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Entre a Promessa e a Flor


Nÿmuë

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[OFF]

Eu já havia publicado essa fanfic aqui, mas na época deu um grande pau no fórum (o antigão) e eu perdi a fic, fazendo com que eu mudasse definitivamente pro Prontera. Mas como agora o Prontera está OFF, eu vou publicar a fic novamente aqui.

 

-> Essa fanfic é dedicada ao meu amigo Rafael (Atrius) que permitiu que a utilização do fabuloso Atrius para a construção dessa fanfic

-> romance / aventura

-> cenas de conteúdo impróprio - e sem mimimi por favor que eu não tenho saco pra isso >

-> todos os personagens citados aqui um dia já existiram no bRO Chaos e foram Seguidores de Odin - e tenho autorização pra utilizar todos

-> fanfic terminada e revisada - 10 capítulos (e daquele tamanho...)

-> comentários sempre são bem vindos.

 

Agradeço de coração a todos os Seguidores que emprestaram seus personagens!!!!! \o/ [/ok]

 

Um Seguidor de Odin Nunca Desiste! - Sancho-Pança

[OFF]

 

 

Entre a Promesse e a Flor

 

1 - Reencontro

 

 

 

 

 

Florette deslizava os dedos pelas penas do seu falcão, que descansava em seu

antebraço. Ao ouvir passos vindos da capela a sua frente, ela lançou o falcão

ao ar, e estremeceu de ansiedade. Seu coração parecia que ia saltar pela boca a

qualquer minuto, e ela torceu as mãos no colo, nervosa.

 

 

A luz do sol matinal fez iluminar a figura de um sacerdote de cabelos verdes e

olhos ainda mais verdes, brilhantes como duas esmeraldas. Ele vinha segurando

um rosário nas mãos e deixou cair a peça assim que viu Florette sentada.

 

 

 

 

Ficaram alguns minutos se olhando, como se não acreditassem no que viam, e

então, ele abaixou o olhar e pegou o rosário caído. Apertando-o com força, foi

na direção da caçadora sem ao menos saber o que falar, ou se devia falar alguma

coisa. Seu coração batia tão rápido que ele estava com falta de ar, mas não

demonstraria isso para ela. Tinha que ser indiferente, ou tentar ao menos ser.

 

 

 

 

- Flor... - murmurou ele, odiando-se por adorar pronunciar o nome dela.

 

- Atrius - ela ficou de pé, e sem jeito, colocou as mãos para trás,

inevitavelmente procurando os olhos dele. Decepcionou-se ao encontrar um olhar

desprovido daquele brilho apaixonado que ela tanto amava. Abaixou o olhar e

considerou se fora uma boa idéia ter ido atrás dele. Devia ter deixado como

havia acabado da última vez que se viram.

 

 

 

 

Os lábios ainda queimavam com a paixão do último beijo trocado entre eles, e

a pele do braço ainda formigava quando se lembrava da carícia dispensada por

ele. Era uma tola apaixonada, e devia ir embora, na verdade, nem deveria ter

aparecido.

 

 

 

 

- Desculpe-me - murmurou ela - não devia estar aqui.

 

- Por que veio aqui? - ele perguntou suave.

 

- Queria ver você... ouvir sua voz - ela o olhou, sem saber porque estava

piorando a situação.

 

- Flor... - ele voltou a murmurar.

 

- Vou embora, foi bobagem ter vindo. Adeus...

 

- Espere - ele segurou o braço dela, e soltou rápido, como se tivesse se

machucado com o gesto - espere Flor. Eu... eu... posso te pagar alguma coisa? -

perguntou, querendo ficar mais algum tempo na companhia dela. - Faz tanto tempo

que não nós vemos, que queria saber de todos - disse ele, quando o que queria

era saber dela.

 

- Tudo bem - ela murmurou.

 

 

 

 

Atrius ficou ao lado dela, e enrolou o rosário o pulso, parecendo distraído.

Caminharam em silêncio, e foram até o centro de Prontera. Em um mercador, ele

comprou dois biscoitos de gengibre e depois foram até um banco para

conversarem. Sentaram-se numa distância segura e Florette começou a falar dos

amigos com os quais antigamente eles viveram muitas aventuras.

 

 

 

 

Ele a ouvia em silêncio, contemplando cada expressão que Florette fazia e

como os lábios dela moviam-se com suavidade para relembrar todas as histórias.

E logo ele estava se sentindo a vontade por ela vê-la novamente. Quando achava

que nunca mais seria possível vê-la novamente depois de tudo o que haviam dito

um por outro e de como aquilo que sentiam não poderia ser correspondido, uma

vez que aquele sentimento não era nem pra existir.

 

 

 

 

Observando quando ela pendeu levemente a cabeça para o lado, como os longos

cabelos violetas deslizavam por seus ombros e pareciam brilhantes ao sol

daquele dia e macios. Ele sentiu-se tentado a toca-los para lembrar-se da sua

suavidade. Fixou os olhos no pescoço alvo e conteve um suspiro ao pensar no que

ela faria se ele depositasse um beijo ali. O que ela falaria se a tomasse nos

braços.

 

 

 

 

- ... E eles não sabem que estou aqui.

 

- Veio me ver escondida?

 

- Não. Na verdade não - ela abaixou o olhar.

 

- Você anda triste Flor... é por causa de... nós?

 

 

 

 

Ela não respondeu, virando o rosto e olhando em outra direção. Atrius se

aproximou dela e tocou suavemente o queixo dela, fazendo-a encara-lo. O brilho

apaixonado nos olhos dela mesclava-se com a tristeza e o fizeram ficar segundos

olhando os olhos azuis dela, como se pudesse ler a alma dela, como fazia

antigamente.

 

 

 

 

Tantas coisas passavam por sua cabeça, tantas lembranças e promessas. Ele

queria esquecer tudo e beija-la. Mas era um homem de palavra e havia jurado que

jamais faria isso novamente. Não porque não gostasse de Florette, mas porque

não podia ter seus pensamentos perdidos pelo sentimento que tinha por ela. Sua

função exigia que ele tivesse os pensamentos livres para executar a magia

sagrada de Odin.

 

 

 

 

Sorriu triste por seu destino. Ainda a amava, e talvez mais do antes.

 

 

 

 

- Eu não peço nada - ela falou baixo.

 

- Eu sei.

 

- Sei que você jurou... que ganhou os poderes sagrados de Odin. Eu sei de

tudo... eu só... não sei o que eu queria vindo até aqui. Acho que apenas vê-lo

novamente.

 

 

 

 

Uma mecha do cabelo violeta caiu sobre o rosto dela, e Atrius a afastou

gentilmente, colocando-a atrás da orelha de Florette. Não conseguia tirar os

olhos do rosto dela, e muito menos parar de desejar sentir os lábios dela, nem

que fossem por uma última vez.

 

 

 

 

- Odin me abençoou com seu poder, se eu for fiel ao que jurei. Você lembra

Flor, quando eu ficava orando para que ele me visse como um de seus escolhidos?

Lembra de como ficava comigo e orava para que ele me notasse?

 

- Eu orava para que ele fizesse que você me notasse.

 

- Não precisava. Eu sempre a notei, talvez até mais do que devesse... Zanzar

Ten e Lier me aconselharam a ter olhos apenas para o que queria, Jack disse que

se eu gostava de você, que te falasse isso.

 

- Atrius - ela suspirou. Sem poder se conter, lançou-se nos braços dele, e

ficou com a cabeça escondida no peito dele. Ele a acolheu, e apoiou sua cabeça

na dela e ficou em silêncio.

 

- A Vic e o Anakin ameaçaram-me, dizendo que se eu te magoasse, eles me

matariam. Eu nunca duvidei de nada, sabia que eles me fariam pagar por cada

lágrima, cada soluço - acariciou o cabelo dela. - Eu espero não ter te magoado.

 

- Não fez isso...

 

- Não mesmo? - ele afastou-a o suficiente para olha-la nos olhos e saber a

verdade.

 

- Não. Eu sabia que isso era um sonho... eu sempre soube. Odin não somente me

ouviu, como mandou Freya vir lançar seu poder sobre mim e me fazer amar somente

você.

 

- Flor... que Odin me perdoe - murmurou ele, antes de beija-la.

 

 

 

 

Sentindo os lábios dele sobre os seus, Florette mergulhou num mundo de

sentimentos que somente ele despertava nela. E cada coisa em Rune Midgard

tornava-se mais bela e tudo calcava mais um degrau para a perfeição. Aquilo era

mais do que ela esperava dele, e ainda assim parecia um gesto pequeno perto do

amor que lia nos olhos dele. Sentiu-se bem, amada e acolhida nos braços dele,

sentindo que ali era seu devido lugar e que nada poderia lhe afastar essa

certeza.

 

 

 

 

Talvez tivesse ido até ali somente para ter certeza que ele ainda a amava,

da mesma forma intensa que o amava. E a cada suspiro entre cada beijo, ela

tinha cada vez mais certeza. Ele segurava a cabeça dela, para que não pudesse

vê-la afastar-se sem beija-la o quanto fosse suficiente. Quando ficou sem

fôlego afastou-se dela, o corpo vibrante de amor e alegria, a mente pesada de

remorso.

 

 

 

 

- Minha promessa... - ele murmurou.

 

 

 

 

Florette sentiu-se culpada por isso, e afastou-se dele o mais rápido que

conseguiu. Atrius continuava sentado, com a cabeça baixa como se lamentasse o

que havia feito. Ela sentiu os olhos cheios de lágrimas e a culpa aflorada em

seus sentidos. Sem olhar para trás, disparou pelas ruas de Prontera, esbarrando

em aventureiros e pet's. Empurrava tudo com as mãos para lhe darem passagem,

alheia aos comentários que a perseguiam.

 

 

 

 

Alcançou as entradas da cidade e saiu, refugiando-se em algum lugar para

recuperar sua coragem e voltar para a sua casa em Payon.

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Entre a Promessa e a Flor

 

2 - Sentimentos Mútuos

 

 

Dias passaram-se, e nenhum deles se viu novamente. Florette recusava-se a

demonstrar sua tristeza e Atrius que estava com ela em seus pensamentos. Os

demais amigos notaram que havia algo errado com eles, quando iam visitá-los,

mas nada falaram, pensando se tratar de outros problemas, que não fossem aquele

amor que sentiam. Para todos, estava claro que ambos haviam desistido de

alimentar o sentimento que em nada resultaria.

 

Caçando dokebis, Florette sentou-se a sombra de uma árvore para descansar e

olhou para o arco. A carta Múmia que estava nele havia sido presente de Atrius,

quando eles foram a Pirâmide de Morroc, certa vez. Lembrava de vê-lo abaixar o

cetro e pegar um objeto entre as faixas apodrecidas. Mostrou a carta a ela e

sorriu.

 

- Uma carta - disse, indo até ela e entregando-a - fiquei com você. Pode

precisar mais do que eu.

 

- Atrius... - ela suspirou, pegando a carta e sentindo ele tocar a mão dela com

carinho. - Obrigada - aproximou-se dele e beijou nos lábios.

 

Ele ficara corado e sem jeito, e rira sem graça pelo gesto dela. Depois

segurara na mão dela e sorrindo, a levou para caçarem mais múmias.

 

- Florette?

 

Ouvindo o chamado de Vyctory, Florette despertou e olhou para a guerreira.

 

- O que foi? Por que está olhando tanto para seu arco?

 

- Por nada... só estou olhando.

 

- O que houve? - Vic sentou-se ao lado dela e a olhou - Você anda muito triste.

 

- Não tenho nada...

 

- Claro que tem! O que foi?

 

- Eu não consigo esquece-lo - murmurou e fechou os olhos, sabendo que Vic

sempre fora contra esse relacionamento que todos sabiam que em nada daria. -

Toda vez que fecho os olhos, é ele que eu vejo.

 

- Ora - Vic bagunçou o cabelo dela - você vai superar isso... você vai ver!

 

- Vou? Mal posso esperar - a voz quase não saiu.

 

- Venha, você precisa melhorar... além do mais, acho que eu vi Bill por aqui -

piscou maliciosa.

 

 

 

 

 

 

 

Prontera estava cheia de mercadores. Alguns itens utilizados por aventureiros

estavam com preços acessíveis, e agora a cidade estava com excesso de pessoas.

Fora dos portões altos e seguros, havia uma batalha, e as energias e

interesses, tentavam mais uma vez ganhar uma da outra. Eram cinco horas da

tarde e os sinos tocaram da catedral, avisando a todos que a noite cairia

silenciosa e que aqueles que compartilhassem a fé em Odin poderiam rezar.

 

 

 

O Sacerdote Atrius olhava-se no espelho tosco que tinha no seu quarto. O cabelo

verde estava molhado e grudava no rosto dele, escorrendo água. Estava nu, pois

havia acabado de sair da tina de água quente e iria se trocar para fazer suas

orações. Mas algo o atraiu para o espelho e raramente ele se olhava. Tinha medo

de se ver com os olhos tristes, ou sem vida. Não queria registrar uma imagem

sua dessa forma. Jamais poderia se concentrar novamente se o fizesse.

 

Agora, tudo o que via não o assustava. Os olhos verdes não tinham mais

brilho e eram frios. Não havia tristeza neles, pois preferia um olhar frio a

mostrar sua tristeza. Afastou o cabelo e depois, riu sozinho. Parecia um bobo

olhando-se, como se pudesse fazer algo para mudar sua expressão apática e a

vida em seus olhos.

 

Afastou-se do espelho.

 

Tinha certeza que se falasse o nome dela, seu rosto teria vida. Ele mesmo se

sentiria feliz. "Ah, tenho que parar com isso" pensou, enquanto

passava a tolha felpuda pelos cabelos. Agora sabia que ela não viria mais atrás

dele, não depois da forma que terminaram há dias atrás.

 

Sentia-se terrivelmente culpado... mas muito, muito feliz. Não devia, pois

sua profissão exigia o controle total de seus pensamentos e que tipo de controle

teria se não conseguisse deixar de pensar nela? Tinha que orar, e Odin a

tiraria de sua cabeça, e com sorte Freya de seu coração. Seria melhor para os

dois. Tinham caminhos diferentes a seguir e não havia possibilidade de ficarem

unidos.

