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O Chamado de Bragi


Blair Waldorf

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Hehe... Eu tava com saudades dos seus posts também Dona Idalina!!

 

hauhuahuahuahuaha

 

Comecei a escrever ontem, passando as provas agora dessa semana vou ter mais liberdade.

 

BTW, pra quem nao sabia, eh Tiago de Paiva

 

                                               

Paige Daivot

 

 

 

 

 

Ouquei pipôu, si iu nesquist taime

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Alguem sabe

onde posso achar um link que mostre as musicas que o bardo da quest de

mudança de classe canta? Seria de grande ajuda para a fic....

Ta, to alguns meses atrasado, mas você ta falando das músicas que

temos que cantar no teste de bardo? Se for isso, tenho três aqui,

fiquei errando pra ver mais músicas, aqui está:

 

"Poema de Idun"

Nenhum deus envelhece.

Tudo por causa da bela Idun.

Bela e branca, deusa da fartura, Idun.

Nora de Odin, mulher de Bragi.

Muitas maças lá em seu cesto;

Tudo por causa das doces maçãs.

 

"Poema de Siegfried"

Havia um homem

Dito invencível,

Siegfried

Filho do herói Siegmund.

Fafner, o gigante maligno,

Virou um dragão e acabou com ele.

 

"Poema de Bragi"

Bragi, Bragi,

Grita o nome, inesquecível poeta.

Minha canção é o seu suspiro,

Minha mente, sua intenção

Todo bardo serve a ele,

Todos os louvores são dele.

 

PS: se não foi isso, ignore a noobagem.

 

 

 

Nuss velho... obrigado pelo trabalho..... ficou bem legal mesmo.......

vou usar em alguma magia de bardo que esta por vir....... originalmente

era pra quest de mudança de classe do proprio paige, mas acabou por

tomar outros rumos...... thx aewolz!!

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Nhaaaaaaaaaaaa

 

Comecei a ler hj, e terminei, meu Primero fic q eu tive a paciencia de ler por completo. E AMEIIIIIIIIII

Sinta-se Honrado, Você Despertou o desejo da leitura em uma pessoa que nao gosta de ler xP E AGORA ME DXO ANCIOSAAAAAAAAAAAAAAAAAA KERO MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS ò.ó

 

Se nao terminar logo eu vo ranca seu figado ì____í Grrrrrr

 

 

s2 Fics *-*

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O SACRFÍCIO DO MARTIR

 

 

 

 

 

“Nunca se torne uma marionete de suas emoções”

 

 

 

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O farfalhar das árvores e o estalar das rodas de madeira da carruagem

foram os únicos sons proferidos durante todo o percurso de Comodo a Payon.

Exauridos e frustrados, mantinham-se reclusos e raramente trocavam palavras

entre si.

 

Rumavam ao templo de Odara, a sábia que guardava os selos da cidade

fantasma sob Payon, em busca de respostas para o motim de monstros que investiu

contra Comodo. Qualquer que fosse a explicação, não esperavam sair daquele

local sem sua cabeça.

 

Paige não pôde evitar uma sensação de que algo os estava seguindo. Ao

longo de todo o percurso, se se concentrasse bem, poderia jurar que as sombras

das árvores se moviam turvamente, acompanhando a caravana por onde quer que

fosse, esperando por uma brecha. Por isso, fitava incessantemente o horizonte,

dia e noite, esperando que, mesmo que não pudesse proteger seus companheiros,

ao menos os alertaria se algo ocorresse.

 

Sathyr se manteve encolhida sob um manto, recostada na lateral da

carruagem, imersa em pensamentos, tentando digerir aquelas informações jogadas

tão abruptamente sobre ela. Com a recente perda de memória, não tinha certeza

de em quem deveria confiar, apenas que encontraria aquela mulher e arrancaria

algumas respostas, nem que tivesse de ser à força.

 

Dos três, o único que parecia estar relaxado era Lucas. Apesar de estar

preocupado, tanto com Paige quanto com si mesmo, exibia uma face serena,

austera, cantarolando ou lendo um livro de capa azul marinho, o qual não

permitia que ninguém olhasse. “É meu amuleto” – dizia.

 

Seguiam quietos pela estrada.

 

 

 

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Ao centro da cidade de Payon um homem se arma.

