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[Fic] Contos da Taverna de Alberta


Truuh

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Nome da Fic: Contos da Taverna de AlbertaAutor: Erickson (ErickWizzard)Personagens principais: Vários, um diferente por capítulo.Categoria: FantasiaSinopse: Em um lugar obscuro de Alberta, uma Taverna abriga as mais diferentes nacionalidades. Quando o inverno chega bruscamente sobre a região, os viajantes ficam presos por dias á fio, e lá, contam suas histórias para quem quiser ouvir. Cada capítulo contará com uma história diferente, de um personagem diferente.

Capítulo 1:A Taverna Minguante era uma das mais antigas Tavernas de Midgard. Não era só um local para comer e beber, como também uma hospedaria para viajantes cansados, e também disponibilizava um estábulo modesto, com cavalos e pecos velhos. Uma coisa a Minguante poderia se orgulhar era de seu Hidromel. Os rumores eram de que a bebida provinha dos favos da própria abelha rainha, contrabandeados dos gatunos saqueadores de Melriach de Morroc. A comida também era boa (selvagem com molho de manteiga era a especialidade da casa), e os quartos eram muito simples, mas confortáveis.O ambiente era pouco iluminado com as trêmulas luzes de vela, mas era seguro e aquecido com betume nas paredes de madeira envelhecida. Era barulhenta, sempre lotada (e nessas épocas ainda mais!)Possuía mesas redondas espalhadas, e uma mesa menorzinha, perto da fogueira central da chaminé vermelha, onde ficavam pessoas que gostavam de contar histórias. Alih Hakabastis era o atual proprietário. Um homem com um corpo longo, forte, troncudo, de pele escura, nariz grosso e achatado, olhos escuros como pérolas negras enterradas na carne velha de um homem castigado pelo tempo. Tinha duas sobracelhas peludas que caíam sobre seus olhos pespicazes e prendia o cabelo com uma presilha dourada muito bonita, que qualquer um perceberia que era algo importante pra ele. Tinha brincos de argola pequenos, e usava um avental muito gasto, sujo de gordura. Era um homem austero, muito sagaz, capaz de entender muito com poucas palavras, mas ao mesmo tempo tratava bem os fregueses e para conquistá-lo era preciso muito pouco.O inverno chegou á duas noites e os viajantes que precisavam ir embora tiveram que interromper seus planos para passar o resto da semana em Alberta. O porto da cidade estava abarrotado de embarcações presas, com suas velas e mastros congeladas, açoitadas pelo vento frio que cada vez mais aumentava. A tempestade estava no seu auge e raramente alguém se arriscava á sair de casa.Um grupo de viajantes se sentou na mesinha da fogueira central. Eram um grupo de 4 pessoas e usavam capas gastas que ocultavam suas verdadeiras profissões. Ali já estava sentado um Atirador de Elite de 4º classe, com sua capa revelando parte de seus ombros, usando um chapéu grande com uma pena branca em cima. Era um homem de 30 anos, de cabelos pretos, muito bonito. Bebericava a caneca de vinho lentamente, e deixava seus olhos morrerem na fogueira avermelhada. Um bardo se aproximou e disse para o grupo de homens de capa:__ Posso contar uma história?__ Disse o bardo, que parecia ser um pouco jovem demais para a profissão.Um homem de barba vermelha e olhos castanhos que estava na mesa virou-se de sua conversa e disse:__ Que histórias uma criança que acabou de nascer tem para contar?- Alguns homens riram do deboche do homem, e o bardo se encolheu, sufocando uma resposta.O Atirador de Elite que antes parecia alheio á tudo, olhou para os beberrões e disse calmamente.__ Nesse mundo, há crianças que experimentaram grandes coisas que velho nenhum foi capaz de viver. - E o silêncio reinou sobre a Taverna. O homem de barba vermelha disse para o Atirador.