 

Vestiu uma túnica rústica e foi até a varanda de seu quarto. Os ventos de

fim de tarde o atingiram, suaves e perfumados com as especiarias de Morroc. Ele

debruçou-se sobre o parapeito e observou o movimento da cidade que nunca parava

ao longe. Mercadores sempre visitavam Prontera, e o mercado de armas nunca

descansava. Sem poder evitar, ele buscava-a entre os presentes, na esperança de

vê-la ao menos mais uma vez.

 

Quando ela partiu, quase correra atrás dela. Não sabia se era covarde ou se

a promessa ainda estava de pé. Não fora atrás dela, embora tenha ficado de pé e

vê-la sumir na multidão. Havia gritado por ela, mas não tinha sido escutado.

 

Estava pensando nela novamente.

 

Voltou para o quarto e terminou de arrumar suas coisas. Saiu, e pediu que

alguém fosse tirar a água da tina do seu quarto. Dirigiu-se ao santuário e

começou a orar. Tinha muito o que fazer e muito a tirar de sua mente.

 

Quando despertou, levantou-se e viu a Campeã de Tyr, que tinha o nome mortal

de Beauty, sentada em um banco do corredor, esperando por ele. Foi até ela e

sorriu, segurando as mãos suaves entre as suas.

 

- Beauty, estou feliz em vê-la.

 

- Posso dizer o mesmo - ela falou, sorrindo enquanto Atrius sentava-se a seu

lado.

 

- No que posso ajuda-la?

 

- Noviços tem enganando aventureiros, abrindo portais para Glast Heim, dizendo

se tratar de portais para as localidades pedidas. Todos sabemos que Glast Heim

é um lugar perigoso e assombrado. Não é certo enviar essas pessoas para lá.

 

- Sim, tem razão. Vou falar com o Alto Conselho de Prontera e ver a posição

deles quanto a isso.

 

- Sabia que podia contar com você. Não deixaria que essa situação piorasse.

 

- Não devemos deixar que piore. Prometo que vou falar com eles... se me

concederem uma audiência.

 

- Certamente que conseguirá.

 

- Vamos ver se consigo agora - ele se levantou, e Beauty o seguiu. Passaram por

dois prédios, até chegarem a um jardim para depois entrarem em um outro prédio

mais baixo.

 

Ela nunca tinha estado ali, e ao que parecia, Atrius conhecia bem caminho.

 

No grande hall aberto e florido, ele solicitou uma audiência para uma Kafra

e ela sorrindo, atravessou a porta dupla levando a solicitação dele entre os

dedos. Atrius olhou para Beauty e lembrou-se que a Campeã não podia ser vista

pela assistente.

 

Enquanto aguardava sua solicitação, Atrius colocou as mãos nas costas e

varreu o lugar com os olhos, nunca cansando da beleza verde que aquele lugar

possuía e a forma que todos os moveis estavam dispostos fazendo o ambiente

amplo e calmo. Olhou distraído para as flores coloridas, que saiam dos vasos

dispostos por toda a sala. A cor violeta o atraia, e delicadamente tocou uma

pétala, sentindo sua suavidade. Admirava a cor que elas exibiam, a mesma cor do

cabelo dela.

 

- Senhor Atrius?

 

O sacerdote o chamou, tinha acabado de vir pela porta dupla. Aproximou-se e

tocou-lhe o ombro.

 

- Senhor Atrius? - repetiu.

 

Atrius pareceu acordar, afastando as mãos rapidamente das flores violetas e

as colocando para trás.

 

- Distraído não? - disse o sacerdote o encarando.

 

- Um pouco - respondeu evasivo.

 

- O senhor sabe da importância de manter seus pensamentos em total controle em

prol daquilo que quer? - perguntou, seco.

 

Ele abaixou os olhos, sentindo-se envergonhado e culpado por ter sido

flagrado num momento como aquele. No momento que pensava em Florette. Sabia que

estava perdendo o rumo dos pensamentos, e se talvez nunca mais a tivesse visto,

ou tocado ou a beijado, tudo estaria melhor. Tudo tinha que voltar ao controle,

não podia continuar assim.

 

- Sei sim senhor. Apenas distração - falou, olhando seriamente para o homem.

 

- O que o traz até o Alto Conselho?

 

- Solicito uma audiência com os Grandes Sacerdotes.

 

- Sim eu sei. Qual é o problema?

 

- Jovens noviços tem aberto portais para a cidade esquecida de Glast Heim, em

troca de dinheiro.

 

- Ora, isso não é tão sério! - o sacerdote colocou as mãos para trás e olhou

para Atrius - todos sabemos que existem aventureiros que arriscam suas vidas

naquele lugar. Nada mais natural que pedirem portais para lá.

 

- Não seria grave senhor, se os noviços não estivessem enganando as pessoas.

Abrem portais para Glast Heim e os vende como se fossem para qualquer cidade

habitada.

 

- O que está dizendo? Que há enganadores entre os noviços?

 

- Sim senhor, é o que estou dizendo. Acredito que seja algo que somente o Alto

Conselho possa resolver.

 

- Oh entendo - o sacerdote coçou o queixo e então olhou para a janela, vendo

que a noite caíra em Prontera. Voltou a encarar Atrius. - Falarei pessoalmente

desse problema com os professores e com o Alto Conselho. Será notificado do

processo, senhor Atrius.

 

- Agradeço sua preocupação com o caso.

 

- Não há o que agradecer. Qualquer coisa que manche a imagem dos noviços e

sacerdotes deve ser informada imediatamente. Se notar algo errado, não hesite

em me contar.

 

- Certamente.

 

- Tenha um bom descanso, Atrius.

 

- O mesmo para o senhor.

 

Ele observou quando o sacerdote foi embora pela porta dupla e então se virou

para Beauty, que se mantinha alheia a conversa deles, apenas o olhando com sua

presença sobrenatural. Ele já estava acostumado as visitas de Beauty, uma vez

que quando humana, Beauty seguiria pelo caminho da fé, até ser escolhida por

Tyr.

 

- E então?

 

- O Alto Conselho será avisado.

 

- Agradeço-lhe tanto!

 

Atrius apenas sorriu. Beauty o acompanhou pelo jardim, seguindo para o salão

de refeições.

 

- Como descobriu isso sobre os noviços? - perguntou Atrius, depois que ambos

estavam sentados as mesas compridas, apreciando a comida oferecida. -

Certamente alguém te falou, não acredito que possa precisar de portais.

 

- Sim, Sancho me falou - ela sorriu - foi enganado três vezes, por noviços

diferentes em lugares diferentes. Aqui mesmo em Prontera, em Morroc e em

Geffen.

 

- É uma pena que alguns de nós abusem dos poderes concedidos pelos deuses.

 

- Sim, é vergonhoso.

 

 

 

 

 

Ficaram em silêncio durante algum tempo jantando e ouvindo os comentários

dos noviços que estavam também jantando no mesmo salão. Falavam das aulas e da

forma dura que algum deles eram tratados, e de como sentiam falta dos amigos

quando eram colocados em reclusão por algum motivo que não agradasse ao Alto

Conselho de Prontera. Os dois não poderiam deixar de dar razão em alguns dos

aspectos apresentados pelos noviços. Eles mesmo sabiam que a doutrina exigia

muito deles. Atrius era exorcista, e quando viva, Beauty treinava para a

academia de monges. Eles eram diferentes entre eles, mas tiveram a mesma

educação no santuário de Prontera, que quase não mudava mesmo passado tantos

anos.

 

- Você sempre é tão reservado... - comentou Beauty do nada - e se distrai

tão facilmente. Aquele sacerdote notou isso apenas de olha-lo.

 

- Eu sei - murmurou ele - mas estou bem. Nada que não possa controlar...

 

- Ou superar...

 

Atrius a olhou surpreso pelas palavras usadas e pela certeza imposta nelas,

mas escondeu-se atrás de uma máscara de indiferença invejável. Não devia se

sentir surpreso tinha que manter seus pensamentos no lugar.

 

- Não há nada a superar - respondeu ele, um pouco frio e distante.

 

- Achei que pudesse existir algo...

 

- Mas não há.

 

 

 

 

 

 

 

Naquela noite, Atrius soprou as velas que iluminavam seus aposentos e na

escuridão sentiu-se triste.

 

- Vai ser melhor assim - disse ele para si mesmo - Você vai superar e

aprender a esquecer.

 

 

 

 

 

Em Payon, Florette abraçava seus joelhos, e olhava a lua no céu escuro.

Estava infeliz, mas sabia que não existia futuro. Ela poderia prometer, mas

sempre fora péssima para cumprir suas próprias promessas.

 

 

Haveria de esquece-lo de uma forma ou de outra. Sentiria-se melhor assim que

tudo passasse.

[OFF]Capítulo modificado.@ Net^^ éh, ainda bem q vc falou q estavam publicando fics do prontera aqui. vamos dar uma nova chance a esse lugar.@ ValObrigada querido ^^@NanyuPois é... agora vou publicar aqui! vamos ver o q dá.

 

 

 

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[OFF]

Nobre Templario -> Então... a fanfic tem mais de 15 capítulos... só estou com preguiça de colocar... hoje a noite eu coloco os demais capítulos. E não foi ress topico não, é que a autora aqui é preguiçosa mesmo. ^^

 

Rudiery -> eu não entendi muito bem o que vc quis dizer com seu comentário: "Os cara ficam querendo tirar os chars de Ragnarok e por na vida real"...

 

Momo -> uia... então vou colocar mais capítulos mesmo. ^^

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Entre a Promessa e a Flor

 

3 - Os Druidas Malignos

 

 

Pela manhã, Florette foi acordada por uma funcionária Kafra. Ela batia

insistentemente em sua porta, e a caçadora foi atender com o pior dos humores.

O mau humor matinal de Florette era conhecido entre os amigos e piorava

consideravelmente quando ela era acordada.

 

- Olá, bom dia! - a Kafra sorriu, animada. Muito animada para Florette. Ela

mostrou um envelope - Correspondência para a senhorita!

 

Florette pegou o envelope e o abriu. Era uma carta de Zanzar Tem, um dos

Bruxos mais antigos que a caçadora já havia conhecido. Não melhorou em nada seu

péssimo humor, mas ao menos podia dispensar a Kafra agora.

 

- Obrigada - disse seca.

 

- De nada! A Corporação Kafra tem o maior de...

 

Não sabe se ela terminou ou não de falar, Florette fechou a porta na casa

dela, usando o pé. Começou a ler a carta, sentando-se na cama, querendo saber

porque o bruxo a escrevera. Bocejou.

 

"Flor, quero explorar a mina abandonada. Não quer me acompanhar? Te

espero em Geffen. ZZT."

 

Ao menos teria o que fazer, ela pensou, amargurada. Contou seus zenys e

decidiu que era melhor seguir de portal, uma vez que chegaria em segurança a

cidade sem longos dias de viagem a pé. Era melhor partir agora, certamente

Zanzar Ten estaria tomando café da manhã e ela poderia acompanha-lo. Sorrindo,

se preparou e partiu.

 

Fora falar com a Kafra, e como ela atendia outros aventureiros, Florette

esperou sua vez observando o funcionário Kafra amarrar uma imensa faixa sobre o

famoso festival de Payon - Munak e Bongun. Ele sorriu para ela, e desceu as

escadas assim que terminou.

 

 

 

 

- Vai participar?

 

- Sim, claro - ela respondeu, sempre participava todos os anos do festival. O

último festival fora o mais especial de sua vida. A simples lembrança a deixava

corada.

 

- Lembra das regras? Mulheres de vermelho e rosa, com fitas vermelhas; e homens

de azul e preto, com fitas azuis. Enroscar a fita em alguém significa que quer

compromisso com a pessoa.

 

- Sim, sim.

 

- Adoro o festival! Temos que celebrar o amor, você também não acha?

 

Florette ia responder o que achava do amor, mas a funcionária Kafra a olhou

e perguntou no que ela poderia ajuda-la. Pediu o portal para Geffen e tirou o

festival da cabeça, embora fosse difícil tira-lo do coração.

 

Poucos segundos depois se encontrava na praça de Geffen. A cidade parecia

lenta pela manhã, e Florette agradecia a calma. Hórus estava descansando no

braço dela, com a vista coberta pela venda e parecia alheio a mudança de

cidade. Ela foi até a casa de Zanzar e o encontrou tomando o desjejum.

 

- Já? - perguntou ele, abrindo a porta para ela.

 

- O que queria? Mandou a mensagem hoje cedo - ela deixou Hórus sobre um galho

seco na casa de Zanzar, foi até a cadeira, tirou uma pilha de pergaminhos e

sentou-se a mesa com ele.

 

- Mandei ontem a noite.

 

- Ah...

 

- Não estava? Bom, claro que não, por isso ela foi te entregar hoje de manhã.

 

- E, eu não estava ontem - ela respondeu evasiva. Não tinha porque contar que

ficara com Hórus observando as estrelas até que tivesse vontade de dormir. Às

vezes ela fazia isso, quando se sentia muito triste com o destino.

 

- Não? Vai me dizer que... que estava com Wild Bill? - os olhos de Zanzar Ten

se arregalaram e ele começou a rir. Florette olhou perdida para ele, sem ao

menos entender do que ele ria exatamente. - não acredito!

 

- Mas eu... - resolveu deixar que ele pensasse isso - Zanzar?

 

O Bruxo jogou a cabeça para trás e ria com gosto, e ela balançou a cabeça

desistindo. Não dava pra entender ele, ainda mais quando ele ria daquela forma.

Esperou ele se acalmar, para poder continuar conversando.

 

- Sua irmã, Raposa, está em Geffen.

 

- É mesmo? Ela nunca pára em lugar algum. Não me surpreende que esteja aqui.

 

- Isso é verdade. A vi a dois dias atrás, falou algo sobre estar na perseguição

de um Andarilho.

 

- Existem Andarilhos por aqui?

 

- Estão acontecendo coisas estranhas em Geffen.... em Rune-Midgard, pra ser

mais preciso. Não ficaria surpreso de encontrar um Andarilho.

 

- Você não parece que dá importância a isso - murmurou Florette.

 

- Por que daria? O Alto Conselho de Bruxos de Geffen pode muito bem cuidar

deles. Sou um simples Bruxo tentando viver nesse mundo – e Zanzar Tem deu

aquele sorriso que indicava que sua falsa modéstia estava em ação e continuou -

Não me importo com esses boatos, sempre surgem mais. Como saber o que é verdadeiro?

