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By-Tor e o Oráculo


Draken

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[OFF]

Oh! Uma nova história minha!!!!!!

 

Antes de começar a relatar a nova história, quero fazer algumas considerações:

-> aventura / romance

-> SIM, eu tenho permissão pra escrever sobre esses personagens - e eu agradeço imensamenta a NetRunner, Sailorcheer e Claragar por terem dado a permissão pra história ^^

-> essa é apenas uma história, dada na visão do conturbado By-Tor, meu personagem nos Guerreiros Rúnicos - ou seja, isso não é ON

-> agradeço de coração aos Guerreiros Rúnicos que cederam informações pra que essa história pudesse ser criada

-> e agradeço ao Claragar por ter emprestado a idéia do Oráculo pra essa história.

-> fanfic enorme u.u - não tenho previsão de capítulos... mas "muitos" serve?

-> comentários - eu amo ^^

 

Uma vez Rúnico, Rúnico eterno!

[/OFF]

 

 

 

Prólogo

 

 

 

O som das ondas chegava a seus

ouvidos com uma clareza incrível. E uma após outra, quebravam e ele escutava a

espuma. Então outra e mais outra.

 

 

 

E novamente ele estava vendo

aquelas imagens. Já não sabia quantas vezes já havia vivenciado aquela cena,

escutado o grito de ódio de seu amigo e o lamento daquela mulher de nome

esquisito. Sim, porque mesmo que aquilo fosse um sonho – e os deuses sabiam que

ele não tinha mais idéia se era sonho ou real, ninguém se chamaria Sailorcheer.

 

 

 

Estava confuso. Novamente aquele

homem? Aquela água que ele escutava... onde estava?

 

 

 

Ele novamente via os olhos sem

vida daquele homem cravados nele, como se não pudesse acreditar que ele ainda

estava vivo. “Por que você simplesmente não morre?”, e escutara ele

falando isso diversas vezes, aquela voz gutural, seu desprezo acentuado. Ora,

todos sabiam que ele ficaria feliz em morrer... Aquele homem não fazia idéia de

como ele se sentiria melhor se morresse. Mas ninguém sabia como mata-lo, e ele

já havia tentando de várias maneiras. Tentou ficar em pé e ele aprofundou a

espada em seu corpo, agora parecendo levemente surpreso.

 

 

 

Houve um silêncio naquele lugar.

Que lugar era? Ele ouviu Sailorcheer lamentar mais uma vez, sua doce voz

lembrando uma melodia de suas terras. Malditas sejam todas as mulheres, elas e

suas vozes macias. E ele odiava escutar o lamento de uma mulher. Odiava escutar

e não estar em condições de ajudar. E ele devia: “ela é tudo pra mim, amigão...

Tudo!”. Ouvira muitas coisas de Fei, mas ele só havia dito isso única vez,

suficiente pra que ele nunca esquecesse.

 

 

 

“Faremos do seu jeito então

‘não-morto’, não preciso que morra...” e o homem sorriu. Era a primeira

vez que ele via o homem movimentar seus lábios. A voz da mulher havia cessado e

com ela, tudo o que ele poderia lembrar daquele evento.

 

 

 

By-Tor estava preso em algum tipo

de sonho e não sabia se conseguiria sair de lá sem ajuda...

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Capítulo 1

 

 

 

A jovem sábia Safira Mayfair

sempre tivera visões. Desde pequena, era assolada por sonhos com um homem que

pedia sua ajuda. E ele invadia seus sonhos, seu descanso pra pedir sua ajuda.

Em uma época, ela pensou em ignorar, em fazer o treinamento da Escola dos Magos

para silenciar os pensamentos, e chegou a se inscrever no que era a mais

concorrida disciplina dos Magos, mas não fora aprovada. Exigências demais, um

controle elemental altíssimo, perseverança a seguir o Oráculo.

 

 

 

Ela iria bem até a última etapa da

prova. Safira poderia ser fiel a uma pedra, mas nunca seria ao Oráculo – Aquele

Que Tudo Vê E Tudo Sabe. Acreditava que as pessoas haviam se cegado pelo

verdadeiro poder que o Oráculo tinha e que o seguiam por medo que ele se

zangasse. Lendas eram contadas sobre ele, de como ele trouxe de Asgard a língua

rúnica e de como espalhara pelo mundo sua sabedoria. As demais línguas haviam

morrido e todos utilizavam a nova língua do Oráculo. Ela sabia que sua família

nunca fora a favor de substituir a velha língua, mas não havia nada que

pudessem fazer contra o Oráculo. Na verdade, ninguém podia contra ele. Nem

mesmo os Deuses.

 

 

 

A vida continuou na velha Rune

Midgard, as pessoas utilizando a nova língua e felizes porque o Oráculo as

provia de tudo. Ela mesma não tinha o que reclamar do Oráculo, mas então por

que não conseguia unir-se as pessoas que cantavam alegremente pra ele na praça?

Nunca conseguira em sua vida acender uma vela a ele, e agradecer por iluminar

Rune Midgard com a sabedoria dos Deuses.

 

 

 

O homem em seus sonhos dizia que não deveria confiar em

ninguém. E Safira o ouvira desde pequena, como poderia ignorar essa ordem?

Parecia-lhe mais um conselho do que uma ordem. Quando recebera a notícia que

não poderia fazer a disciplina da Escola dos Magos, ela não ficara triste. Tudo

estava traçado, e ela acreditava no destino. Aquele destino que a unia aos

apelos daquele homem e que fizera seguir pelo caminho da magia apenas para ter

o conhecimento necessário para ajuda-lo.

 

 

 

E fora com essa confiança que certa vez na praça de

Geffen, ela viu um senhor sentado na praça perto da fonte, expondo seus desenhos.

Eram desenhos magníficos e um deles lhe chamou a atenção em especial.

 

 

 

- Esse? Ah, é a velha Comodo... Uma jovem bonita como você

adoraria conhecer. Diziam ser a terra das dançarinas e bardos... Mas foi

assolada pela peste. Tudo o que ofereço nesses desenhos é uma visão pobre da

beleza que deveria ser aquele lugar. Diziam que tinham cassinos e praias

fabulosas e agora... Ora todos sabemos que a peste levou as vidas e aquele fog

jamais se dissipa.

 

 

 

Comodo... A Velha Terra. O que o velho senhor lhe contara

era história que aprendiam nas escolas e na velha tradição oral. Comodo fora

destruída por uma estranha peste e seu povo fora dizimado, deixando de existir

vida em poucos dias. A peste chegou a outras cidades, mas fora controlada a

tempo que mais vidas fossem levadas. Diziam que Hel, a senhora dos mortos,

havia desejado Comodo e então espalhara sua doença. Do mesmo modo que diziam

que graças ao Oráculo, a peste não se alastrara. A terra de Comodo agora era

uma cidade abandonada, coberta pela mesma névoa intensa de Niflheim, e fora

esquecida.

 

 

 

Para Safira, era uma luz para salvar o homem de seus

sonhos. Um lugar onde não poderiam ir, cercado de lendas e devastado por uma

doença. Um ótimo lugar para esconder aquele homem dos olhos curiosos.

 

 

 

E foi quando estudava um caminho pra ir a Comodo, que ela

conheceu Fausto, um sacerdote da Ordem do Oráculo. E embora o Oráculo não fosse

um deus, alguns gostavam de trata-lo assim, atribuindo a ele feitos de origem

duvidosa e dando a ele uma moral que era dada somente aos deuses de Asgard.

Fausto havia se encantado por ela e se tornaram amigos.

 

 

 

Fausto achava Safira muito esforçada em seus estudos de

magia e geografia, ele nunca conhecera alguém que quisesse saber tanto. Ele a

ajudava nos livros, nas pesquisas, usando a influência que o templo lhe dava

para conseguir entrevistas com pessoas importantes. Tudo para Safira. Era

evidente a todos que tanto cuidado e atenção escondiam sentimentos mais

profundos, mas Safira parecia obcecada com alguma coisa e ele temia nunca chegar

a saber o que era. Até que um dia, Safira contou o seu plano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Ir até Comodo? – Fausto se horrorizou com a revelação.

- Sim... Eu sei que o que eu procuro está lá. Posso contar

com sua ajuda, não?

- Safira... – começou ele calmamente, como se ela fosse

uma criança e não a jovem de 20 outonos que era  – Comodo é uma cidade perdida. Ninguém ter permissão pra ir até

lá.

- Eu vou até lá, com permissão ou não.

- Não seja tola. Você irá sucumbir a doença que existe lá.

Não posso permitir isso.

 

 

 

Safira nada falara e fizera um biquinho com os lábios

quanto a intervenção dele. Contava com a ajuda dele e nem chegara a cogitar que

Fausto iria se opor a sua idéia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Comodo – ele riu do absurdo da situação – afinal o que é

que você tanto procura?

- Uma pessoa – ela respondeu num tom baixo – não... Não

podemos falar disso. Você só precisa me ajudar.

- Uma pessoa? Quem? Parente? Quem é?

- Eu... Eu não sei quem é! Eu só sei que preciso ajuda-lo.

É pra isso que dediquei tanta atenção, tanto estudo.

- Você só pode estar louca... – ele a olhava com descrença

– quer se meter numa cidade contaminada por uma doença que ninguém até hoje

soube entender pra salvar, salvar não, porque nem ao menos sabemos se a tal

pessoa está lá. Ah sim, uma pessoa que você nem sabe quem é. Percebe quanta

loucura existe no que está me falando? Simplesmente não faz sentido arriscar

sua vida, infringir uma ordem do Oráculo pra ir num lugar maldito como aquele.

 

 

 

 

 

Fausto observou quando Safira se ergueu e evitou olha-lo.

Ela recolheu seus pergaminhos e livros, e os atirou dentro de sua pasta, sem

importa-se com a organização – a qual tanto prezava. Finalmente quando o olhou,

estava com a visão turva por causa das lágrimas. 

 

- Então é isso? Acha que eu sou louca e se recusa a me

ajudar? Pois bem, eu não preciso de sua ajuda, afinal eu sou louca e faço o que

bem quiser. Mas que fique claro uma coisa, eu vou lá, e a única coisa que pode

me impedir é aquele o qual você atribui seus poderes e eu tenho certeza que nem

mesmo ele teria coragem de enfrentar uma louca.

