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Uma jornada entre escolhas


Willen

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- Tema: Jornada pelo mundo de ragnarok- Linguagem: Formal/informal- Personagem principal: Kaylani

Agradeço a todos por lerem meu trabalho, espero que eu

consiga levar felicidade, alegria e diversão, porém, acima de tudo, consciência

sobre aspectos relevantes da vida, que todo ser humano deve carregar em seu

coração. Para haver mudança, escolha, não se deve esperar os outros fazê-las, e

sim cabe a  nós, mudarmos um pouco o

mundo a nossa volta.

 

A História que segue, é do ponto de vista do ragnarok

antes das últimas atualizações e segue o curso normal.

 

Boa leitura e boa diversão!!!

 

 

 

 

 

Uma jornada entre escolhas

 

Capítulo 1: Uma pequena aprendiz

Parte 1

 

Em uma bela manhã, em Payon (conhecida cidade dos Arqueiros e

velha Payon), que se localiza no

meio de uma extensa floresta e perto das montanhas, uma pequena casa branca com dois

andares, rodeada por jardins de flores coloridas encontra-se próxima ás

montanhas, Kaylani abre rapidamente a janela, muito animada, se debruçando no

peitoral, o dia se encontrava claro, o sol reluzia de forma convidativa tocando

na copa das árvores e sobre as casas, as aves voavam cantando e riscando o céu.

Como de costume os arqueiros passavam animados conversando, os caçadores

carregando seus falcões adestrados, os mercadores vendendo todo tipo de

mercadoria e as apresentando tanto a guerreiros, como a pessoas que habitavam

Payon ou á viajantes, que sempre chegavam à cidade pacata. Payon possui

construções que nos remeterem á Coréia antiga, localiza-se ao sudeste de

Prontera.

 

 

Kaylani

suspira lentamente, seu sonho estava apenas começando e muita coisa havia para

ela fazer, virar uma caçadora era algo que ela aspirava desde bem pequena, ao

ver seu avô treinar utilizando seu arco majestoso e acertar todas as flechas no

alvo. Ela ficava encantada.

 

 

--Lembrança--

 

 

-Kaylani,

minha querida neta, venha aqui, não fique olhando apenas. Seu avô Rorroy sorria

gentilmente estendendo a mão em sua direção. Era alto, possuía 1,79cm, cabelo

branco e liso, arrumado de lado. Usava roupa de caçador, uma blusa juntamente

com a bermuda marrom, e um pequeno casaco que vai até o peito branco e uma

bota. Seu avô tinha um falcão, que sempre o acompanhava fielmente, e ele era

grande como Kaylani nunca havia visto nenhum outro, tinha as penas brilhosas

que contrastavam com a luz do sol, um dos olhos possuía um risco reto em cima.

Ele era majestoso, era digno de seu avô.

 

 

-Vovô! Como

o senhor é bom nisso! -Disse Kaylani olhando admirada, seus olhos brilhavam ao

ver a maestria com o arco, parecia que seu avô tinha nascido para aquilo. Saiu

correndo e o abraçou na perna, era muito pequena se comparada a ele.

 

 

-Minha

pequenina, está a cada dia mais linda e, venha cá,- *segura em seu queixo*-

vejo uma grande caçadora.

 

 

-Eu...mas...vovô...

-*se cala*.

 

 

-Não deve

ter medo, sua hora vai chegar, e sei, eu sinto, que em suas veias corre o

sangue que nós, os caçadores temos.

 

 

Kaylani

sorri gentilmente, e continua a olhar seu avô que com agilidade e destreza,

acertava todas as flechas. Seu falcão encontrava-se no galho de uma árvore,

prestando atenção em tudo ao redor. Encontravam-se em frente a guilda dos

arqueiros, seu avô quando ia visitar sua mãe, seu pai e ela, por uns tempos,

gostava de ir tanto na guilda dos arqueiros como na dos caçadores. Ele sempre a

levava a guilda dos arqueiros para ela o ver praticar o arco e flecha, e claro,

desde menininha ela amava. Nunca ele a levara a guilda dos caçadores, pois era

mais arriscado chegar lá, é um lugar que possui bichos ferozes, como guardião

da floresta, que é um amorfo, de tamanho médio, e que usa magia de fogo. A

guilda dos arqueiros tem uma estrutura bonita, de tamanho médio, fica perto de

muitas árvores e próxima á caverna de Payon, que é amaldiçoada.

 

 

-Kaylani,

nunca esqueça, que nós os caçadores, protegemos a natureza, e que temos uma

ligação muito forte com os animais. E o falcão, é o olho do caçador,

especificamente dos que se dedicam a serem falcoeiros.

 

 

-Sim, vovô -

Kaylani concorda com a cabeça e sorri, ficando corada de leve nas bochechas,

seu cabelo é de um castanho escuro quase preto indo até a cintura, seus olhos

são tão escuros que não se vê a íris. Usava um vestidinho amarelo que ia até a

perna, preso por uma fita branca.

 

 

-Agora tente

pegar o arco, venha, eu te ensino. O avô de Kaylani segura as mãozinhas da

menina delicadamente sobre o arco que em contraste com ela parecia imenso,

muito bem trabalhado manualmente, com desenhos talhados. Ele puxa lentamente a

mão da menina com a flecha, que vai diretamente no alvo.

 

 

-Uau...*Kaylani

ri alegremente*.

 

 

--fim da

lembrança--

 

 

Kaylani

lentamente vira de costas para a janela com os olhos marejados de lágrimas, e

fita o chão, desde que seu avô morreu em uma missão para a guilda dos

caçadores, todos de sua casa sentem sua falta, mas ela, tinha uma ligação muito

forte com ele, aprendeu muitas coisas sobre ser caçador com seu avô. Ele era

uma pessoa maravilhosa. Sentia falta dele, mas sabia, que ele iria ficar

orgulhoso por ela, afinal, estava se preparando para o primeiro passo de sua

vida, ser uma aprendiz, passar por testes gerais para se tornar forte, e assim,

passar por testes específico para ser arqueira.

 

 

Kaylani

corre em seu quarto e veste-se rapidamente para ir ao campo de aprendiz, local

onde todos devem ir para receberem aptidões gerais de aprendizado, como luta

básica, e informações básicas sobre técnica de como lutar. Ao terminar de

vestir sua blusa de metal e seu short de tecido que possui uma faixa no meio,

uniforme este que caracteriza os aprendizes, rapidamente penteia o seu cabelo,

que como característica, é até as costas, e liso, com uma franja sobre os olhos.

Desce correndo a escada em caracol, e avista sua mãe, uma sacerdotisa de cabelo

castanho escuro quase preto, que vai até o pescoço e é repicado levemente,

sorria gentilmente a sua espera, segurando uma pequena mochila, usava um

vestido azul, o corte do vestido era reduzido, visto que preferia não deixar a

perna tão a amostra, e possuía uma cruz no peito.

 

 

-Minha

filha, não se atrase, hoje é um grande dia para você!

 

 

-Sim mamãe,

não vejo a hora de finalmente poder seguir o caminho que sempre quis trilhar

para minha vida. Kaylani coloca rapidamente a mochila nas costas e abraça sua mãe

com toda força possível, o cheiro de sua mãe, pairava sobre a casa, era como um

bálsamo que a acalmava muito. Kaylani sempre admirou sua família, tinha muito

orgulho de todos.

 

 

-Querida, o

Ryoshi encontra-se lá fora, não o deixe esperando! -Allena sorri gentilmente,

com uma felicidade transparecendo claramente em seu rosto de feições delicadas

e gentis.- E eu te abençôo em sua jornada! -Impôs as mãos sobre Kaylani.

 

 

-Obrigada

mamãe, envie uma carta ao papai dizendo que eu fui treinar! -Kaylani sai

correndo pela porta.

 

 

-Sim querida,

tome cuidado! Allena balançava as mãos devagar olhando Kaylani correndo partir.

Ela sabia, sua filha estava crescendo.

 

 

 

 

Kaylani, ao sair de sua casa muito esperançosa, encontra

Ryoshi mais a frente encostado em um muro, quando ele a viu, abriu um sorriso

caloroso, seu cabelo liso e castanho escuro encontrava-se caído desfeito e com

fios caídos por sobre os olhos, estava vestido com roupa de aprendiz também,

esse era o sonho dos dois. Por muito tempo eles passaram esperando este dia.

 

 

-Kaylani! -Ryoshi

sacode a mão e corre em sua direção.

 

 

Kaylani

corre rapidamente na direção do amigo, e o abraça calorosamente, Ryoshi a

abraça forte, seus olhos se fecham e ele sorri. Ryoshi nascera em Izlude, mas após

a morte de sua mãe, ele foi morar em Payon, em uma hospedaria, e pagava a

estadia em troca de trabalhar para velhos lenhadores que eram donos da mesma,

recolhendo troncos dos salgueiros. Kaylani admirava muito seu amigo, ela via

que ele lutava muito para sobreviver, e sempre o ajudava como podia, muitas

vezes levava comida preparada por sua mãe Allena para ele. Kaylani afasta-se

animadamente:

 

 

-Ryo! Hoje é

o grande dia que esperamos a vida inteira!

 

 

-Sim Kay!

Meu sonho de ser um espadachim está cada vez mais próximo. Quero muito melhorar

minha vida.

 

 

-Sim, Ryo,

eu sei disto, e agora já somos crescidos o suficiente para o campo de aprendiz!

 

 

Ambos

caminham lado a lado, era o início, apenas um passo para o enorme mundo de Rune

Midgard. A cidade parecia mais tumultuada naquele dia, ou seria apenas a

impressão de Kaylani, que estava muito ansiosa com tudo aquilo?

 

 

-Kay, já

ouvi cada história do campo de aprendizes. Ri e anda mais rápido.

 

 

-Que tipos

de história? Pergunta Kaylani ansiosa e tensamente.

 

 

-Bom, que lá

eles são muito duros com os aprendizes, e que apenas ensinam a teoria, e a

prática nós devemos aprender, ou seja, colocar a teoria na prática, e sozinhos.

 

 

-De certa

forma, está correto. Nós devemos aprender a nos virar em variadas situações

não? Sorri gentilmente.

 

 

Após

caminharem para a Kafra, que são funcionárias mulheres responsáveis pela maior

prestação de serviços de todo o reino e outros locais:

 

 

-Bem-vinda à Corporação Kafra, nós sempre estamos ao seu

lado. O que desejam? -A Kafra de Payon sorri educadamente balançando seu

vestido que é o uniforme de toda a corporação Kafra.

 

 

-Senhorita, desejamos ir ao local especial destinado aos

aprendizes. –Kaylani responde.

 

 

-Oh! Claro, que lindinhos, essa situação me emociona tanto.

 

 

-Por que deveria? –Pergunta Ryoshi encabulado.

 

 

-Eu vejo tantas pessoas, tantos aventureiros, e só de pensar

que vejo os aprendizes crescerem...isso me dá uma emoção!

 

 

-Bom...-Ryoshi se segura para não rir- devemos ir logo, não

podemos nos atrasar.

 

 

-Tenham cuidado! E boa sorte, nós Kafras sempre estaremos ao

lado de vocês.

 

 

-Obrigada!

 

 

A Kafra os envia a um local especial para os aprendizes, que

é o campo de aprendizes, um lugar restrito aos que iniciam em uma vida como

aventureiros, e buscam uma classe. Estavam em um feudo, cercado por águas de

ambos os lados, no meio, em frente ao imponente castelo encontrava-se Zion, que

é como uma guia para os iniciantes, de estatura alta, cabelos loiros até o

pescoço, corpo bem delineado e utilizava um colã justo ao corpo e meias até a

perna. Falava animadamente com os iniciantes e gesticulava mostrando o caminho.

 

 

-Olá

senhorita! Diz Kaylani, estamos aqui para passarmos pelo teste de aprendiz.

 

 

-Olá meus

adorados! Qual o nome de vocês? -Zion sorri deslumbrantemente.

 

 

-Sou Ryoshi

senhorita, é um grande prazer.

 

 

-Me chamo

Kaylani senhorita!

 

 

-Hum! Interessante!

Temos muitos aprendizes hoje! Olha, meu nome é Zion, gostariam de fazer alguma

pergunta?