 

- Ainda assim, um Andarilho é um inimigo perigoso. Em Payon, correm histórias

sobre ele, e sobre a forma que ele ceifou vidas de aventureiros desavisados.

 

Zanzar Ten lançou um olhar de pouco-caso para Florette, e ela resolveu se

calar e comer. Afastou seus olhos do rosto do Bruxo e observou Geffen pelas

imensas janelas da casa. Zanzar morava numa casa ampla e confortável, com

imensas janelas, cercada por livros e objetos que ele achava em suas aventuras

pelo mundo. Embora não fosse organizado, tendo livros e pergaminhos empilhados

por todos os cantos, ele mantinha uma prateleira de poções, separadas por

cores. Era a única organização que Florette conseguia enxergar naquela casa.

 

Enquanto comia, Zanzar a olhava, parecendo ora curioso, ora preocupado.

Alternava o olhar com rapidez, e Florette já estava começando a se incomodar

com o olhar dele e a insistência que via tão clara no brilho deles.

 

- Pelo amor de Freya, porque está me olhando assim? - perguntou ela num tom

baixo, o encarando diretamente.

 

- Por nada Flor - ele afastou o cabelo branco do rosto e se levantou - vou me

preparar, fique a vontade.

 

- Claro...

 

O observou sumir no corredor, e então suspirou. Não havia forma dela

entender o Bruxo, ainda mais quando ele ria ou a olhava como a instantes atrás.

Sempre pensava que ele queria falar alguma coisa, mas ele não falava nada,

simplesmente dava as costas e sumia. Não podia querer saber o que se passava

com ele, porque o amigo era a pessoa mais reservada que conhecia. Ele a ajudava

em muitas coisas, e sempre que podia, ela estava com ele, aprendendo alguma

coisa ou vendo como ele tão bem utilizava a magia elemental. 

 

 

 

 

 

 

 

Atrius havia acordado bem cedo.

 

Já fizera suas orações matinais a Odin, e agora tomava o desjejum em seu

quarto sozinho. O dia estava claro e belo, pássaros já haviam passado por sua

janela e o burburinho de uma Prontera mercadora começa a chegar a seus ouvidos.

Era mais um dia normal para os sacerdotes de Odin, sem maiores preocupações.

 

Assim que terminou, tratou de vestir sua roupa de professor assistente e

seguiu para as salas de aula, onde os aprendizes estavam sendo preparados para

seguirem uma promissora carreira dentro da hierarquia de Prontera, tornando-se

sacerdotes e se desejassem, aventureiros.

 

- Bom dia senhor Atrius! - a sacerdotisa que cuidaria da aula daquela turma,

o cumprimentou, fazendo anotações em um livro. Alguns aprendizes já estavam na

sala, sentados em seus devidos lugares, ansiosos por conhecimento.

 

- Senhora... - ele a cumprimentou também, parando ao lado dela, colocando as

mãos para frente e observando os aprendizes entrarem. - Tratara do que hoje?

 

- De portais.

 

- Ah, estou na aula certa.

 

- Fiquei sabendo de sua requisição de audiência com o Conselho. Só não soube do

assunto - ela o olhou, curiosa.

 

- Era sobre portais - ele falou calmamente, não gostando da curiosidade dela.

Se havia uma coisa que ele quase não suportava era a curiosidade alheia sobre o

que fazia. Forçou-se a sorrir, parecendo tranqüilo.

 

- Ora, somente isso? Ia querer falar com o Conselho sobre portais?

 

- Somente sobre portais - ele a olhou sério, o sorriso sumindo dos lábios dele.

 

- A aula será interessante ao senhor, então.

 

- Certamente - concordou com a cabeça, agradecendo por ela se levantar a

iniciar a aula.

 

Durante algum tempo, ele manteve-se parado na mesma posição, escutando a

aula, e todos os conceitos sobre portais que já sabia. A sacerdotisa explicava

com graça e alegria, fazendo com que os aprendizes ficassem entretidos em

explicações difíceis. Eles não poderiam obter o poder de abrir portais por

enquanto, mas era sempre útil que ficassem com as noções em mente para quando

pudesse faze-lo.

 

- Tudo é uma questão de lembrança. Uma vez em Geffen, você pode gravar a

imagem do Arco de Geffen, e utilizando uma gema pode abrir um portal para lá, posteriormente.

Assim vale para qualquer cidade que visitarem, e para certos lugares que

conhecerem - explicou Atrius, quando lhe foi dada a vez de ensinar. - Em Rune

Midgard existem lugares sombrios, onde maldições recaem sobre a terra,

fazendo-a maldita. Um deles é Glast Heim!

 

- Que vocês conheceram com uma devida exploração não muito profunda, com

instrutores preparados os acompanhando - disse a sacerdotisa.

 

- Glast Heim é um castelo mal-assombrado, e em História de Rune Midgard, vocês

aprenderam mais sobre isso. Glast Heim tem importância histórica, tanto por sua

história como pelo fato de que alguns aventureiros que foram para lá nunca mais

foram vistos. A responsabilidade de se abrir um portal para esse lugar é grande

pois...

 

Uma batida na porta o distraiu, e Atrius foi atender. Tratava-se do mesmo

sacerdote do Alto Conselho que havia falado com ele na noite anterior. Atrius

pediu licença aos aprendizes e saiu da sala, acompanhando o sacerdote, em

direção ao hall do Conselho de Prontera.

 

O Sacerdote não falava nada, apenas que o Conselho queria tratar uma questão

com ele. Seguia-o em silêncio, imaginando que sua audiência fora concedida. Ao

chegar, ele manteve-se de pé, em frente uma mesa em forma de U, onde estavam

sentados sete sacerdotes, incluindo aquele que fora buscá-lo, e no centro

estava o Sumo Sacerdote de Odin, Mestre do Alto Conselho de Prontera.

 

- Senhor Atrius - disse o Sumo Sacerdote, a voz profunda e carregada e

ronquidão devido a sua idade avançada - temos motivos para acreditar que o envio

de aventureiros para Glast Heim, citado por você mesmo na noite passada, não

seja uma simples e odiosa brincadeira. Acreditamos que algo mais perigoso e

mortal está por trás de tudo, e que existe algum tipo de conspiração em Glast

Heim, que certamente está manipulando jovens noviços para seus fins, que ainda

são desconhecidos. Sua profissão e caráter mostram-se bem úteis a esse

Conselho.

 

- O que os senhores desejam de mim?

 

- Queremos que reúna um grupo de aventureiros experientes e prontos para os

perigos, e rume para Glast Heim para saber onde estão os aventureiros.

 

- Certamente.

 

- Tome cuidado senhor Atrius - falou aquele sacerdote que o havia ido buscar -

guarde seus pensamentos para enfrentar os fantasmas que assolam aquela terra.

Não sabemos o que se encontra por lá.

 

- Que Odin esteja com você! - falou o Sumo Sacerdote - Que a sabedoria dele

conduza seus passos.

 

Deixando a sala do Alto Conselho, Atrius sentia sua cabeça girar. Tinha que

ir resolver a situação por lá, ou ao menos descobrir se ela poderia ser

resolvida. Mandaria mensagem pela funcionaria Kafra até os amigos, e iria até o

lugar maldito.

 

Ele estava com um sentimento ruim a respeito de tudo aquilo. E as palavras

do sacerdote flutuavam em sua mente. Era estranho ele dizer aquilo. Muito

estranho.

 

 

 

 

 

 

 

Florette ajeitou a aljava nas costas e fechou a porta da casa do Zanzar Ten, o

seguindo depois em direção a praça de Geffen. Uma funcionária Kafra o chamou,

trazendo uma mensagem nas mãos.

 

- É de Atrius - disse ele, rompendo o lacre de cera e lendo em seguida.

Florette aguardou que ele terminasse de ler, aflita por noticias de Atrius

desde o último encontro de ambos. Sentia o coração disparado a simples menção

do nome dele. - Está me chamando para Prontera, vai a Glast Heim resolver

alguma coisa. Ele não está sendo especifico, só diz que é urgente.

 

- Glast Heim? Não é perigoso?

 

- Para ele não. Vou responder a ele, e dizer para onde vamos, ao menos que

queira ir. Quer?

 

Ela não sabia o que responder. Ficou corada diante do olhar cúmplice do

amigo.

 

- Vou responder. Espere-me aqui, eu decido por você - disse, piscando o olho

e afastando-se em seguida.

 

Florette trouxe Hórus para perto do rosto, acariciando a ave, enquanto seu

olhar ficava concentrado no bruxo. Estava aflita e nem sabia porque.

 

- Portal?

 

Assustou-se com a voz que parecia falada perto do seu ouvido. Ela olhou para

um noviço que surgira as suas costas.

 

- Não, obrigada - deu-lhe as costas novamente e manteve-se olhando para

Zanzar, que agora respondia mensagem.

 

- Você tem portal para Prontera? - uma maga perguntou ao noviço.

 

- Claro. O custo é 1k.

 

- Muito bem - entregou o dinheiro a ele - pode abrir para mim então.

 

Ele tirou uma gema azul do bolso do manto, a esfregou e mirou sobre a

caçadora que havia recusado o portal. Florette sumiu, seguida pela maga e pelo

noviço.

 

 

 

A luz matinal e a conversa sobre magia sumiu. Florette piscou os olhos,

encontrando-se num lugar pouco iluminado, cercado por paredes de pedra, com

heras subindo por elas. Apanhou o arco e olhou em volta. Junto dela se

encontrava uma maga e o noviço que havia falado a pouco com ela. O noviço

correu apavorado por uma escadaria e a maga não conseguia se mexer, talvez com

medo. Florette tirou a venda de Hórus e o lançou para cima, e o falcão piou

sobrevoando o salão imenso e ficando perto da dona. Não fazia idéia de onde

estava, então se aproximou de uma imensa janela, onde os vitrais coloridos

estavam quebrados, e ao olhou para os jardins sem podo, as altas muralhas e o

campo aberto e abandonado ao destino que se perdia no horizonte.

 

Uma estranha nevoa começou a se espalhar, vinda do solo, subindo com

velocidade e assim impedindo que nada além de nuvens fosse visto. Abaixou o

arco e olhou para o salão novamente, ficando com medo. O nome Glast Heim passou

por sua mente e ela jamais imaginou que um dia estaria sem a companhia dos

amigos num lugar como aquele.

 

- Onde estamos? - perguntou a maga, pegando a vareta que trazia na cintura.

 

- Glast Heim.

 

- Mas eu paguei por Prontera... devíamos ir atrás do noviço e pedir para que

ele nos tire daqui!

 

- Melhor tentarmos ir embora daqui. Sei que há uma saída pela muralha, podemos

tentar e...

 

Um som de capa chamou sua atenção. Florette ergueu o arco novamente e a

maga, sua vareta. A pouca luz que entrava pelos vitrais sujos, vinha colorida e

mal iluminava o imenso e vazio salão. Hórus piou alto, mostrando a direção a

elas. Era um Druida Maligno, e ele vinha lentamente pelo salão, os panos que

cobriam seu corpo flutuando a sua volta. A maga criou uma muralha de fogo, e o

Druida a atravessou facilmente, Florette começou a disparar flechas nele com a

maior rapidez que podia. Ainda assim, ele via lentamente e os olhos cheios de

maldades brilharam.

 

- Magia - gritou a maga, correndo para outra direção. Florette olhou para o

chão e as pedras encaixadas umas as outras soltavam pequenas lascas, que subiam

lentamente como se puxadas por uma força maior. - Lanças de Fogo! - a maga

conjurou a magia sobre o Druida, e nada o fez parar.

 

Florette andou para o lado, disparando flechas nele, enquanto Hórus

mergulhava com agilidade e gravava suas garras afiadas nele. Hórus deu uma

volta e atacou um Druida que havia surgido ao lado dela, alertando Florette

sobre a presença dele. O segundo Druida avançou, e com um gesto rápido tomou o

arco das mãos dela. Ela deu dois passos para trás, e assustou-se como grito de

agonia da maga.

 

Olhou para o chão, quando sentiu que não havia firmeza nas pedras e soube

que estava presa numa magia invocada por eles. Um pé afundou entre as pedras,

como se fosse lama, antes das pedras adquirirem uma coloração marrom e

erguerem-se em torno dela como lanças afiadas. Seus braços foram puxados um

para cada lado, e as lanças passavam por eles, como se fossem feitas de lama.

Sentiu as pontas cortando-lhe a pele em diversos pontos e gritou de dor. Então

tudo acabou e pedra endureceu tão rápido como havia amolecido, viu-se presa com

um pé dentro das pedras, o outro joelho flexionado para frente, os braços

esticados quase a seu máximo.

 

Os dois Druidas ficaram na frente dela e com um gesto na mão, arrastaram a pedra

onde a maga estava presa para o lado de Florette. Ela tentou olhar para ela,

mas podia apenas ver a cabeça caída pra frente e uma rocha passando pela boca

dela, como se a calasse, parecia desmaiada, embora ela não pudesse ter certeza.

Eles conversaram alguma coisa em uma língua desconhecida, e pareciam divertidos

com o que fizeram a elas.

 

Hórus tentou ataca-los, mas Florette gritou ordens para que ele guiasse

alguém até ali, na esperança de salva-las. O falcão sobrevoou os dois Druidas,

piou alto e fugiu pela janela sem vitral, sumindo as costas dela.

 

Um terceiro Druida surgiu, era diferente dos outros dois, ou de qualquer

outro Druida que ela já tenha visto. Os poucos cabelos eram longos e vermelhos,

molhados com algo pingando deles; os panos que o cobriam era uma forte

coloração vermelha. Ele se aproximou e as observou por algum tempo. A aura

negra que emanava dele, era poderosa, e a sua maldade parecia palpável.

 

O ar começou a faltar nos pulmões de Florette e ela não conseguia apoiar-se

em algum lugar para fazer que o peso do corpo não ficasse limitado aos braços

que pouco a suportariam. Ficou horrorizada quando o Druida Vermelho estendeu a

mão para toca-la, e tentou escapar em vão, ficando quase sem ar. Sentiu a mão

espectral e gelada tocar-lhe o rosto, roubando suas últimas energias. Um ar

gelado envolveu o corpo ferido, e então Florette caiu na escuridão da

inconsciência.

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Nossa... que demora...

 

Flor, você lê antes de postar? Sem querer ser chato, mas tem alguns errinhos de port passando...

