que corria para um pequeníssimo lago. Atrás dele, uma pequena construção se erguia, destoando com a natureza local. Frente a isso, Plank, tomado pela sede e o calor que o consumiam, atira-se no pequeno veio, afundando-se até a cintura e, levando sua mão até a  água, bebia-a desesperadamente, buscando saciar sua sede. Adrom olhou, apenas, e seguiu seu caminho, desejando cumprir logo sua missão.

 

Ela era uma senhora austera, de aparência serena. Ela exalava paz, contagiando todo o ambiente, já pacífico por natureza. À sua volta, enquanto ela cultivava suas hortaliças, estavam três Aprendizes, que a ouviam atentamente. Adrom aproximou-se dela, então. Ela, com um leve olhar, fitou-o e disse:

 

- “Sejas bem-vindo, meu filho. Que ventos te trazem a estes confins? És algum enviado da Abadia de Prontera?” – Indaga Irmã Matilde.

- “Sim! Eu venho em missão, enviado pelo Irmão Necrus, com um recado para a Irmã.”

- “Vens de muito longe, filho! Deves estar cansado... Vês aquele banco?”

- “Sim. Mas, o recado é...” – Diz Adrom, sendo interrompido por aquela doce senhora.

- “Filho... Senta-te à mesa e ceia comigo. Após nossa refeição, tu poderás dar-me o recado do Irmão Necrus.” – Encerra Irmã Matilde, já conduzindo Adrom à mesa.

 

Todos ceiam juntos. Plank devora a comida, como se não comesse há dias, enquanto todo o resto apenas a ingere calmamente. Adrom, eventualmente, acaba dizendo o recado do Irmão Necrus, mas apenas para descobrir que se tratava de uma mera formalidade; um engodo para fazer os Aprendizes irem até lá e passarem por provas, a fim de provarem sua fé e seu valor.

 

A noite transcorre calmamente. Adrom encontra-se sentado em frente ao lago, contemplando a lua cheia no céu, pensando nas memórias que vêm surgindo, no tal Corellon, e em toda a sua vida até ali. Com treze anos, ainda viveria muitas agruras. O tempo é como um abismo profundo que, quanto mais se desce, mais se prende em teias de acontecimentos e tramas divinas. Jamais se consegue dele fugir, e jamais se pode por ele voltar!

 

Foi então, nessa bela noite, que Adrom viu uma silhueta cansada e cambaleante, caminhando dolorosamente pelas areias de Sograt, banhada pela luz da lua cheia. Adrom, percebendo a dificuldade e o sofrimento daquela pessoa, levantou-se de pronto e foi correndo socorrer a pessoa. Ao chegar, deparou-se com uma bela jovem, de belas e longas, porém maltratadas pela crueldade do deserto, madeixas louras, com belos olhos esmeralda e um semblante angelical. A moça, ao ver Adrom, desfalecera, entregando-se ao cansaço e deixando-se dormir. Adrom a carregou em seus braços que, desde criança, sempre foram fortes, pousando-a em frente ao veio d’água. Ali, prestou os Primeiros Socorros a ela, tratando de seus ferimentos e lavando seu rosto, e dando-lhe água fresca. A menina não tinha mais forças.

 

Adrom e Plank, então, permaneceram no refúgio da Irmã Matilde por mais dois dias, enquanto esperavam que a menina se recuperasse. A Irmã Matilde, pela atitude de Adrom, mandou uma carta de recomendação especial para a Abadia de Prontera, para que Adrom não tivesse nenhum problema em se formar como Noviço. Ao fim do segundo dia, a menina acordou e Adrom foi ter com ela. Seu nome era Anabelle. Ela era mais uma enviada da Abadia de Prontera. No entanto, não teve a mesma sorte de Adrom de conseguir companhia para chegar até ali e, também, não tinha o mesmo vigor físico. Ela teria de ficar mais tempo ali, pois fora enviada para completar seus estudos com a Irmã Matilde. Ela o agradeceu por tê-la salvado. Não fosse por ele, ela teria perecido naquelas areias geladas, da noite cruel de Sograt.

 

No dia seguinte, Adrom e Plank já tinham seu rumo definido: Prontera! A bela capital do reino, e lugar onde Adrom, finalmente, tornar-se-ia um Noviço e começaria seu Serviço do Senhor! E, após duas semanas de árdua caminhada e perigos, finalmente podiam vislumbrar, ao longe, os muros da grande capital e os sinos da Abadia que, providencialmente, soaram suas baladas: um sinal de um novo caminho para Adrom.

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Prontera é uma cidade curiosa e cheia de atrativos, mas repleta de intrigas. Em suas ruas, todos os dias, pode-se encontrar uma infinidade de mercadores, vendendo coisas das mais variadas, desde Poções Vermelhas de cura, até poderosas e raras armaduras. E o Emperium?!? Raro mineral maravilhoso que, sendo entregue ao Rei Ricardo III, este lhe permite criar sua própria guilda. Deveras interessante é descobrir para quê o Rei precisa tanto do Emperium.

 

O Emperium é um objeto deveras interessante! Todos os Mercadores que o tem cobram um alto preço por ele, mas todos que nunca o possuíram querem comprá-lo, não importa o preço. Normalmente, por mais caro que tenha custado – a alegria de qualquer Mercador –, ninguém que compra um Emperium se arrepende de tê-lo feito.

 

- “Um dia ainda hei de ter um...”

- “O que terás, Adrom?”

- “Estava pensando alto, Plank. Eu estava devaneando sobre o Emperium, e o novo grupo que hei de formar aqui: um Clã! Tu certamente irás fazer parte deste.”

- “Obrigado, primo! É uma honra e uma satisfação!”

- “Lá está ela: a Abadia de Prontera! Já a tinhas visto, Plank?”

- “Não tive a honra de conhecer a capital ainda, primo. Tudo aqui é novo para mim. Quando saí de nossa vila, fui direto para a academia e, de lá, fui enviado para Izlude. Assim que me formei Espadachim, fui aventurar-me em Sograt, com alguns companheiros, e escoltando meu irmão Eclypso a Morroc. Jeffrey acabou indo conosco também. Os dois querem entrar para a vida conturbada de Gatuno. O pior é que sonham em ser Assassinos... Pode uma coisa dessas?!?”

- “Conhecendo esses dois como conheço, eles serão a favor da justiça, Plank. Não te preocupes! Tornar-se-ão fortes e valentes Gatunos!”

 

A Abadia de Prontera: um oásis para o espírito, e um imenso espetáculo arquitetônico para os olhos. Em meio à corrupção e tramóias da capital, ergue-se o símbolo da honestidade e da virtude, o símbolo da vontade divina sobre Midgard. Esplendorosa, a Abadia é uma construção barroca, um pouco gótica, imponente em tamanho, com suas altas torres e gigantescos sinos, cujas baladas quase podem ser ouvidas em Izlude. Atrás da Abadia, encontra-se o cemitério da cidade, onde grandes reis e grandes heróis foram enterrados com honra. De dentro dessa Abadia já saíram muitos heróis abençoados pelos deuses.

 

- “Chegamos, Plank. Mas temo dizer que tu não poderás ir comigo. Enquanto esperas, poderias nos arrumar um local para descansarmos. Encontra-me aqui dentro de duas horas e meia.”

- “Certo! Procurarei uma taverna que possa nos alojar.”

 

Dentro da Abadia, os inúmeros adornos em ouro iluminam e enchem o local com sua beleza. É uma rica Abadia, visitada por reis e heróis. A mais bela de todas as Abadias e Capelas de Midgard. Dentro de uma sala, à direita da entrada, encontra-se o irmão Necrus, que é quem aplica os exames. Ele também é quem forma os Noviços de Prontera. Adrom chega até ele e os dois passam algum tempo conversando, pois pedira a Adrom que lhe contasse suas impressões e a história de sua viagem.

 

Após duas horas de conversa, nas quais Necrus avaliava Adrom, este, finalmente, chama a Adrom para que o acompanhe. Levando Adrom a uma outra sala, ele foi a um armário, pegou algumas roupas e as entregou.

 

- “Como nós já sabíamos de ante-mão de tua perseverança, mandamos cozer estas roupas para ti, garoto. Elas serão tuas companheiras por muito tempo, portanto cuida bem delas.”

- “Muito obrigado, irmão Necrus! Tenha certeza de que cuidarei bem deste traje sagrado.”

- “A partir deste momento, Adrom, és um Noviço e estás a Serviço do Senhor! E eu te abençôo em nome de Odin. Vá, meu filho! Trilha o caminho dos justos e prega a bondade!”

 

Saindo daquela sala, Adrom vai a um vestuário, onde se banha e se troca, vestindo seu novo traje de Noviço, com seu sobretudo bege. Orgulhoso de si e sua realização, ele sai da Abadia, já esperando ter com seu primo Plank, que já o aguardava do lado de fora.

 

 

- “Adrom! És um Noviço agora!!! Estou feliz por ti!”

- “Obrigado, Plank! Agora eu só quero descansar um pouco. Amanhã é o dia em que minha batalha realmente começará.”

 

Já estava anoitecendo na capital de Midgard, e as pessoas já estavam se recolhendo às suas casas. Os Mercadores já se retiravam, e os cansados aventureiros procuravam diversão e descanso nas Tavernas. Adrom e Plank começam a perceber a primeira – e, talvez, a maior – desvantagem de se ser um Noviço: assim que Adrom saiu da Abadia e começou a andar em Prontera, juntaram-se vários aventureiros à sua volta, seguindo-o e acompanhando-o. Eles pediam que Adrom os curasse, os abençoasse, lhes desse o dom da velocidade! Isso perturbou Adrom, pois eram pessoas que se diziam aventureiros, guerreiros de Midgard! Não deviam se humilhar assim! Até um grande cavaleiro, montado em seu Peco-Peco, veio pedir cura. Adrom ficou irritado, Plank assustado. Adrom ainda tentou explicar que havia acabado de se tornar Noviço, e que ainda não tinha capacidade de realizar milagre algum. No entanto, mesmo explicando, alguns até mesmo xingaram Adrom.

 

Na Taverna de Prontera, Adrom atirou-se à cama, para descansar, e pôr suas idéias em ordem, para repensar essa nova condição e preparar-se para sua nova vida. Uma vida nova se inicia, prometendo muitos acontecimentos...

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Era o fim de mais um dia. Depois de ter se formado Noviço, Adrom passou a caçar monstros nos esgotos de Prontera. Cansado das agruras do dia, e dos acontecimentos recentes, que o perturbaram bastante, Adrom descansou seu chapéu na cabeceira da cama, sobre o sobretudo que ele havia pendurado ali, e desabou na cama a dormir. Seus sonhos prometiam ser conturbados... e assim o foram.

 

Em seus sonhos, Adrom via uma terra castigada, negra, e comandada por senhores das trevas: homens que se deixaram corromper pelo mal e, quanto mais se corrompiam, mais poder obtinham. Essa terra ele já havia visitado antes... Era Ravenloft, o plano maldito. Ali ele confrontou Vecná pela primeira vez, sendo sumariamente derrotado, junto com seu grupo. A maioria pereceu no combate, mas ele, sua amada Lyhanna, seu amigo Elyondel e a paladina Herin foram poupados e presos. Vecná queria apenas se divertir com seu sofrimento. Por anos, Adrom e seus companheiros foram torturados e mantidos presos ali. Até que, numa noite macabra, Vecná entrou pessoalmente na masmorra e perguntou:

 

- “Pela última vez, pois nesta noite irão morrer, se não se renderem: vão querer me servir, ou vão querer perecer e entregar suas almas ao inferno?” – Diz Vecná, ameaçadoramente.

- “Nunca serviríamos a um ser pérfido e sujo como tu, Vecná! Qualquer morte é melhor do que ser um escravo de um verme imundo, que és tu!” – Responde Adrom, raivosamente.

- “Monge estúpido! Seus ultrajes não me afetam. Mas a resistência e os constantes ultrajes de vocês contra mim me esgotaram a paciência. Foi um erro não tê-los matado antes. Mas, agora, vou corrigir esse erro. Vou chamar meus carrascos, pois seu sangue é fraco demais para valer meu esforço... Só quero me alimentar um pouco de seu sofrimento!”

 

Dizendo isso, Vecná solta as mãos de Adrom e o controla com sua magia. Ele o faz pegar uma faca e ir em direção a Lyhanna, sua amada. Adrom tenta resistir com todas as forças de seu coração, e é dilacerado por dentro, sofrendo por sua amada. Ele clama a Corellon com todas as suas forças, mas, em Ravenloft, os deuses não podem ouvi-lo. Lyhanna treme e começa a chorar, enquanto Adrom aproxima a faca enferrujada de seu belo e doce rosto. Adrom tenta fechar os olhos, mas não consegue... Ele quer matar-se com aquela faca, para não ferir Lyhanna, e seu ódio por Vecná aumenta absurdamente. No entanto, nada pode fazer, a não ser chorar e odiar Vecná, enquanto este faz suas mãos usarem a faca para arrancar a pele do rosto de Lyhanna, que grita e urra em dor extrema. A paladina Herin amaldiçoa Vecná em prantos, enquanto Elyondel apenas cerra seus olhos e tenta não ouvir os gritos de Lyhanna, que ecoam terrivelmente por toda a masmorra – parecem até mesmo ecoar por toda Ravenloft!

 

Finalmente, depois de longos minutos, que pareciam uma terrível eternidade no inferno, Vecná saiu da cela satisfeito, gargalhando, e realizado como se houvesse ceado um grande banquete. Adrom, caído ao chão, após ser liberado de seu domínio, estava em quase estado de choque, não fosse sua grande força de vontade e seu ódio por Vecná. Ele correu e golpeou as grades aos prantos:

 

- “Volte aqui, seu maldito covarde! Verme maldito! Venha me enfrentar, bastardo!”

 

A pele do rosto de Lyhanna estava ao chão, e ela estava em choque, apenas gemendo de dor e derramando seu sangue élfico sobre o chão da masmorra. Adrom, desesperado, não sabia o que fazer, vendo sua amada daquele jeito, e ele o tinha feito... Sentiu culpa e queria morrer pelo que havia acontecido. Mas, no desespero, viu uma solução: Vecná o deixara solto das correntes e, do lado de fora da cela, estavam seus pertences. Em meio a eles, estava seu velho Kataná de Arminus – uma espada forjada de uma rocha que, antes de ter sido destruída, servira de prisão para um deus maligno. Essa espada era capaz de ferir a um deus! Lâmina afiadíssima, a espada cortava metal como se fosse água. Adrom pegou, então, sua faixa de cintura e a faixa de Elyondel, amarrando-as uma à outra e fazendo um laço. Com algumas tentativas, o Kataná de Arminus estava em suas mãos e, em segundos, Elyondel e Herin estavam soltos. Adrom não soltara a Lyhanna, pois tinha planos para ela, que voltara a gritar de dor.

 

Adrom mal podia suportar a visão do rosto em carne viva de sua amada, além de seus gritos. Porém, forçou ainda mais seu coração e pegou a pele do rosto de Lyhanna nas mãos. Elyondel era um poderoso Xamã, e sua cura era boa, assim como a cura de Herin. Adrom lhes pedira que curassem o rosto de Lyhanna, enquanto ele seguraria sua pele no lugar... Tão torturante quanto tê-la cortado, foi ter feito isso. Lyhanna gritava de forma tão dolorida que parecia que iria morrer.

 

- “Shhhh... Acalma-te, amada minha. Doce senhora... Estás curada! E estás em meus braços, deusa minha. Jamais ferir-te-ei novamente. Perdoa-me, por favor!” – Diz Adrom, enquanto solta sua amada. – “Mas, deusa minha, por enquanto, tenho que pedir-te mais um favor: continues gritando! Preciso vingar-me do maldito que te fez isso.”

 

Pegando seu Kataná nas mãos, Adrom corta a tranca da cela e sai. No caminho para fora da masmorra, vê sombras se aproximando. Escondido, Adrom vê dois carrascos passando, dirigindo-se à cela dele, a fim de matarem seus amigos. Adrom, porém, desfere-lhes Golpes Atordoantes, derrubando-os ao chão. Ele pegou os corpos dos dois e levou à cela. Lá, ele os matou e pegou suas roupas. Elyondel e Adrom ensacaram Lyhanna e Herin, pegaram todos os pertences, e ensacaram os dois carrascos. Subiram as masmorras carregando os corpos.