 

 

 

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- Enfim, chegamos. – avisou o cocheiro ao passarem pelo portão principal

de Payon. A cidade estava calma, até mais calma do que o normal, parecia estar

propositalmente alheia à situação.

 

- Então a calmaria realmente precede a tempestade – observou Lucas,

falando por entre os dentes.

 

Desceram assim como subiram; calados.

 

Os três rumaram para uma estalagem próxima, comeram e se encontraram com

o homem  que os guiaria até o templo de

Odara. Seu nome era Marcus, um dos contatos do padre Locke naquela cidade. O

guia trajava um manto claro, de um tecido leve, juntamente com um capuz que lhe

cobria quase todo o rosto, e parecia não estar muito contente com a tarefa que

lhe fora designada.

 

- Sigam-me – falou secamente.

 

Rumaram para o norte, em direção a uma morada aparentemente abandonada.

Uma casa de madeira podre, que rangia a qualquer movimento, como se os

alertasse de que não deveriam estar ali.

 

- Estão vendo aquele alçapão? – Perguntou Marcus. Recebendo meneios

afirmativos de cabeça dos três – Descendo por ali vocês seguirão por um túnel.

Só existe um caminho, não há como errar;

 

- Você não vai conosco? – perguntou Lucas.

 

- Já fui longe demais. A única razão de estar aqui com vocês é porque

devo minha vida a Locke, e confesso que mesmo assim hesitei em aceitar seu

pedido. A Dama de Payon tem olhos em todos os cantos, só de vir aqui minha vida

já corre sério perigo. Em seu lugar, não faria afronta a ela.

 

- Agradeço o conselho meu amigo – disse Paige, com um tom de voz forte –

mas a Dama de Payon tem uma dívida que será paga hoje.

 

 

 

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Rumo ao templo de Odara, um homem se move.

 

 

 

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O alçapão os havia levado a uma espécie de túnel. Agora sem a presença

do guia, prosseguiriam com máxima cautela. O local estava deveras empoeirado -

embora a poeira não delatasse sinais de abandono ou desleixo - parecia apenas

que não houve muita movimentação no local por algum tempo. O ar era seco e o

cheiro lembrava os almoxarifados empoeirados de Skoegul. As sombras trêmulas na

parede dançavam caóticas, provenientes da chama das tochas que carregavam,

atiçadas pelo vento que corria túnel abaixo. Logo após fechado o alçapão,

perceberam o quão escuro era o local, e o quão expostos estavam, emitindo um

clarão dourado em meio ao breu.

 

- Apaguem as tochas – ordenou Lucas – Acho que posso fazer algo mais

discreto. Enquanto os dois apagavam suas tochas, Lucas levava o rosário à

altura da boca.

 

- Dixi auroram terras nouo lumine

sparsuram esse - em meio à total escuridão, ouviram palavras serem

proferidas em tom de oração, em uma língua estranha. Segundos depois, já

notavam o ambiente se tornando mais claro. Não era uma luz comum, tampouco

notava-se um ponto de origem. Parecia que cada objeto emanava sua própria luz,

e como num raio-x, adquiriam uma tonalidade argentina. Tudo tornou-se

impressionantemente visível, até mesmo rastros deixados a tempos atrás podiam

ser vistos. Ainda assim, a luz não era intensa – pelo contrário – era tão

pálida que não apareceria por sob o vão de uma porta, por exemplo.

 

- O que você fez? –

perguntou pasma Sathyr.

 

- Simples,

revelação. Achei que um servo de Deus como você saberia como funciona –

respondeu.

 

- Isso não é uma

revelação comum. Olhe! Cada objeto se destaca por si só. E não há a chama

percorrendo o local. Eu nunca havia visto isso antes, nem mesmo entre os

sumo-sacerdotes da ordem. Impressionante, para um sacerdote que nem ao menos

sabe curar – rebateu, debochada – Desse modo não seremos vistos.

 

Seguiram pelo túnel

por um bom tempo, sentindo o calor aumentar na medida em que adentravam no

templo. As vestes começavam a colar no corpo com o suor.

 

- Lucas, essa

deveria ser uma chama fria certo? – perguntou Paige, descontraído, levando um

susto ao se virar para o amigo e perceber o quão cansado ele estava – Se é tão

difícil manter a chama alta, pode abaixar a intensidade, esse brilho já está

começando a doer os olhos.