 

  

 

Claro, com a companhia de alguém, a idéia de ir a Comodo

não ficava tão horripilante. Somente os deuses sabiam o que ela poderia

encontrar lá e nem mesmo ela sabia se teria força ou conhecimento suficiente

pra enfrentar o que poderia existir.

 

 

 

 

 

Sentada a luz de velas, olhando para o desenho que o velho

senhor fizera de Comodo, ela pensava se havia algo que poderia dar errado. Se

em algum momento seus pensamentos não haviam se confundido ou as informações

que ela tinha seriam suficientes. E se em algum momento ela chegasse a Comodo e

não houvesse nada lá a ser resgatado?

 

 

A incrível facilidade com que esse pensamento sumia da sua

mente fazia Safira ter certeza que estava no caminho certo. Toda vez que

pensava em fracasso ou desistir, ela ganhava um impulso sobrenatural pra

continuar. Devia ajudar aquele homem. E era o que ia fazer. Com ou sem ajuda.

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Alguns se concetram em uma obra... Outros dispersam sua mente por varias.

Somente os melhores podem manter varias atenções, e ter a mesma qualidade que teriam se trabalhassem em apenas um.

Não, não to falando de criar personagens no Rag! To falando de escrever mesmo...

Só espero que mais esse trabalho não atrase sua outra fic... Quem só tem uma cofnetcof ja atrasa um pouco...

Falando em atraso... Alguem vai ter de dar ress em algumas fics por aqui, cujos autores pararam de postar a algum tempo... nem que seja só pra saber se vão continuar. To falando da Sailor e do Ciafas, não de vc Net, mas por sinal... ta demorando em?

A, sim se eu não fizer um elogio direto isso vai parecer flood (sem sentido), então... Que seja, vcs sabem.

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Oh! Uma nova história minha!!!!!!

 

Antes de começar a relatar a nova história, quero fazer algumas considerações:

-> aventura / romance

-> SIM, eu tenho permissão pra escrever sobre esses personagens - e eu agradeço imensamenta a NetRunner, Sailorcheer e Claragar por terem dado a permissão pra história ^^

-> essa é apenas uma história, dada na visão do conturbado By-Tor, meu personagem nos Guerreiros Rúnicos - ou seja, isso não é ON

-> agradeço de coração aos Guerreiros Rúnicos que cederam informações pra que essa história pudesse ser criada

-> e agradeço ao Claragar por ter emprestado a idéia do Oráculo pra essa história.

-> fanfic enorme u.u - não tenho previsão de capítulos... mas "muitos" serve?

-> comentários - eu amo ^^

 

Uma vez Rúnico, Rúnico eterno!

[/OFF]

 

 

 

Prólogo

 

 

 

O som das ondas chegava a seus

ouvidos com uma clareza incrível. E uma após outra, quebravam e ele escutava a

espuma. Então outra e mais outra.

 

 

 

E novamente ele estava vendo

aquelas imagens. Já não sabia quantas vezes já havia vivenciado aquela cena,

escutado o grito de ódio de seu amigo e o lamento daquela mulher de nome

esquisito. Sim, porque mesmo que aquilo fosse um sonho – e os deuses sabiam que

ele não tinha mais idéia se era sonho ou real, ninguém se chamaria Sailorcheer.

 

 

 

Estava confuso. Novamente aquele

homem? Aquela água que ele escutava... onde estava?

 

 

 

Ele novamente via os olhos sem

vida daquele homem cravados nele, como se não pudesse acreditar que ele ainda

estava vivo. “Por que você simplesmente não morre?”, e escutara ele

falando isso diversas vezes, aquela voz gutural, seu desprezo acentuado. Ora,

todos sabiam que ele ficaria feliz em morrer... Aquele homem não fazia idéia de

como ele se sentiria melhor se morresse. Mas ninguém sabia como mata-lo, e ele

já havia tentando de várias maneiras. Tentou ficar em pé e ele aprofundou a

espada em seu corpo, agora parecendo levemente surpreso.

 

 

 

Houve um silêncio naquele lugar.

Que lugar era? Ele ouviu Sailorcheer lamentar mais uma vez, sua doce voz

lembrando uma melodia de suas terras. Malditas sejam todas as mulheres, elas e

suas vozes macias. E ele odiava escutar o lamento de uma mulher. Odiava escutar

e não estar em condições de ajudar. E ele devia: “ela é tudo pra mim, amigão...

Tudo!”. Ouvira muitas coisas de Fei, mas ele só havia dito isso única vez,

suficiente pra que ele nunca esquecesse.

 

 

 

“Faremos do seu jeito então

‘não-morto’, não preciso que morra...” e o homem sorriu. Era a primeira

vez que ele via o homem movimentar seus lábios. A voz da mulher havia cessado e

com ela, tudo o que ele poderia lembrar daquele evento.

 

 

 

By-Tor estava preso em algum tipo

de sonho e não sabia se conseguiria sair de lá sem ajuda...

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Capítulo 1

 

 

 

A jovem sábia Safira Mayfair

sempre tivera visões. Desde pequena, era assolada por sonhos com um homem que

pedia sua ajuda. E ele invadia seus sonhos, seu descanso pra pedir sua ajuda.

Em uma época, ela pensou em ignorar, em fazer o treinamento da Escola dos Magos

para silenciar os pensamentos, e chegou a se inscrever no que era a mais

concorrida disciplina dos Magos, mas não fora aprovada. Exigências demais, um

controle elemental altíssimo, perseverança a seguir o Oráculo.

 

 

 

Ela iria bem até a última etapa da

prova. Safira poderia ser fiel a uma pedra, mas nunca seria ao Oráculo – Aquele

Que Tudo Vê E Tudo Sabe. Acreditava que as pessoas haviam se cegado pelo

verdadeiro poder que o Oráculo tinha e que o seguiam por medo que ele se

zangasse. Lendas eram contadas sobre ele, de como ele trouxe de Asgard a língua

rúnica e de como espalhara pelo mundo sua sabedoria. As demais línguas haviam

morrido e todos utilizavam a nova língua do Oráculo. Ela sabia que sua família

nunca fora a favor de substituir a velha língua, mas não havia nada que

pudessem fazer contra o Oráculo. Na verdade, ninguém podia contra ele. Nem

mesmo os Deuses.

 

 

 

A vida continuou na velha Rune

Midgard, as pessoas utilizando a nova língua e felizes porque o Oráculo as

provia de tudo. Ela mesma não tinha o que reclamar do Oráculo, mas então por

que não conseguia unir-se as pessoas que cantavam alegremente pra ele na praça?

Nunca conseguira em sua vida acender uma vela a ele, e agradecer por iluminar

Rune Midgard com a sabedoria dos Deuses.

 

 

 

O homem em seus sonhos dizia que não deveria confiar em

ninguém. E Safira o ouvira desde pequena, como poderia ignorar essa ordem?

Parecia-lhe mais um conselho do que uma ordem. Quando recebera a notícia que

não poderia fazer a disciplina da Escola dos Magos, ela não ficara triste. Tudo

estava traçado, e ela acreditava no destino. Aquele destino que a unia aos

apelos daquele homem e que fizera seguir pelo caminho da magia apenas para ter

o conhecimento necessário para ajuda-lo.

 

 

 

E fora com essa confiança que certa vez na praça de

Geffen, ela viu um senhor sentado na praça perto da fonte, expondo seus desenhos.

Eram desenhos magníficos e um deles lhe chamou a atenção em especial.

 

 

 

- Esse? Ah, é a velha Comodo... Uma jovem bonita como você

adoraria conhecer. Diziam ser a terra das dançarinas e bardos... Mas foi

assolada pela peste. Tudo o que ofereço nesses desenhos é uma visão pobre da

beleza que deveria ser aquele lugar. Diziam que tinham cassinos e praias

fabulosas e agora... Ora todos sabemos que a peste levou as vidas e aquele fog

jamais se dissipa.

 

 

 

Comodo... A Velha Terra. O que o velho senhor lhe contara

era história que aprendiam nas escolas e na velha tradição oral. Comodo fora

destruída por uma estranha peste e seu povo fora dizimado, deixando de existir

vida em poucos dias. A peste chegou a outras cidades, mas fora controlada a

tempo que mais vidas fossem levadas. Diziam que Hel, a senhora dos mortos,

havia desejado Comodo e então espalhara sua doença. Do mesmo modo que diziam

que graças ao Oráculo, a peste não se alastrara. A terra de Comodo agora era

uma cidade abandonada, coberta pela mesma névoa intensa de Niflheim, e fora

esquecida.

 

 

 

Para Safira, era uma luz para salvar o homem de seus

sonhos. Um lugar onde não poderiam ir, cercado de lendas e devastado por uma

doença. Um ótimo lugar para esconder aquele homem dos olhos curiosos.

 

 

 

E foi quando estudava um caminho pra ir a Comodo, que ela

conheceu Fausto, um sacerdote da Ordem do Oráculo. E embora o Oráculo não fosse

um deus, alguns gostavam de trata-lo assim, atribuindo a ele feitos de origem

duvidosa e dando a ele uma moral que era dada somente aos deuses de Asgard.

Fausto havia se encantado por ela e se tornaram amigos.

 

 

 

Fausto achava Safira muito esforçada em seus estudos de

magia e geografia, ele nunca conhecera alguém que quisesse saber tanto. Ele a

ajudava nos livros, nas pesquisas, usando a influência que o templo lhe dava

para conseguir entrevistas com pessoas importantes. Tudo para Safira. Era

evidente a todos que tanto cuidado e atenção escondiam sentimentos mais

profundos, mas Safira parecia obcecada com alguma coisa e ele temia nunca chegar

a saber o que era. Até que um dia, Safira contou o seu plano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Ir até Comodo? – Fausto se horrorizou com a revelação.

- Sim... Eu sei que o que eu procuro está lá. Posso contar

com sua ajuda, não?

- Safira... – começou ele calmamente, como se ela fosse

uma criança e não a jovem de 20 outonos que era  – Comodo é uma cidade perdida. Ninguém ter permissão pra ir até

lá.

- Eu vou até lá, com permissão ou não.

- Não seja tola. Você irá sucumbir a doença que existe lá.

Não posso permitir isso.

