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F0rg0t3n

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  1. F0rg0t3n

    OverPower!1!

    Votei tbm, e acho que todos os fanfiqueiros deveriam votar as well, por mais que não seja mto, olhar que o pessoal está lendo a sua fic é um incentivo e tanto...... o/
  2. MASTER RESS!!!!!!!!!!!!!! Vou voltar a escrever na fic...em breve... =P
  3. Ahá! ROP detected! Também percebi a presença desse Rop na fic Forgoten nem se atreva a sumir de novo, se você passar mais três meses pra postar outro capitulo, vou amaldiçoar toda sua prole Vcs descobriram a fonte de poder da Aghata. O_o @[??]KKNDPoxa obrigado ^^ Dessa vez os próximos não tardarão a sair @Hiro~ And the bard song will remain!Gogo, quando postar a fic avisa, pra gente ir dar uma olhada. ^^ @Dona Idalina Tb te amo, Dona Idalina Tá na metade já.
  4. U.UObrigado pelo suporte... =] Tomara que minha mente permita um capítulo mais em breve desta vez. BTW, adorei sua assinatura.
  5. U.UObrigado pelo suporte... =] Tomara que minha mente permita um capítulo mais em breve desta vez. BTW, adorei sua assinatura.
  6. O SACRFÍCIO DO MARTIR “Nunca se torne uma marionete de suas emoções” ------------------------------------------------------------------------------------------- O farfalhar das árvores e o estalar das rodas de madeira da carruagem foram os únicos sons proferidos durante todo o percurso de Comodo a Payon. Exauridos e frustrados, mantinham-se reclusos e raramente trocavam palavras entre si. Rumavam ao templo de Odara, a sábia que guardava os selos da cidade fantasma sob Payon, em busca de respostas para o motim de monstros que investiu contra Comodo. Qualquer que fosse a explicação, não esperavam sair daquele local sem sua cabeça. Paige não pôde evitar uma sensação de que algo os estava seguindo. Ao longo de todo o percurso, se se concentrasse bem, poderia jurar que as sombras das árvores se moviam turvamente, acompanhando a caravana por onde quer que fosse, esperando por uma brecha. Por isso, fitava incessantemente o horizonte, dia e noite, esperando que, mesmo que não pudesse proteger seus companheiros, ao menos os alertaria se algo ocorresse. Sathyr se manteve encolhida sob um manto, recostada na lateral da carruagem, imersa em pensamentos, tentando digerir aquelas informações jogadas tão abruptamente sobre ela. Com a recente perda de memória, não tinha certeza de em quem deveria confiar, apenas que encontraria aquela mulher e arrancaria algumas respostas, nem que tivesse de ser à força. Dos três, o único que parecia estar relaxado era Lucas. Apesar de estar preocupado, tanto com Paige quanto com si mesmo, exibia uma face serena, austera, cantarolando ou lendo um livro de capa azul marinho, o qual não permitia que ninguém olhasse. “É meu amuleto” – dizia. Seguiam quietos pela estrada. ------------------------------------------------------------------------------------------- Ao centro da cidade de Payon um homem se arma. ------------------------------------------------------------------------------------------- - Enfim, chegamos. – avisou o cocheiro ao passarem pelo portão principal de Payon. A cidade estava calma, até mais calma do que o normal, parecia estar propositalmente alheia à situação. - Então a calmaria realmente precede a tempestade – observou Lucas, falando por entre os dentes. Desceram assim como subiram; calados. Os três rumaram para uma estalagem próxima, comeram e se encontraram com o homem que os guiaria até o templo de Odara. Seu nome era Marcus, um dos contatos do padre Locke naquela cidade. O guia trajava um manto claro, de um tecido leve, juntamente com um capuz que lhe cobria quase todo o rosto, e parecia não estar muito contente com a tarefa que lhe fora designada. - Sigam-me – falou secamente. Rumaram para o norte, em direção a uma morada aparentemente abandonada. Uma casa de madeira podre, que rangia a qualquer movimento, como se os alertasse de que não deveriam estar ali. - Estão vendo aquele alçapão? – Perguntou Marcus. Recebendo meneios afirmativos de cabeça dos três – Descendo por ali vocês seguirão por um túnel. Só existe um caminho, não há como errar; - Você não vai conosco? – perguntou Lucas. - Já fui longe demais. A única razão de estar aqui com vocês é porque devo minha vida a Locke, e confesso que mesmo assim hesitei em aceitar seu pedido. A Dama de Payon tem olhos em todos os cantos, só de vir aqui minha vida já corre sério perigo. Em seu lugar, não faria afronta a ela. - Agradeço o conselho meu amigo – disse Paige, com um tom de voz forte – mas a Dama de Payon tem uma dívida que será paga hoje. ------------------------------------------------------------------------------------------- Rumo ao templo de Odara, um homem se move. ------------------------------------------------------------------------------------------- O alçapão os havia levado a uma espécie de túnel. Agora sem a presença do guia, prosseguiriam com máxima cautela. O local estava deveras empoeirado - embora a poeira não delatasse sinais de abandono ou desleixo - parecia apenas que não houve muita movimentação no local por algum tempo. O ar era seco e o cheiro lembrava os almoxarifados empoeirados de Skoegul. As sombras trêmulas na parede dançavam caóticas, provenientes da chama das tochas que carregavam, atiçadas pelo vento que corria túnel abaixo. Logo após fechado o alçapão, perceberam o quão escuro era o local, e o quão expostos estavam, emitindo um clarão dourado em meio ao breu. - Apaguem as tochas – ordenou Lucas – Acho que posso fazer algo mais discreto. Enquanto os dois apagavam suas tochas, Lucas levava o rosário à altura da boca. - Dixi auroram terras nouo lumine sparsuram esse - em meio à total escuridão, ouviram palavras serem proferidas em tom de oração, em uma língua estranha. Segundos depois, já