Ir para conteúdo

Adeus às Armas


Godfrey de Ibelin

Posts Recomendados

Boa noite pessoal! Depois de 2 anos sem jogar Ragnarok e ver que o server Odin está ressurgindo das cinzas, resolvi voltar. Eu já escrevia antes no antigo fórum e no fórum do Ragnatales (que foi desativado). Provavelmente serão poucos os que vão lembrar deste início de fanfic, pois não tinha tido oportunidade de terminá-la por causa da faculdade (que já terminei). Vou aproveitar meu tempo livre e exercitar minha escrita escrevendo com carinho esta fanfic. O nome está acima, e eu tinha começado ela em 2008. Agora terminarei ela aqui!

Link para o comentário
Share on other sites

  • Replies 58
  • Created
  • Última resposta

Top Posters In This Topic

Adeus as Armas

 

 

Introdução: O Crepúsculo dos Deuses.

 

 

 

"Neste mundo sem Sol e sem Lua, os homens começaram a ser varridos pelas tempestades e a serem arrasados pelas inundações, pelo frio, pelos terremotos... Foi o Ragnarok – O fim do primeiro mundo.” (RAGACHE, Gilles & LAVERDET, Marcel, “Os Vikings, Mitos e Lendas”, Tradução de Ana Maria Machado, Ed. Atica, 2ª Edição, São Paulo, 1995).

 

 

 

Mais um dia amanhece. Em sua pequena casa, Albert acorda para mais um dia de trabalho, que consistia em colher frutas silvestres para a venda de doces na quitanda de sua esposa. O trabalho não era muito rentável, mas garantia a subsistência de sua família, já que se não conseguisse fazer boas vendas, poderiam se alimentar do que colhiam. E tudo era aproveitável, desde ervas verdes a cogumelos silvestres. Como as vendas de costume eram muito ruins, já que Hugel mal era conhecida pelo mundo que o cercava, Albert não tinha maiores ambições. Ele realmente ouviu rumores de terras ricas a Oeste, terras estas habitadas por monstros fenomenais e grandes guerreiros. Pra ele isso não fazia muita diferença. A paz circundante e a natureza era algo inestimável, e se sentia muito grato por poder viver com a esposa que ama e por criar seu filho neste ambiente um tanto quanto monótono. Isso não quer dizer que ele ficava ocioso:

 

- Acorde Ikariam! Já são 7:30 da manhã! Vamos trabalhar...

 

- Puxa papai, deixe-me dormir só mais um pouquinho, esta um dia muito frio, eu juro que te ajudarei no que for mais tarde...

 

Albert já havia se acostumado com as queixas matinais de seu filho, de 10 anos de idade. Ikariam sempre dizia que seu sonho era ser um aventureiro e depois que viu um caçador de passagem pela cidade, passou a querer um arco e uma aljave de flechas. Seu pai admirara o sonho de seu filho mas ainda assim o obrigava a fazer pequenos serviços pela manhã, pois pensava ser necessária a importância do trabalho caso um dia ele saísse de sua cidade natal.

 

- Vamos meu filho, todo caçador disciplinado acorda cedo para manter seu sustento e sua fama.

 

Como se houvesse tomado uma poção de fúria selvagem, seu filho levantou rapidamente e se aprontou. Empolgado com os dizeres de seu pai, perguntou:

 

- Papai, você realmente pensou em minha vontade? Pensei que não fosse deixar sair de Hugel.

 

- Meu filho, o que eu mais quero é que você seja feliz. Sua mãe e eu acreditamos em seus ideais e, no dia que chegar a hora, o apoiaremos no que precisar. Mas você ainda e novo e preciso lhe ensinar alguns valores caso queira adentrar em suas aventuras.

 

- Te amo papai! – E Ikariam saiu cantarolando, indo ao banheiro escovar seus dentes.

 

De fato, Albert também pensava em uma vida de aventuras quando mais jovem. Chegou até a se tornar mercador, em uma das únicas oportunidades em que conheceu a parte ocidental do mundo conhecido, pertencente ao reino de Rune Midgard. Mais precisamente ele esteve em Alberta, onde obteve sua licença para vendas, e uma única vez esteve em Prontera, onde conheceu Clarice, sua esposa, também mercadora. Ainda assim, seu dom não se encaixava na liderança ou no apoio e, na época de seu casamento, tanto ele quanto a sua esposa optou por viver em um ambiente de conforto e segurança.

 

Após arrumar seu carrinho para guardar os alimentos em uma nova caçada, ele percebeu parte da queixa de seu filho. Realmente estava mais frio que o normal. Que Hugel fica localizado em um ambiente frio entre as montanhas, isso ele já estava cansado de saber, mas a sensação térmica estava mais baixa que o normal.

 

Clarice já havia levantado:

 

- Meu amor, se não quiser trabalhar hoje tudo bem. Nosso armazém na kafra já esta bem abastecida de uvas, cogumelos, mastelas e ervas. Vamos ficar juntinhos neste frio e dar um descanso pro nosso filhinho hoje?

 

- Desculpe-me Clarice. Fiquei tão empolgado quanto o Ikariam quando escutei que ele quer ser um caçador. Tentarei ensinar-lhe algumas noções de vida pra fora desta aldeia, e iremos caminhar um pouco mais alem do que vamos de costume. Não se preocupe, voltaremos mais cedo e aproveitaremos à tarde enquanto Ikariam estiver brincando com seus amiguinhos.

 

- Tal pai, tal filho! Também fiquei admirada com o nosso filho. Ver um garotinho tomando uma decisão madura, mesmo tendo 10 anos, encheu meus olhos de lágrima. Se eu pudesse contribuir com algum exercício...

 

- Minha linda, você e Ikariam são as pessoas mais importantes na minha vida. E, você, é a mamãe mais linda e responsável de todo o reino!

 

Acostumada às palavras carinhosas de Albert, os dois se beijaram. Ikariam apareceu à porta e...

 

- CAHAM!

 

- Filhinho, já esta de pé? – Clarice olhava um pouco desorientada, tentando disfarçar o rubor em seu rosto.

 

- Não se preocupem, é que eu queria abraçar vocês! – Disse o garoto em sua ingenuidade, comum em qualquer infância.

 

E os três se abraçaram. Clarice virou para os dois e avisou:

 

- Se agasalhem, não quero ver nenhum dos meus dois heróis com gripe por causa deste frio repentino.

 

E assim, após tomarem o café da manha e depois de vestirem seus casacos, Albert e Ikariam saíram, sem antes dar um breve tchau a Clarice.

 


- Papai, o tempo está esquisito hoje né?

 

- Sim Ikariam, realmente o tempo mudou muito...

 

Tinha algo incomum no ar. Até o dia anterior o céu estava límpido e o ambiente, aquecido. Agora o céu estava escuro e o ar, gelado. Ao longe, grandes estrondos de trovoes podiam ser ouvidos, mas distantes de representar uma ameaça a eles.

 

Olhando para o ambiente, Albert teve a sensação de que ocorreu uma imensa mudança. As ervas verdes estavam murchas, os caramelos e os holdens estavam escondidos em suas tocas, e os porings estavam desorientados. Embora seus pressentimentos o alertassem, tratou de continuar o trajeto almejado com o seu filho e partiram um pouco mais a Oeste.

 

- Pra onde estamos indo papai?

 

- Bom Ikariam, achei que hoje não fosse um bom dia para trabalhar, já que nos esforçamos muito e estamos com a kafra cheia de alimentos. Então, eu gostaria de ensinar-lhe a perceber a natureza e lhe apontar o caminho para o seu futuro.

 

Os olhos do menino brilharam. E Albert começou a lhe ensinar o pouco eu sabia sobre o grande reino de Rune-Midgard e outros reinos menores. Vendo que já havia informado tudo que já sabia, terminou:

 

- Meu filhinho, quero que saiba que um dia será necessário você decidir seu destino, e por isso tentei lhe apontar o caminho.

 

- Entendi tudo papai...

 

De repente, um rugido monstruoso ecoou entre as montanhas, e ambos viram uma visão que até então eram as únicas de sua vida cotidiana em Hugel.

 

Estavam boquiabertos. Um Templário estava se digladiando com um Dragão Mutante, lutando desesperadamente pela sua vida. Ambos se esconderam enquanto a terra tremia.

Em um derradeiro ato, escutaram o tilintar de uma espada, seguido de um ultimo berro:

 

- CRUX DIVINUM!

 

E após o cruzar deste golpe, o Dragão Mutante desaba em quatro pedaços, soltando assim um piroxênio, que carregava consigo.

 

Albert e Ikariam aproximaram-se do Templário, e este delirava em convulsão e dor:

 

- Balian... Constance... Aninha... Não... Desculp... eu precis...!

 

Deu um suspiro e desmaiou. Albert quebrou uma poção vermelha em cima do Templário, e amenizou o sangramento em seu peito. O guerreiro estava entre a vida e a morte, com o braço quebrado, um corte profundo em seu peito e com ferimentos na cabeça.

 

- Papai, temos que ajudar este moço!

 

- Tem razão, ajude-me aqui! – Colocaram o Templário em cima do carrinho, junto com sua espada quebrada e o Piroxênio.

 


O tempo mudou radicalmente e começou a cair uma leve neve, algo raramente visto em Hugel apesar do clima ameno. Chegando a casa, Clarice se apressou em ajudar. Conhecedora de certa noção de primeiros socorros, algo aprendido nos tempos que era aprendiz, acomodou o Templário ferido em uma cama. Ele tremia em espasmos e estava febril.

 

- Como o encontraram?

 

- Ele estava lutando contra um enorme dragão, e acho que devemos nossas vidas a ele, embora ele nem tenha nos visto. Como ele esta? – Disse apreensivo Albert.

 

- Eu não sei, ele esta muito mal... Vou trazer o noviço da vila pra ajudar a gente...

 

Olhou pra fora e viu uma imensa tempestade se armando. Clarice colocou sua roupa de inverno, mas ventava muito forte.

 

- Impossível sair de casa...

 

- Vamos ajudá-lo com nossas provisões. – Completou Albert.

 

- De acordo...

 

Enquanto Albert e Clarice pensavam sobre o que fazer, Ikariam fazia companhia ao Templário, como se o conhecesse a muito tempo atrás, embora nunca o tivesse visto.

 

E a mortalha da escuridão abraçou Hugel, tal como nunca havia ocorrido, e a neve junto com um assustador eclipse solar mergulharam a vila em uma hibernação gelada por alguns meses. Por sorte, a vila encontrava-se relativamente bem abastecida para este crepúsculo.

 

Continua...

Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Capítulo 1: As memórias de um velho Templário.

 

 

“Se o passado conta, é pelo que significa por nós. (...) Mas este passado, próximo ou longínquo, tem sempre um sentido para nós. Ele nos ajuda a compreender melhor a sociedade na qual vivemos hoje, a saber o que defender e preservar, saber também o que mudar e destruir. A História tem uma relação ativa com o passado.” (CHESNEAUX, Jean. “Devemos fazer tabula rasa do passado?”. Pag. 22).

 

 

 

(25 anos depois...)

 

Minhas mãos trêmulas se desacostumaram a manusear objetos pequenos, mesmo que seja uma simples pena com tinta de polvo. Passei a vida manuseando espadas e escudos e isso me deixou desajeitado, além de minha avançada idade não ajudar em minha caligrafia. Peço perdão caso minhas palavras escritas com um pouco de dificuldade se tornem ilegíveis, mas farei um esforço para tornar esta biografia um resgate a memória de meus amigos e entes queridos.

 

Muito do meu passado se tornou um mistério, mas não o faço isto por mal. Muitas lembranças simplesmente me doem muito, embora eu tenha tido alguns momentos de alegria em minha vida. Deixo esta biografia feita de próprio punho para o conhecimento das próximas gerações de aventureiros em minha família, a fim de descobrirem que um dia existiram maravilhosas pessoas que deram suas vidas para garantir a existência de seus familiares e amigos.

 

Quisera Odin ter tomado minha vida nas amarguras de outrora, mas infelizmente em seus desígnios, ele me deixou envelhecer. Sinto minha vida aos poucos se esvaindo e senti a necessidade de homenagear meus irmãos em armas. Parte deste livro pode ser considerado como minha despedida pessoal desta vida, mas peço ao leitor desta biografia para não se aborreça com minhas palavras amargas, já que estou chegando a 60 primaveras de idade e só quero viver o que me resta em paz.