 

A saída da masmorra era nos aposentos de Vecná, pois este gostava de repousar ouvindo os gritos de suas vítimas. Ao saírem da masmorra, Adrom e Elyondel se depararam com Vecná distraído em orgias com concubinas. Aproveitando tal distração, fugiram do castelo. No entanto, Adrom mandou Elyondel acompanhar Lyhanna e Herin à cidade mais próxima e, dali, rumarem para o local que lhes foi prometido como saída de volta para Fâerün, enquanto Adrom, tomado em fúria, resolveu que mataria Vecná. Elyondel fez como Adrom pedira, e este voltou aos aposentos de Vecná. Chegando lá, Vecná estava em suas orgias e disse:

 

- “Não quero ser interrompido, carrasco.”  – Disse Vecná, pensando que Adrom fosse um de seus carrascos, o que não estava de completo errado, pois Adrom seria seu algoz naquele momento.

- “O serviço foi feito com muito insucesso todos esses anos, no entanto será consumado de forma completa e correta agora, Vecná.” – Disse Adrom, já bem próximo de Vecná, que só teve tempo de sentir a lâmina negra cristalina penetrando seu frio e duro coração.

- “Maldito Monge! C-Como... Como escapou?”

- “Verme miserável! Em tua arrogância por teu poder, e em teu prazer na infame tortura, tu te descuidaste de mim, achando que eu ficaria a chorar, em choque. No entanto, verme maldito, sou um ELFO, escolhido por Corellon para decretar o TEU FIM!” – Diz Adrom em ódio, enquanto crava mais fundo sua espada.

- “N-Não... v-vou... m-m-mor.. morrer agora! N-Não p-para um fraco, como você, M-Monge!” – Diz Vecná, invocando seu poder.

 

Neste momento, Adrom e Vecná são envolvidos por um forte brilho. As brumas de Ravenloft invadem o recinto violentamente pelas janelas e engolfam os dois. As mulheres de Vecná tentam correr, em desespero, mas são despedaçadas pelas brumas, tendo seus pedaços espalhados por todo aposento, que estava sendo completamente destruído.

 

Adrom, então, acordou num grande deserto, apenas com as roupas do corpo. Ele olhou à sua volta, ainda confuso, e se deu conta que estava em Fâerün, no grande deserto de Anauroch. Andaria por dias, antes de chegar a uma cidade...

 

Então já é manhã em Prontera, e Adrom acorda de seu sonho. Adrom, agora, fica ainda mais intrigado. Sua história parece ser ainda mais complexa, e isso o assusta. Ele fica sentado em sua cama, apenas meditando sobre o que vira e sentira nesse sonho...

 

Neste momento, em Glast Heim, a antiga morada dos deuses, duas figuras malignas conversam, na sala do trono do destruído castelo, onde antes reinava a luz e a alegria. Parecem receosas com fatos que notaram há pouco.

 

 

- “Será que Corellon e os deuses de Fâerün resolveram intervir?”

- “Provavelmente. Sei que senti claramente que há um velho inimigo meu aqui. Sei, porque já o confrontei algumas vezes. E foi este maldito que deixou feridas incuráveis em meu coração. Quase pereci para seu Kataná. Apenas meu poder me mantém vivo...”

- “Tu te descuidaste demais, entregando-te a orgias e subestimando o poder de teus inimigos. O mesmo inimigo te derrotou duas vezes. E, covardemente, fugiste as duas vezes.” – Ironiza um deles.

- “Ainda terá o prazer de enfrentá-lo!”

- “Ele é problema teu!”

- “Engana-se! Ele é enviado de Corellon... Ele é problema nosso! Mas não precisamos perder tempo procurando por ele. Ele nos encontrará! E, como ele é por demais inconseqüente em seu ódio, virá até nós sem ter condições reais de nos enfrentar. Aí, então, nós o mataremos!” – Conclui.

 Glast Heim: a maligna ex-capital de Midgard. Já foi bela e esplendorosa! Hoje guarda, apenas, os espíritos dos heróis que pereceram, e as criaturas malignas que tomaram a cidade. Guarda grandes conspirações e malditas criaturas, ambiciosas por tomar o poder em Midgard. Que todos os corruptos de alma se apresentem em sua nova casa: Glast Heim! E que os æsires tenham piedade de Midgard, não deixando que o Lobo Fenrir crave suas presas na humanidade!

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Prontera: A bela capital do reino de Rune-Midgard. Cercada por planícies pacíficas, lar de Porings, Lunáticos, Fabres, Creamys, Rockers; um lugar onde os heróis iniciantes treinam com segurança, sonhando tornarem-se fortes e famosos.

 

Próximo a Prontera, encontra-se Izlude: a capital dos Espadachins. Cidade litorânea que mantém uma rota marítima comercial freqüente com a cidade de Alberta. Estranhamente, Alberta sendo a capital dos Mercadores, não tem um comércio tão intenso quanto Prontera. Izlude, por sua vez, com suas belas praias e sua doca simplória, é parada obrigatória para qualquer viajante que queira economizar passos e uma considerável quantia de Zenys, para quem ruma para Alberta ou Payon. Com suas simplórias tavernas, Izlude promove uma pequena diversão para seus “hóspedes”. É uma cidade pequena e pacata, movimentada, tão somente, por turistas e aspirantes a Espadachim.

 

Voltando à Capital Prontera, vemos um lugar curioso: os esgotos da cidade. Prontera é a única cidade que possui quatro galerias subterrâneas de esgoto, dado o grande volume de pessoas na cidade, e sua importância. A outra única cidade com galerias de esgoto era Glast Heim, a antiga capital. Essas galerias de Prontera servem à cidade, ao Feudo das Valkírias e a algumas vilas próximas. No entanto, essas galerias são repletas de ratos, besouros-ladrão e Familiares, além de outras poucas espécies.

 

O maior mistério dos esgotos encontra-se no seu último subsolo: o Besouro-Dourado! Uma criatura bela e não-agressiva, mas que anda sempre rodeada de Besouros-Macho, que são criaturas agressivas e fortes. Quantos aventureiros não sofreram poucos bocados ao tentar enfrentar o Besouro-Dourado.

 

É nos esgotos, no seu terceiro nível, que encontramos Adrom e Plank. Eles já têm se utilizado dos esgotos para treinarem por várias semanas, até meses. Já estão tão acostumados com o lugar que nem se incomodam mais com o cheiro desagradável, nem com a água suja. Mas, agora, parece-lhes que treinar ali se tornou enfadonho. Nada mais lhes acrescenta, e sentem que podem estar perdendo seu tempo precioso de treino. Sem terem, ainda, capacidade para enfrentar os enxames de Besouros-Macho do quarto subsolo, eles resolvem ir treinar em algum lugar diferente... Mudar de ares!

 

Plank, em uma de suas incursões a outros grupos, durante as meditações de Adrom, conheceu Lin Balderk – uma bela Maga que era pouco menos experiente que os dois. Plank e Lin estavam se apaixonando. Passeavam por vários lugares. Plank havia juntado muitos Zenys e, até mesmo, já a havia levado para conhecer Comodo e o mirante de Geffen. Ele estava muito feliz com ela. Adrom evitava andar com os dois... Não que Adrom tivesse algo contra Lin, mas o romance dos dois o fazia lembrar de Lyhanna – e essa lembrança, a cada dia, tornava-se ainda mais dolorida. Freqüentemente, Plank chamava Adrom para passear com os dois, mas Adrom declinava. Plank queria, de alguma forma, animar Adrom que, como já era mal humorado, estava deprimido depois do sonho que teve.

 

Foi então que Lin contou-lhes que sabia de um lugar interessante para evoluir. Contou-lhes que, próximo ao deserto de Sograt, havia um local repleto de serpentes peçonhentas que, com alguma ajuda, seriam facilmente derrotadas, mas que enfrentá-las seria uma experiência nova e enriquecedora. Após conversarem isso, partiram para lá. Adrom, por seu sonho, estava meditando cada vez por mais tempo. Ele decidira evoluir, a fim de aniquilar Vecná novamente. Mas não tinha idéia do paradeiro desse maldito... Investigaria, em seu caminho de evolução.

 

Chegaram, então, os três à planície citada por Lin, depois de uma semana de longa caminhada. Adrom estava começando a aprender habilidades interessantes, outras não muito úteis, como criar Água Benta. Ele pensava no erro que foi ocupar sua cabeça aprendendo essa habilidade, já que seria Monge e isso de nada lhe serviria.

 

Começaram a caçar Jibóias. Por semanas, ficaram dormindo ao relento, nas planícies, e caçando Jibóias. Adrom não se contentava em tão somente ficar curando e medicando seus companheiros, mas partia para o ataque, com seu Mangual Pesado, já sonhando em adquirir uma bela Maça-Espada que vira nas mãos de um outro Noviço. Por várias vezes, os três saiam feridos dos combates com as Jibóias. Adrom precisava de tempo para recuperar-se e aplicar seus milagres de Cura.

 

Durante as noites transcorridas ali, Adrom sempre mantinha, cada vez mais, distância de Plank e Lin. E isso incomodava Lin por demais.

 

- “Plank... Por quê seu primo nunca fica perto de nós? Ele tem algo contra mim?”

- “Não, Lin. Perdoe-o. Ele tem passado maus bocados, pois suas memórias voltam aos poucos e ele tem se incomodado com algumas coisas, que lhe lembram de sua vida passada. É meio complicado de explicar, Lin. Nem eu sei direito como fazê-lo. Talvez você entenda melhor, mas eu não consigo entender direito o que lhe acontece.”

- “Vida passada? Que lembrança dolorida é essa que o faz se afastar de nós? Acha que eu deveria conversar com ele?”

- “Não. Isso o incomodaria mais. Deixe-o só. Ele gosta de pensar em sua vida, quando está só. Torçamos que suas meditações o livrem do fardo que carrega.”

 

No entanto, em sua solidão, isolado em um outro extremo da planície, próximo a um rio, Adrom medita sobre suas recentes recordações, e arde em seu peito a lembrança de Lyhanna. Perto dali, sem que ninguém percebesse, uma presença mistura-se à mata nativa. É um ser grande, de forma hominídea, usando um elmo de ossos. Ele pousa dentro de um arbusto próximo, sem emitir ruído, e põe-se a observar. Por alguns momentos, seus olhos negros fitam a figura de Adrom, e seus ouvidos poderosos ouvem o sussurar de suas palavras. Os mesmos olhos e ouvidos se prendem a Plank e Lin, também, buscando conhecer o máximo que pudesse dos três. Adrom, no entanto, sente um aperto em seu peito: uma falta de ar característica que o faz tremer... Ele lembra da última vez que sentiu isso: Ravenloft!!!

 

De um salto, Adrom levanta e desperta Plank e Lin. Eles, assustados, tentam saber o que está acontecendo, e Adrom, assustado, apenas repete:

 

- “Ele está aqui, Plank! Ele está aqui... Prepara-te!”

- “Ele quem, Adrom? Enlouqueceu? Quem está aqui?” – diz Plank, ainda sonolento.

- “Vecná! Posso sentir sua presença maligna e o fedor de sua respiração. O maldito está aqui! LEVANTA!”

 

Neste momento, do meio de uns arbustos próximos, começa a emanar uma aura maligna poderosa que congela os nervos dos três instantaneamente. Lin entra em desespero e começa a chorar, enquanto Adrom e Plank, paralisados, apenas tremem e suam frio. A criatura sai dos arbustos... É enorme! Ele flutua sobre sua aura e segura sua capa com as mãos, com seus olhos negros fitando os três por detrás de seu elmo de ossos. Ele apenas sorri – um sorriso maligno, sarcástico e frio, cortante como uma lâmina mortal – e alça um vôo rápido como um relâmpago, desaparecendo no escuro céu de Midgard. Tudo à volta de onde ele pisou estava morto! Os três passaram a noite em claro, em quase estado de choque.

 

No dia seguinte, cansados, deram-se conta que não poderiam nem mesmo se alimentar, quanto mais caçar outras Jibóias, pois a criatura havia tornado aquela parte da mata uma parte do deserto de Sograt. Não havia alimento ali, e até as Jibóias foram envenenadas com o fel da criatura. Estranhamente, só os três haviam sobrevivido e, com pesar, descobriram que alguns Aprendizes errantes haviam perecido também, outros aventureiros estavam envenenados e contorciam-se em dor profunda. Por sorte, Adrom havia feito algumas garrafas de Água Benta, para treinar sua habilidade e, finalmente, ela foi um pouco útil. Alguns sobreviveram ao fel, graças a elas. Adrom amargava mais culpa e seu coração doía mais agora, do que antes.

 

Decididos a continuar sua jornada, resolveram rumar para a Vila dos Arqueiros, em Payon, onde ouviram que havia uma caverna repleta de criaturas malignas para serem exterminadas. Rumaram, então, para lá, onde iriam esforçar-se, junto a outros heróis, para limpar o local.

 

Após caminharem por duas semanas, qual não foi a surpresa de todos quando, ao chegarem na Vila dos Arqueiros, a Kafra Gabrielle lhes explicou que a caverna estava tomada de mortos-vivos. Lin relutou em entrar e o coração de Adrom sentia um novo aperto dentro em seu peito. Mas eles estavam resolutos em batalhar contra o mal por lá. E assim foi...

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A caverna era escura, quente, abafada e, dela, vinha um odor pérfido de morte. Ao entrar, sentia-se o limo nas paredes e a fumaça de tochas colocadas para iluminar o local. O odor de morte era mais forte, então. Alguns aprendizes loucos haviam perecido ali, e seus corpos, quando não eram retirados, decompunham-se, até que se levantassem novamente, mas para juntarem-se às hordas de mortos-vivos do local, fortalecidos pelo poder maligno da maldição que fora lançada sobre a caverna. Ossos e crânios estavam espalhados pelo chão, e Familiares vinham de longe, vorazes por sangue, atacando furiosamente. As paredes rochosas e acinzentadas da caverna pareciam esboçar rostos... Era como se cada alma que perecia ali ficasse aprisionada naquele lugar maldito, não nos corpos errantes, mas sim nas paredes frias.

 

Foi então que veio o primeiro Zumbi, na direção do grupo. Vestia trapos, sugerindo ser mais um aprendiz que cometeu o erro de entrar ali, e que não foi retirado por nenhum herói. Ele veio direto na direção de Adrom, ignorando Lin e Plank, seus olhos frios fitavam Adrom, esboçando uma leve noção de sentimento de ódio. Adrom nunca estivera ali antes... Por quê essa criatura esboçava ódio por ele e ignorava os outros? Foi então que Plank desembainhou sua poderosa espada e desferiu um Golpe Fulminante na criatura, partindo-a ao meio. Adrom ainda estava assustado, mas teve tempo de utilizar-se de seu dom da velocidade, para acelerar-se e tocar em Plank, curando-o de um ferimento que acabava de receber de outro Zumbi. Adrom sacou seu mangual e o desceu pesadamente sobre o Zumbi. Mas, mesmo com o crânio afundado e destruído, o Zumbi continuou investindo contra Adrom e Plank, ferindo-lhes e lhes envenenando com suas unhas peçonhentas. Com suas lanças de Fogo, Lin arrebatou a criatura.

 

Assustados, feridos e doloridos pelo efeito da peçonha do Zumbi, os três correram para a luz do dia, da Vila dos Arqueiros, e procuraram descansar num gramado, longe da concentração de pessoas que ficam à porta da caverna. Adrom conseguiu curar os ferimentos dos três, mas isso lhe esgotou. Precisavam descansar, e aquela noite seria para total descanso. Para tal, procuraram repousar numa calma taverna da Vila.

 

A noite desceu impiedosa sobre Midgard, trazendo suas trevas, e anunciando que algo estava por vir. Em Glast Heim, uma figura poderosa, trajando um elmo de ossos, desfere um último e derradeiro golpe num cavaleiro, fazendo-o tombar. Seus olhos são a pura expressão do pânico, enquanto a criatura invoca rituais malignos sobre o cavaleiro, que é sumariamente esfacelado e imolado pelo poder da criatura, apenas para ter seu conturbado espírito escravizado por tal ser maligno, tornando-se mais um Raydric a serviço de Glast Heim. Neste momento, outra figura sombria, encostado numa coluna da sala do trono, aplaude sarcasticamente, com batidas lentas e sem entusiasmo.