notavam o ambiente se tornando mais claro. Não era uma luz comum, tampouco notava-se um ponto de origem. Parecia que cada objeto emanava sua própria luz, e como num raio-x, adquiriam uma tonalidade argentina. Tudo tornou-se impressionantemente visível, até mesmo rastros deixados a tempos atrás podiam ser vistos. Ainda assim, a luz não era intensa – pelo contrário – era tão pálida que não apareceria por sob o vão de uma porta, por exemplo. - O que você fez? – perguntou pasma Sathyr. - Simples, revelação. Achei que um servo de Deus como você saberia como funciona – respondeu. - Isso não é uma revelação comum. Olhe! Cada objeto se destaca por si só. E não há a chama percorrendo o local. Eu nunca havia visto isso antes, nem mesmo entre os sumo-sacerdotes da ordem. Impressionante, para um sacerdote que nem ao menos sabe curar – rebateu, debochada – Desse modo não seremos vistos. Seguiram pelo túnel por um bom tempo, sentindo o calor aumentar na medida em que adentravam no templo. As vestes começavam a colar no corpo com o suor. - Lucas, essa deveria ser uma chama fria certo? – perguntou Paige, descontraído, levando um susto ao se virar para o amigo e perceber o quão cansado ele estava – Se é tão difícil manter a chama alta, pode abaixar a intensidade, esse brilho já está começando a doer os olhos. - Eu estou me esforçando para mantê-la o mais baixo possível – respondeu o sacerdote, com uma clara nota de fadiga na voz. - Você é estranho, sacerdote – disse a garota. Foi quando notaram no chão formas muito familiares – e incriminadoras – pegadas; mas não pegadas quaisquer: brilhando naquele tom prata-azulado estavam pegadas descalças. Elas seguiam firmes e constantes até o final do corredor, terminando em uma enorme porta de madeira talhada, entreaberta, que deixava escapar um pequeno feixe de luz amarelada que instigava a curiosidade do grupo. - É ela – sussurrou Paige, suas mãos instintivamente trouxeram a harpa das costas para a posição de guarda – eu posso sentir. - Quietos – sussurrou quase inaudivelmente Sathyr – Sacerdote, apague essa luz. - Não consigo – resmungou. - O que diabos....?! – Paige tentou reclamar, mas foi interrompido pela forte luz que emanava de todos os objetos presentes. Virando-se para trás, encontrou o amigo com um dos joelhos no chão, completamente suado esforçando-se para tentar acabar com a magia que havia conjurado. Do cabelo molhado escorriam pesadas gotas de suor, e sua feição mostrava de uma forma clara que ele não iria agüentar por muito tempo. - Saiam daqui! Isso está fora de controle! – Falou entre os dentes, enquanto a intensidade e o calor provocados pela luz tornavam se cada vez mais insuportáveis. - Venham! Rápido! – Gritou a garota. A porta não estava a mais de 10 passos dos três, entretanto, Lucas continuava prostrado, lutando contra seu próprio poder. Chamas começavam a irromper dos objetos mais frágeis, e o metal de suas armaduras já machucava ao toque. Nessa hora, o bardo fez-se mostrar. - Siegfried, banhe-nos com o sangue de Fafnir, imole o ar e nos poupe. – Recitou Paige, alcançando alguns acordes na harpa já em riste. No mesmo momento, a Ode à Siegfried começou a surtir efeito. O calor insuportável do ambiente aquiesceu-se, e as chamas que começavam a brotar dos objetos extinguiram-se. Lucas, exausto, caiu sentado, encharcado no próprio suor. Sathyr não disse nada, mas para Lucas, aquele olhar de desprezo era pior do que qualquer insulto. - É, parece que nosso plano de entrar sem ser percebido foi por água abaixo – disse Paige, desanimado. - Perdão... – Lucas se ouviu dizer. - Levante-se – disse Sathyr – Só não cometa o mesmo erro novamente. Muito cuidado daqui para frente, já devem saber que estamos aqui. Abriram a porta com o máximo de cuidado possível, apesar do peso e do ranger provocado por ela. A sala na qual entraram era totalmente diferente das demais; era imensa, e, tal qual uma gruta, tinha seu teto e paredes esculpidos na pedra crua. A iluminação falha provocada pelas tochas que seguiam sinuosas em direção ao centro da caverna não proporcionava uma noção do tamanho do local, pelo contrário, a escuridão tornava-o ainda mais gigantesco. Ao centro, percebia-se movimentos e vozes - alguém deve estar lá - e quem quer que fosse provavelmente também já os haveria notado. O eco causado por qualquer movimento naquele lugar era impressionante. Prosseguiram os três, armas em riste, pelo caminho sinuoso que levaria à fonte dos ruídos. A vontade que tinham era de correr, mas seguiam em passos firmes e cadenciados. Cadáveres – eram a decoração do local – pra onde quer que olhassem estavam eles, frios, inexpressivos, apenas o vestígio de uma vida, lacerados e estendidos ao longo do caminho. A julgar pela aparência dos corpos, sua morte fora recente, e só havia uma pessoa que poderia ter feito tal coisa. A confirmação veio à cerca de 50 metros. Cinco silhuetas debatiam-se em uma parte plana do terreno, dentre as sombras, destacava-se aquela que emanava uma tênue luz azulada, que envolvia o vulto. Um, dois, três golpes. Rápidos e certeiros. Um em cada, levando os oponentes ao chão em poses bizarras. - É ela! – Disse Paige, automaticamente tirando uma das flechas de sua alijava, fazendo mira. Desceram correndo pela escadaria, exceto por Paige, que imóvel, encaixava a flecha retirada da alijava na harpa. Ainda no meio do caminho, o escudo arremessado por Sathyr já cortava o ar, girando numa velocidade impressionante. Ambos a flecha e o escudo rumavam na mesma direção, com um só objetivo: O peito da inimiga. Nos segundos em que a flecha se aproximava do alvo, Paige observou a sábia empurrar o oponente para trás, e num movimento extremamente rápido, pisar o chão com os dois pés, enterrando-os até o joelho no chão. Instantaneamente - como a água que espirra do jarro quando se atira uma pedra – enormes