 

- Eu estou me

esforçando para mantê-la o mais baixo possível – respondeu o sacerdote, com uma

clara nota de fadiga na voz.

 

- Você é estranho,

sacerdote – disse a garota.

 

Foi quando notaram

no chão formas muito familiares – e incriminadoras – pegadas; mas não pegadas

quaisquer: brilhando naquele tom prata-azulado estavam pegadas descalças. Elas

seguiam firmes e constantes até o final do corredor, terminando em uma enorme

porta de madeira talhada, entreaberta, que deixava escapar um pequeno feixe de

luz amarelada que instigava a curiosidade do grupo.

 

- É ela – sussurrou

Paige, suas mãos instintivamente trouxeram a harpa das costas para a posição de

guarda – eu posso sentir.

 

- Quietos –

sussurrou quase inaudivelmente Sathyr – Sacerdote, apague essa luz.

 

- Não consigo –

resmungou.

 

- O que

diabos....?! – Paige tentou reclamar, mas foi interrompido pela forte luz que

emanava de todos os objetos presentes. Virando-se para trás, encontrou o amigo

com um dos joelhos no chão, completamente suado esforçando-se para tentar

acabar com a magia que havia conjurado. Do cabelo molhado escorriam pesadas

gotas de suor, e sua feição mostrava de uma forma clara que ele não iria

agüentar por muito tempo.

 

- Saiam daqui! Isso

está fora de controle! – Falou entre os dentes, enquanto a intensidade e o

calor provocados pela luz tornavam se cada vez mais insuportáveis.

 

- Venham! Rápido! –

Gritou a garota. A porta não estava a mais de 10 passos dos três, entretanto,

Lucas continuava prostrado, lutando contra seu próprio poder. Chamas começavam

a irromper dos objetos mais frágeis, e o metal de suas armaduras já machucava

ao toque. Nessa hora, o bardo fez-se mostrar.

 

- Siegfried,

banhe-nos com o sangue de Fafnir, imole o ar e nos poupe. – Recitou Paige,

alcançando alguns acordes na harpa já em riste. No mesmo momento, a Ode à

Siegfried começou a surtir efeito. O calor insuportável do ambiente

aquiesceu-se, e as chamas que começavam a brotar dos objetos extinguiram-se.

Lucas, exausto, caiu sentado, encharcado no próprio suor.

 

Sathyr não disse

nada, mas para Lucas, aquele olhar de desprezo era pior do que qualquer insulto.

 

 

- É, parece que

nosso plano de entrar sem ser percebido foi por água abaixo – disse Paige, desanimado.

 

- Perdão... – Lucas

se ouviu dizer.

 

- Levante-se –

disse Sathyr – Só não cometa o mesmo erro novamente.

 

Muito cuidado daqui

para frente, já devem saber que estamos aqui.

 

Abriram a porta com

o máximo de cuidado possível, apesar do peso e do ranger provocado por ela. A

sala na qual entraram era totalmente diferente das demais; era imensa, e, tal

qual uma gruta, tinha seu teto e paredes esculpidos na pedra crua. A iluminação

falha provocada pelas tochas que seguiam sinuosas em direção ao centro da

caverna não proporcionava uma noção do tamanho do local, pelo contrário, a

escuridão tornava-o ainda mais gigantesco.

 

Ao centro,

percebia-se movimentos e vozes - alguém deve estar lá - e quem quer que fosse

provavelmente também já os haveria notado. O eco causado por qualquer movimento

naquele lugar era impressionante.

 

Prosseguiram os

três, armas em riste, pelo caminho sinuoso que levaria à fonte dos ruídos. A

vontade que tinham era de correr, mas seguiam em passos firmes e cadenciados. Cadáveres

– eram a decoração do local – pra onde quer que olhassem estavam eles, frios,

inexpressivos, apenas o vestígio de uma vida, lacerados e estendidos ao longo

do caminho. A julgar pela aparência dos corpos, sua morte fora recente, e só

havia uma pessoa que poderia ter feito tal coisa.

 

A confirmação veio

à cerca de 50 metros.

 

Cinco silhuetas

debatiam-se em uma parte plana do terreno, dentre as sombras, destacava-se aquela

que emanava uma tênue luz azulada, que envolvia o vulto.

 

Um, dois, três

golpes. Rápidos e certeiros. Um em cada, levando os oponentes ao chão em poses

bizarras.