 

Para muitos nesta vila, sou um mistério ambulante. Quem desconfiaria hoje, de que atrás de minhas vestes esta um antigo Guerreiro Templário velho e fraco que em um período de sua vida participou de grandes batalhas? Sentado em minha modesta cabana na pequenina cidade de Hugel, observo o movimento cotidiano de um lugar pacato. Ultimamente ela vem recebendo a visita de inúmeros aventureiros (assim como eu fui um dia), atraídos pela popular e divertida corrida de monstrinhos. Pelo cais daqui de Hugel, tem muitos guerreiros atraídos também pela perspectiva de poder evoluir tanto físico, quanto espiritualmente, nas ruínas do Templo de Odin.

 

Cidade pequena, onde todos se conhecem e se respeitam. Ninguém aqui se arrisca a saber minha verdadeira origem quando, há 25 anos atras, eu apareci gravemente ferido nas montanhas geladas a oeste daqui, sendo socorrido por um humilde camponês no meio da gelada floresta ao lado das montanhas que circundam esta cidade. E eu acho que nenhum habitante indagaria sobre a aparição de um sujeito entre a vida e a morte tal como eu estava, visto que aqui a principal bandeira de seus habitantes é a caridade e a alegria, algo aprendido por mim em convívio com esta comunidade.

 

Bandeira! Quanto significado esta simples palavra teve para mim em meus tempos áureos de guerreiro! Mas quantos fantasmas me assaltam a alma pelo o que eu já fiz defendendo um estandarte. Até mesmo a disputadíssima corrida de bichinhos atordoa a minha alma em busca de paz, devido a estas simples palavras: Guerra do Emperium. Simples para quem lê. Complexo para quem já participou.

 

Típicas escaramuças entre clãs rivais, a Guerra do Emperium levou (e ainda leva) gerações inteiras de jovens guerreiros a se confrontarem em busca de glória, pelos confrontos de ideologias ou pelo simples desejo de vingança pelas perdas pessoais ou materiais. Ainda assim, embora estes sejam a motriz de toda uma Guerra do Emperium, a conotação do contexto vivido por mim e pelos meus amigos extrapolaram estas típicas batalhas que só aconteciam entre castelos. Estas batalhas em minha época se tornaram guerras totais, com direito a atrocidades e violências desmedidas. Dentre todas as verdades possíveis, darei a mais próxima visão dos fatos sobre o que ocorreu comigo e com tantos outros, eventos estes mudaram a antiga Rune-Midgard de tal forma que nem eu mesmo reconheço a partir da minha visão com os meus arcaicos olhos...

 

Ao contrario do que se passa nos feudos em que, quando você tomba apenas desacorda e retorna ao ponto de socorro, nesta guerra total tudo havia sido diferente: a dor existia a graus terríveis e as pessoas morriam, ao invés de desmaiar. Toda uma geração perdida pela culpa de, provavelmente, uma dúzia de homens cobiçosos e perdidos em paixões negativas.

 

Em nome dos meus antigos irmãos de batalha, venho lhes dedicar o sangue derramado em prol da liberdade conquistada pelo Reino de Rune-Midgard e outros Reinos adjacentes. Meu nome é Godfrey e o que tenho para falar aqui não se refere a gloria dos antigos lideres de clã ou aos eventos emocionantes e decisivos de grandiosas batalhas, mas sim de jovens que amavam seus entes, lutavam e temiam pelas suas vidas. Eles queriam estar caçando Esporos, não atirando de arcos em outros jovens. Eles queriam uma vida de aventuras, não queriam fatiar inimigos que mal conheciam. Mas quando veio o teste, quando veio à opção entre escolher ficar livres ou serem subjugados, eles lutaram. Pois um soldado pode até lutar pelo seu clã, mas morre pelos seus amigos. E é a eles que agradeço por existirem em minha amargurada vida, mesmo que estejam em minha memória.

 

 

Continua...

Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Tem como melhorar a estética do meu texto? Não consigo aumentar e/ou diminuir palavras... Alguém me ajuda com algumas dicas de formatação?

 

Desde já agradeço quem se propor a ler minha Fanfic.

Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Tem como melhorar a estética do meu texto? Não consigo aumentar e/ou diminuir palavras... Alguém me ajuda com algumas dicas de formatação?

 

Desde já agradeço que se propor a ler minha Fanfic.

 

Bela fic :D

 

Você pode ler esse guia de edição do fórum para saber como melhorar o aspecto estético do seu texto :o

Link para o comentário
Share on other sites

Pow, cara, me perdoa aí, mas eu comecei a ter dor de cabeça lendo e não consegui terminar. Tá tudo muito junto, fica difícil.

 

Você provavelmente tá usando o editor básico, use esse guia que o Dundé já postou e mude ou pra Interface Avançada ou pro Editor Padrão (que, particularmente, é meu preferido).

 

E eu tenho quase certeza que já li essa fic no RT, pelo menos o comecinho ou algo assim.

 

Dê uma ajeitada no texto e avise aqui, que pode ter certeza que vou ler e acompanhar. ;D

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
Link para o comentário
Share on other sites

Pow, cara, me perdoa aí, mas eu comecei a ter dor de cabeça lendo e não consegui terminar. Tá tudo muito junto, fica difícil.

 

Você provavelmente tá usando o editor básico, use esse guia que o Dundé já postou e mude ou pra Interface Avançada ou pro Editor Padrão (que, particularmente, é meu preferido).

 

E eu tenho quase certeza que já li essa fic no RT, pelo menos o comecinho ou algo assim.

 

Dê uma ajeitada no texto e avise aqui, que pode ter certeza que vou ler e acompanhar. ;D

 

Obrigado pelo feedback =D ! Acho que agora está bem editado e mais legal de ler... Logo logo Capítulo 2 e 3!

Link para o comentário
Share on other sites

Bela fic :D

 

Você pode ler esse guia de edição do fórum para saber como melhorar o aspecto estético do seu texto :o

 

 

Mto mto mto mto obrigado pela ajuda!!! Vc é o moderador da área de fanfic? Obrigado por acompanhar a fic =D !

Link para o comentário
Share on other sites

Agora tá bem fácil de ler. xD

 

Haha, gostei da maneira que ele motivou o filho a acordar.

 

Um eclipse e uma nevasca de alguns meses? o.O

Se esse templário sobreviver tem que nerfar ele, tá OP.

 

25 anos depois??? 25?

Boy1.jpg

 

Nossa, mano, eu achei a fanfic boa quando li o prólogo, mas depois de ler esse capítulo 1... Cara, isso foi excelente! Não, tá muito bom, cara, que absurdo. Parece que você domina esse estilo (1º pessoa) muito bem. Sem falar que o assunto abordado é o meu preferido dentro do universo de Ragnarok.

 

Você tem que continuar. Agora! *Chicoteia*

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
Link para o comentário
Share on other sites

Capítulo 2: O Nascimento de Godfrey

 

 

“Através dos passos alternados de perda e ganho, silêncio e atividade, nascimento e morte, eu trilho o caminho da imortalidade.” (Deepak Chopra, Médico e pensador Hindu).

 

 

 

 

(60 anos antes)

 

- Força, você esta quase, só mais um pouco, já esta nascendo, Isabelle! – Estas foram às primeiras palavras que escutei, e sim, Isabelle era o nome de minha mãe. Apreensivo, meu avô estava na sala, em uma caserna ao qual passei a primeira parte de minha infância. Basilan era seu nome, e a ele devo muito do que aprendi para sobreviver.

 

Com razão Basilan estava preocupado. Quando minha mãe informou a ele que estava grávida, tinha apenas 16 anos e isso representava certo risco. Mas o que o deixava mais enfurecido foi o fato de que a paternidade não foi assumida pelo príncipe de Brynhildr, um castelo no feudo das Valquirias, em Prontera. E assim nasci, sem o reconhecimento de meu pai, herdeiro direto do trono, príncipe Henry.

 

Lysandra, amiga de minha mãe, uma jovem noviça, estava fazendo o parto:

 

- Veja Isabelle, é um menininho! – Falando isso ao som de meu choro, e apagou parte das preocupações de meu avô.

 

- Me dê ele nos braços... – Minha mãe, comovida, me viu pela primeira vez – Meu filhinho lindo! Veja o tanto que ele e forte!

 

Lysandra inocentemente comentou:

 

- Sim, ele é bem saudável! Estes olhos castanhos e a marca de nascença em sua cabeça lembram a beleza do príncipe Henry...

 

Escutando isto, minha mãe sentiu um ligeiro mal estar, seguida pelo pedido de desculpas feito pela jovem noviça. Tentou consertar a ligeira gafe que cometeu:

- Desculpe-me. Bem, você precisa descansar, darei o primeiro banho no seu filho...

 

Seguindo meu primeiro instinto, me alimentei pela primeira vez e a noviça mudou de idéia. Meu avô adentrou no quarto:

 

- Será um rapaz inteligente, já esta seguindo seus instintos... Como irá chamá-lo?

 

- Godfrey... Este será seu nome... – Disse minha mãe.

 

Após minha primeira alimentação, Lysandra me limpou com cuidado e me pôs a dormir no berço. Em seguida, Basilan escutou fortes batidas na porta:

 

- ABRAM! Deixem-me entrar ou arrombarei a fechadura...

 

Pela primeira vez, após muitos anos, Basilan desembainhou sua velha lâmina. Já fazia ideia de quem poderia ser...

 

- ABRA! PELO AMOR DE ODIN! DEIXE-ME ENTRAR!

 

- O que quer aqui Henry? Já não basta a desgraça que já aprontou com a minha filha?

 


E de fato, Henry estava longe de parecer um santo. Tinha acabado de se graduar Cavaleiro, quando conheceu minha mãe. Ele se encantou pela beleza dela, embora fosse uma plebéia que prestava serviços a casamenteira de Prontera. Utilizando-se de palavras doces, cativou minha mãe com seu charme e polidez nas palavras, mesmo tendo um noivado marcado com uma Arruaceira de nome Frenhild, filha de um rico vendedor de jóias em Morroc. A partir daí, passou a se encontrar furtivamente com minha mãe.

 

Quando veio a noticia de que minha mãe estava grávida de mim, Henry propôs que Isabelle abortasse meu nascimento. Minha mãe se negou e se sentiu ultrajada, informando que aquele em sua barriga seria seu herdeiro, fruto de um amor que inocentemente ela acreditava. Henry não queria que um escândalo destes fosse descoberto pelos seus pais, líderes do clã “Guerreiros de Ibelin”, dinastia ao qual eu faria parte, e passou a enviar uma pequena ajuda financeira a minha mãe, que repudiou o ato. Com a desculpa de que já tinha um casamento marcado, se ausentou de minha mãe quando ela mais precisava dele.

Basilan não entendia naquele momento a tristeza de minha mãe, facilmente notado após a conversa que ela teve as escondidas com meu pai, pois tinha medo de contar tudo ao meu avô.

 

Mas ele acabaria sabendo. Certa vez, em um de seus serviços na Catedral de Prontera, minha mãe estava mal, sentindo enjôo. Nesta data, estava marcado o casamento de Henry e Frenhild. Não agüentando, acabou vomitando perto do altar, quando a família de meu pai estava se reunindo entre as cadeiras. Ao ver aquilo a Arruaceira insultou minha mãe:

 

- Sua porca imunda, por isso que eu não confio em plebeus! Pra mim não valem mais do que excremento de Peco-peco. Suma da minha frente antes que eu lhe dê uma Apunhalada!

 

Minha mãe correu aos prantos dando de frente com Henry, que estava sem palavras para o que ocorreu. Basilan assistiu a cena, e sua vontade imediata era de fatiar Frenhild. Conteve sua vontade quando dois Cavaleiros se levantaram ao seu encontro.

 

Não entendendo o que ocorreu, foi de encontro à filha chamando Lysandra para ajudar-lhe. Do lado de fora da Igreja, Basilan encontrou minha mãe chorando desesperadamente e disse preocupado:

 

- O que houve minha filhinha. Diz-me o que aconteceu, eu quero ajudá-la...

 

- Papai você não vai me perdoar pelo que eu fiz... Não vai...

 

- Diga-me o que aconteceu, eu juro que irei escutá-la...

 

Isabelle tomou a panacéia que Lysandra deu a ela e se acalmou. Mas ainda com receio, disse:

 

- Papai, estou... grávida de Henry.

 

Meu avô quase teve um ataque. Mas conteve sua fúria e escutou o que minha mãe tinha a explicar. Logo após, ele, junto com a minha mãe e Lysandra, voltaram para casa, sem antes jurar pra si que iria cuidar de mim para cumprir a ausência do meu pai, com o intuito de cuidar de minha educação para que eu pudesse fazer justiça com as próprias mãos no futuro.

