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Daydreams - A Bitter Heart


BOOM!

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Para que vocês possam entender e apreciar a fanfic da melhor forma

possível, recomendo que cliquem nos megafones:

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e escutem as trilhas sonoras, pois muitas delas serão "tocadas" na

fanfic, conforme o desenrolar da história. Boa leitura.

 

 

 


 

 

 

 

 

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...Há muito tempo, antes da grande corrida dos aventureiros em busca

de poder,  anterior até mesmo mesmo  as grandes travessias pelo mar e

viagens por terras inexploradas, aconteceu uma batalha oculta pela

magia. Sociedades secretas duelaram pelo próprio destino. A antiga

tradição, ritos e passagens perdidas no tempo que incendeiam os corações

dos mais cultos e ambiciosos homens de Midgard em busca de glória.

 

 

 

Os mais audaciosos guerreiros com dons mágicos, capazes de sobrepujar

até mesmo a natureza de forma impetuosa, manifestavam sua quintessência

até o limite em disputas nas sombras. Buscavam um lendário artefato que

dizia poder realizar quaisquer desejo de seu merecedor. A luta era

considerada profana, e apenas os escolhidos das Nornas poderiam

participar e assim chegar a um vencedor. Ele poderia trazer a destruição

ou a salvação para o mundo.

 

 

 

Vários, dos selecionados, tinham no coração o desejo puro de

manifestarem seus talentos para a justiça. Entretanto, como sempre

acontece entre os mortais,  existiam aqueles que buscavam o caos e a

destruição. E diferente de todos, havia também um um homem cuja origem

lhe garantiu a participação nessa aventura, mas que não buscava nada

além da paz de espírito e a redenção de seus pecados.

 

 

 

Atualmente, ele trilha silencioso atrás do seu passado. Buscando o

perdão para o coração amargurado, cansado de segurar tantas lágrimas ao

lembrar-se do ocorrido.

 

 

 

Ninguém mais se lembra da misteriosa luta entre os escolhidos das

Nornas.  Mas suas marcas profundas ainda permanecem nas almas daqueles

que devaneiam em seus momentos mais íntimos em busca da verdade e do

desejo de satisfazer-se com o esquecimento. Para alguns, isto veio com o

tempo. Porém, para outros, apenas a morte pode lhes tirar a dor. Ou

talvez nem isso.

 

 

 

 

 


 

 

 

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por Willen Leolatto Carneiro

 

Revisão: Maria

 

Artes Internas: Heitor

 

Edição Gráfica: Vini "Nightmare"

 


 

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A escuridão se apossava das velhas paredes já gastas pelo tempo e

castigadas pelo clima. A chuva caía pesada em cima da enorme construção

que se erguia ao norte da cidade, que outrora estava apinhada de pessoas

em suas ruas abrindo suas tendas para tentar ganhar a vida. Nuvens

cobriam o solo e tornava o que era para ser um dia ensolarado, em uma

tempestuosa tarde gélida e escura. Nas muralhas do castelo da capital de

Rune-Midgard, Prontera, vultos se destacavam pelas tochas presas nas

altas amuradas que davam acesso ao interior, situada após a ponte de

madeira que levava à grandiosa construção.

 

 

 

Um raio atravessou os céus e clareou o lugar por alguns instantes. Fez a

sombra de um homem que entrava no recinto crescer, formando uma

criatura grotesca na parede. Sua longa capa negra era chicoteada pelo

vento fazendo um barulho alto e estridente, enquanto ele andava

lentamente pela passarela depois da entrada principal.

 

 

 

Seu olhar era tão frio como as rajadas de ar, que batiam e uivavam como

se fossem fantasmas agorentos. Nada disso parecia ser relevante, pois a

misteriosa figura continuava observado todo o local com uma

tranquilidade inquietante. Algumas mechas brancas escorriam por de baixo

de seu capuz e escondiam parte de seu  rosto cansado. Ainda caminhava

sem pressa. Na pequena multidão de pessoas, que estavam ali dentro em

busca de refugio contra o mal tempo, alguns o encaravam desconfiados.

Tentando puxar pela memória e entender porque aquele forasteiro parecia

de alguma forma familiar.

 

 

 

- O maestro... – Um deles parou pouco depois de

fitar o sujeito e ficou observando fixo para as suas costas. Era um já

experiente e maduro cavaleiro, que ficou inquieto com o visitante. –

Ele voltou...