__ Ora, temos aqui um engraçadinho. Se o que diz é verdade, então você tem algo para contar. – Naquele tempo, era costume viajantes contarem histórias, e essas histórias eram muito apreciadas. Os bardos se ofereciam para cantar ou contar os grandes feitos dos outros, e quando alguém desafiava um inimigo, este desafio poderia ser feito através de palavras. A melhor história ganhava o respeito dos outros e a richa se desfazia.Era mais como algo cortês, e uma tradição calcada no gosto por ficção da população, os desafios não eram mais perigosos ou possuíam o mesmo significado de antes.__ Posso contar uma história minha, se quiser. -- Disse o atirador.__ Que seja, duvido que seja melhor que a minha!-- Disse o homem de barba vermelha, e este sentou-se no banco mais próximo da fogueira, segurando uma caneca de hidromel.O Atirador endireitou-se e começou a fitar a fogueira com os olhos mortos novamente:"Me chamo Hall. Me lembro de quando eu era um menino em minha terra natal, Payon. Como vocês sabem, lá é um ambiente magnífico, com as florestas mais lindas de toda Midgard, e com os guerreiros com a melhor visão de todos os exércitos. Eu era um moleque ainda, com meus 10 anos de vida, de uma família nobre, talvez a mais nobre de meu povo, mas humilde de coração, se me permitem dizer, pois o coração humilde vale mais que qualquer ouro no mundo. Fui criado segundo as tradições do meu povo, ensinado na arte do arco e flecha e amor pela natureza. Caçávamos apenas o suficiente para sobreviver ou para honrar nossos deuses e tradições, e nosso povo jamais feriu algum ser vivo sem um propósito real. Isso claro, naqueles tempos. Hoje isto é algo esquecido. Ainda era um arqueiro de médio porte, e meu único grande feito foi um Javali Gigante que eu havia matado por pura sorte e que serviu-nos de alimente durante o Inverno de 71. Eu não gostava muito de caçar, e gastava a maior parte de meu tempo pulando nos galhos das árvores com meu falcão de estimação, um falcão de manto-negro já bem velho, que herdei de meu pai (que Valhala o tenha). Eu tinha uma perícia invejável e brincar nas alturas era meu passatempo preferido. Minha pele costumava ser mais clara do que é hoje, e os outros meninos caçoavam de meu cabelo escuro que vivia assanhado, com galhos e espinhos presos e com cheiro de folhas. Minha mãe era uma mulher severa, que odiava o comportamento rebelde do filho. Eu não me importava. Vivia cheio de cortes nas mãos e pés, calos, contusões, e ainda assim, era feliz.Segundo meu pai, que sempre me encobria, eu descendia de sangue élfico, e daí minha paixão e compreensão com toda a natureza e principalmente com as árvores. Elas eram minhas amigas, e eu gostava de dormir e comer em seus troncos. Minha árvore preferida era um salgueiro velho que fica no interior da Floresta das Cinzas. Eu gostava dele porque ele me contava histórias muito antigas que me entretiam por horas á fio (sim, eu sabia a língua das árvores que muitos já esqueceram). * todos se sobressaltam*Só havia um lugar que eu ainda não havia explorado, que era um bosque escuro que ficava muito pra dentro da floresta. Era quase 4 dias de caminhada e eu tinha uma curiosidade imensa de saber o que havia lá. As lendas diziam que um Warg poderoso levava para lá suas presas, outros contavam que um velho feiticeiro caçava criancinhas para comer suas orelhas. Eu, claro, ria na cara dessas histórias. Meu pai me proibiu e como vocês sabem, desobedecer os pais traz má sorte e por muito tempo contive meu desejo.Um dia eu não ouvi meu pai, e decidi pegar carona com um vendedor de ervas ambulante, em seu peco velho que iria fazer um caminho muito próximo da trilha do bosque. Fui na carroça arrastada velozmente pelo peco (velho, mas forte). No alto, meu falcão, que eu gostava de chamar