 


- ABRA! EU TENHO O DIREITO SAGRADO DE VER MEU FILHO!

 

- ENTÃO TENTE ARROMBAR ESTA PORTA, E TERÁ O QUE MERECE!

 

Lysandra escutou os gritos e se encaminhou a sala:

 

- Por Odin! Que gritaria e esta Sr. Basilan? – E abriu a porta...

 

- Deixe-me entrar! Eu quero ver meu filho! – Henry estava desorientado.

 

- Vai ter que passar pelo fio de minha lâmina, seu irresponsável! – E atacou Henry, ferindo-lhe no braço. Em um contra-ataque, meu pai feriu meu avô na perna. Henry sabia que Balisan havia sido um excelente espadachim e quis amenizar uma situação sem volta:

 

- Sr. Basilan, por favor, minha intenção não é matá-lo! Deixe-me falar com Isabelle...

 

- SAIA DAQUI! – E desferiu mais um golpe, quebrando uma pequena mesa após um desvio feito pelo meu pai.

 

- PAREM JÁ OS DOIS! – Isabelle andava com dificuldade...

 

- Isabelle, como está nosso filho? Deixe-me ver como ele é...

 

- Você já o matou não se lembra? – Isabelle olhava com fúria nos olhos de Henry – Não foi você que propôs que eu passasse por cima do nascimento dele? Porque veio aqui? Você não tem direito algum sobre o filho que você nem reconheceu!

 

A conversa já alcançava ouvidos alheios, e centenas de mercadores começaram a olhar para o rumo da discussão. Com medo da repercussão deste papo chegar em sua família caso fosse visto, Henry olhou com olhos em lágrimas e disse:

 

- Deixarei você fazer isso comigo hoje, mas ainda alcançarei seu perdão...

 

Cobriu-se em sua capa, elegantemente encantada com uma carta Frildora. Com lágrimas nos olhos, gritou – FURTIVIDADE! – E desapareceu sem deixar vestígios.

 

- Até para brigar este inconveniente é um covarde! – Meu avô riu com desdém.

 

- Papai, não faça mais isso por favor... – Minha mãe estava apavorada. – Pessoas poderosas são perigosas, e eu só quero paz pra você, pra mim, pra Lysandra e principalmente para o Godfrey...

 

Meu avô engoliu a seco sua revolta e concordou. Logo após, Lysandra se despediu de seus amigos e receitou algumas ervas medicinal a minha mãe que, ao mesmo tempo via meu avô olhar para mim no berço imaginando sobre o meu futuro...

 

 

 

Continua...

Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Agora tá bem fácil de ler. xD

 

Haha, gostei da maneira que ele motivou o filho a acordar.

 

Um eclipse e uma nevasca de alguns meses? o.O

Se esse templário sobreviver tem que nerfar ele, tá OP.

 

25 anos depois??? 25?

Boy1.jpg

 

Nossa, mano, eu achei a fanfic boa quando li o prólogo, mas depois de ler esse capítulo 1... Cara, isso foi excelente! Não, tá muito bom, cara, que absurdo. Parece que você domina esse estilo (1º pessoa) muito bem. Sem falar que o assunto abordado é o meu preferido dentro do universo de Ragnarok.

 

Você tem que continuar. Agora! *Chicoteia*

 

 

 

Kkk' ! Obrigado pelo comentário, realmente não esperava tanto elogio... Acabei de postar o Capítulo 2 e estou editando o 3 agora... espero que esteja gostando. qualquer crítica ou sugestão pode postar a vontade!

Link para o comentário
Share on other sites

Kkk' ! Obrigado pelo comentário, realmente não esperava tanto elogio... Acabei de postar o Capítulo 2 e estou editando o 3 agora... espero que esteja gostando. qualquer crítica ou sugestão pode postar a vontade!

 

Já que você deixou fazer algumas críticas, farei.

 

- Força, você esta quase, só mais um pouco, já esta nascendo Isabelle!

 

Nesse trecho você deveria separar "Isabelle" do resto da frase com uma vírgula. Foi o único erro recorrente que encontrei.

 

Como ele se lembra do nascimento? hsuahusau

 

Nossa, mas que nascimento conturbado, ein. xD

 

E essa arruaceira aí, mó nojenta, manchando minha classe.

 

Esperando por mais capítulos. =D

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
Link para o comentário
Share on other sites

Capítulo 3 – A Infância de Godfrey

 

 

 

"A primeira coisa que um ser humano deveria aprender é a diferença entre o bem e o mal, e jamais confundir o primeiro com a inércia e passividade." (Maria Montessori (1870-1952) – Médica e educadora Holandesa).

 

 

 

 

- Vem filhinho! Você esta quase lá! Vem dar um abraço na mamãe! – Eis o que ouvia de minha querida mãe nos dias em que eu estava aprendendo a andar. Incrível eu ainda me lembrar disso, mas tenho certeza que o que conservou a memória de minha infância foi o amor de minha mãe e os escritos de meu avô...

 

Lysandra não pode deixar de comentar ao ver tal cena:

 

- Nossa, o Godfrey já esta andando?! Esse menininho é um prodígio!

 

- Lógico, é meu neto e tem o nosso sangue! – Disse Basilan, orgulhoso de minha pequena conquista.

 

- Não fale assim que você ainda vai mimá-lo... – Minha mãe falou brincando ao meu avô.

 

- Realmente esta certa filha, logo ele crescerá e terá que aprender a manifestar suas vontades por conta própria.

 

Isabelle sabia que o tom duro de meu avô era uma raiva contida que ele sentia por meu pai, mas ainda assim ela contemporizava a situação desconfortante. Quando via que o assunto requeria tocar no nome de Henry, ela desconversava. E achava melhor assim, pois minha mãe sempre se sentia feliz ao ver minha vida irradiar de alegria o seu coração. Mas se a questão era mimo, isso eu devo também a Lysandra, que foi indicada pela minha mãe em meu batismo a ser minha madrinha:

 

- Você vai deixar eu ensinar meu afilhado a falar né? Quero ensinar ele a conversar como o vovô, com a mamãe...

 

- Tagarela do jeito que é com certeza ele aprenderá rapidinho – Minha mãe e seu senso de humor não perdia qualquer oportunidade.

 

Lysanda não concordou com a brincadeira e pra falar a verdade, acho que nem chegou a ouvir, já que ela conversava comigo balançando um boneco de Chonchon.


E o tempo passava. Minha mãe me levava pelas ruas de Prontera e sempre que possível, me mostrava os arredores da cidade. Em um desses passeios experimentei sorvete pela primeira vez, e via uma enorme variedade de pessoas vestidas em trajes diferentes. Tinha três anos quando surpreendi meu avô e minha mãe:

 

- Vovô! Vovô! Olia qui bunito vovô!

 

Meu avô retrucou:

 

- Estes vícios de linguagem! Vou chamar um sábio pra ensinar a Lysandra a te ensinar direit...

 

Fez uma pausa em sua fala. Quando prestou atenção no que eu vi, ficou boquiaberto. Apontei entusiasmado para as brilhantes armaduras de alguns templários que haviam acabado de se graduar na profissão. Os meus olhos brilhavam e, apesar de eu ser pequeno e não entender muito bem os mecanismos de meus sentimentos, os meus instintos gritavam para que abraçasse aquele futuro. Meu avô, curioso com este fato, me levou para perto de um deles.

 

- Olia vovô! Eu quer um desse! – E apontei para a espada do Templário...

 

- Hey garotinho! Ainda faltam alguns anos pra você manejar uma espada! – Um Sargento Templário, provavelmente o líder daquele pequeno grupo estava tão entusiasmado quanto eu, e retribuiu meus pequenos anseios acariciando minha cabeça. Minha mãe e meu avô mal podiam acreditar. Ambos ficaram emocionados e ao mesmo tempo preocupados. Preocupados por não gostar da maneira altruísta ao qual um Templário se comportava em uma luta.

 

O Templário se antecipou:

 

- Eu entendo a preocupação de vocês. Mas a escolha deste garotinho é uma das mais bonitas que alguém pode ter. Todas as profissões têm os seus riscos, e nós Templários acreditamos em nossa fé para combater pelos nossos irmãos e salvar os inocentes. Sempre somos os primeiros e entrar em batalha e os últimos a sair dela, enquanto ninguém esta a salvo.

 

- Entendo, eu já fui espadachim e iria me graduar Templário, mas minha esposa morreu quando minha filha ainda era bebê... – Balisan tentou contornar parte de seu constrangimento vide a resposta sábia do jovem Templário. Em parte, meu avô foi sincero em suas palavras, e ainda era ate aquele momento um aposentado, mas exímio espadachim.

 

- Garotinho, te darei um presente! – O jovem Templário tirou de sua mochila de campanha um Rosário. – Pense em sua família e em seus amigos e aperte-o com força e com fé, quando tiver medo... – E pôs em minhas mãos – Terei que ir para Glast Heim agora se me deem licença. Vocês têm sorte, este garotinho é muito perspicaz e será um grande homem. Adeus! - E pôs-se a andar com o seu grupo.

 

Com emoção, minha mãe e meu avô despediram-se do jovem Templário e enfim, perderam parte de seus temores a respeito de meu futuro.


Meses depois minha mãe me levava para Lysandra, com o intuito de continuar meu aprendizado quanto a minha fala. Já com quatro anos, eu percebia que vários garotinhos de minha idade tinham a companhia de um pai e eu não.

- Mamãe... Quem é meu papai?

Isabelle se assustou. Esteve pensando desde o meu nascimento sobre o que falar se algum dia eu perguntasse, e este dia chegou:

- Bom, o seu papai? Ele... ele sumiu...

- Como mamãe?

Estava despreparada. Ela pensava que seria justo se falasse que Henry tinha morrido, pois se dependesse de meu pai eu nem teria existido. Mesmo assim, desconversou:

- Ele... foi brigar contra um... Cavaleiro das Trevas e... nunca mais vimos ele. Seu vovô acha que ele morreu.

Eu ainda não entendia o significado da morte, e tampouco eu sabia distinguir a diferença entre verdade e mentira e não continuei o assunto por simples ingenuidade infantil.

Mas o destino apronta. Virando a esquina meu pai estava à espreita, aguardando ao lado da Loja de Utilidades. Há tempos que ele vinha a espionar os passos de minha mãe e neste dia, ele falaria com ela de qualquer jeito.

- Isabelle!

Minha mãe ficou branca e sem reação. Respirou fundo e falou:

- Te conheço, moço?

- Não faça assim Isabelle, ainda amo você e... Este garotinho...

Pela primeira vez olhei para o meu pai, mesmo sem saber quem era ele...

- Não encosta a mão nele, senão grito ate a Cavalaria de Prontera te liquidar! – Minha mãe estava desesperada.

- Isabelle, por favor me escute, também estou sofrendo e...

- BASTA, SAIA JÁ DE PERTO DE MIM! – Minha mãe começou a chorar de raiva. Por instinto, me agarrei à perna de minha mãe assustado.

Henry me encarava e seus olhos se enchiam de lágrima. Eu simplesmente não entendia o que estava acontecendo. Escutando os gritos de minha mãe, dois caçadores se aproximaram de meu pai:

- Algum problema que a gente possa resolver, Sir? O que esta plebeia te fez?

- Não aconteceu nada - Disse meu pai enfurecido. Ele já estava cansado dos “cães de guarda” que sua esposa colocou em seu encalço. Tratou de desembaratar aqueles encrenqueiros. – Não há nada que eu faça que eu venha a precisar de vocês!

Viu que se alterou e resolveu partir, sem antes falar com uma figura misteriosa, em roupas escuras e capuz, ao virar uma esquina:

- Não tire os olhos de Isabelle e seu filho. Garanta a segurança deles mesmo que tenha que dar sua vida. Você não vai querer ver seu sobrinho morto!

 


Durante estes quatro últimos anos, Henry tinha se tornado um homem amargurado. Ostentava uma brilhante posição de Cavaleiro e era fortemente reconhecido pelo reino, desde Comodo até Aldebaran. Mas logo ele viu que sua fama em Guerras do Emperium não lhe traria a devida felicidade.

O seu próprio casamento foi arranjado. Casar-se com Frenhild daria a estabilidade financeira necessária para o seu clã, conforme imaginara seus pais. Alem disso, eram notórias as crueldades que a Arruaceira fazia-se valer para demonstrar sua força.

Godfrey, um dia, falou com Frenhild:

- Logo chegara à hora de povoar nosso castelo de filhos, isso seria uma grande alegria para os meus pais ao ver sua genealogia se perpetuar ao som de crianças. Não há nada melhor que a alegria de um filho para...

