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Willen

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  1. Willen

    OverPower!1!

    Tenso. Eu li todas as fics dele faz séculos. Não pensei que alguem daria ress aqui....mas já como é área de fanfics né, acho que isso não é ruim. Boa fic sim...
  2. Sábias palavras.Também concordo A sua fanfic é boa. A história é um tanto diferente e não ví erros de português gritantes. Notei uso de palavras em maiúsculo nas frases, mas essa é uma visão pessoal minha, então não falarei nada sobre elas xDContinue, está muito boa.
  3. Gostei. É uma fanfic interessante. Não detectei nenhum erro gritante, só alguma coisa de pontuação, mas minimamente. Bom enredo, eu estou curtindo. Continue aí ^^
  4. Olá Erick Wizzard, vim pedir uma fanart sua, pois achei incrível cada desenho seu. Eu queria uma fanart do meu Cavaleiro Runico, onde na fanart ele estaria com a armadura dourada como na SS, só que com a Capa branca, no cenário queria ele sentado num trono de Ouro igual a de um castelo, so que de ouro *-*(já viu que tenho obsessão por dourado/ouro) Nele , ele estaria numa posição de magnânimo, com a coroa “poder das runas 1[]” na cabeça como na SS, no cenário se poder colocar 2Leões Rugindo, na frente do trono tbm me faria uma pessoa mais feliz o.o Nome do meu char é Leão Imperium, se poder colocar na fanart o nome dele e tbm a frase “Poder Leonino” (sou obcecado pelo meu signo de Leão” o.o) agradeceria muito. Quero a imagem no tamanho de 1440x900 no formato de wallpaper. Espero não ter exagerado, se exagerei faça como quiser. Obrigado SS do personagem: Uploaded with ImageShack.us Uploaded with ImageShack.us Uploaded with ImageShack.us Uploaded with ImageShack.us
  5. Cara....só lamento véio... não adianta ficar reclamando muito nesses casos. Com alguma sorte você consegue....com alguma sorte.
  6. Para que vocês possam entender e apreciar a fanfic da melhor forma possível, recomendo que cliquem nos megafones: , e escutem as trilhas sonoras, pois muitas delas serão "tocadas" na fanfic, conforme o desenrolar da história. Boa leitura. por Willen Leolatto Carneiro Revisão: Roxie Rocks Artes Internas: Heitor Edições Gráficas: Vini "Nightmare" Eram tantos livros, tantas prateleiras, que mal se podia ver o sol por causa da escuridão gerada pelas cortinas esfarrapadas, que cobriam as janelas e impediam de se encontrar um título específico. Mas não era isso que o homem de manto negro buscava naquela manhã quente. Havia passado a noite em um pequeno quarto de hóspedes do castelo, logo ao lado havia a sala repleta de livros e estantes empoeiradas. O clima estava ameno depois da noite tempestuosa que passou. Mesmo usando uma grossa capa escura e trajando vestes largas, não estava quente para aquele homem que outrora estava no meio da tempestade. Sua feição era de seriedade enquanto passava a mão por cima dos balcões empoeirados, sentindo o cheiro de mofo que o tempo e o clima deixaram se proliferar. Seus olhos percorriam as capas dos livros que eram cobertas por poeira, e outros estavam gastos e velhos, perdendo a cor e desfiando pouco a pouco. Os olhos esverdeados pairaram sobre um livro de capa preta, na parte mais alta da prateleira. Aquela estante era muito mais alta que o homem, mas ele conseguiu alcançar o livro apenas esticando seu braço, deixando revelar suas mangas vermelhas por baixo da capa. Pegou o livro de capa de couro, escurecido e arranhado. Soprou então a capa para retirar o pó e ler o título, gravado a fogo no couro e tingido de um vermelho escurecido. - “Compendium Alica - Tempus Nigrum” – A voz grave dele resoou ao pronunciar o nome do livro. Seus olhos brilhavam de uma maneira fascinada, mas havia tristeza no fundo. As mechas acinzentadas que recaiam cobrindo parte da face tocaram de leve as suas pontas no livro, empoeirando-se um pouco. Lentamente, se afastou da estante e sentou-se em uma cadeira, próxima à parede onde havia também uma mesa de madeira com uma toalha por cima. Estava marrom de tanta sujeira, mas o homem não se importou de sentar e colocar o livro sobre ela. Abriu-o e começou a folhar, lentamente, buscando algo em suas palavras antigas. Quatroze Anos Atrás... - Querido. Não precisa fica impaciente, ela deve ter achado alguma coisa. – A voz melodiosa da morena trazia uma tranquilidade imensa para o homem alto de cabelos prateados. - Eu sei Melody. Mas faz anos que não a vemos, então talvez tenha mais do que informações. – Tenkisei falava em um tom mais sério, embora sua face esboçasse um sorriso para sua esposa. Depois de passarem pela fervorosa multidão de Prontera, os dois seguiram rumo para o norte, indo até o majestoso castelo real de Prontera. No caminho, poucas pessoas tumultuavam, perto de uma pequena praça que continha uma estátua, desenhada na forma de duas mãos se apertando. A Estátua da Amizade, que figurava o centro da chamada “Praça das Mãos”, era o ponto de encontro de muitos aventureiros e amigos desde que ela foi construída. Passando pela praça, Melody abraça o braço direito de Tenkisei e sorri para o músico, que retribui de forma carinhosa com um largo sorriso e uma carícia no rosto. Quem passava por eles reconhecia-os pelas performances feitas em outras cidades, inclusive o duelo entre o maestro e o menestrel Johann Klaustrus, há pouco tempo. Saindo da rua principal, o casal ficou à frente de um portal de entrada que dava na ponte do castelo. Havia um guarda ao lado da entrada e ficou encarando Tenkisei, admirado, enquanto os dois avançavam para a ponte. A entrada do castelo era imponente, magnífica, talhada nas pedras claras que davam um ar antigo, mas muito refinado à construção. O casal andou até atravessarem o primeiro salão, e então subiram um lance de escadas cobertas por um tapete vermelho com bordados amarelos. Um som suave de piano começou a ecoar conforme eles subiam a escadaria. Era um som doce, fino e bem trabalhado. Ao ouvir a música, Tenkisei olhou para Melody, que respondeu com uma feição animada. - Nada mal. Ela está evoluindo muito. – O músico acelerou o passo e subiu as escadarias mais rapidamente, com a musa logo atrás. - Afinal, você foi o professor dela, Tenki. – Melody falou com um largo sorriso. Os dois subiram e chegaram a uma sala repleta de estantes, atulhada de livros. Estavam limpos, conservados e muito bem organizados, divididos com vários pedaços de papel que notificavam a natureza do conteúdo. Embora o local fosse bem decorado, com mesas cobertas de tecidos caros e as paredes de mármore, não havia ninguém ali. O som vinha de uma antessala, atrás de algumas cortinas de veludo vermelho que escondiam a passagem. Tenkisei olhou para sua esposa, que assentiu positivamente. Eles puxaram a cortina devagar e então entraram na antessala. Ao chegar ao local, se depararam com uma jovem sentada à frente de um enorme instrumento preto, alongado e com várias teclas brancas e pretas. As notas daquele piano ressoavam conforme a jovem tocava rapidamente as teclas, mesclando as notas graves para formar a base, as várias notas mais agudas tocadas singularmente para formar uma sequencia de sons. A jovem de cabelos longos, enquanto tocava o piano, balançava suavemente sua cabeça conforme as notas que tocava. Seu corpo, trajando um vestido longo e negro, exibia sua bela silhueta até a cintura, onde começava a barra da grande volumosa saia. Tenkisei e Melody olhavam encantados para a garota, embora a musa mantivesse um olhar um pouco mais cuidadoso. - Então vieram fazer uma visita? – A garota falava ainda concentrada na música em seu piano. O casal se manteve em silêncio profundo, apenas escutando a melodia das notas que a jovem produzia. Mesmo ela, concentrada na música, parecia exalar uma excitação por conta da melodia. Notas suaves, em escalas menores, criando uma melodia mais dramática e lenta que davam a impressão de que havia mais do que simples partituras lidas para executar aquela melodia. Paixão, drama, sentimentos que eram colocados enquanto a música chegava ao seu final. A bela jovem diminuiu o ritmo das notas e também a sua tonicidade, indicando o final da música. Tocou um último acorde e então fez uma pausa, esperando até que o último resquício de onda sonora estivesse parado de vibrar, e então suspirou. Tenkisei e Melody aplaudiram levemente para a garota. - Nada mal, minha cara aluna. – Tenkisei sorria para ela. A jovem se virou, mostrando seu rosto jovial e feliz, e então se levantou. Segurou em sua saia e fez uma reverência cordial para ambos. - Gostou Tenki? – Ela perguntou, andando na direção dos dois. - Claro que gostei. Sabe como a música, executada de forma correta, me preenche de alegria. – Respondeu ele, sincero. A garota correu e se jogou nos braços do maestro. Ela era um pouco menor que Melody, fazendo-a parecer uma criança perto de Tenkisei, que avermelhou e ficou sem reação. Melody olhou com uma face desacreditada e bufou. - Elizabeth! – Ela segurou o ar nas bochechas, ficando mais vermelha que seu marido. A jovem virou o rosto e mostrou a língua para ela. - Calma priminha, eu sei que você sente ciúmes de mim com o lindo do Tenkisei. – Elizabeth ergueu a mão e passou-a no rosto do músico, provocando a garota. - Er... que é isso, não precisa fazer assim... – Tenkisei estava sem jeito. - Eu to só brincando, Mel. – A garota se afastou de Tenkisei e abraçou Melody, que ainda bufava. – Você sabe o que sinto, mas você chegou primeiro. - Não tem graça nenhuma... – Melody abraçou sua prima, ainda um pouco irritada, mas o fez de forma carinhosa. As duas se soltaram, enquanto que Tenkisei ria baixo, pensando no constrangimento dos três. Por fim, tirou a capa de seu instrumento das costas e colocou apoiado na mesa. Pegou uma cadeira e se sentou próximo das duas. - Então, Elizabeth, como vai sua vida de investigadora? – O maestro falava tranquilo. A jovem suspirou, puxou duas cadeiras para perto de Tenkisei e ofereceu o lugar para Melody. Quando ela havia se sentado ao lado de seu marido, Elizabeth sentou a frente dos dois, encarando-os. - Ah! A vida de investigadora do reino é uma porcaria. – Disse, em um desabafo. – Ta, eu viajo muito, conheço lugares fantásticos, mas não é sempre mil maravilhas. - Você nunca quis ser algo sério, Eliza. – Melody falou provocando um pouco. - E você me inveja por eu ter seguido o caminho de Desordeira. – A jovem mostrou a língua de novo, mas as duas pararam de se provocar quando Tenkisei pigarreou. - Bem, Eliza. Eu vim na verdade por outros motivos. - Veio dizer que me ama e que não quer mais a minha priminha? – Ela falou enquanto olhava para Melody, com um sorriso de escárnio. - Hey! – Exclamou a musa. - Não! Eu vim aqui por que preciso de certas informações. – Tenkisei suspirou e ficou olhando para Elizabeth. A jovem parou de sorrir e olhou séria para ele. Trocaram olhares por um tempo, e por fim ela assentiu. - Bem, o que posso fazer por vocês? O maestro levantou