de Hazum, voava em círculos, me seguindo do alto. Desci, agradeci e segui para meu ruimo. O homem estranhou o caminho que eu estava tomando e não disse nada, mas fixou seu olhar em mim até cruzar o horizonte do meio dia.Caminhei por algumas horas com Hazum voando sobre minha cabeça e vi que as árvores baixas estavam escasseando. A floresta normal estava dando lugar á árvores de caule longo e tronco prateado, e então percebi que eu deveria escalar o mais rápido possível uma árvore qualquer, porque em breve seria impossível alcançar o topo das árvores com aquele crescimento anormal. O que mais me intrigava era o fato de que com árvores tão altas, eu não conseguia avistá-las ao longe e todas pareciam ter o mesmo tamanho até eu chegar perto o suficiente para notar a sua real altura. Fazia um tempo também que eu não avistava Hazum e comecei a me sentir sozinho. Sem medo algum, mas solitário. O clima quente começou á dar lugar á um clima frio e seco, e a luz do dia parecia sumir.Continuei seguindo em frente, correndo sobre os galhos mais grossos como eu sempre fazia, até chegar perto de uma árvore que parecia se destacar de todas as outras. Talvez por meus olhos de criança que enxergavam coisas onde elas não existiam, ou talvez pela sensação esquisita de medo que me dominava, senti que aquela árvore tinha uma aparência ameaçadora, e que eu não deveria mais seguir em frente. Então eu a vi.A flor mais bela de todo o universo. Tão linda que se ela nascesse no jardim mais florido de Prontera, as rosas murchariam de inveja. E seu perfume, quase que instantaneamente me tragou para o alto, cegando-me, puxando-me, enlaçando os meus sentidos em agonia. A flor estava em um galho alto, muito além de meu alcance, e era a única coisa que saía daquela árvore além dos galhos e folhas escuras. Então saltei sobre a árvore, com toda a minha força, com o intuito de segurar o galho onde a flor estava. Eu precisava dela pra mim. Ela tinha que ser minha. Saltei cegamente no vazio, e eu tinha a consciência que alcançaria o tronco da árvore, mas o tronco não veio. Agarrei o ar e instantaneamente a árvore se dissipou, como um sonho esfumaçado desaparecendo diante de mim. E então caí. Senti a gravidade me puxando pelo umbigo, senti minhas entranhas se contorcerem, o peso no peito me sufocando e a sensação de morte eminente. Era muito alto, e de alguma forma eu ainda conseguia ver o tronco passando velozmente em minha frente, e por mais que eu esticasse meus braços, eu não o alcançava. Toda a embriaguez sumiu e logo percebi que eu estava caindo para a morte. E então tudo ficou escuro.Acordei com o braço direito doendo, e senti que estava sem camisa. Estava fraco, suado, e com o corpo pesado. Senti o cheiro de pão saído do forno, e de chá de erva vermelha. Abri os olhos com medo mas não me levantei muito depressa, pois senti um peso enorme sobre minha testa, e vi que estava em uma quarto grande, com janelas redondas, ervas penduradas sobre um balcão de madeira velho, mas muito limpo. Havia alguns móveis num cômodo que lembrava uma sala, e uma lareira de fogo azul que tremeluzia e iluminava todo o ambiente. O teto era abobadado e todo de madeira. Era difícil enxergar o encontro da parede com o telhado, e por um momento acreditei que não havia encontro algum. Era como se a casa tivesse sido construída dentro de uma grande superfície de madeira, entalhada habilmente. Então me dei conta que não fazia ideia de onde eu estava, nem se estava na casa de um amigo, ou de um inimigo. Então tive um sobressalto.Ali estava um velho gordo, de barba castanha muito espessa, e bem cuidada. O velho era cego de um lado, no lugar do olho esquerdo tinha um corte grande, cicatrizado pelo tempo, dando-lhe uma aparência ameaçadora. Tinha umas rugas na pele, e parecia ter entre 70 a 80 anos, mas tinha um corpo invejável, robusto (um pouco roliço na barriga, diga-se de passagem). Seu olho direito era puxado, como aqueles estranhos que aparecem de vez em quando no porto, das terras longínquas de Amatsu.