 

 

-O que nos

espera lá dentro? -Pergunta Kaylani ansiona, olhando de Ryoshi para Zion.

 

 

-Ora ora, eu

não posso te responder isso -Zion ri e fita Kaylani intensamente- isto é uma

coisa que cada aprendiz tem de descobrir, o que posso dizer é, vocês devem

atravessar esta ponte para chegarem ao campo de aprendiz, esta ponte irá levar

vocês a um castelo, este castelo é o campo de aprendiz.

 

 

-A senhora

tem razão, obrigada pela informação, -sorri Kaylani.

 

 

Ryoshi e

Kaylani caminham juntamente e olham deslumbrados o castelo, ambos estavam com

receios, mas era necessário enfrentar qualquer dúvida, medo, tensão. Zion grita

do outro lado ponte:

 

 

-Não se

preocupem, vocês verão que tudo é sob controle, não há o que temer, acreditem

em vocês!

 

 

Kaylani e

Ryoshi se olham e sorriem. Ryoshi subitamente puxa a mão de Kaylani e sai

correndo:

 

 

-Ryoshi! -Ri

e corre- O que está fazendo?

 

 

-Vamos,

quero muito ver o que vamos enfrentar! -Ri zombeteiramente.

 

Obs: Primeira vez que posto aqui, espero que gostem, aceito todo tipo de opinião, críticas e etc. BeijosContinua... Em breve parte 2 do capítulo 1.Agradeço desde já a leitura a quem leu até aqui! >-

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Muito obrigada mesmo Jabba, espero que esteja gostando, muitas aventuras ainda estão a caminho. ^-^ [/s]Sobre a fic, peço desculpas porque a visualização plana ficou ruim, só dando para visualizar toda em linhas (não sei mexer direito nesse fórum). [:(]Espero que ela não fique abandonada aqui.Irei postar a parte 2 o mais breve possível.[/ok]

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Olá pessoal! Retornei com mais uma parte da fic ^-^. Obrigada á aqueles que leram pacientemente até aqui, principalmente porque só péssima em postar nesse fórum (nem preciso falar rsrs).Agradeço muito a força de vocês.Parte 2 do Capítulo 1

Os guardas

que encontram-se em frente ao castelo se olham com ar intrigado e logo voltam a

se concentrar no trabalho. Chegam ao corredor principal do castelo, onde se

encontrava um menino muito jovem, é o recepcionista do castelo, seus cabelos

eram claros como fios de ouro, pele bem branca, de se notar que pegava muito

pouco sol:

 

 

-Olá! Bom

dia! Diz o menino, qual o nome de vocês?

 

 

-Somos

Ryoshi e Kaylani.

 

 

-Vocês

desejam se inscrever para serem aprendizes? -Pergunta curiosamente o menino.

 

 

-Sim,

queremos muito iniciar nossa jornada. -Diz Kaylani convictamente.

 

 

-Então sejam

bem vindos, podem entrar, e boa jornada.

 

 

Ryoshi e

Kaylani saem do Hall e adentram mais o castelo, era um salão grande, todo bem

estruturado e dividido, haviam muitos aprendizes. Kaylani e Ryoshi avistam um

templário no meio do salão, que apenas instruía os aprendizes de quais etapas

devem passar, era alto, usava roupas pesadas, e tinha aparência de jovem,

possuía cabelos azuis e olhos de um azul turquesa.

 

 

-Bom dia

jovens! Todos devem se dirigir ao instrutor de habilidade, eles vos ensinará

como utilizar habilidades iniciais e os primeiros socorros.

 

 

-Kay, acho

que isto vai ser mole!

 

 

Após

aprenderem todas as técnicas com os instrutores, Kaylani e Ryoshi caminham conversando

sobre as novidades até uma sala na esquerda, lá encontram o instrutor de

batalha que parecia bastante atarefado com tantos aprendizes.

 

 

-Bom, os

dois jovenzinhos! Quais os nomes? -O instrutor coça levemente a cabeça.

 

 

-Meu nome é

Kaylani senhor. E este é meu amigo Ryoshi. -Kaylani aponta para o lado fitando

Ryoshi, que ria do instrutor.

 

 

-Bom, toda a

teoria vocês aprenderam na ante sala, vocês devem agora, unir esta teoria á

prática. Espero que dêem valor aos estudos, ao empenho, e dêem o melhor de si.

 

 

Kaylani

sentia seu peito apertar, parecia que algo muito grande a esperava, havia uma

mistura de sentimentos em seu coração, estava nervosa, e com um certo medo...do

desconhecido.

 

 

-Avancem,

darei-lhes poções e equipamento. Boa sorte aos dois.

 

 

-Obrigado

senhor! -Ryoshi agradece e puxa o braço de Kaylani.

 

 

-Ryo,...

 

 

-Eu percebi

que está muito nervosa, tente apenas se acalmar, ok? Lembre-se das palavras de

seu avô.

 

 

-S-sim...Ryo.

 

 

Ambos saem

pela porta, o sol cega momentaneamente ambas as faces, o campo era extremamente

amplo, repleto de animais de nível fácil, Kaylani já os havia visto com seu

avô, em Payon, e isto lhe deu certa segurança. A presença de seu amigo Ryoshi

também a fazia se acalmar, ela não estava sozinha.

 

 

-Kay! Segura

firme essa faca, olhe esses Rockers, salgueiro! Será fácil! -Ryoshi ri, jogava

a faca de um lado para outro nas mãos.

 

 

-Sim, Ryo,

não é tão difícil como eu pensava. -sorria sem graça- ainda bem que vovô me

mostrou animais mansos, será mais fácil.

 

 

-Vamos lá!

Ryoshi correu e atacou com sua faca, ele a utilizava com a lâmina para trás de

sua mão, de um jeito peculiar, e girava em sentidos verticais.

 

 

Kaylani

atacou o salgueiro com destreza, fazia movimentos lentos, porém precisos.

Ryoshi colocava mais força nas investidas. O sol brilhava, Ryoshi estava suando

levemente, e não cansava de atacar, era quase como mecânico, seus olhos ficavam

vazios, e uma força surgia refletindo em suas faces. Kaylani girou e atacou um

fabre que caminhava na direção deles, e sua faca atingiu em movimentos leves o

pequeno animal. Muitos aprendizes voltaram correndo da ponte, pois um grupo de

fabres famintos caminhavam na direção deles e impediam a passagem.

 

 

-Olhe! -Ryoshi

grita, e encara a ponte lotada dos pequenos animais verdes.

 

 

-Ryo, calma,

vamos nos manter juntos.

 

 

-Vamos Kay,

é nossa chance, vamos pegar todos e passar pela ponte. Venha.

 

 

-Ryoshi! -Grita

Kaylani desesperadamente ao ver seu amigo correr sozinho para a ponte, os

outros aprendizes se olharam com dúvida nas faces, não acreditando no que

aquele aprendiz poderia estar fazendo.

 

 

Ryoshi

correu para a ponte e parou em frente, em posição de ataque com a faca sendo

empunhada com ambas as mãos. Olhava fixamente para os fabres, que eram em grupo

enorme se aproximando.

 

 

-Ryo! Calma,

devemos correr!

 

 

-Kay! -Grita

Ryoshi- este é o campo fácil, vou acabar com eles rápido. Não sobrará um.

 

 

-Não Ryo!

Não podemos com tantos! -Grita Kaylani.

 

 

-O que

aquele maluco está fazendo? -Grita um aprendiz no meio dos outros.

 

 

-De-devemos

chamar o instrutor! -Grita uma menina aprendiz.

 

 

Kaylani

estava em pânico, assim como os outros aprendizes, e ao mesmo tempo odiava tal

atitude covarde, o que pensaria seu avô, e os pais dela? Mas por que estaria

Ryoshi tendo tal atitude impensada? Kaylani não entendia, o menino gentil,

quando lutava, virava um implacável guerreiro, quase irreconhecível, como se

fosse outro.

 

 

A aprendiz

corre e bate no portão que haviam saído, abre um guarda, e ela explica a

situação. O caos começou a reinar no campo, até o guardar avistar o grupo

grande de fabres no campo, e acreditar nos relatos, e só assim saiu correndo a

avisar ao templário e aos outros guardas que se encontravam lá dentro no salão.

Kaylani não podia mais aguardar, ela tinha que se mover, deveria ajudar seu

amigo Ryoshi, ou ele poderia se ferir gravemente.

 

 

-Pessoal! Temos

que nos mover e ajudar o Ryoshi, meu amigo, se queremos ser algo, devemos

mostrar isto agora, devemos defender o campo de aprendizes! -Grita Kaylani.

 

 

-Está doida?

Isto não é normal no campo! -Grita um aprendiz com grande receio.

 

 

-Talvez ela

tenha razão! -Grita outro aprendiz, segurando fortemente a faca.

 

 

-Eu não

irei, vou esperar os guardas! -Grita outro.

 

 

Assim começa

o tumulto geral, muitos saíram correndo, outros mantiveram a posição e olharam

Kaylani, com olhos brilhando. Olhares que demonstravam todo o tipo de emoção,

dúvida, força, medo, superação. Sim, a superação se sobrepunha a todos os

outros sentimentos. Naquele momento, eram meros aprendizes, mas possuíam alma

de guerreiros, que não necessariamente devem ser fortes fisicamente, mas sim,

terem a força interior de ultrapassar qualquer barreira de dificuldade. Kaylani

sentiu-se renovada, o medo começava a se afastar, dava lugar a superação.

 

 

-Tem razão

menina, estamos com você. -Grita um aprendiz seriamente.

 

 

Ambos

avançam com Kaylani e alcançam Ryoshi que já começara a matar os fabres.

Atacava com muita força, corria e atacava, olhou para trás por um segundo e viu

o grupo logo atrás matando junto, e por um minuto sorriu ao olhar Kaylani

dedicadamente atenciosa combatendo com destreza. Ela sabia, algo estava

reservado para ela, queria mudar o mundo ao seu redor, de sua maneira, não

necessariamente de forma imediata, mas com muita luta e força.

 

 

O grupo de

fabres revoltos atacando era muito grande, eles pareciam nunca acabar, Kaylani

se sentia aflita, mas esta aflição estava instável, pois uma força vibrava em

seu coração, era o sentido de proteção, não queria que nenhum mal acontecesse

ao seu amigo, e nem aos aprendizes.

 

 

-Vamos ter

que voltar, eles são muitos! -Grita um aprendiz sem sua faca, que havia caído.

 

 

Kaylani

estava mais na frente, quase perto de Ryoshi. Estava quase lá, e não podia

desistir. Um grupo de fabres estava muito próximo á Kaylani,  e ameaçou de atacá-la, quando ela já estava

atacando dois deles.

 

 

-Cuidado! -Grita

um aprendiz.

 

 

Kaylani olha

para o lado e já se encontrava perto da corda da ponte, ela seria atacada,

fecha os olhos lentamente. Ryoshi olha para trás e dá um salto, Kaylani não se

encontrava muito longe dele, com toda a sua força, ele a empurra da ponte.

 

 

Estava frio,

a barriga de Kaylani sentiu um peso devido a um duro golpe, mas seus olhos nada

viram, era como se a solidão tomasse seu corpo, ela parecia flutuar. Não quis

olhar nada. Caiu na água fortemente, sentiu que não podia mais respirar e abriu

devagar os olhos, emergiu e olhou para o alto, Ryoshi havia caído.

 

 

-Ryoshi! -Seu

grito ecoou por todo o campo. Tudo parecia estar em câmera lenta, parecia que

toda sua vida com Ryoshi passou naqueles segundos. Ele não poderia morrer.

Seria sua culpa, por não defendê-lo bem.

 

 

No exato

momento que aquela “horda” de fabres iria subir em Ryoshi, o templário e os

guardas aparecem. O templário joga seu escudo em movimentos ritmados e precisos

em cima do grupo de fabres, e um a um, vão sendo mortos. Kaylani suspira e

sorri, faz uma prece de agradecimento. Todos os fabres foram eliminados.

 

 

-Temos que

retirar a menina da água! -Grita o templário.