 

- “Parabéns, meu caro! Mais um escravo para tua coleção...”

- “Poupa-me de teu sarcasmo. Não preciso de tuas bravatas. Tua jactância é de péssima conveniência. O que fazes aqui? Não tens nada melhor a fazer, do que me incomodar com tua insolência?”

- “Mais respeito, criatura. Sabes que posso partir-te em dois com apenas um pensamento meu. Poupa-me de tuas ofensas inúteis. Quero saber se fizeste algo de útil, pois ficar escravizando esses vermes não irá nos trazer frutos.”

- “Humpf... Certamente queres saber se fui confirmar o que havias sentido. E, sinto dizer, teus pressentimentos estavam certos: o monge está vivo, e está aqui em Midgard.”

- “Maldição! CORELLON MALDITO!!!” – Esbraveja a criatura, cospindo uma larga rajada de fogo na parede do castelo. –“Para piorar nossa situação, não podemos fazer um ataque direto, pois revelaria nossa presença e, como acontecia em Fâerün, os deuses nos caçariam. Temos que nos livrar do monge de forma indireta, ou retardar seu avanço, de forma que nos dê tempo de realizar nossos planos de forma completa.”

- “Como pretendes fazer isso? Tens algo em mente?”

- “Sim. Chame um daqueles inúteis corruptos que arregimentamos. Preciso que ele comece a acompanhar o monge e lhe faça sugestões que possam, aos poucos, corromper a alma do cretino, fazendo-lhe perder-se em cobiça, arrogância, ambição e preguiça. Algo que lhe distraia, enquanto realizamos nossos planos com calma.”

 

 

Nas trevas daquele recinto permeado pelo mal, entrava, então, um Noviço corrupto, um Acólito das Trevas... Seu olhar frio e maligno parecia desafiar as duas criaturas que eram seus mestres. Ele se ajoelha e presta uma hipócrita reverência aos dois mestres. Com um sorriso cínico no rosto, ele pega uma Gema Azul e a atira ao chão:

 

- “Omnia Transportatus Dæmon Motum!” – profere o mantra de invocação do portal, ao mesmo tempo em que a Gema se estilhaça no chão, formando um círculo de energia. Dentro do círculo, pode-se ver uma distorção na película da realidade, mostrando, dentro dela, a Vila dos Arqueiros. – “Darei notícias...” – Diz o Acólito, entrando no portal com um sorriso cínico em seu semblante, desaparecendo dentro do portal, que também desaparece lentamente, até sobrar apenas um leve brilho azulado.

- “Se não fosse útil, eu o matava agora mesmo. No entanto, esse cretino nos servirá para alguma coisa, afinal. Pelo menos ele é melhor que esses malditos Raydrics inúteis que tu crias...” – Ironiza.

- “Esses ‘Raydrics inúteis’ matam esse cretino em um piscar de olhos, meu caro falastrão. Mas não adianta tentar mostrar-lhe a utilidade de meus Raydrics... No momento certo, provar-te-ei o quão são úteis as minhas criações!”

- “Sonhe...”

 

Na densa e negra noite de Payon, próximo à amaldiçoada caverna, surge um Acólito, trajando um sobretudo negro. Ele olha para uma taverna, com apenas uma luz acesa, num único aposento. Por mais tarde que seja, ele sabe quem está lá a meditar... E é esta meditação que também tem que cessar. Ele olha a sua volta, e vê vários aventureiros deitados próximo à caverna. Antes que seu portal se feche completamente, ele arranca seu sobretudo negro e o atira dentro do portal, caindo na mesma sala do trono em Glast Heim.

 

Andando por entre as pessoas, ele vê um jovem noviço deitado, com seu sobretudo Bege sob sua cabeça. O Acólito pega uma adaga e, vagarosamente, crava na garganta do noviço, que treme em choque, com seus olhos arregalados e derramando lágrimas... Ele tenta gritar, mas sua garganta perfurada não é capaz de emitir sons. O Acólito apenas sussurra: “Shhhhh... Quieto! Morra quieto, imbecil!”. O rapaz desfalece, enquanto o Acólito pega seus pertences, trajando o sobretudo bege do noviço, enquanto caminha rumo a uma árvore, onde descansaria.

 

A noite transcorre calma e sombria. Adrom adormece, após meditar, sem saber dos perigos que começam a lhe cercar, na calada da noite. Em seus sonhos, ele viaja mais uma vez a Fâerün, numa época em que ele e Lyhanna eram felizes. Várias recordações lhe anuviam e alegram, fazendo-lhe acordar mais feliz.

 

No entanto, esta manhã é triste. Ao chegarem à porta da caverna, um amontoado de aventureiros e moradores está estarrecido, ao verem um jovem noviço, com não mais que quinze anos, assassinado. O grupo do rapaz está triste... As moças choram, o irmão do rapaz o abraça em desespero, gritando pelo socorro de algum Sacerdote, enquanto seus companheiros apenas tentam disfarçar seu pesar, cerrando os olhos com força, a fim de conter as lágrimas e a revolta.

 

O próprio regente de Payon chega ao local, acompanhado de um Sacerdote. Este tenta ressuscitar o rapaz, mas sem sucesso. A proximidade com a caverna, além da própria vilania do assassino ser tal como a da caverna, fizeram que a maldição recaísse sobre o rapaz e este não pudesse mais ser trazido de volta à vida.

 

O rapaz é enterrado com honras, e toda a cidade se mobiliza em torno disso. O regente, estarrecido por tal fato, pois não aconteciam assassinatos há muitos anos, dá a alguns heróis a permissão de investigar. Alguns heróis, não importando sua experiência, foram chamados e, dentre eles, Plank. As investigações se dariam a partir de então.

 

Após o funeral, Adrom prestava uma homenagem silenciosa ao jovem noviço, que não era muito mais jovem que ele mesmo. Pesaroso e intrigado, Adrom já suspeitava que esse mal era advindo da presença de Vecná neste mundo. Enquanto estava perdido em seus pensamentos, ouviu uma voz dizer:

 

 

 

 

- “Triste, não?!? Como um rapaz tão jovem pôde ser tão cruelmente assassinado?”

- “Verdade.”

- “O que faria se estivesse diante de seu assassino?”

- “Eu lhe afundaria o crânio com minha maça, enforcando-o com a corrente e rasgando-lhe o pescoço ao puxar a corrente com violência. Este maldito merece a morte!” – Diz Adrom, aproximando-se ameaçadoramente do rapaz que lhe falava.

- “Calma, meu caro! Não sou o objeto de seu ódio... Apenas lhe fiz uma pergunta. O que aconteceu aqui também me revolta. Mas, infelizmente, ninguém sabe quem o fez!”

- “Quem és tu?”

- “Gilgamesh Mordec, seu servo! Espero que venha a ser seu amigo, também...” – Diz o rapaz, solícito e simpático.

- “Vejo que também és noviço. Proponho que descontemos nosso ódio nos mortos-vivos da caverna. O que acha?”

- “Excelente idéia, meu rapaz! Vamos sem perda de tempo.”

 

Os dois seguem para a caverna, onde combateram o mal por horas a fio, até que Adrom e Gilgamesh se sentiram satisfeitos e recompensados. Durante o combate, eles conversaram muito, e Gilgamesh aproximava-se de conquistar a confiança de Adrom.

 

Enquanto isso, Plank seguia pistas e interrogava pessoas, a respeito do assassinato do noviço. Investigando o caso, Plank permanecia intrigado com o fato. A visão da criatura maligna que encontrara nos arredores de Sograt não lhe saia da cabeça, e ele não entendia por quê. E, assim, seguia seu caminho.

 

Gilgamesh e Adrom batalhavam contra o mal na caverna. A cada olhar de ódio de Adrom, Gilgamesh sorria. Será que Adrom realmente estava combatendo o mal? O que será que o futuro lhe reserva? Só os deuses podem saber!

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Obrigado pelo elogio, e fico feliz d estar gostando! ^^

Bem... Você entendeu bem! Mas há considerações a serem feitas:

- Adrom veio originalmente de D&D. Seu ódio por Vecná vem exatamente do ocorrido nesse "sonho", q nada mais é do q o q aconteceu numa das campanhas q joguei com ele. Antes disso, Adrom apenas tinha a missão de acabar com Vecná. Mas, após Vecná tê-lo obrigado a ferir sua noiva adorada, Adrom enlouqueceu d ódio contra Vecná! A missão designada a ele por Corellon passou a ter um quê de vingança pessoal!

- Exatamente por Adrom ter saído de D&D, futuramente haverão outras relações interligando D&D a Ragnarök! Fique de olho!

 

Abraços! [/ok]

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Enquanto Adrom, Plank, Lin, Anabelle, Madin e Hatake guerreavam dentro da amaldiçoada Caverna dos Orcs, outra luta se iniciava num local também amaldiçoado: Glast Heim. Baldor e Hasgyrd se preparavam para enfrentar o próprio Senhor das Trevas!

 

Hasgyrd empunhou sua lança fortemente em suas duas mãos, apontando-a na direção do Senhor das Trevas, enquanto Baldor preparava um de seus encantos mais poderosos. Hasgyrd analisa o inimigo e este também o observa. Por alguns instantes, ambos ficam apenas a se analisarem. A névoa negra que envolve o Senhor das Trevas parece viva, enquanto se move em torno deste. A luz que entra timidamente pelos vitrais, parece ainda mais tímida, diante da criatura. Hasgyrd range seus dentes, e sente seu coração queimar de ódio, e seu corpo parece suar seu nervosismo. Tem-se a impressão que, se a pele de Hasgyrd fosse tocada, ela liberaria uma poderosa descarga elétrica, tamanha a tensão no ambiente.

 

- “Está mais que na hora de eliminarmos e expurgarmos o mal que tu representas, Senhor das Trevas. Prepara-te, pois ainda hoje irás encontrar teu destino final nos braços de Hel!”

- “Ha-Ha-Ha-Ha! Não me faças rir, verme! Tua bravata não me comove... Essa tal de ‘Hel’ irá abraçar-te hoje, verme armadurado!”

- “É o que pensas, criatura vil! ‘Trovão de Júpiter!!!’” – Diz Baldor, completando a invocação de uma de suas magias poderosas, atingindo ao Senhor das Trevas em cheio, enviando-o para longe.

 

Hasgyrd, então, avança furiosamente, investindo contra seu inimigo, que parece não ter sentido a magia de Baldor, e ria-se dela, aparando os golpes furiosos de Hasgyrd com sua espada. A cada golpe de Hasgyrd, o Senhor das Trevas aparava com maior facilidade. Zombava dos dois, enquanto se esforçavam. Baldor invocava o nome de seu deus, enquanto Hasgyrd continuava investindo.

 

- “HASGYRD!”

 

Hasgyrd acena com a cabeça, enquanto Baldor profere as últimas palavras da invocação da Ira de Thor! A magia desce furiosamente sobre o Senhor das Trevas, castigando-o pesadamene em sua ira. Parecia que a mão de Thor estava realmente ali, para castigar a criatura das trevas.

 

No entanto, da fumaça resultante, a criatura sai furiosamente, investindo contra Hasgyrd, que é quem toma a posição defensiva, agora. Cada golpe é defendido de maneira diferente, e cada golpe vem mais forte, fazendo com que a lança acabe se partindo, nas mãos de Hasgyrd. Ele desvia de um poderoso ataque, e Baldor já havia conjurado outra magia, congelando os pés da criatura. Aproveitando tal oportunidade, Hasgyrd desembainha sua espada e a empunha com confiança em suas duas mãos.

 

- “MORRA!”

- “Já me cansei de brincar convosco! BASTA!”

 

Ao que Hasgyrd investe contra o Senhor das Trevas, ele desfere golpes rápidos e furiosos contra a criatura, que os rebate na mesma velocidade, com força e destreza incríveis! Ao mesmo tempo, Baldor prepara outra magia. No entanto, o Senhor das Trevas investe poderosamente contra Hasgyrd.

 

- “Chega de bruxarias, Bruxo!”

 

Com isso, o Senhor das Trevas ataca a espada de Hasgyrd, num golpe horizontal poderoso. A espada de Hasgyrd, para sua surpresa, parte-se. O que o surpreendeu ainda mais foi ver a lâmina de sua própria espada atravessar a carne de Baldor, atingindo-o no ventre, interrompendo sua invocação e fazendo-o cair ao chão de joelhos, esvaindo-se. No entanto, Hasgyrd sente suas entranhas sendo atravessadas e dilaceradas pela fria lâmina áurea do Senhor das Trevas. O gosto amargo de seu sangue sobe até sua boca, e a dor toma conta de seu corpo. Ele vê sua vida esvaindo-se, e sente seu espírito sendo amarrado à sua própria armadura, quando seu corpo, antes de perder a vida, desintegra-se, e Hasgyrd não mais existe. Em seu lugar, mais um Raydric.

 

- “Baldor... Com todo o teu poder, não foste capaz de derrotar-me. Teu pai era mais poderoso que tu, e ele pereceu nas mãos de um mero serviçal nosso! Como tu esperavas derrotar-me?” – Diz o Senhor das Trevas, envolvendo o queixo de Baldor com suas garras, segurando seu rosto, a fim de olhá-lo nos olhos. – “Podes chorar! Arrependa-te de teu erro! Mas nenhuma lágrima tua poupará tua vida. Morrerás por tua insolência!

Mas tua morte não será em vão! Por tua morte, um velho inimigo virá tentar vingar! Para completar sua desgraça, morrerás nas mãos de teu amigo Hasgyrd. Ha-ha-ha-ha-ha!”

 

O Raydric, antes Hasgyrd, aproxima-se de Baldor, com uma velha espada quebrada em mãos. Ele pára diante de Baldor e este suplica ao espírito de Hasgyrd, inutilmente, que acorde. No entanto, o Raydric desfere um golpe mortal, cortando o peito de Baldor profundamente. No mesmo instante, uma espada atravessa o ar ferozmente, com velocidade surpreendente, decepando o Raydric, libertando o espírito de Hasgyrd, para que as Valkírias o pudessem conduzir ao Valhalla.

 

- “VECNÁ! Finalmente eu te encontrei, verme desprezível!” – Diz um Cavaleiro, aparentando seus mais de quarenta anos, e trajando uma estranha armadura, enquanto uma Sacerdotisa, de igual idade, e trajes vermelhos, curava parte dos ferimentos de Baldor.

- “Vá embora, meu filho! Não há nada que possamos fazer por Hasgyrd, mas seu Peco poderá levá-lo à Geffen. VÁ!”

- “S-sim, ma... mãe! M-Mas n-não f-fique! V-Ve...”

- “VÁ AGORA!”

 

Baldor sobe, com dificuldade, no Peco de Hasgyrd e desmaia sobre o mesmo, que sai dali em disparada, em direção a Geffen.

 

Enquanto isso, outro confronto está prestes a se iniciar...

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Noite chuvosa em Geffen. As nuvens obscurecem ainda mais o céu, parecendo engolir a lua e as estrelas. Numa cidade de natureza bem mística, é estranho notar que vários Magos parecem sofrer de constantes calafrios e uma preocupante inquietação. Os Noviços todos parecem incomodados, como se sentissem o mal.Tais fatos fazem com que todas as pessoas na cidade fiquem preocupadas, essa noite.

 

Uma forte neblina desce, acompanhando a chuva. A neblina, no entanto, dá a impressão de estar viva, e vai se alastrando, esticando seus intangíveis e translúcidos tentáculos por cada casa, beco, edificação. Estranhamente, os que se aventuraram dentro dos Calabouços de Geffen, não querem se aventurar fora. O clima é pesado, tenso. Quase se pode sentir a tensão permeando o ambiente.

 

Alheios a tudo isso, após um dia repleto de combates, Adrom e seu grupo está em sua derradeira luta, dentro da caverna da Vila Orc. Após alguns dias de intensa luta, eles já começam a se sentir à vontade, apesar da grande dificuldade que os inimigos dali, e a quantidade em que se apresentam, representam.

