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PowerKamus

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  1. PowerKamus

    OverPower!1!

    Leafar Tem a Mente Poluída Fora Isso, A Fic Está Muito Boa Mesmo Dei Muitas Risadas Tá, Chega de " " Eu Vou Conseguir...Vou Sim, Vou Sim.......................................................
  2. PowerKamus

    OverPower!1!

    Leafar Tem a Mente Poluída Fora Isso, A Fic Está Muito Boa Mesmo Dei Muitas Risadas Tá, Chega de " " Eu Vou Conseguir...Vou Sim, Vou Sim.......................................................
  3. O Único mínimo erro que achei. Está ótima, Hyalina, Ando acompanhando sua fic faz um tempinho já. Você expressa muito bem o cenário e as ações, fazendo uma narrativa gostosa de ler. Continua Assim! :3
  4. Olha amigo...Nesse fórum tem pessoas de menor ( Como eu ), que podem não entender ( Alguns ). Mas esse não é o assunto da quote...tenho quase certeza que vão me mandar falar isso por Pm. Mesmo assim. Muito legal você escrever histórias desde a sexta série...mas...não sei. Posso não acreditar muito nas pessoas que não conheço, mas o seu estilo de escrita não concordou com o que você tentou dizer. o_oNo mais, espero ansiosamente mais fics nisso aqui, tá tão parado...
  5. Posso ser um pouco leigo na escrita, mas creio que a descrição está um pouco errada, não? Enfim, é REALMENTE Mínimo! NUNCA algo assim vai comprometer uma Fic tão boa quanto essa, continue! :3
  6. Gostei muito, só acho que vi um pequeno erro de português na parte em que a monja solta a Esfera, e esta some. Acho que está na descrição... Enfim, tirando esse mínimo erro, o capítulo tá ótimo, e a aventura promete muito. Só não deixe a Tenko ser fodonica of d00m 666 from hell darkiness, porque aí acaba sem graça xD
  7. Bem, se fosse 2 ou 3 anos atrás eu teria bem mais medo da Armada flooder...Os mais perigosos pararam.Alvo, huh? Come on!
  8. Precisando de ajuda, apoio moral, escudo humano, e outras possibilidades, por esse fim, to aqui
  9. PUff. Finalmente terminei de ler tudo, e o que posso falar sobre os capítulos que eu li? Tenko, Casa comigo? LOL.Você devia escrever um livro, tá perfeito, ótimo, já li várias fanfics, enormes, maravilhosas, várias ruins também, mas essa é uma das únicas que me prendeu ansioso e curioso até o ' Final ' . Parabéns, tenko!
  10. Gostei! Bem escrita, e promete ser interessante! As batalhas terminaram um pouco rápido demais...mas tá valendo, pelo jeito que você as descreveu! x3~
  11. PowerKamus

    Tolos de Abril

    Lol! Suas fics são muito boas, metra. Você expressa bem tudo, e detalha também. Gostei! :3
  12. Capítulo 3: Chama Prateada, parte 1. -Estranho...ela não veio me buscar ainda...Considerem-se com sorte, não vou precisar vir outro dia pra queimar o tempo precioso de vocês - Disse com um tom sarcástico, enquanto puxava alguns fios loiros dos olhos. Após conseguir risos e sorrisos dos colegas presentes, andei até a parte da parede com sombras, e me sentei em uma delas, aproveitando a escuridão agradável com a qual estava acostumado nos últimos meses. -Prestem atenção nessa parte, é sobre a criação do querido clã de vocês- disse ele, com uma certa alegria na voz. Uma semana após aquele evento, o templário apareceu como ele havia dito, trajava a mesma armaduras, tinha os mesmos cabelos desgrenhados, sugerindo que ele não era a pessoa mais vaidosa do clã. Ele entrou na casa, retirou seu elmo completo e o deixou na mesa, fazendo um barulho metálico. Eu estava acordado, comendo a velha sopa de carne e legumes da Senhora da pensão. Era muito boa, mas não matava a fome. Ele me examinou com os olhos, possivelmente procurando algum machucado ou algo parecido, e depois balançou a cabeça positivamente. - Tudo bem com você...Kamus, correto? Espero que sim, vim ver se você vai aceitar a minha oferta para se juntar ao clã - disse ele com o mesmo tom sério que ele mostrou uma