 

 

 

Safira nada falara e fizera um biquinho com os lábios

quanto a intervenção dele. Contava com a ajuda dele e nem chegara a cogitar que

Fausto iria se opor a sua idéia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Comodo – ele riu do absurdo da situação – afinal o que é

que você tanto procura?

- Uma pessoa – ela respondeu num tom baixo – não... Não

podemos falar disso. Você só precisa me ajudar.

- Uma pessoa? Quem? Parente? Quem é?

- Eu... Eu não sei quem é! Eu só sei que preciso ajuda-lo.

É pra isso que dediquei tanta atenção, tanto estudo.

- Você só pode estar louca... – ele a olhava com descrença

– quer se meter numa cidade contaminada por uma doença que ninguém até hoje

soube entender pra salvar, salvar não, porque nem ao menos sabemos se a tal

pessoa está lá. Ah sim, uma pessoa que você nem sabe quem é. Percebe quanta

loucura existe no que está me falando? Simplesmente não faz sentido arriscar

sua vida, infringir uma ordem do Oráculo pra ir num lugar maldito como aquele.

 

 

 

 

 

Fausto observou quando Safira se ergueu e evitou olha-lo.

Ela recolheu seus pergaminhos e livros, e os atirou dentro de sua pasta, sem

importa-se com a organização – a qual tanto prezava. Finalmente quando o olhou,

estava com a visão turva por causa das lágrimas. 

 

- Então é isso? Acha que eu sou louca e se recusa a me

ajudar? Pois bem, eu não preciso de sua ajuda, afinal eu sou louca e faço o que

bem quiser. Mas que fique claro uma coisa, eu vou lá, e a única coisa que pode

me impedir é aquele o qual você atribui seus poderes e eu tenho certeza que nem

mesmo ele teria coragem de enfrentar uma louca.

 

  

 

Claro, com a companhia de alguém, a idéia de ir a Comodo

não ficava tão horripilante. Somente os deuses sabiam o que ela poderia

encontrar lá e nem mesmo ela sabia se teria força ou conhecimento suficiente

pra enfrentar o que poderia existir.

 

 

 

 

 

Sentada a luz de velas, olhando para o desenho que o velho

senhor fizera de Comodo, ela pensava se havia algo que poderia dar errado. Se

em algum momento seus pensamentos não haviam se confundido ou as informações

que ela tinha seriam suficientes. E se em algum momento ela chegasse a Comodo e

não houvesse nada lá a ser resgatado?

 

 

A incrível facilidade com que esse pensamento sumia da sua

mente fazia Safira ter certeza que estava no caminho certo. Toda vez que

pensava em fracasso ou desistir, ela ganhava um impulso sobrenatural pra

continuar. Devia ajudar aquele homem. E era o que ia fazer. Com ou sem ajuda.

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Alguns se concetram em uma obra... Outros dispersam sua mente por varias.

Somente os melhores podem manter varias atenções, e ter a mesma qualidade que teriam se trabalhassem em apenas um.

Não, não to falando de criar personagens no Rag! To falando de escrever mesmo...

Só espero que mais esse trabalho não atrase sua outra fic... Quem só tem uma cofnetcof ja atrasa um pouco...

Falando em atraso... Alguem vai ter de dar ress em algumas fics por aqui, cujos autores pararam de postar a algum tempo... nem que seja só pra saber se vão continuar. To falando da Sailor e do Ciafas, não de vc Net, mas por sinal... ta demorando em?

A, sim se eu não fizer um elogio direto isso vai parecer flood (sem sentido), então... Que seja, vcs sabem.

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By-Tor e o Oráculo

Capítulo 2

 

 

 

 

 

Duas semanas haviam se passado e Safira estava pronta para

fazer aquilo que devia fazer. Ajeitou a capa pesada e uma pequena mochila de

viagem, onde levava um mapa e magias prontas para qualquer ocasião. Colocou a

Coroa da Abelha Rainha na cabeça e olhou-se no espelho, o objeto reluzente

marcado por runas e com o símbolo da família Mayfair. Alcançou o bastão arcano

da família Mayfair e viu-se refletida na imensa pedra vermelha. Não havia

duvidas ou desistências. Ele precisava de sua ajuda e a teria.

 

 

 

Olhou para trás, observando o imenso hall de mármore e sua

elegância. Aquela era a Casa Mayfair de Alberta, a única casa da família que

ainda sobrevivia ao tempo. E seu guardião surgiu no alto da escada e observou a

Mayfair com atenção. Lugh as vezes parecia humano, e a olhava com carinho.

Safira sorriu.

 

 

 

- Eu voltarei – disse ao guardião e tudo o que ele fez foi

concordar com a cabeça.

 

 

 

Assim que saiu da casa, viu Fausto subindo o caminho que

levava a entrada da casa, pelo jardim labirinto. Ele usava um traje de viagem

gasto e a Coroa do Oráculo na cabeça. Ainda resignada, ela segurou o bastão com

força e o olhou. Fausto se aproximou e para sua surpresa, tirou uma mochila das

costas e a deixou no chão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Cheguei a tempo então?

- A tempo de me impedir?

- E eu conseguiria por acaso? – ele sorriu.

- Sabe que não!

- Sim eu sei – ele riu – por isso resolvi me juntar a

você. Que o Grande Oráculo me perdoe por minhas faltas e minha desobediência,

mas já seria tortura demais imaginar que você estaria indo sozinha pra aquele

lugar maldito. Então permita que eu me una a você. Os segredos que aquele lugar

guarda são de poder do Oráculo, mas poderemos descobrir juntos. 

 

 

 

Safira o olhou desconfiada. Talvez desconfiasse que Fausto

agiria assim, mas poderia muito bem não acreditar nele, e pensar que ele

poderia trai-la depois. De qualquer modo, não tinha porque negar seus poderes

divinos, afinal, não sabiam o que havia pelo caminho.

 

 

 

 

 

- Vamos Safira! Não tem porque não acreditar em mim!

- Está certo então... – Safira abriu um sorriso angelical.

– Sua ajuda será bem vinda. 

 

 

 

O sacerdote nada disse e sorriu, pegando de sua algibeira

uma gema azul. Safira olhou novamente pra imensa casa e viu Lugh olhando pela

janela, invisível ao olhar de Fausto. Ele tocou o vidro e ficou preocupado. A

Mayfair desviou o olhar a tempo de ver Fausto abrir um portal para Morroc. O

sacerdote tocou suas costas com cuidado, indicando que deveria entrar no portal

e depois a seguiu.

 

 

 

O ar quente de Morroc os engolfou e Safira esfregou o

olho, limpando a areia dele. Fausto ajeitou a pesada coroa e sorriu.

 

 

 

- Eu vim pra cá semana retrasada e memorizei esse local

pra uma possível volta. Que bom que foi útil – ele disse e Safira apenas

concordou.

 

 

 

Avançaram pela cidade, em direção ao portal que os levaria

a uma longa caminhada até Comodo. Safira gostava de Morroc, de suas praças

floridas e de suas fontes. Gostava do povo animado, das dançarinas que estavam

sempre se apresentando com danças locais. Havia um imenso templo ao Oráculo na

cidade, e ele era visto de qualquer ponto da cidade, erguendo-se aos céus,

abraçando as nuvens e conquistando o prestígio de todos. Era uma bela

construção, era imponente... Como o Oráculo.

 

 

 

Diziam que Morroc já fora uma cidade suja, dominada por

marginais de todas os tipos, ponto de encontro de mercenários. Falavam que era

aqui que ficava a famigerada guilda de gatunos. Diziam que a cidade vivia sobre

ameaças de outros reinos por criar delinqüentes. Morroc era um lugar esquecido

e sem lei. Era difícil de acreditar nessas coisas. Ninguém conseguiria ver

Morroc como diziam que era. Ninguém conseguiria imaginar uma cidade como

aquela, sem lei. Hoje, Morroc era o sonho de qualquer pessoa, suas ruas limpas

e azulejadas, as construções novas e as estátuas dos deuses. As casas eram

grandes e brancas, todas com arcos e plantas.

 

 

 

A guilda de dançarinas ficava por ali, perto do centro e

era uma atração para os olhos. Mulheres bonitas dançavam a honra do Oráculo e

dos Deuses. Se a vida fosse outra, Safira teria se tornado uma dançarina,

envolvida em véus e tules, dançando no ritmo das mais belas músicas. Ser

dançarina era um sonho... Bem distante agora.

 

 

 

O guarda do portão de Morroc os olhou quando se

aproximaram. Cumprimentou o sacerdote com um gesto desajeitado, sabendo que

poderia ser punido se tratasse mal um servo do Oráculo.

 

 

 

- Permita que passemos – disse Fausto – vamos ver as

belezas dessa terra sob o olhar Daquele Que Tudo Vê E Tudo Sabe!

 

 

 

Ele abriu o portão sem hesitar e então sorriu quando o

casal passou por ele. Os avisou sobre o risco das criaturas do deserto e sobre

o ataque dos ferozes grifos. Disse também para respeitarem os limites de Morroc

e não se aventurarem perto das regiões onde a peste fora detectada, com pena de

sofrerem severos castigos dos temíveis Carrascos do Oráculo. Safira estremeceu

ao ouvir o nome e Fausto o abençoou sorrindo, dizendo que seguiria a risca as

instruções. Afinal, nenhum deles estava disposto a enfrentar esses homens.

 

- Seguiremos até a muralha de Morroc, que foi construída

pra isolar a área contaminada – disse Fausto, quando se afastaram do portão da

cidade – Espero que esteja certa, querida Safira... Vamos desrespeitar o

Oráculo e eu espero que esse tal homem seja de verdade.

 

 

[OFF]

Bem, só pra constar, o Lugh é o fantasma que vive com Serena Mayfair - e isso foi dito quando fizemos aquele RP imenso do sequestro dela. (ah bons tempos...)

Essa coroa que o Fausto está usando é a Coroa do Deus Solar, devidamente adaptada pra cultuar o Oráculo... então imagem uma imensa coroa de ouro brilhante na cabeça dele... de longe saberiam que ele é sacerdote do Oráculo. (Oráculo rox!)

Qualquer duvida só perguntar que a tia Flor responde... tia Flor sabe de tudo, o Oráculo está com ela, e ela responde em rúnico.