 

Adrom apóia-se numa parede, enquanto Plank pula entre dois Orcs Zumbis, rolando ao cair e, no impulso, já se levanta cravando sua espada nas entranhas de uma das criaturas. Madin salta e apóia-se na cabeça de um inimigo, realizando uma admirável acrobacia, deixando que seus pés batessem no peito do mesmo inimigo, empurrando-o para trás, e arremessando-se na direção de outro, o qual Madin simplesmente degola, ao passar pelo lado. Hatake, que estava atrás de Madin, aproveita a jogada do amigo para, num belo Ataque Duplo, destruir mais um Orc Zumbi, girando seu corpo lateralmente, ficando diante de um outro inimigo: o DrainLiar. Adrom, aproveitando-se da parede, usa-a para impulsioná-lo através de dois inimigos. Ele passa ao lado deles, tocando cada um com a ponta de seus dedos, liberando energia sagrada, numa conclusão de seus milagres de cura. Vendo que Hatake passa dificuldades, devido a muitos ferimentos, Adrom avança em direção ao mesmo. Fora da roda, Lin conjura suas magias, arrebatando diversos inimigos que atacam o grupo, e protegendo-a e à Anabelle da chegada de mais Zumbis, usando sua Barreira de Fogo. Anabelle, por sua vez, utiliza sua Cura como arma, destruindo vigorosamente alguns inimigos.

 

- “Estou ficando exaurida, Lin!”

- “Eu também já não tenho magias o suficiente. Talvez tenhamos que fugir...”

- “HATAKE! ESCONDA-SE!” – Grita Adrom, pegando sua Maça-Espada e desferindo um poderoso golpe, que certamente atingiria Hatake, se este, instantaneamente após o grito de Adrom, não houvesse se escondido. O golpe atinge em cheio o maldito morcego, abrindo-lhe um ferimento mortal. No entanto, no caminho até Hatake, Adrom fora ferido por dois Orcs, que vinham em sua direção. Hatake sai de seu esconderijo e põe-se na frente de Adrom, que o toca e dispensa sua Cura sobre seu amigo. Ao mesmo tempo, Madin salta para frente de Adrom, a fim de protegê-lo.

- “IMPACTO EXPLOSIVO!” – Plank vem num salto, cravando sua espada no chão, num poderoso golpe explosivo, que arrebata as últimas forças dos Zumbis.

- “Obrigado, pessoal! Estou exaurido de meus milagres, e ainda estou ferido.”

- “Er... Rapazes: queremos avisar que também estamos exauridas de magias. Precisamos descansar.”

 

Neste momento, surge, ao fundo da caverna, um som aterrador: gritos de profunda agonia e o som de carne sendo dilacerada. Instantes após, pode-se ver, ao longe, em meio à escuridão, uma incontável quantidade de olhos vermelhos sedentos de sangue.

 

- “OMMIA TRANSPORTATUS DIVINÆ MOTUM!” – Grita Adrom, atirando uma Gema Azul ao chão. – “ENTREM! RÁPIDO!!!”

 

Rapidamente, todos entram, deixando Adrom para trás. Ele vislumbra o grande exército de Zumbis, comandados por três Orcs Esqueletos se aproximando. Eles vêm numa ferocidade impressionante, destruindo tudo em seu caminho. Adrom, com o canto de sua boca sangrando, apenas sorri. Quando os Zumbis estão prestes a atingi-lo, ele adentra seu portal, deixando seus inimigos para trás.

 

Ao chegarem em Geffen, os heróis se assustam com o clima pesado e denso, somado à forte chuva que castiga a todos. A cidade está, aparentemente, vazia, mesmo sendo um horário em que a cidade ainda está em atividade. Porém, o silêncio aterrador toma conta da cidade, sendo vencido apenas pelo som da chuva torrencial.

 

Assustados e tensos, eles caminham em direção à pensão, onde passariam essa noite. É então que ouvem o grito de um Peco e passos pesados e rápidos se aproximando. Na escuridão, vêem um vulto animal se aproximando velozmente. Preparam-se, pois poderia ser um ataque. Mas, qual não é sua surpresa, quando vêem que o Peco está completamente cravado de flechas, e vem trazendo um corpo sobre si... O corpo de Baldor!

 

- “Baldor! Por Corellon!!! Responda, homem!” – Diz Adrom, preocupado com o amigo, enquanto os outros tentam acalmá-lo. – “Ele está vivo, mas está mortalmente ferido. É hora de retribuirmos o favor que fez a Plank. Anabelle, por favor, cuida dos ferimentos de Baldor e deste Peco. O resto de vós, ajudai no que for necessário. Levai-o para a taverna! Irei buscar ajuda.”

 

Não mais que instantaneamente, Adrom parte, teleportando-se para a saída norte da cidade, à caminho de buscar a ajuda do Irmão Bartolomeu.

 

Fim da Parte 1

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As nebulosas e negras brumas permeiam o sombrio ambiente, carregado da mais pura maldade e perversão, cercado de centenárias paredes de pedra e ruínas do que, um dia, já fora a glória de Midgard! A encarnação de todo o mal conhecido está diante de duas pessoas, e está absorto em seus próprios poderes, mergulhado em uma arrogância desprezível, numa altivez odiosa.

 

Sem dizer uma palavra, o Cavaleiro de meia-idade, que ali se encontra, apenas expressa um olhar de puro ódio. Ele saca sua espada de duas mãos, posicionando-a para trás, apoiando parte da lâmina em sua outra mão. Ele olha e analisa bem seu adversário, que apenas ri desdenhosamente. Os olhos do Cavaleiro se apertam e, como um relâmpago, ele salta na direção da criatura. Por trás do Cavaleiro, a Sacerdotisa que o acompanhava invoca um de seus dons, amaldiçoando a criatura vil à sua frente, a fim de fazer com que Khrüstoff pudesse abrir feridas terríveis em seu inimigo. A criatura surpreende-se com a velocidade do Cavaleiro, e não consegue evitar o poderoso golpe que este desfere, descarregando sua fúria em um terrível Golpe Fulminante, potencializado pelo efeito dos milagres divinos da Sacerdotisa. A criatura é arremessada para trás, e urra de dor!

 

Khrüstoff não cessa o ataque e se atira novamente na direção da criatura, desferindo diversos golpes a uma velocidade incrível. A criatura, ao ver a fúria de Khrüstoff, recua e se defende, agora já tomando um ar preocupado, mas ainda de superioridade. A cada golpe furioso de Khrüstoff, a criatura o analisa, e se defende de forma cada vez mais eficiente.

 

É então que o Senhor das Trevas começa a defender e contra-atacar, começando a desferir golpes em Khrüstoff, ferindo-o profundamente. No entanto, ao ser ferido, é instantaneamente recuperado pelos milagres da Sacerdotisa Anya. O Senhor das Trevas apenas cerra os olhos levemente, demonstrando desprezo e rancor pela figura da Sacerdotisa. Esta conjura mais um milagre, mas, desta vez, sobre o Senhor das Trevas novamente, utilizando sua Cura como arma e causando graves ferimentos à criatura. Aproveitando o fraquejo da criatura, Khrüstoff investe pesadamente, desferindo diversos golpes poderosos, ferindo gravemente a criatura. Anya, mais uma vez, amaldiçoa a criatura, com várias maldições terríveis. A criatura sente o peso das maldições recaindo sobre si e, desesperado, invoca uma Chuva de Meteoros. Anya puxa Khrüstoff para debaixo de seu escudo, que os protege com uma aura dourada, e o brilho de um Besouro Dourado anula a magia do Senhor das Trevas. Khrüstoff apenas solta um leve sorriso, pois vê, agora, a preocupação aparente da criatura.

 

- “Vou mandar-te para os braços de Hel, vil maldito. No entanto, é de meu mais profundo desejo exterminar até teu espírito, pois nem Nifflheim é castigo suficiente para punir-te, Vecná!”

- “E como pretendes matar-me? Sou imortal, pequeno verme! Suas tentativas são vãs e inconseqüentes!”

- “Soa-nos como se estivesses temendo por tua existência, maldito. Mas, não te preocupes, Hel cuidará bem de ti em Nifflheim!!! MATA-O, KHRÜSTOFF!”

 

Khrüstoff lança sua espada para o alto, na direção da criatura, que tenta, com suas últimas forças, adotar uma posição de defesa. Khrüstoff salta na direção da criatura, caindo perto de seus pés. O Senhor das Trevas tenta golpear Khrüstoff, mas este rola por baixo das pernas do Senhor das Trevas, saltando em seguida, para apanhar sua espada, que vinha girando do alto. Aproveitando o impulso, Khrüstoff desfere um Golpe Fulminante nas costas do Senhor das Trevas, destruindo toda a armadura da criatura, assim como seu capacete, fazendo-o cair ao chão, mortalmente ferido.

 

- “Quais são tuas últimas palavras, verme?”

- “Eu não sou Vecná…”

- “Mas eu sim!” – Diz um grande homem, esguio e frio, vindo do fundo da sala do trono, trajando uma armadura de cotas e placas de prata, e usando um elmo com dois enormes chifres que sobem em direção ao céu, mas suas pontas se curvam sobre sua cabeça. Suas feições são cheias de ódio e perversão, e sua confiante presença emana um ar traiçoeiro.

 

Anya e Khrüstoff estão completamente abismados e confusos com aquela presença. No entanto, este ser apenas levanta seu dedo indicador, na direção dos heróis, e então a realidade forma uma grande onda, que se move com um furor inabalável, atingindo Anya e Khrüstoff, arremessando-os contra as duras paredes de pedra atrás deles. O furor da onda é contínuo e aumenta, em intensidade, a cada instante. O ser apenas os olha com desdém, enquanto seu poder esmaga seus inimigos.

 

- “OMNIA TRANSPORTATUS DIVINAE MOTUM!!!” – Anya profere o mantra do portal, num último esforço desesperado, sacando de dentro de seu manto uma Gema Azul. – “Daí-me forças, Odin! Permita que sobrevivamos só mais esta vez...” – Ao proferir esta prece, Anya destrói a Gema na couraça de Khrüstoff, abrindo um portal sobre ele, engolfando-o. A energia do portal a suga para dentro, levando-a para o mesmo lugar para o qual ela mandara Khrüstoff.

 

- “Maldita cadela de Odin!”

- “Hmmmfff…”

- “Agora tu viste como teus Raydrics são inúteis, teimoso avatar? Viste como podes ser derrotado facilmente, ser ignóbil?!? E não adianta gemeres, pois nada me comove. Eu devia deixar-te apodrecer e mandar-te para os braços de Hel. No entanto, tu ainda me serás útil e, portanto...” – O ser olha para o derrotado Senhor das Trevas, e seus olhos brilham, com uma energia tenebrosa emanando deles. Ao fazê-lo, o ser restaura o Senhor das Trevas completamente.

- “Humpf! Nunca pensei que um verme daqueles pudesse ter tanta força!”

- “Sempre te adverti para que não subestimes teus inimigos. E é exatamente por isso que teremos que fazer uso da espada... Da espada intocável por ti!”

- “Mas como faremos tal feito?”

- “Eu te darei minha permição. Ajoelha-te, Senhor das Trevas, perante teu rei e deus.”

- “Sim, meu senhor!”

- “E eu, com esta poderosa espada em mãos, condecoro-te rei desta terra, e te dou minha benção. Levanta-te, REI DAS TREVAS!”

 

Enquanto um ritual antigo, semelhante a uma coroação, é realizado dentro das ruínas. O poderoso ser, empunhando uma espada de beleza indescritível, aparentando ser feita, inteira, de diamantes e gemas preciosas, tem ajoelhado diante de si o Senhor das Trevas que, solenemente, tira seu elmo, revelando uma face decomposta e monstruosa. O poderoso ser, então, termina o ritual encostando a lâmina da espada nos ombros e topo da cabeça do Senhor das Trevas, colocando sobre a mesma, logo em seguida, uma grande e negra coroa, e abençoando-o. O Senhor das Trevas pega a espada e a ergue sobre sua cabeça, gritando um poderoso brado, que é ouvido nos mais longínquos recônditos de Midgard, aterrorizando todos os corações de seus habitantes.

 

Imediatamente após esse brado horripilante, Baldor, tendo Bartolomeu ao seu lado, contorce-se de dor, levantando-se de um pulo, com o susto. Todos se sentem péssimos com a energia e o horror emanado naquele urro. E Baldor cai logo depois de levantar-se. Todos o ajudam a se deitar na cama novamente, enquanto o observam com olhares interrogativos.

 

Baldor, após alguns minutos, já mais calmo e recuperado, derrama uma lágrima de seus olhos, enquanto olha para Adrom e Plank.

 

- “Aquele Peco em que vieste, cravado de flechas amaldiçoadas, era o Peco de Hasgyrd, certo?!? Onde ele está?”  – Indaga Plank.

- “Me… Meu melhor amigo, e irmão, e herói – Hasgyrd -, pereceu hoje, nas mãos de Vecná... Foi transformado em um Raydric instantaneamente, e me mataria, não fosse seu tio acabar com seu sofrimento, não o deixando vagar como escravo, e libertando seu espírito para que as Valkyrias o guiassem para o Valhalla como verdadeiro herói honrado, que por toda a sua vida ele fora.”

 

Adrom cai de joelhos, com uma expressão vazia em seus olhos, completamente em choque, enquanto Plank não consegue conter seu pranto, indo escondê-lo nos delicados ombros de Lin, que também pranteia a morte de um grande amigo. Madin e Hatake estão sem reação, apenas observando Anabelle abraçar Adrom que, agora, também pranteia a morte de seu amigo. Bartolomeu olha para o chão, procurando esconder seus sentimentos, sob um manto de falsa indiferença.

 

- “Maldito Vecná!!! Irás pagar pelo sangue de Hasgyrd com tua vida!!! EU PROMETO, EM NOME DE CORELLON! NÃO VIVERÁS NEM MAIS UM VERÃO, POIS IREI A TEU ENCALÇO!”

 

 

Longe dali...

 

- “Agora és o Rei Soberano de Glast Heim, e de suas trevas e maldições. Breve, Rei  das Trevas, serás o Rei de Midgard!”

- “E honrarei somente a ti, milorde Vecná!”

 

Fim da Parte 2

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Passados dois dias, desde o incidente em Glast Heim, que tirara a vida de Hasgyrd, Adrom e os outros estavam decididos a expurgar o mal, encarnado na pessoa de Vecná – O Senhor das Trevas. Mas, para tal, teriam de conseguir mais poder e força, além de uma arma que fosse capaz de ferir a um deus.

 

No passado, em Fâerün, Adrom possuía o Kataná de Arminus, forjado a partir do mineral que serviu de prisão para Arminus Dhormandy, um poderoso deus maligno, que havia sido aprisionado por outros deuses, assim que atingiu status de divindade. Ficou centenas de anos preso dentro do que veio a se chamar “O Domo de Arminus”, que era uma atração na cidade que nasceu à volta do domo: a cidade de Armênia. Esta era uma cidade pacífica, povoada, majoritariamente, por magos e estudiosos, que estudavam incansavelmente o domo.

 

Aconteceu que, infelizmente, um culto a Arminus se instaurou ali, também. Os adoradores de Arminus lhe deram força e poder, através de sua fé. O deus maligno, mais poderoso, conseguiu romper o Domo, destruindo tudo a seu redor, inclusive Armênia e seus habitantes. Conclamados a ajudar na crise, Adrom e seus antigos amigos, inclusive sua esposa Lyhanna – que, na época, ainda não era sua esposa –, foram à destruída Armênia, a fim de verificar o que havia acontecido. Após investigarem, descobriram sobre Arminus e sua fuga. Adrom resolveu colher uma boa quantidade do cristal negro que o continha, a fim de forjar uma arma que fosse capaz de matar o deus maligno, o que seria uma grande ironia.