a mão e puxou a manga de sua camisa para trás, mostrando o antebraço nu para a jovem. Melody ficou tensa, e Elizabeth se sentiu assim depois de ver uma estranha marca pouco abaixo do pulso de Tenkisei. Era uma mancha negra, um símbolo que parecia ter sido marcado à fogo na pele dele. - Por Odin, o que aconteceu? – A jovem se aproximou para ver melhor. - Apareceu tem alguns dias. Não consegui achar referência em nenhum livro, inclusive sobre... – O músico fez uma pausa e suspirou. - Entendo. – A jovem olhava para a marca no braço de Tenkisei, enquanto Melody encarava seu marido, preocupada. – Você acha que pode ser... - Um feitiço? Eu conheço essas coisas, mas não é um. Isso é algo muito mais forte. – Ele falava sereno, mas com um tom mais sério. - Vou procurar aqui... – Elizabeth se levantou e foi até suas estantes com montanhas de livros atulhados e começou a procurar por um. Melody abraçou o braço de Tenkisei e apoiou sua cabeça no ombro dele, preocupada. Porém, o músico sorriu e ficou afagando a cabeça dela, carinhosamente. Embora ele tentasse tranquilizar sua amada e procurasse a ajuda de uma investigadora, ele sabia o que o esperava... Geffen... - Muito bem meus caros alunos, tenham um bom dia! Na torre de Geffen, no mais alto andar, um homem estava atrás de sua mesa, em uma sala lotada de vários alunos em suas carteiras. O local era enorme. Em sua base no centro da sala estava a mesa do professor, a lousa na parede atrás dele e alguns objetos bonecos similares aos humanos, pendurados em pedestais próximos da porta de saída. A frente da mesa do professor, começavam as mesas dos alunos, sendo uma fileira por degrau, que dava a forma de uma arquibancada à sala de aula. O professor, um homem alto e trajado apenas com um terno um tanto quanto antiquado, observava os vários alunos descendo por uma escadaria que dava acesso às fileiras de carteiras. Seus olhos amarelados lhe davam um aspecto diferente, apesar de parecer um pouco jovem para lecionar. - Até mais professor Dhellor! – Algumas passavam por ele, enquanto arrumava seus papéis em sua mesa. Ele apenas acenava com a cabeça e sorria, voltando ao trabalho. – Tchau professor! – Alguns jovens aprendizes de mágicos também passavam correndo por ele, porém, um deles foi direto à sua mesa, ficando à frente. - A aula já acabou, pode ir para... – O professor não estava olhando, mas quando ergueu a cabeça e se deparou com seu aluno, ficou sério. – Ravnus? - Desculpa lhe interromper, professor Alberich. – O jovem tinha cabelos levemente esbranquiçados, usava óculos de armação redonda e tinha uma feição cansada. - Ora, o que deseja meu caro Ravnus? – Alberich deixou os papéis em cima da mesa e foi até o garoto, ao seu lado. - Professor, eu me sinto estranho sabe, tem acontecido umas coisas estranhas comigo... – O jovem falava olhando para o chão. Alberich sorriu meio sem jeito e se escorou na mesa. - É normal meu jovem. Mas não acha que isso é assunto para seus pais? - Não é isso professor... – Ele esticou o braço e puxou a manga da camisa. – Olha... O professor ficou estranhando a conversa de seu aluno, mas ao ver o braço dele ficou inquieto. Havia uma enorme marca, um símbolo grande e negro desenhado na pele do jovem, tomando conta de quase todo o antebraço dele. - Isso...isso é.. - Professor Dhellor! – Uma voz ecoou atrás dos dois, vindo da porta. Havia um homem alto, de cabelos loiros muito claros e olhos azuis brilhantes. Escorado na entrada da sala, o homem olhava para os dois com um ar superior. - Er... Diretor Lavey! – Alberich fez um aceno forçado com a cabeça, levado pelo susto da presença daquele homem, cobrindo o braço de Ravnus rapidamente. Lavey deixou a entrada e foi na direção dos dois lentamente. O que mais chamava a atenção no diretor, além do ar de superioridade e os olhos azuis estranhamente brilhantes, era o fato de ter orelhas pontudas e finas. – O que o senhor está fazendo aqui? - Vistoria apenas. – Ele se aproximou e estendeu a mão para Ravnus, que cumprimentou tímido. Virou-se para cumprimentar Alberich, mas fixou seu olhar no braço do jovem Ravnus, onde o professor havia mexido rapidamente antes do diretor se aproximar. Alberich rapidamente cumprimentou Lavey, tirando sua atenção do garoto. – Ah sim, um dos nossos mais valorosos alunos. - É muita gentileza sua, senhor Lavey... – O jovem olhou para baixo, envergonhado. - Bem, então... o senhor queria falar comigo? – Alberich interrompeu novamente. - Claro, poderia ir comigo até minha sala? – O diretor acenou para a porta. Alberich ficou olhando para o diretor, então deu um tapinha nas costas de Ravnus, e começou a andar junto de Lavey. Os dois saíram da sala e entraram em um corredor com várias janelas que davam uma visão privilegiada do sul de Geffen. O sol raiava com poucas nuvens no céu, e podiam-se ver várias pessoas transitando por perto da fonte de Geffen. Lavey mantinha os olhos todo o tempo para a fonte, com as mãos nas costas. - Então diretor, do que precisa? – O professor Dhellor parecia um tanto impaciente. Lavey olhou para os lados e confirmou que não havia pessoas nos corredores. - Certamente que você, como um dos mais hábeis mestres da magia, conhece a lenda de um artefato mágico de grande poder, capaz de aumentar o potencial de um usuário de mana, não é? - De fato conheço. Ela não é mais uma história fictícia, visto que muitos fragmentos foram encontrados. – Alberich andava um pouco atrás de Lavey, mas falava sério com ele. - Certo. Mas sabendo disso, não é de se perguntar qual seria o real tamanho deste poderoso objeto, ou sua origem? – Lavey voltou a olhar para o lado de fora, na fonte de Geffen. - Isso ainda é uma questão a ser investigada, diretor. - Não seja tão apressado, meu caro Alberich. – O diretor virou em um corredor mais escuro e adentrou-o. – Isso é o que os cientistas e estudiosos afirmam, mas creio que um homem com tamanho conhecimento como você já deve ter ouvido falar de outras histórias. O Professor Dhellor se sentiu um tanto desconfortável com aquela afirmação. Engoliu em seco e seguiu o diretor até uma porta ao fundo do corredor. Lavey abriu a porta e entrou na sua sala. Um local enorme, cheio de estantes, quadros e várias estátuas. No meio, em cima de ricas tapeçarias, estavam a mesa do diretor, a sua grande poltrona e duas outras cadeiras decoradas logo a frente da mesa. Uma mulher de cabelos longos e muito compridos ocupava uma das cadeiras, e ela virou-se para olhar a dupla. - Ora, o nosso campeão chegou. – Disse ela com um pouco de arrogância. - Boa tarde para você também, Eva. – Alberich cumprimentou de longe a mulher. Ela levantou-se e mostrou sua grande estatura, além de sua pele pálida. - Eva, como você sabe, é minha assistente e grande ajudante nos meus trabalhos. – Lavey se dirigiu até o lado dela, ficando frente à Alberich. – Mas bem, vamos continuar o assunto que nos interessa. - Não sei aonde o senhor quer chegar, Ephilas. – Alberich retrucou rapidamente. - Aposto que sabe. – Eva comentou. - Dhellor, não é uma questão de saber ou não onde eu quero chegar. – Ele ergueu o braço e tirou a luva, revelando um círculo negro desenhado em sua mão direita, assustando um pouco Alberich. – Creio que já deve ter ouvido falar de Geffenia, claro, e de que há ligações entre tal artefato e aquela terra... - E sei que o senhor é um Elfo, descendente de lá. Mas ainda não sei o que quer dizer com tudo isso. - A questão é bem simples, meu caro Alberich. – Lavey se escorou na mesa. – Há anos, acredita-se que o nosso "graal" está escondida nas profundezas de Geffenia, mas nem eu, nem outros elfos conseguimos encontrar. E depois da queda da minha antiga terra, ninguém mais conseguiu entrar lá para procurar... - Não está sugerindo que odeia os humanos ou que quer tentar achar uma entrada para lá né? – Alberich olhou mais sério para o elfo, que apenas deu um sorriso e fitou-o. - Não. Não tenho ódio dos humanos, pois não ligo para as mentes fechadas que muitos têm. Mas acertou sobre a entrada de Geffenia, meu caro. – Lavey saiu de perto da mesa e de Eva e foi até a janela, olhando para o lado de fora. – Dizem que muito antes dos humanos perambularem por Midgard, as Nornas estavam procurando um meio de defender esta poderosa relíquia realizadora de desejos que residia em Geffenia... Tanto Alberich quanto Eva olhavam atônitos para Lavey, que observava o lado de fora da janela, olhando para o oeste da cidade. Por fim, continuou. - Ele tem um poder tão grandioso quanto os dos deuses que o criaram, que dizem que pode até mesmo conceder um desejo para seu possuidor. Os fragmentos que foram encontrados são apenas lascas perto do grande pedaço que as Nornas esconderam. E para manter a salvo, elas criaram um pequeno evento que se concretiza de tempos em tempos... - Eu sei dessa história, Lavey! – Alberich interrompeu. Sabia onde o diretor queria chegar, mas ao lembrar-se de Ravnus, resolveu cortar o assunto. Lavey se virou e encarou seriamente o professor. - Você viu esta marca. Sabe que as Nornas escolhem algumas pessoas com capacidades superiores para serem detentoras da relíquia. - Mas isso significa que tem que matar seus rivais. – Concluiu Alberich, indignado. - O que é pouco, considerando o tanto de lixo que existe nesse mundo. – Eva comentou arrogante. Lavey voltou até perto deles e voltou a fitar o professor com mais serenidade. - Como poderosos mestres da magia que somos, nosso dever é obter esse poder e tomarmos conta de Midgard, não concorda? O professor abaixou a cabeça e suspirou. - Você também deve saber que alguns mestres também despertaram o sinal, inclusive aquela aberração de Juno. – Lavey comentou. - Sim, da para sentir cada um deles despertando. – Alberich falou baixo, mas Lavey e Eva escutaram muito bem. - Então, Alberich, vai se unir a nós? Vai conosco atrás de uma chance de conseguir realizar o seu sonho? O nosso sonho? – Lavey enfatizou as palavras, fazendo com que Alberich estremecesse um pouco. – Posso dar um tempo para pensar... - Eu vou pensar um pouco... – Alberich falou rapidamente. Levantou a cabeça e vislumbrou o sorriso de escárnio que Eva dava e a face serena de Lavey. - Muito bem. Pode ir professor. – O diretor apontou para a porta e, cordialmente, Alberich se despediu e partiu. - Ele é muito dedicado. Realmente seria um problema ter ele como inimigo. – Lavey ficou olhando o professor andar pelo corredor. - Você acha que ele vai nos ajudar? – Eva parecia curiosa. Era tão alta quanto seu consorte, apenas alguns centímetros mais baixa. - Vai sim. O que mais movimenta ele é o desejo de rever sua falecida esposa. Ele tentaria tudo por ela... Prontera... - Não acredito nisso! – Tenkisei olhava um tanto abismado para o livro que estava aberto em cima da mesa. Elizabeth havia encontrado um antigo livro de capa negra, de couro. Abriu-o e mostrou o seu conteúdo para o casal. Melody cobria a boca, demonstrando sua preocupação com o que havia no livro.