 

Desculpa se pareço chato... é só pra ajudar  ^^

 

Mas plz, por que tanta demora? Quer deixar o povo na expectativa e ir publicando aos picadinhos?

 

Ma'r'dade  [/verg]

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Deimos - obrigada ^^

 

Momo - Obrigada ^^

 

Nanyu - acontece que eu lembro da historia, e quando eu vou ler, eu leio muito rápido e pulo os erros... eu precisava de alguém que olhasse isso pra mim, por isso que os erros passam. mas fica assim mesmo... com o tempo eu consigo ver os erros, como eu lembro da história, eu nem vejo. >

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Entre a Promessa e a Flor

 

4 - Os Horrores de Glast Heim

 

 

Zanzar Ten procurou Florette com os olhos e não havia sinal dela e muito menos

de Hórus. Ficou segurando a mensagem na mão e olhando para a direção onde ela

estava, até ver um portal se abrir e um jovem noviço pular dele, ensangüentado.

Aproximou dele, junto com a multidão que se formava a sua volta, e o rapaz

gritava apavorado.

 

Uma sacerdotisa surgiu, abrindo espaço na multidão, seguida por um

cavaleiro. Ela vestia roupas claras, diferentes das roupas de viagem que as

sacerdotisas costumavam a usar. Havia um martelo desenhado em suas roupas, e

Zanzar soube que se trata de uma Alta Sacerdotisa do deus Thor.

 

- Pra onde as levou? - fez a pergunta direta e o bruxo prestou atenção.

Elas? Rezou para que Florette não fosse uma delas. - Responda - inquiriu, a voz

dura.

 

O noviço caído no chão olhou para ela, com lágrimas caindo dos olhos e

lavando o sangue que pintava seu rosto.

 

- Ele disse... ela falou que ia soltar a minha família... ele

me obrigou!

 

- Ele quem? - perguntou dessa vez o cavaleiro, fazendo com que sua presença

fosse notada pela armadura brilhante e a longa espada que carregava na cintura.

 

- O Druida... - o noviço choramingou. - ele me mandou fazer isso...

 

A sacerdotisa olhou para o cavaleiro e eles trocaram olhares, se comunicando

por eles.

 

- Glast Heim? - perguntou ela, olhando novamente para o noviço.

 

- Sim...

 

E para Zanzar Tem tudo fez sentido. Dias atrás, Sancho havia dito que

estivera em Glast Heim, por ter comprado um portal de um jovem noviço em

Geffen. Mas a habilidade com a katar o tirara de lá com vida por três vezes, as

três que fora enganado. Zanzar não sabia se Florette podia suportar tanto tempo

naquele lugar.

 

- Quem ele mandou para lá? - Zanzar se viu perguntando a Sacerdotisa.

 

- Uma maga e uma caçadora. Foi pouco antes de agirmos - disse ela, lamentando.

A voz dela, melodiosa e calma flutuava na mente dele, com a palavra:

caçadora... 

 

- Abre portal pra Prontera - pediu a ela.

 

- O que vai fazer bruxo?

 

- Ir buscar ajuda e tirar minha amiga de lá.

 

Sem precisar de nenhuma gema, a sacerdotisa estendeu a mão e criou o portal,

atrás as roda de curiosos que se formara em torno do noviço choroso. Ele

empurrou a multidão e entrou no portal, saindo na praça central de Prontera.

 

Prontera estava nunca estivera tão alvoroçada. Pessoas corriam e gritava

sobre Andarilhos, e a trombeta que anunciava a cavalaria de Prontera soava alto

por toda a cidade. Teve tempo de desviar de cavaleiros em Peco Pecos, que

passaram por ele com lanças em punho indo para os portões. Ouviu gritos e

choros, pessoas falando que três Andarilhos haviam massacrado simples

mercadores que estavam as portas da cidade, fazendo suas boas vindas a todos

que chegavam para visitar a capital.

 

Zanzar afastou-se por uma rua pouco movimentada, saindo da confusão antes

que acabasse bem no meio dela. Foi procurar Atrius perto da funcionária Kafra

com a qual ele habitualmente tratava, e o encontrou sentado num banco, olhando

para baixo como se estivesse preocupado com alguma coisa. Logo avistou Lier,

Vyctory e Jack Diovanni com ele. Pareciam que estavam se preparando.

 

- Zanzar! - Lier o cumprimentou, parecendo feliz por ver o bruxo.

 

Atrius ergueu os olhos verdes e fitou o rosto de Zanzar por longos minutos.

O bruxo desviou do olhar sondador e cumprimentou a cavaleira e o outro

mercenário.

 

- A Florette não estava com você? - perguntou Jack buscando a caçadora entre

as pessoas que passavam atrás de Zanzar. - Ela avisou que iria para Geffen.

 

- Bruxo egoísta! Deve ter comprado um portal e deixou a minha irmã lá -

comentou Lier, cruzando os braços e olhando para ele.

 

Zanzar ficou nervoso. Ele não fazia idéia de onde estava Florette, embora

tivesse uma "quase" certeza que ela estava em Glast Heim. Mas o que

ia falar? Não sabia o que dizer, e sabia que o irmão dela e Atrius, acima de

todos, ficariam desesperados quando ele revelasse suas desconfianças. Nem ele

mesmo queria acreditar que sua amiga pudesse estar sozinha num lugar tão

tenebroso como aquele. Olhou para Atrius, e ele ainda o olhava com muito interesse,

apertando as cotas do colar que sempre levava ao braço, mostrando-se tenso.

 

De alguma forma, ele sabia. Podia se ver nos olhos dele, um brilho estranho

e perturbador. E Zanzar se deu conta que o que havia visto no último Festival

de Munak e Bongun não fora imaginação de sua mente, o agora sacerdote havia

tomado a caçadora para si e repetira vezes seguidas que sempre saberia o que

havia com ela, porque agora tinham um laço.

 

Aquilo era constrangedor, e ele ficou corado por saber de tamanha particularidade.

 

- Onde está Florette? - Atrius perguntou, ficando de pé. O olhou,

despertando do passado e recuperando sua postura.

 

- Bem... acho que ela está em Glast Heim!

 

- Glast Heim? - Lier quase gritou - O que minha irmã está fazendo lá?

 

- Um noviço... abriu portal para lá, e acredito que a Flor foi pra lá.

 

- Como? - Atrius perguntando, deixando aa cota cair de suas mãos, ficando

pálido.

 

- Eu não sei o que aconteceu. Eu fui responder sua mensagem e quando voltei,

ela havia sumido.

 

Uma cavalaria passou por eles, seguindo pela rua em direção ao portão sul,

onde os Andarilhos continuavam fazendo vitimas. Eles poderiam ajudar, mas ao

verem Atrius sério, tirando uma gema azul da algibeira, souberam que ele havia

decidido por todos. Abriu um portal para o castelo mal-assombrado e todos

entraram nele.

 

 

 

 

 

- Glast Heim é tão sombrio - comentou Vic, sacando a espada e olhando para a

edificação a sua frente que se erguia majestosamente entre as brumas.

 

Haviam surgido na porta do castelo, e olhando em volta, viram-se sozinhos

naquele lugar maldito. Não havia som algum, que não fosse a respiração

acelerada de Jack e a magia de proteção que Zanzar usara nele mesmo. Atrius

olhou para o castelo, imaginando onde Florette poderia estar. Ele sabia que ela

estava lá, em algum lugar e não conseguia deixar de se preocupar, mesmo sabendo

que ela era uma ótima caçadora e que Hórus nunca deixaria de lutar ao lado

dela, mesmo assim... aquele lugar era maldito. Fez uma prece rápida pedindo

pela segurança dela e que Odin o abençoasse com sua imensa sabedoria, antes de

tomar a liderança do grupo e empurrar a imensa porta dupla. Dentro de Atrius

havia um misto de agonia e preocupação, que piorou quando um vento gelado

soprou de dentro do castelo, fazendo-os estremecer. Nem sabia o que faria se encontrasse

Florette ferida...

 

Entrou no castelo, atento as sons para que soubesse onde sua Florette

poderia estar. Seguiram pelos corredores pouco iluminados sem encontrar nenhum

inimigo. Passaram pelas escadarias e exploraram o primeiro andar sem muito sucesso

de descobrir o que estava acontecendo por ali. Até mesmo as criaturas que

viviam em Glast Heim não haviam aparecido.

 

Optaram pelas escadas e subiram para o outro andar. Passaram por um

corredor, notando as estranhas formas das paredes, quase saltadas para fora,

mas não tiveram tempo de ver direito do que se tratava, pois duas armaduras que

não protegiam nada que fosse visível, 

presos as paredes, atiraram neles.

 

 

Lier e Jack, que haviam erguido os panos que levavam ao pescoço para esconderem

seus rostos, como mandava a tradição da guilda dos mercenários, saltaram ágeis

para destruir os inimigos presos. Não tiveram dificuldades, e logo os arcos

caíram no chão e as armaduras foram totalmente absorvidas pela parede.

 

 

Zanzar Ten ergueu a mão e tocou a estranha parede sem medo, seus olhos

brilhando e a ponta de seu poderoso cajado iluminando o corredor. Afastou-se,

ainda olhando para a parede e olhou para os companheiros de grupo.

 

 

- Magia! - disse ele - Ira da Terra. As coisas presas a essa parede não sairão

daí, ao menos que o invocador seja morto.

 

 

Continuaram andando, cada um com pensamentos sombrios sobre o que estava

acontecendo por ali, afinal, até mesmo as criaturas que viviam ali estavam

sendo afetadas por alguma espécie de magia poderosa e que ignorava quem seria

afetado. Zanzar como poderoso bruxo que era, nunca vira a magia ser usada para

esses fins e nem sabia como aquilo estava acontecendo.

 

 

Chegaram a um grande salão, com tapeçarias puídas nas paredes e os longos

vitrais sujos, onde uma luz colorida iluminava o chão. Não havia nada naquele

lugar, somente um pesado e estranho cheiro de sangue. Adentraram a sala,

atentos a qualquer movimentação suspeita, até ouvirem Vic gritar. Apavorada,

ela apontou pro chão com a sua espada flamejante.

 

 

- Mas o quê...? - Jack afastou-se para notar que o chão de toda a sala era

quase transparente, como se andassem por sobre blocos de gelo. Abaixo do piso

que imitava pedras como as das demais salas, havia aventureiros presos, com

expressões de horror em seus rostos contorcidos. Os corpos pareciam frágeis,

cercados por uma pedra marrom, que cercava os corpos em posições terríveis. Era

a coisa mais horrível que ele tinha visto em toda a sua vida. - O que é isso?

 

 

Ninguém respondeu, olhando quando ele se ajoelhou e enfiou sua katar entre as

pedras, tentando remover uma. Quando conseguiu, um cheiro pútrido invadiu a

sala, e ele cobriu o rosto com a pano que levava ao pescoço, sem se incomodar e

continuou removendo as pedras. O aventureiro parecia morto a seus olhos, mas ele

não desistiria até tira-lo totalmente de lá. A cada pedra tirada do lugar, o ar

da sala ficava ainda mais pesado e quase insuportável. Assim que terminou,

arrebentou a pedra que cercava o espadachim e o puxou para cima.

 

 

O corpo dele estava coberto por manchas enegrecidas, sangue pisado e o rosto

estava pálido. A pele estava gelada e um pouco mais que isso, ele juraria que

se tocasse no aventureiro poderia partir seu corpo em pedaços. Olhou para

Atrius, que estava olhando para cima, como se soubesse de algo que estava lá,

mas então o sacerdote o olhou, e balançou a cabeça.

 

 

- Cura! - Atrius ergueu a mão na direção do espadachim e uma energia verde

surgiu no ar e runas brilharam, fazendo com que ela caísse como uma cascata

sobre o corpo ferido. Ele despertou, e um grito abafado saiu de sua boca de

lábios secos e arroxeados. Tentou se levantar e Jack o impediu.

 

- Calma... calma - pediu.

 

 

O espadachim se sacudia no chão, o corpo movido por espasmos, as mãos de dedos

contorcidos erguiam-se e os dedos mantinham-se parados na mesma posição. Abriu

os olhos, e estes não tinham vida, cobertos por uma capa branca sobre a íris.

 

 

Vic afastou-se, com a mão no ventre e foi até uma janela. Usando sua espada,

partiu um vitral e uma brisa entrou no salão, afastando um pouco o cheiro

pesado dela. Ela manteve a cabeça para fora, querendo tomar ar e esperando que

aquela sensação desagradável passasse.

 

 

- Tira... tira... - o espadachim murmurou apavorado - lá - apontou para o teto

com as mãos. Jack não tirou os olhos dele, enquanto Atrius e Lier olhavam para

a direção apontada. O teto era alto, feito com madeira e pedras. Não havia nada

além disso.

 

- Mais um andar? - perguntou Lier.

 

- Não vi escadas... - Atrius respondeu e então olhou para a direção por onde

haviam vindo - preciso encontrar Florette - murmurou.

 

- E quanto a ele? - Jack levantou, quando o espadachim voltou a desmaiar - Não

podemos...

 

- Preciso achar Florette - Atrius olhou para Jack, e estremeceu, tomando todos

de surpresa, inclusive ele. O olhar dele perdeu-se e então voltando a si, olhou

para os amigos - ela sabe que eu estou aqui - disse com tanta certeza que Lier

e Jack ficaram abismados.

 

- Não podemos - repetiu Jack.

 

- Atrius tem razão - disse Vic, aproximando-se deles - Florette pode ficar como

eles senão a acharmos. E Zanzar disse que a magia pode ser removida se o

invocador for morto. Temos que encontra-lo.

 

- E se a Flor estiver aqui? - perguntou Jack - como saber que ela não está?

 

- Ela não está aqui - respondeu Atrius, abaixando a cabeça. O cabelo verde cobriu

o rosto dele, fazendo sua expressão parecer misteriosa. Abençoou cada um deles

e os deixou mais rápidos - desculpem-me - murmurou, antes de sumir.

 

- Pra onde ele foi?

 

- Ele foi atrás da Florette - respondeu Lier com uma voz profunda.

 

- Ah, o amor... olha o que ele faz com aas pessoas - resmungou Zanzar Ten.