semana atrás. Os olhos deles pendiam fixos nos meus, como se procurasse algo escondido neles. Desconfiado, porém boa pessoa, pensei. -Sim, senhor. Se não for muito incomodo, aceitarei a oferta. Creio que tenho muito a aprend- Dizia, até ser interrompido pelo Templário. - Por favor, chega com as formalidades. Se continuar falando assim depois que entrar no clã, vão te chamar de maluco. - disse ele, rindo um pouco. -Tudo bem...S....Kerdied. Acho que tenho muito a aprender com vocês. - Disse, sincero. - Tenho certeza que sim. Pegue suas coisas, partiremos imediatamente. E, use o broche. - Disse, enquanto saia da casa. Tive certeza de empacotar tudo em uma mala o mais rápido possível, enquanto tentava engolir toda a sopa com a outra mão. Ao terminar, Coloquei o broche na parte grossa das mangas, como uma jóia, vai me dar proteção e sorte, pensei. Ao agradecer a Senhora da pensão, saí e me deparei com Kerdied, esperando por mim, já com seu capacete no lugar. A Viagem foi curta, íamos pra prontera, nos encontrar com os outros membros em uma reunião. Ele falava pouco, mas sempre que falava tinha algo interessante pra contar. Histórias das guerras colossais travadas nos Castelos, dignas de canções dos bardos. Histórias de missões para governos distantes, e outras coisas. Tudo muito interessante, pensei. Será que algo parecido me aguardava? Estava ansioso, chegamos bem rápido até lá com o auxilio de um pouco de magia. Canalizar o Poder dos deuses é muito útil de vez em quando. Ao chegarmos em Prontera, andamos diretamente até o monumento ao norte da cidade, o Famoso ' Monumento das mãos ', o símbolo da amizade. Lá um pequeno grupo falava alegremente, todos pareciam muito jovens, mas usavam o mesmo broche que o templário me dera. Eram eles, os integrantes do Clã Lamentos de Muspellheim. Conversamos um pouco, e conheci os integrantes, embora, me perdoem, não me lembro dos nomes muito bem. Tinham dois espadachins, uma mercenária de Morroc, dois templários e um bruxo. Todos alegres e vívidos, com suas próprias histórias pra contar. Ficamos em prontera por 2 dias, conversando e bebendo. Descobri que tenho uma imensa fraqueza com a bebida, e após ficar bêbado, começo a ficar extremamente violento. Nunca mais encosto em uma garrafa denovo, pensei. Depois desse pequeno tempo juntos, me recomendaram a caçada no Subterrâneo do vilarejo dos Orcs. Alguns cartazes diziam que precisavam excomungar os zumbis dos cadáveres Orcs, pois era um importante centro de vendas para os aventureiros que caçam pela vila, e os zumbis estavam ficando cada vez mais atrevidos. Me deram um pouco de dinheiro para o serviço de Teleporte, e usei-o. Foi uma experiência bastante...desagradável. Posso dizer, com certeza, que o Povo Orc é muito mais feio do que eu esperava. Minha primeira imagem deles foi de humanóides grandes e musculosos, com coloração verde, cabelo ralo, grandes presas de javali, e uma afinidade sem igual por machados. Mas eles não eram meu objetivo. Segui até uma construção onde os aventureiros se reuniam,onde, por estranha brincadeira do destino, era a entrada para o subterrâneo. Logo que entrei, pude sentir o cheiro pútrido dos corpos lá, aquilo me enojou, mas decidi seguir em frente. -Mas que... - Foi a única coisa que consegui dizer, ao descer as escadas. Estava diante de uma caverna úmida, quase toda manchada de preto e vermelho, com o cheiro forte de podridão. E caminhando sobre ela, uma horda de zumbis sem rumo, atacando qualquer aventureiro em vista. Engoli um seco. Com certeza eu ficaria mais forte treinando ali. Ou isso, ou eu morreria tentando...literalmente. Rapidamente desprendi a maça Espada do cinto e a examinei para ver se estava afiada. Canalizei um pouco da energia divina, e a usei para me auxiliar na batalha, e corri em direção à horda de mortos-vivos. Logo que eu me acostumei com o cheiro, a batalha se tornou mais fácil. Não posso dizer quanto tempo