 

 

Um guarda se

joga e a segura fortemente, retirando-a da água. Kaylani tentou se soltar, para

ir ver Ryoshi, mas o guarda não permitiu. Não conseguia vê-lo por sob o ombro

do guarda, visto que havia uma multidão de aprendizes e guardas na ponte.

 

 

-Senhor

preciso ver meu amigo. -Pede Kaylani.

 

 

-A

jovemzinha será cuidada, e seu amigo também, graças tudo acabou bem. Relaxe.

 

 

-Senhor, eu

preciso ver meu amigo...

 

 

-Nada de

mais palavras.

 

 

Kaylani foi

levada ao segundo piso do castelo, nem se deu conta, mas havia dormido, em uma

sala que parecia um ambulatório. Haviam algumas ervas medicinais em uma pequena

mesa, juntamente com um copo de suco e pão. Alguém lentamente bate á porta:

 

 

-Entre, diz

Kaylani.

 

 

-Olá!

 

 

-Zion! -Kaylani

sorri. Sentiu-se feliz em ver um rosto amigável.

 

 

-Pequena

aprendiz Kaylani, sente-se bem? -Zion sentou-se em uma pequena cadeira ao seu

lado.

 

 

-Estou

ótima. Só quero saber como está o Ryo.

 

 

-Seu amigo

aventureiro e ousado, ri, está bem. -Zion a encara seriamente- graças a Deus

nada ocorreu a você menina.

 

 

-Graças ao

Ryo. Ele me salvou.

 

 

-Seu amigo

não deveria ter ido sozinho atacar aquele enorme grupo de fabres. Ele se pôs em

risco, e acabou colocando, também, todos vocês.

 

 

-Não Zion,

ele só queria ajudar. -Kaylani fitou-a seriamente- Eu que deveria tê-lo

ajudado. Quase o matei.

 

 

-Olhe,

pequena aprendiz, o que ele fez foi imprudente. Na realidade, não era para

haver tantos fabres no campo.

 

 

-Como assim?

Não fazia parte do teste? -Kaylani ficou surpresa, de fato, foi muito

arriscado, não acreditava que deveria ser assim, mas não conseguia surgir em

sua mente, como poderia ter acontecido aquilo.

 

 

-Bom, acho

que nossa conversa termina aqui. -Zion sorriu- Posso chamar algum responsável

seu aqui?

 

 

-Não, eu

estou ótima. Vou embora sozinha Zion.

 

 

-Bom, mas...

 

 

-É sério, o

perigo já passou. -Kaylani olhou Zion, que estava em dúvida.

 

 

-Bom, tudo

bem, seu amigo vai vir aqui.

 

 

Zion

levantou-se e saiu do quarto. Kaylani se levantou da cama e olhou pela janela

do castelo, tudo parecia tão sereno, nem parecia que tinha acontecido todo

aquele tumulto.

 

 

-Kay! -Ryoshi

abriu a porta e correu para abraçá-la.

 

 

Kaylani

abraçou o amigo carinhosamente, Ryoshi possuía uma bandagem na perna.

 

 

-Ryo, você

está bem? Fiquei com tanto medo, a culpa foi minha.

 

 

-Não diga

isso Kay, não foi sua, eu que fui atacar sozinho, fui imprudente. Só estou com

alguns arranhões.

 

 

Kaylani se

afasta e o olha chateada, começa a socar a cabeça dele.

 

 

-Ai! Assim

dói!

 

 

-Isso é para

você nunca mais fazer isto!

 

 

-E-eu,...quando

a vi em perigo, percebi que estava errado. Pensei que você fosse morrer, a feri

quando a empurrei?

 

 

-Eu estou

ótima. Obrigada por ter me salvado Ryo.

 

 

-Kay, a

única coisa que percebi, é que preciso de poder, ao te ver quase morrendo, pude

enxergar que necessito de força.

 

 

-Ryo, a

força é necessária, mas nada é sem a prudência.

 

 

-A Zion,

disse que você não quis chamar sua mãe. -Olha meio chateado.

 

 

-É, não

quero, tudo está bem agora, não há porque ela se preocupar. Ryo, esse ataque,

foi tão estranho, não é normal.

 

 

-Sim, algo

de estranho aconteceu hoje aqui. Vamos para casa? –Ryoshi sorri calmamente.

 

 

-Sim, apesar

de tudo, as coisas estão bem, e nenhum aprendiz se feriu gravemente.

 

 

Kaylani e

Ryoshi descem a escada do castelo e lá se encontravam todos os aprendizes e

guardas, o templário encontrava-se no meio deles, juntamente com Zion ao seu

lado.

 

 

-Hoje, é um

dia especial a todos estes aprendizes –o templário fitava o grande grupo que se

encontrava ali- mostraram que têm força, convicção e acima de tudo, fé uns nos

outros, trabalharam em equipe em uma situação calamitosa. Hoje vocês têm todas

as glórias, e como prova do que falo, todos receberão a aprovação como

aprendizes, podendo mudar para a classe que tanto aspiram . O trabalho aqui

chega ao fim, mas aqui foi apenas o início, desejo a todos sorte em suas

jornadas, sinto orgulho de vocês.

 

 

Os aplausos

começam e tomam conta da sala, uma alegria se apoderou de todo o local, todos

haviam se superado. Os aprendizes começam a ir embora, aquele início fora

superado e já poderiam continuar suas jornadas. O templário aproxima-se de

Kaylani e Ryoshi que estavam em um canto do salão:

 

 

-Jovens

amigos, encontram-se bem?

 

 

-Senhor

templário, sim, estamos bem, obrigada. –responde Kaylani.

 

 

-Sim senhor.

–responde Ryoshi.

 

 

-Hoje foi um

dia duro e ao mesmo tempo gratificante. Fico feliz que tudo tenha dado certo.

 

 

-O senhor

salvou o Ryoshi, somos muito agradecidos.

 

 

-Fiz o meu

trabalho, mas todos ajudaram, todos os aprendizes se uniram para lutar em prol

de salvar o campo, e muitos deles falaram que uma menina deu força a eles para

se unirem e enfrentar a situação.

 

 

-B-bom, sim

senhor, -responde Kaylani sem graça, corada levemente- é que eu fiquei com medo

pelo meu amigo, e todos nós deveríamos lutar contra os fabres.

 

 

-Atitude

bastante honrada. – o templário fita Ryoshi, cujo parecia pensativo, imerso em

seus próprios pensamentos- e você garoto? Demonstrou bastante habilidade ao

lutar, contudo foi muito imprudente ter ido sozinho, poderia ter se ferido

gravemente.

 

 

-Bom,

senhor, apenas senti vontade de matar tudo, toda aquela praga que poderia

ferir-nos. –responde Ryoshi friamente.

 

 

-Foi

inacreditável o ataque de fabres de hoje, nunca aconteceu nada assim antes

aqui, devo checar exatamente o que está acontecendo. Desejo uma boa jornada a

vocês, jovens guerreiros, assim, devo me retirar.

 

 

O templário

afasta-se rapidamente a passos pesados, Zion aproxima-se em seguida,

sorridente:

 

 

-Já vão

partir queridos?

 

-Sim Zion,

obrigada pela força. –responde Kaylani.

 

 

-Told já

falou com vocês? Ele está preocupado, devo estar ao lado dele para acalmá-lo.

 

 

-Sim

senhorita, ele já falou conosco. Vocês suspeitam de algo? –pergunta Ryoshi.

 

 

-Ainda não,

mas vamos informar o rei.

 

 

-Informar?

Por quê? –Pergunta Kaylani.

 

 

-A coisa

fugiu do padrão aqui, e tudo deve ser informado ao rei. Bom, devo ir, tenho que

ficar com Told. –responde Zion preocupada.

 

 

-Até mais

Zion, e obrigada! –responde Kaylani.

 

 

-Até mais

senhorita. –responde Ryoshi fazendo uma mesura.

 

 

Zion sai

rapidamente por onde Told foi. Kaylani e Ryoshi saem do campo de aprendizes,

foram momentos incríveis e nada fáceis, ficariam guardados na mente.

Próximo: Capítulo 2: A Despedida

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Muito obrigada MagusHaseo, eu achei que estivesse ruim, porque mais ninguém comentava :-:.Para não ficar com capítulos muito grandes, estou tentando dividir sempre em partes, para facilitar a leitura ^-^.Capítulo 2: A despedida

Parte 1

Já estava noite em Payon, Kaylani e

Ryoshi caminhavam exaustos lado a lado, afinal, havia sido um longo dia. As

estrelas cintilavam no céu sem nuvens, não haviam mais mercadores com suas

lojas, tudo estava calmo e sereno. O vento fresco da floresta batia em suas

faces, fazendo os cabelos se mexerem em movimentos suaves, os cabelos longos de

Kaylani balançavam em movimentos ritmados e leves sob sua face, Ryoshi a

encarava com olhos fixos, quase de forma hipnotizada; distraída, Kaylani não

percebia que estava sendo observada.

 

 

-Ryo, Payon à noite me traz uma paz. –Kaylani olhava a cidade

vagarosamente.

 

 

-Para mim, eu tenho paz quando estou com você. –Ryoshi a fita

de maneira intensa, segurando fortemente sua mochila nas costas.

 

 

-Ryo? –Kaylani fita Ryoshi meio surpresa- Bom, somos amigos

Ryo, é claro que também sinto paz estando com meus amigos. Sempre estaremos

juntos? –pergunta de forma apreensiva.

 

 

-Kay, eu prometo, que vou me dedicar, para estar com você,

é...você é minha única amiga. Você se preocupou comigo quando ninguém se

preocupava. –Ryoshi desvia o olhar para a cidade. Parecia triste e vazio.

 

 

-Ryo, obrigada, você é um grande amigo mesmo, você é uma

pessoa especial. –Kaylani sorri gentilmente para o amigo, que logo correspondia

o sorriso meio a contra gosto- Ryo, minha casa!

 

 

Kaylani avista sua casa, estava com as luzes desligadas na

maioria dos cômodos, apenas uma pequena luz parecia iluminar a sala dentro da

casa. Kaylani para no portão de frente a Ryoshi.

 

 

-Ryo, obrigada pela aventura de hoje, amanhã será um outro

grande dia para nós, iremos ter nossa classe sonhada. –Kaylani falava animada-

Você vem? –Kaylani olha-o intensamente.

 

 

-Virei, prometo –Ryoshi olha-a entrar na casa- Até amanhã

Kay!

 

 

Kaylani corre para a sua casa e sacudia as mãos:

 

 

-Até Ryo! Bons sonhos.

 

 

Ryoshi a olha entrar, segura forte sua mochila e começa a

andar por dentre a escuridão da silenciosa cidade.

 

 

O sol já se punha no céu, era hora de

Kaylani se apressar para se encontrar com Ryoshi, iria virar arqueira, seria um

dia especial. Sai do banheiro arrumada e perfumada levemente, um perfume doce.

Já estava com tudo pronto, sua mochila, com comida que sua mãe havia preparado

e sucos. Desce as escadas, em seguida, e avista sua mãe sentada lendo uma

bíblia:

 

 

-Mamãe, desculpe atrapalhar, mas já estou indo. –Kaylani

corre e a beija.

 

 

-Filha, você nunca me atrapalha, pegou tudo certinho? –A mãe

de Kaylani, Allena, a abraça.

 

 

-Sim, mãe, está tudo aqui, hoje irei finalmente virar

arqueira. Ryoshi vai comigo, não se preocupe, e será bem tranqüilo.

 

 

-Leve seu rosário, ele irá te proteger de todo o mal.

 

 

-Mamãe! Você o encontrou! Achei que o tinha perdido. –Kaylani

pega o rosário animadamente.

 

 

-Não, ele estava caído no jardim, deve ter sido quando você

foi regar as flores antes de seu teste de aprendiz.

 

 

-Sim, tem razão, agora devo ir, e mamãe, talvez eu chegue

atrasada hoje.

 

 

-Compreendo, mas tenha prudência.

 

 

-Mamãe, tem notícias do papai?

 

 

-Na verdade, faz um bom tempo que ele não envia uma carta,

mas está em uma missão querida. Eu enviei uma carta para ele falando que tudo

está bem.

 

 

-Que bom, espero que tudo esteja bem com o papai. –Kaylani

corre e dá tchau para sua mãe.

 

 

-Até querida, se cuide.