  7. Atualizado. Primeiro cap com capa, arte interna, revisado e pronto. Aguardem pelos próximos caps.
  8. Fico feliz por quem leu e gostou ^^
  9. Para que vocês possam entender e apreciar a fanfic da melhor forma possível, recomendo que cliquem nos megafones: , e escutem as trilhas sonoras, pois muitas delas serão "tocadas" na fanfic, conforme o desenrolar da história. Boa leitura. ...Há muito tempo, antes da grande corrida dos aventureiros em busca de poder, anterior até mesmo mesmo as grandes travessias pelo mar e viagens por terras inexploradas, aconteceu uma batalha oculta pela magia. Sociedades secretas duelaram pelo próprio destino. A antiga tradição, ritos e passagens perdidas no tempo que incendeiam os corações dos mais cultos e ambiciosos homens de Midgard em busca de glória. Os mais audaciosos guerreiros com dons mágicos, capazes de sobrepujar até mesmo a natureza de forma impetuosa, manifestavam sua quintessência até o limite em disputas nas sombras. Buscavam um lendário artefato que dizia poder realizar quaisquer desejo de seu merecedor. A luta era considerada profana, e apenas os escolhidos das Nornas poderiam participar e assim chegar a um vencedor. Ele poderia trazer a destruição ou a salvação para o mundo. Vários, dos selecionados, tinham no coração o desejo puro de manifestarem seus talentos para a justiça. Entretanto, como sempre acontece entre os mortais, existiam aqueles que buscavam o caos e a destruição. E diferente de todos, havia também um um homem cuja origem lhe garantiu a participação nessa aventura, mas que não buscava nada além da paz de espírito e a redenção de seus pecados. Atualmente, ele trilha silencioso atrás do seu passado. Buscando o perdão para o coração amargurado, cansado de segurar tantas lágrimas ao lembrar-se do ocorrido. Ninguém mais se lembra da misteriosa luta entre os escolhidos das Nornas. Mas suas marcas profundas ainda permanecem nas almas daqueles que devaneiam em seus momentos mais íntimos em busca da verdade e do desejo de satisfazer-se com o esquecimento. Para alguns, isto veio com o tempo. Porém, para outros, apenas a morte pode lhes tirar a dor. Ou talvez nem isso. por Willen Leolatto Carneiro Revisão: Maria Artes Internas: Heitor Edição Gráfica: Vini "Nightmare" A escuridão se apossava das velhas paredes já gastas pelo tempo e castigadas pelo clima. A chuva caía pesada em cima da enorme construção que se erguia ao norte da cidade, que outrora estava apinhada de pessoas em suas ruas abrindo suas tendas para tentar ganhar a vida. Nuvens cobriam o solo e tornava o que era para ser um dia ensolarado, em uma tempestuosa tarde gélida e escura. Nas muralhas do castelo da capital de Rune-Midgard, Prontera, vultos se destacavam pelas tochas presas nas altas amuradas que davam acesso ao interior, situada após a ponte de madeira que levava à grandiosa construção. Um raio atravessou os céus e clareou o lugar por alguns instantes. Fez a sombra de um homem que entrava no recinto crescer, formando uma criatura grotesca na parede. Sua longa capa negra era chicoteada pelo vento fazendo um barulho alto e estridente, enquanto ele andava lentamente pela passarela depois da entrada principal. Seu olhar era tão frio como as rajadas de ar, que batiam e uivavam como se fossem fantasmas agorentos. Nada disso parecia ser relevante, pois a misteriosa figura continuava observado todo o local com uma tranquilidade inquietante. Algumas mechas brancas escorriam por de baixo de seu capuz e escondiam parte de seu rosto cansado. Ainda caminhava sem pressa. Na pequena multidão de pessoas, que estavam ali dentro em busca de refugio contra o mal tempo, alguns o encaravam desconfiados. Tentando puxar pela memória e entender porque aquele forasteiro parecia de alguma forma familiar. - O maestro... – Um deles parou pouco depois de fitar o sujeito e ficou observando fixo para as suas costas. Era um já experiente e maduro cavaleiro, que ficou inquieto com o visitante. – Ele voltou... - “Chegou o tempo de reviver o meu passado e percorrer novamente esta trilha.” – Foi o único pensamento daquele que estava protegido em sua capa, parando em frente a uma longa escadaria e observando desde o chão até o teto do caminho. Seu olhar determinado e sereno revelava seu objetivo. Quinze anos atrás... Havia o som de passos, dos pássaros em revoada e das pessoas conversando e rindo alegremente. Era a musica que animava aos jovens no meio da Praça de Prontera. O dia ensolarado e a brisa fresca atraíam o publico até a fonte que ficava no centro da praça, e lá um homem tocava entusiasmado um instrumento de madeira, com um braço comprido saindo de sua caixa acústica e com seis cordas afinadas nos tons certos. Ao lado do jovem, uma bela garota dançava e acompanhava o ritmo da melodia que resoava no local e trazia espectadores anciosos. Alguns deles puxavam as carteiras e sacolas de moedas para entregar-lhes algum dinheiro, mas a garota graciosamente acenava não ser necessário qualquer tipo de pagamento. Era evidente que se apresentavam apenas por amor a arte. Embora muitos pensassem que o casal fosse uma dupla de artistas querendo ganhar a vida, os dois não se vestiam de forma indigente. Ele tinha em suas mãos um violão de alta qualidade, e trajava vestes limpas, retocadas e suaves, com alguns detalhes engastados em ouro e prata, além do belíssimo chapéu com uma pluma no topo. A bailarina usava uma regata preta e uma saia branca cobrindo suas pernas, sem deixar de exibir sua sensualidade na dança. - Hey, você está no meu ponto... – Um jovem gritou em meio à multidão que se aglomerava para ver o casal. Embora houvesse soado como uma ameaça a música não havia parado, tão pouco a dança. Um homem de aparência jovial passou por entre os ouvintes e parou à frente dos dois. Tinha os cabelos ruivos e bem cuidados balançando ao vento. Carregava um violão com encordamento fino, semelhante ao do insturmentista que ainda tocava. - Você não ouviu? Esse aqui é o meu ponto. Vai tocar em outro lugar. – O ruivo parou à frente do músico. A dançarina finalmente notou a presença do jovem e ficou olhando um tanto preocupada para o seu companheiro. Tinha a íris do olho em um tom verde muito profundo, criando um contraste para seus cabelos castanhos escuros. O músico deixou a sua última nota ressoar e então o público que estava ao redor deles começou a reclamar do recém chegado, culpando-o pela música que não estava mais tocando. Porém, o homem levantou da beirada da fonte onde estava e segurou seu violão, apoiando a base da caixa acústica no chão e usando o braço do instrumento como apoio. Os olhos dele reluziam o azul cristalino da fonte, deixando sua coloração esverdeada mais brilhante. Por baixo do chapéu, a luz rebatia uma fina camada dourada por cima de seus cabelos acinzentados. - Então, esse é o seu lugar? – A voz do homem, embora fosse grossa, era harmoniosa e tranquila. Ele encarava serenamente para o jovem à sua frente, que pareceu se incomodar com a resposta. - É sim! Sou eu que toca nessa parte da cidade. – O ruivo falava com extrema exigência. Algumas pessoas que estavam ao redor murmuravam sobre já terem visto aquele estranho na praça todos os dias. A dançarina se aproximou de seu companheiro, mas ele levantou a mão gentilmente e sorriu para o moço. - Certamente, foi algo deveras deselegante de minha parte. – O músico virou-se e começou a arrumar o violão dentro de uma capa de couro, leve. A garota ao seu lado suspirou e sorriu, acompanhando-o e também abraçando o braço livre do seu companheiro. - Espera aí, como assim? Vai sair sem falar nada? – O ruivo estava apreensivo, percebendo que conseguira demasiadamente fácil a retirada do casal. - Não. Não é de meu interesse competir com outros músicos ou artistas. – O homem falava tranquilamente, pendurando as alças da capa do violão em seu ombro. – Bom músico é aquele que respeita a melodia e o carisma dos outros. Se não gostassem de você, acho que não permitiram sua ilustre presença aqui. O publico olhou boquiaberto para o homem. Suas palavras foram mais do que suficiente para retornarem em elogios, sorrisos e até alguns aplausos para ele. O ruivo percebeu que estava perdendo sua carisma com a multidão e então apontou o violão na direção do músico. - Não. Só sairá daqui depois deles decidirem quem é o melhor dos instrumentistas. – Confiante, o jovem exibia um pequeno sorriso ao seu oponente ao apontar para a platéia formada na frente da fonte. - Como eu disse, não sou alguém que persegue as competições musicais. E não é correto você desafiar alguém sem dizer quem é antes. – Ele falava com uma tranquilidade impressionante. - Eu sou Johann Klaustrus. – O ruivo apontou o dedão para seu rosto, convencido. – E sou o menestrel andarilho que é mais bem vindo em qualquer lugar do que o próprio Mariachi. A menção daquele nome pareceu inquietar as pessoas ao redor deles, inclusive o próprio homem que outrora tocava suas melodias pacificamente. A dançarina arregalou os olhos e observou seu parceiro. Ela era mais baixa que ele, mas podia ver claramente a feição de tensão no rosto do seu companheiro. - Compreendo. Já que você quer tanto, faremos uma pequena demonstração. – Rapidamente, ele abaixou o ombro e a capa caiu. Segurou as alças antes que o instrumento tocasse o solo e então se ajeitou, soltando-se do abraço da garota e retirando o violão novamente. Os dois se entreolharam. Johann usava um violão magnificamente detalhado com prata e todo talhado em uma madeira jovem e pintada em preto, dando um ar mais profissional ao seu instrumento. Já o violão do outro era todo em cor natural, um pouco gasto, mas possuía o mesmo encordoamento fino que seu desafiante, e nenhum detalhe exorbitante. - Melody, você vai ficar apenas observando. Tudo bem querida? – O homem virou-se para falar com sua parceira, que assentiu e se afastou um pouco, sentando-se na beirada da fonte. - E você, ainda não disse quem é. – Johann foi apressado ao perguntar. - Perdoe meus modos. – Ele voltou a encarar o ruivo e esboçou um sorriso. Fez uma pequena reverência e então retornou a sua posição normal. – Eu sou conhecido como Tenkisei, o maestro. Alguns viajantes que passavam sem dar importância pararam ao ouvirem aquele nome e título. Muitos dos que já estavam presentes caçoavam, duvidando de como seria uma suposta luta entre dois músicos, e outros olhavam pasmos, aguardando até o momento em que o conflito começasse. Johann ajeitou seu violão, passando a alça ao redor do pescoço e deixando o instrumento suspenso, na altura de sua barriga. Ele então puxou do bolso um pequeno objeto de forma triangular, mas com os cantos curvilíneos, e usando apenas o dedão e o indicador, apoiou a mão direita em cima das cordas, situadas em cima do buraco da caixa acústica do violão. Tenkisei seguiu os mesmos gestos do ruivo, porém ao invés de usar uma “palheta” para tocar, ele apenas colocou a mão aberta com os dedos posicionados levemente em cima das cordas. Cada ponta do dedo em uma corda diferente. Johann olhou surpreso. - Você... não usa palheta?. – Ele olhava impressionado para a posição de mãos de Tenkisei. - Ora, se devemos divagar sobre como nós tocamos, então paramos o duelo e vamos conversar. – Respondeu tranquilo o homem de cabelos prateados. - Não, vamos duelar de uma vez. – Johann urrou ríspido. Os dois se encararam mais uma vez e então começou. Johann bateu sua palheta uma vez em uma das cordas e o som do violão ressoou. Era grave e melodiosa, tocada rapidamente por suas técnicas com a palheta. Porém, Tenkisei seguiu o mesmo ritmo e tocava harmoniosamente, dedilhando os dedos e criando uma sequência e rítmo que se completavam, soando como se houvessem mais instrumentos presentes ao lado de Tenkisei. Ambos mantinham os olhares fixos ou no outro, mas enquanto o maestro exibia serenidade, Johann tinha uma feição de impaciência e tensão. Tanto o dedilhado de Tenkisei quanto as palhetadas do ruivo se complementavam e a música que tocava era uma badalada mistura de notas rápidas e belos arranjos, com um toque sutil de combinações harmoniosas de vários acordes. A velocidade das cordas tocadas aumentava a cada instante, e quanto mais os dois demonstravam seu talento, mais os dedos de Tenkisei pareciam sumir por cima das cortas. Johann já não estava acompanhando mais o ritmo da música do homem de cabelos prateados, e teve de diminuir o compasso até que suas batidas singulares e sincronizadas nas cordas se tornassem um conjunto de acordes tocados para formar um único som de base, deixando os harpejos e notas rápidas de Tenkisei mais altas e em evidência. O publico já estava aplaudindo o desempenho dos dois. Os poucos que haviam se interessado antes já haviam se multiplicado para uma verdadeira plateia. Alguns tentavam criar letras para acompanhar a musica, mas ou eram desafinados de mais para complementar a melodia, ou não tinham fôlego para alcançar uma nota mais aguda. Repentinamente, Johann mudou a posição da nota com sua mão esquerda e quebrou o ritmo, mudando também a nota base. A música parecia parar por causa da mudança brusca, mas então Tenkisei também mudou o posicionamento dos dedos da mão esquerda, acompanhando o mesmo timbre das bases de Johann e recuperando o tempo com um harpejo, uma sequencia de notas singulares tocadas rapidamente na mesma entonação da nota base. Muitos que assistiam aquela apresentação pela tarde gritaram, pediram para que a música não parasse e vários outros imploravam por suas canções favoritas. Mas quando Tenkisei fez uma rápida sequencia de notas solos e Johann apenas encarava com uma feição abalada, a música foi tomando rumo, e o maestro decidia o duelo terminando de forma impressionante aquela melodia. Aplausos, rosas e moedas eram jogados. Gritos e cânticos entoados. Tudo por causa da apresentação breve entre Tenkisei, tido como maestro por onde passava, e o seu desafiante Johann, cuja melodia não foi capaz de superar a do homem de cabelos prateados. Ele ficou de pé, com as mãos em cima do seu violão, e os olhos arregalados. Tenkisei fez uma nova reverência para a plateia e se virou para olhar a dançarina. Ela sorria de uma forma tão bela que muitos homens babavam ao longe. O maestro pegou a capa de seu violão, guardou novamente seu instrumento e tornou a pendura-lo e seu ombro direito e então sorriu para Melody. - Foi uma bela apresentação, querido. – A dançarina se ergueu na ponta dos pés para beijar suavemente Tenkisei, que retribuiu e então afagou a cabeça dela. - Não teria sido uma apresentação assaz magnífica se não fosse o entusiasmo de um jovem brilhante. – Ele tornou a olhar para o cabisbaixo Johann. Aproximou-se do jovem e então sorriu para ele. - Você é muito melhor do que eu... – O ruivo encarou Tenkisei com uma feição triste. - Não há ruim ou bom entre aqueles que têm amor pela música, meu amigo. – Tenkisei tocou o ombro do jovem, que pareceu sair do transe. – Você é jovem, tem uma centelha que arde em seu âmago, deve a fazer crescer para ser um bom músico... - Eu ainda vou ser o melhor! – O ruivo deu alguns passos para trás e pareceu se irritar. Apontou para Tenkisei. – Pode lembrar-se do meu nome, eu ainda vou ser o melhor. - Não vou esquecer o nome de um rival. – O maestro sorriu delicadamente. Johann pareceu se contentar com aquela declaração e então se virou, dando uma ultima olhada para o homem que chamavam de maestro, o músico que encantou uma multidão, sozinho mesmo que estivesse em um duelo, cujo amor pela música e por sua amavel dançarina era grande e sua serenidade desconcertante. O homem de cabelos prateados fazia reverências para o seu público, que respondia com aplausos e muitos sorrisos. Ele abraçou sua mulher, Melody, deu mais um beijo na jovem e então os dois andaram para o norte, indo até o castelo de Prontera. Agora todos que estavam alí conheciam o verdadeiro caráter de um músico, cujo potencial vem de seu interior. E ele tinha um título. Tenkisei, o maestro! Pos é galera. Eu fiquei um tempão pensando em como postar essa fic, e finalmente postei o primeiro cap. Eu mudei um pouco o estilo de descrição e a forma como se molda a história. Espero que vocês gostem, pois o tema principal dessa fic que sairá mais ao longo dos dias é puramente a música. Apreciem. Abraços.