- Não me venha com essa! Eu me nego a ter filhos! Isto estragaria meu lindo corpo e não tenho paciência com fedelhos!

A partir daquele dia a amargura de meu pai piorou, e ele passou a ser cruel com seus subordinados. A arruaceira adorava presenciar seus acessos de fúria, pois isso era apontado a ela erroneamente como sinal de virilidade.

Após a morte do Rei e da Rainha (meus avós), meu pai ficou depressivo e passou a ter problemas de saúde, sendo obrigado a abandonar algumas batalhas por não conseguir controlar a tremedeira em suas mãos. E a enfermidade que veio de forma sorrateira, se agravava pouco a pouco...


- Então ele viu o Godfrey? – Disse meu avô preocupado e ao mesmo tempo, irritado.

- Sim papai, ele tentou falar comigo e eu não quis, eu não sei o que eu faço. Tenho certeza de que ele está me seguindo, e ainda tinha uma figura obscura acompanhada dele. E o Godfrey quer saber quem é seu pai...

Meu avô pôs a cabeça no lugar e resolveu dar um basta em parte da situação:

- Sei que realmente Henry nos causou muitos problemas, mas um dos problemas dele nos trouxe uma felicidade: a vida de Godfrey. Mesmo que ele tenha tentado negar a existência de seu filho, acho que não seria certo ocultar do Godfrey, sobre quem realmente é o pai dele...

- Não papai, isso não...

- Calma minha filha, falaremos isso quando for o tempo certo. Agora quanto a mulher misteriosa que me falou, realmente não sei o que pensar...

Lysandra administrava um Chá com Ervas e Mel a minha mãe e ela se acalmou. Sentia-se impotente, mas sabia que era o mais sensato a fazer o que meu avô lhe falou. Olhava para mim dormindo em minha cama, e disse baixinho:

- Sim, ele realmente deve saber que tem um pai, não seria justo ocultar isto dele. Mas ainda não estou preparada pra isso.

- Entendo minha filha, esperaremos um pouco mais para que Godfrey entenda isso no futuro. Agora descanse que eu cuidarei da casa...

 

 

 

Continua...

Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Já que você deixou fazer algumas críticas, farei.

 

 

Nesse trecho você deveria separar "Isabelle" do resto da frase com uma vírgula. Foi o único erro recorrente que encontrei.

 

 

Corrigido agora =D

 

 

Como ele se lembra do nascimento? hsuahusau

 

Vou embasar este pedaço em um capítulo mais a frente kkk'!

 

 

Nossa, mas que nascimento conturbado, ein. xD

 

E essa arruaceira aí, mó nojenta, manchando minha classe.

 

Tenso... Mas vc vai ver que durante a fic não existirá nenhuma classe que seja boa de natureza :o

 

 

Esperando por mais capítulos. =D

 

O Terceiro está ai!

 

 

Mais tarde posto o Quarto capítulo! Obrigado de coração por acompanhar!

Link para o comentário
Share on other sites

Capítulo 4: Tragédia em família – Parte 1

 

 

 

“A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.” (Pablo Picasso (1881 – 1973) – Pintor, escultor e desenhista Espanhol).

 

 

 

- Feliz Aniversario Godfrey! – Foi a primeira frase que ouvi ao acordar em certa manhã de minha 5ª primavera. E este foi um dos dias mais felizes de minha infância, e eu me lembro bem!

 

- Cinco aninhos! Meu filhinho esta virando um homenzinho! – Minha mãe, me abraçando carinhosamente, não conseguia conter a emoção...

 

- Meu neto! Feliz aniversário! Olha o que o vovô fez pra você!

 

Fiquei extasiado. Meu avô me deu um presente que significaria muito para mim, definindo o que me tornei durante toda minha vida: Basilan tinha entalhado, com alguns troncos, uma pequena espada e um pequeno escudo para que eu brincasse durante minha infancia.

 

- Vovô! Vovô! Que presente legal! – Fiz gestos contra minha própria sombra, dando pequenos golpes de espada no ar – Logo serei fortão igual você vovô!

 

- Conte com mais do que isso, meu neto! Já estou ficando velho e você logo ficará mais forte do que eu! – E me pegou no colo.

 

- Você viu o que ele me deu mamãe?

 

- Vi sim filho, olha o que eu fiz pra você! - me deu uma pequena capa vermelha, costurado a esmo.

 

- Obaaaaa! Brigadão mamãe! – E abracei minha mãe com força.

 

- Você merece filhinho!

 

- Agora eu quero treinar e matar o Cavaleiro das Trevas que machucou meu pai!

 

Basilan e Isabelle ficaram brancos de espanto. O silencio constrangedor foi cortado quando, de repente, Lysandra entrou na sala com um enorme bolo de pêssego:

 

- Feliz Aniversário, meu afilhadinho querido!

 

Abraçado aos três, foi uma das poucas vezes que eu tive oportunidade de falar que amava eles. Eu não tinha amiguinhos da minha idade no dia do meu aniversario, pois minha mãe era vista pela cidade com reservas. Por ser mãe solteira, o preconceito de outras famílias endurecia o coração das pessoas que moravam perto da minha pequena casa.

 

Minha vida era simples, e mesmo com dificuldades eu me sentia bem acolhido e amado. Perto destes três seres humanos meus primeiros anos de vida foram, com toda sinceridade, muito felizes. Enquanto a comemoração se findava no término da tarde, eu percebia duas figuras me fitando ao longe, de frente a minha casa.

 


- Vês aquele garotinho? Faz cinco anos hoje...

 

- Sim meu irmão...

 

- Garanta a integridade dele, estamos no meio de um ninho de Argíopes e temo que a vida de meu filho e de sua família esteja em perigo...

 

- Então aquele rapazinho é meu sobrinho?

 

- Sim. Gostaria de ter voltado no tempo para reparar alguns erros, mas infelizmente escolhi o caminho da dor. Agora você tem noção do meu sofrimento e eu só posso contar contigo. Faça o que puder por nós.

 

- Os Ibelin nunca se rendem, meu amado irmão...

 

O dialogo acima foi feito pela pessoa que me observava do lado de fora da minha casa, sendo este o meu pai. E ao seu lado, uma obscura figura conversava com ele, desaparecendo logo em seguida. Meu avô e minha mãe não perceberam a presença de meu pai, e continuaram entretidos com o papo de Lysandra. Parte do que digo nesta passagem de minhas memórias foram resgatados por um relato um pouco posterior a estes acontecimentos.

 

Meu pai, Henry de Ibelin, havia mudado completamente. De um viril guerreiro, tornou-se uma pessoa deprimida e sem controle de suas ações. Após a perda de parte da capacidade motora, sofria com problemas de enxaqueca. Sua saúde piorou quando a força de seu braço esquerdo declinou. Em consulta a vários sacerdotes, meu pai não obteve êxito em uma possível cura, e sentiu que a enfermidade se alastrava cada vez mais rápido.

 

Seus soldados e servos sofriam com isto. Henry tentou controlar seus impulsos de raiva, mas suas fortes enxaquecas levavam-no bater sua própria cabeça contra a parede quando lhe sobrevinha uma crise de dores. A lealdade de seus soldados começou a declinar, e quase desabou por completo quando, durante uma Guerra do Emperium, seu castelo quase caiu em mãos inimigas. A custo de muito esforço e negociação segurou sua frágil posição no castelo de Brynhildr, herdado de meus ancestrais. Meu pai estava ficando mais fraco e isolado, contando com pouquíssimos amigos.

 

A depressão entortou ligeiramente sua boca, e seus olhos apresentavam características de uma pessoa febril, e quando sonhou com uma Valquíria cavalgando ao seu lado, logo compreendeu que a morte o cercava.

 

O que antigamente Frenhild via como virilidade, agora enxergava meu pai como um reles estranho incapacitado de ocupar um trono. Cultivando sua ganância por mais poder, estava prestes a efetuar um plano de “limpeza” definitivo, plano este que já estava sendo executado em longo prazo, a fim de eliminar qualquer oposição as suas ambições.

 


Dois dias depois, estava brincando com minha espada de madeira e meu pequeno escudo. Estávamos fora de Prontera. Meu avô se distraiu e cochilou ao som dos pássaros, enquanto pescava ao lado de um pequeno córrego, perto da entrada dos Esgotos de Prontera. Distanciei-me um pouco, já que estava familiarizado com o lugar que meu avô me levava pra passear. Foi quando eu vi um mercador que havia matado um Fabre à procura de felpas. Com minha espada em riste, fui fazer o mesmo.

 

Basilan acordou em um sobressalto. Olhou para os lados e havia se esquecido de mim. Sua preocupação havia parcialmente se extinguido quando apareci chorando a ele.

 

- Bhwaaaaaaaaaah!

 

- O que foi meu neto! O que aconteceu?

 

- Fui brincar de templário e um Fabre me mordeu! TA DOENDO!

 

- Eu te falei pra não ir tão long...

 

Olhou para o lado e pensou que estava sonhando. A poucos metros, viu dois porings e três fabres feitos em pedaços, alem de uma erva vermelha murcha e usada.

 

- Godfrey... Foi você que fez aquilo?

 

- Sim! Bhwuaaa!

 

Basilan olhou espantando e não acreditava no que eu fiz. Faltavam ainda três anos para que eu adentrasse na escola de aprendizes e estava juntando as economias que podia para me equipar no futuro dia de inscrição. Mas após ver o que eu fui capaz de fazer com apenas cinco anos, viu que eu já me encontrava mais avançado que muitos aprendizes maiores do que eu.

 

- E o que é isso vermelho em sua perna?

 

- Erva vermelha, vovô! Passei em cima da mordida. Titia Lysandra me ensinou a usar essas coisas, porque dizia que eu aprontava arte e podia me machucar. Muito bobona ela! Aiii, ta doendo. – Meu avô se espantou mais uma vez, não esperava por uma situação como aquela...

 

- Calma, já sarou! Agora não saia de perto de mim, fique brincando do meu lado enquanto eu pesco. – E pegou mais um cochilo.

 

- Ta bom vovô... - Engoli o choro.

 


Um senhor de trajes elegantes apareceu em minha frente, e eu, mais uma vez, estava distante de meu avô:

 

- Esta perdido garotinho?

 

Meu pai! Pela primeira vez ele conversava comigo e eu senti, a um primeiro momento, que ele representava algo para mim, embora eu não o conhecesse...

 

- Não, não moço! Estou caçando o poring que fugiu com minha maçã e...

 

Henry viu o que sempre sonhou em sua vida e não conseguiu controlar a lagrima que descia em seus olhos. Arrependeu-se amargamente de não assumir seu amor pela minha mãe e de não poder me recuperar como filho.

 

- Esta triste moço? O poring pegou sua maçã também?

 

Henry riu de minha ingenuidade e passou a mão em minha cabeça:

 

- Não garotinho. Estou feliz agora...

 

Viu minha espada e meu escudo de madeira. Queria poder dizer algo, mas sua voz estava embargada. Sabia que não haveria uma nova oportunidade para me ver e sabia também que eu poderia correr algum risco caso ele se prolongasse nesta breve visita.

 

- Como é seu nome?

 

- Godfrey! E o seu?

 

- Henry! Vi que luta bem com uma espada.

 

- Sim! Quero salvar meu papai do Cavaleiro das Trevas um dia!

 

Henry novamente se entristeceu. Viu que Isabelle tinha renegado sua existência ao seu próprio filho, único herdeiro dos Ibelin. Naquela altura percebeu que orgulho e nome não importavam mais, e que ele havia feito tal ato por imaturidade.

 

- O que aconteceu com seu papai? – Disse Henry.

 

- Minha mãe não sabe explicar, ela disse que meu papai sumiu quando foi pra Glast Heim. Ultimamente ela anda triste por não ter meu papai em casa, e eu o quero de volta.

 

Henry viu que não iria segurar sua emoção, mas para o meu bem resolveu não se exaltar. Teve uma sensação estranha e sabia que havia alguém espionando ele.

 

- Quero te dar um presente pra ajudar a encontrar seu papai.

 

- Não sei, meu vovô disse para eu não aceitar coisas de estranhos...

 

- Aceite, sou seu amigo, e sei que vai precisar algum dia...

 

Deu-me um pequeno colar com a insígnia do clã Ibelin, representado por duas espadas entrelaçados nas asas de uma águia.

 

De repente, ouço a voz enfurecida de meu avô:

 

- Godfrey, já te falei para não falar com estranhos! – Apareceu apontando sua lâmina para Henry.