* Um ninja pigarreia, no fundo da sala* Desculpe, não quis dizer estranhos, mas... de um certo modo...peculiares...se me permite dizer. Ele fumava um cachimbo grande, e soltava baforadas longas e aromáticas. Tinha um chapéu esquisito, preto, feito da pele de algum animal silvestre e pequeno demais para sua cabeça. Sua pele era bronzeada, como mel, e ele usava um macacão azul grande com dois bolsos cheios de bugigangas que saíam das laterais, muito gasto e sujo de verde. Tinha mãos calejadas de um trabalho árduo, e usava uma bota larga, provavelmente de anolian por causa do verde-musgo brilhante, e muito gasta. Estava sentado numa cadeira de mogno a menos de dois metros da cama, se balançando pra lá e pra cá. Eu fiquei em choque. Será que aquele era o feiticeiro que as pessoas costumava citar nas lendas? Eu não sabia o que fazer, e por longos minutos fitei-o em silêncio. Ele fez de conta que eu não estava lá e se concentrou em sugar seu cachimbo suavemente, aproveitando cada tragada. Minutos se condensaram em horas, e quando o peso do silêncio estava insuportável ao ponto de que eu era capaz de senti-lo nas minhas costas, o velho disse:__ Sabe... não gosto de ladrões – A voz do velho era rouca, e bem grave. Preenchia toda a sala. Ele podia falar sem muito esforço e eu sei que eu seria capaz de ouvi-lo de qualquer lugar da casa. Não soube o que responder e continuei calado, com o coração batendo praticamente em minha garganta. Ele não pousou os olhos sobre mim, falava comigo mas não me olhava. Subitamente comecei a sentir uma dor inconstante no braço enfaixado.__ É...ele está quebrado. Eu sei que para seu povo isso significa que você nunca mais irá pegar num arco com a mesma firmeza de antes, e sua mira nunca será perfeita. É uma desonra, eu sei. Conheço bem vocês, povo “da floresta”.Ele tinha razão. Eu havia perdido meu futuro no arco e flecha, e quando me dei conta que tudo isso tinha acontecido por uma burrice minha, me veio uma tristeza que me preencheu por inteiro, e senti vontade de chorar.__ Não precisa se preocupar. Quero dizer, não por enquanto. Aqui, venha, olhe pra mim.Ele sem se mover da cadeira, mexendo apenas os olhos me fitou por alguns segundos. Senti-me puxado para dentro de um bosque claro, e inundado pelo calor do sol. Era como fitar o amanhecer, e não suportei o olhar por muito tempo. Ele deixou de olhar pra mim, deu uma tragada e se levantou da cadeira.__ Bem... creio que eu realmente acertei em meu julgamento. Resolvi esperar você acordar pra, você sabe, olhar nas suas janelas, essas coisas que vocês chamam de ólios.Eu, subitamente, falei pela primeira vez como um impulso incontrolável.__ O-Olhos. Disse eu gaguejando__ Como?_ Ele disse com uma leve expressão de curiosidade.__ Chamamos de olhos__ Terminei.__ Sim, isso, do jeito que falei._ Ele foi até uma prateleira que estava perto da cama, e pude reparar em sua altura. Ele quase encostava a cabeça no teto, que não era baixo. Era muito grande para um homem comum. Ele pegou um pote velho, redondo, e tirou de dentro outro pote menor. Abriu-o e pegou uma coisa amarela, pequenininha nas suas mãos gigantes.