vigas de pedra emergiram por sobre a mulher. Surgiam do solo desordenadamente, espatifando-se umas nas outras e erguendo-se em direção aos céus. A fúria da terra invocada pela sábia em frações de segundo acabou por formar um emaranhado de estalactites, protegendo-a dos ataques. - Sejam bem vindos vocês também – disse a voz rouca e abafada que saía do monte de pedras – vocês acabaram de me poupar um grande trabalho vindo até mim – enquanto falava, as colunas lentamente esfarelavam-se, virando areia, abrindo caminho para a imponente figura que se aproximava. O homem que lutava com ela encontrava-se caído a alguns metros, nocauteado por uma das vigas que surgiram. - Entregue-se! – ordenou a templária – Prostre-se diante do senhor e eu pouparei sua vida. Caso contrário morrerás aqui. - Não me faça rir, pequeno vaso. Só estás aqui pois assim desejo – retrucou em resposta ao comando anterior – Lembre-se que preciso de ti viva, mas não necessariamente inteira. Teus deuses te abandonaram, assim como abandonaram a todos nós. Venha para o meu lado, e darei aos seus amigos uma morte indolor. - Que Deus tenha piedade da sua alma – disse a garota, endireitando seu escudo e apontando a espada na direção da inimiga – pois eu não terei! – e partiu para cima da inimiga. Ao mesmo tempo em que Sathyr partia de encontro a ela, a sábia esmagava uma gema esférica amarelada entre as mãos, e sua antes rígida aparência tornou-se fluida, os cabelos esvoaçavam por sua face, e os olhos adquiriram uma tonalidade azul-elétrica, assim como da ultima vez. Era o encantamento de vento. A luta havia começado. Com movimentos precisos e rápidos, a lâmina de sua espada dançava, tentando desesperadamente acertar a mulher esguia à sua frente. Por sua vez, a sábia não parecia fazer muito esforço para se esquivar dos golpes. Ela se movia como se soubesse de onde o próximo golpe iria vir. A cada esquiva, tocava a mão na costa da lâmina da espada com a ponta dos dedos, tão suavemente que não chegava a modificar sua trajetória. Eventualmente abaixava-se bruscamente ou pulava para trás para desviar das flechas atiradas por Paige. Enfurecida, Sathyr parou por um momento, concentrando-se na oponente. Não é que ela fosse rápida, é que não importasse o quão preciso fosse o golpe, o vento que passava por sua pele desviava a direção do golpe, tornando-a quase inatingível. Precisaria de força. Muita força. Ainda na pose de guarda, descartou o escudo, jogando-o para o lado. Empunhou a espada com as duas mãos, encostando a ponta da lâmina no chão, e esperou. A sábia a encarava, olhos nos olhos, tentando prever seu próximo movimento; E quando o primeiro passo à frente foi dado, a paladina agiu. Com toda a força que conseguiu impor ao golpe, Sathyr avançou com a lâmina para cima da oponente, descrevendo um arco ascendente, evitado no último momento com um salto para trás. Logo após, com mesma força, e aproveitando o impulso do golpe anterior, cortou o ar numa velocidade impressionante na horizontal – Crux Divinum! – Bradou. No momento em que os cortes se tocaram, marcou-se no ar a trajetória de uma enorme cruz, numa luz branca e cegante, e embora a sábia tenha se esquivado dos ataques, não pôde ver o que acontecia, apenas sentir o calor escaldante e a dor da cruz que voou em seu peito, jogando-a de volta aos escombros. Não houve tempo para achar que a haviam derrotado. Em pouco tempo a sábia voltou a se levantar. Empoeirada, tocava levemente a pele em carne viva de seu peito, avaliando os danos. Via-se claramente a raiva estampada em sua face. Partiu para cima da guerreira, de mãos nuas, desferindo propositalmente golpes tanto no escudo como na espada com as palmas das mãos, assim como fizera antes. Após certo tempo, um sorriso estampou-se em seu rosto. Realizando os precisos movimentos arcanos necessários àquela magia, o grupo olhou atônito uma enorme quantidade de vento revolto concentrar-se nas mãos da sábia, e a enorme tempestade de relâmpagos que atingiu Sathyr enquanto ela corria para impedir a magia da sábia. Os raios partiram diretamente das mãos da sábia, e acabaram por estourar à queima roupa na templária. Normalmente uma tempestade de raios espalha-se por uma enorme área, mas ao tocar a lâmina e o escudo da garota no meio da batalha, a sábia pouco a pouco ia eletrizando o metal, de forma que todos os raios convergiram para estes pontos, como num pára-raios. A garota caiu no chão, ainda consciente, mas completamente debilitada A explosão do golpe foi tamanha que deixou em cinzas diversas partes da sua armadura, e partiu seu escudo ao meio. O sacerdote interpôs-se entre a caída e a inimiga. - Queres morrer também, tolo sacerdote? – inquiriu calmamente a sábia. Como resposta o sacerdote puxou do bolso um vidro esférico contento água benta, e quebrou-o em sua maça, abençoando-a. Ostentava em sua outra mão uma luva sacra, comumente usada por monges. - Como desejais – resmungou antes de partir para o ataque. A sábia lançou-se ao ataque com voracidade. Já havia enfrentado o sacerdote antes, e reconhecia sua enorme habilidade no combate corpo-a-corpo. Lucas parecia estar confiante, empunhava sua maça em uma posição ofensiva, o que chegou a causar certo desconforto na sábia. Em meio aos ataques desferidos, bloqueios e desvios, não houve como a Sábia não perceber a força descomunal que o sacerdote havia adquirido. Os golpes, antes facilmente desviados pela a barreira de vento que cobria seu corpo, agora ricocheteavam e abriam cortes no antebraço da mulher. O jogo havia se tornado perigoso. A maça empunhada por Lucas havia sido equipada com pequenos ganchos - conhecidos por ganchos capitais – que, no momento em que um golpe descendente era desferido contra um oponente, armado ou desarmado, arrastava sua arma, membro ou escudo para baixo, abrindo um buraco em sua defesa, e