 

 

Kaylani corre pelo jardim de sua casa

e sai, Ryoshi não se encontrava lá, era estranho, ele nunca se atrasava. Ryoshi

sempre era pontual, nunca perdia tempo para uma aventura, e ainda mais este

sendo um dia especial. Kaylani então resolve ir ao local onde Ryoshi estava

morando, uma hospedaria não muito longe de sua casa. Ela caminha até lá muito

intrigada e preocupada, será que Ryoshi estaria bem? Kaylani entra na

hospedaria, era de um tamanho mediano, porém aconchegante, na entrada havia a

recepção e uma sala colonial, com muitas estantes de livros, uma lareira no

centro e sofás de couro. Ela sobe as escadas, não precisa se identificar porque

os donos, a conheciam como a amiga de Ryoshi. Para em frente a porta do quarto

dele, e logo nota que estava entreaberta. Kaylani não hesita em entrar, era

estranho a porta se encontrar daquele jeito, o quarto estava meio escuro, com

muitos objetos jogados no chão. Ela adentra o quarto e logo em seguida, avista

um corpo caído do lado da cama. Não poderia ser o que estava pensando, ela não

podia acreditar que Ryoshi estivesse morto. Kaylani corre na direção do corpo,

seu coração batia descompassadamente, se joga no chão ao lado do corpo para ver

melhor quem era:

 

 

-Ryo... -Kaylani diz baixinho assustada- Ryo! –grita

aflitamente em seguida sacudindo o corpo.

 

 

-Ka-Kay... –suspira Ryoshi, quase não se podendo ouvir nenhum

som de sua voz.

 

 

-Ryo! Está vivo! Pensei que estivesse morto, o que houve com

você Ryo?!

 

 

-Kay...estou muito fraco...eu...me arrumei hoje, mas quando

levantei eu tinha uma fraqueza, e, deu um branco em minha mente, e... não

percebi mais nada.

 

 

-Fique quieto Ryo, eu vou cuidar de você!

 

 

Kaylani abre a janela rapidamente

para o vento fresco de Payon entrar. Coloca rapidamente sua mochila na cama e

abre, possuía uma semente de yggdrasil, que seu pai a havia dado a muito tempo,

trazido de uma jornada. Seu pai havia dito para utilizar em um momento de

necessidade, pois não era fácil obter uma. Esta é a semente da árvore de

yggdrasil, que mantém o mundo unido, seu aroma, trazia grandes sensações, além

de ter o poder de recuperar metade da vida, recuperava também a metade do poder

espiritual. Kaylani não exita, aquilo tinha poder, ajudaria seu amigo. Corre

até Ryoshi, ele estava desmaiado, sua cabeça pendia de lado, Kaylani segura o

rosto de seu amigo, apertando a bochecha, fazendo a boca se abrir um pouco,

coloca a semente lentamente dentro da boca de Ryoshi, e faz uma prece, para ele

melhorar.

 

 

Ryoshi lentamente após um tempo, abre

os olhos, parecia ver as coisas ainda não de forma muito nítida, visto que

pressionava os olhos e os abria com força, Kaylani o fitava com expressão

aflita, e segurava sua mão. Ryoshi sorri alegremente. Kaylani abraça o amigo:

 

 

-Ryo! Você acordou! Está melhor? Fiquei tão preocupada.

 

 

-Kay, estou melhor sim, não se preocupe...

 

 

-O que você tem? Estava quase... morto, me assustei!

 

 

-Não foi nada, deve ter sido porque não comi bem. –Ryoshi

desvia o olhar.

 

 

-Então se alimente! Não fique sem comer!

 

 

-Você me deu...sua semente de ygg?

 

 

-Sim...Ryo...você estava quase morto.

 

 

-Não precisava ter dado ela a mim, era sua!

 

 

-Eu não queria te ver morto. Você acha que prefiro uma

semente a você?

 

 

-Bom, estou ótimo agora. Vamos a nossa caçada!

 

 

-Ei mocinho! Você acaba de se recuperar! Não vai nada.

 

 

-Kay, já te falei, estou ótimo. Aquilo foi que eu não me

alimentei bem de ontem, e me deu uma fraqueza extrema. Agora, vamos atrás dos

nossos objetivos ou não? –Ryoshi a olha incisivamente.

 

 

-Mas você está melhor mesmo? –Kaylani pergunta duvidosa.

 

 

-Claro. Confie em mim. –Ryoshi se levanta e puxa Kaylani com

as mãos.

 

 

Kaylani o olha, em seguida, segura sua mochila, Ryoshi fecha

seu quarto. Ambos saem correndo pela cidade:

 

 

-Kay, o que acha de pegarmos seus troncos para você entregar

ao Guia dos arqueiros?

 

 

-Ótima idéia Ryo! –Kaylani ri animadamente- vamos sim, na

saída de Payon, possui muitos salgueiros e creamys.

 

 

-Sim, é lá que eu pego os troncos para pagar a minha estadia

na estalagem.

Ambos caminham juntos para o sul de Payon, ali, já começava o

início da parte com floresta. Muitos salgueiros, que são de raça planta e

tamanho médio estavam no local e creamys que são de raça inseto e tamanho

pequeno. Muitos arqueiros estavam matando ali, caçar, os tornava mais fortes.

Ryoshi a puxa e a faz olhar para ele.

 

 

-Kay, preste atenção, vamos juntos, ok? –Ryoshi dá um sorriso

meio de lado.

 

 

-S-sim.

 

 

-Eu ataco antes.

 

 

Ryoshi corre na direção do salgueiro e o atinge em cheio com

força no meio de seu corpo, fazendo o animal recuar, em seguida grita para

Kaylani atacar. Kaylani corre e atinge a faca por trás do salgueiro com

destreza mas pouca força. Ryoshi recebe danos do salgueiro, que atacava com

toda força o mesmo:

 

 

-Ryo, ele vai te ferir, cuidado!

 

 

-Calma Kay, ele não irá te atacar, eu irei agüentar os

avanços deste salgueiro selvagem.

 

 

Kaylani mirava a faca no animal e atacava com Ryoshi,

um a um, foram matando vários salgueiros, e coletando muitos troncos. Cansados,

ambos se sentam no chão, haviam coletado vários troncos.

 

 

-Ei olhe Kay, estes são de alta qualidade, você foi

ótima hoje, melhorou muito. –Ryoshi sorri.

 

 

-Obrigada Ryo! Você é muito gentil. Sim, pegamos

muitos troncos, posso levá-los para o Guia dos arqueiros!

 

 

-Sim, você conseguiu vários.

 

 

-Ryo, eu achei estranho você ter passado mal deste

jeito, tem certeza que está bem? –Kaylani pergunta duvidosa.

 

 

-É claro, mas na verdade, tenho sentido uma coisa

estranha ultimamente.

 

 

-Como o quê Ryo? –Kaylani pergunta curiosa.

-Quando eu luto, uma força surge de dentro de mim, ela

é muito forte, eu consigo receber golpes dos monstros, sem senti-los, e fico

rápido, é como se eu visse os animais em uma lenta velocidade, mas logo após a

luta, me sinto fraco. Odeio isso.

 

 

-Nossa Ryo, mas isto é um pouco estranho...tem certeza

que está bem?

 

 

- Sim Kay, mas é estranho que, nessas horas, eu não

sou eu, eu simplesmente, pareço expectador...

 

 

-Ryo... –Kaylani estava achando muito estranho aquilo

tudo que Ryoshi falava.

 

 

-E o mais estranho, é que depois de eu acabar com os

monstros, além da fraqueza, eu às vezes tenho lapsos de falha de memória.

 

 

Kaylani abraça o amigo, Ryoshi fica parado com a

reação inesperada de sua amiga, e a abraça docemente.

 

 

-Ryo, você tem que se cuidar, não se esforce tanto,

você pode se ferir.

 

 

-Kay, eu te prometo, estou bem, deve ser um cansaço

passageiro, nada demais. Agora, preciso te falar, minha jornada, começa agora,

eu preciso ir em busca de força Kay, por isto, vou me ausentar por um tempo.

–Ryoshi falava olhando para o horizonte, seus olhos estavam vazios.

 

 

-Ryo, por quê?

 

 

-Kay, eu nunca vou te deixar, irei atrás de você onde

quer que esteja, porém, se quero ter força é para obter aquilo que move as

coisas e te proteger.

 

 

-Força é aquilo que move as coisas? Você pensa assim

Ryo?

 

 

-Não sei Kay, estou confuso, a única coisa que sei, é

que eu preciso de você.

 

 

Kaylani fica em silêncio, estava constrangida e

confusa com Ryoshi, a atitude dele, as coisas que ele estava falando, nada

fazia sentido para ela.

 

 

-Ryo, você é muito importante para mim também, você é

meu irmãozinho.

 

 

Ryoshi desvia o rosto, sua face demonstrava desgosto e

tristeza. Kaylani se sentia longe daquele menino que era seu amigo, não sabia o

que podia fazer para ajudar.

 

 

-Kay, está na hora de eu partir, queria poder levar

algo para lembrar de você... –Ryoshi a olhava intensamente.

 

 

-Bom... –Kaylani sorri e gentilmente pega seu rosário

e coloca no pescoço de Ryoshi- quando estiver com medo, saudade, segure forte

nele, enquanto você estiver com ele, estaremos juntos Ryo.

 

 

-O-obrigado. –Ryoshi a abraça com muita força e coloca

a mão no cabelo liso de Kaylani, acariciando-o levemente. Podia sentir seu

perfume doce, inebriando o ar.

 

 

Kaylani se afasta devagar, e olha-o tristemente, ela

iria sentir falta de seu amigo:

 

 

-Ryo... você precisa mesmo ir? Me espere, talvez eu

possa ir –é interrompida por Ryoshi.

 

 

-Não Kay, se quer ficar forte também, deve aprender

sozinha, eu nem sempre estarei com você. Se cuide por favor. –Ryoshi se levanta

e sai sem olhar para trás.

 

 

Kaylani sentia grande tristeza, mas ele tinha razão,

ela devia crescer. Buscar a força, para ajudar as pessoas ao seu redor, e ao

Ryo também.

 

 

-Ryo! –Kaylani grita -Se cuide!

Ryoshi havia entrado na cidade e sumido

por entre a multidão. Kaylani caminha para a Guilda dos arqueiros, a leste de

Payon, estava com certa tristeza, e uma coisa a dizia, que Ryoshi não estaria o

mesmo da próxima vez que se encontrassem, e ela faria o mesmo, queria estar

forte.

 

 

A guilda dos arqueiros se encontrava

vazia, Kaylani entrega os troncos, o Guia dos arqueiros se surpreende com a

quantidade:

 

 

-Nossa! Parabéns! Está aprovada, com esta quantidade

poderemos fazer vários arcos! Seu nome é...?

 

 

-O nome dela é Kaylani. –Diz uma voz feminina.

 

Em breve Capítulo 2 parte 2.[/bj2]

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Ah, começei a ler agora mesmo, do capitulo 1... não sou muito de ler fanfics, descobri esse tópico por acidente, rs... mas de qualquer modo, me surpreendi dessa vez (= Estou hipnotizado pela história, o cuidado com cada detalhe, personagens... é magnífico! Estou realmente muito ansioso pela continuação ^u^Muito obrigado por compartilhar essa história magnífica, Kaylani ^-^P.S.: estou bastante intrigado com o que pode ter acontecido ao Ryoshi /hmm

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Nossa John muito obrigada mesmo, fiquei muito feliz com seu comentário, achei que ninguém mais, além do Jabba e outros dois, estava lendo. Eu estava meio desanimada para postar, mas sempre estou colocando mais um pedaço da história, logo logo irei colocar a parte 2 do capítulo 2.Agradeço a todos que amam ler por virem aqui ^-^.Em breve estarei aqui com mais da minha história.Beijos.[/ok]

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Olá pessoal!!!!!!!!!!!Estou colocando a parte 2 do Capítulo 2 da minha fic. Espero que estejam gostando, apesar de poucos serem os que estão lendo... :-:Muitas coisas ainda estão para acontecer, aventuras, romances, lutas, sonhos, medos e etc.

Parte 2 do Capítulo 2

Kaylani olha para trás surpresa com a voz conhecida,

era Zion, que sorria esplendorosamente. Kaylani sorri e corre em direção a

amiga.

