Prólogo - A Despedida
--- Juno ---
- Pronto! Tudo arrumado...
O jovem estava feliz. Seu rosto, sujo depois de varrer e polir os móveis do bar, exibia uma feição alegre. Seus cabelos loiros, compridos e revoltos pareciam palha molhada após horas de incansável limpeza. Porém, o bar estava limpo. Seu ultimo dia trabalhando naquele lugar, e consequentemente seu ultimo trabalho, estava terminado.
Fechou a porta e a trancou. Alguns passos para trás e então ele pode vislumbrar o bar por completo. Sorriu e suspirou, voltando-se para a rua e finalmente partindo para casa. Não conseguia parar de esboçar seu sorriso, e mesmo os mais mau-humorados que caminhavam pela mesma rua que ele acabavam soltando um risinho discreto.
Atravessou uma das pontes que ligavam os três distritos de Juno para enfim chegar à praça da cidade, e então tomou o rumo à oeste, onde a casa de seus pais estava. Passou correndo pela porta e subiu as escadas para o segundo andar.
- Raiga, meu filho! - Uma voz feminina ecoou pela casa, vinda de outro aposento. - Cuidado pra não destruir tudo, seu estabanado!
- Certo, mãe! - Respondeu ele, dentro do banheiro e já nu, preparando-se para tomar seu banho. Lavou seus cabelos, limpou seu corpo e tratou dois ou três cortes que ele tinha feito no braço. Eram frequentes, mesmo que ele tivesse cuidado ao treinar espadas escondido dos pais. Sabia, claro, que seu pai o apoiava.
Saiu do banho e tratou de fazer a barba rala. Ora, ele tinha de estar bem apresentado e não parecer um mendigo, ainda mais aos dezesseis anos, pensou ele. Vestiu roupas leves que havia deixado no banheiro desde o dia anterior e desceu correndo as escadas, porém, quase caiu ao perceber que sua mãe estava parada no primeiro degrau, com as mãos na cintura.
- Eu já disse pra não correr pela casa, menino. - Falou ela, rabugenta.
- Sei, mãe. Mas estou muito animado. - O jovem respondia com brilho nos olhos.
Ilana, apesar de ser uma mulher forte, firme nas decisões, teimosa e orgulhosa com todas as suas forças, era uma mãe preocupada. Raiga sabia disso, mas as emoções de ambos naquele momento eram únicas.
- Você é como seu pai, mesmo...apesar de ser orgulhoso como eu. - Ilana sorriu de leve, ajeitando seus curtos cabelos castanhos atrás da orelha. Ainda era possível vislumbrar como seus olhos sempre pareciam alertas, mesmo depois de anos de calmaria. Afinal, sabia Raiga, ela foi uma das assassinas de elite e posteriormente uma arcana. Nada passava na frente dos olhos dela sem que percebesse, e as vezes nem precisava ver para saber o que estava acontecendo.
- Falando nisso, ele...
- Não... ainda não mandou notícias... - A mãe de Raiga se virou para o corredor e os dois tomaram o rumo para a cozinha. - Mas sabe como ele é. Vive sempre indo à serviço do conselho.
- Sim, depois que o Rei desapareceu, ele vem trabalhando muito para o conselho.
- Naturalmente, ele têm informações muito mais relevantes do que meramente um caso de desaparecimento. Ele sabe de mais... - Assim como ela, completou mentalmente.
- Mas ele vai voltar...alias... - Raiga foi até a sala e voltou rapidamente para a cozinha, arrumando sua mochila e pegando algumas frutas. - Agora estou pronto para ir.
Tão logo ele terminou de se arrumar, uma garota mais nova entrou na cozinha com um embrulho de panos comprido, amarrado com tiras de cordas. Lembrava mais a mãe, com os mesmos cabelos castanhos e levemente compridos, mas tinha um olhar mais ameno e carinhoso. Apesar disso, matinha uma feição de malícia.
- Irmão... por que isso estava na porta? - Disse ela, e Raiga sentiu um frio na espinha.
- Raiga Lucille Nelliw! - Ilana esbravejou, fazendo com que o garoto engolisse o caroço inteiro de uma fruta. - Você estava levando a espada de seu pai?
- Ah mãe.. ele disse que eu poderia ficar com ela quando eu fosse treinar... - Respondeu ele, ainda sem perder a motivação.
- Mas ele não está aqui! - Ela pegou a arma embrulhada. Era pesada, e ela sabia o motivo daquela espada ter sido concedida ao filho. - E você não pode simplesmente pegá-la...
Raiga estava começando a pensar em um meio de convence-la, mas então sua mãe estica a empunhadura da espada, coberta de panos e amarrada, para ele.
- É justo que eu te entregue. Não precisa levar escondido...
- Mãe?
- Mãe? - Repetiu Triana, a irmã mais nova de Raiga, incrédula com a atitude de sua mãe.
Ilana se pôs de joelhos. Raiga fica impressionado, afinal foram dezesseis anos vivendo junto de sua mãe, e por mais que ela fosse carinhosa e também fosse muito forte, ele jamais pensaria vê-la daquela maneira. Ela deixou a espada no colo do rapaz, e o abraçou.
- Fico feliz que esteja pronto para sua jornada... não pensei que fosse tão cedo...
- Fique tranquila, mãe. Depois dos treinamentos eu apareço aqui ainda. - Disse o loiro, sem jeito.
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Após as despedidas com sua mãe e irmã, Raiga pegou sua mochila, prendeu a espada ainda enfaixada nas costas, deu uma ultima olhada para a sua casa e a sua família na porta e acenou. Sentiu que estava deixando algo para trás, algo muito forte e grandioso, uma proteção sem tamanho. Mas ele sabia que daquele momento em diante, era a força dele que teria que ser testada, moldada e aprimorada.
Virou-se e seguiu para o aeroplano, uma máquina gigantesca que funcionava como barco, atravessando o céu com seu poderoso balão e propulsores. Viu a sua querida Juno do alto e ficou observando o caminho até Prontera, onde começaria seu treinamento de aprendiz. Ele segurou a alça da mochila com força, ansioso.
- Finalmente... Minha hora chegou... - Pensou, entusiasmado. Mal sabia ele que, a partir do momento que fechou a porta do bar, sua vida tomaria um rumo completamente...
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[OFF] Oe gente. Espero que não liguem se eu colocar uma fanficzinha aqui do meu personagem recém criado no Odin, ta? Quero registrar tudo que eu passo com ele. Vocês verão quests, eventos, e coisas afins. Lembrando que como se trata de uma história, níveis de poder, atributos, equipamentos, muitas vezes, não significam nada no no enredo. Claro, não vai ter um Aprendiz matando um Senhor das Trevas, mas algumas coisas acontecerão, então...don't piss off yourself q
Espero que gostem. o/