__ Aqui, experimente. Poucas pessoas em Midgard já provaram de um fruto de Yg. * todos se sobressaltam na Taverna* Minhas mãos estão limpas, nem se preocupe. Eu não fazia idéia do que era uma Yg, e demorei muitos anos para entender que eu estava comendo algo sagrado, e raríssimo. Peguei com muito medo, aquela coisa amarela. Lembrava um gomo de tangerina, mas era de um amarelo intenso, quase dourado, era pesada e cheirava á frutas silvestres. Fiquei com medo de recusar, porque eu temia ser algum feitiço, ou algo para me matar ou me ferir. Mas assim que senti o pedaço de fruto em minhas mãos, senti que poderia fazer qualquer coisa no mundo, e que aquilo era algo que eu poderia confiar, como se fosse uma parte de mim perdida á muito tempo. Coloquei na boca e senti o sabor mais doce de toda a minha vida. Era mel, era maça, era uva, era manga, era laranja, era morango, era amora, era fruta espinhosa, era tudo em um único momento, condensados no sumo da fruta. A dor no braço foi sumindo até se tornar um grito no vazio. Logo o sabor da fruta foi embora assim que engoli o último naco, mas continuei o resto do dia com uma sensação de leveza no peito, e logo perdi o medo do velho que estava sentado diante de mim.__ É só um pedaço sabe. Guardei comigo no dia da Quebra da Fenda, e devo dizer que pra mim é inútil. Era mais como um souvenir, e nem imaginaria que daria pra alguém um dia. Mas não ser útil pra mim não diminui a importância do que você acabou de comer. Um dia você entenderá __ Ele para e dá uma baforada, e fita uma janelinha pequena (grande demais pra mim) por alguns minutos e depois olha para o lugar onde estou.__ Vou te contar uma história. Você deve estar se perguntando sobre as coisas que aconteceram com você antes de vir parar aqui. Hoje é o 8º dia desde que você veio aqui. __ 8º??? Como assim?__ me assustei e me ergui bruscamente. Senti uma pontada leve no braço e voltei a me deitar.__ Sim. Oitavo. Você mexeu com o que não devia. Eu olhei nos seus olhos e entendi perfeitamente que você não tinha culpa. Mas para você entender o que aconteceu preciso voltar no tempo sabe, para um tempo que me trouxe bons momentos e momentos que sinto vontade de serem apagados de minha vida. Há muito, muito tempo, quando as águias começaram a aprender á voar e dar a vida á todas as aves, Eriel, o primeiro bardo, meio homem-meio elfo, cantou uma canção para a deusa Iduna. Eriel subiu o alto do monte Qurolrac que hoje vocês chamam de Mjolnir, e cantou sua canção com todo seu coração. Iduna, de seu jardim, ouviu as palavras de amor do bardo e se emocionou. Alguns dizem que aquela era a canção mais bela de todo o universo, e que ninguém é capaz de cantar igual. A deusa passou á olhar para Midgard todos os dias, e Eriel á cantar canções de amor á cada amanhecer.  Bragi, nada satisfeito (Bragi era o esposo de Iduna), relatou á Ódin que um mortal estava distraindo a mente de sua mulher. Odin puniu o mortal cortando-lhe a língua. Iduna chorou amargamente por ver que o pobre homem tinha sido punido pelo descuido dela. A deusa tentou convencer aos deuses que ela não estava apaixonada pelo homem, e que só estava feliz de ver que alguém ainda a adorava (naqueles tempos, Iduna era a única deusa que não tinha adoração mas não vou me extender sobre esses motivos). Eriel, triste sem poder usufruir de seu maior tesouro, não podia mais cantar, mas não desistiu de demonstrar seu amor por Iduna, e passou á escrever suas poesias em papiro, queimá-los e jogar as cinzas ao vento. Iduna ainda era capaz de ler o que o bardo dizia, pois, como vocês sabem, palavras em cinzas e canções são as únicas maneiras de se mandar mensagens aos deuses.Balder em fúria, falou á Odin, e o deus, como punição ao mortal, cortou-lhe as duas mãos.Eriel, entristecido, sem poder cantar e escrever, subiu pela última vez o monte Qurolrac e chorou por muitas noites, até morrer de frio. Eriel subiu até Valhala, em espírito, que é o lar dos justos, e também o lugar mais perto do pomar de Iduna. Era sua última tentativa de dar seu amor á deusa. Mas Balder, quando percebeu que o bardo havia morrido com essa intenção, falou novamente á Odin, e o rei