proporcionando uma efetividade maior ao próximo ataque. Quebrando novamente uma esfera em suas mãos, a sábia voltou à postura térrea típica, em busca de resistência aos ataques do sacerdote. - Aprecio sua sagacidade - disse sinceramente a mulher – mas uma arma capital não será o suficiente para me deter. E a terra tremeu, acariciada por uma breve lufada de vento, ao ver a sábia engolir uma pequena jóia vermelha. Do colapso entre a energia da sábia e a do rubi amaldiçoado, ela foi capaz de destacar uma parte da própria alma, materializando-se na forma de um espectro de energia, que flutuava por sobre seu corpo, imitando seus movimentos. - Agora vamos ver como se sai em uma luta justa – Disse rindo a sábia – ou achas que não percebi o suporte do garoto às suas costas? De fato, Paige estava a poucos metros de Lucas, dedilhando uma melodia inaudível, e a cada toque da harpa, a onda sonora que chegava ao corpo de Lucas transformava-se em impulsos elétricos, aumentando a potência muscular de cada ataque. Foi através daquele cântico de batalha que Lucas havia adquirido tamanha força. A inimiga urgiu enquanto partia para cima do sacerdote, seguida pelos movimentos simultaneamente precisos de seu conjurado. Ambos a sábia e o fantasma atacavam seu oponente de uma maneira devastadora, sendo impossível para Lucas esquivar-se, ou mesmo tentar bloquear seus ataques. Enquanto tentava encontrar algum meio de contra-atacar, cortes e hematomas surgiam em seu corpo, minando cada vez mais suas forças. Não teve escolha a não ser afastar-se. O combate corpo-a-corpo estava fora de cogitação. Nesse meio tempo, em que o sacerdote se distanciava da dupla oponente, Lucas percebeu a real intenção da sábia. Sem um guerreiro na posição em que estava, o caminho entre ela e Paige estava totalmente aberto, deixando o Bardo completamente vulnerável. Aproveitando esse momento, a sábia pôde conjurar sua magia. Socando o ar diversas vezes em uma velocidade impressionante, canalizou a energia do espectro em um poderoso golpe, que voou em direção ao bardo. - Espíritos Anciões! – Foi tudo que Paige conseguiu ouvir, antes de ser acertado em cheio pelas inúmeras bolas de energia, que o empurraram para longe, e o fizeram provar do chão. Para sua surpresa, ao virar-se para o sacerdote, encontrou-o com ambas as mãos estendidas em sua direção, espalmadas no ar, e emitindo uma forte luz esbranquiçada, tão intensa que não era possível olha-la diretamente. - Sinta agora o poder de Deus! – disse entre os dentes, em meio a uma prece – Luz divina! O feixe de energia pulsante que emergiu de sua mão era espantoso até mesmo para a sábia. Sacerdote nenhum deveria ser capaz de armazenar tanta energia num movimento tão simples quanto aquele. Tudo pareceu mover-se em câmera lenta. O facho de luz viajava em uma imensa velocidade em direção à sábia. Mas apesar do poder do golpe desferido, a sábia ainda tinha mais uma carta na manga. Em um coreografado movimento a mulher estendeu ambas as mãos em direção à luz, revolvendo-as circularmente, com tal velocidade que o rastro marcou-se no ar. Tudo que se viu em seguinte, foi o rebater da luz divina no escudo mágico da sábia, e a explosão da magia do sacerdote em suas próprias mãos, num estrondo terrível que ecoou por toda a caverna. Prostrado, beirando a inconsciência, o sacerdote pôde sentir a aproximação da sábia, passo por passo, enquanto a dor queimava em seu corpo, parcialmente coberto pela poeira que já baixava. Segurando seu rosto com uma das mãos, e acariciando seu cabelo com a outra, a sábia abaixou-se, e sussurrou em seu ouvido. - Deus pode nos dar poderes incríveis, criança. A mostra de energia que vi em você só prova o que eu digo. Entretanto, assim como seu próprio filho, o destino daqueles que o seguem é a dor e o desespero, afogados no próprio sangue, empalados na própria cruz. – ao falar, docemente passava a mão por sua face, como se daquela forma minimizasse a dor que o garoto sentia – Mas não se preocupe, eu o resgatarei desse mundo de horrores, e em meu novo mundo, serás livre, numa sociedade onde o Deus não fere seus filhos, nem o faz passar por cruéis provas de seu distorcido merecimento. Descanse em paz. – Sua mão agora havia descido para sua garganta, passionalmente lhe extraía a vida, pouco a pouco, irremediavelmente. A dor ia se tornando suave. Quase gostosa. Mas aquilo não parecia a morte. De alguma forma, embora não houvesse dor, não sentia falta do ar que lhe era negado, tampouco a pressão das mãos da sábia em seu pescoço. E pela segunda vez, ao olhar para o lado, descobriu-se salvo pelo milagroso encantamento de Sathyr, a redentora, que encarnava a dor que Lucas deveria sentir. - Não se esqueça também, infiel, que o meu Deus nunca abandona um filho, e faz brotar força e esperança onde aparentemente não havia nenhuma. – disse Sathyr - Agora se levante daí! E enfrente o verdadeiro instrumento de Deus! - Belas palavras, para uma moribunda – disse com parcimônia a sábia – se sua crença cega não permite que você veja a podridão deste mundo, deverei abrir seus olhos à força. -------------------------------------------------------------------------------------------- Em meio à batalha, ergue-se um homem. O cão de três cabeças emerge da escuridão. -------------------------------------------------------------------------------------------- Ághata! – Um berro gutural, rouco, ainda que altivo, e tremendamente imponente, ecoou pela caverna, agora túmulo de muitos – Eu vim aqui para matá-la! Afaste-se dela! Um olhar de terror moldou a face da sábia, que ignorando seus oponentes anteriores, interpôs-se entre Sathyr e Cerberus – ela é minha, afaste-se cão! Sem dizer uma palavra, o lorde arremessou uma de suas lanças em direção à sábia, que forçada a desviar, deixou o caminho completamente aberto para a enorme lança que voou em