treinei naquele lugar amaldiçoado, mas sei que treinei o bastante pra ter órgãos pútridos em todos os lugares da minha roupa. Por pura sorte, os zumbis não conseguiam atravessar a porta da caverna por algum motivo, então eu ficaria a salvo no andar de cima. Improvisei uma pequena barraca com alguns pedaços de pano e madeira, e descansei, por hora. Acordei cedo, o sol ainda não estava no seu ápice. Me levantei, guardei minhas coisas e escondi os panos em um pequeno buraco na madeira, com medo de um roubo, e sai. Atrai a atenção de todos com o fedor, e decidi me lavar no pequeno lago que fica à leste da vila. Estranhamente, não encontrei nenhum dos orcs no caminho. Que sorte, pensei. Ao chegar no lago, rapidamente me despi, e as joguei na água, e entrei lentamente, aproveitando a sensação da água fria contra minha pele. Era bem relaxante. Passei quase uma hora me livrando da grossa camada de sujeira de orc, e logo após, passei a tirar a mesma camada da minha roupa, até ouvir alguns ruidos atrás de mim. Olhei pra trás, e congelei. 3 Orcs estavam olhando pra mim, seus grandes machados cobertos de sangue. Um deles urrou, e os três correram pra dentro d'água, com os machados levantados e os escudos a frente do corpo. Meus instintos tomaram conta de mim no momento, corri para a margem e peguei minha maça espada, estava suja e fedorenta, mas nada importava naquele momento. Era matar ou morrer. Os orcs eram grandes e fortes, porém desorganizados e um tanto...lentos. Me assustei ao perceber a facilidade que eu demonstrei ao desviar dos machados, e mais ainda, com a facilidade de contra atacar. Com um movimento rápido, desferi um golpe no joelho do orc, que caiu urrando ao ter o joelho cortado. Rapidamente ataquei sua cabeça, com 2 golpes, os miolos dele estavam todos espalhados pela grama, e pelo meu corpo. Tenho certeza que um ou dois aventureiros observavam com certo interesse enquanto eu lutava nú com dois orcs. Sofri um corte de raspão na barriga pelo machado, e fui derrubado com um golpe de escudo. Eles com certeza podiam ser lentos, mas eram habilidosos no que faziam de melhor, lutar. -Filhos da puta...Não posso nem tomar banho em paz, e vocês aparecem...- Disse, com um certo tom de raiva pelo corte. Os orcs se resumiram a olhar um pro outro, urrar novamente e partir para o ataque. Rolei para o lado, desviando de um golpe vertical e o acertei na batata da perna 3 vezes, decepando a perna por completo. O Orc caiu no chão e não se mexeu, provavelmente desmaiado. O Outro Orc lutou bravamente, mas um golpe certeiro na cabeça o tirou de combate. Tive que me lavar novamente. Meu treinamento continuou na vila dos orcs por mais ou menos uma lua, e percebi que por mais que eu matasse centenas, talvez milhares, seus números não diminuiam, nunca. Cheguei até a pensar que eles aumentavam a cada dia. Mas o treinamento me serviu muito. Fiz amizade com um espadachim, e treinei com ele por uma semana até que ele desapareceu. Após perceber que os zumbis e esqueletos do primeiro andar não eram mais um desafio, desci para o segundo andar, lar dos orcs deformados e rejeitados, chamados ' Zenorc ' . Eles eram muito ágeis, e seus golpes machucavam tanto quanto o machado dos orcs verdes. Encontrei neles um grande desafio, mas não pude ficar muito tempo. Na primeira manhã após a lua cheia, uma carta chegou até mim, me dando aquela noticia trágica. O Clã Lamentos de Muspellheim não existia mais, os membros haviam desaparecido, todos, menos alguns. O Templário Kerdied Draloth era um dos que permaneceram, e tive notícias que ele estava juntando membros pra formar um novo clã, cujo nome seria ' Chama Prateada '. Me interessei no momento em que soube disso, e parti imediatamente pra prontera, me encontrando com ele no monumento das mãos, procurando por membros. Ele olhou pra mim, e parece que não me reconheceu. Bem, não culpava ele. Meu cabelo estava bem maior e sujo, mas continuava