 

Net ~> mas mas mas não pode ser ON... [/snif] mas em qualquer momento, os Rúnicos podem viver essas aventuras. Brrrrrrigadón pela ajuda e idéias... o que serrrria eu sem meu amigón Fei? [/heh]

 

Claragar ~> [/amor]

 

Draken ~> não vai atrasar nada não... a outra fanfic minha já está terminada, eu que sou mó preguiçosa e não coloco tudo no ar. como tem que modificar, dá uma preguiça... mas essa eu estou escrevendo agora, e são muitas idéias... espero que eu não elabore demais e atrase ainda mais a história.

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Waaaaaa... tah ficando muito legal, Flor *-*

Estou ansiosa pela continuaçao - obvio - vc tah criando um clima muito legal *imaginando como seria o mundo "governado" pelo Oraculo... * [/aiai]

 

Eh um ON, mas nao eh um ON... e a gente nao gosta nem um pouco de causar a confusao das pessoas que leem [/heh]

 

By-Tor rulz! \o/

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Capítulo 3

 

 

 

 

 

O som das águas... Aquele som tranqüilizador.

 

 

 

By-Tor lutava pra tentar acordar. E se não estivesse

sonhando? E se fosse agora que ele visse aquele cavaleiro de olhos sem vida

segurar Sailorcheer pelo pescoço como se ela fosse uma boneca? O que ele fazia?

O que poderia fazer? Aquele sangue era seu? Impossível... Ele não poderia

sangrar... Então...? De quem era?

 

 

 

Ele podia ver com clareza a forma com que ela movia os

lábios, os sons estranhos que saiam deles. Lembrava do cavaleiro pisar em seu

ombro pra retirar a espada e então se virar com violência pra ela. A segurou

pelo pescoço e a mercenária nem havia oferecido resistência, enquanto era

erguida do chão.

 

 

 

Era um lamento que vinha dela e By-Tor sentia-se inútil

por ouvir uma mulher lamentar e nada poder fazer. O corte da espada ardia, o

fazendo duvidar se fora mesmo ferido com aço ou com fogo. Ah, tantos

ferimentos... Como ele poderia esquecer ou lembrar de todos? Onde estava mesmo?

 

 

 

“Desfaça”.

 

 

 

Ao ouvir a ordem, By-Tor abriu os olhos e viu o cavaleiro

olhar para Sailorcheer, que continuava seu lamento sem fim. “Desfaça”,

ele voltou a repetir e ela sorriu. Tinha um sorriso bonito. Era o que Fei vivia

dizendo a ele. By-Tor agora o reconhecia, talvez tarde demais. Seus pensamentos

estavam se arrastando pra escuridão e ele nem mesmo sabia onde estava. Aquele

som de água o deixaria louco. Louco? Já não estava?

 

 

 

“O” a voz de Sailor o despertou e ele a olhou

novamente, os olhos castanhos de Sailor fixos nele, aquele estranho brilho; “THA”

um esforço pra falar devido a pressão em seu pescoço “LA”. Ele lembrava,

ela foi lançada com violência ao chão, mas By-Tor conhecia aquelas coisas. Seus

olhos sobrenaturais haviam captado a luz azulada que emanara de sua runa

marcada na mão, o brilho de vitória nos olhos de Sailor, e quando ela chegara

ao chão, já estava morta.

 

 

 

OTHALA... Sua Runa!

 

 

 

Foi com pesar que ele vira isso. Vira mesmo ou estava

delirando? Gostava da segunda opção, Fei ficaria furioso se visse isso

acontecendo com Sailor. Vivia pra protege-la, era o que dizia, mas era um

grande bobo. Desde quando ela precisava de ajuda?

 

 

 

Talvez ele precisasse de ajuda. Sentia dores pelo corpo.

Não podia se mexer. E ainda não sabia onde estava.

 

 

 

Abriu os olhos novamente, sua visão turva do que

acontecia. O cavaleiro estava olhando a mercenária no chão e depois olhou pro

chão, na outra direção. By-Tor os olhou. Pareciam que haviam se deitado no

chão, a mão dela sobre as de Fei, seus rostos próximos, os olhos abertos dela

olhando fixamente o rosto ferido do seu amigo. Pareciam... Em paz?

 

 

 

“Mestre... Mestre”, o cavaleiro olhou para seu

serviçal e By-Tor desviou os olhos, sentindo-se alheio a tudo aquilo. O lacaio

apontou em sua direção, parecendo um pouco surpreso e um sorriso formou-se nos

lábios de By-Tor, sem que ele pudesse controlar aquele pequeno gesto. O

cavaleiro de cabelos verdes, então virou-se e endireitou-se, segurando a espada

na mão com mais força do que necessário. “Mestre... Aquilo são...?”

 

“Asas...” o cavaleiro murmurou, sua voz clara na

mente de By-Tor. Ele parecia maior a medida que se aproximava e By-Tor não

tinha mais forças pra evitar nada daquilo. “Faremos do seu jeito então

‘não-morto’, não preciso que morra...” e o homem sorriu, um sorriso

maldoso.

 

 

[OFF]

Bom, era pra ser BEM maior, mas resolvi fazer uns cortes. Como se trata de uma parte do By-Tor, resolvi separar da Safira.

Amanhã ou depois eu posto a continuação...

Por que a Sailor? Justamente por isso -> o By-Tor não vê nada demais nela... [/heh] ele prefere a Lisandra *rindo*

 

Net ~> está certo, é um ON! E quero ver quem vai dizer que não é... [/mal]

 

Claragar ~> ai que medo de escrever sobre o bardo! eita, meu namorado come "r"... tadinho. hehehe... eu amei o Oráculo, e os Carrascos são outros caras e não aqueles que eu citava pra você... não pensei num nome bom ainda... por sorte, tem história até...

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"Não-morto" é legal. ^^

Quanto ao "r" comido, eu já tinha visto.. mas demorei demais e não me deixaram mais editar o post. >

Eu também não pensei em nada sobre aqueles nomes, querida... vou me esforçar mais.

Escrever sobre o Claragar? Huahuahuahua! Vai ser engraçado^^ . Boa sorte!! Qualquer dúvida é só perguntar.

beijos.

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By-Tor e o Oráculo

Capítulo 4

 

 

 

 

 

 

 

 

As you

walk alone the night surrounds you like a shroud

The

dreams you had were once of love and being proud

Misty

horizons block your vision of the world

But

the raven's eyes will show you all you need to know

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Enquanto você caminha sozinho, a noite o cerca como uma

mortalha

Os sonhos que você tinha eram de amor e sobre ser

orgulhoso

Horizontes nebulosos bloquearam sua visão do mundo

Mas os olhos do Corvo vão te mostrar tudo o que você

precisa saber

-

Odin’s Court – Black Sabbath -

 

 

 

 

 

Deitada na capa de Fausto, Safira Mayfair olhava as

estrelas que pontilhavam o céu escuro do deserto de Morroc. Após dois dias de

caminhada e de encontro com criaturas do deserto, aquela era a única noite que

se sentia relaxada de verdade. Haviam seguido para um conjunto de rochas, e ali

estavam descansando. Fausto havia preparado e limpado o lugar para que

passassem a noite ali, e Safira usava sua magia arcana para criar fogo e

espantar de vez o frio e a escuridão. Protegidos nas rochas, a luz da fogueira

só seria percebida por olhos treinados, mas ninguém se atreveria a chegar onde

estavam.

 

 

 

 

Por sem conta de vezes, Safira sentia o olhar de Fausto,

mas era perseverante. E agora que estavam tão longe de Morroc, no meio do

deserto, comemorava silenciosamente terem ido tão longe. Sabia que se fosse por

vontade de Fausto, estariam dormindo numa cama macia, protegidos em alguma

cidade. Mas ela simplesmente não conseguia desistir. Sentia que estava próximo

de alguma coisa... De alguma descoberta.

 

 

 

Fixou seus olhos nas estrelas e suspirou. Lugh havia

comentado certa vez, que todos os Mayfair olhavam as estrelas com atenção e

desejavam toca-las. Ele, como espírito Guardião, não entendia o simples desejo

humano de alcançar o impossível. Mas então ele sorrira, aquele sorriso apagado

e segurando a mão de Safira explicou que pra um Mayfair nada era impossível,

não se um deles acreditasse no que fazia.

 

 

 

E era exatamente isso que ela sentia. Ela acreditava

naquele homem dos seus sonhos, acreditava em seus pedidos, acreditava em sua

existência. Acima de tudo, acreditava em sua intuição e no caminho para Comodo.

 

 

 

Ela esticou o braço e tentou tocar as estrelas. Não

pareciam tão distantes, e naquela noite, Safira desejou que elas a guiassem.

Fechou os olhos e os abriu lentamente depois, perdendo lentamente o foco, para

que as estrelas falassem com ela. Havia lido em algum lugar do Livro das

Gerações Mayfair, que se fosse desejo do Mayfair e os céus estivessem

dispostos, um Mayfair poderia ler a mensagem das estrelas.

 

 

 

Fausto observou com atenção Safira, e depois de verificar

que tudo estava em ordem, deitou-se ao lado da garota. Olhou para o céu, para

as mãos pequenas de Safira que brincavam com a luz das estrelas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Contando estrelas?

- Não – Safira o olhou – estou lendo estrelas.

- Ah! E como se faz isso?

- Olhando pra elas – Safira voltou a olhar o céu e

desfocou a visão. Sua mão ergueu-se novamente e fez movimentos, que a principio

eram incertos, mas depois suaves e perfeitos. – As estrelas são criações dos

Deuses, seguindo-as, poderemos encontrar um caminho seguro até nosso objetivo.

- Gostaria de ter sua fé nisso... – murmurou Fausto,

cético.

 

 

 

 

 

Safira não o escutara, de repente concentrada demais no

que fazia. Algumas estrelas tinham um brilho intenso e destacavam-se mais que

as outras. E com a mão, ela começou a desenhar no ar, puxando lentamente o

brilho de cada estrela e riscando o céu, ligando os pontos e aos poucos, a runa

ALGIZ foi desenhada e brilhou. Abaixou a mão e por segundos, observou a

perfeição da runa.

 

 

 

De tantas coisas que Algiz poderia representar, a palavra

“mentor” soou em sua mente. Espantada com aquela revelação, Safira olhou para

Fausto, perguntando-se se ele também via Algiz.

 

 

 

- Algiz – ela falou e o sacerdote a olhou, curioso.