 

 

 

 

 

- “Chegou o tempo de reviver o meu passado e percorrer

novamente esta trilha.” – Foi o único pensamento daquele que

estava protegido em sua capa, parando em frente a uma longa escadaria e

observando desde o chão até o teto do caminho. Seu olhar determinado e

sereno revelava seu objetivo.

 

 

 


 

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Quinze anos atrás...

 

 

 

 

 

Havia o som de passos, dos pássaros em revoada e das pessoas conversando

e rindo alegremente. Era a musica que animava aos jovens no meio da

Praça de Prontera. O dia ensolarado e a brisa fresca atraíam o publico

até a fonte que ficava no centro da praça, e lá um homem tocava

entusiasmado um instrumento de madeira, com um braço comprido saindo de

sua caixa acústica e com seis cordas afinadas nos tons certos. Ao lado

do jovem, uma bela garota dançava e acompanhava o ritmo da melodia que

resoava no local e trazia espectadores anciosos.

 

 

 

Alguns deles puxavam as carteiras e sacolas de moedas para entregar-lhes

algum dinheiro, mas a garota graciosamente acenava não ser necessário

qualquer tipo de pagamento. Era evidente que se apresentavam apenas por

amor a arte. Embora muitos pensassem que o casal fosse uma dupla de

artistas querendo ganhar a vida, os dois não se vestiam de forma

indigente. Ele tinha em suas mãos um violão de alta qualidade, e trajava

vestes limpas, retocadas e suaves, com alguns detalhes engastados em

ouro e prata, além do belíssimo chapéu com uma pluma no topo. A

bailarina usava uma regata preta e uma saia branca cobrindo suas pernas,

sem deixar de exibir sua sensualidade na dança.

 

 

 

- Hey, você está no meu ponto... – Um jovem

gritou em meio à multidão que se aglomerava para ver o casal. Embora

houvesse soado como uma ameaça a música não havia parado, tão pouco a

dança.

 

 

 

Um homem de aparência jovial passou por entre os ouvintes e parou à

frente dos dois. Tinha os cabelos ruivos e bem cuidados balançando ao

vento. Carregava um violão com encordamento fino, semelhante ao do

insturmentista que ainda tocava.

 

 

 

- Você não ouviu? Esse aqui é o

meu ponto. Vai tocar em outro lugar. – O ruivo parou à frente do

músico. A dançarina finalmente notou a presença do jovem e ficou

olhando um tanto preocupada para o seu companheiro. Tinha a íris do olho

em um tom verde muito profundo, criando um contraste para seus cabelos

castanhos escuros.

 

 

 

O músico deixou a sua última nota ressoar e então o público que estava

ao redor deles começou a reclamar do recém chegado, culpando-o pela

música que não estava mais tocando. Porém, o homem levantou da beirada

da fonte onde estava e segurou seu violão, apoiando a base da caixa

acústica no chão e usando o braço do instrumento como apoio. Os olhos

dele reluziam o azul cristalino da fonte, deixando sua coloração

esverdeada mais brilhante. Por baixo do chapéu, a luz rebatia uma fina

camada dourada por cima de seus cabelos acinzentados.

 

 

 

- Então, esse é o seu lugar? – A voz do homem,

embora fosse grossa, era harmoniosa e tranquila. Ele encarava

serenamente para o jovem à sua frente, que pareceu se incomodar com a

resposta.

 

 

 

- É sim! Sou eu que toca nessa

parte da cidade. – O ruivo falava com extrema exigência. Algumas

pessoas que estavam ao redor murmuravam sobre já terem visto aquele

estranho na praça todos os dias.  A dançarina se aproximou de seu

companheiro, mas ele levantou a mão gentilmente e sorriu para o moço.

 

 

 

- Certamente, foi algo deveras deselegante de minha

parte. – O músico virou-se e começou a arrumar o violão dentro

de uma capa de couro, leve. A garota ao seu lado suspirou e sorriu,

acompanhando-o e também abraçando o braço livre do seu companheiro.

 

 

 

- Espera aí, como assim? Vai sair

sem falar nada? – O ruivo estava apreensivo, percebendo que

conseguira demasiadamente fácil a retirada do casal.

 

 

 

- Não. Não é de meu interesse competir com outros músicos

ou artistas. – O homem falava tranquilamente, pendurando as

alças da capa do violão em seu ombro. – Bom músico é

aquele que respeita a melodia e o carisma dos outros. Se não gostassem

de você, acho que não permitiram sua ilustre presença aqui.