dos deuses enviou a alma de Eriel para Niffheim, para que o pobre homem ardesse em agonia e jamais pudesse voltar seus olhos e coração para a deusa novamente. Iduna chorou amargamente, e como homenagem ao mortal devoto, juntou suas lágrimas e uma flor copo-de-leite, e derramou-as sobre o vale seco de Morthang. O vale floresceu, as árvores cresceram, e se tornou a maior floresta de Midgard, o local que hoje é Payon, e no exato ponto onde as lágrimas caíram, floresce, uma vez por ano, a flor de Eriel. Essa flor tem uma propriedade incrível para os homens sabe, ela proporciona a força física descomunal, capaz de fazer um único homem mover montanhas, e também, a voz mais poderosa de todo o universo. Claro que isso só dura algumas horas, mas seria motivo de disputa de muitos reinos, e muitos homens. Para proteger a flor, os descendentes de Eriel espalharam o boato de que tudo é apenas uma lenda, e por isso quase ninguém vem aqui. É meu dever proteger a flor, pois, como você sentiu, ela tem a capacidade de inebriar qualquer ser vivo, enfeitiça-lo, e de leva-lo a morte.Claro que isso é uma estratégia de defesa, para evitar ser capturada, pois o florescimento da flor de Eriel é um fenômeno feito apenas para a natureza contemplar. Alguns não entendem isso, e se juntam em grupos para tentar roubá-la e é aí que entra o meu papel, como guardião. Não tenho pena de ladrões. Um grupo veio antes de você aparecer, e bem, só digo que suas roupas foram as únicas coisas inteiras deles que sobraram (eu tive um calafrio nesse ponto).__ Você é o quê? __ Eu pergunto, com um certo frio na barriga.__ O que eu sou? Bem....não posso te dizer. Eu moro aqui há tanto tempo. Acho que sou parte da floresta. Talvez eu seja o coração das matas. Estou aqui há mais tempo que os espíritos dos Uruk que moram nas estátuas-poste lá fora. Vocês chamam eles de Guardiões da Floresta. Quando eles chegaram eu já estava aqui á muito tempo. Não lembro de quem eu sou, mas sei qual é meu papel, e proteger a flor é um deles. Não se engane pela minha aparência. Posso ser muitas coisas, mas não vou te dizer quais delas pode ser eu, pois perco a vantagem da surpresa. Eu te vi escalar as árvores, e vi pular no galho da flor de Eriel. Deixei você cair, e pensei que você morreria com a queda. Quando vi que você estava vivo, cheguei perto de você e vi em sua alma que você não fazia idéia do que estava fazendo. Você tem sorte de viver sabe, você tentou profanar algo sagrado e por isso esteve quase morto por tantos dias. Só está vivo por causa da infusão de ervas que eu sei fazer, e te manteve aquecido e curou sua maldição...__ Muito obrigado __ Eu o agradeci do fundo de meu coração.__ Só isso?__ Disse ele com um meio sorriso.__ E de-desculpe__ Eu estava vermelho e muito envergonhado.__ Melhor__ Ele sorriu__ Posso perguntar o seu nome senhor?__ Eu falei.__ Meu nome? Meu nome é longo, muito estranho na sua língua. Mas pode me chamar de Eddga. (Todos se sobressaltam na taverna e um burburinho incessante começa a se formar)Senti um sono pesado tomar conta de mim, e no outro dia acordei na cama de minha casa. Meu falcão tinha voltado pra casa assim que me perdeu de vista, no dia em que caí. Meu braço estava totalmente sarado, e ninguém acreditou que em 8 dias eu o tinha quebrado. Por muitos anos contei essa história mas ninguém acreditava em mim, principalmente porque eu não sabia onde era a casa de Eddga, e quase todos achavam que eu havia confiado demais em meu conhecimento da floresta, tinha me perdido e agora tinha vergonha de assumir. Meu irmão mais velho foi o único que me deu crédito, e juntamente comigo, fez buscas extensas pela mata por muitos anos, até nos cansarmos e aceitarmos que o que não deve ser achado, deve ficar escondido dos olhos do homem."