  10. O som de aço se chocando ecoava e transmitia o choque do impacto para as areias na praia de Hugel. A areia jogada ao vento viajava conforme a brisa que passava por entre os dois homens que estavam travados frente a frente, com as suas lâminas pressionando uma sobre a outra. As ondas do mar se chocavam nas pedras e molhavam os pés dos dois, encobrindo até a canela de ambos. O mais alto, de cabelos longos e negros amarrados em um rabo de cavalo, olhava para seu oponente com uma ferocidade espantosa. Usava nada mais do que um sobretudo bege por cima da camisa negra , suas jeans escuras e seu coturno para se proteger, enquanto seu adversário lutava usando toda a armadura de combate dos Cavaleiros Rúnicos. Era ruivo, com uma cicatriz no queixo por de baixo de sua barba rala. Tinha no olho esquerdo, um tapa olho meio roxo. Sua feição era de seriedade, mas com um pequeno sorriso que se formava do gosto pela luta. Assim como o seu rival, tinha o cabelo preso na nuca, ainda fosse mais curto que os cabelos negros do oponente. Os dois forçaram suas espadas e ambos foram jogados para trás pelo impulso, caindo em suas bases de combate. A espada do ruivo era quase do tamanho de quem estava a empunhando, uma lâmina arroxeada com uma esfera amarela na base da lâmina, onde era mais larga. Rapidamente, a esfera amarela se abre, revelando um globo ocular com íris esverdeada, dando um ar maléfico à espada que era semelhante à legendária Terror Violeta. - “O que há de errado com você? Está com medo?” - Uma voz sussurrada saia da espada, mas somente o ruivo que a segurava podia ouvir. - Não é nada não. Ele só é um pouco diferente, mas dou conta. – Ele falava confiante, encarando seu adversário. À frente dele, o guerreiro empunhava uma espada fina, de lâmina negra e comprida. Sorriu, afinal, pois estava lutando contra um guerreiro à sua altura. Baixou a guarda da espada e a deixou com a lâmina apontada para baixo, segura apenas pela mão direita. - O que foi Luke? Achei que viríamos para treinar, não para ficar analisando minha beleza. – O debochou. - Só estou curioso, Kaliel. Onde está sua Executora? – Luke perguntou, sem sair de sua guarda. Kaliel então brandiu então sua Masamune negra e ficou com ela apontada para o ruivo, então correu e saltou para frente, girando de forma espantosa a lâmina negra na direção do seu oponente. Luke defendeu-se rapidamente, erguendo a sua lâmina roxa e deixando-a na horizontal à sua frente. - Não se preocupe, ela está aqui e você vai vê-la. – Kaliel faval enquanto as espadas se chocavam no ar. - Ou não, talvez. - Ta brincando? Você não faria isso com seu miguinho, né? – O ruivo forçou a espada de Kaliel para trás e girou a sua para acertar um corte baixo, na altura das coxas. O rúnico saltou para trás antes que o ruivo acertasse um golpe em suas pernas. Ao tocar o solo, foi dando passos para trás, pois Luke retornou a sua lâmina na posição e a brandiu novamente, desta vez soltando um golpe de vento cortante na direção de Kaliel. Ele esquivou-se sobrenaturalmente para o lado e a lamina passou reto. Luke brandiu de novo, mas bateu a sua lâmina roxa montante no chão, criando uma onda de choque na areia que estava para encobrir o seu oponente. Kaliel avançou de modo excepcional e atravessou a onda de areia, usando a espada como divisor e proteção. Quando a poeira havia abaixado, só havia Luke na sua frente. O ruivo sorria e mantinha a mesma posição de combate. Então o rúnico apontou a fina lâmina para seu oponente, mantendo-a com uma mão. - É, vou ter que começar a usar meus brinquedos. – Ele brande sua Masamune de lâmina negra para o lado, então sombras a rodearam e ela cresceu rapidamente, tomando a forma da grandiosa Executora. - Eita! Como você fez isso? – O ruivo franziu a testa, indignado. - É por que minha espada é feita com a foice de Bafomé, seu tapado. – Kaliel falou bravo para o amigo. – E com a força dele eu posso usar as formas da Executora e Masamune com ela. Mas eu prefiro essa mesmo, da pra arrancar algumas cabeças mais facilmente. Luke gargalhou. O olho que sua espada possuía revirou e cerrou a pálpebra. A lâmina roxa tombou de súbito na areia, surpreendendo até mesmo seu dono, e uma onda de gelo saiu da ponta da espada, percorrendo o caminho até Kaliel. O rúnico teve seus tornozelos presos em blocos de gelo. - Mas que... – Falou, tentando se libertar. - Eita! Myrkur é esperto. – Luke sorriu e ergueu a espada. Encarou Kaliel e então começou a andar em sua direção, sem tirar sua postura de guarda. - “Kaliel...seu saco de tripas ambulante...” – Uma voz grave ressoou na mente do rúnico. - “Que foi dessa vez bode?” – Kaliel fechou os olhos e em sua frente não era mais Luke que andava em sua direção, mas havia um enorme Bafomé, com várias correntes presas em seu corpo e em cima de um pentagrama, mas ele não parecia estar “preso”. - “Se era para vocês terem essa despedida de solteiro na forma de luta, é melhor lutar a sério.” – Bafomé parecia sério ao falar com seu vassalo. – “Ele é idiota o suficiente para te matar sem querer.” - “Vou ver o que posso fazer.” – Kaliel abriu os olhos e viu Luke levantando a espada, pronto para descê-la contra o rúnico. Ergue rapidamente a sua Executora e bloqueou o golpe vertical do ruivo. – Aí, vamos lutar a sério um pouco... Luke não pareceu entender o que Kaliel havia dito. Quando percebeu, o rúnico sorria para ele. Myrkur arregalou os olhos e seu olho brilhou. Acima deles, vários meteoros se formaram e começaram a cair no campo. - “Luke, para trás seu maluco! Para trás!” – A voz de Myrkur parecia agitada. - Que nada! Ta mó legal essa luta... – Luke não deu atenção à sua espada, mas então percebeu o porquê da agitação. Kaliel sorria de forma insana, exibindo um par de chifres que lembrava Bafomé. Seus olhos estavam mais finos, e um pentagrama brilhava em sua testa. Os meteoros estavam caindo enquanto os dois pressionavam ambas as espadas no golpe. O ruivo sentiu o tremor de uma enorme rocha cair ao lado, e começou a ser empurrado para trás. Ele estava sendo arrastado pela força renovada de Kaliel, que estava encarando-o de modo assassino. Luke firmou o pé esquerdo para trás e forçou o corpo contra sua espada, conseguindo manter a força igualada. - Você que pensa que só por que é corno tá mais forte que eu! – O ruivo riu por trás das lâminas. - Vamos ver se essa sua espadinha encapetada é mais noiada que o bode que tenho que ficar ouvindo todo dia! – Respondeu Kaliel. Luke deixou a lâmina negra da Executora escorregar para o lado e avançou usando o peso do próprio corpo, mas Kaliel havia se soltado do gelo em suas pernas e virou o corpo para manter as espadas em contato e ergue a perna para chutar o ruivo, que deu alguns passos para trás. Ambos se encararam, até que Kaliel foi o primeiro a atacar. Girou sua espada, criando um arco transversal no ar, que foi defendido pela lâmina roxa de Luke. O ruivo forçou a arma para o lado e girou o tronco para contra-atacar, fazendo sua espada cair pesada contra o alvo, mas Kaliel se defendera, esquivando e deixando Myrkur pender ao lado. Os dois trocaram golpes por algum tempo, mantendo ataque e contra-ataque com as espadas ou com a velocidade. - Você parece muito descontraído para um cara que acabou de casar... – Kaliel provocou o amigo, enquanto dava mais um golpe de baixo para cima com sua Executora. - Mas claro! – Luke defendeu e relaxou um pouco. – Eu e a Maloro tivemos uma ótima noite brincando de colocar o peco peco no celeiro. – Disse ele sorridente, fazendo um sinal em V com seus dedos. - “Você quer parar de ser tão ridículo? Como pode alguém ser tão ingênuo a ponto de parar de lutar pra ficar contando histórias de lua de mel?” – A voz de Myrkur ressoou para ele. - Você nunca colocou o peco peco no celeiro? – Luke puxou a espada para perto, falando com o olho da lâmina. – Nem cavalgou o peco peco? - “Esses dois são realmente estranhos...” – Bafomé falava para Kaliel em sua mente. - Aí! Luke! Presta atenção! – Kaliel girou a espada para acertar Luke, que se defendeu rapidamente. - Ta, ta, calma. – Ele segurou a espada com uma mão depois de se defender e puxou algo de uma pequena bolsa que carregava. Seu amigo ficou olhando curioso. – Vou te mostrar um negócio... O ruivo mostrou pequenas pedras brancas marcadas com runas e um frasco com um líquido vermelho. Enquanto escolhia as pedras, seu corpo começou a brilhar em dourado, Myrkur começou a ficar translucida e depois bebeu todo o conteúdo do vidrinho, deixando seu corpo se arrepiar de leve. Mostrou quatro pedras para Kaliel e começou a estourar uma por uma. - Vou lhe mostrar... – Estourou a primeira, e seu corpo começou a ficar escamado com algumas pequenas garras estranhas saindo dela, lembrando uma centopeia. – O que eu consigo fazer... – Com a segunda, três garras grandes e maleáveis saíram de seu pulso, prendendo a empunhadura de sua espada. – Depois de descobrir algo sobre meu Olho de Hellion! – Com a terceira e a quarta, a espada pareceu vibrar rapidamente, mas não houve nenhuma outra aparição medonha. Luke tirou seu tapa olho, revelando o Olho de Hellion que lhe fora implantado há muito tempo. - Bah! Você ta parecendo uma larva, ou uma centopeia gigante... – Kaliel estava enjoado com a visão do ruivo. - É! – Luke sorriu e coçou atrás da nuca. – Eu sou um Centopeiaman! – Ele ergueu os dois braços e vibrou. Kaliel apenas deu um tapa em sua própria testa . - Então vamos ver o que vai fazer, seu projeto de inseto! – Kaliel correu na direção de Luke com a espada pronta para atacar, mas ele foi parado por algo que saia de baixo da areia, e foi arremessado para trás. Caiu no chão de costas e se levantou rapidamente, segurando sua espada. – Mas que diabos...Filho da Mãe! À sua frente, Luke estava rindo dele, mas entre os dois uma enorme carapaça de uma centopeia estava contornando o ruivo. O inseto gigante havia saído de dentro da terra, protegendo o seu invocador do ataque do rúnico, e voltava lentamente para baixo. - Minha Berkana é muito maneira! – Luke colocava