 

- É ela! – Disse Paige,

automaticamente tirando uma das flechas de sua alijava, fazendo mira.

 

Desceram correndo

pela escadaria, exceto por Paige, que imóvel, encaixava a flecha retirada da

alijava na harpa. Ainda no meio do caminho, o escudo arremessado por Sathyr já

cortava o ar, girando numa velocidade impressionante.

 

Ambos a flecha e o

escudo rumavam na mesma direção, com um só objetivo: O peito da inimiga.

 

Nos segundos em que

a flecha se aproximava do alvo, Paige observou a sábia empurrar o oponente para

trás, e num movimento extremamente rápido, pisar o chão com os dois pés,

enterrando-os até o joelho no chão. Instantaneamente - como a água que espirra

do jarro quando se atira uma pedra – enormes vigas de pedra emergiram por sobre

a mulher. Surgiam do solo desordenadamente, espatifando-se umas nas outras e

erguendo-se em direção aos céus. A fúria da terra invocada pela sábia em

frações de segundo acabou por formar um emaranhado de estalactites,

protegendo-a dos ataques.

 

- Sejam bem vindos

vocês também – disse a voz rouca e abafada que saía do monte de pedras – vocês

acabaram de me poupar um grande trabalho vindo até mim – enquanto falava, as

colunas lentamente esfarelavam-se, virando areia, abrindo caminho para a

imponente figura que se aproximava. O homem que lutava com ela encontrava-se

caído a alguns metros, nocauteado por uma das vigas que surgiram.

 

- Entregue-se! –

ordenou a templária – Prostre-se diante do senhor e eu pouparei sua vida. Caso

contrário morrerás aqui.

 

- Não me faça rir,

pequeno vaso. Só estás aqui pois assim desejo – retrucou em resposta ao comando

anterior – Lembre-se que preciso de ti viva, mas não necessariamente inteira.

Teus deuses te abandonaram, assim como abandonaram a todos nós. Venha para o

meu lado, e darei aos seus amigos uma morte indolor.

 

- Que Deus tenha

piedade da sua alma – disse a garota, endireitando seu escudo e apontando a

espada na direção da inimiga – pois eu não terei! – e partiu para cima da

inimiga.

 

Ao mesmo tempo em

que Sathyr partia de encontro a ela, a sábia esmagava uma gema esférica

amarelada entre as mãos, e sua antes rígida aparência tornou-se fluida, os

cabelos esvoaçavam por sua face, e os olhos adquiriram uma tonalidade

azul-elétrica, assim como da ultima vez. Era o encantamento de vento.

 

A luta havia

começado. Com movimentos precisos e rápidos, a lâmina de sua espada dançava,

tentando desesperadamente acertar a mulher esguia à sua frente. Por sua vez, a

sábia não parecia fazer muito esforço para se esquivar dos golpes. Ela se movia

como se soubesse de onde o próximo golpe iria vir. A cada esquiva, tocava a mão

na costa da lâmina da espada com a ponta dos dedos, tão suavemente que não

chegava a modificar sua trajetória. Eventualmente abaixava-se bruscamente ou

pulava para trás para desviar das flechas atiradas por Paige.

 

Enfurecida, Sathyr

parou por um momento, concentrando-se na oponente. Não é que ela fosse rápida,

é que não importasse o quão preciso fosse o golpe, o vento que passava por sua

pele desviava a direção do golpe, tornando-a quase inatingível. Precisaria de

força. Muita força.

 

Ainda na pose de

guarda, descartou o escudo, jogando-o para o lado. Empunhou a espada com as

duas mãos, encostando a ponta da lâmina no chão, e esperou. A sábia a encarava,

olhos nos olhos, tentando prever seu próximo movimento; E quando o primeiro

passo à frente foi dado, a paladina agiu.

 

Com toda a força

que conseguiu impor ao golpe, Sathyr avançou com a lâmina para cima da

oponente, descrevendo um arco ascendente, evitado no último momento com um

salto para trás. Logo após, com mesma força, e aproveitando o impulso do golpe

anterior, cortou o ar numa velocidade impressionante na horizontal – Crux

Divinum! – Bradou.