seguida, voando em espiral, cortando o ar como se fosse uma mera adaga, tamanha a força imposta sobre ela pelo lorde. Vinha gritando, cortando o ar com voracidade, a cada momento ganhando mais velocidade, pronta para ceifar a vida da templária que estava em seu caminho. Não fosse pelo esguicho de sangue quente que molhou seu rosto, Sathyr nunca seria capaz de dizer se a lança a havia acertado ou não. A dor e a agonia que sentiu foram reais, a ponto de prostrá-la ao chão. - Aaarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh – O berro expeliu todo o seu sentimento de incredulidade. Mas a verdade era inevitável. À sua frente, encontrava-se Paige, trespassado pela Bardiche arremessada pelo Lorde, imerso em um rio de seu próprio sangue. Inclinou-se debilmente para trás, atirado ao chão como uma marionete cujas cordas são cortadas, vez por outra arrematado por espasmos que lutavam em tentar mantê-lo vivo. Sua alma chorava sangue. Seu corpo implodia no mais puro ódio jamais suportado por qualquer ser vivo. - Porque! Idiota! Você nem sequer me conhece! É a mim que eles querem! Estúpido! – debruçando-se por cima do corpo, tentava desesperadamente retirar a lança fincada em seu corpo. Cada movimento provocando o jorrar de mais e mais sangue. - Adeus – disse Paige, com a voz desconfigurada pelo sangue que derramava de sua boca. -Não ouse morrer – Gritava Sathyr, babando e chorando, desesperada pela vida do homem a quem não julgava ter tamanho vínculo. Sentia a vida escorrer-lhe do corpo, e pouco a pouco, o mártir desfalecia. - Cerberus, vais pagar por isto – disse a rouca sábia, apertando um cristal azul em sua mão. Seu corpo inteiro tornou-se fluido, azulado, quase transparente. O cabelo molhou-se por inteiro e grudou-se ao rosto. – tome garota –disse, atirando um pequeno galho em direção a Sathyr. Saia daqui, e leve aquele homem – apontando para o homem com quem lutava quando chegaram- ele saberá o que fazer. Não soube o porque de obedecer-lha, mas em instantes a garota se viu arrastando o corpo inerte de Paige para junto do homem que remanescia inconsciente no chão. - Dilúvio! – Berrou a sábia, no momento em que todo o ambiente começou a ser preenchido por torrentes de água, que jorravam de cada fresta existente no local. Arremessou um vaso de vidro em direção à Sathyr, que continha uma grande asa de algum inseto, e que quando esfregada, teletransportou-os dali. Os quatro foram parar em um lugar ermo, gramado, mas com poucas árvores. O vento gelado esfriava o sangue em suas roupas, trazendo uma enorme sensação de frio. Mas nada se comparava à dor da perda que fincou-se no coração da templária. Ajoelhada, com Paige em seus braços, assistia lentamente o embaçar de seus olhos, que refletiam a luz do luar que ele já não mais enxergava.
  7. Depois de tanto tempo, segue ai mais um capitulo da saga
  8. Ta, to alguns meses atrasado, mas você ta falando das músicas que temos que cantar no teste de bardo? Se for isso, tenho três aqui, fiquei errando pra ver mais músicas, aqui está: "Poema de Idun" Nenhum deus envelhece. Tudo por causa da bela Idun. Bela e branca, deusa da fartura, Idun. Nora de Odin, mulher de Bragi. Muitas maças lá em seu cesto; Tudo por causa das doces maçãs. "Poema de Siegfried" Havia um homem Dito invencível, Siegfried Filho do herói Siegmund. Fafner, o gigante maligno, Virou um dragão e acabou com ele. "Poema de Bragi" Bragi, Bragi, Grita o nome, inesquecível poeta. Minha canção é o seu suspiro, Minha mente, sua intenção Todo bardo serve a ele, Todos os louvores são dele. PS: se não foi isso, ignore a noobagem. Nuss velho... obrigado pelo trabalho..... ficou bem legal mesmo....... vou usar em alguma magia de bardo que esta por vir....... originalmente era pra quest de mudança de classe do proprio paige, mas acabou por tomar outros rumos...... thx aewolz!!
  9. Calma, comecei a escrever hj...... sem previsoes.....mas to escrevendo =]
  10. Hehe... Eu tava com saudades dos seus posts também Dona Idalina!! hauhuahuahuahuaha Comecei a escrever ontem, passando as provas agora dessa semana vou ter mais liberdade. BTW, pra quem nao sabia, eh Tiago de Paiva Paige Daivot Ouquei pipôu, si iu nesquist taime
  11. AAAAAAAAAhhhnnnn.... agora sim uahuahauha... achei q fosse quanto à descrição. =p vou dar uma olhada na net pra ver essazinha aí mas com certeza a sábia eh mais estilosa q ela. mmuahuahuahuahuaha!! hehe
  12. Draken Obrigado pelo elogio, eu só não saquei direito o comentario sobre o avatar.... se for pelo modo de conjuração da coluna de pedra, eu quis demonstrar o cast time como algo mais "real", ao invez de uma fala, incorporei movimentos a ele, que é mais ou menos como eu imagino que seja. =*
  13. Então meu povo.... aí vai mais um capítulo..... i hope u like it ______________________________________________________________________________________________________ CAECI SUNT OCULI, SI ANIMUS ALIAS RES AGIT “Os olhos são cegos, se o espírito se ocupa de outras coisas" ------------------------------------------------------------------------------------------- Dois dias haviam se passado desde o incidente na caverna de comodo. O pelotão se encarregara de acabar com a ameaça dos monstros, realizando incursões diárias à caverna para exterminá-los. Paige foi levado para a ala médica do esquadrão, assim como Sathyr e algumas outras vítimas. O local era uma enorme tenda improvisada, com macas distribuídas por toda sua extensão. O bardo acordara ainda no mesmo dia do incidente, recuperado dos ferimentos na perna e da exaustão mental, havia descoberto que não só ferimentos, mas também o uso descontrolado de seus poderes poderiam minar suas forças. Apesar de restaurado, fingia não estar em condições de sair da ala hospitalar, apesar do tédio de ficar deitado o dia inteiro, conversando apenas com alguns sacerdotes encarregados da