as mãos na cintura e gargalhava. - Você está repulsivo Luke... – Kaliel levantava-se, limpando o seu enorme casaco. - Mas eu não tenho chifres pelo menos. – O ruivo respondeu. Luke continuava rindo, mais foi forçado a se defender quando Kaliel reapareceu na sua frente com a espada quase lhe acertando. Surpreendeu-se com o choque de espadas e a velocidade aumentada do amigo, então deixou a espada segura apenas com uma mão e com a outra segurou a lâmina negra do rival. - Sabe, o legal é que essa centopeia aqui pode derreter sua arma. – Luke falou confiante, enquanto segurava ambas as espadas. Porém, arregalou os olhos quando percebeu que a Executora estava intacta e Kaliel ria. - Esqueceu? Essa espada não é normal. Pense nela como se tivesse a essência de Randgris nela. – O moreno gargalhou ao mesmo tempo em que seus chifres alcançaram um tamanho monstruoso. As suas unhas cresceram mais, sua pele começou a ficar parecida com as escamas de um dragão negro, e em seu queixo formou-se uma barba espessa e preta. - Eita! Você tem estilo... – Luke se firmou, segurando Myrkur com as duas mãos novamente. – Mas não é mais bonito que eu. - Eu acho que sou... – Kaliel, usando também os mesmos efeitos das runas, pressionava a Executora para frente. – A Débi concorda... Os dois se soltaram do choque de espadas e ficaram se encarando. Ambos sorriam, estavam usando o máximo de suas habilidades e testando um contra o outro. Luke brandiu a sua Myrkur e novamente uma lâmina de vento foi disparada contra Kaliel, mas a magia foi barrada por uma enorme barreira feita com ossos humanos que vinham da terra. - A sua centopeia gigante te protege com tanto estilo quanto os ossos das pessoas que já matei? – Kaliel estava feroz, olhando para o amigo. - Vish, tem todo mundo aí? Tem certeza? – O ruivo provocou de volta. A barreira feita de ossos caiu no chão e desapareceu rapidamente por baixo da areia. Kaliel ergueu sua Executora e partiu para cima de Luke. O ruivo estourou outra runa e sua espada rebateu contra a de Kaliel, e uma sombra de centopeia surgiu atrás dele, como se o golpe fosse feito por uma cabeçada de uma centopeia gigante. O rúnico foi jogado para trás com a força do golpe, mas rapidamente se pôs de pé, correndo velozmente contra o ruivo. Deixou que a Executora tocasse o chão e arrastasse a ponta da lâmina por cima da areia, ganhando mais peso. Porém, antes de se aproximar o suficiente para acertar Luke, segurou a espada com firmeza e fez um corte de baixo para cima, arrastando areia contra os olhos do ruivo. Com um novo giro, Kaliel cravou a espada no solo e urrou. Luke percebeu o que aconteceria e pulou para trás, mesmo sem poder enxergar direito. Uma enorme explosão de fogo tomou conta da área. O Impacto Flamejante de Kaliel fez com que a areia se tornasse escaldante, e tornou o cenário um misto de areia e vidro, tamanho o calor do seu ataque. Luke conseguiu escapar, mas teve a capa um pouco chamuscada pelo ataque. Limpou os olhos e correu na direção do outro rúnico. Kaliel tirou a espada da areia e se preparou para atacar. Os dois estavam com botas grossas, e o ruivo ainda tinha uma proteção metálica por cima, o que fazia com que a areia aquecida não afetasse diretamente os dois, embora grudasse um pouco a sola que derretia lentamente. Novamente houve um choque de espadas e troca de golpes. A luta estava em um nível muito alto, com a velocidade de ambos sendo absurda, assim como os ataques. Quando os golpes não podiam ser esquivados, defendiam-se aparando os ataques ou usando suas defesas da runa Berkana como ultimo recurso. Por fim, Luke berrou e puxou Myrkur para trás, e uma aura vermelha começou a rodear sua espada. Kaliel saltou para trás e fez o mesmo movimento, mas a aura que envolvia sua Executora era negra. Os dois concentraram suas forças no movimento que trazia as espadas com a ponta para frente, e a aura girando velozmente ao redor. - Perfurar em Espiral! – O grito de ambos foi solto em uníssono. O ar ao redor das duas espadas girou de tal forma que o ataque perfurante parecia dividir o vento entre eles. O choque das espirais arremessou os dois para trás, fazendo-os cair deitado na areia. Os dois gargalharam e ficaram um tempo no chão, olhando para o alto enquanto o sol perdia seu brilho no horizonte pouco a pouco. - Quem diria que a gente iria lutar assim. – Kaliel olhava para o alto, sereno. Sentia-se feliz pela luta e via já os primeiros sinais da noite, junto das estrelas. - Meu irmão, lutar faz bem ao coração. – Luke riu, balançando as pernas na areia, mas também olhava para o alto e exibia um olhar tranquilo. Os dois fitaram o céu. A mescla das cores laranja e azul tornava aquela cena belíssima, e ambos começaram a se lembrar da vida que tiveram, dos momentos que passaram. - Tudo que eu sempre quis foi honrar meu pai, mesmo ele não sendo presente... – Falou Kaliel, deixando escapar um suspiro. - Não é o único que tem um objetivo movido pela família. – Luke retrucou e ficou pensativo. O mapa era ainda um peso a ser lembrado. Kaliel ergueu a mão livre e fechou o punho ao alto. Ainda se lamentava por muitas coisas que já tinha feito, mas então veio à sua cabeça a imagem de uma jovem loira, bela e sorridente para ele. Riu e abaixou o braço, parecendo conformado com seu estado atual. Enquanto isso, Luke colocou o braço embaixo da cabeça e ficou observando os primeiros brilhos das estrelas ao alto. Casara há apenas um dia, ainda estava pensando sobre o que isso significaria na sua vida, mas gargalhou ao pensar no motivo. Tudo era divertido de se fazer, e gostava muito das pessoas com quem convivia. O silêncio tomou conta da praia. Apenas o vento e o som do mar rebatendo nas rochas podiam ser ouvidos. Cada um sentia o bater do coração no peito, pondo à prova as habilidades adquiridas depois de anos de vida, tantas coisas que aconteceram e marcaram a existência dos dois. - Como é que eu pude virar amigo de um emo que nem você? – Luke, por fim, riu ao lembrar-se do dia em que ele e Kaliel foram atrás de cultistas em Hugel. - Ta reclamando do que? Não vai querer ficar preso em uma sala mágica né? – Revidou o moreno. - Nossa. Aquilo foi mó divertido. - Hehe, tem muito que aprender ainda Luke. – Kaliel sorriu. - Eu? Você é que tem que aprender a viver, seu desconhecido. – Luke rebateu uma verdade. – E você ainda quis apostar comigo, só por que agora eu sou casado e você ainda tá aprendendo a lidar com as mulheres. - Que? Se fosse antes de te conhecer, teria arrancado sua cabeça sem pensar duas vezes. – Kaliel retrucou. - Mas então, ainda acha que pode ganhar de mim? - Bah, eu não vou perder essa Luke. – Kaliel se levantou e reativou suas habilidades de combate. – Só por que essa é uma despedida de solteiro não significa que eu é que vou sair perdendo. - Mas já que escolhemos lutar por causa disso, vamos terminar e ver quem ganha. – Luke se levantou, sorrindo para o amigo e também renovou suas habilidades de combate. Os dois gargalharam, ficaram em silêncio depois e tudo tremeu. Ambos estavam usando o máximo de suas técnicas e acionavam a habilidade máxima dos Lordes, o frenesi. Era tanta força e poder que a água do mar evitava chegar perto dos dois. O sol já estava se pondo, deixando seu brilho alaranjado cobrir o cenário da pacífica Hugel, enquanto as areias se erguiam diante o poder máximo dos dois guerreiros. Kaliel brandiu sua espada furiosamente e partiu para cima de Luke, que aguardava com Myrkur em posição. Estavam em frenesi absoluto pela luta, cada um usando o seu conhecimento sobre as runas e tomando a forma que lhes davam a sua aparência temida. Mas acima de tudo, estavam felizes com o combate. As espadas se chocaram, o aço ressoou o impacto pela praia de Hugel, e o sol estava se pondo. Hugel... A noite caia serena em Hugel. Muitos viajantes estavam indo pra a taverna da cidade, onde eram servidos pratos quentes, bebida gelada e a música divertiam os pagantes. Alguns conversavam sobre duas pessoas que estavam lutando na praia ao longe, mas gargalhavam dizendo que não acreditavam em tal coisa. Porém, as portas se abriram e dois homens entraram muito feridos, um sendo apoiado pelo ombro do outro. As pessoas pararam de conversar para olhar os dois, um tanto preocupados pelo que teria deixado eles daquele jeito, pingando sangue, alguns cortes e hematomas pelo corpo. Os dois sentaram nos bancos do balcão da taverna. Kaliel vestido com seu típico sobretudo, que estava rasgado e amarrotado, e Luke usando sua armadura de combate completa, mas faltando alguns pedaços e amassados terríveis em outros. O taverneiro, preocupado com a situação dos dois, se aproximou. - Vocês estão bem? – Perguntou. Os dois, que estavam cabisbaixos, ergueram a cabeça com um sorriso enorme e começaram a rir. O taverneiro levou um susto e ficou alarmado com eles. - Não acredito que não descobrimos quem é o mais forte. – Luke dava risadas e apertava o pescoço de Kaliel com seu braço. - Sai daí, eu sei que eu desmaiei depois de você. – O moreno revidou fazendo um cafuné na cabeça do ruivo. - Mas afinal, do que é que estão falando? – O dono do bar coçava a cabeça, meio bravo por conta do susto. Kaliel parou de socar a cabeça do amigo e se virou confiante para o homem, e Luke bateu na mesa com seu punho, soltando o amigo do abraço e cruzando os braços. - Nós disputamos por uma noite inteira de rodadas de bebida! – Kaliel falou, certo das palavras que usava e Luke concordava com a cabeça, sorrindo. O taverneiro revirou os olhos, voltou a limpar as canecas e balançou a cabeça. Todas as pessoas da taverna estranharam os dois. Estavam feridos, mas por que lutaram por uma rodada de bebidas. Alguns riram, outros lamentavam a falta de decência, mas o que sobrou na noite foram as gargalhadas dos dois que tinham vidas novas e enchiam a cara por conta disso. Pagaram por suas canecas de cerveja e hidromel e se divertiram a noite toda, contando seus feitos, rindo das burrices e falando sobre as garotas com quem saíram. Acima de serem guerreiros, eram bons amigos.