com toloração amarelada. Trazia algumas cicatrizes no rosto, e os músculos que ganhei treinando ressaltavam na antiga batina. -Quanto tempo...O que aconteceu...com a Lamentos? - Disse, olhando o broche do antigo clã, subitamente invadido por tristeza, e um sentimento de perda. -...Os membros foram em uma missão e desapareceram...apenas os que não foram ainda estão aqui...eu estava cumprindo uma missão para a república...não importa. Estou formando um novo clã, chamado de ' Chama Prateada ', quer se juntar a mim? Vejo que ganhou experiência em combate. - disse ele, no mesmo tom sério de sempre, mas demonstrando tristeza na sua face. -Seria uma honra combater ao seu lado novamente - Disse, novamente tentando igualar o tom sério que ele ostentava sempre que nos encontravamos. - Sem formalidades, Kamus...já te disse isso... Pois bem, nosso ponto de encontro será no mercado de Izlude, sabe onde fica? - Perguntou o templário. -O Mercado...sim, sim, sei. Já fui lá em uma das minhas peregrinações da igreja...da igreja... - Falei em pausas, sentindo aquele sentimento nostálgico. Nunca havia falado da igreja novamente. - Pois bem...me encontre lá daqui a 7 dias, vou juntar os novos recrutas e ir pra lá. Vamos fazer o juramento. - Disse Kerdied, enquanto levantava e partia para o centro de prontera em busca de mais recrutas. Que sorte, estar no mesmo clã que ele pela segunda vez. Sinto que tenho muito a aprender com ele...Mas decidi descansar, atravessei longos campos úmidos até chegar na tranquilidade das florestas que cercam prontera. Passei a noite na estalagem Krust, os quartos eram rústicos, mas, pra alguém que passou 30 dias dormindo em madeira úmida e fedida, aquilo era o paraíso na terra. Sonhei com minha família, com os eventos que aconteceram, e possivelmente dos que iriam acontecer. Sonhei com a morte da minha irmã, com a saída de minha mãe, e com a chegada de uma grande Guerra em Rune Midgar. Acordei, e me espantei ao perceber que era noite. Fui até a Dona da estalagem, e perguntei a ela quanto tempo eu havia dormido. - Garoto, como você dorme! Dormiu 3 dias e 3 noites sem acordar, é um recorde! - Ela disse, entusiasmada. -3...3 Dias...Nossa...quanto fica o preço, por favor? - perguntei, com medo do que viria a seguir. - São 10 mil zeny, garoto. Pode pagar mais tarde, se quiser. Aquela sua bolsa grande está cheia de espólios, não? Vá vender e conseguir algum dinheiro. - recomendou ela. Estava acostumada com aventureiros, notei. -Sim, obrigado senhora. - disse, e voltei ao meu quarto pra pegar a bolsa com os espólios. Fui em busca de um Vendedor de utilidades, este tipo de vendedor sempre compra todos os seus espolios por preços moderados. Me espantei ao ver que consegui 74 mil zeny com os espólios normais, e 50 mil zeny com os equipamentos úteis que peguei dos corpos. Andei um pouco pela cidade, para meu espanto, haviam alguns rumores sobre uma imensa guerra que começaria logo em Rune Midgar. Nah, só coincidência, pensei. Um sonho não pode ser tornar realidade assim...Mas minha mãe...ela realmente partiu...Nah. Ao andar pelos mercadores, consegui um belo preço por uma nova maça espada, refinada várias vezes com um metal poderoso chamado Oridecon. Sorte, pensei. Dei a minha velha arma e mais 100 mil Zennys, e consegui um desconto com o Serviço das Kafras. Resolvi dar o dia por terminado, e voltei para a estalagem, onde eu ficaria por mais 4 dias. - Aqui, senhora. - disse, oferecendo um pequeno saco com 20 mil zennys. - Pretendo ficar mais 3 dias, obrigado. Subi ao quarto, ouvindo o agradecimento da senhora pelas costas. Uma boa pessoa, como muitas em prontera. Não era dificil encontrar elas...é só ter um pouco de paciência...Entrei no meu quarto, joguei meus pertences no chão, e me deitei naquele paraíso, que chamamos de cama. Dormi. Espadas colidindo. Gritos de horror, fúria, e extrema dor. Prontera havia virado um enorme campo de batalha...