 

 

 

O publico olhou boquiaberto para o homem. Suas palavras foram mais do

que suficiente para retornarem em elogios, sorrisos e até alguns

aplausos para ele. O ruivo percebeu que estava perdendo sua carisma com a

multidão e então apontou o violão na direção do músico.

 

 

 

- Não. Só sairá daqui depois deles decidirem quem é o

melhor dos instrumentistas.  – Confiante, o jovem exibia um

pequeno sorriso ao seu oponente ao apontar para a platéia formada na

frente da fonte.

 

 

 

- Como eu disse, não sou alguém que persegue as

competições musicais. E não é correto você desafiar alguém sem dizer

quem é antes. – Ele falava com uma tranquilidade impressionante.

 

 

 

- Eu sou Johann Klaustrus. – O ruivo apontou o

dedão para seu rosto, convencido. – E sou o menestrel

andarilho que é mais bem vindo em qualquer lugar do que o próprio

Mariachi.

 

 

 

A menção daquele nome pareceu inquietar as pessoas ao redor deles,

inclusive o próprio homem que outrora tocava suas melodias

pacificamente. A dançarina arregalou os olhos e observou seu parceiro.

Ela era mais baixa que ele, mas podia ver claramente a feição de tensão

no rosto do seu companheiro.

 

 

 

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- Compreendo. Já que você quer tanto, faremos uma pequena

demonstração. – Rapidamente, ele abaixou o ombro e a capa caiu.

Segurou as alças antes que o instrumento tocasse o solo e então se

ajeitou, soltando-se do abraço da garota e retirando o violão novamente.

 

 

 

Os dois se entreolharam. Johann usava um violão magnificamente detalhado

com prata e todo talhado em uma madeira jovem e pintada em preto, dando

um ar mais profissional ao seu instrumento. Já o violão do outro era

todo em cor natural, um pouco gasto, mas possuía o mesmo encordoamento

fino que seu desafiante, e nenhum detalhe exorbitante.

 

 

 

- Melody, você vai ficar apenas observando. Tudo bem

querida? – O homem virou-se para falar com sua parceira, que

assentiu e se afastou um pouco, sentando-se na beirada da fonte.

 

 

 

- E você, ainda não disse quem é. – Johann foi apressado ao perguntar.

 

 

 

- Perdoe meus modos. – Ele voltou a encarar o

ruivo e esboçou um sorriso. Fez uma pequena reverência e então retornou a

sua posição normal. – Eu sou conhecido como Tenkisei, o

maestro.

 

 

 

Alguns viajantes que passavam sem dar importância pararam ao ouvirem

aquele nome e título. Muitos dos que já estavam presentes caçoavam,

duvidando de como seria uma suposta luta entre dois músicos, e outros

olhavam pasmos, aguardando até o momento em que o conflito começasse.

 

 

 

Johann ajeitou seu violão, passando a alça ao redor do pescoço e

deixando o instrumento suspenso, na altura de sua barriga. Ele então

puxou do bolso um pequeno objeto de forma triangular, mas com os cantos

curvilíneos, e usando apenas o dedão e o indicador, apoiou a mão direita

em cima das cordas, situadas em cima do buraco da caixa acústica do

violão.

 

 

 

Tenkisei seguiu os mesmos gestos do ruivo, porém ao invés de usar uma

“palheta” para tocar, ele apenas colocou a mão aberta com os dedos

posicionados levemente em cima das cordas. Cada ponta do dedo em uma

corda diferente. Johann olhou surpreso.

 

 

 

- Você... não usa palheta?. – Ele olhava impressionado para a posição de mãos de Tenkisei.

 

 

 

- Ora, se devemos divagar sobre como nós tocamos, então

paramos o duelo e vamos conversar.  – Respondeu tranquilo o

homem de cabelos prateados.

 

 

 

- Não, vamos duelar de uma vez. – Johann urrou ríspido.

 

 

 

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Os dois se encararam mais uma vez e então começou. Johann bateu sua

palheta uma vez em uma das cordas e o som do violão ressoou. Era grave e

melodiosa, tocada rapidamente por suas técnicas com a palheta. Porém,

Tenkisei seguiu o mesmo ritmo e tocava harmoniosamente, dedilhando os

dedos e criando uma sequência e rítmo que se completavam, soando como se

houvessem mais instrumentos presentes ao lado de Tenkisei.

 

 

 

Ambos mantinham os olhares fixos ou no outro, mas enquanto o maestro

exibia serenidade, Johann tinha uma feição de impaciência e tensão.