 

No momento em que os

cortes se tocaram, marcou-se no ar a trajetória de uma enorme cruz, numa luz branca

e cegante, e embora a sábia tenha se esquivado dos ataques, não pôde ver o que

acontecia, apenas sentir o calor escaldante e a dor da cruz que voou em seu

peito, jogando-a de volta aos escombros.

 

Não houve tempo

para achar que a haviam derrotado. Em pouco tempo a sábia voltou a se levantar.

Empoeirada, tocava levemente a pele em carne viva de seu peito, avaliando os

danos. Via-se claramente a raiva estampada em sua face. Partiu para cima da

guerreira, de mãos nuas, desferindo propositalmente golpes tanto no escudo como

na espada com as palmas das mãos, assim como fizera antes. Após certo tempo, um

sorriso estampou-se em seu rosto.

 

Realizando os

precisos movimentos arcanos necessários àquela magia, o grupo olhou atônito uma

enorme quantidade de vento revolto concentrar-se nas mãos da sábia, e a enorme

tempestade de relâmpagos que atingiu Sathyr enquanto ela corria para impedir a

magia da sábia.  

 

Os raios partiram

diretamente das mãos da sábia, e acabaram por estourar à queima roupa na

templária. Normalmente uma tempestade de raios espalha-se por uma enorme área,

mas ao tocar a lâmina e o escudo da garota no meio da batalha, a sábia pouco a

pouco ia eletrizando o metal, de forma que todos os raios convergiram para estes

pontos, como num pára-raios.

 

A garota caiu no

chão, ainda consciente, mas completamente debilitada A explosão do golpe foi

tamanha que deixou em cinzas diversas partes da sua armadura, e partiu seu

escudo ao meio.

 

O sacerdote

interpôs-se entre a caída e a inimiga.

 

- Queres morrer

também, tolo sacerdote? – inquiriu calmamente a sábia.

 

Como resposta o

sacerdote puxou do bolso um vidro esférico contento água benta, e quebrou-o em

sua maça, abençoando-a. Ostentava em sua outra mão uma luva sacra, comumente usada

por monges.

 

- Como desejais –

resmungou antes de partir para o ataque.

 

A sábia lançou-se

ao ataque com voracidade. Já havia enfrentado o sacerdote antes, e reconhecia

sua enorme habilidade no combate corpo-a-corpo. Lucas parecia estar confiante,

empunhava sua maça em uma posição ofensiva, o que chegou a causar certo

desconforto na sábia.

 

Em meio aos ataques

desferidos, bloqueios e desvios, não houve como a Sábia não perceber a força

descomunal que o sacerdote havia adquirido. Os golpes, antes facilmente

desviados pela a barreira de vento que cobria seu corpo, agora ricocheteavam e

abriam cortes no antebraço da mulher. O jogo havia se tornado perigoso. A maça

empunhada por Lucas havia sido equipada com pequenos ganchos - conhecidos por

ganchos capitais – que, no momento em que um golpe descendente era desferido

contra um oponente, armado ou desarmado, arrastava sua arma, membro ou escudo

para baixo, abrindo um buraco em sua defesa, e proporcionando uma efetividade

maior ao próximo ataque.

 

Quebrando novamente

uma esfera em suas mãos, a sábia voltou à postura térrea típica, em busca de

resistência aos ataques do sacerdote.

 

- Aprecio sua

sagacidade - disse sinceramente a mulher – mas uma arma capital não será o

suficiente para me deter.

 

E a terra tremeu,

acariciada por uma breve lufada de vento, ao ver a sábia engolir uma pequena

jóia vermelha. Do colapso entre a energia da sábia e a do rubi amaldiçoado, ela

foi capaz de destacar uma parte da própria alma, materializando-se na forma de

um espectro de energia, que flutuava por sobre seu corpo, imitando seus

movimentos.

 

- Agora vamos ver

como se sai em uma luta justa – Disse rindo a sábia – ou achas que não percebi

o suporte do garoto às suas costas?

 

De fato, Paige

estava a poucos metros de Lucas, dedilhando uma melodia inaudível, e a cada

toque da harpa, a onda sonora que chegava ao corpo de Lucas transformava-se em

impulsos elétricos, aumentando a potência muscular de cada ataque. Foi através

daquele cântico de batalha que Lucas havia adquirido tamanha força.

 

A inimiga urgiu

enquanto partia para cima do sacerdote, seguida pelos movimentos

simultaneamente precisos de seu conjurado.