área, tudo compensava quando virava seu rosto para o leito onde a templária se encontrava. Estava inconsciente desde que ele havia acordado, e apesar de sua aparência serena, via-se com um pouco mais de atenção que isso não era completamente verdade, sua testa estava constantemente franzida, e eventualmente ouvia-se um murmurar de gemidos que embora incompreensíveis transpareciam uma terrível sensação de desespero. Paige passava horas e horas acompanhando o vai e vem de seu peito por cima dos lençóis, desejando que ela acordasse em breve. - Está certo, ela é bonita, mas desgruda dela um pouco e vem me dar um abraço – disse o homem alto em trajes de sacerdote. - Lucas!!! – berrou o bardo ao se virar, pulando em cima do amigo e o levando ao chão – Nossa! Quanto tempo! E que vestidinho é esse? Virou mulher agora foi? –perguntou com um ar debochado. - Para o seu governo, acabo de me tornar sacerdote do templo de prontera – se gabou, levantando e espanando a poeira de suas vestes. - Hahaha... Estou brincando. Parabéns! - Meu Deus homem! Como é bom te ver! Fiquei sabendo do que aconteceu pelo padre Locke, e vim correndo o mais rápido que pude – Explicou-se Lucas – Mas eu não imaginava que ela era tão bonita. Como a conheceu? - Longa história, na verdade não cheguei a conhecê-la, entramos juntos numa caverna à procura de um grupo de pessoas que estariam em apuros. Quando os encontramos já estavam mortos. O resto da história acho que já chegou a seus ouvidos, os que estavam comigo morreram, só sobrevivemos nós dois – Paige baixou os olhos, ainda era nítida em sua mente a imagem e as palavras do cavaleiro, o modo como ele havia se sacrificado para salva-los. - Ei... Não fique assim, o importante é que você está vivo, e agora estamos juntos – disse, pousando a mão sobre seu ombro. - Nós vamos...? - Sim, pedi à Necrus que me liberasse para a peregrinação. Paige sentiu em seu rosto o abrir de um sorriso involuntário. Em meio a toda aquela bagunça pelo menos teria seu amigo por perto. - Mas você já consegue usar os dons dos noviços? - Não..... – disse virando-se para o lado, encostando-se na cama. Paige acabara de cutucar uma ferida. Embora Lucas fosse o mais excepcional noviço que já passara pela academia, não era capaz de realizar tratamentos médicos simples, como curar com o auxílio de poder divino. Não se sabe como chegou a se tornar sacerdote. Ao que parece, seu teste foi realizado pelo próprio Necrus, que por algum motivo acreditava que o rapaz possuía algum destino especial. ------------------------------------------------------------------------------------------- Paige acabou por se retirar da ala hospitalar, ficou instalado na mesma casa em que Lucas se encontrava, juntamente com mais dois membros do esquadrão de extermínio, que ainda realizava incursões diárias à caverna. Não obstante, ainda visitava Sathyr uma ou duas vezes por dia. Ela havia acordado no dia seguinte a chegada de Lucas, e embora apresentasse sinais vitais estáveis, não se mexia, falava ou comia. O olhar fixava-se baçamente no teto, como que querendo vará-lo, em busca dos deuses que permitiram que aquela tragédia ocorresse. Sempre que ia visitá-la, apesar de não haver qualquer reação aparente, Paige sabia que sua respiração se tornava mais ofegante, e se ficasse perto o bastante para que houvesse contato visual, lagrimas começavam a se formar nos olhos da garota, embaçando a visão, e terminando por escorrer por sua face, molhando os cabelos e as orelhas. Prometeu a si mesmo que da próxima vez que a visse a faria voltar ao normal. Engano seu. ------------------------------------------------------------------------------------------- Naquele momento, fez-se ouvir um som grave e longo vindo do lado de fora da grande tenda – eram os berrantes da cavalaria, convocando-os à guerra. - O que foi isso? – perguntou Paige, atônito. - Não deve ser nada grave, o grupo de incursão teve ter tido problemas com a ronda, ou então não voltou no tempo combinado. Claramente era algo maior, e mesmo no interior da tenda podia-se ouvir o som das armas, armaduras e pecos sendo organizados para a batalha. Até mesmo Lucas mostrava um semblante perplexo, duvidando das próprias palavras que usou para acalmar o amigo. Foi somente quando as ordens dos comandantes das tropas cortaram o ar que Paige e Lucas apressadamente vestiram seus equipamentos de batalha, nada muito pesado ou complicado de colocar; harpa e maça nas mãos, correram em direção ao resto da tropa. Os cavaleiros já estavam adiantados, haviam se organizado a partir de uma semi-circunferência de forma a cobrir a entrada da caverna. De longe, podia-se ouvir o som de guinchos e grunhidos, embalados por um som metálico, que saia de dentro da caverna. Ao que parece, um dos grupos de extermínio não havia voltado, tampouco o de resgate, que fora enviado com intuito de achá-los. Logo depois os barulhos começaram. - A qualquer momento, homens! – bradou um dos comandantes da cavalaria. Os guerreiros estavam distribuídos de maneira que cercassem o inimigo pelos flancos assim que saíssem da caverna. Em locais privilegiados, os arqueiros preparavam-se para a primeira saraivada. A coluna de monstros que emergiu da boca da caverna veio em carga. Dezenas de medusas vinham se arrastando pelos poucos metros que as separavam dos cavaleiros. Foram recepcionadas com uma chuva de flechas advinda dos arqueiros postos em pontos estratégicos. Escudos de chocaram, e a batalha começou. - Vem Paige! Vamos ajudar! – disse Lucas puxando-o pela camisa. Paige o seguiu por uns cinco segundos, antes de estancar. - Espera. Você ouviu isso? – disse ao dar um tranco na corrida, fazendo o amigo tropeçar. - Isso o que? - Você não ouviu esse grito? Não ouviu nada? - Não. - Vem comigo! Veio dali! – Disse Paige, correndo em direção à tenda na qual estivera poucos minutos