 

 

Atrius surgiu no hall de entrada do castelo, e buscou por uma escada que

levasse ao outro andar. Encontrou-a escondida, sua forma igual a parede onde

estava presa. Alcançou os degraus e subiu, pegando seu colar de cotas do pulso,

furioso porque sabia que Florette estava ferida. Ouvia as vozes dos amigos ao

longe e mesmo assim, não se sentia com remorso por tê-los abandonado e ido

atrás dela. Eles não poderiam entender o que havia entre eles, ninguém poderia.

 

 

Chegando ao outro andar olhou pelo corredor, e viu um Druida Maligno passando

por entre os salões, como se não o tivesse visto ali. Apertou com força a cota

que tinha nas mãos, e foi na direção dele, bem atento. Ao encontra-lo, não

demorou muito até que usasse sua magia divina e expulsasse a criatura para um

lugar onde ela jamais poderia perturbar os habitantes de Rune Midgard

novamente. Em seu caminho por aquele andar, ele encontrou mais três Druidas, e

com a mesma facilidade, os mandou embora.

 

 

Ele chegou a uma escadaria que havia no final do corredor. Havia ignorado

portas e salões, sabendo que Florette estava no final daqueles degraus. Sem

mais hesitar, ele subiu para o que seria uma espécie de torre e ao final da

escadaria, a porta estava entre aberta. Espiou por ela, e seu coração disparou

ao ver Florette aprisionada em uma pedra, a cabeça tombada, os cabelos violeta

ao vento forte que soprava de alguma janela por onde também entrava a claridade

da sala. Ao lado dela havia uma maga também aprisionada e ficou surpreso por

encontrar Alice, uma das habitantes daquele lugar maldito presa a parede, como

as armaduras que encontrara na porta.

 

 

Sem mais demorar, entrou no aposento vazio e foi até ela.

 

 

 

Vic girava a espada com incrível habilidade e ganhava força para atacar as

novas névoas que surgiam. Os mercenários estavam atacando Druidas que haviam

aparecido, provavelmente atraídos com as vozes, e Zanzar Ten criava muralhas de

fogo, impedindo o acumulo de inimigos sobre eles.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A nevoa se desfez diante de Vic, e ela correu para atacar outra que vinha

pelo corredor. Com a agilidade ainda alterada por causa da benção de Atrius,

ela saltou e sua espada flamejante deixou um rastro de luz quando passou pelo

ar indo na direção a nevoa. Parecia uma dança, com sua rapidez mortal, a espada

flamejante, os cabelos dourados como raios de sol e a armadura brilhante e

intacta. Com a luz colorida dos vitrais, Vic dançava entre as nevoas, acabando

com elas com incrível rapidez.

 

 

Quando já não havia mais inimigos naquele salão, um portal surgiu, e Vic olhou

para ele, com a espada em punho. Noviços apareceram, seguidos por um sacerdote.

 

 

Ele deu um passo a frente e mostrou-se arrogante ao observa-los como se fossem

meros aprendizes naquele lugar. Então olhou em volta e não pareceu surpreso com

o que encontrara ali.

 

 

- Onde está Atrius? - ele perguntou, a insolência na voz, atingindo o grupo

como um soco.

 

- Quem é você? - perguntou Lier.

 

- Sou do Alto Conselho de Prontera. Exijo saber onde está o senhor Atrius.

 

- Vamos embora - disse Lier, dando as costas ao sacerdote. - Nosso amigo

precisa de nós, e não ele - falou se referindo ao sacerdote com ironia.

 

- Senhor, se é mesmo Alto Sacerdote, faça algo por essas pessoas - pediu Jack -

viemos ajudar Atrius e é isso que vamos fazer.

 

 

O sacerdote lançou um olhar gelado a eles, quase cruel. Os observou se

afastarem, e então deu instruções aos noviços em como tirar aqueles

aventureiros daquela armadilha. Depois, voltou a Prontera, usando um portal.

 

 

Voltaram ao hall de entrada e acharam a escada escondida. Ouvindo gemidos,

apressaram-se. Seguindo os gemidos, eles entraram num outro salão e lá ficaram

abismados.

 

 

Parte da parede ruíra e ventos maliciosos sopravam com força. O chão ruíra

também naquele canto do salão, mas essa falha não era percebida por quem

olhasse o salão no andar debaixo. Ao que parecia, aquela parte que desaparecera

era a saída para um solar aberto, embora ele também já não mais existisse. As

tapeçarias balançavam na parede, e o vento uivava entre as inúmeras pedras que

aprisionavam aventureiros pela sala. Pareciam esculturas altas, onde

aventureiros jaziam desmaiados dentro delas.

 

 

- Grande Thor - murmurou Vic, baixando a espada e passando entre as pedras,

observando os aventureiros. Estavam da mesma forma que o espadachim que Jack

havia soltado, a pele do rosto pálida, os lábios roxos, machas enegrecidas

pelas partes do corpo que eram visíveis.

 

 

Lier aproximou-se de uma pedra que prendia uma mercadora. Tocou-a, sentindo a

pele gelada. Os braços estavam para trás, presos a pedras. A cabeça dela estava

tombada pra frente, e ela estaria caída no chão se não fosse as mãos prendidas.

Aos pés dela, havia um esporo morto, usando uma saia havaiana.

 

 

- Faz tempo que estão aqui - comentou ele - o pet está morto.

 

- Seja lá o que estiver fazendo isso, é tenebroso.

 

- Vamos ver se minha irmã está por aqui - disse Lier, iniciando uma busca entre

as pedras. - Fiquem de olhos bem abertos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vic assentiu com a cabeça, e junto com os demais, iniciou a busca. Procurou

e nenhuma delas era Florette. O vento soprou pela parte ruída fustigando os

cabelos dela e pro curiosidade, ela se aproximou para olhar. Daria uma bela

vista senão fosse pela bruma densa que cobria Glast Heim.

 

 

O vento soprou novamente e o aviso de Jack perdeu-se nele.

 

 

Sentiu que alguém vinha correndo em sua direção, e seus sentidos alertas, a

fizeram virar e ver um Jakk abrindo os braços. As garras que eram as mãos dele

vinham para feri-la, embora carregasse uma bengala em uma das mãos. A cabeça de

abóbora tinha um aspecto maligno, com um sorriso maldoso - se é que ele sorria.

Suas intenções eram claras e Vic não teve reação quando ele lançou-se sobre

ela, e a empurrou rumo a falha que ela observava.

 

 

O chão desmoronou aos pés dela, devido ao peso extra, e Vic sentiu o corpo indo

para trás, lançada aos ares. Ergueu a mão livre numa última tentativa para se

segurar em algo, mas as pedras escaparam de seus dedos. Achou que seria o fim,

até ver a mão de Jack surgir e a segurar pelo pulso.

 

 

A velocidade com a qual Jack se movia, às vezes assustava até os amigos. Ele

vira Jakk surgir das sombras projetadas pelas pedras e gritara. Sabendo que Vic

não ouvira, pulara sobre as pedras em grande velocidade e alcançara o lugar

onde ela estava em segundos. Pulara e agora a segurava pelo pulso.

 

 

A parada brusca fez Jakk escorregar pela armadura de Vic e cair. Habilidoso,

usou a bengala com a ponta curva e a prendeu na bota da cavaleira. Ficou

pendurada nela e começou a gargalhar.

 

 

Vic ficou presa no olhar seguro que Jack a lançava, desejando que ele a olhasse

assim em outras situações e não naquela. Ela escorregou e ele forçou a pressão

no pulso dela. Olhou para baixo e viu o Jakk preso a ela.

 

 

- Não faça movimentos bruscos! - ele a instruiu, ouvindo o som de uma batalha a

suas costas. Os amigos ficaram ocupados com algum habitante do castelo,

deixando a ele a missão de resgatar Vic.

 

 

Ela escorregou mais um pouco.

 

 

- Me solta Jack, ou caíra comigo - gritou ela a pleno pulmões.

 

- Não posso fazer isso! Não posso deixa-la cair, ou minha vida não terá mais

sentido! Se cair, eu pulo atrás de você!

 

 

Era uma situação inusitada!

 

 

Assim como o pai de Vic dissera quando ela era apenas uma aprendiz, ela virá

que suas palavras eram sábias. Ele dissera que as pessoas que tem medo de amar

ou de se entregar a qualquer sentimento que acabe em amor, admitem que amam as

outras em situações inusitadas. Aquela era uma delas.

 

 

Pendurada a muitos metros do chão, Vic não se importou em cair, não agora que

ouvira aquilo. Mas então uma outra força tomou conta dela e agora que

reconhecia o brilho apaixonado no olhar do mercenário pensou que deveria lutar

apenas para ter aquela certeza. Olhou para o Jakk pendurado em sua bota e

lançou sua espada flamejante nele, mesmo sabendo que tinha poucas chances que a

lâmina mágica fizesse algo nele. A espada atravessou o corpo dele com

facilidade e o cabo chocou-se nele, e ele escorregou, sendo envolvido pela

bruma juntamente com sua espada. Voltou a olhar para o mercenário e ele tinha

aquele sorriso carinhoso nos lábios.

 

 

Com a ajuda dela, Jack conseguiu traze-la para cima. Sentou no chão e abraçou,

cercando-a com as pernas. Vic ficou encolhida junto ao peito dele e não ousou

se mexer, para que aquele momento tão especial não se desfizesse.

 

 

- Está tudo bem? - perguntou ele suavemente, tocando os cabelos dela com os

lábios para um beijo.

 

Ela fez que sim com a cabeça - Você realmente pularia atrás de mim?

 

- Claro que não! Acha que eu sou louco? - Jack Diovanni deu uma gargalhada.

 

 

Vic debateu-se nos braços dele, magoada. Jack a acalmou e então segurando o

rosto dela com as duas mãos, sorriu.

 

 

- Eu não a deixaria cair minha querida... tenha certeza disso.

 

 

Mesmo a contragosto, ela teve certeza.

 

 

Lier guardou a katar e olhando para Jack e Vic naquela posição tão intima,

ficou sem jeito sobre o que fazer. Já Zanzar, não. Aproximou-se dele e

pigarreou alto, os acordando. O som de asas veio pela janela, e Jack ajudou Vic

a se levantar. Eles ficaram prontos pelo o que viria, quando viram Hórus

surgir, carregando a espada flamejante de Vic nas garras.

 

 

- Hórus! - Lier o chamou, fazendo um movimento com o braço para que a ave

pousasse nele. Hórus soltou a espada e pousou com cuidado. Lier olhou para os

amigos - ele pode-nos dizer exatamente onde está Florette.

 

 

 

Atrius segurou o corpo gelado de Florette assim que conseguiu soltá-lo da

pedra. Ela caiu em seus braços, desmaiada e seminua. Ele abaixou-se e a deitou

sobre uma de suas pernas, e a virou. A cabeça dela tombou para o lado e ele

observou a extensão de machucados no corpo dela. Ela estremeceu e ele acabou

por toma-las nos braços e deixa-la protegida entre seu corpo e seu casaco

longo.

 

 

- Flor... acorda - ele tocou o rosto dela, onde uma macha negra tomara conta do

queixo. Os lábios roxos pareciam ainda mais delicados e a expressão que ela

tinha no rosto o deixava aflito. - Cura! - soltou a magia sobre ela, para poder

acorda-la.

 

 

Ela estremeceu novamente e sua mão segurou o braço dele com uma força fora do

comum. Abriu os olhos, mostrando-os iguais ao do espadachim, e seus lábios

pronunciaram alguma coisa embora não houvesse som algum.

 

 

Ele a abraçou com força querendo aquece-la. Sentiu um grande vazio começar a

dominar seu corpo. Fechou os olhos, retendo as lágrimas por ver Florette dessa

forma, sentindo-se culpado de alguma forma por não estar com ela no momento.

Jamais teria deixado que algo como isso acontecesse. Abriu os olhos marejados,

e Florette ainda estava acordada.

 

 

- Querida... meu amor... - ele murmurou - vou te levar daqui e cuidar de você.

 

- Atrius? - ela falou tão baixo que ele teve que aproximar o ouvido dos lábios

dela. - ... com medo... me abraça... favor...

 

 

Abraçou-a com força, desejando que ela pudesse sentir seu toque. Ela ficara

inerte em seus braços, agora desmaiada novamente. Ficou apavorado quando a

olhou ela parecendo morta em seus braços, enregelada, a ponta dos dedos roxos,

a pele machucada por cortes e manchas.

 

 

Ele se ergueu e tirou a capa, cobrindo o corpo da caçadora e a pegando no colo

depois. Nesse momento, Hórus entrou no lugar, trazendo os amigos dele consigo.

 

 

- Flor? - Lier se aproximou de Atrius e viu a irmã desmaiada.

 

- Vamos embora daqui - disse Atrius, furioso. - Vou cuidar dela e depois volto

para acabar com quem tenha se atrevido a fazer isso a ela.

 

- Pegaram até Alice - comentou Zanzar. Atrius tirou uma gema azul do bolso e

quando foi usar, olhou para a sombra que se movimentava num canto do aposento.

O enorme Druida Vermelho se mostrou, um estranho sorriso satisfeito no rosto

dele. Os cabelos vermelhos e ele tinha um forte cheiro de sangue. Eles se espantaram

com a forma do Druida, dificilmente acreditando que se tratasse de um druida

normal, algo como o que eles já havia enfrentado antes.

 

 

- Foi você!

 

 

Ele riu, uma risada diabólica espalhando-se no ar.

 

 

- Vou acabar com ele por ter feito isso a minha irmã! - disse Lier, sacando a

katar com agilidade.

 

- Não Lier, espere - Atrius tentou avisa-lo, mas era tarde. Lier pulou para

atacar o Druida e os demais, fizeram o mesmo.

[OFF]

Errrr... *coçando a nuca, corada* ficou um pouco grande né???? eu estou imaginando o capítulo 7... vai ficar enorme X_X"

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Realmente garota e um bela historia romance muito bem bolado , não li a fic entera soa te a part:

 O chão desmoronou aos pés dela, devido ao peso extra, e Vic sentiu o corpo indo para trás, lançada aos ares. Ergueu a mão livre numa última tentativa para se segurar em algo, mas as pedras escaparam de seus dedos. Achou que seria o fim, até ver a mão de Jack surgir e a segurar pelo pulso.

mais esta muito boa mesmo . ^^

 

Sua fic e a do Migero são a que li ate agora muito boas.

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Entre a Promessa

e a Flor

 

5 - Os Segredos

Revelados

 

 

O Druida Vermelho parecia alheio à ameaça que ouvira na voz do mercenário.