 

 

 

Como sacerdote do Oráculo, Fausto havia estudado o

significado profundo de cada runa, um conhecimento que não era passado a todos.

As pessoas viviam melhor na ignorância, e o poder e sabedoria das runas deveria

ser explorados pelos seguidores fieis do Oráculo, Aquele Que Havia Trazido O

Conhecimento A Eles. E embora todos falassem rúnico – as demais línguas haviam

morrido há tempos atrás, nem todos sabiam o significado total de todas as

runas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Vamos encontrar alguém – disse a sábia com certeza.

Fausto alargou o sorriso.

- Não mora ninguém aqui. Viver, ou simplesmente passar por

aqui é contra as ordens estabelecidas pelo Oráculo.

- Eu sei... E isso me preocupa. O que poderia viver nessas

terras?

- Bem... Você desiste agora? – ele ergueu a sobrancelha.

- Não! – ela respondeu com ênfase – Nunca!

 

 

 

Fausto suspirou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Só digo que devemos ter cuidado então.

- Diz isso por que leu as estrelas?

- Sim... Diz Algiz ali – ela apontou pra runa desenhada no

céu e o sacerdote nada mais viu do que qualquer um de nós veria: apenas

estrelas. - Será que tem mais? – perguntou-se Safira, quando a runa começou a

perder sua intensidade.

- Safira... você está se sugestionando a encontrar coisas.

É melhor que descanse, o sol do deserto deve estar lhe fazendo mal. Devia ter

trazido um chapéu.

 

 

 

Esperou por uma resposta e olhou para a sábia, que tinha

os olhos fixos no céu. Fausto suspirou novamente. Era claro que era uma batalha

perdida tentar chamar a atenção dela. E embora ele simplesmente amasse a

perseverança de Safira, já chegara a se perguntar se ela realmente não estaria

equivocada com tudo isso. Um homem que conversava nos sonhos, seu repudio

contra o Oráculo, sua fascinação por Artes esquecidas. Nada dessas coisas fazia

sentido, e ela parecia não dar a menor importância. Ele desconfiava, que na

verdade, Safira não notava como parecia estranha quando falava sobre o homem ou

sobre como a vida poderia ser simplesmente diferente. Seus olhos percorreram a

garota deitada a seu lado, sem a capa de viagem, o corpo mal coberto por

aquelas vestes um pouco destruídas do embates que eles tiveram no deserto.

Talvez, no fundo fosse ele louco. Afinal, como uma garota mirrada como ela

poderia lhe roubar toda a concentração e faze-lo preocupar-se tanto.

 

 

 

Ele desviou os olhos do corpo dela, e suspirou, agora

levemente tenso. Preocupava-se com ela. Era tudo. Talvez a amasse, mas ele não

procurava pensar nisso. Para receber o conhecimento do Oráculo, seus sacerdotes

deveriam ser puros e terem suas almas voltadas ao seu grande poder. Ele jamais

poderia amar alguém, que não fosse o Oráculo.

 

 

 

“Pense em outra coisa... Vamos! Rápido”, e ele virou a

cabeça e olhou para os cabelos azuis de Safira. Tinha vontade de toca-los, de

saber se aquele perfume gostoso realmente vinha deles, se eram tão macios

quanto aparentavam. “PENSE em OUTRA coisa”, e ele olhou para o céu. Ler

estrelas? Isso era uma grande bobagem. Safira era mesmo uma garota sonhadora.

Ele gostaria que ela partilhasse de todos os seus sonhos com ele... Desejava

saber o que ela queria, o que pretendia pro futuro. Que não fosse achar aquele

homem, claro.

 

 

 

Ficou aborrecido no instante seguinte e viu a mão de

Safira novamente brincar com as estrelas. Ela usava um anel de flores dado por

ele. Fausto sorriu. Olhou para as estrelas, tentando entender o que ela poderia

ver demais. Safira estava muito concentrada e Fausto achava que esses longos

momentos de concentração em coisas que não faziam o menor sentido não era

saudáveis.

 

 

 

 

 

- Não vejo nada Safira – ele disse, querendo quebrar a

concentração dela – Não, espere... Eu vejo sim... Oh e é fantástico!

 

 

 

Safira terminou de traçar a nova runa e olhou para Fausto.

Então ele também conseguia ver?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Vê? É a runa EZWAH – ela disse.

- Não... Um poporing.

- Quê?

- Ali – e ele traçou o pequeno gelatinoso com o dedo e

Safira riu, para seu encanto. – Você leva essas coisas a sério demais. São

apenas estrelas.

- Não... é Ezwah ali! Tenho certeza – ela olhou ara o céu

e apontou para a runa brilhante.

- São apenas estrelas Safira – e ela o olhou – podem

significar tudo o que quisermos enxergar e você sabe bem disso. Além do mais,

tudo o que Ezwah pode significar não faz o menor sentido, nem Ezwah e nem

Algiz. Não aqui onde estamos, no meio do deserto. Não há ninguém aqui! Nada

aqui além de perigo e talvez morte. 

 

 

 

Os olhos de Safira marejaram e ela desviou o olhar.

 

 

 

- Você... Você não acredita em mim, não é?

- Você é uma adorável sonhadora Safira.

 

 

 

 

 

Ela voltou a olha-lo e uma lágrima correu pelo rosto dela.

Foi o suficiente pra partir o coração de Fausto.

 

 

 

- Olha, eu acredito em você sim. Não estou aqui, indo

atrás do homem? Eu acredito sim... Mas essas coisas com as estrelas... Eu não

posso aceitar isso como algo concreto. São luzes no céu. Luzes que o Oráculo

fez brilhar para caminharmos sempre sob sua proteção.

 

 

 

Triste demais pra falar alguma coisa, Safira não se importou

quando Fausto a abraçou, para conforta-la. Ela não estava mentindo. Estava

vendo as runas, estava sentindo o poder delas em sua volta. Ela sabia do que

estava falando. Fausto era cético, o único ser que praticava aquele tipo de

magia, ou poderia vir a praticar era seu precioso Oráculo. Apoiou a cabeça no

peito dele, e lutou contra a magoa.

 

Sentiu as mãos dele em seus cabelos e sua carícia sutil.

Ela estava cansada e não demorou a adormecer, com a promessa que amanhã ela

iria pensar melhor nas mensagens das estrelas.

 

 

 

 

 

 

 

Acordou pela manhã quando ouviu um gemido. Sentou-se

rapidamente, com Fausto ao seu lado. Nem notara a forma intima como estavam

abraçados. Viu um homem loiro do outro lado da fogueira, gemendo por alguma

coisa. Ele saltou num pé só, e depois caiu sentando, segurando o pé.

 

 

 

Safira coçou os olhos pra ver se não estava sonhando, mas

quando Fausto ergueu-se rapidamente, ela viu que era real. Levantou-se logo

atrás e se manteve atrás de Fausto. O homem loiro olhou na direção deles e

sorriu. Usava uma venda nos olhos e um chapéu de pluma puído. Alias, as vestes

dele estavam cobertas de pó e areia do deserto. O homem sorriu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Finalmente os achei...

- Mas... – Fausto calou-se.

- ... embora eu esteja usando isso em meu rosto – disse o

homem, apontando pra venda. A tocou com cuidado e Fausto notou as marcas de

queimadura ao redor dos olhos. As reconheceu de imediato, pois todos aqueles

que eram punidos pelos Carrascos do Oráculo, tinham seus olhos arrancados com

ferros quentes. O homem tentou ficar de pé, e gemeu novamente.

- O que você está fazendo aqui? – perguntou Fausto, se

referindo ao fato que todos os condenados eram levados para a sombria Umbala,

para perambularem até a morte por lá.

- Como assim, milorde? Eu atravessei rios e florestas densas

pra estar aqui hoje. E por sorte e pelo meu fantástico senso de direção – e

apontou pro próprio nariz – eu os encontrei antes de Gilgamesh.

- Do que está falando? – Fausto perguntou bravo e Safira

tocou seu braço, pedindo paciência.

- Ora... Está confuso então? Primeiro me pergunta o que eu

faço aqui e depois do que eu estou falando e ainda não sabe o que eu respondo?

- Senhor... Por favor – Safira o chamou e o homem olhou na

direção dela, como se pudesse vê-la - Não estamos entendendo nada... Somos apenas

dois aventureiros e...

- Eu sei quem são. Eu não sairia

por aí, atrás de pessoas que não conheço! Posso ser cego, mas não sou burro!

Você é Safira Mayfair e ele,Fausto Boren.

 

 

 

 

 

Com aquela revelação, a confusão

mental de Safira e Fausto apenas piorou. Não fazia idéia de quem era o homem, e

ele falava como se os conhecesse a anos. Safira se lembraria se tivesse visto

aquele homem, pois ele parecia bem incomum.

 

 

 

 

 

 

 

- Como sabe sobre nós?

- Isso milorde, é a pergunta

certa. E tenho muitas respostas pra ela. Devemos seguir logo, contra o vento –

disse o homem, esticando o dedo e sentindo o vento. Safira e Fausto se olharam

e voltaram a olhar o homem.

- Quem é você afinal? – perguntou

Safira, num tom baixo.

- Ah – o homem sorriu e fez um

floreio exagerado – tanto tempo que não me perguntam isso, que esqueci os bons

modos. Sou Claragar de Forester, o Lendário.

 

 

[OFF]

Finalmente um novo capítulo.Agradeço muito a meu namorado que me ajudou a escrever esse cap. e trabalhar as idéias pros próximos.

E agradeço também ao Tony Martin, que estava cantando Odin's Court quando eu achei a inspiração correta pra terminar esse cap de uma vez. ^^

 

 

 

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By-Tor e o Oráculo

Capítulo 5

 

- Quem?

 

A pergunta de Fausto soou com surpresa exagerada e o homem estava tirando a bota. Era o momento. Fausto afastou-se se Safira e recolheu os seus objetos, jogando-os em sua capa e fazendo um pequeno embrulho com eles. Voltou ao lado de Safira, que olhava intrigada pro homem, e segurou o braço delicado e a puxou, afastando do homem.

 

- Mas... – Safira tentava acompanhar os passos apressados de Fausto e olhava pra ele e pro homem loiro, que tirava a areia da bota e depois começou a massagear o pé, aparentemente ferido.