 

- Desculpe-me senhor! Já estava de saída!

 

Com seu braço tremulo direcionou sua Lâmina para o meu pai, que sussurrou:

 

- Este foi o melhor dia de minha vida, por favor, deixe-me reparar o meu erro...

 

- Tudo tem seu tempo, seu inglório... – Meu avô embainhou a espada de volta a cintura, e sua frase já foi o suficiente para acender uma centelha de esperança e felicidade no coração de meu pai.

 

Farei o que for para reparar todo dano causado por mim. – Disse Henry ao se distanciar...

 

Agora saia, antes que você estrague meu dia... – Disse meu avô por fim...

 

Eu não estava entendendo nada naquele momento, mas, se aquele colar significaria a chance de ver o meu pai algum dia, resolvi guardá-lo junto comigo.

 

 

 

Continua...

Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Esse cara tem uma memória titânica, ein.

 

Tenho um pouco de pena do pai dele, me parece que o Henry é mais uma vítima do que um vilão. Mas, mesmo assim, não acho que a mãe dele deva perdoar o cara.

 

Não querendo ser chato, mas você ainda tá esquecendo da paradinha da vírgula que te falei... É, eu to sendo chato...

 

Vish, acho que o "reinado" do Henry não dura muito tempo não, ein... Se fosse pra apostar...

 

Esse menino é um prodígio!

 

Tava certo em apostar que o pai dele não era um vilão. xD

 

Esperando por mais. =D

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
Link para o comentário
Share on other sites

Razac, obrigado pelas respostas! Está me dando uma força imensa no prosseguimento desta fic!

 

Esse cara tem uma memória titânica, ein.

 

Bom, boa parte são memórias dele sim, outras são anotações tbm kkkk'! Calma que vou embasar tudo nos capítulos mais a frente!

 

Tenho um pouco de pena do pai dele, me parece que o Henry é mais uma vítima do que um vilão. Mas, mesmo assim, não acho que a mãe dele deva perdoar o cara.

 

Eu ACHO que vc ainda vai se surpreender com o final dele... Mas não vou contar spoilers kkk'!

 

Não querendo ser chato, mas você ainda tá esquecendo da paradinha da vírgula que te falei... É, eu to sendo chato...

 

Então, eu corrigi naquele capítulo... Realmente meu fraco são as vírgulas e estou revisando tudo... E pode ser chato kkkk'! É bom que eu melhoro a cada dia mais!

 

Vish, acho que o "reinado" do Henry não dura muito tempo não, ein... Se fosse pra apostar...

 

Surpresas virão ;) !

 

Esse menino é um prodígio!

 

Bom, tentei fazer o Godfrey infantil o mais próximo possível dentro do universo Ragnarok, como se ele fosse um aprendiz precoce, agora quanto as palavras erradas ou os pensamentos infantis dele, estou fazendo o mais próximo do real mesmo...

 

Tava certo em apostar que o pai dele não era um vilão. xD

 

Eu ACHO que vc vai se espantar com o desenrolar dos acontecimentos mais a frente :cool:

 

Esperando por mais. =D

 

Já já tem mais,aproveitei o feriado de Páscoa para descansar e só agora voltei pra casa!

 

Ps: Razac, estou lendo sua fic tbm e vou comentar nela, mas tem mtas páginas e posso demorar um pouco kkkk'! Desde já, adianto que gostei muito da idéia de ilustrar com desenhos o início de capítulo de suas fics, e eu vou tentar fazer o mesmo com as minhas (eu sou ótimo pra desenhar bonecos de palito :(, então vou ver como vou fazer pra compensar isso)...

 

Ps2: Galera não precisa desta timidez toda, podem opinar e criticar (ou elogiar, se eu for merecedor destes elogios kkk').

 

Em breve Capítulo 5. Boa noite!

Link para o comentário
Share on other sites

Capítulo 5: Tragédia em família – Parte 2

 

 

A seguir, os relatos a respeito desta parte de minha biografia foram recuperados em um diálogo com uma das pessoas que eu mais estimei em vida, e que eu conheci após todos os acontecimentos que serão citados nas próximas páginas...

 


- Então as minhas suspeitas são verdade? – Frenhild encarava com seriedade um de seus recentes subordinados contratados, o obscuro mercenário Kat, que fazia trabalhos a quem lhe desse a melhor oferta, pouco importando se sujaria suas mãos com sangue inocente.

 

- Sim, Rainha. Conforme pediste, segui os passos de seu Rei e o mesmo possui um filho bastardo, de nome Godfrey. Em uma ultima incursão minha, Henry se levou pela emoção e se descuidou de sua vigília, embora tenha se mostrado astuto e desconfiado. Agora que cumpri a missão que me solicitou, podemos ir aos negócios...

 

Frenhild sentiu que o tempo estava contra as suas ambições e se enervou ao escutar as palavras de Kat. Não se deixou levar pelos pequenos devaneios negativos que surgiram em sua mente e resolveu ir direto ao ponto.

 

- Que tal se eu dobrasse seu resgate em Zenys? Quero que faça uma pequena faxina e prometo-lhe que serei generosa.

 

- Então pretende se apoderar do trono, hãn! – Seus olhos lupinos se regozijaram ao pensar na quantia em que ia receber – Para isso terá que “molhar” mais a minha mão, se é que a senhora me entende. Não correrei riscos a toa, pois o Rei Henry ainda é estimado em Prontera.

 

- Sabia que iria se deleitar com a minha idéia e que iria me cobrar mais. Não se preocupe com este pequeno problema. Triplicarei a quantia e lhe darei mais uma soma mediana em itens consumíveis. O que acha de 30kk?

 

- Agora a Rainha está falando minha língua. Se não for incomodo, precisarei de alguns homens para fazer este serviço...

 

Frenhild riu de orelha a orelha. Pela sua mente passou uma sórdida idéia. Não pensou duas vezes e falou:

 

- Tens o controle de 20 caçadores. Parta em 5 dias e não levante suspeita. Comece com os planos de execução, e elimine cada ameaça que tenha o nome da família Ibelin. Se atente aos seus serviços e não se arrependerá...

 

- Fale-me o primeiro alvo.

 

- Comece pela madrinha e pela mãe deste fedelho. Logo após, o avô e este moleque...

 

- E o Rei?

 

- Já estou cuidando disso faz algum tempo – Em sua mão um frasco de veneno.

 

- Entendo... Até mais ver. – E assim, Kat desapareceu da sala de trono...

 


- Vês meu irmão... Conforme havia lhe relatado há algum tempo, já tens a proporção da ameaça a espreita de nossa família.

 

Henry se revelou com sua capa em uma sala de trono já vazia, já que Frenhild havia se ausentado do recinto faz algum tempo. Desconsolado e triste, fez um ultimo esforço pra se refazer do choque e se virou para a enigmática pessoa ao seu lado, coberta elegantemente com vestes de mercenária, e portando um capuz negro que encobria sua cabeça...

 

- Por Odin... O que eu fiz a nossa família...

 

- Não se abata meu Rei. Enquanto estivermos vivos, não há nada perdido.

 

- Minha irmã, que tanto estimo... O que seria de mim sem você. Teremos que agir rápido. Minha vida escorre por entre meus dedos e darei um ponto final a esta conspiração... Por mais incrível que pareça, nem citaram seu nome nesta intriga.

 

- Sou adversária natural de Kat. Estou nesta lista desde que nos formamos mercenários na mesma turma. Não se preocupe, eu darei um fim nele. Embora seja mais ágil do que eu, estudei seus movimentos e saberei o que fazer quando chegar a hora.

 

Meu pai fez uma expressão de dor e tossiu. Sentiu um gosto ferruginoso e doce na boca. Era sangue:

 

Veja o que já fizeram comigo, a cada três gotas de água, uma deveria ser de veneno. Eu matarei aquela víbora... Quero que seja a nova Rainha no fim disso tudo. Sei que estou morrendo e saberás como agir...

 

- Tente descansar. Tome algumas poções verdes e se alimente bem. Dentro de cinco dias restauraremos o que foi perdido...

 

- A Família Ibelin nunca se rende! – Meu pai agora bate continência à enigmática figura, que lhe ajeita a coroa na cabeça carinhosamente.

 

- O Senhor é o Nosso Rei ainda, quem lhe deve continência sou eu... A Família Ibelin nunca se rende!

 

- Cuide-se, e siga os passos deste maldito Kat...

 

- Até mais ver, meu Rei... – E assim, desapareceu a pessoa a quem meu pai estimava...

 

Henry começou a amolar o fio da espada freneticamente e logo em seguida procurou descansar, dissimulando a cada olhada que seus supostos traidores lhes lançavam. Estas seriam os cinco dias mais lentos e temerosos da vida de meu pai.

 


- Senhores! Atenção! – Frenhild estava agora dirigindo sua palavra a um seleto grupo de generais do clã "Guerreiros de Ibelin", em uma torre de defesa de Brynhildr: – O que falarei agora será de extrema importância e solicito completa confidencialidade. Caso isto passe a ser comentado abertamente, serão punidos com a morte...

 

Não foi um bom começo, mas sua postura firme e o medo ainda capturaram a atenção de seus subordinados:

 

- Não temam e nem façam alarde. Quantos de vocês aqui querem uma generosa recompensa?

 

Uma voz irritado foi bradado no meio deste pequeno grupo:

 

- O bastante para compensar os atrasos que não foram pagos nas duas ultimas Guerra do Emperium!

 

Agora Frenhild sentiu uma satisfação percorrer-lhe o cérebro:

 

- Pois bem! Restaurarei tudo o que o Rei não lhes deu e mais o dobro, por alguns serviços bem fáceis... O que acham? Basta todos vocês me conclamarem como líder suprema e seguirem as minhas ordens! Vocês acham o Rei capaz de liderar todos vocês em questões de vida ou morte?

 

Nenhum general neste motim parecia se importar com o quão sujo seria o dever, desde que fossem bem pagos. A moral de meu Pai, havia muito tempo, estava deteriorada...

- VIVA A NOSSA LÍDER! LONGA VIDA A RAINHA! – Gritaram em coro, movido pela emoção da ganância e raiva.

- Silêncio e me escutem: Dentro de cinco dias, alguns de vocês partirão com um mercenário para fazer um pequeno exercício de faxina. Aproveitem e treinem bem suas habilidades. Será muito divertido... Quanto aos que sobrarem, preparem-se para um motim. Logo passarei uma mensagem codificada a cada grupo com objetivos principais e secundários.

- Suas palavras são Ordem, nossa Imperatriz! – Gritaram em coro.

Fez uma nova menção de pausa e todos se calaram. Junto destes generais presentes no clã, apareceram alguns oficiais do clã, das mais variadas classes e que há muito tempo estavam insatisfeitos com os desmandos de meu pai, e logo simpatizaram com o discurso proferido por ela:

- Esperem, não é só isso... Quero que matem o mercenário que acompanharão vocês no final da execução de minhas ordens. Darei 5kk a mais que o combinado a quem conseguir efetuar este objetivo!

 

Seus olhos inflamaram de felicidade maquiavélica. Se livraria de dois inconvenientes ao mesmo tempo:

 

Preparem suas armas e estejam a postos em cinco dias!

Em gritos de saudação e comemoração, Frenhild se despediu da torre de defesa, sentindo agora um poder imenso em suas mãos. Só não contava com um pequeno detalhe: Kat estava invisível em meio deste ensejo...

- Agora esta safada se arrependerá pelo que fez agora. Eu tomarei este maldito trono e passarei por cima de cada verme que tentar me subjugar... – Kat estava enfurecido. Assim, o castelo de Brynhildr fez valer sua primeira fama: a de que todos os aspirantes a sucessão do trono imediatamente ficam loucos.

 

 

 

Continua...

Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Razac, obrigado pelas respostas! Está me dando uma força imensa no prosseguimento desta fic!

 

Como escritor, eu sei o quanto são importantes os comentários, então eu sempre comento. Sempre, mesmo que demore.

 

Ps: Razac, estou lendo sua fic tbm e vou comentar nela, mas tem mtas páginas e posso demorar um pouco kkkk'! Desde já, adianto que gostei muito da idéia de ilustrar com desenhos o início de capítulo de suas fics, e eu vou tentar fazer o mesmo com as minhas (eu sou ótimo pra desenhar bonecos de palito :(, então vou ver como vou fazer pra compensar isso)...