Olhava para Atrius, seus olhos presos a cota que ele tinha no braço e depois

olhava para Vic com um estranho brilho de reconhecimento no olhar. Ele

ergueu-se no ar, o manto vermelho sacudiu-se e as pontas sumiam como se

transformassem em uma névoa densa de cor ocre. A pele escura tinha inúmeras

inscrições mágicas e a cabeça pendia para o lado como se não pudesse se

suportar sozinha. As mãos dele lembravam garras e ele as recolheu junto ao

corpo, parecendo pouco a vontade.

 

Lier correu e

depois saltou para atacar o Druida. O ser apenas ergueu os olhos para ele, e

Lier foi lançado do outro lado da torre sem ao menos ter se aproximado o

suficiente dele. Jack guardou a katar e pegou as adagas que ele mantinha

embainhadas pelo corpo, e de onde estava, lançou-as com força sobre o Druida.

Ele encolheu-se ainda mais e lançou um olhar na direção das adagas. Elas caíram

no chão, como se tivessem atingindo uma parede invisível. O olhar fixo do

Druida fez Jack ficar paralisado e assim ele permaneceu, abaixado com as mãos

nos cabos das adagas que levava nas pernas.

 

- Relâmpago! - a

voz de Zanzar Ten soou tão estrondosa quanto a própria magia que ele conjurava.

Um raio surgiu acima da cabeça do Druida e desceu, mas não o acertou, passava

por ele como se nem ao menos estivesse ali para acerta-lo. O Druida olhou para

ele e gritou.

 

Um som agudo e

estridente rompeu pela sala, e a força empurrou o Bruxo para trás. Vic e Atrius

gritaram de agonia quando escutaram o grito, que ecoou por todo o castelo

tornando-se sombrio e horripilante. Ele então começou a abrir os braços e uma

estranha energia começou a se formar vinda do chão em forma de uma névoa densa,

que envolvia os braços dele.

 

- Abre o portal -

disse Vic, que não havia atacado, paralisada com a força que sentia dentro

dela. Atrius olhou para ela, como se despertasse e viu no chão o amuleto mágico

que Vic sempre carregava consigo rasgado. As letras negras estavam borradas e

as pontas do papel parecendo amassadas. - Abre o portal - repetiu ela olhando

para ele. Os olhos de Vic estavam escurecidos e ela não tinha mais aquela

feição doce e delicada que ele estava acostumado. Era como se de repente fosse outra

pessoa ali, uma pessoa que Atrius não conhecia.

 

Atrius fez como ela

pediu e gritou para todos irem embora. Lier e Zanzar levantaram-se lentamente,

o corpo dolorido pelo impacto violento. Jack caiu sentado no chão, quando o

Druida desviou sua atenção dele, e ergueu-se rapidamente, indo para perto de

Atrius e Vic.

 

 

 

Então algo aconteceu. 

 

 

 

A cota de Atrius balançou no ar e adquiriu uma coloração dourada apontando para

o Druida. Oscilava no ar, como se fosse uma serpente pronta para o bote,

espantando até ele mesmo que era seu guardião. Ele fechou os olhos por

instantes, simples segundos e foi invadido com idéias sobre o que estava

acontecendo e como deveria prosseguir. A cota continuava a oscilar e Atrius

teve todo o conhecimento dela, abrindo os olhos verdes e fitando o Druida.

 

 

 

O Druida o olhou diretamente e seus olhos vagos pareciam ler a alma de Atrius

nos instantes que ficaram se fitando intensamente. O Druida temia a cota e por

isso estava recolhendo energia suficiente para combate-la, e Atrius como portador

da cota, sabia bem o que tinha que fazer para que ele e seus amigos pudessem

escapar de lá, já que não tinham chances de vencer o Druida, pelo menos não

nesse embate.

 

 

 

Florette estremeceu em seus braços e a cabeça dela que estava apoiado no ombro

dele, caiu para trás. A olhou notando que o rosto dela tinha perdido totalmente

a cor. Os cabelos violetas estavam perdendo a coloração enquanto o Druida

mantinha-se concentrado. Era óbvio que ele estava sugando a energia de todas as

pessoas que estavam presas em Glast Heim.

 

 

 

Atrius esfregou a gema azul com uma mão e abriu o portal. Os amigos se

aproximaram e ele entregou Florette para Lier, que apesar de machucado, pegou a

irmã no colo e sem hesitar mais entrou no portal seguido de Zanzar e de Jack.

Vic continuava parada, olhando para o Druida, ao lado do portal.

 

 

 

- Lance a cota nele Atrius - disse ela com uma voz fria.

 

 

 

A cota começou a se desenrolar pelo braço de Atrius como se fosse realmente uma

serpente e atingiu o chão, aumentando seu tamanho com isso. O Druida começou a

se aproximar, a energia fluindo por todo o seu corpo, ao redor dele como um

escudo protetor. Atrius enrolou um pedaço da imensa cota no braço e a agitou,

como se fosse um chicote, lançando-a contra o Druida. Vendo aquela cota vindo

em sua direção, o Druida colocou seus braços para frente para invocar uma magia

e a cota prendeu-os junto. Fixando os pés no chão, Atrius impediu do Druida o

arremessar para o outro lado da torre, e puxou a cota, fazendo que ela

penetrasse na carne escura do Druida.

 

Começou a caminhar para o portal, e vendo que Vic continuava ali, tirou a mão

livre da cota e a empurrou para dentro do portal. Deu uma última olhada no

Druida e então, ele também entrou.

 

 

 

A cota partiu-se e suas pedras rolaram douradas pelo chão, voltando a ficar

frias e escuras. O Druida arrebentou a cota que prendia seus braços juntos e

depois sumiu no ar como se não tivesse estado lá.

 

 

 

 

 

 

 

Atrius acariciou o

rosto pálido de Florette com o nós dos dedos e depois se abaixou para beijar a

tez fria, ficando com uma expressão triste no rosto. Sentou-se na cadeira que

Lier havia deixado ao lado da cama e ficou observando por longos minutos o

rosto de Florette.

 

 

 

Estavam na casa que Lier tinha em Payon, para onde ele havia direcionado seu

portal. Quando o criara, tudo o que tinha em mente era poder trazer Florette

para um lugar seguro. Ele deixara pessoas presas ao poder daquela criatura

maligna somente para salva-la. E era isso que o perturbava. Havia ido para

Glast Heim para resolver o problema e no instante seguinte fugira com a amada

nos braços, querendo esquecer tudo o que tinha e tudo o que sabia somente para

a ver sorrir novamente. Mas isso parecia distante, pois Florette parecia morta,

deitada na cama, a respiração fraca, gelada.

 

 

 

 

 

Todos os amigos

estavam bem e perturbados pelo o que estava acontecendo em Glast Heim. Cada um

deles sentia dentro de si um peso por não poder ter feito mais do que fizeram e

terem libertado aquelas pessoas. Ficavam aliviados em lembrar que o Alto

Sacerdote Dommenicus estivera em Glast Heim e que com a ajuda de noviços iria

salvar as pessoas que estavam presas naquela sala.

 

Dommenicus havia

falado a Atrius para tomar cuidado com seus pesadelos. De alguma forma, o

sacerdote sabia o que o esperava em Glast Heim. Era claro que era por isso que

fora ajudar depois, quando ele descobrisse do que se tratava, os demais podiam

ajudar.

 

Atrius suspirou e

apertou a mão de Florette com suavidade. Usara todo o seu conhecimento divino e

ela continuava inerte. Aquilo era tão assustador. Havia manchas negras por todo

o corpo dela, que se suavizaram depois de toda carga divina exercida por ele.

Dera um banho quente nela para ver se adquiria uma coloração saudável e toda

aquela frieza abrandasse um pouco, mas assim que a enrolou numa toalha felpuda,

o corpo foi lentamente voltando a ficar gelado.

 

 

 

A cota escorregou pelo seu pulso e caiu no chão de madeira, fazendo um barulho

oco. Atrius a olhou e encheu-se de raiva. Pegou a cota e a apertou com força.

 

 

 

- Escolha infeliz - disse ele, jogando-a contra a porta. Queria se ver longe

daquela cota e de tudo o que ela representava. Fechou os olhos com força,

sentindo-se mal. Ajoelhou no chão e escondeu seu rosto na curva do braço gelado

de Florette, querendo esquecer tudo. De tudo que estava em sua mente e que toda

noite ele relembrava.

 

 

 

Atrius estava na sala do Alto Conselho de Prontera, tinha as mãos as costas

e a cabeça estava baixa. O antigo Sumo Sacerdote de Odin olhava para ele com um

olhar cético. O sacerdote sentia-se num tribunal, diante dele, de sua autoridade

reconhecida. A sala do Alto Conselho tinha um ar de seriedade e devia-se a sua

pouca decoração, ao menos tempo que tinha um ar de tranqüilidade, devido a

grande iluminação natural que adentrava pelas janelas e pela clarabóia do teto.

 

O homem mexeu-se

na cadeira e Atrius ficou tenso, erguendo um pouco a cabeça para fitar o Sumo

Sacerdote. Ele tinha a pele enrugada, os olhos fundos embora dotados de imensa

sabedoria, e as mãos grandes estavam sobre a mesa, tocando-se, pois ele não

parava de tremer. Problema de idade e controle mental eram o que diziam. Havia

uma massa branca sobre a cabeça dele, os últimos cabelos. Ele carregava um

símbolo de Odin no peito e no braço sempre estava aquela cota enrolada, com a

qual ele sempre era visto. Histórias incríveis já tinham sido contadas a

respeito da bravura daquele sacerdote e como com sabedoria Odin o conduziu a

liderar seus sacerdotes. Atrius tinha muito respeito ele, era um grande mestre.

 

Mas desde que

chegara naquela sala, aquela admiração tornou-se sufocante. Devia ser o calor

da primavera, num daqueles dias abafados em Prontera. A rua fervilhava de

mercadores e uma grande feira era realizada perto do castelo. O barulho era

tanto que chegava a eles agora como um murmúrio carregado pelo vento, e os pássaros

distraiam os sons, cantando.

 

- Então -

começou a Sumo Sacerdote e Atrius o olhou - deitou-se com ela?

 

Ele ficou corado

e respondeu com um aceno de cabeça, para depois dizer: - sim, amei Florette

naquela noite, senhor.

 

- Sabe que as regras de nosso sacerdócio afastam qualquer tipo de contato, não

sabe senhor Atrius?

 

- Estou ciente disso, senhor.

 

- Não me parece ciente o suficiente.

 

O silêncio caiu

pesado novamente.

 

Atrius voltou a

baixar a cabeça e pensou em Florette. Eles sabiam que as obrigações que ele

tanto desejava excluíam o amor que eles sentiam, e de boa vontade eles

esqueceram-se disso naquela noite. Fora a três noites atrás, mas Florette

parecia impregnada no corpo de Atrius. Ele não conseguia pensar em outra coisa,

e estava desconcentrado, somente pensando na noite que tiveram juntos.

 

Era por isso que

estava ali, diante do Sumo Sacerdote, para prestar contas. Ele que tudo via e

que tudo sabia graças ao poder de Odin, soubera do que houve com Atrius, que

era considerado um grande candidato ao cargo de Sumo Sacerdote em qualquer

templo de Odin. Até mesmo ali em Prontera, centro de tudo e de toda a religião.

 

Ele deveria se

envergonhar disso tudo, de ter sua chance jogada fora, de quase por a perder

tudo pelo qual lutara durantes anos por uma noite e por uma mulher. Um sorriso

saudoso e satisfeito foi aos lábios de Atrius, enquanto pensava na mulher em

questão.

 

- Até mesmo aqui

em minha presença, ainda está pensando nisso senhor Atrius?

 

Corou até a raiz

dos cabelos e evitou o olhar do Sumo Sacerdote.

 

- Perdoe-me

senhor.

 

- Pelo o que afinal?

 

Atrius o olhou,

não entendendo.

 

- Seguimos

regras senhor Atrius, assim alcançamos um contato maior com o divino e Odin se

faz a nossa presença. As vezes eu penso que o dia que isso acontecer e Odin

vier até nós como dizem as profecias, creio que ele ficara chocado com nosso

puritanismo. Se ele que é um Deus faz isso, ama as mulheres, por que nós não o

faríamos também?

 

Atrius não falou

nada, chocado.

 

- Mas regras são

regras e elas não se aplicam aos deuses. E o senhor não é um. Quebrou as regras

e as conseqüências disso se mostram claras devido sua falta de atenção e

preparo para as atividades dos noviços. Eles não podem saber que isso

aconteceu, alias ninguém pode saber. Por isso estamos a sós nessa sala.

 

Ele tinha uma

voz rouca, mas falava rápido demais para uma pessoa em sua idade. Os movimentos

que faziam com a mão eram suaves mesmo com ela trêmula. Atrius temia pelo seu

destino. Ninguém que tinha reunião dessas podia esperar coisas boas, era uma

antiga lenda que rondava todas as reuniões com o Alto Conselho.

 

- Você, senhor

Atrius, tem todos os atributos necessários e qualidades insuperáveis que o

tornam dignos do que vamos tratar agora. Seu coração é puro e claro, e isso é o

que mais desejo em um sacerdote. Admite a mim que ama a mulher, que se deitou

com ela e nenhum momento condenou-se verbalmente por isso. Acredito que

Florette de Sirene deva ser uma boa mulher para você, se caso não tivesse feito

sua escolha pelo sacerdócio. Seu coração e seu amor são impressionantes até

mesmo para mim, senhor Atrius, que conheci homens e mulheres que diziam que

amavam. Sua total dedicação a essa mulher o torna o candidato ideal.

 

- Candidato?

 

Observou o Sumo

Sacerdote tirar a cota do pulso vagarosamente.

 

- Sim,

candidato. Existe um poder que somente sacerdotes como nós, apaixonados, podem

controlar. Não me olhe assim... quando era mais novo, eu encontrei uma mulher

que seria tudo o que eu desejaria além de Odin. Mas eu tinha uma escolha e

optei por aquilo que meu coração mais ansiava que era servir Odin. Abandonei-a

em Comodo e vim para cumprir meu destino. Da mesma forma que se encontra aqui,

com uma escolha. Como eu disse existe um poder que só pode ser controlado pelo

coração. Esse poder se manifesta nessa cota, a Cota de Odin. Aqui, o ritmo

caloroso de nosso coração dá a cota a energia necessária para agir com poder

divino, tornando seu mestre o canal entre o poder de Odin e toda essa terra.