  13. Um Post! Não creio...! * Pega e guarda no Baú de tesouros * My preciouuussss ò_o Valeu Ana, críticas e erros de português, poste , preciso deles xD
  14. Capítulo 2: Igreja. -Desculpem a minha memória, ela falha um pouco nessa parte...vou pular um pouco, e tentar resumir os 8 anos que passei sob aprendizado na Igreja...-Disse Kamus, com um pequeno sorriso na face. Claro que ele lembrava daquele tempo...Lembrava claramente dos 8 anos, das " amizades " que Fez, das conquistas e derrotas, e, principalmente das derrotas. Um dia chuvoso, uma tempestade negra pairava em prontera, já faziam 2 anos desde que entrei pra igreja, e, devo dizer, não era tão mal. Eles nos ensinavam a canalizar a nossa fé em habilidades divinas, o que nos fazia capaz de curar ferimentos e abençoar pessoas, também nos ensinavam a lutar, embora devo dizer que meus colegas eram mais parecidos com porings do que guerreiros. Lembro de uma ocasião que nos mandaram para um acampamento perto da minha casa, no Monte Mjolnir, éramos 8, 4 garotos e 4 garotas, a igreja procurava igualar os sexos. -Kamus, não anda a frente do grupo, aqui é perigoso! - Disse uma das noviças, colocando um capuz com orelhas de gatinho na cabeça pra evitar que os cabelos enrolados se molhassem. Era a mais vaidosa e medrosa do grupo, Anne Parlavez. -É, isso! Não tente nos mostrar que é corajoso, e também não vamos acreditar naquela história que sua casa é por aqui, ninguém viveria num lugar como esse! - Disseram dois garotos em uníssono, os Gêmeos William e Tom Martes. O resto do grupo concordou, então me segurei e caminhei na mesma velocidade que eles. A chuva não me incomodava, o que me estava deixando sem paciência era a reclamação das garotas sobre cabelos e roupas molhadas, e os garotos concordando sempre. Patético. Ninguém sobrevive em uma luta pensando sobre cabelos e roupas. Era isso o que eu pensava, e penso até hoje. Chegamos até um ponto que eu conhecia bem, era onde as argiopes se escondiam das chuvas e tempestades, e também onde nossa missão se inicia. Procurar e caçar 10 argiopes e levar o couro delas para a igreja. Assumimos a posição de combate em grupo que a Irmã Kate nos ensinou, consistia em nos organizarmos em um tipo de meia lua, e quando o inimigo chegasse a um de nós, fazíamos um círculo em volta dele e...espancávamos até a morte. Só teve um problema, dos 7 que me acompanharam, 7 estavam com medo. Nenhum deles tinha enfrentado uma argiope antes, e quando a primeira saiu, todos começaram a recuar, menos eu. Saltei na frente da argiope e a acertei com minha maça, alguns dos espetos da clava travaram no couro duro, mas, com um movimento ligeiro, ela mordeu minha mão, e a maça ficou lá. O corte era profundo, sangrava muito, e eu comecei a sentir uma queimação terrível no lugar da picada. O famoso veneno das Argiopes. -M...Meu Deus, Kamus! Seu idiota, porque tentou enfrentar aquele monstro sozinho?! - Gritou Anne, obviamente preocupada, mas com medo demais para fazer algo. Todos pareciam concordar com a cabeça. -Porque...certos amigos não me ajudaram... - Disse com dificuldade, a queimação havia subido para os Ombros, o local da picada estava dormente e com uma aparência terrível, roxo em volta, com algumas pintadas de vermelho-sangue - Vamos, minha casa fica aqui perto...Tenho certeza que minha mãe pode nos ajudar... Eles se entre-olharam, e decidiram que era melhor seguir uma suposta mentira do que ficar ali e ver o argiope matar a todos. A caminhada foi difícil, cheia de buracos de água de chuva, e batidas inesperadas em árvores devido a falta de visibilidade. A Chuva agora caia pesado, quase como se os Deuses estivessem contra nós. Pequenas pedras de gelo caiam misturadas com a chuva, uma sinfonia infernal de sons ao nosso redor, dificultando mais ainda a visão, que só melhorava quando um raio caia, junto com o clarão típico. -Chegamos...mamãe deve estar dormindo, não tem nenhuma luz acesa... - Disse kamus, um pouco preocupado, nunca lembrava de sua mãe dormindo em uma tempestade, ela adorava tempestades, sentada do lado de fora de casa e ficava olhando a chuva e os trovões. Dizia que lembrava um