  11. Autor: Willen Título: Ruínas das Trevas - Primeiro LivroGênero: Ação, Aventura, Comédia, Terror, Misticismo, Mistério, Drama.Personagens Principais: Kem Nelliw, Aldora Nelliw, Eros Ennin, Ayanne Hafsa, Dante Tenebrae, Ignatyus Arkadel, Louis Golden.Sinopse: Depois das aventuras épicas de Uriu, e a triste e breve história de Raiga, os irmãos Kem e Aldora Nelliw começam uma jornada pelo mundo de Midgard a procura de mistérios e forças ocultas. A missão deles é ajudar a deter uma ameaça que os seres humanos acreditam que não voltará, mas muitas coisas vem a interferir no caminho dos irmãos, que contam apenas com seu conhecimento oculto e o apoio dos membros de uma ordem poderosa. Situação: Ativa/Em AndamentoLink: Ruínas das TrevasConsiderações: Vamos ler que fanfic também é cultura xD
  12. Espadas. O mundo era governado por aqueles que carregavam uma espada e que traziam a justiça ao povo. Existiam muitas delas durante o reino de Schmidtz, o tirano, tempo em que a antiga capital de Rune-Midgard era a cidade fortaleza de Glast Heim. Porém, uma dessas espadas tinha um brilho como nenhuma outra poderia ter. Um guardião real, veterano e experiente, carregava uma destas cujo poder era temido por todos os seus inimigos. Foi dado um nome para aquela lendária arma. A luz refletia em sua lâmina e expurgava o mal do reino. Seu nome era Excalibur, e o seu possuidor se chamava Artórius. Dizem que na decadência do rei Schmidtz e a investida dos guardiões reais contra seu tirano líder. Artórius ergueu sua espada mais alto que todos e foi reconhecido por sua bravura quando o rei foi deposto, concedendo a ele fama e poder, ainda que ele negasse títulos ou riquezas. O bravo guerreiro fora venerado como um rei, mas nunca tomou posse. Assim, um membro de uma das sete famílias mais tradicionais assumiu o trono e a lenda da espada sagrada passou adiante. Muitos dizem que fora forjada pelos deuses no outro mundo. Outros afirmam que é uma arma que ganhou vida no reino dos mortos e sua luz cortava a mais profunda escuridão daquele lugar. Lenda ou não, Excalibur existiu e muitos viajavam em busca dela. Desde aquela época, ferreiros habilidosos tentaram recriar a maravilhosa espada que uma vez já pertencera a um dos maiores guardiões do reino, contudo são poucos os que conseguem e raros são aqueles que conhecem tal lenda. Ainda que Excalibur tenha um valor muito alto para os que querem apenas render lucros em períodos de guerra. Vários guerreiros a desejam por causa de seu poder, mas poucos a almejam por causa de sua simbologia. Esses poucos são os que têm mais chances de encontrá-la, pois a lenda diz que a Excalibur escolhe o seu possuidor. Depois de séculos, essa lenda foi desenterrada por novos aventureiros que buscavam pelo seu poder e seu significado. A espada governa o homem e o homem governa o reino. Mas acima de tudo, a luz da espada guia o homem no mundo. - Então, será que essa espada existe mesmo? O irmão mais novo estava curioso a respeito do que acabara de ouvir. Seus olhos dourados se concentravam no loiro que estava a sua frente, que por sua vez fechou o livro e sorriu para o mais velho. - Eu já vi algumas vezes alguns aventureiros usarem uma espada igual a ela. – Kem respondeu para Aldora. – E vivi em busca de Excalibur. Vou encontrá-la! O dia estava apenas começando na cidade de Prontera, a capital do reino de Rune-Midgard. Um fabuloso lugar, ela se situava envolta de muralhas gigantes de pedra. Era o centro urbano de maior importância para o reino e também onde o comercio se centralizava, graças a vários homens e mulheres que abriam barracas e tendas em busca de lucro ao vender seus espólios de aventuras, ou para viajantes que procuravam por artefatos e equipamentos melhores. Em uma estalagem, os irmãos Nelliw se concentravam nos livros a respeito de lendas e histórias antigas sobre os tempos dourados e de trevas de Midgard. Kem era um Guardião Real, de cabelos louros e revoltos, de olhos azuis profundos e um rosto jovial. Seu irmão adotivo, Aldora, era um Bioquímico de cabelos verdes e pouco compridos. Os dois passaram a noite estudando na estalagem de Prontera e logo que amanheceu começaram a se arrumar para partir. - Vai mesmo atrás de pistas sobre ela? – Aldora voltou a perguntar a seu irmão. O loiro sorriu para ele. -Não entende cara, é meu desejo! – Falava com um tom sonhador. – Imagine só, Al. Ter ela em mãos, podíamos ser conhecidos não só pela façanha, mas por sermos fortes também. - Você já não é mais forte que muitos? – O jovem provocou. - Nah, falta muito ainda para atingir meu extremo. – O loiro foi até a janela e observou as pessoas correndo na praça central, onde havia lojas e a fonte que demarcava o centro da cidade. Mercadores, Ferreiros e Alquimistas abarrotavam suas barracas com armas, poções e várias quinquilharias para alegrar os aventureiros e colecionadores. - Entendi. – Aldora andou até o quarto ao lado, onde Kem dormiu. Voltou algum tempo depois trajando as roupas típicas de Bioquímico. – E acha que os boatos são verdade? -Talvez... – O rosto de Kem exibia um olhar sereno para a cidade. – Pode ser que alguém tenha realmente conseguido. - Bem, então vamos a Geffen então. – O bioquímico ajeitou uma mochila nas costas e colocou na cabeça um elmo dourado com um par de chifres vermelhos. Kem sorriu e fechou a janela. Foi até seu quarto e retornou usando suas armaduras de Guardião Real em uma tonalidade dourada. Sacou da mochila um elmo também dourado em forma de dois chifres que se projetavam para trás. Os dois desceram as escadarias depois de arrumarem os quartos e trancarem as portas. Levaram as chaves e agradeceram ao dono da estalagem pelo per noite, pagando-o depois. Ao sair do local, Kem assoviou e então ouviu um bater de asas ao longe. Do alto, um animal enorme descia em rasante para onde os irmãos Nelliw estavam e pousou a frente deles. - Dormiu bem, Raven? – O loiro acariciou a cabeçorra do enorme Grifo que havia pousado à sua frente. Raven balançou a cabeça positivamente e soltou um pio alegre para o dono. Enquanto esticava suas garras de falcão e alongava seu corpo bestial, o Guardião Real arrumou as mochilas e suprimentos nas juncas do animal. Montou logo em seguida. – Precisamos comprar algo? - Acho que não. – Disse Aldora ao observar as movimentadas e lotadas ruas de Prontera, atulhadas de barracas. – Temos tudo o que precisamos. Talvez... – O irmão mais novo para diante o grifo. – Precisemos levar um suporte. - Levamos Eros? – Perguntou Kem, com uma cara tensa. - Acho bom. Podemos precisar dele. – O Bioquímico deu de ombros e sorriu sereno para o irmão, que balançou a cabeça e segurou as rédeas de sua montaria. – Vamos, Raven! - Que chato isso! – A voz do escandaloso Arcebispo era ouvida por toda a catedral de Prontera. Havia vários noviços orando dentro da construção e alguns Sacerdotes ministravam treinamentos para alguns devotos. O Arcebispo, que estava em alvoroço, corria de um lado a outro com uma escova de cabelo na mão, enquanto lutava para arrumar uma mecha de seu cabelo bem cuidado. – Fica certinho aí! Eros corria de um lado do salão para outro, atendendo os Noviços que viam lhe perguntar sobre o sacerdócio, mas o loiro se preocupava mais com seu cabelo. - Senhor Ennin, o senhor poderia nos dizer como abençoar o cálice e fazer a água benta? – Perguntava um sonhador menino em sua bata de Noviço para o Arcebispo. - Aí menino, tudo que você precisa é... fica quieto filhote alado de Bafomé. – O loiro xingou a mecha de cabelo que ficava subindo e se arrepiando na cabeça. O jovem ficou olhado o Arcebispo com receio. – Ah, não foi pra você. É esse cabelo que não se ajeita. - Mas senhor Eros. – O Noviço encarou os olhos esverdeados do loiro. – Vaidade é um pecado. - Mas sem vaidade você não atrai mulher, viu. – passou a escova de cabelo até que a mecha abaixou novamente, deixando apenas uma ponta erguida. O Noviço ficou pensativo por um tempo e então sorriu. - Está bem, mas e a água benta? - Bota os pés na água, ora e a água fica benta, meu jovem. – O loiro sorriu para o garoto. Feliz, o jovem agradeceu e voltou para outra sala. Eros ficou observando o garoto, mas então a mecha se ergueu novamente. Entrou em estado cômico de raiva, com as mãos na cabeça e uma face que mesclava a raiva com a tristeza. – Mas que coisa. Só posso ter atirado a runa no altar, por Odin! - Eros! – A voz de Kem pode ser ouvida ao longe, na entrada da catedral. O Guardião Real adentrou na sagrada construção e foi de encontro com o Arcebispo, que ainda estava com a escova de cabelo nas mãos. - Kem! Bom te ver amigo. – Eros sorriu de forma serena para o loiro. – Como vai o Aldora? - Ele vai bem. Aliás, ele está lá fora. – Kem aponta para a saída. – Viemos te buscar. - Que ótimo! Vamos naquele bar em Comodo? - O loiro juntou as palmas e se alegrou. – As dançarinas são todas lindas. Belas...todas lindas de doer. - Ei, vai com calma gatão. – O Guardião Real sorriu e zombou de Eros. – Temos uma missão pra fazer. - Ah não! Não vão estragar minha beleza hoje. – O Arcebispo se virou e começou a andar a passos largos na direção do altar, mas sentiu um beliscão em sua orelha e foi puxado para a saída por Kem. – Hey, não precisa fazer isso! Ta doendo! - Sinto muito Eros. – Kem puxava-o sorrindo. – Mas você já foi chamado. E não se preocupe, não será a donzela em perigo. O Arcebispo se soltou do puxão e ficou encarando Kem. Sorriu e então ajeitou seu cabelo, saindo da catedral. Kem seguiu Eros até onde estavam Aldora e o grifo do Guardião Real. Após os cumprimentos alegres do Arcebispo, o trio andou até a saída leste da cidade, passando por uma multidão até chegarem próximos de uma mulher uniformizada. - Então vocês acham que essa Excalibur está em Geffen? – Eros andava olhando para as várias garotas que passavam por eles. – Cara, se quer uma tanto assim devia ir comprar aqui em Prontera mesmo. Sabe que tem muita gente rica que deve ter essa arma. - Não tenho o suficiente para comprar deles. – Kem falou cabisbaixo. Raven, seu grifo, roçou a sua cabeçorra no braço do dono para tentar anima-lo. O trio parou em frente à funcionária da corporação Kafra, uma jovem com um vestido marrom longo. - Bem vindo aos serviços Kafra, em que posso ajuda-los? - Queremos ir para Geffen, por favor. – Aldora falou educadamente. A garota sorriu e um pilar de luz apareceu em baixo dos pés deles. Alguns segundos depois, a visão da lotada capital foi trocada pela figura gigantesca que era a torre de Geffen, o centro de estudos da magia. A cidade era tremendamente menor que Prontera, mas não carecia de um povo honesto e bem humorado. A torre no centro fazia com que sua sombra cobrisse parte da cidade como um imenso relógio solar enquanto as pessoas passavam de um lado para outro, próximos à fonte da cidade. - Ai, essas viagens sempre me deixam meio tonto. – Eros chacoalhava a cabeça depois de dar alguns passos. – E então, o que vamos fazer aqui? - Vamos atrás de uma pessoa. Há boatos que um mestre-ferreiro daqui encontrou a espada. – Kem falou sonhador. – A gente pode barganhar com ele. - Sei não. – O Arcebispo bufou. – Pra mim isso é furada. - É por isso que vamos ver se é verdade. – Aldora revidou calmamente. O trio andou até perto da torre da cidade e que também era seu centro, perguntando para as pessoas e os viajantes pelo mestre-ferreiro ou pela Excalibur. Um deles indicou uma casa mais ao norte da cidade e com essa informação, os três se dirigiram até uma casa pequena, porém bem cuidada. Aldora bateu na porta de leve e ficou esperando. Kem e Eros se recostavam no corpanzil de Raven logo atrás do bioquímico. A porta se abriu revelando uma garota que lentamente puxava a maçaneta para trás. Sua beleza jovial, cabelos morenos e compridos e olhos grandes chamaram a atenção do grupo, em especial de Eros, que ficou encarando a garota como um gato olha um peixe. - Bem, é... Desculpe incomodar a senhorita. – Aldora coçava a nuca, sem jeito. - Pois não? – A garota perguntou, encarando o trio com seus olhos