- Nada de mas... Isso é perigoso demais. Ele é um Condenado e não devemos ficar perto dele.

- Mas Fausto... Espere...

 

O sacerdote estava praticamente arrastando Safira de volta a Morroc. Chega de todas aquelas coisas sem sentido, de perigo e de fantasia. Ele não arriscaria mais nenhum segundo da vida de Safira num lugar perigoso como aquele. Era mesmo uma bobagem tentarem seguir para Comodo e se fosse descoberto, certamente seria severamente punido por tal transgressão. Não se importava com a surra, se importava com a vida de Safira e a presença daquele homem o preocupava demais. Um Condenado, como eles poderiam ficar na presença dele? Todos sabiam que Condenados tinham os olhos arrancados a ferro quente e eram mandados para Umbala para vagarem até a morte. E certamente quando os mais favorecidos tentavam fugir daquela cidade, eram perseguidos pelos Carrascos e Fausto desejava não encontrar com nenhum por aí.

 

- Comodo... Comodo fica pro outro lado – Safira disse.

- Não vamos mais a Comodo Safira, vamos voltar agora.

- Heeeeeeeeeiiiiiiiiiii – o homem de nome Claragar gritou, agora de pé, com a bota em mãos – Estão indo pro lado errado... É contra o vento e não a favor dele!

 

Safira olhou o homem e depois para Fausto que seguia decidido. Afastou bruscamente o braço e o sacerdote a olhou, parando de andar.

 

- Eu já disse que não vou voltar – ela murmurou, os olhos marejados.

- Você não entende que tudo isso não existe? Ele é um Condenado, quanto tempo até ser rastreado e perseguido?

- Eu não ligo pra esse homem! Ninguém vai me impedir de chegar em Comodo. Se não quer ir, pode ir Fausto, está livre de qualquer obrigação comigo. Sempre esteve!

 

Arrancou das mãos dele o embrulho e pegou seu cajado, sua tiara e suas botas. Ele a olhava sem falar nada enquanto ela calçava as botas.

 

- Safira... – ele murmurou – Por favor, Safira... Entenda, isso já foi longe demais. Não existe nada disso. Nada.

- Como pode afirmar isso? – ela não o olhava, limpando a areia da roupa. - Eu pouco ligo pra o que você pensa... Pouco ligo.

 

Virou as costas e começou a voltar para onde estava o homem, que calçava a bota com rapidez. Andava com determinação e Fausto, olhou para o chão e suspirou, resignado. Ela simplesmente não conseguia entender no que estava se metendo. E ele era um idiota por deixar tudo aquilo continuar.

 

Claragar estava pronto quando Safira se aproximou dele.

 

- Quem é você? – ela perguntou com voz séria, limpando as lágrimas com as costas das mãos.

- Claragar, o Lendário.

- Você é um dos Condenados não é?

- Raramente... Só quando ele lembra de mim – ele sorriu.

 

Safira não fazia idéia de quem era o homem, mas havia algo nele que ela reconhecia, embora não soubesse afirmar o que era exatamente e do que se tratava. Não olhou para trás, mas sabia que Fausto estava com os olhos cravados nela. Ninguém a faria desistir, ela chegaria lá por conta, se precisasse.

 

- Você... Você sabe chegar a Comodo?

- Não... Bem, sim... Ir contra o vento!

- Então... Errr... Como você sabe sobre nós?

- Eu reconheceria um Guerreiro Rúnico em qualquer lugar, milady.

- O quê?

- Ora, por isso que você está indo atrás de By-Tor!

- ... By-Tor? ... Quem é By-Tor?

- Othala.

 

E dessa vez o que aquele homem falava tinha algum sentido e esse sentido apavorou Safira Mayfair. Ela não lembraria do momento em que desmaiou e nem quando Fausto avançara furioso sobre o homem cego, culpando-o por isso.

 

 

 

“Othala... a Runa das Posses, do materialismo”, Crystal Mayfair sorriu, as rugas acentuando-se na face “Othala, a Runa que lembra das heranças de nossa Casa. Você consegue compreender Safira? Othala nos servira pra todo o sempre ou até que o último Mayfair renegue sua herança. O poder nunca poderá ser manifestado por aqueles que o odeiam”.

 

Crystal abriu um saco de couro e mostrou todas as Runas a Safira, que com apenas dez anos, estava encantada com a história que a tia contava. Safira nunca se dedicaria a leitura das Runas, pois sabia e compreendia que aquele caminho era árduo e cheio de sacrifícios, que as Runas não significavam apenas o que o povo sem cultura sabia delas. Elas significavam poder, conhecimento, sacrifício. Fora assim com aquele que descobrira as Runas, o Grande Odin.

 

“Eu sei que fiquei dependurado / nove longas noites / na árvore gelada pelos ventos do norte. / Pela lança ferido, no sacrifício de Odin. / Em mim mesmo, em si mesmo. / Na soberba árvore, da qual os homens nada sabem, / nem de que raiz brotou”.

“Yggdrasil... Foi Odin que o disse!” murmurou Safira, diante do canto da tia.

 

Ela apenas sorriu e acariciou os cabelos da sobrinha com orgulho. Safira riu, feliz com a carícia e esperou com atenção, até que a tia voltasse a contar a história de Odin e de como ele descobriu as Runas. Odin, o mais sábio dos Deuses, aquele que tudo sabe e tudo vê se deu trono. Safira o adorava e acendia velas a ele todas as noites. Desejava que Odin a guiasse com a mesma persistência que havia guiado outros antes, tanto pelo poder da espada como o das palavras.

 

“Não me foi oferecido alimento, / nem hidromel em chifre, / para consolar-me. / Para baixo vigiava meu olho, / queixando-me lancei as Runas. / Então caí por terra”.

“Odin descobriu as Runas e conseguiu se libertar!”

“Isso mesmo Safira. Mestre Odin descobriu o poder das Runas, o compreendeu e tornou-se sábio. E todos que caminham pelas Runas, se compreenderem a verdadeira natureza delas, poderá ter parte do conhecimento de Odin”.

 

Safira olhava encantada pra tia. Ela gostava daquelas velhas histórias e conhecimentos que os Mayfair passavam pela Tradição Oral. A tia partira para Prontera naquela noite, a deixando com seus devaneios. Andando solitariamente pelo jardim, onde compartilhara o conhecimento com a tia pela tarde, encontrara um objeto brilhante em meio a grama. Abaixou-se e pegou a pedra, onde a Runa Othala estava marcada.

 

Aconteceu algo em seguida e Safira nunca conseguiria lembrar como fora exatamente, mas depois daquele dia, ela carregava a Runa marcada abaixo do seu seio esquerdo. Nunca contara a ninguém, não ousava tocar na marca, ninguém nunca a vira.

 

 

Então... Como ele sabia?

 

 

 

 

 

-----------------

Bem, eu joguei todos os meus rascunhos fora e refiz esse. Boa sorte a minha, o caítulo não ficou tão ao meu agrado, mas é suficiente pra o que que quero.

O trecho cantado por Crystal Mayfair é da Edda, uma coleção de poesias nórdicas escritas em norueguês antigo (a tradição Vikking era Oral), onde retraram a interação dos Deuses e o Mundo Nórdico. A Edda é um dos principais documentos antigos a respeito da cultura Vikking.

 

 

 

 

Bom Yule a Todos! Tempo de Yule, tempo de inspiração (pra mim)... e ela é bem vinda!

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Hmm... Fic da dona Flor! ^^y

 

Nem precisa dizer q está excelente, não?!? E eu adorei o conceito de "realidade" alternativa q surgiu aí. Comodo destruída, Umbala funcionando como prisão, e um grande segredo escondido nisso tudo. Um mistério q remete a um passado sombrio, de uma caçada sangrenta (Acho eu. Não vou falar mais, pq se minhas deduções estiverem certas, será um enorme spoiler!).

 

Adorei o texto, e a estória está muito boa, com uma trama intrigante e atraente. Quero ver, depois, qual foi o destino de outros(as) Mayfair, entre outros personas misteriosos do q seria "um passado glorioso"(?).

 

Continua assim, fiota! Estou acompanhando mais esta fic.[/ok]

 

Beijocas! [/bj2]

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By-Tor e o Oráculo

Capítulo 6

 

“Uma Vez Rúnico, Rúnico Eterno!”

 

Os

lábios de By-Tor curvaram-se num sorriso curto. Não sabia porque estava

lembrando daquelas coisas. Ele via Fei falando sobre as Runas, falando

sobre os Guerreiros Rúnicos como se realmente soubesse algo sobre eles.

Ao que parecia sua mãe fora uma antiga Rúnica, ou seja lá o que isso

significasse.

 

O som das águas aumentava... By-Tor contava o que

achava ser a crista das ondas. Era tão alto, quase ensurdecedor. As

vezes ele não ouvia nada. As vezes ouvia vozes. O lamento de

Sailorcheer. Ah sim, disso ele lembraria sempre.

 

E então a

dor... Tudo fica desconexo, tudo ficava escuro e tudo era nostálgico.

By-Tor desejou novamente ter apenas mais uma oportunidade...Somente

uma. Ele não precisaria de outra.

 

 

 

As mãos de Fausto

doíam. Ele não estava acostumado a atos de violência contra as outras

pessoas, como sacerdote do Oráculo, ele deveria evitar qualquer tipo de

violência física. Mas não pudera evitar sua violência contra aquele

homem cego. Pior, não deveria bater nele. Não, deveria sim, ele merecia.

 

Apoiou

a cabeça de Safira em sua perna e acariciou o cabelo azul. Ela estava

desacordada há muito tempo e ele estava preocupado com o fato dela não

manifestar nenhuma reação. Tivera tempo de esmurrar o homem, rasgar

tiras da sua roupa e amarra-lo, antes de socorre-la.

 

O homem

cego fez um som estranho e Fausto o olhou. Ele cuspiu sangue e moveu o

maxilar dolorido, fazendo uma expressão de dor. Saia sangue do canto de

sua boca, do nariz e de um pequeno corte no supercílio. Ele estava pior

do que quando o encontrara. Fausto chegou a conclusão que odiava aquele

homem, não importava quem ele fosse ou dizia ser. Ele havia feito mal a

Safira e ele jamais perdoaria o homem que fizesse isso.