 

Durante a missão em busca de Arminus, o Kataná de Arminus foi forjado, a partir do cristal negro que aprisionava o maligno deus. O maior anão-ferreiro de Fâerün foi conclamado e, com a ajuda do recém-adquirido Martelo de Moradim, Gramlem forjou o Kataná mais poderoso de Fâerün: a única arma forjada por mortais capaz de ferir um deus. Adrom foi o portador do Kataná de Arminus, até que este, por um tempo, perdeu-se, sendo devolvido, futuramente, pelas mãos do próprio Corellon Larethian, deus dos elfos. Arminus Dhormandy, algum tempo depois, foi derrotado por Sho, um deus monge que tinha pretensões de ser o deus da raça humana. Sho estava perdendo o combate para Arminus. Como Adrom e os outros assistiam ao combate, Adrom interferiu, entregando o Kataná de Arminus a Sho, que decepou Arminus com o Kataná feito do Domo que o aprisionava. Ironia completa! Sho ascendeu ao status de deus, e muitos homens o adotavam como sua divindade. O Kataná de Arminus continuou sob a responsabilidade de Adrom, até que este foi conclamado por Corellon para caçar Vecná em Midgard.

 

Lembrando-se disso, Adrom pediu a Plank que fosse a Prontera, depois a Payon, visitar suas bibliotecas, buscando encontrar relatos de uma arma que fosse capaz de ferir um deus. Plank, prontamente, seguiu viajem para Prontera e começou suas pesquisas, enquanto os outros buscariam se fortificar e se preparar.

 

Voltaram todos, então, para a Vila Orc, onde treinariam. Chegando a casa onde costumavam ficar, lá estavam Eclypso e Jeffrey. Este último parecia distante e cabisbaixo, mas todos ficaram felizes ao se reencontrarem. Começaram a batalhar os Orcs Zumbis, e todo tipo de criatura vil que se encontra naquela caverna da Vila Orc. Adrom percebia, a cada momento que flagrava Jeffrey distraído, que este se sentia incomodado com as demonstrações de carinho entre ele e Anabelle. Mas, apesar desses pormenores, o treino deste dia rendeu muitos frutos, e uma experiência inestimável.

 

Após o dia de treino, cansados, foram cear. Eclypso e Jeffrey prepararam uma deliciosa refeição de Ambernites e Lunáticos, que todos saborearam satisfeitos. Após a refeição, todos foram se retirar, para descansar. Adrom e Anabelle, no entanto, tinham assuntos a tratar.

 

- “O que tens de tão importante a tratar, minha bela Ana?”

- “Não quero que tu vás enfrentar Vecná!”

- “Como??? Estás me pedindo um absurdo! Fui enviado a este mundo exatamente para confrontá-lo. Como posso negar o motivo de minha existência aqui?!?”

- “Não quero perder-te, amado. Se tu fores, sinto que não voltarás.”

- “Amada minha... Escuta! Não posso negar minha missão. Corellon me delegou a importante missão de exterminar Vecná. Preciso ir! Consegui mais de uma vez, no passado, agora conseguirei novamente! Não te preocupes!”

- “NÃO! NÃO ACEITO! Snif... Tu... Tu vais acabar perecendo, se fores! E como ficarei eu sem ti? Como poderei viver sem teu amor? Diga-me! Se tu não voltares?”

- “Acalma-te, amada minha. Isso não acontecerá! Estejas certa! Corellon está ao meu lado! Prometo-te que voltarei! Apenas peço-te que me esperes, pois não hei de morrer para aquela vil criatura. Ninguém mais morrerá pelas mãos daquele maldito!”

 

Após um longo tempo consolando sua amada, Adrom e Anabelle caminharam para a beira do lago. Tudo estava calmo e sereno, e não havia Orc algum nas redondezas. Adrom e Anabelle sentaram-se à beira do lago e, abraçados, tentavam passar o máximo de tempo juntos, como se fossem um, demonstrando um amor sem fronteiras, através de atitudes, sem esboçar palavra alguma. Adrom Thorn já não se sentia tão culpado e, até mesmo, sentia algo de familiar naquela mulher, enquanto Adrom Häggen extasiava-se em meio ao luxurioso amor que ali se desenrolava. Cada toque, cada carícia, levava ambos a um estágio de graça maior. O garoto Häggen, pela primeira vez, conhecia o corpo de sua amada. E cada parte do corpo de Anabelle era tão sublime quanto o próprio amor que sentia por ela. Admirado e entorpecido, deleitou-se no seio de sua amada, maravilhado com as sensações que experimentava. A noite terminaria com a bela e terna cena de ambos, Anabelle e Adrom, adormecidos, abraçados, como se ele a protegesse de todos os perigos do mundo.

 

Pela manhã, Adrom acordou com a luz do sol acariciando seu rosto. Feliz, sua culpa quase sumia, em meio ao contentamento e amor que o garoto Häggen sentia por aquela mulher que estava em seus braços. Ele apenas abriu seus olhos e permaneceu a acariciar o doce rosto, e os cabelos de Anabelle. Manteve-se por longos momentos apenas a apreciar a infinita beleza, e as boas sensações de paz que o momento trazia. Ele já não queria ir, mas deveria. Quando Anabelle despertou, olhou dentro dos olhos de seu amado, trazendo um doce som do mais profundo de seu coração, quando disse:

 

- “Adrom... Eu te amo mais que à vida! Quero ir contigo em tua missão.”

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Lembrando-se de seu passado na masmorra de Vecná, em Ravenloft, Adrom estremeceu e até o garoto Häggen apavorou-se. Adrom emburrou-se, e olhou Anabelle com um olhar carregado de preocupação, diante da declaração que ela fizera.

 

- “Tu não irás, amada minha! E é exatamente por te amar tanto, que não te deixarei ir comigo. E, quando eu voltar, dir-te-ei o porquê. Mas não quero que sofras. Vecná não poderá tocar-te... Sinto-me feliz com tua declaração, mas não há discussão, nesse ponto: tu não podes ir conosco, assim como Lin!”

 

Levantaram-se dali, e Anabelle mostrava-se profundamente triste, andando abraçada a Adrom. Ao chegarem na casa, viram Jeffrey sobre o telhado, com um olhar vazio e perdido. Seu rosto estava sujo e inchado, como se ele tivesse despendido a noite inteira sobre o telhado, a prantear. Ao vê-los, Jeffrey escondeu-se. Preocupado, Adrom pediu a Anabelle que entrasse na casa, enquanto ele procuraria seu primo.

 

Adrom utilizou seu milagre da Revelação, encontrando Jeffrey em um canto do telhado. Nisto, Jeffrey saltou do telhado, caindo ao chão, meio desengonçado. Conversando, Jeffrey explicou a Adrom o que sentia, e lhe pediu que não revelasse nada aos outros. Lavou seu rosto, e entrou para comer seu desjejum com os outros.

 

O dia, então, foi mais um dia de combate intensivo. Jeffrey estava frio e distante, batalhando contra as criaturas sem vontade, enquanto Adrom, Madin e Hatake combatiam com excesso de vontade. Lin e Anabelle ficaram na casa, pois Anabelle não se sentia bem para combater. E alguns dias se passariam da mesma forma, até a chegada de Plank.

 

Plank retornou de sua viajem a Prontera e Payon, trazendo bons frutos dela. Reuniram-se todos na casa, para que Plank lhes explicasse o que havia encontrado.

 

- “Meus caros! Como Adrom sugeriu, temos sim uma grande esperança de derrotar Vecná com maiores chances de sucesso: trata-se da arma divina, capaz de ferir qualquer um, e qualquer deus de Midgard. Pesquisei as lendas e, pelo que estudei, quando os deuses ainda habitavam Glast Heim, enfrentavam já algumas criaturas. O próprio Odin, então, forjou para si a Espada Suprema: Balmung! Essa espada foi forjada em bigorna de Emperium, usando, como martelo, o Mjolnir de Thor. Ela é forjada dos mais resistentes cristais e minerais. Seu cabo é feito do mais puro Emperium refinado, enquanto sua lâmina do mais puro diamante; seus adornos e anteparos para a mão são feitos de Safiras, Rubis e Esmeraldas, todos abençoados. O detalhe das Safiras é importante, pois haviam dezoito safiras de Odin, em sua coroa. Das dezoito, ele usou oito nessa espada. O restante das safiras se perdeu por Midgard, quando a coroa de Odin fora destruída, na guerra entre os humanos e os deuses.”

- “Mas por quê, então, Odin não levou sua espada para Asgard?”

- “Isso eu mesma posso dizer, Adrom. Tudo aquilo que foi feito em Midgard, por mais que tenha sido feito por um deus, não pode ir para Asgard. Por isso mesmo, acredita-se que alguns itens dos deuses ainda estejam aqui, como o Sleipnir, o próprio Mjolnir e a Balmung.” – Completa Lin.

- “Temos que conseguir essa espada, meus caros. Em poder dela, poderemos destruir Vecná!”

- “Mas não será tão fácil, meu primo! Balmung só pode ser utilizada por alguém que seja abençoado por um æsir, ou pelo próprio Odin. Como és Noviço, talvez tenhamos essa sorte. Mas acredito que muitos já tenham morrido, ao tentar roubá-la do lugar onde estava, em Glast Heim, tendo em vista que a ganância deles os tornava indignos. Balmung tem um valor inestimável, não podendo nem ser avaliada. Quem a empunhar, diz-se, pode, até mesmo, se auto proclamar Rei de Midgard, pois Balmung, após a partida dos deuses, era a espada dos primeiros reis da dinastia de Ricardo Tristan.”

- “Mas, então, aconteceu aquele fatídico episódio em Glast Heim, que resultou em sua destruição. Neste capítulo, Balmung foi perdida após a morte do algoz que destruíra a capital do império. Por anos, a dinastia de Ricardo procurou pela Balmung, sem sucesso. E esse insucesso se deve à insurreição de criaturas malignas naquele lugar, que impediram o sucesso dos exploradores e heróis que tentavam encontrar a espada. Estou certo?”

- “Certíssimo, primo! Mas o grande detalhe é que a maioria dos heróis e exploradores não voltava, mas não se tinha relato de suas mortes. Boatos dizem que a Balmung, hoje, encontra-se cravada no túmulo do grande Ricardo I, envolta de cadáveres de heróis e exploradores corrompidos pela ganância.”

- “Imagino que isto não venha a nos ser um problema, pois nossas intenções não são de ganância, mas sim de esmagar o mal, encarnado na pessoa de Vecná. Após isto, retornaremos a espada às mãos de quem a deve deter por direito: Ricardo III, descendente de seu último portador.”

 

Decidiram permanecer mais alguns dias ali, enquanto estudavam táticas e treinavam nas cavernas, todos os dias. Plank havia conseguido cópias dos mapas e plantas da cidade de Glast Heim. Eles já planejavam um ataque coordenado, utilizando-se, inclusive, da presença de outros heróis que sempre visitam o local.

 

A cada dia de treino, sentiam-se mais fortes, a ponto de já se sentirem preparados para enfrentar qualquer perigo. Eles já treinavam em um nível mais profundo da caverna, enfrentando seres mais poderosos. A cada hora investida, aquilo que, antes, era um desafio ia deixando de sê-lo.

 

Ao fim de dois meses, já se sentiam preparados, e rumaram, então, para Geffen, a fim de preparar sua jornada para Glast Heim. Algo de inesperado os aguardava por lá.

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Bretonyah... Possuidora de uma das mais privilegiadas paisagens setentrionais, ostenta, orgulhosa, seus castelos, fechados por Ricardo II, e abertos somente à visitação e conhecimento histórico. Com a queda dos senhores feudais, destronados por Ricardo II, acabou-se, também, com a subserviência e tratamento desumano do povo, que muitos senhores dispensavam. Hoje, graças a Ricardo II, o povo vive em harmonia, devendo obediência apenas ao imperador de Midgard. Existem cidades, como Payon, que possuem suseranos locais. No entanto, estes também devem obediência ao governo imperial.

 

Com a queda do regime feudal, nasceram os clãs. Em seu começo, eram apenas os antigos senhores, shoguns, e etc, que desejavam ainda deter algum poder. Para tanto, tornavam-se heróis e fundavam um clã. Na maioria das vezes, o clã era formado pela própria família do senhor, como ainda alguns clãs até os dias atuais o fazem. Com o passar do tempo, alguns heróis, com maiores tendências a liderança, começaram a formar seus próprios clãs. A fim de limitar o surgimento de clãs, e para moderar e regular seus direitos, Ricardo II instituiu a condição básica para se formar um clã: possuir um Emperium, entregá-lo ao imperador e, deste, obter autorização e documentos que provem a criação do clã por direito.

 

O Emperium não fica por inteiro com o imperador. Ao contrário, este o manda dividir em vinte e um fragmentos, dos quais entrega dezesseis de volta para o fundador do clã. O coração do Emperium fica com o fundador, dando a este, junto aos documentos, ‘poderes especiais’ dentro do clã. Um grande mistério, mas que é uma grande dádiva, na fragmentação do Emperium, é o fato de os membros dos clãs poderem se comunicar através de seus fragmentos, normalmente costurados sob o emblema do clã. Além disso, o fragmento do Emperium lhes confere uma capacidade de sentir onde seu irmão de clã está, quando está próximo. Com isto, os clãs não só se fortificaram, como também estreitaram laços de união, que antes estavam se tornando como laços de subserviência novamente.

 

A maioria dos clãs segue uma estrutura hierárquica. No entanto, parece que o antigo imperador Ricardo II conseguiu realizar uma boa parte de seu intento, pois existem fortes laços de amizade e companheirismo dentro dos clãs, graças à medida do Emperium.

 

Adrom havia estudado tudo isso. Sonhava em formar seu próprio clã. E, obviamente, ele queria seus atuais companheiros como membros, dado que já não se separavam mais, e eram como uma família.

 

Porém, Adrom e seus companheiros, numa manhã fria de princípio de inverno, agora trafegam por Bretonyah, em meio a seus imponentes castelos, rumando diretamente para Geffen. Todos estão quietos e apreensivos. Até mesmo Madin, com sua constante e característica jactância, estava sério e soturno. Anabelle e Lin, por sua vez, estavam tristes e apreensivas, pois temiam pela vida de seus amados. Plank e Adrom estavam confiantes! A fé de Adrom parecia contagiar os outros. Mesmo assim, todos estavam um pouco temerosos.

 

Andando em meio à neblina, quase não viam o que vinha pela frente. Andavam, praticamente, seguindo seus instintos, pois, infelizmente, nem Adrom, nem Anabelle tinham Gemas Azuis sobressalentes...

 

- “Que frio incômodo! E essa neblina maldita que não se dispersa?”

- “Acalma-te, primo! Em breve, chegaremos a Geffen.”

- “Mas este frio está além do normal... CUIDADO! É MAGIA!!!"

 

Instantaneamente, os heróis pulam para trás, quando se ergue uma enorme Barreira de Gelo. Por detrás da barreira, pode-se ver um vulto a se aproximar, trajando mantos de Bruxo. Todos começam a se preparar para atacar, quando ouvem a voz do vulto:

 

- “Não vos deixarei ir para Glast Heim! A jornada inconseqüente de vocês irá parar aqui, nem que eu tenha que vos ferir profundamente!”

- “Baldor??? Por quê nos atacas?”

- “Porque não vos deixarei cometer a loucura que desejais. Detenho-vos por prezar-vos como meus mais caros amigos. Se fordes, morrereis!”

- “Não somos mais os mesmos que conheceste, Baldor. Ademais, é nossa missão exterminar o desprezível Vecná! E temos um plano com grandes chances de sucesso.”

- “Já que teimais em seguir para a morte, terei de incapacitar-vos, infelizmente!” – Diz Baldor, já invocando um de seus feitiços.

 

Porém, no mesmo instante, Eclypso, Madin e Hatake lançam-se sobre Baldor, movendo-se rapidamente, através de suas técnicas de recuo. Madin pega, de seu bolso, uma pedra e a arremessa, atingindo em cheio a testa de Baldor, interrompendo sua invocação e atordoando-o. Eclypso, ao chegar até Baldor, com um giro com sua perna rente ao chão, derrubou Baldor de costas, enquanto Hatake rolou no chão, sacando sua Damascus, e a encostou no pescoço de Baldor. Adrom teleportou-se, aparecendo diante de Baldor, já empunhando sua Maça-Espada, e a apontando para o rosto de Baldor. Este, ao recobrar-se, e vendo a situação em que estava, não se deteve. Começou a recitar um encantamento, mas sentiu a pele de seu pescoço começar a sangrar, em virtude do aço frio da Damascus de Hatake. Madin já preparava outra pedra, quando Adrom jogou sua Maça no chão e, com as mãos limpas, deu um poderoso soco no queixo de Baldor, desmaiando-o.