azuis enormes. Tinha um jeito inocente e sua voz era ainda fina, apesar de já possuir um corpo desenvolvido. Eros correu até a porta e se prostrou de joelhos em frente a ela e disse. - Sou Eros Ennin. – O loiro segurou a mão da garota repentinamente. Kem e Aldora ficaram boquiabertos, não pela atitude de Eros, mas pela velocidade com o qual começou a conversa. – E esses são meus capangas... E você, eu sei quem é! - Sabe? – A garota arregalou os olhos, assustada com a brusquidão dele. - Você é a garota mais meiga e linda de toda a Midgard. – Eros se levantou e segurou as duas mãos dela junto ao peito. – Sua presença trás todo o charme, sedução e elegância que esse mundo precisa. – O Arcebispo ficou sério e encarou a jovem. – Vamos viajar juntos por essa terra desolada em busca de um lugar melhor para viver... Ai, minha orelha! Tão rápido quanto a sua conversa, Eros foi puxado para longe por Aldora, que apertava sua orelha. A garota ficou olhando ainda abismada para o loiro sendo arrastado pelo Bioquímico. - Vai com calma galã, tá assustando a menina. – Disse Aldora saindo de perto com Eros. - Perdoe meu amigo. – Kem coçava a nuca esboçando um sorriso. – Ele está bem animado hoje. - O que querem aqui? – A garota perguntou com um olhar sério. - Nós soubemos que há um Mestre-Ferreiro por aqui que possui a Excalibur. – Kem se apressou. – E queríamos falar com ele. -Claro! – Ela sorriu para o loiro e fechou a porta com força. Eros e Aldora voltaram rindo e se impressionaram com a atitude da garota. - Vai ver ela se assustou com o garotão aqui. – O Bioquímico sorriu para o Arcebispo. - Nem vem. Minha beldade é só para as refinadas. – Ele virou o rosto. – Ela deve estar se maquiando. Kem observava os dois dando gargalhadas, mas o clique da maçaneta sendo girada novamente chamou a sua atenção. Ao se virar, deparou-se com a garota na porta, porém, segurando um machado que era o dobro de seu tamanho e peso nos ombros e com uma feição sádica. Os três arregalaram os olhos e sentiram o corpo gelar e tremer, enquanto a garota arrastava a gigantesca arma para fora da porta. - São vocês. Ladrões! – Os olhos dela brilhavam intensos. - Quê? A gente não fez nada! – Kem deu alguns passos para trás. - Moça, desculpa se eu dei em cima de você. – disse Eros, apavorado. - A culpa é sua, Eros. – Aldora olhava feio pro Arcebispo. – Agora ela acha que somos ladrões. A feição da garota mudou rapidamente, voltando a ter o ar inocente de antes. Largou o pesado machado no chão e encarou apreensiva. - Vocês não são ladrões? - Você acha que a gente ia bater na sua porta se fossemos? – Kem abanava os braços para o alto, indignado. - Olha só. Eu só roubo corações! – Eros estava novamente de joelhos na frente da garota abismada, segurando as mãos dela. – Se quiser que eu seja esse ladrão então... - Cala essa boca! – Kem e Aldora acertaram um golpe de cada na cabeça do Arcebispo, fazendo-o arquear e cair desmaiado de forma cômica. A morena sorriu enquanto via o trio à sua frente. Afinal, não eram ladrões. - Perdoem meus modos. – Dizia a jovem. – Mas estou há dias com problemas de invasões, muitas ameaças por causa da espada. A propósito, meu nome é Emily, sou a Mestra Ferreira. O trio foi convidado pela garota para entrar em sua casa. Era um pequeno imóvel com várias armas penduradas nas paredes, e o cheiro de metal quente inundava as narinas de quem entrava. A garota havia deixado o seu gigantesco machado perto da porta enquanto Kem, Aldora e Eros se recostavam nas cadeiras da sala. - Então você é a tal Mestra Ferreira que tanto falam ter conseguido a Excalibur? – Perguntou Kem, impressionado. - Eu mesma. – Respondeu Emily. - Sempre soube que a gente poderia forjar o amor, minha cara. – Eros estava com uma feição apaixonada, mas ao ver o Guardião Real e o Bioquímico olhando feio para ele, voltou a ficar sério. - Entendo... – Continuou Emily, mudando o rumo. – Eu a tenho. Está lá na sala da forja, se quiser ver ela podemos ir lá. - Podemos? – Disse Kem, alegre. - Claro! – Ela afirmou com um sorriso. Sua beleza era atordoante para os três, mas o Guardião Real estava animado com a espada. – Venham. Ela se levantou e andou até uma porta mais longe da sala onde estavam. Os três seguiram-na até a porta e ela girou a maçaneta com uma feição alegre no rosto. Ao abrir a porta, os quatro presenciaram uma cena estranha. O quarto era organizado como uma oficina de forja, com armas cobrindo as paredes ao lado de escudos, hastes de madeira com armaduras pendendo em seus braços e uma fornalha que estava apagada. Havia uma única janela e nela duas pessoas se apoiavam com os pés enquanto carregava um saco comprido. Os dois olharam para trás e encararam pasmos para o grupo. - O que é isso? Quem são vocês? – Emily perguntou irritada. Os dois tiraram os pés do parapeito da janela e ficaram olhando para os quatro. Eram um casal, um homem de cabelos escuros e bagunçados, e uma mulher loira, ambos de aparência jovem. - É melhor se preparar para o ataque, nós não somos bobos. – A mulher falou em tom confiante, com um sorriso de escárnio. - É um ataque dobrado, ganharemos de todos! – Emendou o homem, fazendo uma pose estranha. - Martha! – A mulher apontou para si mesma. - Louis! – O homem fez o mesmo. - Nós somos a Gangue Z e estamos aqui para roubar você! – O casal de ladrões terminou em uníssono. - Vão se danar! – Emily partiu para cima dos dois, mas eles recuaram e fugiram pela janela. Kem e Aldora passaram à frente da garota e saltaram para fora, correndo atrás da dupla. - Parem aí! Devolvam a Excalibur! – Kem gritava enquanto alcançava o casal. Martha e Louis saíram em disparada para a saída norte da cidade de Geffen, mas foram impedidos por Raven, o grifo de Kem, que pousou a frente deles. - Martha, o que faremos? – Louis perguntou desesperado para sua parceira. - Você pergunta pra mim? Eu é que tenho que te perguntar! – Ela respondeu para o ladrão. - Já chega! Estão encurralados! – Kem, seguido por seu irmão, Emily e Eros, chegou perto da dupla. – Devolvam a Excalibur. Louis sacou a espada da longa bolsa que carregava e então o loiro viu o brilho da lâmina. Era uma espada longa, com várias runas e dragões entalhados no aço que saia de uma empunhadura dourada e ricamente entalhada. Era a espada mais bela que o Guardião Real já tinha visto e a visão dela lhe causava um leve arrepio na coluna. - Olha só, Kem achou a espada, mas não é ele que está usando. – O Arcebispo se aproximou do Guardião Real rindo, mas novamente recebeu um olhar irritado e calou-se. - Tem certeza que sabe usar espadas Louis? – Martha parecia um pouco perplexa. - Sei o que to fazendo! - Lança do Destino! – O casal de ladrões foi surpreendido por uma onda cortante que saiu da lança de Kem. O loiro não perdeu tempo e disparou sua habilidade contra a dupla, que foi arrastada para trás. Excalibur reluzia ao sol enquanto Louis se levantava com alguns arranhões no braço. Ele começou a rir. - Achou que iria me pegar? Estou com a sagrada espada Excalibur. – O ladrão gargalhou, irritando Kem e Emily, mas algo surpreendente chamou a atenção de todos. A lâmina de Excalibur trincou e toda a estrutura da arma quebrou diante de todos, deixando Kem e Louis horrorizados. - A espada! Ela quebrou! – Os dois gritaram a plenos pulmões enquanto olhavam os cacos no chão. - Como isso é possível? – Aldora, perplexo, encarou a Mestra Ferreira. Ela devolveu um olhar culpado e inocente enquanto coçava a nuca. - Acho que me esqueci de falar. Essa era uma das espadas forjadas de forma especial. Só duram alguns dias. – Ela ria de si mesma. Os ladrões e Kem olharam furiosos para ela, mas antes que pudessem fazer algo, Martha puxou o braço de seu parceiro e os dois começaram a fugir. - Não vão escapar! – O Bioquímico sacou dois frascos de sua mochila e atirou nos pés da dupla. Quebrando os frascos e seu conteúdo se misturando, a técnica da Bomba Acida atirou os dois para o alto com alguns chamuscados na roupa. - Nós voltaremos... - Os dois gritaram ao vento enquanto voavam para longe da cidade. Eros se aproximou do Guardião Real, que estava de joelhos enquanto observava os estilhaços da espada. -Ta tudo bem aí? – Perguntou o Arcebispo. - Era falsa...- O loiro falou baixinho. Eros não ouviu e se aproximou. Kem se virou e segurou a barra da bata do Arcebispo, balançando-o com força enquanto a Mestra Ferreira e seu irmão gargalhavam da forma como ele judiava do amigo. – Era falsa, não acredito! - Tem certeza que está bem? – Emily perguntava para o Guardião Real. - Claro. Eu até me diverti hoje. – Kem respondeu. Estava ajeitando sua bagagem no grifo enquanto Aldora e Eros conversavam mais ao longe. - Eu devia ter avisado. Os boatos surgiram e logo em seguida vieram as ameaças, estranhamente em uma semana, o tempo que dura uma dessas réplicas. – A Mestra Ferreira olhava com pesar para o loiro. - Esta tudo bem. – disse ele. Kem montou em Raven e segurou firme sua sela, acenando para a garota. Aldora e Eros também se despediram de Emily e os três partiram para o norte, deixando a cidade da magia para trás e caminhando em direção a uma nova aventura. - Não vai parar, não é irmão? – O Bioquímico olhava para o loiro. - Nem um pouco. Existem muitas espadas raras e eu vou ter todas. – Respondeu ele, sorridente. - É, mas se você tivesse algum zeny pelo menos, poderia comprar ao invés de viajar atrás delas. – Concluiu Eros, rindo dos sonhos do amigo. Os três gargalhavam enquanto caminhavam e sonhavam com o dia em que encontrariam a espada lendária, ou até que conseguissem algum lucro em suas viagens. Essa é a fanfic que mandei pro concurso. Já tem a lista lá, então vou postar a fic para vocês avaliarem. Espero que gostem ^^ PS: Não liguem para a musica, é apenas uma pegadinha ^^
  13. Hora, isso para mim sooa como um desafio literário. Adorei xDSó vou lembrar que assim como muitos, sou bem humano e tenho meu serviço e faculdade, mas tentarei dar meu melhor. Anota aí, curto heavy metal, mais voltado para Gothic, Power, Melodic e Love Metal. Também curto opera e orquestra. xDDDD Claro, só to apenas acatando a ideia. Mas que bom que gostou ^^
  14. Songfic: O Fantasma da Ópera Versão(Opcional): Nightwish / The Phantom of the Opera Autor da Songfic: Willen Leolatto Carneiro Autor da trama: Gaston Leroux, e posteriores roteiristas... Nightwish Version: Nightwish Version Live: Movie Version: Opera Version (feat Sarah Brightman & Antônio Banderas): Tarja Türunen (Feat Eduardo Falaschi): Lacrimosa Version O Fantasma da Ópera A escuridão era predominante no lugar. O cheiro vindo de gelo seco que ficava denso como uma névoa rasa se proliferava por entre os ladrilhos e elevações do palco. Várias pessoas sentavam em poltronas, todos tensos com a escuridão que se propagava à frente. Um órgão começou a ser tocado e a fumaça começou a se dissipar, abrindo um caminho para o meio do palco onde uma jovem de cabelos cacheados e loiros pairava leve em cima. Estava com um vestido vermelho comprido e sua pele era tão branca quanto à luz do luar. Aquele papel a representar era o de Christine. Atrás da garota havia um enorme órgão que elevava seus acordes ao alto conforme as luzes iam acendendo. Havia alguém sentado à frente do órgão, mas suas vestes escuras impediam de identificar quem era e o que fazia. Ele apenas tocava o órgão enquanto a bela jovem se dirigia até o centro do palco, em sua beirada. Ela ergueu os braços e começou a gesticular para que toda a platéia a visse. Sua voz era de um soprano formidável, que saia de sua boca com os lábios retocados de um vermelho vívido, como seu vestido. In sleep he sang to me, in dreams he came, No sono ele cantava para mim, nos sonhos ele vinha, That voice which calls to me, Aquela voz que me chamava, And speaks my name. e fala meu nome. And do I dream again? For now I find Eu sonho de novo? Por agora eu encontro The phantom of the opera is here o fantasma da ópera que está aqui Inside my mind. dentro da minha mente. O órgão tocou algo novamente enquanto a bela jovem terminava sua