Rune-Midgard é grande demais agora para mim, mas não pra você. É jovem e tem o

coração cheio do que a cota precisa para aceita-lo como novo mestre e

obedecê-lo.

 

O Sumo Sacerdote

parou de falar, para tomar fôlego. Levantou-se da cadeira e vagarosamente veio

até Atrius, parando do seu lado, com a cota em mãos.

 

- Eu tenho

desejos e ela também tem. O desejo dela é que o senhor se torne seu novo

mestre.

 

- Senhor, eu...

 

- Não terminei! - disse o Sumo Sacerdote - Vocês jovens nunca nos deixam

terminar? - Atrius abaixou a cabeça - Você é o escolhido para utiliza-la,

porque depois que eu me for, não existira ninguém mais capaz e a cota se

perdera no tempo. Como guardião dela, não posso deixar que isso aconteça, pois

o poder que ela representa ofusca qualquer mal que possa vir a assolar nosso

mundo. É uma grande responsabilidade, e um grande poder.

 

- Não tenho certeza se deve me pertencer tal poder, senhor.

 

- Posso lhe explicar tudo. Somente se desejar que eu o faça.

 

- Por favor, me explique.

 

O Sumo Sacerdote

começou a explicar em tom confidencial sobre a Cota de Odin e porque Atrius

havia sido escolhido. Ficara fascinado com a descrição, com o poder que

representava, com o bem que poderia fazer. Era um visionário. Trocara o amor

por uma condição. Fizera uma promessa e não conseguia mantê-la.

 

Dias depois,

Atrius estava nos arredores de Prontera, quando reconheceu Florette vindo em

sua direção. Ele teve todas as reações possíveis a presença dela, mas

manteve-se oculto sobre uma máscara de indiferença que ferira seu coração ao

ver a expressão magoada dela.

 

- Você foi

embora... - disse ela a certa altura da conversa.

 

- Eu tinha obrigações - ele a corrigiu.

 

- Ah, claro, suas obrigações... - ela abaixou a cabeça, apertando os olhos com

força. - Eu amo você - voltou a olha-lo com os olhos marejados - e espero que

não esqueça isso. Eu posso viver com lembranças, mas não com o esquecimento.

Você representa tudo para mim, e fico infeliz de saber que não sou... não

sou... - afastou uma lágrima com raiva - eu não quero ficar no seu caminho. Eu

sei do seu sonho e quero que seja feliz nele, mesmo que isso custe todo o sentimento

que tenho por você.

 

- Flor... você não entendeu... eu tinha obrigações e não pude voltar a falar

com você.

 

Na verdade ele

estava com medo de falar com ela e fraquejar. Tinha a cota com ele, e havia

feito uma promessa. Estava vivo em sua mente, assim como seu corpo parecia vivo

perto de Florette.

 

- O que há de

errado? - perguntou ela, limpando outra lágrima. Ele tinha vontade de abraça-la

e dizer que o que estava errado era ele estar longe dela, mas conteve-se

apertando a cota entre os dedos. Ela era transparente aos olhos dele.

 

- Fiz uma promessa, Flor.

 

E com aquela

revelação, ela entendera que a promessa não a incluía e se incluía era pra fora

da vida dele. Colocou a mão sobre os lábios trêmulos e não conseguiu deter as

lágrimas amargas que rolavam pro seu rosto. Atrius fugiu do olhar dela,

mantendo a cabeça baixa, querendo sair dali.

 

- Por que mesmo

agora eu não consigo odiar você? - murmurou Florette. - Ingrato - disse em

seguida, querendo se refugiar na raiva para esquecer toda aquela dor.

 

- Não sou ingrato - olhou para ela, obscurecendo a ternura do seu olhar com

indiferença - aquela noite significou muito pra mim. Cada palavra.

 

- Está mentindo...

 

- Não estou. Jamais esquecerei o quanto significou pra mim e pra você.

 

- Mas então porque...

 

- É uma promessa - ele abaixou a cabeça e ficou com os olhos escurecidos pela

sombra do cabelo - não posso quebrar.

 

Florette ficou

em silêncio e não conseguia fazer nada. Tremia tanto que não sabia se ia se

suportar ficar em pé e ir embora dali antes que Atrius acabasse de destruir seu

coração, ou o que restava dele. Fora feliz encontra-lo e agora estava magoada

por vê-lo tão indiferente a seu amor e a tudo. Sentiu que havia perdido Atrius

para algo que nem ao menos compreendia, se é que um dia ele foi dela. O pensamento

a deixou vazia. Queria saber o que era, como era a tal promessa, mas tinha medo

de escutar que era pra ela ficar longe da vida dele.

 

A raiva que

usava como escudo contra aquela dor, sumiu e agora ela sentia uma dor intensa

no peito que a impedia de respirar normalmente. Não havia nenhum consolo nas

palavras dele, e a forma como ele evitava deliberadamente de olha-la a fazia

sentir-se pior. Seu coração tão cheio de amor fora reduzido a frangalhos.

 

Sem nem mais

saber o que fazer, ela levantou-se e cambaleou. Atrius a olhou, uma verdadeira

tempestade de emoções cruzava os olhos verdes. Lágrimas corriam pelo rosto de

Florette, uma mais pesada que a outra e todas elas acabavam com determinação de

Atrius.

 

Ela virou-se e

saiu correndo para trás de uma árvore. O sacerdote levantou-se e sentindo-se um

idiota por magoá-la, foi atrás dela e ouviu os soluços que ela tentava abafar.

A encontrou sentada entre as raízes da árvore, o rosto coberto pelas mãos

delicadas, o corpo sacudido pelos soluços. Ele abaixou-se perto dela e tocou os

cabelos macios.

 

- Vá embora -

falou entre soluços - eu já entendi tudo...

 

Puxou a cota do

pulso e a atirou no chão. Foi como se não houvesse nenhuma obrigação, nenhuma

promessa, e ele tomou a caçadora nos braços e a consolou, mesmo sendo o

causador das lágrimas dela.

 

- Minha querida

- murmurou ele beijando os cabelos violetas. Florette refugiou-se se apertando

contra o peito dele e ficou quieta até parar de tremer. Como poucas palavras e

uma decisão podiam causar tanto sofrimento, pensou Atrius, acariciando o braço

dela. Como ele podia ter feito isso?

 

- Eu amo você,

desde que eu o vi pela primeira vez... - ela confessou e ele sentiu-se o amor

que tinha por ela forte em seu peito, sem notar que a cota no chão brilhava em

dourado. Ele a apertou, sentindo-se reconfortado com as palavras dela, era como

se estivesse com medo de nunca mais poder ouvir isso novamente. E estava.

Depois que aceitara a promessa, tinha medo de nunca mais ouvir as palavras

doces dela novamente.

 

- Flor...

 

E então Atrius procurou

os lábios dela e os beijo com amor.

 

Aquele fora o

último contato até Florette aparecer subitamente dias atrás.

 

Atrius levantou a

cabeça e fitou o rosto de Florette. Tinha que aquece-la de alguma forma, e

ficando de pé, despiu-se e enfiou-se nos lençóis para abraçar o corpo gélido, e

adormecer logo em seguida. De uma forma ou de outra, ele a manteria viva.

 

 

 

 

 

O Druida Vermelho olhou pela janela da torre, não vendo nada com seus grandes

olhos brancos, sentindo apenas dor em seu braço onde a cota do sacerdote estava

presa. Não conseguia remove-la mesmo com o sumiço dele quando foi embora pelo

portal. Sua pele escura estava queimada e a cota havia entrado na carne de seu

braço.

 

Olhou para a porta

quando o alto sacerdote Dommenicus apareceu.

 

- Deixou que isso

acontecesse - disse ao sacerdote, falando numa linguagem antiga. - A Senhora

pretende me enganar de alguma forma.

 

- Deixou-os escapar - disse o sacerdote não mais com uma voz grossa e rouca, e

sim com uma voz feminina e afável. - Deixou minha filha sair daqui.

 

Ele se aproximou

dela, voando, olhando-a com raiva. Observava enquanto o corpo masculino ficava

curvilíneo, os cabelos cresciam e cascateavam pelas costas num dourado intenso

e as roupas pesadas de sacerdote escorregavam pelo corpo dando lugar a uma

outra mais justa e sensual. Ela afastou os trajes com um chute e encarou o

Druida, fazendo surgir um imenso cajado em suas mãos. Ele mostrou a ela o

ferimento.

 

 

 

- A Cota de Odin - murmurou ela, sem tocar nele.

 

- Preciso de mais energia - disse ele - não posso combate-los dessa forma.

 

- Isso não é um problema meu. Eu o invoquei porque tenho certeza que pode com

minha filha. Pouco me importo com o que faça com os amigos dela, ou aquela tal

de Jack - disse com total desprezo - quero apenas que se livre deles e a traga

para mim. Espero não ter que lembra-lo disso a todo instante.

 

- Não terá mestre.

 

A bruxa caminhou

até a janela que o Druida estivera antes e suspirou.

 

- Minha filha sabe

que eu o invoquei. Ela conhece meu poder, porque o carrega consigo.

 

- Dói - falou ele olhando para a cota no braço.

 

- Isso servira para você aprender a não subestimar seus inimigos. Nunca - ela

não olhou e um vento gelado soprou pela janela, fazendo os longos cabelos

dourados sacudirem no ar. O rosto dela era marcado por sinais mágicos, de um

tempo em que as Artes Proibidas ainda tinham lugar na velha Geffenia. Quando

foram proibidas por Odin, bruxos foram mortos pelos deuses e ela foi

aprisionada em Geffenia pois não poderia morrer. Ergueram Geffen sobre a cidade

dos bruxos e fizeram juramento de jamais voltar às demais Artes, e somente

trabalhar com as Artes Elementais. Aquela bruxa era especialista em uma Arte há

muito esquecida, temida. Ela era o que chamavam de Necromante, e nada mais

poderia ser dito. - Lá embaixo a um bando de noviços - olhou para o Druida, os

olhos vazios - fortaleça-se que eu mandarei mais pessoas para cá.

 

Ele sumiu e depois

ela escutou os gritos dos noviços ecoarem por Glast Heim. Suspirou novamente.

Aquele Druida era o mais poderoso de todos. Poderia muito bem ter dado conta

dos amigos de sua filha e ter cuidado dela. Mas como ela poderia saber que a

Cota de Odin ainda existia?

 

Saité sorriu para

si mesma. Vyctory não teria que esperar muito para se reencontrar com sua mãe.

[OFF]Obrigada pelos elogios ^^

e hj a noite eu consigo colocar o 6.

o 7 vai demorar um pouco, pq eu vou fazer muitas modificações, relacionadas a personagens que não quero mais na minha história. Assim que terminar a publicação dessa fic, eu posto a continuação e a história da Raposa ^^

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Entre a Promessa e a Flor

6 - A Poderosa Vyctory Pendragon

A lua já seguia alta pelo céu, a noite silenciosa e agradável. Nas sombras da casa de Lier, Vyctory Pendragon deixou uma lamparina sobre a mesa da cozinha e sentou-se numa cadeira, tendo uma xícara de chá fumegante em mãos. Evitara olhar-se na superfície lisa da lamparina, olhando fixamente para a noite que entrava pelas altas janelas. A casa do amigo era espaçosa e bem iluminada. Havia sempre janelas grandes em todos os lugares para a luz do dia e para o perfume do jardim que circundava a casa, o jardim que Florette costumava cuidar trazendo flores de toda a Rune Midgard. Vic limitava-se a olha-la, não querendo ajuda-la porque não achava certo suas mãos tocarem em algo tão bonito.

Desviou o olhar da noite e provou o chá, ficando satisfeita depois pela sensação que ele trouxe. Quando ela não tinha sono, como naquela noite, costumava a beber chá e esperar calmamente pelo cansaço que a faria dormir. Entretanto, ela não estava com sua habitual calma e sentia-se intimamente ansiosa por alguma coisa. Não queria pensar no que seria. Ela era maldita e isso era tudo o que deveria lembrar.

Pensou em Jack Diovanni, um pensamento constante em sua mente, e o que ele diria se soubesse do segredo dela. O que todos os amigos diriam se soubessem. Sentia um medo de ser rejeitada, porque em parte, Vic era filha de uma criatura má e vil, como aquelas que eles combatiam. Ela tinha o poder de sua mãe, e envergonhava-se de sentir-se poderosa com ele. Queria ser poderosa por seus próprios méritos e não por um poder maldito que havia dentro dela.

E mesmo esse poder sendo tão maldito, certa vez salvou Payon de uma invasão de zumbis. Quando todos os guerreiros caíram e todos os magos ficaram fadigados pelo esforço mágico, ela manteve-se em pé, impedindo que eles invadissem a cidade vindo das sombras das cavernas de onde foram condenados a ficar. Eles eram muitos, talvez centenas e caminhavam lentamente para cima dela. Vic os combateu corajosamente, mostrando a todos em Payon sua habilidade única com a espada. Então, ela acabou cercada por todos eles e quando pensara que seu fim estava próximo, o poder despertou e ela comandou aqueles mortos, mandando que se afastasse da vista dos habitantes e seguindo-os até a porta da caverna, ela desfez a maldição que condenava aqueles corpos e libertou as almas atormentadas. Fora seu maior feito em Payon e ela fora condecorada como heroína, embora não se sentisse assim. Forçava-se a sorrir, sentindo-se suja e envaidecida pelo poder que possuía.

Depois de mergulhada naquele poder, Vic afastara-se de todos e caminhara como uma errante por Rune Midgard, indo a lugares onde os mortos jamais descansavam. Utilizou aquilo que agora chamava de maldito e aprendeu a controla-lo. Ela tinha poder de trazer paz aquelas pessoas, e podia erguer aqueles que haviam partido, trazendo-os de volta a vida. Não como os sacerdotes faziam, mas de uma forma que o que voltara ficara sob o seu controle. Ela transformava as pessoas mortas em zumbis.