 

Ambos a sábia e o

fantasma atacavam seu oponente de uma maneira devastadora, sendo impossível

para Lucas esquivar-se, ou mesmo tentar bloquear seus ataques. Enquanto tentava

encontrar algum meio de contra-atacar, cortes e hematomas surgiam em seu corpo,

minando cada vez mais suas forças. Não teve escolha a não ser afastar-se. O

combate corpo-a-corpo estava fora de cogitação.

 

Nesse meio tempo, em

que o sacerdote se distanciava da dupla oponente, Lucas percebeu a real intenção

da sábia. Sem um guerreiro na posição em que estava, o caminho entre ela e

Paige estava totalmente aberto, deixando o Bardo completamente vulnerável.

 

Aproveitando esse

momento, a sábia pôde conjurar sua magia. Socando o ar diversas vezes em uma

velocidade impressionante, canalizou a energia do espectro em um poderoso

golpe, que voou em direção ao bardo.

 

- Espíritos

Anciões! – Foi tudo que Paige conseguiu ouvir, antes de ser acertado em cheio

pelas inúmeras bolas de energia, que o empurraram para longe, e o fizeram

provar do chão.

 

Para sua surpresa,

ao virar-se para o sacerdote, encontrou-o com ambas as mãos estendidas em sua

direção, espalmadas no ar, e emitindo uma forte luz esbranquiçada, tão intensa

que não era possível olha-la diretamente.

 

- Sinta agora o

poder de Deus! – disse entre os dentes, em meio a uma prece – Luz divina!

 

O feixe de energia

pulsante que emergiu de sua mão era espantoso até mesmo para a sábia. Sacerdote

nenhum deveria ser capaz de armazenar tanta energia num movimento tão simples

quanto aquele.

 

Tudo pareceu

mover-se em câmera lenta. O facho de luz viajava em uma imensa velocidade em

direção à sábia. Mas apesar do poder do golpe desferido, a sábia ainda tinha

mais uma carta na manga. Em um coreografado movimento a mulher estendeu ambas

as mãos em direção à luz, revolvendo-as circularmente, com tal velocidade que o

rastro marcou-se no ar.

 

Tudo que se viu em

seguinte, foi o rebater da luz divina no escudo mágico da sábia, e a explosão

da magia do sacerdote em suas próprias mãos, num estrondo terrível que ecoou

por toda a caverna.

 

Prostrado, beirando

a inconsciência, o sacerdote pôde sentir a aproximação da sábia, passo por

passo, enquanto a dor queimava em seu corpo, parcialmente coberto pela poeira

que já baixava.

 

Segurando seu rosto

com uma das mãos, e acariciando seu cabelo com a outra, a sábia abaixou-se, e

sussurrou em seu ouvido.

 

- Deus pode nos dar

poderes incríveis, criança. A mostra de energia que vi em você só prova o que

eu digo. Entretanto, assim como seu próprio filho, o destino daqueles que o

seguem é a dor e o desespero, afogados no próprio sangue, empalados na própria

cruz. – ao falar, docemente passava a mão por sua face, como se daquela forma

minimizasse a dor que o garoto sentia – Mas não se preocupe, eu o resgatarei

desse mundo de horrores, e em meu novo mundo, serás livre, numa sociedade onde

o Deus não fere seus filhos, nem o faz passar por cruéis provas de seu

distorcido merecimento. Descanse em paz. – Sua mão agora havia descido para sua

garganta, passionalmente lhe extraía a vida, pouco a pouco, irremediavelmente.

A dor ia se tornando suave. Quase gostosa. Mas aquilo não parecia a morte. De

alguma forma, embora não houvesse dor, não sentia falta do ar que lhe era

negado, tampouco a pressão das mãos da sábia em seu pescoço. E pela segunda

vez, ao olhar para o lado, descobriu-se salvo pelo milagroso encantamento de

Sathyr, a redentora, que encarnava a dor que Lucas deveria sentir.

 

- Não se esqueça

também, infiel, que o meu Deus nunca abandona um filho, e faz brotar força e

esperança onde aparentemente não havia nenhuma. – disse Sathyr - Agora se

levante daí! E enfrente o verdadeiro instrumento de Deus!