 

 

-Zion! O que faz por aqui? Tudo bem? –pergunta Kaylani

animadamente.

 

 

-Bom, vim a minha cidade natal ver como andam as

coisas, e vim ver meu primo, o guia dos arqueiros. Vejo que a pequena menina

passou por mais um teste de coragem.

 

 

-Prima ela está mais que aceita, tirou a nota mais

alta dos arqueiros aprovados hoje.

 

 

-Uau Kaylani. Meus parabéns! –Zion olha ao redor- Estou

curiosa em ver que está sozinha, onde se encontra o aprendiz seu amigo? –Zion

pergunta curiosa.

 

 

-Ele está em sua jornada para se tornar um espadachim.

Ele foi hoje.

 

 

-Sinto muito, mas talvez seja bom para você.

 

 

-Sentirei saudade, e irei ficar preocupada se ele

ficará bem.

 

 

-Querida, não se preocupe, aquele menino, é muito

forte.

 

 

-O senhor Told veio com a senhorita?

 

 

-Oh sim –diz Zion levemente corada nas faces- estamos

noivos, e ele está pelo mercado de Payon, sabemos que aqui possui muitas

iguarias.

 

 

-Acredita Zion que hoje teve um menino que virou

arqueiro que trouxe o mínimo de troncos? –Diz rindo o Guia dos arqueiros.

 

 

-Pobrezinho primo, e você já ia reprová-lo não é?

 

 

-Por pouco ele não é reprovado, havia faltado 1 ponto,

e ele encontrou um tronco estéril para ser colocado na lareira.

 

 

-Bom, pelo menos ele sabe se safar em situações

adversas. –Zion sorri.

 

 

-Kaylani ri- Zion, foi um prazer encontrá-la, e

parabéns pelo noivado, dê lembranças ao senhor Told.

 

 

-Muito obrigada! –Zion sorri.

 

 

-Bem, parabéns Kaylani, já é uma arqueira, aqui está

sua roupa e um arco como lembrança da guilda. Use-o sabiamente, que seu arco

possa protegê-la sempre em qualquer situação. Afinal, este agora é seu fiel

companheiro, nós arqueiros, não somos nada sem nosso arco. Você pode já se

trocar. E Bem vinda à classe dos arqueiros.

 

 

Kaylani pega sua roupa de arqueira e seu

arco com muito orgulho, ela não podia acreditar, finalmente poderia manejar o

arco, estava feliz, seu avô veio em suas lembranças, e a dedicação em lhe

ensinar aprendizados básicos. Seu avô sempre lhe falara que as coisas não

aconteciam facilmente, que necessitavam de grande aprendizado e esforço. Começa

a vestir seu macacão azul de tom claro, com mangas, e que ia até o início de

sua perna, coloca as luvas de couro, que protegiam as mãos no manejo com o

arco, em seguida, segura seu arco. Aquela era uma sensação maravilhosa, ter seu

próprio arco, era a sensação de liberdade, de que o início de seu jornada já

havia começado.

 

 

            Kaylani

termina de se arrumar e sai para o cômodo onde se encontrava o guia dos

arqueiros, percebe que Zion não mais se encontrava ali:

 

 

-Zion foi embora?

 

 

-Sim, ela pediu para eu lhe desejar sorte, disse que precisava

agilizar várias coisas.

 

 

-Entendo. –Kaylani sorri- Devo partir, obrigada

senhor.

 

 

-Kaylani, como acabou de ser declarada arqueira, devo

informar, que é de praxe, que muitos arqueiros não saibam manejar corretamente

o arco, por isto, na frente da guilda, ou no cômodo ao lado, temos alguns alvos

para os iniciantes arqueiros treinarem a sua pontaria. Seria bom você se

afeiçoar com seu arco.

 

 

-Obrigada senhor, pode deixar que irei treinar, apesar

de eu ter certas noções graças ao vovô. Irei lá fora, eu amo o ar livre.

 

 

-Fique a vontade.

 

 

Kaylani sai da guilda dos arqueiros, o

ar puro da floresta e o som de pequenos animais a fazia muito bem, ela olha ao

redor, havia um pequeno lago próximo a guilda dos arqueiros, aproxima-se

devagar segurando seu arco, e senta-se. A água era clara e cristalina, via-se

pequenos peixes nadando. Não sabia por onde começar, mas sabia que deveria

encontrar uma maneira de ficar forte, só assim poderia ajudar seus amigos e

aqueles que necessitavam. Kaylani se aproxima do lago, e olha seu reflexo, a

água ondulava levemente com o nadar dos peixes. Fecha os olhos, e em seguida,

os abre lentamente e vê o reflexo de um menino loiro na água, detrás de si.

Kaylani se assusta e cai com as mãos no lago, os peixes se agitaram e a água

não mais estava calma.

 

 

-O-oie! Sinto muito se te assustei! –estende a mão.

 

 

-Fiquei com os braços molhados, tudo bem, eu estava

totalmente desatenta.

 

 

-Meu nome é Seasons!

 

 

Seasons era um menino alto, possuía cabelos loiros bem

lisos caídos em sua face, seus olhos eram de um verde safira, sua pele era

muito clara, contudo levemente corada.

 

 

-Seasons, está perdido?

 

 

-Não, estou em Payon desde que meu pai, um ferreiro,

de educação rígida me expulsou de casa.

 

 

-Nossa, sinto muito Seasons... –Kaylani olhou o

arqueiro em sua frente. Ele a olhava, era um olhar pesado, apesar da face nova

e matreira.

 

 

-Não sinta, na verdade foi bom para mim, nós não nos

parecíamos, não dávamos certo juntos. Meu pai amava fazer armas, armaduras, e

eu não me interessava por aquelas coisas, na verdade, eu nunca tive paciência

com aquilo, e nem possuía o dom que ele tinha. Certa vez, ele me encontrou

tocando uma harpa que era da minha mãe, eu sempre a tocava quando podia, eu

sentia paz naquilo, e para falar a verdade, a única coisa que já fui bom em

toda minha vida é em tocar algum instrumento.

 

 

-Quando ele te encontrou... –Kaylani faz uma pausa,

sabia que aquele menino havia sofrido.

 

 

-Bom, ele me puxou, eu gritei com todas as minhas

forças, e falou que tocar aquilo era coisa de mulher, e que filho dele tinha

que ser homem.

 

 

-Nossa...mas é admirável tocar instrumentos, a música

traz todo tipo de sentimento de uma pessoa, além de terem poderes

desconhecidos.

 

 

-Bom, para ele não era, parecia ter um grande ódio de

bardos. Vá entender. Após isso, meu pai quis me marcar para sempre, disse que

eu tinha dedos de menina, que eu me parecia com a “desgraçada” da minha mãe, e

falou que eu devia ter aspectos de um homem de verdade, assim, ele retirou a

minha blusa, pegou uma espada que estava sendo forjada- me lembro até hoje, ela

havia sido encomendada por um cavaleiro do Rei Tristan, ele havia pago bem

caro, e havia pedido para que colocasse uma esmeralda próxima ao cabo, papai

tinha orgulho daquela espada, era encomenda valiosa e seria muito trabalhada- a

colocou dentro do fogo, a sala não estava totalmente escura por causa da luz

daquele crepitar, o suor do meu pai escorria por sua boca sorridente, eu só

consigo lembrar que eu gritei muito, ele ria alto, um sorriso que só de pensar

hoje me enoja, e passou a espada incandescente na minha testa e no meu peitoral.

 

 

Kaylani o olha de forma triste, aquele menino tinha

passado por muitas tribulações e provações em sua vida.

 

 

-Eu sei que aparentemente não possuo essas marcas, por

isso meu cabelo é bem longo sobre minhas faces, eu escondo a marca, e a do

peito também. Assim que ele fez isso, ele me soltou, me jogou na rua de

Prontera, e gritou que não teria filho burro e mulherzinha em casa. Que era

para eu sumir. E assim, foi o que eu fiz, aliás, foi o melhor a fazer mesmo,

agora sou mais feliz.

 

 

-Sinto muito mesmo Seasons. Não tenho nem palavras.

–Kaylani fita o chão.

 

 

-E como eu sou sortudo, quase não passo no teste de

arqueiro. –ri- A sorte é que tinha um tronco que ia para a lareira, mas eu o

peguei, e o guia permitiu e me aceitou.

 

 

-Parabéns, agora somos arqueiros!

 

 

-Sim, mas qual o seu nome? Esqueci de perguntar.

 

 

-Me chamo Kaylani. –sorri estendendo a mão.

 

 

-Kaylani, serei um bardo, irei compor muitas canções,

quer ser uma odalisca e me acompanhar por este reino onde a música me levar?

–Seasons pisca com cara de bobo.

 

 

-Sinto desapontar Seasons, mas serei uma caçadora,

este é meu sonho desde pequena, -ri- mas eu te faço outro convite, preciso

ficar forte para virar caçadora, vamos fazer um grupo e caçar monstros? Hoje

vou começar uma jornada para me tornar uma boa arqueira. Pelo que você me

falou, também quer ficar forte, então, podemos formar um grupo.

 

 

-Eu aceito! –Seasons começa a pular levantando os

braços.

 

 

Kaylani ri, e fita o menino que estava muito animado:

 

 

-Seasons, está entardecendo, vamos na minha casa, irei

te apresentar a minha mãe, lá poderemos nos alimentar e vermos onde poderemos

ir em seguida, que tal?

 

 

-Adorei!

 

 

Kaylani caminhava animadamente conversando com Seasons,

ele era muito animado e agitado, tinha ótimas idéias e olhava o mundo com uma

visão inocente, isso a deixava bem feliz, estar ao lado de seu novo amigo era

ter risadas a todo instante. Chegam a casa de Kaylani, sua mãe estava no

jardim, regando as flores coloridas e variadas, estava com um chapéu de verão

em sua cabeça, era largo de tons rosas mesclados com vermelho; quando avista a

filha, abre um largo sorriso:

 

 

-Querida, retornou em paz! –Allena fita a filha

sorrindo, e seu olhar se volta ao menino ao seu lado- trouxe um amigo filha?

 

 

-Sim mamãe, ele acabou de virar arqueiro, como eu, seu

nome é Seasons, iremos formar um grupo, para começarmos nossa jornada de

caçada, e explorar este reino, só assim poderemos entender o que se passa a

nossa volta.

 

 

-Oie senhora! –ri Seasons.

 

 

-Olá, que a benção esteja com vocês. Entrem, se vão

realizar uma jornada, vocês tem de estar descansados. –Allena parecia tensa ao

falar, Kaylani sentia um certo pesar no ar, mas não sabia explicar o que era.

 

 

-Obrigado senhora, estou faminto! –Seasons ri.

 

 

Kaylani ri do amigo e todos entram juntos, a janta

estava na mesa, havia suco de uva, um condor assado ao molho de ervas amarelas,

iguarias de Morroc, sua mãe sabia cozinhar muito bem. A sala estava toda

iluminada, o cheiro da comida inebriava o ar, Seasons enchia os pulmões, ele

estava fascinado com a comida a sua frente. A lareira crepitava, e o calor se

misturava ao ar puro e fresco da floresta adentrando pela janela aberta, dando

a sensação certa de conforto.

 

 

-Estou com tanta fome que acho que comeria um peco.

–diz Seasons lambendo os beiços.

 

 

-Pode ficar a vontade amigo. –Kaylani ri.

 

 

-Coma a vontade, vocês precisam estar fortes. Kaylani,

tem certeza que vocês precisam ir? Eu acho muito arriscado, você e seu novo

amigo fazerem uma jornada pelo reino, há muitos perigos. Por quê você não

desiste desta idéia e fica ajudando a mamãe em casa? –Allena parecia

preocupada, na verdade, nunca quis que sua filha seguisse os passos de seu pai,

Kaylani sabia disso.

 

 

-Mamãe, eu sinto muito, mas tenho que ir, eu sempre

tive o sonho de ser uma caçadora, e quero conhecer novos lugares, novas

pessoas, e ajudá-las no que for preciso. –Kaylani não conseguia imaginar sua

mãe em uma batalha, ela havia se tornado sacerdotiza, mas sempre estava em

casa, cuidando dos afazeres domésticos. Sua mãe era muito importante para ela,

mas havia muitos receios que ela sentia e ao mesmo tempo não explicava, deixava

Kaylani intrigada.