atuação, trazendo os braços para junto de seu tronco, fechando os olhos e encarando o chão. O homem que tocava o órgão então se levantou e virou-se para que a platéia pudesse vê-lo. Tinha o cabelo negro, liso e comprido amarrado em sua nuca, e usava uma máscara branca em sua face, cobrindo toda a região ao redor dos olhos e parte da bochecha esquerda. Sua roupa negra, um sobretudo comprido e um terno por baixo, ambos ricamente detalhados, era coberta por uma enorme capa que usava presa em seus ombros. Ele se aproximou da garota por trás e colocou suas mãos em volta dos ombros delas. A jovem pareceu assustar-se no começo, mas a voz do homem era grave, forte e hipnotizante. O fantasma então ergueu uma das mãos para a platéia e continuou a cantar eu seu tenor potente, um barítono, enquanto envolvia a garota com sua capa sombria. Sing once again with me our strange duet; Cante outra vez comigo nosso estranho dueto; My power over you grows stronger yet. Meu poder sobre você cresce fortemente. I know you turn from me to glance behind, E Embora você volte para olhar para trás, The phantom of the opera is there o fantasma da ópera está aqui Inside your mind. Dentro da sua mente. O fantasma virou o corpo da jovem para encará-la. A jovem então apoiou suas mãos no ombro do fantasma e retribuiu o olhar sério. Sua boca abriu ao ver os olhos dele por trás da máscara e então ela puxou o rosto dele para perto. O fantasma envolveu sua capa nela e colocou os lábios na testa dela. A garota segurou os ombros dele novamente e então o afastou, cantando novamente. Those who have seen your face Aqueles que viram seu rosto Draw back in fear. Recuaram com medo. I am the mask you wear, Eu sou a máscara que você usa, O fantasma se afastou dela. Ela esticou os braços tentando alcançá-lo, mas ele se distanciou até a beirada da lateral do palco. Ele virou-se e respondeu à garota. It's me they hear. É a mim que eles ouvem. Os dois ficaram se olhando, distantes. Ambos começaram a andar na direção do outro, para se aproximarem novamente. As vozes dos dois ecoavam fortes por todo o teatro. Your spirit and my voice in one combined; Seu espírito em minha voz reunido em um; The phantom of the opera is here o fantasma da ópera esta aqui Inside my/your mind. (Christine/Erik) Dentro de minha/sua mente. Vozes começaram a ecoar por todo o local. A garota olhou assustada para o fantasma e então correu pelo palco. O fantasma desapareceu em uma névoa densa e então reapareceu atrás da ofegante fugitiva. Ele a agarrou pelo braço e a puxou para trás das cortinas do teatro, enquanto órgão e outros instrumentos soltavam seus acordes precisos. Paredes e encanamentos surgiram das laterais e do chão, e a parede simbolizando um labirinto ficou formada no meio do palco. O fantasma ressurgiu trazendo a garota pelo braço até o meio do palco e ali ela se soltou. Ficou olhando ele por um tempo, até que o homem se aproximou dela e mostrou o local onde estavam. Ele apertou sua mão em seu peito e sua feição era de dor. In all your fantasies, you always knew Em todas suas fantasias, você sempre conheceu That man and mystery Esse homem e mistério A garota se aproximou e segurou a mão dele, com uma expressão de compreensão. Were both in you. Ambos em você. Os dois seguraram as mãos e ficaram se olhando. Andaram ainda de mãos dadas até a frente no palco e então olharam ergueram soltaram uma das mãos e às ergueram até o alto, entoando a cada timbre. And in this labyrinth where night is blind, E neste labirinto onde a noite é cega, The Phantom of the opera is here o Fantasma da ópera esta aqui Inside my/your mind. (Christine/Erik) Dentro de minha/sua mente. O homem se ajoelhou para a garota e entregou um anel para ela. A jovem aceitou relutante, mas então os sons dos instrumentos irromperam mais fortes e ecoaram por todo o teatro. Vários candelabros e velas surgiram no palco, aludindo à um caminho sombrio por onde eles começaram a percorrer até chegar aos aposentos do fantasma. Uma ala com um trono, várias mesas com jornais e lamparinas por cima. Enquanto eles adentravam, a voz do fantasma percorria pelo teatro, e pela mente da jovem Sing, my angel of music! Cante, meu anjo da música! Ele esticou a mão e então ofereceu sua mão à dela, que obedientemente segurou. Os dois subiram um lance de escadas que dava para o centro da ala e ali se encararam. Um suspiro foi dado pela Christine, e então as cortinas se fecharam, as luzes se apagaram e as pessoas levantaram alguns chorando e outros rindo com a atuação dos dois no teatro de Prontera. Atrás das cortinas, a garota beijou o fantasma, os dois sorriram e foram para o camarim. O casal tinha que se aprontar para o próximo ato. O espetáculo tinha de continuar. E assim se passou uma noite de ópera e teatro em Prontera, sob os olhos atentos de um ser que vestia uma capa, tinha uma máscara negra que cobria todo o rosto, com exceção da boca, e observava nas sombras das passarelas sem que ninguém notasse sua presença. O fantasma estava lá...
  15. Songfic: Chovendo Sangue Autor: Willen Leolatto Carneiro Música: Raining Blood Compositor: Slayer A escolta possuía mais do que o suficiente para compor um pequeno exército. Centenas de homens armados e em armaduras andavam ao lado daquele que já foi um dia um grande aliado da Ordem das Sombras. Estava andando calmamente ao lado dos vários cavaleiros que o escoltavam até as ruínas da antiga capital, Glast Heim. Seu crime foi ter tentado usar a Ordem para benefício próprio e então foim descoberto, preso e julgado para a pena de morte. Mas a Odem das Sombras não impôs o seu terror, e Kem sabia disso. O traidor receberia sua punição. http://www.youtube.com/watch?v=7KsPZ1f7MDs O som de um trovão ecoou por entre o campo onde o pequeno exército passava. A chuva havia começado a cair fina. Alguns cavaleiros começaram a ficar preocupados com a chuva e dobraram sua atenção. O condenado assustou-se com o barulho caótico que o trovão fazia e então viu uma figura negra parar na frente da escolta. Todos ficaram alertas. - Ei, saia do caminho ou morrerá! - Um dos cavaleiros da linha de frente se aproximou do homem que estava lá e ficou-o observando. Ele tinha cabelos longos e negros, carregava uma espada colossal nas costas e usava uma Masamune na mão direita. Havia um sorriso de escárnio no seu rosto que se alargou mais quando o soldado ficou mais próximo. - Eu não vou falar duas vezes... Novamente o trovão resoou. As ultimas palavras do cavaleiro foram jogadas com sangue ao vento e a cabeça foi separada do corpo enquanto Kaliel, o cavaleiro rúnico, movia seu braço rapidamente, segurando Masamune. Toda a tropa ficou assustada com a velocidade do golpe, e mais ainda com o riso maléfico que saía do seu rosto. Kaliel gargalhou e correu para frente da escolta, que já estava preparada com espadas e escudos, mas nenhum deles esperava pelo cavaleiro rúnico. Chifres cresceram na cabeça do guerreiro enquanto avançava insano para cima de um grupo jovem de cavaleiros, cortando eles com uma precisão assustadora em sua velocidade sobrenatural. Dava uma risada sinistra enquanto o sangue jorrava em sua face nas entranhas e pescoços cortados. - Matem-no! - Ordenou o líder da guarnição. Porém, foi morto por um golpe que atravessara seu pescoço e lhe rasgava o peito. O cavaleiro rúnico começou a grunhir de raiva e prazer enquanto girava seu braço com a fina lâmina de Masamune, tingindo o aço, seu corpo e o chão com sangue dos cavaleiros. Eu sua mente, rindo em meio à visão do sangue e fazendo movimentos com sua foice no ar, Bafomé gritava alegre enquanto o banho de sangue caia em cima do corpo de seu receptáculo, que matava insanamente vários guerreiros amedrontados. Trapped in purgatory Preso no purgatório A lifeless object, alive Um objeto sem vida, vivo Awaiting reprisal Esperando retaliação Death will be their acquittance Esperando retaliação The sky is turning red O céu está se tornando vermelho Return to power draws near O retorno ao poder se aproxima Fall into me, the sky's crimson tears Caia dentro de mim, as lágrimas do céu vermelho Abolish the rules made of stone Anule as regras feitas de pedra Kaliel matava rapidamente cada cavaleiro que se aproximava dele, dando golpes rápidos com sua lâmina longa e fina. Sua velocidade superava as defesas dos inimigos enquanto fatiava a carne e fazia as entranhas rolarem no chão. Lambeu o sangue da espada e encarou selvagemente os próximos alvos. Bafomé continuava a controlar o selo dentro do corpo do cavaleiro rúnico enquanto ele matava mais e mais. Pierced from below, souls of my treacherous past Perfurado por baixo, almas do meu passado traiçoeiro Betrayed by many, now ornaments dripping above Traído por muitos, agora ornamentos gotejam acima O foragido se viu desprotegido enquanto vários cavaleiros eram derrubados. Muitos deles acertavam Kaliel, mas suas feridas se recuperavam espantosamente. Então, o cavaleiro rúnico viu a pessoa que queria matar e sorriu, apontando para a vítima. Awaiting the hour of reprisal Esperando a hora da retaliação Your time slips away Seu tempo se esgota A cada passo, o coração do traidor batia mais forte. O guerreiro andava lentamente até o alvo, cortando os que se aproximavam sem nem ao menos tirar os olhos do prisioneiro. Guardou a Masamune ensagunentada na bainha e retirou a Executora das costas. Tremendo de medo, Yuder tentou escapar, mas Kaliel apareceu à sua frente com um olhar terrivelmente insano. O ar ao redor da lâmina negra começou a girar e então ele mirou a estocada direto no peito do alvo, destroçando seu corpo com o Perfurar em Espiral. Bafomé urrou de triunfo. Raining blood Chovendo sangue From a lacerated sky Do céu dilacerado Bleeding its horror Sangrando seu horror Creating my structure Criando minha estrutura Now I shall reign in blood Agora eu devo reinar no sangue! Urrando junto da besta interior, Kaliel gargalhou para o céu negro enquanto os pedaços da vítima caiam de sua Executora. Os cavaleiros que ainda sobreviviam começaram a correr, amedrontados pela ferocidade e insanidade de seu carrasco. Mas Kaliel começou a caçar eles. Erguia sua espada gigantesca e trucidava os que tentavam se defender ou arrancava pedaços da carne dos que corriam dele. Corria de um lado para o outro, com sua velocidade alterada pela magia, caçando e cortando cada pessoa que via na sua frente, sempre gargalhando ou soltando um urro fino de puro êxtase enquanto o sangue jorrava em sua face, a carne grudava na sua espada e os gritos dos homens mortos se tornavam apenas um sussurro na noite do morticínio. Um a um, os cavaleiros foram mortos de formas horrendas e apenas os pedaços foram deixados na terra tingida pesadamende de vermelho sangue. Quando matou o último dos homens, Kaliel parou e um trovão rugiu acima dele. Seu olhar era de seriedade, encarando todo o campo de horror que deixou para trás. A Executora estava pingando de tanto sangue que fora derramado em sua lâmina negra. Bafomé não mais estava urrando de vitória, estando apenas sentado, vislumbrando a mente de Kaliel. O comunicador do cavaleiro rúnico tocou, um brasão com as silgas O.S., fazendo com que o guerreiro se desprendesse da matança. - Kaliel, você eliminou o alvo? - A voz de Kem podia ser ouvida nitidamente, apesar da chuva. - Sim, somente ele! - Respondeu Kaliel, seco. - Entendido. Já pode voltar. - Kem desligou o comunicador e o cavaleiro rúnico fez o mesmo. Calmamente ele limpou a espada na grama e guardou de volta. Colocou as mãos nos bolsos e caminhou lentamente para longe do campo vermelho, olhando calmamente para a cidade de Geffen. Bafomé então chamou sua atenção. - As pessoas vão notar todo esse sangue no seu corpo. - Disse com sua voz grave. - Tudo bem, estou acostumado. - Respondeu o cavaleiro rúnico. - Eu não disse? Sempre há motivos cada vez maiores para matar. - Bafomé por fim repousou, deixando Kaliel absorto em seus pensamentos, voltando para Geffen depois da chuva de sangue.
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