 

Quando Baldor acordou, estava em Geffen, e estava amordaçado, com Madin a seu lado, jogando uma pedra para o alto e pegando-a com a mesma mão, esboçando um riso sarcástico.

 

- “Vá, Bruxo! Faça-me feliz: tente invocar outra magia!” – Provoca Madin.

- “Já chega! Ele é nosso amigo. Compreendo que estivesse querendo nos poupar, mas ele não entende nossa missão, propósito e nem nossos recursos. Acho que deve compreender, agora, um pouco de nossas atuais capacidades.” – Diz Adrom, retirando a mordaça de Baldor.

- “Tua missão é suicida, Adrom! Vingança não vos levará a nada, apenas à morte!”

- “Engana-te, caro amigo. Não estamos em missão de vingança. Nossa missão foi-me designada pelo meu senhor e deus Corellon Larethian, deus dos elfos. Vim de uma outra terra, meu caro, enviado por Corellon para que eu pudesse expurgar a existência de Vecná. O que também não sabes, Baldor, é que eu já derrotei Vecná duas vezes, no passado. Nós iremos a Glast Heim, primeiramente, para encontrar Balmung, a espada de Odin, com a qual destruiremos Vecná!”

- “Balmung... É claro! Mas se vós a tocardes, sereis destruídos pelo poder de Odin!”

- “É um risco que correremos. Mas contamos com o fato de eu ser um Noviço, o que me faz portador da Benção de Odin e, ainda mais no meu caso, também da Benção de Corellon. É bem provável que eu possa ser o detentor da espada. Ainda mais pelo fato de nossas motivações serem puramente nobres!”

- “Tudo bem! Não vos posso impedir. No entanto, posso acompanhar-vos. E não me negueis este direito, pois ajudar-vos-ei a combater Vecná e a encontrar Balmung.”

- “Tua incursão conosco nos traz muita honra e felicidade! Sejas bem-vindo ao nosso grupo ‘Adagas e Magias’!”

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- “Não chores, amada. Tens minha palavra que eu voltarei, para ter meu descanso em teus doces afagos. Tens minha palavra!” – Dizia Adrom, a Anabelle, confortando-a, pois esta chorava a partida de seu amado para a sua perigosa missão. O abraço que eles se davam era terno, e cheio de saudades antecipadas. Era uma bela cena, apesar de triste.

 

- “Nada temas, minha Lin. Shhhh.... Não morri antes, e não morrerei desta vez também. Confio em Adrom! Ele me salvou uma vez, pela ajuda de seu deus Corellon. Ele já nos salvou diversas vezes, e nós mesmos já vimos uma parte do que esse maldito Vecná é capaz de fazer. Confies em mim, Lin. Quando menos esperares, estarei contigo em nosso leito, a descansar em teu seio. Amo-te do mais profundo de meu coração.”

- “Eu... eu também... *Snif... Snif...* Eu te amo muito! És o homem de minha vida, e somente a ti amarei por toda a minha existência! Por favor, cumpra tua promessa!”

 

Madin, Hatake e Baldor apenas esperavam seus dois amigos, enquanto um Sacerdote, contratado por eles, aguardava, segurando uma Gema Azul. Adrom e Plank, então, deram um beijo de despedida em suas amadas, e partiram. Mochila nas costas, uma leve amargura no coração, e uma grande determinação era o que carregavam para a jornada.

 

Enquanto o portal se abria, as lágrimas de Lin e Anabelle escorriam por seus doces semblantes, caindo vagarosamente ao chão. Seus corações estavam contritos, diante de uma possibilidade que elas gostariam de não considerar. Um a um, todos foram entrando no portal até que, finalmente, Adrom parou diante do portal e olhou para Anabelle e Lin, agora abraçadas, tirou seu óculos e, com seus olhos dourados, dispensou-lhes um olhar tão sereno e confiante que elas jamais se esqueceriam daquele momento. E, então, o portal se fechou...

 

 

Glast Heim

 

Diante da antiga Catedral, o templo maior de Odin em Glast Heim, agora tomado por criaturas malignas, Adrom e seus companheiros surgem.

 

- “Bem, Adrom, cá estamos! Vecná fica neste ponto, dentro da sala do trono do Castelo Imperial de Glast Heim. Estamos aqui, diante da Catedral de Odin. Temos que adentrar a Catedral e procurar Balmung dentro do cemitério da Catedral. Sei apenas que ela se encontra em algum lugar secreto. Vamos?” – Diz Baldor, enquanto aponta direções nos mapas de Glast Heim.

- “Sim, meu caro. Temos que conseguir a espada. Vamos! Mas, antes... Que a Benção de Corellon recaia sobre vós, lhes fortificando, e que sua destra lhes conceda a Celeridade e astúcia da qual precisamos!” – Diz Adrom, abençoando seus amigos com a Benção de Corellon e concedendo o Dom da Velocidade.

 

O céu estava negro, carregado de pesadas nuvens, trovejando a todo momento. A atmosfera, em Glast Heim, dava todos os indícios de quão maligna era sua maldição. As ruínas, à volta, mostravam a grandeza daquela que, antes, foi a maior capital já habitada pelos homens. Tais ruínas mostravam o porquê daquela cidade ter sido a Cidade da Alegria, paradoxalmente a como se apresentava agora. Uma cidade construída por deuses, e destruída por maldições e monstros vis. A humanidade não merecia tal destino.

 

Ao entrarem na Catedral de Odin, Adrom e os outros ficaram maravilhados com a imponência e a beleza, mesmo em ruínas, da construção. Paredes em pedra, da mais valiosa de toda Midgard, e tapeçarias, esgaçadas e rasgadas, sujas, porém não menos belas. Em meio a diversos bancos, espalhados e caídos, tinha-se de desviar dos destroços e escombros. A entrada para o cemitério passava por um trecho que, claramente, denotava um tipo de catástrofe ocorrida no local, pois o que devia ser um corredor, assemelhava-se a uma caverna. A escuridão tomava conta do lugar. Baldor acendera seu bastão, usando uma magia de luz, e iluminava o caminho. Os sons que eram ouvidos eram dos mais diversos e assustadores, e podia-se sentir a maldição do local quase como se fosse o ar respirado ali.

 

Após algum tempo, chegaram à entrada do Cemitério.

- “É aqui, meus amigos. Tenham muito cuidado, pois este lugar é infestado por criaturas malignas e espíritos escravizados. Toda cautela possível se faz mister!”

- “Não sei quanto a vós, mas acho que devemos ignorar esta parte do cemitério, indo procurar os esquifes mais ao fundo, que, segundo as tradições, eram os esquifes que a alta nobreza utilizava para enterrar seus mortos. Mas, como dizem nunca terem encontrado Balmung, acho que essa parte do cemitério deve estar soterrada, ou de alguma forma oculta, ou impedida.”

- “É bem possível! Podemos começar procurando ao fundo, realmente. Todos de acordo?”

 

Todos, então, acentiram com a cabeça, passando a, imediatamente, rumar naquela direção proposta. Por alguns minutos, eles andaram, estranhando o quão vazio estava o local. Era como se fossem aguardados! Mas isso não os deteve, e continuaram a caminhar.

 

Quase ao fim do cemitério, após enfrentarem alguns Carniçais e Zumbis – criaturas desprezíveis e vis, que não passavam de carcaças decrépitas, de inocentes eivados de suas vidas –, eles encontraram um inimigo mais desafiador: um Esqueleto Prisioneiro. Seu corpo mostrava claramente os sinais da crueldade da qual fora vítima, e sua perturbação, em meio a essa maldição, demonstrava as razões de ter se tornado um ser maligno. Visivelmente, sua alma bradava um clamor por libertação! Adrom e seus companheiros atenderam a seu clamor!

 

Adrom amaldiçoou a criatura, enquanto Madin, Hatake e Plank investiam pesadamente contra a mesma, munidos das Bênçãos de Corellon e do Dom da Velocidade. Enquanto isso, Baldor invocava Thor, para que este lhe concedesse seu trovão. Adrom, então, amaldiçoou a criatura, mais uma vez, tirando-lhe a velocidade de seus movimentos. Plank, Hatake e Madin castigavam a carcaça pútrida da criatura com inúmeros golpes, que lembravam uma forte tempestade, caindo pesadamente sobre aquela criatura. Com os olhos trovejando, brilhando em pura magia, Baldor dispensa seu ‘Trovão de Júpiter’ sobre a criatura, arremessando-a, inerte, na parede atrás de si. A criatura, ao atingir a parede, foi esfacelada pela força da magia, junto com um pedaço da parede, revelando, em um pequeno buraco, uma câmara escondida nas profundezas.

 

- “Amigos! Acho que encontrei algo aqui... Venham me ajudar a remover estes escombros.” – Disse Hatake, ao observar o pequeno buraco formado, após a destruição do Esqueleto.

 

Imediatamente, todos começaram a remover os escombros, revelando uma pequena e apertada passagem, um pequeno túnel. Todos, então, entraram, espremendo-se entre os escombros, em meio à escuridão.

 

Ao terminarem de atravessar, viram uma enorme catacumba, quase intacta, com o brasão dos leões da família imperial, denotando claramente ser a tumba onde Ricardo Tristan I, após ter sido cruelmente assassinado por Von Bach, fora enterrado por seus súditos, pouco antes da queda de Glast Heim. Era uma catacumba imponente, demonstrando a força e o poder da dinastia de Ricardo. Acima, era possível ver, através do teto destruído, outros andares da igreja e, ao longe, seu alto telhado.

 

A porta da catacumba era uma pesada porta de metal, com uma grande fechadura. No entanto, esta porta estava entreaberta, revelando uma escada descendente. As paredes da catacumba, estranhamente, possuíam candelabros perenes acesos, iluminando a escuridão, formando uma penumbra macabra. Todos desceram vagarosamente, esperando, em seus corações, encontrar a perdida Balmung.

 

Ao chegarem ao fundo da catacumba, onde estava o esquife de Ricardo, a cena era aterradora: havia dezenas, senão centenas, de esqueletos humanos, com vestes desgastadas e rasgadas, todos amontoados, uns sobre os outros, e todos com suas mãos apontadas em uma única direção. Os olhos de todos ficaram cheios de pavor e, ao mesmo tempo, de esperança, pois esta era a cena que sabiam que veriam, ao se depararem com Balmung. Correram, então, na direção da pilha de corpos, espalhando-os e os retirando do caminho. Começaram, então, a chegar sobre a tumba. No entanto, qual não foi sua surpresa quando viram apenas a pedra do esquife, com o ferimento de onde a espada estava cravada. Ainda se podia sentir o poder de Balmung, emanando residualmente daquela ferida na pedra. Desapontado, Adrom revirou os corpos, a procura espada.

 

 

- “É isto que procuras, monge?” – Diz uma conhecida voz maquiavélica e sombria, carregada de um cinismo e prepotência absurdamente repugnantes, empunhando uma belíssima espada, com lâmina cristalina, e adornada com diversas jóias.

- “VECNÁ! MALDITA CRIATURA DAS PROFUNDEZAS DE RAVENLOFT! PÚTRIDO E DESPREZÍVEL! EM NOME DE CORELLON, NÓS SELAREMOS TEU FIM!”

- “HAHAHAHAHAHAHA!!! Monge... És, ainda, apenas um Noviço? Como pretendes, sem suas adoradas técnicas de combate, ser algum páreo para mim, o Rei das Trevas?”

- “Ele não está só, maldito! Em nome de Hasgyrd, Thor e Odin, selaremos teu destino!”

- “Tua existência terminará aqui.”

- “Teremos o prazer de livrar esta terra de tua arrogância!”

- “Em nome de Odin, e de Midgard, Vecná, tu irás perecer sob nossas mãos! QUE O ÓDIO DE ODIN E SEU PANTEÃO RECAIAM SOBRE TI, AGORA!”

- “Hahahaha!!! Eu não havia percebido a presença dos outros vermes... Não vale o esforço! Mas a diversão será interessante! Venham! Ataquem-me primeiro!”

 

Adrom saca sua Maça-Espada e abaixa sua cabeça por um breve instante, com os olhos fechados, proferindo uma oração silenciosa a Corellon. Quando, então, levanta sua cabeça e seus olhos se abrem, revelam-se olhos de pura fúria e força. Os companheiros de Adrom o olham estender sua maça na direção do Rei das Trevas, e começam a correr na direção do monstro, enquanto Adrom também corre. Todos lançam um grande brado, carregado da ira dos deuses, enquanto avançam inabaláveis, armas em punho e brandindo, sedentas para realizarem a justiça, e libertarem Midgard do julgo de Vecná!

 

A criatura, impassível, trajando uma enorme, e negra, armadura metálica, polida e adornada, carregando crânios humanos em seus ombros e cinturão. De cabeça baixa, sob o elmo de ossos, os olhos da criatura tornam-se sombras, enquanto ela sorri malignamente. A cada passo dos heróis, ele começa a flutuar, e uma aura sombria começa a envolvê-lo. Ele apenas olha para os heróis, rindo desdenhosamente.

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(Trilha Sonora aconselhada para este trecho: The Gathering - Rollercoaster)

 

 

- “MORRA, MALDITO!!!”

 

Adrom corria em direção ao Rei das Trevas, tomado de uma poderosa ira. Sua Maça descia poderosamente sobre o Rei das Trevas.

 

- “CONSEGUIU!”

 

Mas todos se pasmaram ao ver que o golpe, que parecia que arrancaria a cabeça do Rei das Trevas, fora parado antes que tocasse a pele pútrida deste, sendo detido por um tipo de sombra, que parecia estar viva. Adrom espantou-se, esboçando uma expressão de nojo, misturado ao ódio que sentia. As sombras, então, envolveram Adrom, e o arremessaram na parede oposta da catacumba, fazendo-o cair sobre os ossos espalhados dos que tentaram roubar Balmung por ganância.

 

- “TROVÃO DE JÚPITER” – Gritou Baldor, finalizando o mantra de invocação do trovão, que representava o poder de Thor. Com seus olhos tomados de energia, Baldor arremessou o poderoso Trovão contra o Rei das Trevas, numa trajetória ascendente, e em direção à escada que leva para fora da catacumba. A magia poderosa acabou por arrastar o Rei das Trevas para fora das catacumbas, dando-lhe tempo para cuidar de Adrom, enquanto os outros corriam escada acima para lutar. – “Adrom! ADROM! Estás bem, meu amigo?”

- “Sim, Baldor. Não te preocupes! Mas... O maldito, não sei como, está empunhando a Balmung! Como ele pode empunhar Balmung, sendo corrupto como o é?”

- “Penso que ele deve ter o apoio de algum deus de nosso panteão... Ele deve ter o apoio de algum Æsir! E, conhecendo os deuses que temos, temo que possa ser obra de Chaos! Chaos deve tê-lo abençoado, e proclamado Rei de Glast Heim. Isso permitiria a Vecná empunhar a Balmung!”

- “Maldito seja Chaos! Devemos deter Vecná a todo custo!”

- “Vamos, Adrom! Nossos amigos precisam de nós!”

 

Fora das catacumbas, Plank, Madin e Hatake estão diante do Rei das Trevas. Cada um vai se aproximando lentamente do Rei das Trevas que, aparentemente, não sofreu grandes ferimentos em resultado da magia de Baldor. Eles o cercam por três lados, mas o Rei das Trevas apenas ri.

 

- “Do que ri, débil demônio?!? Jamais vi uma criatura rir-se quando diante de seus últimos momentos!”

- “Hmhmhmhmhm.... [/mal] ”

- “Podes ficar tranqüilo, caro amigo, pois eu tirarei esse sorriso imbecil da cara desse maldito! AGORA!

 

Neste momento, Plank, Madin e Hatake lançam-se velozmente, com uma fúria implacável, contra o Rei das Trevas. Plank, indo diretamente de frente para o oponente, abaixa-se repentinamente, escorregando alguns metros, desviando-se do golpe da criatura. Após isto, ele desfere um Golpe Fulminante na criatura, subindo sua espada pelo corpo pútrido de seu oponente. Madin e Hatake, nesse mesmo instante, saltam sobre o Rei das Trevas, brandindo suas Damascus violentamente, cravando-as duas vezes, cada um, na carcaça do inimigo, atravessando a armadura deste.