 

- Belas palavras,

para uma moribunda – disse com parcimônia a sábia – se sua crença cega não

permite que você veja a podridão deste mundo, deverei abrir seus olhos à força.

 

 

 

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Em meio à batalha,

ergue-se um homem. O cão de três cabeças emerge da escuridão.

 

 

 

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Ághata! – Um berro gutural,

rouco, ainda que altivo, e tremendamente imponente, ecoou pela caverna, agora

túmulo de muitos – Eu vim aqui para matá-la! Afaste-se dela!

 

Um olhar de terror

moldou a face da sábia, que ignorando seus oponentes anteriores, interpôs-se

entre Sathyr e Cerberus – ela é minha, afaste-se cão!

 

Sem dizer uma

palavra, o lorde arremessou uma de suas lanças em direção à sábia, que forçada

a desviar, deixou o caminho completamente aberto para a enorme lança que voou

em seguida, voando em espiral, cortando o ar como se fosse uma mera adaga,

tamanha a força imposta sobre ela pelo lorde. Vinha gritando, cortando o ar com

voracidade, a cada momento ganhando mais velocidade, pronta para ceifar a vida

da templária que estava em seu caminho.

 

Não fosse pelo

esguicho de sangue quente que molhou seu rosto, Sathyr nunca seria capaz de

dizer se a lança a havia acertado ou não. A dor e a agonia que sentiu foram

reais, a ponto de prostrá-la ao chão.

 

-

Aaarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh – O berro expeliu todo

o seu sentimento de incredulidade. Mas a verdade era inevitável. À sua frente,

encontrava-se Paige, trespassado pela Bardiche arremessada pelo Lorde, imerso

em um rio de seu próprio sangue. Inclinou-se debilmente para trás, atirado ao

chão como uma marionete cujas cordas são cortadas, vez por outra arrematado por

espasmos que lutavam em tentar mantê-lo vivo.

 

Sua alma chorava

sangue. Seu corpo implodia no mais puro ódio jamais suportado por qualquer ser

vivo.

 

- Porque! Idiota!

Você nem sequer me conhece! É a mim que eles querem! Estúpido! – debruçando-se

por cima do corpo, tentava desesperadamente retirar a lança fincada em seu

corpo. Cada movimento provocando o jorrar de mais e mais sangue.

 

- Adeus – disse

Paige, com a voz desconfigurada pelo sangue que derramava de sua boca.

 

-Não ouse morrer – Gritava

Sathyr, babando e chorando, desesperada pela vida do homem a quem não julgava

ter tamanho vínculo.

 

Sentia a vida

escorrer-lhe do corpo, e pouco a pouco, o mártir desfalecia.

 

- Cerberus, vais

pagar por isto – disse a rouca sábia, apertando um cristal azul em sua mão. Seu

corpo inteiro tornou-se fluido, azulado, quase transparente. O cabelo molhou-se

por inteiro e grudou-se ao rosto. – tome garota –disse, atirando um pequeno

galho em direção a Sathyr. Saia daqui, e leve aquele homem – apontando para o

homem com quem lutava quando chegaram- ele saberá o que fazer.

 

Não soube o porque

de obedecer-lha, mas em instantes  a

garota se viu arrastando o corpo inerte de Paige para junto do homem que

remanescia inconsciente no chão.

 

- Dilúvio! – Berrou

a sábia, no momento em que todo o ambiente começou a ser preenchido por

torrentes de água, que jorravam de cada fresta existente no local. Arremessou

um vaso de vidro em direção à Sathyr, que continha uma grande asa de algum

inseto, e que quando esfregada, teletransportou-os dali.

 

Os quatro foram

parar em um lugar ermo, gramado, mas com poucas árvores. O vento gelado

esfriava o sangue em suas roupas, trazendo uma enorme sensação de frio. Mas

nada se comparava à dor da perda que fincou-se no coração da templária. Ajoelhada,

com Paige em seus braços, assistia lentamente o embaçar de seus olhos, que

refletiam a luz do luar que ele já não mais enxergava. 

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Arremessou um vaso de vidro em direção à Sathyr, que continha uma grande asa de algum inseto, e que quando esfregada, teletransportou-os dali.

 

Ahá! ROP detected! 

Também percebi a presença desse Rop na fic

Forgoten nem se atreva a sumir de novo, se você passar mais três meses pra postar outro capitulo, vou amaldiçoar toda sua prole

 

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