 

 

Seasons comia uma das pernas do condor com a mão e

prestava atenção na conversa, olhava de Kaylani para Allena e vice e versa.

Kaylani volta a comer vagarosamente, Allena fica em total silêncio, Seasons resolve

quebrar o clima:

 

 

-Senhora, não se preocupe conosco, ficaremos bem,

–mastiga falando- eu prometo que vou fazer o possível para proteger sua filha

dos monstros. –Seasons a olhava convictamente.

 

 

-Seasons, antes o mal fosse somente os animais.

 

 

-O que quer dizer mãe? –pergunta Kaylani intrigada.

 

 

-Nada querida, apenas quero que tome o maior cuidado

possível, você e Seasons, e por favor, me mande correspondência.

 

 

-Claro mamãe.

 

 

-Vou me deitar, vocês já vão?

 

 

-Sim mamãe.

 

 

Allena se levanta e vai em direção a sua filha,

parecia pesarosa, seus olhos continham certas lágrimas que teimavam em cair contudo

eram contidas. Kaylani a olha e a abraça, sua mãe era sua amiga, sentia-se bem

ao seu lado, mas algo a chamava ao longe, ela podia sentir e não podia fugir

disso. E no fim das contas sua mãe entenderia que seria por um bem maior.

Allena se despede de Seasons, que havia acabado de comer, e se retira, subindo

escada acima. Após Kaylani guardar os pratos, e guardar a comida da janta, ela

pega sua mochila, que já possuía comida, sua mãe a havia preparado. Kaylani

coloca suas flechas nas costas, em um acessório de couro que facilitava a

retirada ao manusear o arco. Seasons também estava pronto. Seasons olhava as

medalhas colocadas em uma prateleira de madeira bem talhada, próxima a lareira.

 

 

-São medalhas de honra, lealdade e fidelidade. –diz

Kaylani.

 

 

-Nossa, ela são lindas. São de sua mãe?

 

 

-Não, é do papai, ele recebeu da guilda dos

cavaleiros. Papai lidera um dos exércitos do rei. Ele viaja muito, sempre está

muito ocupado, eu o entendo, sinto falta dele, é um homem sábio e justo, mas

sei que ele trabalha para manter a ordem no reino. Eles tem o lema de defender

os fracos e oprimidos, se utilizam de preceitos de honra, verdade, justiça e

lealdade. Papai sempre me disse que um homem deve possuí-los, eles são

interligados e harmoniosos, um mantém o outro em equilíbrio.

 

 

-Mas Kay, e se alguém deixa de ter um deles?

 

 

-Papai me disse, que quando falta um deles, o

equilíbrio acaba, e vêm os problemas, a guerra, morte.

 

 

-Mas Kay, nem todos possuem isso, você acha que os

mercenários possuem? A morte é a companheira deles.

 

 

Kaylani sorri olhando as medalhas, seu olhar parecia

distante, talvez em algum momento de seu passado junto a seu pai.

 

 

-Eu acredito, que eles podem estar em qualquer das

pessoas, e principalmente nas que menos imaginamos.Seasons, eu acho que os

sentimentos que movem as pessoas, seja quem for, pode ter a verdade, a justiça,

a honra e a lealdade. Um mercenário, pode ser um lendário guerreiro nobre;

enquanto um cavaleiro, pode ser o pior tipo de ser humano, sem valores.

 

 

-Tem razão Kay, agora tentarei olhar os mercenários

com melhores olhos –ri sem graça- se é que isso pode ser possível –Seasons coça

a cabeça de forma nervosa.

 

 

-Seasons, acho melhor, dormirmos aqui em casa, vamos

esperar os primeiros raios do sol e partimos, a floresta a noite tem grandes

perigos.

 

 

-Acho que estou de acordo, prefiro não encarar nada

sinistro. –Seasons fala meio nervoso corando nas bochechas.

 

 

            Kaylani

e Seasons dormem na sala, seria uma longa noite, repleta de sonhos, dúvidas, e

anseios. Os primeiros raios de luz surgem pela janela, da rua, ouvia-se o

início do movimento dos mercadores montando suas lojas, a lareira já havia se

apagado, o fresco vento da floresta adentrava o cômodo, fazendo o ambiente

ficar um pouco gelado. Kaylani estava tendo  um pesadelo. Ela corria na escuridão, gritava

mas ninguém a escutava, haviam luzes que reluziam fracamente, ela não sabia qual

seguir, respirava profundamente, sentia medo, estava sozinha. Resolve seguir

uma luz a sua direita, caminha a passos rápidos, ouve um som de oração, passa

as mãos nos olhos, era sua mãe, que se encontrava sentada com um rosário e uma

bíblia nas mãos, ela chorava, e estava meio de lado, Kaylani não conseguia a

enxergar bem.

 

 

-Ma-mãe? Mamãe, o que está havendo, por que chora?

–Kaylani corre para perto de sua mãe e coloca sua mão em seu ombro.

 

 

Kaylani vê que sua mãe não a encarava, algo estava

escorrendo no chão, e  estava

escorregadio, Kaylani dá a volta para olhar sua mãe e leva um susto, fica

paralisada, havia uma cruz de ponta cabeça fincada em seu peito, e sangue

jorrava caindo pelo chão. A face de sua mãe era maligna, estava possuída. Não

poderia ser ela. Kaylani sai correndo, o sangue aumentava no chão, ela

escorrega e cai de joelhos, seu grito era lancinante, continua correndo sem

olhar para trás, quando o fôlego começa a acabar, ela olha para trás, a luz

havia se apagado. Contudo, outras luzes brilhavam ao longe. Era difícil ter

visto aquilo, não tinha mais forças, queria escapar. Kaylani senta-se no chão

se abraçando, seu corpo tremia, e o sangue a havia ensopado. Teria que criar

coragem para encontrar a saída, a luz da esquerda cintilava de forma

aconchegante. Resolve segui-la, lágrimas rolavam de seus olhos e se misturavam

a roupa suja de sangue, chega em um cômodo aconchegante, era um quarto, um

lampião iluminava em cima de uma mesinha de canto, na cama havia um menininho

de cabelos loiros, faces rosadas e mãos delicadas, seu olhar continha alegria e

curiosidade. Não podia ser, era Seasons. A harpa era longa e ficava dentro do

armário, o menino olhava curioso aquela descoberta, ele ria. Kaylani se

aproxima do menino, e o chama, ele parecia não perceber a sua presença, mas

constantemente olhava a porta com receio, Kaylani olha a porta, sente seu

coração se acelerar, sentia que o mal estava ali, era como se compartilhasse os

mesmos sentimentos do menino Seasons. O garotinho pega a harpa e a dedilhava em

toques suaves, seus olhos se fecharam, seu semblante era de imensa paz, o som

natural e sereno amenizou o coração de Kaylani, ela conseguiu por alguns

momentos sentir paz. Aquele menino era especial, tocava com maestria, ele e a

música eram um. De repente ouve-se um barulho vindo da porta, o menino para a

música, Kaylani se assusta e encara a porta apreensiva, tenta segurar o menino

e o chamar para correr, mas ele não a via e sequer a ouvia. Adentra um homem,

uma sombra tapava seu rosto, sua risada ecoava no ar.

 

 

-Pivete, você está no meu quarto, achou a maldita

harpa. Amaldiçoo o dia que aquela desgraçada o teve, um mulherzinha como você é

uma vergonha de filho.

 

 

O homem alto e robusto puxa o menino pela perna, ele

gritava e tentava se segurar na cama. Kaylani puxa o menino, mas não conseguia

o tocar, seu esforço era em vão. Kaylani grita o nome de seu amigo, mas o homem

o leva, e quando ela tenta correr para a porta, recebe um baque e cai para

trás. Kaylani se levanta, tenta puxar a maçaneta mas não conseguia abrir.

Começa a ouvir um show de torturas, os gritos a atormentavam, e era de Seasons,

ela queria poder ajudá-lo, mas não podia fazer nada. Isso a estava

decepcionando, por quê? Ela não podia ficar parada, e dúvidas surgiam em sua

mente. Kaylani começa a chorar com a cabeça grudada na porta, não podia mais

suportar aquilo; a porta se abre, Kaylani estava com os olhos inchados de tanto

chorar, então olha pela porta, a sala estava apenas iluminada pela fornalha,

nenhum sinal do homem alto, contudo, avista um corpo no local onde estavam

outras armas. Kaylani não tinha mais lágrimas para derramar, seus passos eram

contidos, o corpo estava imóvel na escuridão. Ela corre no quarto e pega o

lampião, e se aproxima do corpo, Kaylani grita, sua mão tremia e produzia o

mesmo efeito no lampião, distorcendo a luz emitida, o corpo estava sem pele e

sorria. O corpo de Seasons carbonizado se levanta, e a encara.

 

 

-Kaylani, olhe o que fez comigo.

 

 

-Se-Seasons...eu sinto muito...não –interrompe a fala

quase em estado de choque.

 

 

-A sua vida é perfeita, você sempre é protegida,

quando fará algo por alguém? Me responda! –Seasons grita esta última frase.

 

 

-Eu queria amigo...eu sinto tanto, me

perdoe...-Kaylani hesitava na fala, não conseguia mais chorar.

 

 

-A única coisa que faz é chorar, sua covarde, por sua

atitude estou infeliz para sempre, mas agora, vou te mostrar tudo o que passei.

–Seasons sorria, todo o seu corpo estava queimado, e o cheiro dominou o ar.

 

 

Kaylani se sentia sufocada, e vê que Seasons se

levantava da mesa, ele vinha em sua direção. Ela tenta correr mas tropeça no

corpo do homem alto, cai em cima do tórax do ferreiro e vê que seu corpo estava

todo picotado por lâmina e espalhado pelo chão. Kaylani grita, Seasons ri atrás

de si.

 

 

-Nada como uma boa vingança, não é? –ri alto.

 

 

-Seasons pense bem, você é um bom menino! Não faça

mal.

 

 

Seasons puxa o cabelo de Kaylani, ela sente uma dor

imensa, e começava a ser levada para a fornalha, mexe o corpo se contorcendo,

Seasons ria, e parecia não ser aquele menininho. Kaylani se impulsiona e segura

nas mãos dele, que começavam a sair pele queimada, consegue se soltar, contudo ele

a puxa pelo pé. Kaylani arrasta as unhas no chão e grita ao continuar sendo

puxada, Seasons pega uma adaga, com lâminas bem finas e cortantes, Kaylani

aproveita e sai correndo. Ouvia a voz dele gritando atrás de si, e foi

diminuindo progressivamente. Kaylani cai no chão, respirava aceleradamente,

passa a mão no cabelo, sua cabeça estava doendo, olha para trás, a luz esquerda

havia se apagado, a do meio brilhava devagar e parecia distante. Kaylani se

levanta, estava com medo do que poderia mais encontrar em seu caminho, seu

rosto mostrava que estava triste, insegura, infeliz. A dúvida e o medo agora

tinham tomado conta de si própria, nada conseguia acalmá-la, queria acabar logo

com isso. Kaylani chega no topo de uma montanha, a névoa cobria o ambiente,

ouvia-se somente seu respirar descompassado, ela aperta os olhos e avista

alguém ao longe. Caminha devagar, o menino se vira e sorri para ela, seu olhar

era de amor e alguma coisa não possível de ser identificada, e Kaylani não

havia notado tal fato.

 

 

-Ryo...

 

 

Kaylani sai correndo e pula nos braços de Ryoshi,

sentia-se segura, o medo transbordava em seu peito, tinha certeza que seu amigo

iria ajudá-la.

 

 

-Meu amor, o que houve?

 

 

-Ryo, como assim amor? –Kaylani se afasta assustada.

 

 

-Eu te amo, com toda a minha força. –Ryoshi segura

forte o rosto de Kaylani quase possessivo e aproxima-se para beijá-la. Havia um

sorriso meio sinistro em seus lábios.

 

 

-Não! –Kaylani se solta dele rapidamente- Você é um

irmão para mim, quem é você?

 

 

-Este sou eu.