 

 

(Trilha Sonora aconselhada para este trecho: Linkin Park - Crawling)

 

 

Adrom e Baldor acabavam de sair pela porta da catacumba, surpreendendo-se com a cena onde, aparentemente, Plank e os outros dominavam o inimigo. Baldor e Adrom sorriram e, para não dar à criatura descanso, resolveram também atacar. Baldor começou a invocar a ira divina de seu deus, enquanto Adrom se atirava ao combate, teleportando-se para trás de seu inimigo, e cravando sua Maça-Espada com força no dorso da criatura. A criatura gritou de dor e, em reação, conclamou uma Chuva de Meteoros, que destroçou ainda mais o teto da Capela de Odin, trazendo mais escombros consigo. Felizmente, todos conseguiram escapar, e a criatura foi soterrada pelos próprios escombros que fizera cair. Mesmo assim, Baldor, ao finalizar a invocação a seu deus, dispensou uma pesada e poderosa Ira de Thor sobre o Rei das Trevas, que já começava a se levantar.

 

A magia pulverizou os velhos e centenários destroços, afundando, também, o Rei das Trevas no chão. Após o barulho cessar, e a poeira baixar, em meio ao silêncio, todos ainda permaneciam de prontidão. Até que inúmeros tentáculos de sombras, saindo da cratera resultante da Ira de Thor, arremessaram-se violentamente contra todos, atirando-os longe. Todos acabaram se chocando contra escombros e paredes, caindo feridos ao chão.

 

- “Hmhmhmhmhm [/mal] ” – Continuava a desdenhar, o Rei das Trevas, aparentando não dar importância para os ferimentos sofridos, e nem mesmo parecia estar sendo muito afetado.

- “Maldito... PAGARÁS COM TEU SANGUE, VECNÁ! Eu invoco a maldição de Corellon sobre ti, e que seu ódio recaia pesadamente sobre ti, criatura vil!”

- “Madin e Hatake, ataquem cercando o maldito. Tentem surpreendê-lo...” – Sussurra Plank, enquanto Madin e Hatake se preparam. Ao longe, Baldor se recupera do golpe, e já começa a invocar uma de suas magias.

 

Madin corre pela direita da criatura, enquanto Hatake, dessa vez, vai pelo centro. Plank corre pela esquerda, e Adrom teleporta-se para as costas da criatura. Baldor está próximo de lançar mais uma Ira de Thor. Desta vez, Baldor fez uma prece com mais fervor a seu patrono, Thor, para que sua força fosse ainda mais impiedosa contra o Rei das Trevas. Adrom golpeia a criatura com sua maça, e este se vira, num grito, arremessando Adrom longe com apenas um golpe de seu braço. Hatake aproveita a distração da criatura, desferindo-lhe um exímio Ataque Duplo. Madin, por sua vez, correu junto à parede e, num impulso nesta, pulou sobre a criatura, desferindo um Ataque Duplo no braço do Rei das Trevas, a fim de enfraquecê-lo. Ele tenta roubar Balmung das mãos da criatura, mas, por mais que tenha sido abençoado, ao tocar Balmung, Madin é arremessado contra a mesma parede que usou para ganhar impulso. Por sorte, o coração de Madin estava tomado por intenções puras, e, por isso, a espada não o matou. Finalmente, Plank, vindo pelo flanco esquerdo, chega até a criatura e, usando o máximo de suas forças, ergue sua espada e a faz descer pesadamente sobre a criatura, num Golpe Fulminante de grande poder e habilidade. A criatura urra com seus ferimentos.

 

O Rei das Trevas vai caindo, aos poucos, ajoelhado ao chão, enquanto os heróis o castigam pesadamente com seus golpes. Adrom e Madin voltam, e agora também desferem golpes poderosos contra o maldito. Durante alguns segundos, que pareciam instantes intermináveis, a criatura parecia perder suas forças, enquanto era golpeada.

 

 

(Trilha Sonora aconselhada para este trecho: Evanescence - Going Under)

 

 

- “ADROM! A-AMIGOS!!! SAIAM! NÃO POSSO MAIS CONTER!!!”

 

Imediatamente, todos pulam para longe da criatura, enquanto esta, ajoelhada, apenas olha Baldor, com seus olhos negros. Ele se mexe vagarosamente, e tudo fica como se cada segundo fosse uma eternidade. As coisas aconteciam devagar. Baldor gritava a invocação da ‘Ira de Thor’, e esta começava a vir do alto, numa fúria incontrolável e selvagem contra o Rei das Trevas. Este, por sua vez, ajoelhado diante da Balmung, viu sua mão encontrar o belo cabo adornado desta, arrancando-a do chão lentamente.

 

A ‘Ira de Thor’ explode sobre o Rei das Trevas, aumentando a cratera já existente, num belo espetáculo de fogo e magia. Mas um brilho cortante sai de toda aquela explosão, misteriosamente.

 

- “BALDOR CONSEGUIU!!!”

- “SIM! SALVE O BRUXO!”

- “ELE É PODEROSO! BALDOR FAZ JUS A SEU PAI!”

 

Comemorando a vitória, em meio a todo aquele barulho da explosão da ‘Ira de Thor’, todos gritavam, em homenagem a Baldor. E, então, a magia se expirou, e tudo se acalmou, reinando o silêncio, novamente. Madin, Hatake e Plank correram para felicitar Baldor, que estava parado de pé, com seu cajado levantado.

 

- “BALDOR!!! Seu Bruxo safado!!! Por que não nos contou que eras tão forte?”

- “É mesmo Baldor! (...) Baldor? (...) Ele está em transe?”

- “Baldor... Acorde! Ei! Bald...” – Diz Madin, cutucando Baldor, e sendo interrompido, quando percebeu cortes nas mãos, cajado e cabeça de Baldor.

 

Estranhamente, e repentinamente, para o desespero de todos, a cabeça de Baldor desprendeu-se de seu corpo, separada por um corte preciso acima da mandíbula. A mão de Baldor, assim como seu cajado, também cai ao chão. Plank, Madin e Hatake desesperaram-se, ao ver tal coisa. Adrom, por sua vez, do outro lado da cratera, observava o Rei das Trevas caído, ferido e queimado, inerte no fundo da cratera, e a espada Balmung cravada no chão, próximo a ele.

 

Adrom, então, teleportou-se para frente da espada. Abaixando sua cabeça, profere uma rápida prece a Corellon, esperando que este lhe permita portar a espada de Odin. Adrom toca o cabo da espada e o segura com ambas as mãos, sentindo o poder de Odin permear seu corpo. Ele mal podia conter-se... Parecia-lhe que seu corpo explodiria, de tanto poder! No entanto, outra mão tocava a espada: a mão do Rei das Trevas!

 

E então houve uma explosão! Em meio à luz, nada se via. As expressões de espanto de todos os guerreiros vão desaparecendo, e se ofuscando, em meio ao brilho de tão forte explosão!

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(Trilha sonora recomendada para este trecho: Main Theme of Max Payne 2. Aconselho leitura lenta, acompanhando o ritmo da música.)

 

 

– “É só essa a força que têm? Somente esta força que possuem? Humpf... Não passam de formigas que terei o prazer de esmagar com meu poder!”

 

Quando a luz em trevas se torna novamente, e a visão não mais ofuscada está, Plank, Madin e Hatake conseguem ver o Rei das Trevas, flutuando sobre a cratera, erguendo Adrom pelo pescoço, aparentemente sem vida. O Rei das Trevas, então, arremessa Adrom contra escombros, ao longe, e este cai pesadamente, ferindo ainda mais seu corpo já castigado.

 

- “ADROM! PRIMO!!!”

 

Todos correm para socorrer Adrom, enquanto o Rei das Trevas, agora com uma expressão soturna e sombria, apenas os observa, arrogante.

 

- “Adrom, amigo... Acorde! Você está muito ferido... Cura-te!”

- “N-Não p-posso, Madin! D-Devo guardar m-meus milagres p-para vós...”

- “Não sejas tolo, primo! Cura-te e luta conosco!”

- “Não! L-lutai com ele. Eu vos curarei daqui...”

- “Vamos, irmãos! O clã ‘Adagas e Magias’ jamais desiste, mesmo diante do maior perigo! Nossa missão é exterminar Vecná, e vamos fazê-lo, mesmo ao custo de nossas vidas! LEVANTAI-VOS!” – Diz Hatake, de costas para os outros, olhando friamente os olhos de seu inimigo.

 

Todos assentem com a cabeça e se levantam, ajudando Adrom a ficar de pé. Este se apóia numa parede, e começa uma prece a Corellon, para que este os ajude a obter a vitória. Madin, Hatake e Plank se posicionam, com armas em punho, e cingidos de um coração bravo e inabalável! Suas expressões são sérias e confiantes! A cena é bela, como uma cena dos maiores e mais valorosos guerreiros jamais vistos. Seus olhos são puro ódio e determinação, e eles avançam lentamente, caminhando. O Rei das Trevas, diante de tal determinação, até se sente um tanto abalado, pois o medo deles desaparecera, dando lugar a uma confiança sem precedentes!

 

Uma luta épica está a ponto de começar, e os guerreiros, de ambos os lados, estão prontos para encará-la! O Rei das Trevas desce ao chão, próximo a eles, empunhando Balmung fortemente em suas duas mãos. Da mesma forma, Plank empunha sua espada com as duas mãos, qual gigante diante do inimigo! Madin e Hatake, com suas Damascus sedentas por serem brandidas, vão se posicionando serenamente, esguios como tigres, mortais como serpentes e ferozes como leões! Adrom os olha, tentando manter-se de pé, e os vê como verdadeiros heróis: imbatíveis, inabaláveis e determinados. Seus corações são puros e virtuosos, e sua missão é a própria vida! Verdadeiros deuses, a travar a batalha de suas vidas... A Batalha Final!

 

 

(Trilha sonora indicada, a partir deste ponto: Linkin Park – In The End. Aconselho leitura rápida até o fim do primeiro diálogo, depois leitura lenta.)

 

O coração de Adrom se inspira, e suas forças se renovam. Cambaleante, ele caminha até o corpo de Baldor e pega uma de suas poções, derramando sobre si, curando-se com ela.

 

- “Perdoa-me, Baldor... Meu caro amigo! Que Corellon e Odin cuidem de tua alma, e as Valquírias te levem ao Valhalla, que é teu merecido lugar de descanso eterno, ó herói!!! Por ti, também, lutarei! PREPARA-TE, VECNÁ!!! – Diz Adrom ao falecido amigo, com os olhos marejados.

- “Humpf... Venham, vermes!”

 

 

Rápido como um trovão, Madin Vegeta corre!

Feroz como um leão, Hatake Kakashi salta!

Imbatível como um deus, Plank Häggen se atira ao combate!

Implacável, como a ira do próprio Corellon Larethian, Adrom Thorn avança...

 

A luta se transcorre de forma incrível. O Rei das Trevas, agora lutando com tudo de si, sente dificuldades para defender-se do ataque desses quatro gigantes. Cada um ataca um flanco, e de forma diferente. Cada golpe carrega o peso da ira e da Justiça Divina. O Rei das Trevas começa a sentir medo, diante dos heróis. Cada golpe que atravessa suas defesas parece mais forte que o anterior. Ele fica apreensivo... No desespero para afastar os heróis, invoca mais uma Chuva de Meteoros!

 

A Chuva de Meteoros cai pesadamente. Cada meteoro que desce, traz consigo destroços do teto da Capela. A cena se transcorre vagarosa e, nela, se pode ver Plank defendendo-se de destroços com sua espada, enquanto salta para o lado, evitando um meteoro. Madin aproveita as rochas, e a aparente tranqüilidade que a magia trouxe ao seu oponente para, pegando impulso nelas, atacar mais uma vez. Desviando-se das rochas descendentes e inflamadas, Hatake parece uma aparição, desaparecendo e desviando-se de cada uma, rumando inevitavelmente para derrotar seu inimigo. Adrom teleporta-se e observa seu inimigo de longe. Ele olha para Baldor mais uma vez, assentindo com a cabeça, honrando o amigo, e invoca, com o mais profundo de seu ser uma poderosa maldição sobre o Rei das Trevas, que sente o peso desta sobre si. Hatake e Madin são bem-sucedidos em seu ataque, abalando seu inimigo. Plank surge como um titã e desce sobre a criatura um Golpe Fulminante terrivelmente poderoso!

 

Adrom vê seu primo lutando desta forma e, por um pequeno instante, lembra-se de tudo o que passou com ele, e de quando lutavam juntos, quando ainda eram fracos. Mas, nesse instante, ele salta na direção do inimigo, Maça em punhos, brandindo violentamente. Com precisão e força absurdas, Adrom desce um golpe pesado sobre seu inimigo, quebrando seu elmo de ossos. O Rei das Trevas olha os estilhaços de seu elmo, e suas feições tornam-se puro ódio! Diante de seus olhos, estão quatro valorosos guerreiros, de almas inabaláveis e espíritos incansáveis. Mas ele é o avatar do mal! E não poderá perder para guerreiros tão inferiores em poder. Ele apenas retira os restos de seu elmo, observado pelos heróis, em prontidão.

 

 

(Trilha sonora recomendada para esse trecho: Linkin Park – Vertical Limit)

 

 

O olhar dele se torna vermelho como o fogo de seu ódio. A criatura começa a se mover veloz como um leopardo, e seus movimentos são estranhos, sobrenaturais! Ele avança sobre os heróis, que se defendem. Ouve-se, ao longe, o som agudo do embate de espadas. A Balmung atinge a espada de Plank com força, fazendo-o ser empurrado para trás. Os outros tentam atacar o inimigo, mas este se desvia rapidamente do golpe dos Gatunos, chutando Hatake no estômago, atirando-o longe. Madin saltou sobre o inimigo, apoiando uma de suas mãos no ombro deste. Preparava-se, numa acrobacia admirável, para desferir um Ataque Duplo, quando o Rei das Trevas o pegou pelo braço e o atirou com força ao chão, pisando em seguida em seu dorso. Madin cospe seu sangue, e se contorce em dor. Adrom avança e, rapidamente, abaixa e toca seu indicador no braço de Madin, dispensando sua cura sobre ele. Em seguida, Adrom ataca o Rei das Trevas com sua Maça. Mas este se desvia do ataque.

 

O inimigo vira a espada para trás, segurando-a invertida, e esmurra Adrom violentamente. Em uma seqüência de golpes sobrenatural, Adrom é espancado de forma dolorosa, é cortado pela lâmina divina da Balmung e, por fim, é perfurado por ela. O Rei das Trevas, em sinal de desdém, retira Adrom da espada, chutando-o com força, arremessando-o longe.

 

Não há tempo, e os heróis não param de atacar. Madin levanta-se, desferindo seu ataque, enquanto Hatake vem pelas costas, em fúria cega. Plank salta sobre o inimigo. Mas ele, surpreendentemente, se desfaz de todos os ataques, utilizando-se de conta-golpes, ferindo os três profundamente. Mas eles não cessam o ataque e desferem seus melhores golpes sobre o inimigo. Adrom, de longe, os cura. Mas o Rei das Trevas desvia de seus golpes, esmurrando-os rapidamente, atirando-os longe, nos escombros. Adrom os cura novamente, e se sente exaurido, sem forças. Mas eles estão revigorados, e se atiram ao combate com o máximo de suas forças.

 

Cada golpe que desferem carrega consigo sua alma. Eles golpeam de forma arrebatadora, mas acabam sempre encontrando a rígida defesa do inimigo. Plank desfere um Golpe Fulminante que passa as defesas, cravando sua espada profundamente no ventre da criatura. Em resposta, a criatura desfere um golpe com a lateral da lâmina da Balmung que, de tão forte, faz Plank espatifar-se contra uma parede, caindo ao chão muito ferido. Madin, aproveitando-se da distração da criatura, com um Ataque Duplo de sua Damascus, destrói parte do pescoço do inimigo, fazendo-o urrar. Hatake faz o mesmo no dorso de seu oponente, criando feridas profundas, das quais jorra um sangue negro e asqueroso. Mas o Rei das Trevas os golpeia violentamente, rasgando seus ventres com a Balmung, e atirando-os a escombros.

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(Trilha sonora recomendada para este trecho: Dead Can Dance – Sacrifice)

 

 

- “Humpf! Vê, Monge? Tudo em vão...” – Desdenha o Rei das Trevas.