conhecido. O pequeno grupo se espantou ao ver o tamanho da casa, talvez porque imaginassem algo menor, nunca vou saber. Meu braço inteiro estava roxo e dormente, e já estava sentindo a queimação chegar no meu peito esquerdo. Não tenho muito tempo, pensei. Decidi que seria melhor me tratar ali mesmo, puxei uma das cadeiras de carvalho da cozinha e me sentei, apoiando meu braço bom nela. -Algum de vocês é bom com Medicação? Foi a última aula, como...ugh...neutralizar venenos usando o poder divino... - disse, tendo dores no peito, e dificuldade para respirar, -...E...Eu...Eu sou - disse uma garota, levantando a mão. A Mais tímida do grupo, Karoline. Ninguém sabe o sobrenome dela. Dizendo isso, ela começou a fazer uma prece, sua mão esquerda repousava no seu coração, enquanto sua mão direita repousava no meu. O Símbolo da morada de Deus, lembrei. Senti uma sensação quente, porém gentil invadir o meu corpo, e pude relaxar enquanto ela fazia suas orações. Alguns minutos mais tarde, o processo estava completo, e a agradeci com uma saudação e um pequeno beijo na bochecha. Estranhei ao sentir a bochecha dela quente, e percebi que ela estava com as bochechas vermelhas. Ou talvez sempre foram assim, nunca reparei muito nela. Já sentia meu braço totalmente, e aquela aparência horrível foi embora com um pouco de concentração na cura divina. Percebi que estavam vasculhando a casa, e fiquei feliz ao demonstrarem, pelo menos uma vez, curiosidade sobre algo que era dele. -Procurando algo em especial? - perguntei ao pequeno grupo olhando uma estante, com apenas uma foto antiga empoeirada. Me aproximei da foto, e o que vi me capturou na imagem. Lá estávamos, Eu, mamãe e Kirin...ela tinha apenas 5 anos na época...era o aniversário dela, e ela tinha um largo sorriso no rosto...Kirin...Sinto muita falta dela... -Kamus? O que foi...tá chorando... - Reparou Karoline, demonstrando preocupação na Voz. Estranhei, geralmente ela só demonstra sua extrema timidez. - N...Não foi nada...só algumas lembranças tristes... - disse, limpando as lágrimas. Um dos gêmeos Martes havia subido aos quartos, e desceu correndo, desesperado. -Não tem nada, ninguém! Tá tudo empoeirado, mas só tem uma cama e algumas roupas jogadas em um quarto! - disse Tom, exasperado com a descoberta da casa, e, de estarem sozinhos em uma casa empoeirada sem velas no meio de uma tempestade com um ninho de argiopes não muito longe dali. -Não é possível...o quarto com cama e roupas jogadas deve ser o meu...mas... - Disse, até perceber um pequeno amontoado de papéis perto da porta. Caminhei com receio até o monte de pedaços de papel recortados, e ao examinar, descobri que eram cartas. Todas escritas com a mesma letra, com as mesmas coisas na capa : De Kamus Ryoka, morando na Igreja de Prontera para Jeanne Ryoka. Aquilo me deixou com um vazio no corpo. Saber que eu não tinha mais alguém com quem contar me deixou despedaçado. Senti algo gelado percorrer meu rosto, só pra descobrir que estava chorando de novo, dessa vez, mais forte e com soluços. Desviei a atenção de todos pra mim, que logo entenderam o que aconteceu. Me ajudaram a ir até a Igreja, e explicamos o que aconteceu. O Padre perdoou, mas só daquela vez. Lembro que meus próximos anos na igreja foram normais, somente mais aulas de teologia, algumas aulas práticas, o número foi reduzido depois que um grupo de noviços foi massacrado por uma tribo sanguinária de orcs. Enfim, chegou o último ano na igreja, a hora da graduação...lembro daquele momento claramente, aquilo mudou minha vida, com certeza. - Um passo a frente todos os noviços e noviças do oitavo ano - Falou um Sacerdote com sua voz preguiçosa, ele era calvo e obeso, tanto que a veste dele tem o nome dele talhado em prata. 16 pessoas deram um passo a frente, entre elas, eu e meu grupo. Era um ótimo dia, todos estavam nervosos, mas estávamos preparados. Sim...preparados. O tempo passou, e descobri que eu era o último noviço ainda não graduado. O Padre me olhou com olhos tristes, e me perguntei porque, mas iria descobrir logo. -Temo que tenhamos um problema, Noviço..Kamus, correto? - perguntou o mesmo padre que abriu a cerimonia. -Sim, eu mesmo - perguntei, com receio. Aquele olhar me preocupava de inúmeras maneiras. -...