 

Bom, as ilustrações não são de minha autoria, uma amiga minha as fez. Infelizmente ela teve que parar, e até faz um bom tempo que não a vejo. =X

 

Ps2: Galera não precisa desta timidez toda, podem opinar e criticar (ou elogiar, se eu for merecedor destes elogios kkk')

 

Isso é assim mesmo, são poucas as pessoas que comentam, mas é só ser paciente que elas aparecem. Eventualmente...

 

 

Essa Frenhild além de ser nojenta é burra. Que maneira melhor de agendar uma traição do que num pronunciamento público? ¬¬

 

E ela ainda avisa abertamente que vai trair o assassino que ela mesma contratou. Por Odin, burrice tem limite...

 

E dinheiro compra tudo, ein. Não teve um que foi contra, tenso...

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
Link para o comentário
Share on other sites

Como escritor, eu sei o quanto são importantes os comentários, então eu sempre comento. Sempre, mesmo que demore.

 

Sim, eu tbm comecei a acompanhar as fics no fórum e estou lendo a sua, sempre vou comentar tbm, só falta eu me atualizar com o que todo mundo fez...

 

Bom, as ilustrações não são de minha autoria, uma amiga minha as fez. Infelizmente ela teve que parar, e até faz um bom tempo que não a vejo. =X

 

Tenho um amigo que é desenhista profissional, mas é totalmente leigo com o universo Ragnarok... Vou ver se ele me dá algumas aulas para que eu possa tentar fazer a arte da minha fic...

 

 

Isso é assim mesmo, são poucas as pessoas que comentam, mas é só ser paciente que elas aparecem. Eventualmente...

 

Pois é... Quando escrevo me preocupo com isso, as vezes acho que minha escrita ou o tipo de fic que estou desenvolvendo não está agradando, ou sei lá :eek:! Mas quem estiver lendo e quiser se manifestar para colocar suas impressões sobre minha fanfic, fiquem a vontade! Quanto mais participação, mais empolgado eu fico!

 

Essa Frenhild além de ser nojenta é burra. Que maneira melhor de agendar uma traição do que num pronunciamento público? ¬¬

 

Bom, eu encaro esta parte como uma arruaceira com sede de ganância que vê a oportunidade de usurpar um clã nas mãos de um líder doente e cansado (juro que não tem spoiler aqui kkk').

 

E ela ainda avisa abertamente que vai trair o assassino que ela mesma contratou. Por Odin, burrice tem limite...

 

De fato, ganância deixa as pessoas burras mesmo :D!

 

E dinheiro compra tudo, ein. Não teve um que foi contra, tenso...

 

Se teve os que foram contra ou não, vcs verão no capítulo a seguir...

 

 

Logo abaixo, Capítulo 6!

Link para o comentário
Share on other sites

Capítulo 6: Tragédia em família – Parte 3

 

 

 

 

A moral presente entre os membros da tropa arregimentada por Frenhild estava alta, tal qual não se via fazia um bom tempo, desde que meu pai adoecera. Caçadores fabricavam flechas cantarolando e bebendo, enquanto que ferreiros e alquimistas preparavam provisões para o que estava por vir.

 

Embora as missões parecessem muitíssimo simples de serem executados, alguns destes usurpadores olhavam com certo ar de desconfiança ao que poderia acontecer no futuro, já que haviam oficiais que ainda simpatizavam com Henry, e estes ainda não estavam a par da recente situação. O silencio exigido por Frenhild surtiu efeito, mas logo a euforia começou a dar lugar ao medo. A tensão sentia-se quase que de maneira palpável. Ainda assim estes pobres coitados dissimulavam seus temores, pois confiavam no elemento surpresa, na quantidade soldados que representavam, e na bebida que lhes afogavam a ideia da morte.

 

Ledo engano. Um destes elementos perdeu-se completamente, e seria um dos fatores fundamentais a respeito do que aconteceria em um futuro próximo: o elemento surpresa. Kat já estava a par de tudo e mobilizaria o que fosse necessário a fim de se desembaraçar desta situação. Além disso, sua sede de vingança era tamanha que procuraria ainda, tirar o máximo de proveito desta situação tomando o trono sozinho.

Nesta briga de gato e rato, quem se beneficiou provisoriamente foi à misteriosa mercenária, que há pouco se revelou irmã de meu pai. Esta também estava presente na reunião secreta de Frenhild, invisível e rente a parede. Sentiu que a situação incomoda da Família Ibelin tinha uma chance de ser contornada, e tratou de convencer cada oficial presente no castelo que juraram fidelidade ao meu pai sobre o perigo que os cercavam e que ainda não estavam a par da situação. Só havia um problema no qual temia: não daria para garantir a segurança completa de minha madrinha, da minha mãe, e do meu avô. Parte disso se deu por alguns fatores determinantes: Sua defesa pelo nome Ibelin demandava extrema urgência, e era praticamente impossível se localizar em vários locais pelos quais minha família estaria espalhada, quando chegasse a hora.

 


- Que tal negociarmos de maneira mais justa? Me de 60% do que arrecadar como pilhagem e salvaremos a sua pele. E olha que estamos sendo bonzinhos, já que sua situação não é nem um pouco confortável...

 

Kat cerrou os dentes, e praguejava por ter se metido em uma situação tão confusa. Ainda assim, teria que dar o braço a torcer e concordar com o que seu fiador lhe dizia.

 

- Lembra-se de quando você desertou do nosso clã? Te acobertei por não ter nem dado nenhuma satisfação. Ainda me lembro de quando você me deixou desacordado dentro da caverna de Byalan, quando um grupo de Fen me acertou... Foi engraçado rir de mim, né?

 

Este tom de deboche e rancor, por mais incrível que pareça, era de um antigo amigo de Kat, um Arruaceiro de nome engraçado, chamado Herm. Havia enriquecido muito, mediante a quantidade de cartas obtida em Byalan, e resolveu fundar seu clã, embora a gestão de pessoas não fosse seu melhor negócio.

 

- Pretende me matar também, Herm? – Estava difícil para Kat escutar tudo aquilo. Embora Kat fosse assassino profissional, atacar Herm só complicaria seu quadro delicado.

 

- Para sua sorte, estou louco pra ir à desforra contra Frenhild. Eu sou da mesma turma de formação dela, e odiava suas humilhações durante os treinamentos de Arruaceiro. E tudo que eu preciso para meu clã se estabilizar é de um trono novo.

 

Agora Kat se via realmente em apuros. Quatro facções lutando pelo mesmo trono seria demais para ele. Ainda assim, se agarrou ao que lhe dava esperança. Esta briga iria causar uma confusão sem precedentes no campo de batalha, e tiraria o máximo de proveito disso. Kat baixou sua cabeça em consideração às idéias insanas de Herm. De maneira fria, mediou seus primeiros planos em sua mente.

 

A enigmática mercenária também se viu em uma situação delicada: contava agora com três alvos principais ao invés de dois. Invisível, após presenciar este diálogo, procurou remoer todas as possibilidades futuras em mente...

 


 

Já fazia alguns dias que minha mãe não dormia direito. Eu já estava com 6 anos, e conseguia entender alguns sentimentos. Ver minha mãe abatida e chorando não era fácil para mim, que mal entendia o que se passava com ela.

 

Isabelle havia recebido uma carta de meu pai pessoalmente, no dia do meu aniversário, semanas antes. Minha mãe viu sua fisionomia e se assustou, sentindo pela primeira vez pena dele. Meu pai não fez menção de ficar e entregou o envelope a minha mãe. Leu a carta e durante algum tempo ficou sem sono e triste. Obtive o conteúdo da carta meses depois e assim estava escrito:

 

 

Querida Isabelle,

Estou escrevendo para pedir-lhe desculpas. Cometi um imenso erro, talvez o maior de toda a minha vida, quando briguei com você...

Desculpe-me, por favor. Talvez num momento de infeliz destempero, eu não tenha percebido o quanto o seu carinho e amizade são importantes para mim.

Amo você, sinto nossa juventude procurando redenção, e não suporto a idéia de nunca mais te ver, de nunca mais me dirigir a você olhando para os seus olhos sinceros e doces, que de tão sinceros quase chegam a mostrar o caminho do que realmente me faz feliz e amparado.

Desculpe-me, mais uma vez. Agi feito um grande idiota, e me arrependo amargamente de minha estupidez. Quero reparar todo meu egoísmo. Pra mim, nome e prestígio já não me importam mais, pois somente a ti que eu amo...

 

Sei que negou a minha existência ao nosso filho, mas entendi perfeitamente que isto era o mínimo que você poderia fazer. Desde seu nascimento, eu os observo de longe e os protejo de algum possível mal...

 

Escrevo esta carta com meu coração na pena e minhas lágrimas servem como tinta. É bem provavel que não saiba disso, mas estou morrendo e faria de tudo para reparar o que eu fiz...

 

Se não me der uma nova chance, entenderei perfeitamente sua frustração e ficarei resignado até os últimos dias de minha vida pagando por algo que realmente provoquei e que hoje me arrependo amargamente...

 

Ainda assim, caso me perdoe, farei tudo o que for necessário para reconquistar o que nós perdemos. Embora não pense assim, amo você e o Godfrey mais do que a mim mesmo, e farei de tudo para ver-lhes sorrindo...

 

De seu sempre,

 

Henry de Ibelin”

 

 

Assim, minha mãe não sabia o que fazer... Nas vezes em que pensava em seu passado, sentia um misto de nostalgia e alegria, mas ao mesmo tempo de muita raiva e humilhação. Embora tenha se assustado com a situação de saúde do meu pai, achou que nada mais foi do que a conseqüência de suas escolhas.

 

Ainda assim, sentia sinceridade no teor da carta, e, embora não quisesse reconhecer, ela ainda amava Henry. Passou a dormir pouco e, quando dormia, tinha sonhos aflitivos, que lhe remetia aos sofrimentos do passado e, com isso, acordava chorando.

 

Lysandra sabiamente vinha ao socorro dela, durante estas noites de crise:

 

- Minha amiga, acalme-se! Sonhar com adversidades só lhe mostra o quanto é vitoriosa. Veja o filho lindo que tens, e a volta que sua vida está dando. Chore em meu ombro, isso ajudará a combater estes fantasmas do passado.

 

Passou um tempo e, mostrando recuperar parte de seu equilíbrio emocional, sentou-se junto ao meu avô e minha madrinha.

 

- Temos que contar ao Godfrey toda a verdade...

 

Horas depois, vi todo mundo sentado ao lado de minha cama, e meu avô começou a falar:

 

- Meu neto, o que eu tenho pra lhe contar não é fácil, mas você já esta grandinho para entender o que nós queremos dizer...

 

Minha mãe, não agüentando segurar a emoção, falou aos prantos:

 

- Filhinho, perdoa sua mamãe... Eu erro muito...

 

- Mamãe, porque diz isso? – Comecei a ficar assustado.

 

Lysandra falou:

 

- Lembra-se de certa vez que um poring roubou sua maçã, e que você resolveu pegar ele?

 

- Sim titia! Me lembro! Estava quase pegando ele e apareceu um moço altão na minha frente. Eu ia pedir ajuda dele...

 

- Então meu neto... Este moço falou com você, não falou?

 

- Sim, ate me deu este broche aqui ó! – Meu símbolo dos Ibelin...

 

- Meu neto, este moço é o seu pai...

 

Foi um choque... Era tão abstrato e esquisito para mim, mas ao mesmo tempo tão maravilhoso que não soube o que falar e comecei a chorar. Meu avô me acalmou e minha mãe explicou tudo o que aconteceu desde antes de eu nascer.

 

Já entendia muita coisa. Soube, abismado, alguns detalhes que eu não fazia nem ideia sobre o meu passado. Não sabia se sentiria raiva ou alegria. Confuso, falei:

- Mamãe, quero conhecer o meu papai! Não sinto raiva de você... Não quero que chore. Te amo!

Minha mãe me abraçou:

- Você é o melhor filho do mundo, saiba que nunca quis te magoar. Me perdoa...

Assim, minha mãe fez as primeiras pazes com o passado. Pena que não daria tempo de ter esperança no futuro. O tempo já estava contra nós...

 


 

Lysandra acordou na madrugada seguinte com seu coração em desespero. Teve um arrepio repentino na espinha, e sentia que algo estava completamente errado. Passou a noite em claro rezando e rezando. Suas premonições eram detestáveis e, por mais que não pudesse enxergar o futuro, tinha uma noção clara da tensão no ar.

 

Concentrou-se novamente em seu sono, tomou leite morno e tentou dormir novamente, em vão. Sabia da necessidade de correr até a caserna de minha mãe no dia seguinte. Começou a cochilar quando o dia estava quase amanhecendo. Um par de olhos estava vigilante na penumbra, aguardando o momento exato da abordagem.