 

- Milorde bate como uma dama – murmurou o homem cego, virando a cabeça na direção de Comodo.

- Fica de boca fechada antes que eu jogue areia dentro dela!

-

Mais areia? – o homem virou o rosto na direção dele – Comi sopa de

areia uma vez, na Sarracênia. Milorde iria gostar. Quer que eu te conte

como foi?

- Não – resmungou Fausto, voltando a olhar Safira.

-

Bah, eu conto do mesmo jeito... Estávamos eu, Lorde Robert e alguns dos

três mil soldados de cinco grupos que seguiam Lorde Robert. Era um

homem que todos gostariam de servir e eu o servi pessoalmente... E numa

dessas andanças, encontramos uma tribo nômade de viajantes desérticos.

Milordeeeeeeee se surpreenderia com o tamanho dos homens! Eram imensos,

deviam medir três metros, o mais baixo, claro. Eu os encarei. Eu, o

Valente Claragar, fui escolhido por Lorde Robert para falar em nome do

grupo e homem, eles não falavam nossa língua. Mas não tinha problema,

eu podia falar a língua deles, eu posso falar qualquer língua e então...

- Você vai ficar sem língua se não calar essa boca agora, Condenado!

 

Claragar tocou o lábio ferido com sua língua e depois, suspirou alto, resignado.

 

-

Tudo bem, eu ficarei calado – e realmente ficou... Por algum tempo, até

começar a assobiar uma canção repetitiva. Fausto rangeu os dentes e

fechou os punhos com força. Safira estremeceu e ele esqueceu por

completo o homem. Esperou que ela acordasse e nada aconteceu.

 

O

sacerdote havia interrogado o homem a respeito e tudo o que ele

repetira era que havia falado a verdade a ela. Que sabia deles porque

sabia, e que tinha que leva-los pelo deserto antes que Gilgamesh os

alcançasse. Fausto não fazia idéia do que ele falava e tinha medo do

que ele poderia saber a respeito dos dois. Se o Carrasco o encontrasse,

aquele homem que não parava de falar, poderia muito bem contar sobre

ele e Safira e seria o fim deles.

 

Entre um soco e outro,

perguntara o que ele havia falado. Queria a resposta e o homem gemera,

falando que ela era uma Guerreira Rúnica e por isso ele sabia. Aquilo

não fazia sentido. Os Guerreiros Rúnicos deixaram de existir há mais de

mil anos atrás, quando sabiamente juntaram seus poderes e o entregaram

ao Oráculo, para que ele pudesse fazer o maravilhoso mundo que viviam

hoje, com a língua Rúnica, as letras Rúnicas, o conhecimento Rúnico.

Tudo o que o Oráculo tinha, aquele poder inicial fora dado de boa

vontade por aqueles Guerreiros, que não poderiam contra o chamado

Ragnarok.

 

O Oráculo, em sua forma guerreiro, expulsara o medo do

Ragnarok da vida das pessoas daquela época e em sua forma sábia, os

comandara com firmeza, rumo ao mundo que desfrutavam hoje. Cidades

haviam sido destruídas e pessoas dizimadas, mas era o preço a ser pago

pela liberdade de informação que tinham hoje, pela pureza de sua

cultura e pela presença constante do Oráculo.

 

Os chamados

Guerreiros Rúnicos foram tão importantes para a construção daquele novo

mundo, que havia estátuas deles em Prontera, perto da saída norte. Eram

de madeira, pois o Oráculo intuirá, que eles seguiriam para sempre com

o poder da seiva de Yggdrasil, e sendo de madeira, ele poderia vê-los,

sempre que surgisse a oportunidade. O Oráculo, em sua forma humana e

piedosa, concedera a aquelas almas amadas, um palácio em Hel, para que

desfrutassem de todas as mordomias por seu sacrifício.

 

Fausto, assim como qualquer pessoa com conhecimento sobre a história do Oráculo, amava os Guerreiros Rúnicos.

 

Então,

não havia sentido em Safira ser uma Guerreira Rúnica. Com o poder

Rúnico sobre a proteção do Oráculo, não haveria porque as Nornas

escolherem novamente pessoas para portar esse poder. Aquele homem era

um mentiroso! Um grande mentiroso.

 

 

 

 

---------------------

Heheheheh!

Obrigada pelo comentário Adrom!

O desenvolvimento do universo que se passa a história está sendo narrado. Mas não esqueci da participação do Adrom e do Leafar (agradeço aos dois por terem emprestado os personagens para serem citados na história). O Claragar vai falar deles ainda.

Sim, tem um grande mistério nessa história ^^ tá meio obvio depois desse capítulo, mas tudo bem.

E tem uma grande participação da Serena, justamente relembrando aquele rp imenso que fizemos - nossa, ele é ponto de referência pra muitas coisas... Queria tanto fazer outro! Ou participar de um imenso.

E recebi seu e-mail sim. ^^

 

 

Logo eu continuo. Só escrever como a Safira acorda.

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By-Tor e o Oráculo

Capítulo 5

 

- Quem?

 

A pergunta de Fausto soou com surpresa exagerada e o homem estava tirando a bota. Era o momento. Fausto afastou-se se Safira e recolheu os seus objetos, jogando-os em sua capa e fazendo um pequeno embrulho com eles. Voltou ao lado de Safira, que olhava intrigada pro homem, e segurou o braço delicado e a puxou, afastando do homem.

 

- Mas... – Safira tentava acompanhar os passos apressados de Fausto e olhava pra ele e pro homem loiro, que tirava a areia da bota e depois começou a massagear o pé, aparentemente ferido.

- Nada de mas... Isso é perigoso demais. Ele é um Condenado e não devemos ficar perto dele.

- Mas Fausto... Espere...

 

O sacerdote estava praticamente arrastando Safira de volta a Morroc. Chega de todas aquelas coisas sem sentido, de perigo e de fantasia. Ele não arriscaria mais nenhum segundo da vida de Safira num lugar perigoso como aquele. Era mesmo uma bobagem tentarem seguir para Comodo e se fosse descoberto, certamente seria severamente punido por tal transgressão. Não se importava com a surra, se importava com a vida de Safira e a presença daquele homem o preocupava demais. Um Condenado, como eles poderiam ficar na presença dele? Todos sabiam que Condenados tinham os olhos arrancados a ferro quente e eram mandados para Umbala para vagarem até a morte. E certamente quando os mais favorecidos tentavam fugir daquela cidade, eram perseguidos pelos Carrascos e Fausto desejava não encontrar com nenhum por aí.

 

- Comodo... Comodo fica pro outro lado – Safira disse.

- Não vamos mais a Comodo Safira, vamos voltar agora.

- Heeeeeeeeeiiiiiiiiiii – o homem de nome Claragar gritou, agora de pé, com a bota em mãos – Estão indo pro lado errado... É contra o vento e não a favor dele!

 

Safira olhou o homem e depois para Fausto que seguia decidido. Afastou bruscamente o braço e o sacerdote a olhou, parando de andar.

 

- Eu já disse que não vou voltar – ela murmurou, os olhos marejados.

- Você não entende que tudo isso não existe? Ele é um Condenado, quanto tempo até ser rastreado e perseguido?

- Eu não ligo pra esse homem! Ninguém vai me impedir de chegar em Comodo. Se não quer ir, pode ir Fausto, está livre de qualquer obrigação comigo. Sempre esteve!

 

Arrancou das mãos dele o embrulho e pegou seu cajado, sua tiara e suas botas. Ele a olhava sem falar nada enquanto ela calçava as botas.

 

- Safira... – ele murmurou – Por favor, Safira... Entenda, isso já foi longe demais. Não existe nada disso. Nada.

- Como pode afirmar isso? – ela não o olhava, limpando a areia da roupa. - Eu pouco ligo pra o que você pensa... Pouco ligo.

 

Virou as costas e começou a voltar para onde estava o homem, que calçava a bota com rapidez. Andava com determinação e Fausto, olhou para o chão e suspirou, resignado. Ela simplesmente não conseguia entender no que estava se metendo. E ele era um idiota por deixar tudo aquilo continuar.

 

Claragar estava pronto quando Safira se aproximou dele.

 

- Quem é você? – ela perguntou com voz séria, limpando as lágrimas com as costas das mãos.

- Claragar, o Lendário.

- Você é um dos Condenados não é?

- Raramente... Só quando ele lembra de mim – ele sorriu.

 

Safira não fazia idéia de quem era o homem, mas havia algo nele que ela reconhecia, embora não soubesse afirmar o que era exatamente e do que se tratava. Não olhou para trás, mas sabia que Fausto estava com os olhos cravados nela. Ninguém a faria desistir, ela chegaria lá por conta, se precisasse.

 

- Você... Você sabe chegar a Comodo?

- Não... Bem, sim... Ir contra o vento!

- Então... Errr... Como você sabe sobre nós?

- Eu reconheceria um Guerreiro Rúnico em qualquer lugar, milady.

- O quê?

- Ora, por isso que você está indo atrás de By-Tor!

- ... By-Tor? ... Quem é By-Tor?

- Othala.

 

E dessa vez o que aquele homem falava tinha algum sentido e esse sentido apavorou Safira Mayfair. Ela não lembraria do momento em que desmaiou e nem quando Fausto avançara furioso sobre o homem cego, culpando-o por isso.

 

 

 

“Othala... a Runa das Posses, do materialismo”, Crystal Mayfair sorriu, as rugas acentuando-se na face “Othala, a Runa que lembra das heranças de nossa Casa. Você consegue compreender Safira? Othala nos servira pra todo o sempre ou até que o último Mayfair renegue sua herança. O poder nunca poderá ser manifestado por aqueles que o odeiam”.

 

Crystal abriu um saco de couro e mostrou todas as Runas a Safira, que com apenas dez anos, estava encantada com a história que a tia contava. Safira nunca se dedicaria a leitura das Runas, pois sabia e compreendia que aquele caminho era árduo e cheio de sacrifícios, que as Runas não significavam apenas o que o povo sem cultura sabia delas. Elas significavam poder, conhecimento, sacrifício. Fora assim com aquele que descobrira as Runas, o Grande Odin.

 

“Eu sei que fiquei dependurado / nove longas noites / na árvore gelada pelos ventos do norte. / Pela lança ferido, no sacrifício de Odin. / Em mim mesmo, em si mesmo. / Na soberba árvore, da qual os homens nada sabem, / nem de que raiz brotou”.