Envergonhada de ter usado aquele poder, ela refugiara-se em sua casa em Izlude e ficara lá durante semanas, trancada, condenado-se pelo o que acontecera. Seu pai aparecera depois, e tomando-a nos braços, culpou-se por não ter explicado tudo a ela. Angus Pendragon era um homem justo, e nele que Vic inspirava-se para afastar aquela tentação que a seguia para usar aquele poder. Fizera uma promessa de jamais utilizá-lo novamente e seu meio irmão, Anakin Pendragon comentara que ela não devia prometer tal coisa, pois havia um dia a possibilidade de utilizar aquele poder para algo bom.

Ela não acreditava que um dia surgiria uma oportunidade de utilizar aquele poder para algo bom. Até o dia anterior.

Frente a frente com o Druida Vermelho, Vic teve visões de como sua mãe fizera o ritual para invoca-lo. Esse era outro poder que ela possuía, ela podia ver o que sua mãe via, depois que já tivesse sido feito. Sabia do poder daquele Druida e temera pela vida dos amigos e de todos que estavam em Glast Heim. As palavras de Anakin passaram por sua mente, e ela não teve escolha senão queimar o pergaminho mágico que levava e utilizar o poder para segurar o Druida. Eles conseguiram fugir, mas ela sabia que o Druida estava sobre o controle da mãe e que todas aquelas pessoas aprisionadas eram para alimentar o poder dele.

Não conseguia entender as motivações de sua mãe e nem odiá-las por isso. Vic acreditava que o poder cegara Saité e que isso a tornara um monstro. Ela era tão antiga, havia adquirido a capacidade de enganar a morte porque a controlava. Saité era de uma época que Rune Midgard era um lugar onde não havia inimigos espreitando na escuridão e que todo e qualquer poder era utilizado para aqueles que viviam. Ela sabia que sua mãe sentira muito quando sua família começara a definhar por uma doença desconhecida, e que ela fizera todo o possível para salva-los, estudando o corpo dos homens com tanto afinco e fazendo magia para poder reverter os estágios da doença. Perdera a batalha e sua família morrera. Naquela mesma manhã, Saité jurou que acharia a cura para essa doença que era a morte. E de fato achara.

Inebriada pelo poder absoluto da morte, tornara-se perigosa quando utilizara sua magia para trazer os que se foram de volta a vida. Seu toque podia amaldiçoar uma pessoa, que ficava doente, morria e pouco depois se levantava como um zumbi a serviço de Saité. Decidira se vingar dos deuses por terem condenados os humanos a uma vida finita enquanto eles possuíam a chave da imortalidade. Geffenia sucumbira pelo poder dos grandes magos e as forças de Odin. Saité havia se tornado eterna e não havia lugar para aprisionar sua alma maldita, sendo lacrada em Geffenia com uma inscrição mágica que dizia que ali o mal habitava e deveria ser deixado assim, por determinação do próprio Odin.

A vida era de uma volta incrível e mesmo Odin, o Sábio, não pudera evitar quando o amor tocou o coração puro e valente de Angus e o fez libertar Saité. Convencido de que o amor podia faze-la melhor, Odin os observou sem interferir. O amor de Angus era verdadeiro e puro de qualquer maldade. Era tudo o que bastava. Saité esquecera-se de quem era e do que havia jurado quando estava nos braços do homem com quem se casara depois. Juntos viveram, amando-se cada dia mais, até Saité avisar que teria um filho.

O amor...

Vic bebeu mais do chá, e suspirou. O amor podia salva-la?

Como que para responder suas terríveis duvidas e tira-la daquele mundo gelado e desprovido de amor que vivia, viu a silhueta de Jack. Ele parou na porta da cozinha e olhou surpreso para ela, como se não esperasse encontra-la ali. Vestia um longo roupão vermelho e a roupa de baixo estava aparente. Os cabelos azuis que geralmente sempre estavam presos por uma tira de couro, caiam pelos ombros dele, brilhantes a luz da lamparina. Vic sentiu a ar faltar dos pulmões, quando Jack recuperou-se do susto e a presenteou com um maravilhoso sorriso, os olhos brilhantes.

- Sem sono? - perguntou a ela, aproximando-se da jarra onde ela havia deixado o chá e cheirando - Menta e Erva Vermelha, meu favorito - voltou a sorrir com maior intensidade e serviu-se do chá.

Ela ficara silenciosa, aparentemente chocada com a lembrança do olhar que ele lhe dera em Glast Heim. Um olhar tão carregado de amor e ternura que ela desejou que fosse de verdade. Concluíra depois que Jack faria qualquer coisa para salvar os amigos. Ele era assim. Tinha um coração de manteiga, embora fizesse sempre aquela expressão de "mercenário cruel". Sorriu com o pensamento.

- Oh, por um momento eu achei que não fosse capaz disso - disse Jack em tom de deboche, referindo-se ao sorriso dela.

- Eu sou capaz de muitas coisas - murmurou ela, olhando-o e Jack enrubesceu levemente.

- Não duvido, mas uma mulher que saiba fazer um chá tão bom devia sorrir mais - desconversou - o que está fazendo acordada?

- Pensando na minha vida. O que você faz acordado?

- É o Zanzar... nem uma Eggyra faz todo aquele barulho... ele está quase caindo da cama, metade do corpo em suspensão pela vontade de Odin. Eu já mexi nele e o barulho só piorou.

- O Zanzar é assim mesmo. Está acostumado a dormir sozinho e ninguém nunca falou pra ele sobre o barulho.

- Serei o primeiro pela manhã a dizer - a encarou - Você parece triste... há algo errado?

- Nada em especial. Aquele ser me preocupou.

- A mim também. Ainda bem que Florette está bem e que Atrius está cuidando dela.

- Melhor que a deixasse de uma vez - disse Vic sem dar importância, assumindo um ar indiferente. - Ela nunca vai se recuperar se ele ficar fazendo isso.

- Fazendo o quê? Ele gosta dela, tem mais é que ficar com ela.

- É o que você acha Jack? Que as pessoas que se gostam devem ficar juntas?

Jack que levava a xícara de porcelana payonese aos lábios, parou observando Vic com curiosidade. Bebeu depois e calmamente colocou-a sobre a mesa novamente.

- Sim, é o que eu acho. E acho também que aquele Druida tem que provar o corte das minhas adagas por ter feito mal a todas aquelas pessoas, em especial a Flor, que tenho como uma querida amiga minha.

A capacidade de desconversar de Jack Diovanni era lendária. O precedia juntamente com sua inigualável habilidade com adagas. Ou até mesmo com uma katar presa ao pulso.

- Vamos ter que pensar em um plano para aquele Druida - disse Jack e Vic o olhou.

- Sim.

- E um bom plano. Zanzar e Lier comentavam que nunca haviam visto ou ouvido falar daquela criatura. Como ela pode surgir do nada? - ele fez silêncio - Só se... não, isso não é possível.

- O que não é possível?

- Que exista ainda invocadores em Rune Midgard!

- Invocadores? - fez-se de desentendida.

- Sim, bruxos que possuem um completo domínio de suas magias e a utilizam de formas levianas. Foi isso que aconteceu na velha Geffenia, não sabia?

Vic ficou calada. A percepção de Jack sempre apontava em muitas direções e raramente ele seguia pela errada. A intuição dele era consultada em muitos assuntos e nunca falhava. Ela sentiu que deveria tomar cuidado com o que falasse para ele, embora tivesse vontade de dizer de uma vez tudo o que era e tudo o que sabia.

- Conta a lenda que Odin liderou um exercito contra Blood Raven - ao ouvir o nome pelo qual sua mãe se apresentava, Vic apertou a marca em forma de um corvo do braço e continuou olhando para Jack - uma bruxa que havia adquirido habilidades de controlar a vida. Temendo por uma possível ameaça, Odin marchou juntamente com Tyr e Thor até Geffenia. Dizem que foi uma batalha silenciosa. A bruxa de um lado e Odin de outro... ela perdeu e as palavras de Odin fizeram-se lei em Rune Midgard "todo aquele que utilizar magia e Arte Invocadora será aprisionado na pior das masmorras".

- Como sabe disso?

- Ramirez me contou uma vez. Ele é um ótimo contador de histórias. Não acha?

Ela não respondeu, novamente perdida em pensamentos. Voltando a seus sete anos de idade, quando limpava a casa e encontrara aquela espada. Sem que o pai visse, a desembainhara e admirara sua lâmina perfeita, talhada com runas místicas que depois ela aprenderia a ler. A bainha vermelha, feita de Salgueiro Ancião, um corvo como o que ela tinha no braço detalhadamente queimado. Quem havia forjado aquela arma a fizera com perfeição. Jamais virá espada tão linda quanto aquela. O cabo era macio e firme, sendo de tiras de couro entrelaçadas. A empunhadura era um corvo, que abria as asas decoradas com pedras vermelhas e deitava a cabeça na lâmina reluzente. Até mesmo os olhos do corvo eram vermelhos.

Seu pai chegara e a vira com a espada. Ao contrario do que ela esperaria, ele não ficou zangado. Depois soubera que ele ficara triste. Disse-lhe que num momento daqueles, ele gostaria de poder leva-la para longe do destino já traçado. Não entendera na época o que ele queria dizer, mas agora sabia.

No momento que virá a espada e que a tocara, fizera sua ligação com sua mãe. Uma ligação estranha, pois ela dizia que Vic deveria dar o descanso final a Saité. Tornaram-se intimas, como se fossem amigas e tivesse sido criada por ela. O que na verdade não fora.

Angela chegara depois com Anakin e olhou para a espada e para ela sem entender o que uma criança fazia segurando uma arma. A pedido de Angus não fizera perguntas, talvez não naquele momento. Vic tinha Angela como uma segunda mãe, fora muito boa em sua criação e virara uma grande amiga.

Voltou ao presente, quando Jack tocou suavemente em sua mão.

- Está com aquele olhar Vic... - murmurou ele, agora seus olhos azuis refletindo preocupação. - O que há de errado? - perguntou suave.

E ela teve vontade de explicar a ele o que estava acontecendo, mas não podia. Não havia uma maneira de explicar sem que ele não a odiasse por tudo o que acontecera a Rune Midgard nos últimos anos. De fato, Vic tivera a chance de acabar com a mãe, e hesitara com o pensamento que era como ela, por que faria mal a sua mãe? Abaixara a espada e Saité ferida, caiu no chão, erguendo a mão em sua direção. Os olhos vermelhos e cheios de maldade cederam a um olhar de amor intenso que deixara Vic desconcertada. Com aquele olhar, Saité desmaiara e Vic sabia que jamais poderia ferir a mãe. Acreditava dentro de si que havia esperança a Saité, que um dia ela poderia ser feliz e esquecer tudo o que sabia e que ferira os outros.

Devia ter ceifado sua vida. Era o correto a fazer. Era isso que Vic fazia, ceifava vidas quando utilizava a espada forjada por sua mãe. O destino tinha suas voltas, assim como a vida, e a dela, desfizera-se como se nunca houvesse sido traçado. Ela podia escolher e escolhia acreditar que um dia sua mãe veria a luz.

Ela levantou-se como se o carinho que Jack fazia em seu braço a tivesse queimado. Olhou para ele, os olhos grandes e tristes. Ele não se movera e a olhava querendo ler sua alma.

- Vou para a minha casa - declarou ela. - Avise a todos que voltarei em dois dias. Que me esperem que posso ajudar no problema daquele ser.

- Casa?

- Sim... eu tenho que ir - e sem dizer mais nada, ela pegou sua capa que estava pendurada perto da porta e deu um último olhar na direção de Jack. Ele levantou-se e aproximou-se sem fazer barulho, acompanhou Vic até uma pequena casa que havia do lado, onde um Peco Peco estava deitado. Lier o usava quando ia a Payon fazer compras. Vic o selou com rapidez e olhou novamente para Jack, que estava parado na porta do aposento escuro. - Eu volto - disse ela.

Assustou-se depois, quando desviou sua atenção para a sela, quando Jack foi até seu lado e sem dizer nada a tomou nos braços e a beijou. Depois a afastou e Vic que estava com o coração em pulos pode ver o sorriso de Jack mesmo no escuro.

- Agora eu sei que você vai voltar - comentou ele, fingindo certeza, embora não tivesse nenhuma.

Sem esperar mais, Vic montou e disparou em direção a sua casa em Izlude. Agora sabia que não se sentiria cansada tão cedo e só estava terrivelmente ansiosa e apaixonada.

 

[OFF]

E continua...... nessa época eu estava escrevendo auxiliada por meus amigos de clan, por isso a mudança bruta na história...

Bom, continua..... o próximo capítulo será dividido em duas ou três partes, dependendo do tamanho da mudança que eu colocar nele, pq tem mais de 15 páginas do word isso sem pular linhas... e eu não preciso de tanto ^^

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Eu tinha lido essa fic no Prontera. Realmente, muito boa. Uma das melhores que ja li. Você conseguiu me fazer enxergar as situações e sentimentos. É sempre bom ter uma boa história disponível aqui no board de fanfics. =3

Quem gosta de fic n tem futuro....Os cara ficam querendo tirar os chars de Ragnarok e por na vida real ROFL...Mas ta boa a fic, melhor que muitos por ai.. Olhos vermelhos cof cof

Eu discordo, caro amigo. Escrever fanfics é um exercício de criatividade. Não é uma questão de "tirar do Ragnarok e por na vida real", é uma questão de visão. Enquanto você vê um spritezinho 2D nós vemos uma personagem esférica, com histórias, sentimentos, emoções, objetivos e desejos. Nós conseguimos pegar um amontoado de zeros e uns e transformar em uma história. Não sei em que área você pretende trabalhar no futuro, mas na minha área, design de games, os contadores de história estão em falta. Note que os jogos hoje em dia se apoiam muito em gráficos e não tem uma história coerente. Resultado: você joga meia hora e cansa, porque não tem nada que te prenda ao jogo. É só uma coisa bonita que você olha e pronto. O mercado de games precisa desesperadamente de contadores de histórias. E isso é só um dos exemplos. Pense um pouco e você verá que nós, os "fanfiqueiros sem futuro" temos um mundo a conquistar. Desde as redações do vestibular até best-sellers nas vitrines das livrarias.

Ah, e se você tem uma crítica para "Olhos Vermelhos", peço que a poste no tópico do fanfic, e não fique babando veneno no tópico dos outros. Isso me pareceu uma tentativa fútil de gerar flame, o que é totalmente ridículo, já que nós não costumamos fazer competições de e-penis para ver qual fic é melhor. Pelo contrário, queremos que todos sejam bons, já que gostamos de boas histórias.

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