 

O sobretudo beje em rubro sangue vai se tornando, embebido pelo sangue de quem o veste. Adrom está caído ao chão, em uma poça de seu próprio sangue, que continua a se derramar de suas feridas. Sem forças, ele não consegue mover-se. Somente sua cabeça teima em estar levantada, olhando tudo o que acontece, e aumentando seu sofrimento. Seus olhos dourados contrastam com o vermelho de seu sangue, e os tons púrpuros de seus ferimentos. A carne cortada, o espírito esgotado. “Maldição! Não tenho mais milagres para curá-los... MALDIÇÃO!!!” – Ele pensa.

 

Plank está caído sobre escombros, sentado, com as pernas estiradas. Ele está sem forças, e não consegue mover-se. Sente sua espinha quebrada em algum ponto, assim como a maioria de seus ossos. A dor é lancinante! Ele já não mais se importa com ela, também. Seu único pensamento, agora, é a imagem de Lin. “Perdoa-me, amada minha.... Perdoa-me! Não fui forte o bastante para cumprir minha promessa.” – Ele pensa. Ele, com a cabeça pendendo para o lado, olha para Adrom, vendo-o estirado ao chão, imerso em seu próprio sangue. De seus olhos dourados, Plank vê uma lágrima dolorida e amarga escorrer. No entanto, Plank conhece como ninguém aqueles olhos dourados, e sabe que a lágrima derramada não é por medo, arrependimento ou derrota. A lágrima que é derramada dos olhos de Adrom é um sentimento de impotência, um ódio que sente, e um desespero por aqueles que ele ama!

 

Hatake, mesmo destruído, levanta-se. Equilibrando-se em apenas uma perna, com a outra exibindo uma fratura grave e, com o ombro direito trespassado por uma grande lasca de madeira, ele empunha sua Damascus com a mão esquerda. Plank e Adrom o vêem tomar aquela atitude, e seus corações se comprimem. O orgulho de um Assassino... “Ele não deveria se levantar”, eles pensam.

 

- “Mal... Maldito!” – Rosna Hatake, sentindo suas forças se esvaírem.

 

Enquanto o Rei das Trevas se aproxima, Hatake Kakashi se prepara para atacá-lo, em seu derradeiro ataque. Plank e Adrom querem se levantar, mas não conseguem mover nem um dedo. Plank olha para Adrom, e vê lágrimas descendo, enquanto Adrom faz uma prece. Plank reconhece o movimento suave dos lábios, misturado ao ódio, ainda é reconhecível: Adrom está fazendo uma prece em Qüênya, a língua élfica ancestral dele. Plank derrama lágrimas amargas, porque jamais acreditara em deus algum. Mas a espada de Odin estava diante deles. Sendo ela real, Odin também era! Ele começou a fazer uma prece a Odin, e isso o reconfortava.

 

Madin recupera a consciência, e levanta-se com dificuldade, com o corpo todo dolorido, e alguns ossos quebrados. Ele se põe de pé, apenas para ver seu melhor amigo, Hatake, de pé, equilibrado numa perna, concentrado em atacar o inimigo. Seus olhos ficam marejados, e ele sente um grande desespero em seu coração.

 

- “Hatake... Não! Não faça... Não faça isso, meu irmão!” – Sussurra Madin, tomado de amargura e desespero, segurando um nó em seu pescoço com mais forças do que as que faz para manter-se de pé.

 

Hatake enfrenta o Rei das Trevas corajosamente, qual bravo herói diante do inimigo! Ao que seu oponente se aproxima, ele o tenta atacar. Porém, dada a sua fraqueza, se desequilibra, girando e caindo de costas no chão. A dor que sentiu em seus ferimentos foi por demais aguda, e ele grita um urro de pura agonia. Adrom, Plank e Madin cerram os olhos e tentam não ouvir o grito do amigo.

 

- “Vê, Monge, quão patéticos são seus amigos? Só posso dizer-lhe que eu os subestimava. Achei que seriam mais fáceis. Mas vos apresentardes obstinados; mais poderosos do que eu esperava! Proporcionaram-me uma boa diversão!” – Diz o Rei das Trevas, empunhando Balmung e, friamente, calando Hatake, separando sua cabeça de seu corpo, com um corte rápido e preciso.

 

- “NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!!!! HATAAAAAKEEEEEEEEE!!!!” – Grita Madin, dolorosamente.

 

 

(Trilha sonora recomendada para este trecho: Dead Can Dance – Summoning of The Muse)

 

 

Madin adquire forças do ódio, e salta velozmente sobre o inimigo, pranteando a morte do amigo. Adrom e Plank apenas murmuram um “não, Madin” tão baixo, que nem eles mesmos conseguiriam ouvir. Madin cai sobre seu oponente, como uma poderosa águia abatendo sua presa, qual herói valoroso que jamais será esquecido. Ele sente o gosto amargo de suas lágrimas, misturado ao gosto de seu sangue, que lhe sobe à boca, engasgando-o. Ele sente, em seu ventre, Balmung atravessando-lhe. Suspenso no ar, ele ainda crava sua Damascus no braço do inimigo, que se ri daquele ato, vendo seu sangue negro escorrer e a adaga cravada em seu braço. Madin desfalece vagarosamente...

 

- “Com isto, e com estes, esperavas me derrotar Monge? Digo-te que, mesmo que tu já fosses Monge, estes dois inúteis fossem Assassinos e teu odioso primo fosse um Cavaleiro... Nem assim, cretino... Nem assim tu terias chances de me derrotar! Ainda mais agora que sou o Rei das Trevas!” – Diz o Rei das Trevas, friamente, enquanto carrega Madin Vegeta empalado na Balmung. O sangue de Madin escorre por ela, e cai ao chão. – “Fútil! Vã tentativa! E agora, Monge, observas eu acabar com as vidas inúteis de teus amigos. CHORA, MALDITO!”

 

Com um movimento de braço, Madin é arremessado diretamente para a fenda entre os escombros, por onde entraram nesta câmara, sumindo do campo de visão de Adrom e Plank.

 

- “Mal... maldito! Maldito!” – Murmura Adrom, em seu pranto. Neste dia, três de seus melhores amigos pereceram... E ele estava por perecer. Isso tudo não poderia, jamais, ser em vão! Por Corellon, não poderia.

 

Plank chorava, sem mais o que fazer, e só desejava poder ver o doce semblante de Lin mais uma vez. Ele via Adrom em seu desespero, e sentia a dor de seu coração. Essa missão era a vida de Adrom. Vê-la perder-se significaria o fim de tudo! Plank via o Rei das Trevas aproximar-se, e apenas rezava a Odin e Corellon para que lhe permitissem ver o rosto de Lin apenas mais uma vez...

 

- “E este... Este traste do teu primo! Ele deu-te forças demais! Fez com que teu crescimento fosse rápido, e te manteve longe da corrupção que tentamos incutir em ti. Gilgamesh era outro traste, mas ele estava conseguindo cumprir nosso intento, pois tu já te perdias em meio à ganância e luxúria. De tão absorto e distraído que estavas, nós poderíamos cumprir nossas metas com calma. Mas este traste...” – Disse o Rei das Trevas, aumentando a ira em sua voz, franzindo suas pútridas feições.

 

Ele ia andando em direção a Plank, que o olhava com lágrimas nos olhos, mas com olhos de coragem. O olhar de Plank Häggen dava a impressão de que este iria levantar-se, e derrotar seu inimigo em um único e devastador golpe. Ele olhou para Adrom, e esboçou um sorriso gentil e amoroso. Adrom, com o coração destruído, não via mais em si a capacidade de conter sua tristeza. Preferia, ele mesmo, morrer em lugar de seus amados amigos e primo. Mas o Rei das Trevas continuava a avançar sobre Plank, frio, impassível e cruel.

 

- “N...Não! Se...Seu inimigo... sou... eu! D... Deixe... ele... em paz!”

 

O Rei das Trevas deteve-se, como que congelado. Parou e virou apenas seu rosto, olhando para Adrom e rindo... Escarnecendo deste, e voltando-se para Plank novamente.

 

- “Hmhmhmhmhmhm! [/mal]   Não, maldito Monge... A humanidade inteira e os seus deuses são meus inimigos!!! Isso inclui a ti e teus amigos! Mas saibas que fui condescendente com eles, pois os matei sem muita dor, e de forma rápida. O MESMO NÃO FAREI COM ESTE E CONTIGO!” – Rosna ele, apertando os dentes, enquanto fala isso.

Ele pega a adaga de Madin e a retira do braço, deixando-a cair ao chão. Ele olha seus ferimentos, e o elmo quebrado no chão. Ele pára e observa a cratera onde fora enterrado, mais de uma vez, pela magia de Baldor. E olha dentro dos olhos de Adrom.

 

- “Não, maldito! Até que teu grupinho me surpreendeu. Parabenizo-os por conseguirem me assustar, por um breve momento. No entanto, eu estava brincando convosco! Mas o que realmente me deixou furioso foi teu golpe ter destruído meu elmo... Agora eu terei de matar outro Cavaleiro! E o pior é que não o poderei aproveitar para ser um de meus Raydrics! Uma pena...” – Ele se vira para Plank, e o pega pelo colarinho.

- “Nã...Não! Plank... Deixe… ele… ir…”

- “Humpf! Este pequeno, e desprezível, Espadachim não é forte o suficiente, nem mesmo para ser um Raydric menor. Mas vou dar-lhe um castigo pior, cretino!”

 

 

(Trilha sonora recomendada para este trecho: The Gathering – Bad Movie Scene)

 

 

As mãos do Rei das Trevas começam a ser envolvidas por uma aura negro-azulada, repleta de uma energia maligna asquerosa. Plank foi perdendo a cor, e seu corpo foi se atrofiando e murchando. Em sua mente, apenas Lin e seu amor por ela o mantinham acordado. Sua visão ia se turvando, e ele só conseguia enxergar a dor de Adrom, ao vê-lo nas garras malditas do Rei das Trevas. Ele foi se sentindo fraco... Já não pensava.

 

- “P-Plank... Meu... Meu primo!!!” – Diz Adrom, juntando máximo de suas forças e, num esforço sobre-humano, começando a levantar-se. Ele cospe seu sangue no chão, e está pálido como a neve. Adrom põe-se de pé e, com pura determinação e coragem, empunha sua velha Maça-Espada com força.

 

O Rei das Trevas apenas o fita com o canto de seu olho, ainda de costas para ele. Parecia ignorá-lo completamente. Ele apenas abre sua mão, parado, arrogante, e Plank Häggen cai sem vida ao chão. No entanto, Plank se levanta, com um olhar vazio...

 

- “Hmhmhmhmhm! [/mal]  Ele, enfim, teve uma utilidade: será mais um Carniçal a ser destruído pelos intrépidos Sacerdotes, em seus patéticos desejos de ‘limpar Glast Heim’! Que ironia, não?!? Ser destruído como se fosse tão maligno quanto eu... HAHAHAHAHAHA!!!” – Desdenha a vil criatura.

- “Maldito! Venha... VENHA ME ENFRENTAR!!!"

 

Como um raio, o Rei das Trevas investe contra Adrom, atravessando Balmung em seu ventre! Adrom sente seu sangue subindo até sua boca, novamente, e não sente mais suas pernas. Ele está sustentado pela espada, e seu inimigo ri de sua desgraça.

 

- HAHAHAHAHAHA!!! Bem que milorde Vecná falou que tu farias isso! Ele previu certo. Tua inconseqüência te traria até aqui, para que te matássemos sem esforço, e sem levantar suspeitas! HAHAHAHAHAHA!

- “C...Como? Tu... Não és... Vecná? M...Maldito!” – Adrom espanta-se, não achando que isso fosse possível. Mas, então, reconhece seu erro. Vecná viera acompanhado de seu avatar. Este Rei das Trevas não era ninguém menos, ninguém mais que o maldito avatar de Vecná.

 

Adrom sente-se um completo imbecil, por ter levado seus amigos à morte inutilmente. Balmung estava perdida, seus amigos estavam mortos, e Rune-Midgard sofreria as conseqüências! Que Corellon tivesse piedade de sua alma, e das almas de seus amigos. Ele falhara... Mesmo assim, Adrom sorriu, para o espanto do Rei das Trevas. Ele lançou um olhar desafiador à criatura que nada pôde entender. Mas, quando ele levantou impetuosamente sua Maça, o Rei entendera, mas já era tarde!

 

"VITÓRIA!!!" – Com um sorriso vitorioso nos lábios, Adrom, qual implacável, desce pesadamente sua Maça sobre a lâmina da Balmung, atingindo sua lateral, de forma que qualquer espada se quebraria, mesmo a Balmung.

 

Uma explosão se sucedeu! Muita luz e magia são liberadas, junto a um estrondoso som, misturado ao doloroso grito do Rei das Trevas, engolido pela onda mágica. Tudo desaparece... Tudo fica branco... Pura luz!

 

 

(Trilha sonora para este trecho: The Gathering - Marooned)

 

 

Passado um tempo, apenas se pode ver o corpo sem vida de Adrom, pendurado na parede pela lâmina cristalina, ainda atravessada em seu ventre. Nada resta... Nada mais! Apenas Plank a vagar errante naquela câmara escondida. Sem rumo, sem sentido, com seus olhos vazios a olhar o nada. No entanto, ele olha para Adrom, ali pendurado na parede, e parece esboçar tristeza.

 

- “A... dom... Ven... ceu!”

 

Do lado de fora da fenda, já amanhecendo em Rune-Midgard, surge um Sacerdote no cemitério, e ele nota a fenda no local. Jamais vira aquela fenda. Também ouvira um forte estrondo vindo dali, quando entrava na Catedral. Como viera através de um portal, não sabia o que se dava. Ao que ele se aproximou da fenda, sentiu que esta estava cedendo. Foi quando ele viu um homem estendido ao chão, com metade de seu corpo saindo da fenda. Era Madin Vegeta!

 

O Sacerdote, rapidamente, invocou seus milagres de cura, em nome de Odin, mas o homem continuava a agonizar. Ele tinha algo em mãos, e balbuciava algo.

 

- “L...Lin...Bal..derk,... Gef...fen! *” – Disse Madin, dando seu último suspiro.

 

O Sacerdote pegou aquele pequeno papiro, e tentou puxar o homem, para ressuscitá-lo. Mas, para seu espanto, só havia metade de seu corpo... Não era possível ressuscitá-lo! Triste, o Sacerdote guardou o papiro. E fez uma prece a Odin. No mesmo instante, os escombros desabaram na fenda, fechando-a. O Sacerdote, então, pegou o corpo do Gatuno e o levou consigo para dentro de um portal, com destino a Prontera.

 

Lendo o bilhete, o Sacerdote se deu conta do que houvera.

 

Madin Vegeta fora enterrado, então, como herói! Com honras e a presença do Rei Ricardo Tristan III. Ao lado do túmulo de Madin, fora erguido um monumento a quatro outros heróis desconhecidos, que entregaram suas vidas a uma causa maior, que fizeram o sacrifício supremo para livrar Rune-Midgard do mal!

 

Lin Balderk estava quase em estado de choque, no funeral de Madin. Não conseguia chorar, e só conseguia balbuciar, com olhos marejados, algumas palavras, repetidamente.

 

- “Vo... Você prometeu! Você prometeu...”

 

O Sacerdote lhe entrega o bilhete, e ela o segura sem vontade. O Rei a entrega uns documentos, e lhe abraça, deixando que ela pranteasse seus mortos em seu manto real. Consternação total à volta. A família de Madin não se conforma. Anabelle estava impossibilitada de ir, pois estava num quase torpor, com olhos vazios a olhar para o nada. Não conseguia chorar, nem conseguia viver...

 

Cavaleiros e Bruxos, Sacerdotes e Assassinos, Ferreiros e Caçadores, todos pousavam uma singela flor à beira do túmulo. Todos, com profunda melancolia. Toda a cidade de Prontera reverenciava aqueles que, com bravura, e com um coração puro, enfrentaram sua Batalha Final... E entregaram suas vidas para um bem maior!

 

Ao ler o bilhete, escrito em poucas letras tortas, tremidas e borradas, Lin desaba em prantos, com a mensagem:

 

 

 

“Lin,

 

Se estiver lendo isto, saiba que vencemos!”

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