 


 

Na manhã seguinte, meu avô me levava pelo centro de Prontera:

 

- Meu neto, hoje é um dia especial! – Queria que realmente fosse, mas este seria um dos dias mais tristes de minha vida. – Farei de você um pequeno espadachim! Vamos comigo no mercado?

 

- Não demorem! Logo o almoço estará pronto! Se quiser ser Templário, terá que ser forte, viu filhinho?

 

- ‘Ta bom’ mamãe! – Neste momento, olhei nos olhos de minha mãe e vi que ela estava feliz, e senti uma grande alegria... – A ‘gente’ não demora!

 

Caminhando pela rua principal da cidade de Prontera, meu avô carregava uma boa quantia em Zenys, e viu que era a data ideal para comprar equipamentos para mim, ja que, em menos de dois anos, eu iria para o campo de aprendizes. Visitou uma loja, da renomada família de alquimistas Poitiers, e viu alguns equipamentos que lhe agradou:

 

- Qual o valor deste Escudo com Sapo de Thara?

 

- 800k apenas!* – Diz o chefe de família Poitiers, Sr. Leric.

 

- O que acha? Seria um ótimo presente para este rapazinho? O sonho dele é ser Templário! – A empolgação de meu avô não tinha limites...

 

- Sim, seria um grande presente! Humanóides são ótimos adversários para combater e evoluir. Vi que gosta de crianças... A minha filhinha tem a idade dele...

 

- Sim, Godfrey é a alegria de minha família e uma das razões de minha vida! Pena que ele nunca teve contato com crianças da idade dele. – Consternado, me olhava explorando a esquina.

 

- Não seja por isso Sr...

 

- Basilan. Vejo que temos muito em comum.

 

- Pois é. Olha só, parece que seu neto esta se sociabilizando...

 

Pela primeira vez, tive contato com uma pessoa de minha idade. Uma garotinha brincava com sua espada e quando me viu, falou:

 

- 'En guardé', seu Orc 'fidido'!

 

- 'Comequié'? 'Num' entendi... – Não estava preparado para aquilo...

 

- Não quer brincar não? Como é seu nome?

 

- Godfrey e o seu?

 

- Sem sobrenome?

 

- Sobrenome?

 

- Sim... Nossa! Qual o sobrenome do seu papai? Você também pensa igual Orc?

 

- Não sei o que é Orc... Me diz o seu nome?

 

Fez uma pequena reverencia com seu vestido:

 

- Constance, de Poitiers. Eu vou te ensinar o que é um Orc...

 

Pela primeira vez escutei seu nome, e nunca me esquecerei disso. De repente um grito ao longe a chamou:

 

- Constance, Filhinha! Pega sua boneca e se arruma, vamos viajar! – Sua mãe acenou no batente da porta de sua casa.

 

- Xau moço!

 

- Xau! – Disse por fim...

 


Uma horas depois, meu avô, perceptivelmente, estabeleceu amizade com o simpático e jovem representante da família Poitiers.

 

- Sr. Basilan, foi um prazer fazer negócio contigo! Com certeza este garotinho será um formidável guerreiro.

 

- Que Odin lhe ouça. Fazia tempo que não conversava com alguém tão amistoso. Que tal uma pescaria mais tarde?

 

- Teríamos que deixar para outra hora... Tenho que visitar a família de minha esposa em Amatsu e voltarei em uma semana. Faz assim... Quando eu regressar me procure na casa amarela, logo após a estátua central. Leve sua filha e seu neto, minha esposa e filha adorarão conhecer eles.

 

- Combinado! Que Thor lhe acompanhe nesta viagem, meu novo amigo...

 

- Que Freya lhes dê bênçãos, companheiro.

 

Distanciou-se da loja e me falou:

 

- Venha meu neto, vamos pra fora de Prontera que ainda falta lhe dar mais um presente... Depois, voltaremos para almoçar!

 

- Ta bom vovô...

 


 

- Vocês já sabem cada alvo! Separem-se em grupos e movimentem-se em conformidade com o plano...

 

Kat organizou três grupos distintos e estabeleceu seus planos aos seus futuros e pretensos assassinos. Suava muito e sentia calafrios devido à tensão. Mas já sabia o que deveria fazer. Em locais pré-determinados, já haviam os homens de Herm em prontidão. A Hora H havia chegado...

 


 

Lysandra movia-se o mais rápido que podia por entre as ruas de Prontera. Recebeu uma carta de um dos encarregados de meu pai, logo após o amanhecer:

 

- Pelo amor de Freya! Corra! - Foram os ultimos dizeres do mensageiro. Havia uma seca e terrificante mensagem:

 

 

 

Espero com muita fé, que esta mensagem tenha chegado a tempo. Meus mensageiros e eu enfrentamos sérios problemas de sobrevivência. Logo entraremos em uma batalha em nome do trono. Vocês têm todos os motivos para duvidarem de minhas intenções, mas eu peço que fujam o mais rápido possível de Prontera. Não conseguirei explicar por inteiro o que esta acontecendo apenas nesta carta. Mas, pelo amor e Odin, fujam para o mais longe que puderem. Minha vida e a de vocês correm risco.

Atenciosamente,

Henry de Ibelin"

 

 

Pensou consigo: "Ué, mas hoje nem é dia de Guerra do Emperium". Pegou a carta e mudou de ideia, ao perceber que imediatamente o encarregado de meu pai levava uma flechada enquanto se distanciava na primeira esquina. Se deu conta do perigo. Seu coração pulou para a boca e minha madrinha saiu pela porta dos fundos, alternando seu caminho o quanto podia... Em desespero gritava "Agilidade, Benção...".

Ao tentar alcançar a Kafra Central, ela se viu em um lugar sem movimento de pedestres, e deu de frente com três algozes. Fez menção de reagir, e quando preparou seu cajado, sentiu o colarinho de seu hábito de freira ficar úmido. Sua garganta foi cruelmente cortada e em agonia, levou duas apunhaladas. Suas curas já não teriam mais efeito. Rastejando, sentiu dores horrendas e perdeu gradualmente seus sinais vitais. Minha madrinha, Lysandra, foi assassinada...

 

 

 

Continua...

 

 


* O preço do Escudo com Sapo de Thara é equivalente aos valores do período pré-Transclasses. Ao transcorrer de "Adeus às Armas", vocês verão como estes detalhes vão mudando pouco a pouco a medida que o tempo desta história passa. - Nota do Autor.

 


Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Bom, ninguém respondeu a respeito do último capítulo que postei. Mesmo assim vou mandar o próximo capítulo :o ! Tenho certeza que a galera que está acompanhando minha Fanfic gosta mais de ler para depois comentar... Mas não sejam tão tímidos, quanto mais comentários eu receber, mais ficarei empolgado *---* ! A seguir, Capítulo 7 !

Link para o comentário
Share on other sites

Capítulo 7: Joan entra em cena.

 

 

Meu avô e eu caminhamos para uma clareira, perto do habitual local de pesca tão estimado por ele. Havia uma calmaria incomum, algo bem pertinente a presença oculta de grandes tempestades. Meu avô olhava, serenamente, o ambiente em volta. A saudade e a nostalgia dos velhos tempos lhe saudou com lembranças de tempos idos: a primeira vez que explorou os esgotos de Prontera, a primeira carta Poring, as primeiras amizades, o primeiro amor, a educação de Isabelle...

 

Como ele queria ter voltado no tempo. Poderia ter sido um Templário. Ou mesmo que não fosse, poderia ter revertido à doença de minha avó, ou investido na formação de minha mãe. Não poderia mais. Teve vontade de chorar. Percebeu que o tempo era um bem muito precioso. Seu consolo era poder ensinar o que lhe restasse a mim. Sentia as fraquezas de sua idade e também a força de minha juventude. Pôs a mão em minha cabeça.

 

- Quê foi vovô?!

 

Estava feliz. Seu neto querido estava ao seu lado e, finalmente, minha mãe estava dando a volta por cima. Ela recentemente se graduou mercadora e recebeu seu primeiro machado, e estava evoluindo muito rápido. Uma vez foi minha mãe, e agora era a minha vez de receber seus ensinamentos.

 

- Meu neto, ensinar-lhe-ei algumas noções sobre a vida fora desta cidade...

 

Ouvia cada palavra com atenção. A voz de meu avô me ensinando estão gravadas até hoje nas células do meu cérebro. Continuou:

 

- Dentro de pouco tempo, você irá para o campo de aprendizes. Já fiz sua inscrição na kafra, e logo poderá guardar suas riquezas lá. Todos os equipamentos necessários ficarão guardados no Armazém por enquanto, e quando você tiver alcançado a experiência necessária, poderá utilizá-los.

 

- Vovô, deve ter sido muito caro... Não quero estragar o que o senhor vai me dar.

 

- Godfrey, você fará o inverso. Pense em “estragar” o que você for atacar. Aliás, meu garoto, nem faz idéia do que irei lhe dar...

 

Começou a destacar cada um dos equipamentos que utilizou durante toda sua vida, além do que comprou recentemente. Utilizo cada um destes presentes até hoje:

 

- Sabe sua espada de madeira?

 

- Sim!

 

- A partir de agora você usará minha Lâmina!

 

- Uau! Eu posso vovô?

 

- Veja você mesmo! Tome cuidado, pois lhe explicarei alguns detalhes presentes nela.

 

No cabo estava talhado “Ana”, o nome de minha avó. Meu avô estava me dando o símbolo de sua vida em minhas mãos.

 

- Meu neto, cuidado ao empunhar esta Lâmina. Digo-lhe isto por alguns motivos: Ela foi aprimorada com minérios em 10 vezes consecutivas, e carrega 4 temíveis cartas: 2 cartas hidras e 2 cartas esqueleto operário!

 

- Nossa! Mas o que isso quer dizer?

 

- Simples, o primeiro Orc que se atrever a te atacar, será dizimado. Aliás, qualquer humanóide não será páreo para os seus ataques...

 

Contou-me uma breve história de como adquiriu tal arma: salvou a vida de um jovem ferreiro dentro do último andar dos Esgotos de Prontera e recebeu a Lâmina de presente. Tentou a sorte em Byalan e conseguiu as cartas hidras e, com muito esforço, comprou as cartas Esqueleto Operário. Aprofundou-se mais em suas histórias, e contou-me brevemente sobre minha avó. Ela era uma noviça de nome Ana, e quando se conheceram, passaram a evoluir juntos em algumas batalhas contra monstros perto da Vila dos Orcs. Seu pedido de casamento, por mais irônico que possa parecer, aconteceu bem no momento que uma Senhora Orc tentou beijar o meu avô, que se desvencilhou e, para se exibir a minha avó, executou a técnica “Golpe Fulminante”. Aprendi o que era um Orc, e fiquei um pouco chateado com aquela garotinha mimada chamada Constance.

 

Ele ria e ria desta situação inusitada. Criança como eu era, demorei a entender o que ele queria me dizer com a história do beijo da Senhora Orc e só entendi o que isso qis dizer quando passei treinar aos arredores da Vila dos Orcs, depois de virar Espadachim anos depois.

 

Lembrou-se de quando minha mãe nasceu, e da subseqüente doença de minha avó. Lembrou-se das noites em claro, cuidando de minha mãe bebê e de minha avó em estado terminal. Lembranças, lembranças e lembranças. Minha avó tinha morrido quando minha mãe completou cinco meses, por causa de uma doença sanguínea. Deixou a graduação na Academia dos Templários, jurou força em nome do amor a minha avó e cuidou de minha mãe.

 

Entristeceu-se ao me contar tudo, mas ele tem consciência de fez o que pode dentro de seu alcance. Refez seu semblante de empolgação e me entregou um pesado escudo.

 

- Eis o Escudo que comprei com a Família Poitiers. Esta encantada com uma carta Sapo de Thara. Recebera menos “machucados” de humanóides.

 

Continuou:

 

- Este cinto que estou lhe dando tem uma carta Fumacento. Se estiver em perigo, grite bem alto “Esconderijo!”. Por enquanto, não conseguirá usá-lo, mas depois de um breve tempo de treino, você poderá usufruir deste acessório...

 


 

Uma multidão de curiosos estava em polvorosa com o que viam nas ruas de Prontera. Vários membros da Cavalaria de Prontera tentavam dispersar dezenas de olhares curiosos acerca da terrível cena de um ser humano em ultima agonia.