antes. Entrou escancarando os tecidos que serviam de porta para o local, seguido por Lucas. Entrou a tempo suficiente para avistar um vulto que saía pelo outro lado da tenda. E então seu coração apertou. Havia um enfermeiro caído no chão. Petrificado. Não havia sinais de batalha, nada estava diferente, exceto por uma maca. Faltava alguém. - Sathyr! – berrou enquanto corria o mais rápido que seu corpo permitia em direção à outra saída, ignorando o enfermeiro que podia ainda estar vivo. A dor provocada pelo medo era quase real. Agoniante. A cada passo que dava a pressão que sentia no peito aumentava. Lucas ficou para trás, tentando fazer algo pelo enfermeiro semimorto. E foi sozinho que Paige saiu pelo outro lado do centro de feridos, deparando-se com o raptor de sua protegida. - Solta ela! – Berrou a plenos pulmões, antes mesmo de absorver as informações do cenário. À sua frente, uma mulher andava calmamente com a garota inconsciente jogada sobre os ombros. Virou-se sem esboçar nenhuma reação, e também sem nenhum cuidado largou-a no chão, com um baque surdo. A postura fria com a qual a mulher se mantinha causava arrepios, por baixo de uma capa surrada, a mulher usava uma camisa curta colada que delineava seu abdome, e uma tanga longa que deixava suas pernas inteiramente à mostra. Não estava armada, embora seus punhos estivessem cerrados e os pés descalços firmes no chão. Ela era incrivelmente pálida, os cabelos negros presos em um coque atrás da cabeça revelavam uma face sem emoção alguma, os olhos eram de um marrom avermelhado, como o mogno, baços e sem movimento. Cega como um morcego. Em qualquer outra situação Paige a teria achado extremamente bela, mas naquele momento a única coisa que era capaz de sentir era medo. - Quem é você? – disse tirando uma flecha da alijava e posicionando-a nas cordas tencionadas da harpa. Apenas um suspiro foi emitido pela mulher, deixando cair a capa no chão, enquanto andava em direção ao bardo. Agora sem a capa, pode-se perceber as fitas enroladas em seus punhos, que caiam até a altura do joelho. Era uma sábia então. - Não se aproxime! Dê meia volta que te deixo ir! Nenhuma mudança, apenas na forma em que se aproximava. Mudou de uma passada calma e lenta para um andar elegante e mais agressivo. Vinha com passadas ferozes, castigando o chão sob seus pés, evidenciando a cada passo o osso de seu quadril e a musculatura definida de suas coxas. - Eu estou avisando! Mais um passo e eu atiro! Dito e feito. Tudo aconteceu tão rápido que mesmo Lucas que acabara de sair da tenda não conseguiu entender direito o que havia acontecido. A flecha disparada por Paige resvalou a vinte centímetros da face da mulher, deixando uma onda de impacto rósea no local onde parou. Uma barreira. Com uma velocidade impressionante, ela correu para cima do bardo, que sem tempo para armar outra flecha, pôde apenas se defender. O primeiro soco passou um pouco acima da cabeça de Paige - ela deve ter me imaginado maior – pensou. Aproveitou o erro da sábia para girar a harpa contra ela, atingindo-a nas costelas. O golpe pareceu não ter surtido efeito. O corpo dela era duro como uma rocha. No contra ataque, paige foi capaz de se esquivar de um dos socos desferidos na altura de seu peito, mas não da joelhada, que o empurrou para trás o suficiente para que um chute circular descrevesse a trajetória perfeita em direção ao seu rosto. O calcanhar o atingiu em cheio seu supercílio, fazendo o sangue cobrir seu olho enquanto cambaleava para trás, atordoado. Apesar de não ter caído no chão o corte estava cheio de terra. A sábia parou por menos de um segundo, e retomando a postura elegante, pisou forte no chão. Sua perna afundou na terra, e ao mesmo tempo um rastro formou-se na direção em que ela havia pisado, acabando por erguer do chão com violência uma sólida coluna de pedras, atingindo Paige no peito, um pouco abaixo do esterno. O bardo foi arremessado a dois metros, e caiu nocauteado. - Para já aí sua megera! – bradou Lucas, correndo para cima da mulher com a maça metálica nas mãos. Avançou em carga contra ela, e como percebeu que era cega, pôs em pratica um estratema que acabara de bolar. Sendo tão ligada à terra, deduziu que de alguma forma ela captava as vibrações pelo chão. Em toda a corrida, tentou ao máximo manter uma passada regular, e só no último momento variá-la. O movimento foi executado com perfeição. No último momento, com a variação do tamanho do passo, a sábia não conseguiu defender-se do golpe do sacerdote. A maça atingiu-a na maçã do rosto, abrindo ali um enorme corte, que instantes depois jorrava sangue em sua boca. Com o impacto, a mulher cambaleou para trás, saindo da distância do combate corpo-a-corpo. - Interessante – proferiu a primeira palavra em sua frente a mulher, abrindo em seguida um sorriso malicioso. Sua voz era desfigurada, com sons metálicos nas vogais abertas. Lucas notou novamente uma mudança de postura. Agora a mulher sustentava seus braços em posição de defesa, só que a guarda ainda estava bem alta. Com um movimento brusco, retirou do cinto uma pedra amarelada, que foi consumida enquanto a esfregava entre as mãos. - Magia de encantamento - pensou Lucas, então é assim que ela se guia. Logo após o deteriorar da pedra, uma brisa a envolveu, modificando até mesmo algumas características físicas. Seus olhos passaram de mogno para um azul elétrico, seus cabelos embora não houvessem mudado de cor, estavam revoltos, como se uma ventania a circulasse. - Venha – disse com a mesma frieza de antes. Lucas avançou, tentando executar a mesma técnica de antes; sem êxito, porém. A sábia permaneceu no mesmo local e no ultimo momento se esquivou completamente do golpe, como se o estivesse vendo. Em resposta, um soco na altura do fígado, e um chute baixo na lateral do joelho. - Sou o vento agora, não irás me enganar