 

 

-Não, você não tentaria fazer isso.

 

 

De repende o chão começa a rachar, e a montanha vira

um vulcão, a neblina pura da montanha, se torna um vapor sufocantemente quente.

Ryoshi tinha um rosto sério, seu corpo estava ficando com tons avermelhados,

como em uma magia que estava o tomando, ele se aproxima de Kaylani e a levanta

pelo queixo, a força de sua mão a queimava e aquele olhar, era o mesmo

determinado e vazio do campo de aprendiz. Kaylani se debate, não podia

acreditar, Ryo, seu amigo também estava diferente. Sentia o calor do magma

penetrando em seu corpo.

 

 

-Isso é o que eu sou.

 

 

-Ry-o, está me sufocando... –Kaylani susurrava as

últimas palavras.

 

 

Ryoshi a levanta mais alto no ar, Kaylani sentia-se

fraca a ponto de desmaiar, em seguida, sente seu corpo sendo arremessado no vulcão,

ele sorri, Kaylani foi caindo, a imagem de Ryoshi ia desaparecendo, em seguida,

fecha os olhos, era uma fraca, mas não tinha mais forças para suportar.

 

 

Kaylani acorda em um impulso, estava em sua sala,

sentiu-se um pouco melhor, havia sido um pesadelo e nada mais. Seasons dormia

serenamente, encolhido. Kaylani caminha até a janela com muitas dúvidas, o

vento sopra forte fazendo seu cabelo esvoaçar. Era hora de partir, seja o que

encontrasse no seu caminho, ela iria enfrentar, se aquele pesadelo quisesse a

ter dito algo, ela iria tentar compreendê-lo. Kaylani acorda Seasons:

 

 

-Seasons, temos que partir.

 

 

-Um poring... –sonolento.

 

 

-Seasons, acorda amigo. –Kaylani o sacode levemente.

 

 

-Um poring pegou minha bota... –Seasons sonolento.

 

 

-Seasons!

 

 

Seasons acorda com um susto procurando a bota, Kaylani

começa a rir.

 

 

-Onde ela está?

 

 

-Acho que está no seu pé –Kaylani ri apontando para o

pé dele- bom dia! Se, devemos ir, estamos atrasados.

 

 

-Claro Kay, mas não iremos comer nada não? –Seasons fala

sorrindo.

 

 

-Não, na floresta, paramos e comemos alguma coisa. Não

quero perder tempo.

 

 

-Bom, ok, vamos á luta! –Seasons faz um grito de

guerra.

 

 

Em breve, Capítulo 3: No coração da floresta

Pessoal, até a próxima! [/ok]

 

 

 

 

 

 

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 Muito boa, muito boa mesmo! Onde tá esse pessoal que não ta vendo essa fanfic ótima aqui??

Kay, apesar de serem poucos os comentários, tenho certeza que são o mais sincero possiveis, e espero que você poste sempre mais e mais, isso que você está escrevendo é arte, e eu aprecio muito! Espero que isso te de pelo menos um pouco de motivação, por favor não largue essa fanfic, é uma das melhores que ja li!

Espero a continuação, até mais!

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Obrigada MagusHaseo!Obrigada por você sempre estar aqui prestigiando a minha fanfic, você e os que sempre marcam presença. Fico triste por serem poucos os que lêem, sei que vocês gostam e sempre tentam me animar a postar. Em gratidão a vocês, eu sempre estou aqui.Continuarei colocando a minha história, obrigada mais uma vez.Em breve mais um capítulo.

Até! [/ok]

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O desfecho do capitulo 2 está maravilhoso, como era de se esperar ^-^ Nessa continuação, eu senti uma mudança absurda no modo como a história estava caminhando, está realmente in-cri-vel! \õ/ O modo como você escreve me permite entender os sentimentos das personagens, a tensão de cada momento... Kaylani, sou seu fã *-* Ah, e quanto ás pessoas que lêem... bem, meu conselho é o seguinte: se você realmente gosta de escrever, se realmente se sente feliz escrevendo, por favor, continue, vale a pena tanto pra ti como para as pessoas que lêem e se encantam =D É verdade que não se faz arte sem público, mas eu penso que é realmente importante que o público se sinta profundamente atraído pela sua obra, correto? ^-^ (ao menos eu me sinto assim, não sei quanto ás outras pessoas que estão acompanhando a fic :b)Bem, é isso ^u^ Aguardo ansiosamente pela continuação, Kaylani. E por favor, continue escrevendo assim (-:[ ]'s(ah, e peço desculpas se eu "ressuscitei o tópico" sem nenhum motivo aparente x.x)

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Olá! Aqui estou eu mais uma vez, postando a minha história, e claro, agradecendo de todo coração e vocês que sempre acompanham a fic. Obrigada John, Magus e a todos pelas palavras de carinho.

Capítulo 3: No coração da floresta

Parte 1

 

 

            O dia

estava calmo em Payon, o cheiro forte das comidas típicas dos mercadores mexiam

com o estômago de Seasons, que parecia meio desanimado. Kaylani olha o amigo e

sorri:

 

 

-Se, porque essa carinha desanimada, hoje iremos

iniciar nossa jornada.

 

 

-Meu estômago está doendo. Mas pode deixar, vamos em

frente.

 

 

Kaylani e Seasons entram na floresta, muitos arqueiros

e outros guerreiros encontravam-se caçando, aquela rotina era necessária, para

livrar da infestação de monstros perto das cidades. Seasons pega seu arco, em

seguida segura uma de suas flechas e a coloca no arco.

 

 

-Se, a flecha está ao contrário. –Kaylani se aproxima

do amigo e ajeita a flecha no arco de tamanho médio, feito de forma simples.

 

 

-Oh claro! Eu estava desatento, olhando o horizonte

–Seasons ri sem graça.

 

 

Seasons mira em um esporo, o animal ao vê que iria ser

acertado, pula para dentro do arbusto em meio á floresta.

 

 

-Hunf, volte aqui! –Seasons sai disparado atrás do

pequeno animal.

 

 

-Se? –Kaylani olha ao redor, Seasons tinha sumido,

tinha prestado atenção em um grupo de aventureiros caminhando juntos, havia um

espadachim que se assemelhava a Ryoshi, uma noviça que era loira e ria

descontraída e um mago compenetrado que dava passadas leves e precavidas, ela

pensa que poderia ser Ryoshi no meio deles, tenta olhar a face do jovem

espadachim, quando ele olha em sua direção, Kaylani nota que não era ele, fica

desapontada, ela olha para todos os lados e não acha Seasons,  recolhe suas

coisas do chão e começa a andar pela floresta e chamar o nome do amigo, ele não

respondia.

 

 

Kaylani foi adentrando a floresta de Payon, a

vegetação naquela parte estava mais fechada, e já não se viam mais aventureiros

iniciantes como ela. Estava preocupada, como podia Seasons sumir tão

rapidamente? Após muito andar, ela sempre parava no mesmo lugar, parecia estar

andando em círculo. Ainda era dia, e olhando pelas frestas das copas das

árvores, via-se o sol reluzente.

 

 

-Não pode ser, estou perdida na parte fechada da

floresta, e nada de encontrá-lo.

 

 

Kaylani tem uma idéia, uma forma de ela tentar não

andar em círculos, aproxima-se da árvore:

 

 

-Sinto muito amiga, espero que não doa.

 

 

Kaylani pega a ponta de uma de suas flechas e marca a

árvore levemente, fazendo um pouco da crosta cair. Ela, apesar de sozinha,

sentia-se bem de estar na floresta, o som era puro, não era carregado de vozes

de mercadores ou pessoas, havia a voz da natureza, e ela tinha uma ligação

forte com a mesma. Precisava encontrar Seasons, ele poderia estar em perigo, e

eles não poderiam ficar na densa floresta de Payon, era perigosa a noite.

 

 

Kaylani foi marcando as árvores, algumas vezes acabava

saindo no mesmo local, porque via que já tinha uma árvore marcada. Ela havia

andado muito, de repente, ouve vozes ao longe. Caminha pela floresta, que devido

a iluminação do sol na copa da árvore, ficava de um tom verde por dentro, era

fresco dentro da floresta, as árvores proporcionavam temperatura agradável, era

fresca e úmida. Kaylani passa por uns arbustos e vegetação e encontra Seasons.

 

 

-Aha! Te achei agora. –ri Seasons.

 

 

-Se...não se aproxima, fique parado. –Kaylani falava

pausadamente olhando-o.

 

 

-Mas por quê? Estou caçando essa coisinha folgada,

correu pela floresta toda, nem consegui mirar nele.

 

 

O pequeno animal de tons roxos, e olhar inofensivo

tremia, Seasons sorria fitando-o.

 

 

-Se, isso não é um esporo comum, ele é venenoso!

 

 

-O-oquê? Não mas esse é diferente.

 

 

-Ele é filhote, as manchas estão de tonalidade mais

clara, se afaste dele. –Kaylani falava baixo para não assustar o animal.

 

 

Ela estava paralisada, olhava Seasons que parecia não

ter escutado nada do que havia falado.

 

 

-Se vamos embora!

 

 

Seasons pega seu arco e mira no pequeno animal.

Kaylani grita para ele não atirar. Seasons não ligava para o que ela estava

falando. Ele acerta uma flecha no chão, ao lado do animal.

 

 

-Errei!

 

 

-Se já te falei!

 

 

O animal corre e esguicha um ataque venenoso na face de

Seasons, e sai correndo pela floresta.

 

 

-Seasons! –grita Kaylani.

 

 

Seasons solta o arco, seus olhos viram e ele desmaia,

Kaylani corre na direção do amigo. Começa a gritar, chamando-o, sacudindo

lentamente seu corpo. Seasons abre os olhos devagar, não conseguia sentir bem

seu próprio corpo, sentia-se fraco e nauseado.

 

 

-Kay, e sou um idiota.

 

 

-Não diga isso, fique quieto, vou atrás de um antídoto

para você.

 

 

-Aquele filhote, me deixou envenenado. Eu não devia

ter ido atacá-lo.

 

 

-Sim, Se, tem que tomar mais cuidado, com a natureza

não se brinca, mas não é hora de discutir isso, vou encontrar uma forma de

curarmos você, está bem? Kaylani nota que Seasons estava dormindo, ou estaria

desmaiado novamente? Ela sabia como curar veneno, sua mãe a havia explicado,

teria que encontrar ervas verdes, não tinha tempo a perder, teria que ser

rápida, esse tipo de veneno vai debilitando a pessoa até a morte. Precisava

deixar Seasons sozinho por alguns instantes. Ela coloca sua mochila embaixo da

cabeça do menino, faz uma prece, e se levanta rapidamente. Kaylani olha Seasons

dormindo, parecia que estava em um sono profundo, sua cabeça pendia de lado. A

única coisa que pensava era que tinha que ajudá-lo, não queria que seu amigo

morresse. Pega a flecha que estava usando para marcar as árvores e corre pela

floresta, os sons de sua bota passando pela vegetação era o único que

sobressaía entre os demais.

 

 

Após muito correr e marcar as árvores, Kaylani avista

uma fumaça, começa a se animar, a esperança brotando em seu coração, havia

alguém ali, poderia pedir ajuda. Corre o mais rápido que pode e avista a

fogueira, sente seu corpo sendo empurrado ao chegar próximo de uma árvore, cai

com força no chão e olha para a pessoa que estava á sua frente, caída em cima

de si própria. Era um espadachim, tinha cabelos azuis escuro, com uma franja

caída sob um dos olhos, tapando-o, seus olhos eram do mesmo tom, eram

marcantes, um olhar precavido e tormentoso, mas que a fitava de forma tão

intensa que não a deixava fugir, sua pele era clara contudo corada. O

espadachim a olha questionador e ao mesmo tempo arrependido.

 

 

-Me perdoe. –Se levanta e puxa Kaylani com as mãos.

 

 

-Bom, tudo bem.

 

 

-Eu achei que havia algum perigo, algum saqueador por

aqui, é que ouvi o som de botas ao redor do meu acampamento, e como estou em

mata fechada... –o espadachim falava.

 

 

-Tudo bem, me desculpe por assustá-lo. É que estou tão

nervosa, que saí correndo o mais rápido que pude.