 

Tal alvoroço havia começado com um grito de horror de uma pedestre. Uma mercadora encaminhava-se para a rua principal da cidade quando viu minha madrinha caída de bruços com uma grande poça de sangue em volta de seu corpo. Dalí em diante, um sacerdote tentou evitar o inevitável e nada mais lhe sobrou de opção, visto que suas curas não tinham mais efeito. Tentou ressuscitar Lysandra e não conseguiu. A Cavalaria de Prontera chegou neste ínterim.

 

A misteriosa mercenária chegou ao local seguindo as pistas do mensageiro morto. Quando se deparou com o corpo inerte de minha madrinha, praguejou:

 

- Droga, eu deveria ter sido mais ágil!

 

Mas não foi... Perguntou ao sacerdote, que tentou salvar a vida de minha madrinha, o que tinha acontecido:

 

- Não sei dona... Cheguei aqui escutando os berros daquela mercadora e tentei fazer o que pude. Só consegui escutar a agonia de suas ultimas palavras...

 

- E quais foram?

 

- Falava sobre o sobrinho dela, que ele tinha que ser salvo... Juro que não estou entendendo mais nada... – Falou desapontado. Perder vidas era a pior situação para um sacerdote.

 

- Faça-me um favor. Me de agilidade?

 

- Claro... – Deu agilidade e benção a mercenária – Mas... Quem é você? Por que faz estas perguntas?

 

A Mercenária desapareceu dali. Não podia revelar sua identidade, já estava foragida a um bom tempo, e a ultima situação que desejava era retalhar os Cavaleiros da Cavalaria de Prontera. Seu foco agora era chegar rapidamente até a casa de minha mãe.

 


 

Isabelle pendurava seu certificado de vendas com orgulho na parede. Pela primeira vez, via uma grande chance de dar a volta por cima. Pensava a todo instante em trazer a estabilidade financeira ao seu lar. Assim, compensaria os esforços de Basilan, aprimoraria a minha educação, e se divertiria com Lysandra em alguns treinos diários com suas novas habilidades.

 

Encontrava até tempo para pensar em Henry, mas ainda tinha dúvidas de seu futuro ao lado dele. Pelo menos poderiam estabelecer uma amizade em prol de mim. Não queria se apaixonar de novo. Minha mãe estava mais madura e objetiva.

 

Porém, alguns devaneios lhes roubavam brevemente a razão. Às vezes sentia um desejo muito forte por reaver seu antigo amor, de reacender sua antiga chama, um sentimento que ardia mesmo sem se ver. Depois vinha o medo, a insegurança do abandono, a raiva dos reveses.

 

Estava terminando o almoço. Estranhou a ausência de Lysandra, que sempre vinha lhe contar sobre as novidades da cidade. A esta altura, meu avô e eu já deveria ter voltado também. Aproveitou a ausência de todos e foi tomar banho.

 

Foi um banho rápido. Mal terminara de vestir seu traje, viu uma silhueta engraçada se concentrando em movimentos com o braço e cajado do lado de fora de nossa casa. Foi até a janela e riu de um senhor barbudo cheio de penduricalhos coloridos em sua roupa.

 

- Que legal! Deve ser o um evento novo na cidade! Depois vou levar Godfrey para assist...

 

De repente, escutou um berro:

 

- CHUVA DE METEOROS!

 

KABLAM! Sentiu o primeiro impacto no telhado. Algumas partes da parede racharam, e seguiu-se daí um segundo e um terceiro impacto. A casa se deteriorou.

 

Em meio às ruínas e a fumaça, minha mãe praguejava:

 

- MAS O QUE RAIOS SÃO ISTO?

 

- É a sua morte! CONGELAR!

 

Minha mãe virou uma estatueta de gelo.

 

- Hsauhsuahushuahsu! Ficarei rico! A Rainha Frenhild me dará uma medalha por isto! Morra de uma vez!

 

Concentrou-se com seu cajado:

 

- TROVÃO DE JÚPITER!

 

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARH!

 

Minha mãe caiu inerte no chão. Vários ossos de seu corpo se romperam, e suas musculaturas já eram um misto de carne queimada com sangue. Caiu ao lado de seu machado e tirou um saco de zenys de seu cinto. Esperou o bruxo chegar perto, como se estivesse desacordada.

 

- Agora é só tirar uma orelha dela e ter o meu resgat...

 

- MAMMONITA! MAMMONITA! MAMMONITA! - Minha mãe reuniu suas parcas forças em um ato desesperado.

 

Estraçalhou o bruxo em vários pedaços e caiu em agonia. Minha mãe, minha brava mãe em face com a morte, não teve medo embora não soubesse o motivo do ataque. Chorava de dor e pensava em mim. Sua visão começou a nublar, no momento em que vislumbrou uma silhueta se aproximar de seu corpo.

 

- Isabelle, Isabelle, fique comigo! Preciso saber onde seu filho está. Reaja mulher! Não morra!

 

A mercenária despejou três poções brancas em minha mãe. Em vão. A única coisa que fez foi atenuar a dor dela. A morte já estava a caminho.

 

- Jo-Joan... Meu filho... Salva... Eu amo ele...

 

Chorava em agonia. A mercenária se emocionou. A cortina da vida se fechou para minha mãe. Colocou um colar em suas mãos, com o símbolo dos Ibelin.

 

- Viveu e morreu como uma Leoa! Queria ter tido a oportunidade de conhecê-la. Que a Valquíria te leve para o merecido descanso eterno...

 

Mesmo em seu coração duro de Mercenária, lagrimas desceram de seu rosto. Tratou de sair daquele local. Obviamente, toda a chuva de meteoros atraiu dezenas de mercadores e transeuntes em Prontera.

 


 

- Então meu neto? Quais são os princípios básicos de um Espadachim?

 

- Defender os mais fracos e ser honrado!

 

- Quais são suas habilidades fundamentais?

 

- Golpe Fulminante, Vigor, Provocar, Recuperar HP...

 

- Esta se esquecendo de dois...

 

- Ah vovô! Ta na ponta da língua...

 

Basilan ria de mim. Realmente ele achava que eu era um prodígio. Eu já estava aprendendo teorias sobre espadachim antes mesmo de ser aprendiz.

 

- Impacto Explosivo e Pericia com Espada! Você está muito esperto. Não se preocupe, você aprenderá muito quando começar suas aventuras... IIIGH!

 

Fez uma expressão de dor. Escorreu sangue de sua boca.

 

- Meu netinho, pode me emprestar a Lâmina e o Escudo? Uma abelha me picou... Se esconda naqueles arbustos...

 

- Tudo bem vovô! – Quando ele se virou, vi que tinha duas flechas cravadas nas suas costas. Imediatamente fiquei assustado, e me escondi.

 

Defendeu-se de algumas flechas, e atacou o primeiro caçador. Viu um espadachim vindo em seu encontro e deu cabo do mesmo com um golpe certeiro no pescoço. Viu-se cercado por um ferreiro e sete caçadores.

 

- O que vocês querem? – E atacou seu saco de zenys ao chão. – É tudo o que tenho...

 

- Queremos você e seu sobrinho morto – Kat aparecia a sua frente...

 

Lentamente, o ferreiro e os caçadores miraram suas armas para Kat, lembrando-se dos pedidos da Rainha.

 

- Pff, idiotas, acham que sou um tolo?

 

De repente alguns arruaceiros surgiram, surpreendendo e degolando os pretensos assassinos de Kat.

 

- Pronto, os peões foram sacrificados. Agora, voltemos aos negócios...

 

- Porquê fez isso? O que fizemos a vocês?

 

Um dos caçadores chegou atrasado ao ponto do ataque e sendo o único sobrevivente da emboscada, fez mira. Acertou o coração de meu avô.

 

- Vovôoooooo! – Gritei aos prantos e aterrorizado. Corri para seu corpo. O caçador gritou ao mesmo tempo em que Kat esboçou um ataque contra ele:

 

- ESTÁ MORTO FEDELHO, VIVA A RAINHA!

 

Fez mira, mas antes que este pudesse atirar:

 

- LÂMINAS DESTRUIDORAS!

 

Este mesmo caçador caiu aos pés de Kat, mas não foi ele que executou o ataque...

 

- Joan! Que previsível! Há quanto tempo não lhe vejo!

 


 

Joan, uma mulher de cabelos ruivos e olhos azuis. Parecia uma pintura feita pela própria deusa Freya, de tão bela que era. Tinha um corpo atlético e uma postura impecável. Bela e mortal, pois na mesma proporção em que era bonita, ela colecionava inimigos. E Kat era um deles.

 

- Saia de perto do meu sobrinho, ou não sairá com vida daqui! – Apontou suas Katares em direção a Kat.

 

-Tem certeza que você quer lutar? Esta em desvantagem. São dez arruaceiros contra você...

 

- Eram dez arruaceiros contra eu! – Riu, correu e desferiu golpes freneticamente, em uma mistura de dança, acrobacia, gritos de dor e lâminas ensanguentadas.

 

Dentre os opositores em sua luta, sofreu apenas um arranhão no braço.

- Vejo que seu namoradinho monge lhe ensinou alguns truques... Isso pra mim não passa de perfumaria. E se for pra lutar contra soldados de quinta categoria, será uma ofensa gastar meu tempo com você.

- Você fala muito – Desferiu seu primeiro golpe, acertando as katares de Kat e, com isso soltando faíscas de atrito.

- Hmm, vamos ver do que você é feita...

E começaram a lutar. Golpes, contra-ataques, gritos, pedras, dor. Eu assistia a tudo que eu não estava preparado pra ver. Nunca vi sangue, nunca vi a dor de um ser humano morto, nem a agonia da morte buscar meus entes queridos. Meu avô, em sofrimento, me entregou a espada e o escudo:

- Cuide-se... meu neto. Sua avó e sua mãe estão... comigo agora. Isabelle disse que te ama. A titia te seguirá daqui em diante. Não tenha medo do que vir...

Morreu serenamente, com um leve sorriso em seu rosto. Não achava nada disso belo...

Joan se esforçava em acertar Kat, porém este mercenário era muito ágil. Logo o cansaço começou a cobrar seu tributo a ambos os guerreiros. Joan já estava com rasgos em suas vestimentas.

Um sentimento abrasivo de raiva e revolta tomaram conta de meu ser. Peguei a Lâmina e corri bradando tudo o que meu avô me ensinou:

- GOLPE FUMINANTE.

O golpe não foi do jeito que eu queria, a Lâmina voou de minhas mãos e eu sequer tinha forças. Mas foi o suficiente para causar uma incomoda dor na perna de Kat. Fui jogado pra trás om o impacto.

Joan tentou acertá-lo e conseguiu ferir o seu braço. Frustrado, Kat começou a fazer o caminho de volta, sem antes falar em sua fuga:

- Fique com seu sobrinho sua @#$@#, essa porcaria já não é mais meu objetivo! Tenho um trono a tomar. Mais cedo ou mais tarde nos encontraremos novamente. Sua cabeça está a premio já tem algum tempo e lhe garanto que serão perseguidos até os confins da Yggdrasil. Aproveite e assista a morte de seu irmão, já reservei seu lugar na área VIP.

Joan estava extenuada. Usou poções em uma série de cortes em seu corpo. Eu estava ao lado do corpo de meu avô e, aos prantos, tentava reanimar seu corpo sem vida...

- Acorda vovô, fale comigo, acorda vovô!

Joan assistiu a cena. Deixou um colar do símbolo dos Ibelin nas mãos de meu avô e gritou por ajuda. Pegou em minha mão e disse.

- Vamos embora daqui! Ainda dá tempo de salvar o seu pai!

Desaparecemos e deixamos pra traz uma clareira coberta de cadáveres daquele fatídico dia.

 


Henry estava sentado em seu trono, e viu Frenhild adentrando o recinto com sua Guarda Pessoal, pronto para assassiná-lo.

 

- Terá que lutar contra mim até a morte, sua víbora! Este trono nunca será seu!

 

 

 

 

Continua...

Editado por Godfrey de Ibelin
Link para o comentário
Share on other sites

Respira um pouco, cara. Você tá postando capítulos muito rápido, não dá tempo de ler e comentar.

 

Esse trono do Brynhild tá mais disputado que o trono de ferro, ein...

 

E agora ele sabe quem é o pai... Será que ele consegue pelo menos falar um "oi"?

 

Prevejo a Constance fazendo uma grande diferença na vida de Godfrey. xD

 

E agora nesse finalzinho que você deu uma de George RR mesmo... Você é cruel!

 

Não vou ter tempo de ler o capítulo 7 agora, depois eu comento. Espero que entenda. =X

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
Link para o comentário
Share on other sites

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder este tópico...

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.


×
×
  • Criar Novo...