É com grande pezar que lhe informo que você não só não vai se graduar...mas não está apto a continuar seu treinamento no próximo ano...Sinto muito - Os olhos do padre emanavam tristeza, mas ele disse isso com tamanha frieza que as palavras penetraram no meu ouvido como as mais afiadas adagas. - M...Mas...Porquê? Eu não fiz nada de errado, segui tudo o que me ensinaram! - Protestei, contrariado. -Esse é um dos motivos...você deixa o pior de você vir a tona nas piores horas, não tem controle sob suas emoções. Como espera salvar pessoas tendo um ataque de raiva? - disse o padre, pude sentir um tom sarcástico nas últimas palavras, mas decidi ignorar - Além disso, seus ideais sobre o futuro e a salvação das pessoas é bom, mas não é o nosso ideal - Disse ele, elevando um pouco a voz no ' nosso ' -Você é demais bruto pra ser um servo de Deus, tudo pode ser resolvido entre você e sua maça, e é com o mesmo pezar que eu te expulso da Igreja de prontera. - Terminou o padre, fechando o livro dos graduados e indo para seus aposentos. Fiquei paralisado no mesmo lugar, tremendo, aquilo não estava acontecendo...não é certo, pensei. Meus antigos companheiros vieram me consolar, palavras amigas, algumas lágrimas, mas nada mais. Aquilo não me ajudaria a me tornar um Sacerdote, pensei. Fui até meus aposentos, e coloquei todos os meus pertences na mala, entre eles, uma batina extra de Noviço, uma tiara que ganhei de presente da Karoline ano passado, era bem bonito. Algumas meias, uma Maça espada novinha que tinha comprado para celebrar a minha graduação, e meu velho mangual pesado, cujas correntes quebradas mantinham várias lembranças das aventuras que tive. Fechei a mala, e saí da igreja, saí do mundinho fechado dos sacerdotes com ideais fixos de grandeza, saí de prontera. Sem rumo, vaguei por desertos e florestas, enfrentando alguns monstros pelo caminho. Exausto, faminto, desmaiei perto de Payon. De novo, fui amedontrado nos meus sonhos, várias faces disformes gritavam pra mim ' Você não é bom o bastante ', entre elas, minha falecida irmã. Também notei a face dos integrantes do meu antigo grupo. Acordei no desespero, olhei em volta, estava em uma casa de payon, meus ferimentos estavam enfaixados e o cheiro bom de comida vinha de uma tigela colocada ao lado da pequena cama de bambu. Percebi que perto da porta, uma pessoa trajando armadura estava sentada, ela olhava pra mim com preocupação. -Qual seu nome...? - Perguntei, enquanto comia desesperadamente o ensopado colocado na tigela. -Sou Kerdied Draloth, do clã Lamentos de Muspellheim. Te encontrei desmaiado perto da entrada de Payon, sua aparência estava horrível, então te hospedei aqui e tratei dos seus ferimentos. Pelo visto, vem da igreja de Prontera...Alguma missão especial? - perguntou ele, com um tom sério. -Não...fui expulso da igreja por...bem, não importa... - Disse, com tristeza. -Qual seu nome? - perguntou ele, não pude dizer se o que senti na sua voz era esperança ou curiosidade. -Kamus Ryoka...senhor. - respondi, tentando igualar o tom sério. -Quer se juntar a nós? Ao nosso clã? Não parece que você tenha lugar pra ir, e temos lugar pra você - Disse ele, sorrindo um pouco, enquanto mexia nos cabelos castanhos desarrumados. Aquilo me pegou desprevenido, me salvou e ainda me ofereceu um lugar no clã...Que pessoa boa, pensei. -Claro! Quer dizer...Se não for incomodo - disse, meio constrangido pelo entusiasmo. Não dormia em uma cama ou comia faziam dias, e ele me salvou. Sorte. O templário riu um pouco e se levantou, puxando algo do bolso, um broche, pra ser exato. Ele Colocou o Broche na mesa, e começou a andar em direção à porta, antes de sair, ele se virou. -Se quiser entrar no clã, coloque esse broche na sua roupa. Voltarei em uma semana, não se preocupe com o pagamento, já está tudo acertado. - disse ele, e finalmente, saiu. Aquilo me espantou, além de me salvar e de me convidar, ele iria voltar pra ver se aceitei. Que pessoa boa...talvez eu possa recomeçar com eles, imaginei.
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