Todos na taverna observaram Hall terminar de falar, e então se deram conta de que a história acabou. O homem de barba vermelha ergueu seu copo e propõs um brinde (esse é o costume, após uma história terminar).__ Muito boa a sua história. Espero que a minha esteja á altura.O homem de barba vermelha bebeu um trago e começou sua narrativa.************************************************************Um capítulo novo em breve, mais uma história contada na Taverna Minguante xDDD

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Ótima narração, quando falou em homem gordo eu imaginei o papai noel lol mais depois fui ligando o cachimbo ao tamanho e etc e considerei que fosse o MVP :o estória muito boa essa, o bardo eriel, a deusa, a criação de payon o.o....

Esperando o homem de barba vermelha contar a dele [:)]

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É pra isso que tu passa vergonha?Fazer uns desenhos mal feitos e histórinhas com viadagem e nem ao menos é pago pra isso? Que coisa ridícula.

Autor: Erickson (ErickWizzard)
Erickson, isso é teu nome? Pelo amor de deus heim, nasceu onde, na favela da rocinha?Achei que isso fosse uma marca de celular hUEHAUEHU que piada.

 

O usuário foi suspenso.Motivo: Flame.

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estou no aguardo rsrsrs
Comecei a ler! E estou gostando! =DSua fic é bem popular hein? =3

Cê acha mesmo? XDDD Espero que o pessoal esteja gostando mesmoE Erick, não dê moral pra esse indivíduo aí que taê ratiando, a inveja é triste sabe? É lamentável ver isso, tenho pena de gente desse estilo =/Erick seus desenhos são ótimos e vc escreve super bem, está de parabéns ^^

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Erick, muito boa esta FANFIC.História e narrativa muito interessante, me surpreendeu cara. No aguardo do 2º capítulo.Estou aguardando os outros capítulos da FANFIC Crônicas da Grande Guerra xD.E não liga pra esses indivíduos que ficam falando coisas sem argumentos fundados, apenas ignore-os.Vlw!!!

"Me jogaram aos lobos, e eu voltei líder da matilha."

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Cê acha mesmo? XDDD Espero que o pessoal esteja gostando mesmo
Concerteza o pessoal está gostando! tanto pela sua periodicidade, quando pelo seu jeito de escrever =)E quando áquilo, é só ignorar ^^E eu estava pensando em talvez, quando estiver livre, desenhar o Iohan =D

 

*--------------------*MORRI AO LER ISSO: "E eu estava pensando em talvez, quando estiver livre, desenhar o Iohan =D"Obrigado cara, eu ia amar ter um desenho do Iohan, sabe ver meu personagem criar vida... Quando for fazer isso eu faço uma descrição completa de como vejo ele. No mais, obrigado erick.Um abraço amigo!continua lendo minha historia flw? se não tu morre USAUHUHASHUS /brinks                                                                                                                                       ~desaparece marotamente~

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Cê acha mesmo? XDDD Espero que o pessoal esteja gostando mesmo
Concerteza o pessoal está gostando! tanto pela sua periodicidade, quando pelo seu jeito de escrever =)E quando áquilo, é só ignorar ^^E eu estava pensando em talvez, quando estiver livre, desenhar o Iohan =D

 

*--------------------*MORRI AO LER ISSO: "E eu estava pensando em talvez, quando estiver livre, desenhar o Iohan =D"Obrigado cara, eu ia amar ter um desenho do Iohan, sabe ver meu personagem criar vida... Quando for fazer isso eu faço uma descrição completa de como vejo ele. No mais, obrigado erick.Um abraço amigo!continua lendo minha historia flw? se não tu morre USAUHUHASHUS /brinks                                                                                                                                       ~desaparece marotamente~

 

Pô, se for assim eu também quero um desenho do Luke kkkkkkk. E ai de você, ErickWizzard, se disser não... /brinks

PS: Quando você vai postar o capítulo V da Fic Crônicas da Grande Guerra? Estou aguardando, parabéns por ser um ótimo escritor. Um dia eu ainda chego lá. /hehFlw!!!

"Me jogaram aos lobos, e eu voltei líder da matilha."

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