“Yggdrasil... Foi Odin que o disse!” murmurou Safira, diante do canto da tia.

 

Ela apenas sorriu e acariciou os cabelos da sobrinha com orgulho. Safira riu, feliz com a carícia e esperou com atenção, até que a tia voltasse a contar a história de Odin e de como ele descobriu as Runas. Odin, o mais sábio dos Deuses, aquele que tudo sabe e tudo vê se deu trono. Safira o adorava e acendia velas a ele todas as noites. Desejava que Odin a guiasse com a mesma persistência que havia guiado outros antes, tanto pelo poder da espada como o das palavras.

 

“Não me foi oferecido alimento, / nem hidromel em chifre, / para consolar-me. / Para baixo vigiava meu olho, / queixando-me lancei as Runas. / Então caí por terra”.

“Odin descobriu as Runas e conseguiu se libertar!”

“Isso mesmo Safira. Mestre Odin descobriu o poder das Runas, o compreendeu e tornou-se sábio. E todos que caminham pelas Runas, se compreenderem a verdadeira natureza delas, poderá ter parte do conhecimento de Odin”.

 

Safira olhava encantada pra tia. Ela gostava daquelas velhas histórias e conhecimentos que os Mayfair passavam pela Tradição Oral. A tia partira para Prontera naquela noite, a deixando com seus devaneios. Andando solitariamente pelo jardim, onde compartilhara o conhecimento com a tia pela tarde, encontrara um objeto brilhante em meio a grama. Abaixou-se e pegou a pedra, onde a Runa Othala estava marcada.

 

Aconteceu algo em seguida e Safira nunca conseguiria lembrar como fora exatamente, mas depois daquele dia, ela carregava a Runa marcada abaixo do seu seio esquerdo. Nunca contara a ninguém, não ousava tocar na marca, ninguém nunca a vira.

 

 

Então... Como ele sabia?

 

 

 

 

 

-----------------

Bem, eu joguei todos os meus rascunhos fora e refiz esse. Boa sorte a minha, o caítulo não ficou tão ao meu agrado, mas é suficiente pra o que que quero.

O trecho cantado por Crystal Mayfair é da Edda, uma coleção de poesias nórdicas escritas em norueguês antigo (a tradição Vikking era Oral), onde retraram a interação dos Deuses e o Mundo Nórdico. A Edda é um dos principais documentos antigos a respeito da cultura Vikking.

 

 

 

 

Bom Yule a Todos! Tempo de Yule, tempo de inspiração (pra mim)... e ela é bem vinda!

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Hmm... Fic da dona Flor! ^^y

 

Nem precisa dizer q está excelente, não?!? E eu adorei o conceito de "realidade" alternativa q surgiu aí. Comodo destruída, Umbala funcionando como prisão, e um grande segredo escondido nisso tudo. Um mistério q remete a um passado sombrio, de uma caçada sangrenta (Acho eu. Não vou falar mais, pq se minhas deduções estiverem certas, será um enorme spoiler!).

 

Adorei o texto, e a estória está muito boa, com uma trama intrigante e atraente. Quero ver, depois, qual foi o destino de outros(as) Mayfair, entre outros personas misteriosos do q seria "um passado glorioso"(?).

 

Continua assim, fiota! Estou acompanhando mais esta fic.[/ok]

 

Beijocas! [/bj2]

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By-Tor e o Oráculo

Capítulo 6

 

“Uma Vez Rúnico, Rúnico Eterno!”

 

Os

lábios de By-Tor curvaram-se num sorriso curto. Não sabia porque estava

lembrando daquelas coisas. Ele via Fei falando sobre as Runas, falando

sobre os Guerreiros Rúnicos como se realmente soubesse algo sobre eles.

Ao que parecia sua mãe fora uma antiga Rúnica, ou seja lá o que isso

significasse.

 

O som das águas aumentava... By-Tor contava o que

achava ser a crista das ondas. Era tão alto, quase ensurdecedor. As

vezes ele não ouvia nada. As vezes ouvia vozes. O lamento de

Sailorcheer. Ah sim, disso ele lembraria sempre.

 

E então a

dor... Tudo fica desconexo, tudo ficava escuro e tudo era nostálgico.

By-Tor desejou novamente ter apenas mais uma oportunidade...Somente

uma. Ele não precisaria de outra.

 

 

 

As mãos de Fausto

doíam. Ele não estava acostumado a atos de violência contra as outras

pessoas, como sacerdote do Oráculo, ele deveria evitar qualquer tipo de

violência física. Mas não pudera evitar sua violência contra aquele

homem cego. Pior, não deveria bater nele. Não, deveria sim, ele merecia.

 

Apoiou

a cabeça de Safira em sua perna e acariciou o cabelo azul. Ela estava

desacordada há muito tempo e ele estava preocupado com o fato dela não

manifestar nenhuma reação. Tivera tempo de esmurrar o homem, rasgar

tiras da sua roupa e amarra-lo, antes de socorre-la.

 

O homem

cego fez um som estranho e Fausto o olhou. Ele cuspiu sangue e moveu o

maxilar dolorido, fazendo uma expressão de dor. Saia sangue do canto de

sua boca, do nariz e de um pequeno corte no supercílio. Ele estava pior

do que quando o encontrara. Fausto chegou a conclusão que odiava aquele

homem, não importava quem ele fosse ou dizia ser. Ele havia feito mal a

Safira e ele jamais perdoaria o homem que fizesse isso.

 

- Milorde bate como uma dama – murmurou o homem cego, virando a cabeça na direção de Comodo.

- Fica de boca fechada antes que eu jogue areia dentro dela!

-

Mais areia? – o homem virou o rosto na direção dele – Comi sopa de

areia uma vez, na Sarracênia. Milorde iria gostar. Quer que eu te conte

como foi?

- Não – resmungou Fausto, voltando a olhar Safira.

-

Bah, eu conto do mesmo jeito... Estávamos eu, Lorde Robert e alguns dos

três mil soldados de cinco grupos que seguiam Lorde Robert. Era um

homem que todos gostariam de servir e eu o servi pessoalmente... E numa

dessas andanças, encontramos uma tribo nômade de viajantes desérticos.

Milordeeeeeeee se surpreenderia com o tamanho dos homens! Eram imensos,

deviam medir três metros, o mais baixo, claro. Eu os encarei. Eu, o

Valente Claragar, fui escolhido por Lorde Robert para falar em nome do

grupo e homem, eles não falavam nossa língua. Mas não tinha problema,

eu podia falar a língua deles, eu posso falar qualquer língua e então...

- Você vai ficar sem língua se não calar essa boca agora, Condenado!

 

Claragar tocou o lábio ferido com sua língua e depois, suspirou alto, resignado.

 

-

Tudo bem, eu ficarei calado – e realmente ficou... Por algum tempo, até

começar a assobiar uma canção repetitiva. Fausto rangeu os dentes e

fechou os punhos com força. Safira estremeceu e ele esqueceu por

completo o homem. Esperou que ela acordasse e nada aconteceu.

 

O

sacerdote havia interrogado o homem a respeito e tudo o que ele

repetira era que havia falado a verdade a ela. Que sabia deles porque

sabia, e que tinha que leva-los pelo deserto antes que Gilgamesh os

alcançasse. Fausto não fazia idéia do que ele falava e tinha medo do

que ele poderia saber a respeito dos dois. Se o Carrasco o encontrasse,

aquele homem que não parava de falar, poderia muito bem contar sobre

ele e Safira e seria o fim deles.

 

Entre um soco e outro,

perguntara o que ele havia falado. Queria a resposta e o homem gemera,

falando que ela era uma Guerreira Rúnica e por isso ele sabia. Aquilo

não fazia sentido. Os Guerreiros Rúnicos deixaram de existir há mais de

mil anos atrás, quando sabiamente juntaram seus poderes e o entregaram

ao Oráculo, para que ele pudesse fazer o maravilhoso mundo que viviam

hoje, com a língua Rúnica, as letras Rúnicas, o conhecimento Rúnico.

Tudo o que o Oráculo tinha, aquele poder inicial fora dado de boa

vontade por aqueles Guerreiros, que não poderiam contra o chamado

Ragnarok.

 

O Oráculo, em sua forma guerreiro, expulsara o medo do

Ragnarok da vida das pessoas daquela época e em sua forma sábia, os

comandara com firmeza, rumo ao mundo que desfrutavam hoje. Cidades

haviam sido destruídas e pessoas dizimadas, mas era o preço a ser pago

pela liberdade de informação que tinham hoje, pela pureza de sua

cultura e pela presença constante do Oráculo.

 

Os chamados

Guerreiros Rúnicos foram tão importantes para a construção daquele novo

mundo, que havia estátuas deles em Prontera, perto da saída norte. Eram

de madeira, pois o Oráculo intuirá, que eles seguiriam para sempre com

o poder da seiva de Yggdrasil, e sendo de madeira, ele poderia vê-los,

sempre que surgisse a oportunidade. O Oráculo, em sua forma humana e

piedosa, concedera a aquelas almas amadas, um palácio em Hel, para que

desfrutassem de todas as mordomias por seu sacrifício.

 

Fausto, assim como qualquer pessoa com conhecimento sobre a história do Oráculo, amava os Guerreiros Rúnicos.

 

Então,

não havia sentido em Safira ser uma Guerreira Rúnica. Com o poder

Rúnico sobre a proteção do Oráculo, não haveria porque as Nornas

escolherem novamente pessoas para portar esse poder. Aquele homem era

um mentiroso! Um grande mentiroso.

 

 

 

 

---------------------

Heheheheh!

Obrigada pelo comentário Adrom!

O desenvolvimento do universo que se passa a história está sendo narrado. Mas não esqueci da participação do Adrom e do Leafar (agradeço aos dois por terem emprestado os personagens para serem citados na história). O Claragar vai falar deles ainda.

Sim, tem um grande mistério nessa história ^^ tá meio obvio depois desse capítulo, mas tudo bem.

E tem uma grande participação da Serena, justamente relembrando aquele rp imenso que fizemos - nossa, ele é ponto de referência pra muitas coisas... Queria tanto fazer outro! Ou participar de um imenso.

E recebi seu e-mail sim. ^^

 

 

Logo eu continuo. Só escrever como a Safira acorda.

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