novamente – disse enquanto partia para cima de Lucas, desferindo golpes que eram dificilmente aparados ou esquivados. O quinto golpe abriu por completo a guarda do sacerdote, que assistiu espantado a sabia afastar-se para trás, exatamente no momento em que uma flecha disparada por Paige foi passou no local onde ela estaria se tivesse concluído o golpe. - Não me ataque pelas costas seu verme! – disse estendendo a mão aberta em sua direção: - Relâmpago! – um arco de energia se formou da mulher ao corpo do bardo, explodindo na zona de impacto. Paige ainda teve tempo de soltar um gemido abafado, antes de cair inconsciente. - Aonde foi que paramos? – debochou, partindo novamente para uma seqüência de golpes onde todas as partes de seu corpo serviam de arma, inclusive joelhos e cotovelos. Os poucos golpes desferidos com êxito pelo sacerdote tiveram sua eficácia reduzida, ora pela pequena distância que impedia movimentos mais amplos, ora amortecidos pela camada de ar que soprava de dentro para fora da mulher. Rapidamente as forças do sacerdote iam sendo minadas, os golpes aplicados pela sábia eram fortes e incrivelmente rápidos, abrindo espaços em sua defesa; e foi em uma dessas brechas que foi desferido um golpe que o pegou de surpresa. Ao mesmo tempo em que socou, uma corrente elétrica percorreu seu punho, fazendo de um simples soco um golpe devastador. Àquela distância, foi como um tiro a queima roupa, o abdome, ponto de choque, estava agora brutalmente queimado, e sangrava enquanto Lucas agonizava no chão. - Você não é tão mal. Pena que ficou no meu caminho. Estourando uma outra pedra nas mãos, a sábia voltou à postura inicial. E preparou-se para o golpe de misericórdia. - Eu não posso morrer assim! Se ela passar por mim, com certeza vai matar o Paige e a pobre da garota indefesa – pensou Lucas, tentando se dar forças, mas seu tórax estava totalmente destroçado. Olhou impotente enquanto a sábia realizava o mesmo movimento que fizera a coluna de pedra se erguer contra seu amigo. Deve doer? Impossível ficar pior do que isto; até mesmo respirar era uma tarefa árdua naquela hora. Pelo menos morreria lutando, ao lado de seu amigo. Movimento terminado, a sábia afundou o pé no chão e a coluna subiu na altura do seu rosto, já que estava sentado. Sentiu por completo a pressão do golpe, e foi arremessado a uns três metros dali. Dor? Nenhuma. Na verdade o único grito de dor veio detrás da sábia, de uma mulher. Foi só aí que Lucas percebeu a fina linha azul que o ligava à Sathyr. Redenção. Aparentemente ela não era tão indefesa assim. Ajoelhada e ofegante, limpou com as mangas do vestido o filete de sangue que escorreu do nariz. - Quem é você!? O que quer de mim!? - Além da sua vida? - Desgraçada, se ao menos estivesse com minhas armas comigo – pensou. Não sabia com quem estava lutando, a templária acabara de acordar. Só sabia intuitivamente que aqueles dois lutavam por ela, e que ela devia protegê-los. - Pelos céus! Você é cega! Por que se presta a isso? - Meus olhos são cegos, mas meu espírito se ocupa de outras coisas. - Então você merece o destino que terá! – disse levantando-se, e assumindo posição de combate. Ela não avançou, parecia estar avaliando o oponente. De volta a sua postura agressiva, veio de encontro à sua oponente. Os passos estreitos mostravam que mesmo num plano menor, ela respeitava sua oponente. E quando chegou a uma distancia suficiente para que fosse possível um engajamento corpo a corpo, Sathyr se moveu, fechando o punho esquerdo e estendendo a mão direita na direção da oponente. - Crux Magnum! – um imenso tapete de luz se formou sob seus pés, na forma de uma cruz. A luz que emanava era tão forte que queimava tudo que tocava, inclusive a própria templária. Após três pulsos consecutivos, a luz se esvaiu dando imagem a uma templária chamuscada pelo calor da habilidade que usara, e a uma sábia em pé, completamente intocada. - Mas como? – perguntou pra si mesma a templária, incrédula. - Nada mau para uma qualquer como você, só lhe resta entender uma coisa. A terra é um grande imã de energia, qualquer que seja a quantidade de carga posta sobre ela será absorvida. Isso é a lei do universo, o modo como o mundo se organiza. Não é superstição, tampouco fé infundada. Enquanto eu for capaz de me unir à terra, seu magnetismo protegerá o terreno à minha volta de energias hostis, assim como essa triste demonstração de fanatismo eu acabei de presenciar – disse com veemência, exibindo sua voz desfigurada no processo – agora prepare-se para morrer. - Afaste-se dela! – bradou um cavaleiro montado que saíra do centro de recuperação, seguido por mais cinco pessoas. - Droga. Salva pelo gongo. Vamos continuar isso outra hora – disse enquanto erguia as mãos, fazendo com que a brisa que soprava se tornasse um vento quase fantasmagórico, soprando forte em direção aos guerreiros. - Barreira de fogo! – gritou quando uma enorme labareda emergiu do chão separando-a do resto das pessoas. O vendaval se encarregou do resto, soprando o vento quente e as chamas na direção dos guerreiros. Tudo que era preciso para que fugisse.
  14. RESS TOPIC FTW........... Voltei a jogar ^.^ .... consequentemente a escrever...... novo capitulo saindo em breve..... começar-lo-ei agora!!!! Sry to keep u waiting.....
  15. Romantico incorrigivel total³ e honestamente, eu propria não fico muito atrás /gt Tinham perguntado onde os ficwriters escrevem: particularmente eu escrevo em casa mesmo, trago no pen drive e posto da lanhouse (sem net em casa), mas eu só consigo escrever à noite, é a coisa mais cômica, durante o dia eu fico séculos olhando o pc sem escrever um único parágrafo e à noite escrevo 2 ou 3 páginas de Word rapidão =\ com mais alguém acontece isso? Eu tb.... horario produtivo oscila entre 1 e 3 da manha
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