 

 

-O que houve? Posso ajudá-la.

 

 

-Meu amigo, ele está envenenado, preciso de ervas

verdes. –Kaylani dizia nervosa.

 

 

O espadachim se aproxima da mochila que se encontrava

próxima a fogueira, e retira algumas ervas. Aproxima-se de Kaylani.

 

 

-Nunca deixo de andar com elas, nunca sabemos quando

vamos precisar. –a olha de forma intensa, como se pudesse querer ler seus

pensamentos.

 

 

-O-obrigada, não sei como agradecer. –Kaylani pega e

dá meia volta.

 

 

-Espere.

 

 

-Sim? –Kaylani o encara.

 

 

-Irei com você. –O menino fala decidido.

 

 

-Tudo bem, obrigada.

 

 

Ambos caminham pela floresta, o espadachim estava

calado pelo caminho, e olhava as marcas nas árvores.

 

 

-Você que fez?

 

 

-Sim, foi minha única alternativa, é que eu precisava

encontrar meu amigo, tive que marcar as árvores.

 

 

-Uma ótima maneira de encontrar a saída.

 

 

-Bom, sim, mas como dizia meu avô, devemos respeito á

natureza, para agirmos de alguma maneira, tem que haver um sentido. Devemos

respeitá-la e sermos gentis com ela.

 

 

-Sim, tem razão, dizeres de um caçador?

 

 

-Sim, -Kaylani sorri- obrigada pela sua ajuda...qual o

seu nome?

 

 

-Meu nome é um tanto diferente, meus pais o deram a

mim e dizem que eu simbolizo isso.

 

 

-Nossa, como se chama?

 

 

-fOrCe, esse é o meu nome. –ele a encara, com aqueles

olhos sérios e desvendadores.

 

 

-Lindo nome, -Kaylani sorri- me chamo Kaylani.

 

 

-Seu nome é bonito, é diferente.

 

 

-Ele significa mar e céu.

 

 

-O mar e o céu são as coisas mais bonitas da natureza,

mas uma das coisas que muito me fascina é a lua. A lua é solitária, misteriosa,

ela te dá a luz mais não te esquenta.

 

 

-É verdade.

 

 

Chegam ao local onde Seasons estava, sua pele estava

de tons roxos levemente. Kaylani corre e senta ao lado do amigo. fOrCe estava

de pé, um pouco ao longe vendo a cena.

 

 

Kaylani vira o rosto de Seasons para cima, abrindo

seus lábios, em seguida, espreme a erva verde sob sua boca.

 

 

-Ele logo irá melhorar. Vou levá-lo ao meu

acampamento.

 

 

-Mesmo? Muito obrigada!

 

 

-Não agradeça, é o meu dever.

 

 

fOrCe segura Seasons e o coloca sentado

nas suas costas, de forma que a cabeça do mesmo ficou deitada em seu ombro na

parte de trás. Kaylani pega sua mochila, caminhava um pouco atrás do

espadachim, ele era alto, usava o traje típico de espadachim, e tinha uma

espada longa em sua cintura. fOrCe era misterioso, mas Kaylani sentiu grande

simpatia por ele. Será que ele havia encontrado Ryoshi? Depois perguntaria.

 

 

Haviam chegado ao acampamento de fOrCe, ele havia

deitado Seasons perto da fogueira. fOrCe olha Kaylani que estava sentada do

outro lado da fogueira.

 

 

-Por que estão aqui?

 

 

-É que estamos em uma jornada, por Rune Midgard, de

crescimento pessoal, para ajudar as pessoas.

 

 

-Bom, muito bom. Também estou nesta jornada.

 

 

-Mesmo? Que legal -diz Kaylani animada.

 

 

-Mas não vá achando que é fácil. Não é brincadeira.

Existem muitos perigos, viagens requerem atenção e às vezes sacrifícios.

 

 

-Eu sei disso tudo, não vou desistir de fazê-la, por

mais que as pessoas falem.

 

 

-Não estou falando para deixar de fazê-la, só quero

reafirmar sua convicção nela.

 

 

Kaylani fica calada, ele era frio, mas continuava

sendo um mistério para ela, queria descobrir mais coisas dele.

 

 

-Eu conheci meu amigo na guilda dos arqueiros, desde

ontem, resolvemos nos aventurar. Você quer ir conosco?

 

 

-Sim, mas não sei se poderei ficar muito com vocês.

Meu tempo é pouco, mas será um prazer.

 

 

-fOrCe, o que você vai ser?

 

 

-Meu sonho, é ser um templário.

 

 

-Nossa, um templário? São guerreiros difíceis de se

ver, sempre são prestativos, pelo o que já pude saber, meu pai já me falou

sobre eles, que são guerreiros valorosos, que possuem muita fé, que na

realidade, a fé os guia, faz parte deles.

 

 

fOrCe a olha de forma intensa e depois fita o fogo.

 

 

-A muito antes de eu iniciar esta jornada, quando era

um pouco mais novo, eu soube por uma conversa de uns cavaleiros na rua, que

haviam visto um templário em combate, que ele usava a força da fé, e havia

dizimado vários monstros em uma invasão, e ainda socorreu os feridos que se

encontravam no local, falaram que este templário estava em uma missão secreta

do Rei. Desde aquele dia, eu quis ser um templário, procurei ao máximo saber

sobre eles. E esse é o meu sonho. Ser um templário é ter a fé como o escudo e a

justiça como a espada, é ter o dever de proteger as pessoas acima de tudo,

mesmo que isto custe a própria vida. Bom, pelo menos é isso que eu acredito.

 

 

Kaylani havia ficado admirada, era muito bonito ouvir

aquilo. Templários eram guerreiros dedicados. Kaylani sorri levemente.

 

 

-O que você me falou, é muito bonito.

 

 

-Não há tanta beleza assim, os templários vivem em

missões para a igreja, tem de combater o mal que se alastra a cada canto deste

mundo, deve ser difícil ver tanta desgraça.

 

 

-Mas o bom, é saber, que se está fazendo algo para

mudar o mundo.

 

 

-Sim, eu concordo.

 

 

fOrCe e Kaylani ficam em silêncio, o som da floresta

predominava, sons de pequenos animais. Seasons se levanta devagar.

 

 

-Se! –Kaylani se levanta e vai para perto do amigo.

–Está melhor? Como se sente?

 

 

-Kay...estou com fome, só isso, e minha boca está com

um gosto horrível.

 

 

Kaylani encara o amigo rindo:

 

 

-Graças a Deus vejo que está bem, já está até com

fome. E sobre o gosto ruim, foi a erva verde que deixou esse paladar em sua

boca.

 

 

-Ei, quem é aquele? –Seasons encara fOrCe.

 

 

-Chama-se fOrCe, ele salvou sua vida, agradeça, e nos

aceitou em seu acampamento, e agora, vai entrar em nosso grupo para fazer a

jornada.

 

 

-Olá, muito obrigado por salvar minha vida, te devo

uma amigo.

 

 

-Não há de quê, apenas cumpri com meu dever. Fico

feliz que tenha melhorado.

 

 

-É bom ter mais um no grupo –Seasons ri.

 

 

-Bom, primeiro lugar que penso em ir, após este é

Morroc.

 

 

-O quê? A cidade dos assassinos, ladrões, gente de má

índole? –Grita Seasons estupefato.

 

 

-Se, nem todos são assim lá, já te falei. –Kaylani

comenta.

 

 

-Ela está certa Seasons, não devemos julgar ninguém

sem conhecê-lo, ou sabermos a justificativa de suas atitudes.

 

 

-Gente eu entendo o ponto de vocês, mas continuo com

essa minha opinião, eles lá matam por diversão. –Seasons retrucava.

 

 

-Estou certo que ainda irá mudar de opinião. –fOrCe

rebate confiante.

 

 

-fOrCe, mas por quê quer ir lá? Tem algo em mente?

–pergunta Kaylani.

 

 

-Na realidade, não, apenas sei que é bom para caçar

monstros.

 

 

-Queria pedir um favor a vocês, -Kaylani fitava o chão

da floresta- é que tenho um amigo, ele foi se tornar espadachim, se chama

Ryoshi, eu queria visitar a cidade onde está a guilda dos espadachins, Izlude,

para ver se o encontro, assim ele pode entrar em nosso grupo.

 

 

-Por mim tudo bem, podemos ir após Morroc.

 

 

-Por mim também, Kay. –diz Seasons.

 

 

-Obrigada. –Kaylani sorri.

 

 

-Eu não ia passar mais uma noite na floresta, mas já

está caindo o dia, então devemos tomar cuidado, Kaylani, quer ir comigo pegar

uns troncos, para colocar na fogueira? Seasons fica e vigia o nosso

acampamento.

 

 

-Aceito. –sorri Kaylani.

 

 

-E eu fico aqui? Ok né. –Seasons diz a contragosto.

 

 

-Estaremos por perto, qualquer coisa grite, ok? Olha,

deixarei minha espada aqui com você, qualquer coisa a use, e grite.

 

 

-Ok fOrCe, não sei manejar espada, tenho meu arco, mas

obrigado, vá com a Kay e cuide dela. –Seasons acena lentamente.

 

 

Kaylani e fOrCe caminhavam juntos, o silêncio os

acompanhava, Kaylani recolhia os galhos das árvores caídos no chão, assim como

fazia fOrCe. Ela queria quebrar o silêncio, mas não sabia como fazê-lo.

 

 

-O Ryoshi, seu amigo, é especial para você?

 

 

-Sim. Mas o que quer dizer? –pergunta Kaylani

constrangida.

 

 

-Ele é mais que um amigo para você?

 

 

-Não, ele é como um irmão para mim. Somos amigos desde

criança. E ele seguiu a jornada dele, mas eu disse, que sempre estaríamos

juntos, então, estou atrás dele.

 

 

-Entendo. –fOrCe a olha. –Estamos no coração da

floresta.

 

 

-Tem certeza?

 

 

-Sim, pode-se notar pela copa das árvores, o caminho é

fechado, sair daqui é um pouco complicado, a floresta aqui é mais selvagem, é

como se ela nos vigiasse a cada instante para proteger a si própria e a vida

que está aqui dentro dela.

 

 

-Sim, tem razão, posso sentir isso. Mas amo o ar puro

da floresta.

 

 

-Eu também, contudo tudo que é belo, traz o trágico

por trás.

 

 

Kaylani fica em silêncio. Não sabia porque mas havia

lembrado de seu pesadelo. Sente o arbusto mexer ao seu lado, e se assusta:

 

 

-fOrCe! Há algo ali!

 

 

fOrCe se aproxima rapidamente empunhando a espada com

força, olhava intensamente o arbusto, havia se colocado na frente de Kaylani,

os olhos fitavam firmes o arbusto, Kaylani estava atrás dele. Pula perto deles

um sapo de roda, e ambos riem. O sorriso dele era comedido, e trazia uma

sensação de liberdade a Kaylani, mas em seguida, ele para de sorrir e volta com

a expressão séria, compenetrada.

 

 

-Kaylani, conhece o mar?

 

 

-Não, mas é o meu sonho, sempre quis ver o mar.

-Eu prometo que um dia te mostro o mar.

 

Em breve a parte 2[/ok]

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O capitulo 3 é ótimo, como era de se esperar *-*Ah, eu estou adorando o modo como a história está caminhando, e aprendi algumas coisas com a curta jornada que os personagens tiveram, como a persistência do Seasons com seu sonho, por exemplo; me impulsionou a seguir com algo que eu considerava impossível que uma pessoa como eu pudesse fazer ^u^ Maaais uma vez; obrigado por compartilhar com o fórum essa história incrível, Kaylani :BBem, eu ainda estou ansioso pra saber o que aconteceu com o Ryoshi, o personagem que mais me chamou atenção :bÉ isso, aguardo ansiosamente pela continuação do capitulo 3 õ// *leitor de plantão*

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Olá John022! Fico muito feliz por você estar gostando, e cada vez mais ativo na leitura da minha fanfic, mais uma vez agradeço o carinho e o prestígio. É incrível poder ver que estou fazendo alguém feliz com a fanfic, era isso que eu tinha em mente.Logo logo estarei colocando mais uma parte, e mais uma vez obrigada.

Até![/ok]

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