Tanto o dedilhado de Tenkisei quanto as palhetadas do ruivo se

complementavam e a música que tocava era uma badalada mistura de notas

rápidas e belos arranjos, com um toque sutil de combinações harmoniosas

de vários acordes.

 

 

 

A velocidade das cordas tocadas aumentava a cada instante, e quanto mais

os dois demonstravam seu talento, mais os dedos de Tenkisei pareciam

sumir por cima das cortas. Johann já não estava acompanhando mais o

ritmo da música do homem de cabelos prateados, e teve de diminuir o

compasso até que suas batidas singulares e sincronizadas nas cordas se

tornassem um conjunto de acordes tocados para formar um único som de

base, deixando os harpejos e notas rápidas de Tenkisei mais altas e em

evidência.

 

 

 

O publico já estava aplaudindo o desempenho dos dois. Os poucos que

haviam se interessado antes já haviam se multiplicado para uma

verdadeira plateia. Alguns tentavam criar letras para acompanhar a

musica, mas ou eram desafinados de mais para complementar a melodia, ou

não tinham fôlego para alcançar uma nota mais aguda.

 

 

 

Repentinamente, Johann mudou a posição da nota com sua mão esquerda e

quebrou o ritmo, mudando também a nota base. A música parecia parar por

causa da mudança brusca, mas então Tenkisei também mudou o

posicionamento dos dedos da mão esquerda, acompanhando o mesmo timbre

das bases de Johann e recuperando o tempo com um harpejo, uma sequencia

de notas singulares tocadas rapidamente na mesma entonação da nota base.

 

 

 

 

Muitos que assistiam aquela apresentação pela tarde gritaram, pediram

para que a música não parasse e vários outros imploravam por suas

canções favoritas. Mas quando Tenkisei fez uma rápida sequencia de notas

solos e Johann apenas encarava com uma feição abalada, a música foi

tomando rumo, e o maestro decidia o duelo terminando de forma

impressionante aquela melodia.

 

 

 

Aplausos, rosas e moedas eram jogados. Gritos e cânticos entoados. Tudo

por causa da apresentação breve entre Tenkisei, tido como maestro por

onde passava, e o seu desafiante Johann, cuja melodia não foi capaz de

superar a do homem de cabelos prateados. Ele ficou de pé, com as mãos em

cima do seu violão, e os olhos arregalados.

 

 

 

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Tenkisei fez uma nova reverência para a plateia e se virou para olhar a

dançarina. Ela sorria de uma forma tão bela que muitos homens babavam ao

longe. O maestro pegou a capa de seu violão, guardou novamente seu

instrumento e tornou a pendura-lo e seu ombro direito e então sorriu

para Melody.

 

 

 

- Foi uma bela apresentação, querido. – A

dançarina se ergueu na ponta dos pés para beijar suavemente Tenkisei,

que retribuiu e então afagou a cabeça dela.

 

 

 

- Não teria sido uma apresentação assaz magnífica se não

fosse o entusiasmo de um jovem brilhante. – Ele tornou a olhar

para o cabisbaixo Johann. Aproximou-se do jovem e então sorriu para ele.

 

 

 

- Você é muito melhor do que eu... – O ruivo encarou Tenkisei com uma feição triste.

 

 

 

- Não há ruim ou bom entre aqueles que têm amor pela

música, meu amigo. – Tenkisei tocou o ombro do jovem, que

pareceu sair do transe. – Você é jovem, tem uma centelha

que arde em seu âmago, deve a fazer crescer para ser um bom

músico...

 

 

 

- Eu ainda vou ser o melhor! – O ruivo deu alguns

passos para trás e pareceu se irritar. Apontou para Tenkisei. – Pode

lembrar-se do meu nome, eu ainda vou ser o melhor.

 

 

 

- Não vou esquecer o nome de um rival. – O maestro sorriu delicadamente.

 

 

 

Johann pareceu se contentar com aquela declaração e então se virou,

dando uma ultima olhada para o homem que chamavam de maestro, o músico

que encantou uma multidão, sozinho mesmo que estivesse em um duelo, cujo

amor pela música e por sua amavel dançarina era grande e sua serenidade

desconcertante.

 

 

 

O homem de cabelos prateados fazia reverências para o seu público, que

respondia com aplausos e muitos sorrisos. Ele abraçou sua mulher,

Melody, deu mais um beijo na jovem e então os dois andaram para o norte,

indo até o castelo de Prontera. Agora todos que estavam alí conheciam o

verdadeiro caráter de um músico, cujo potencial vem de seu interior. E

ele tinha um título. Tenkisei, o maestro!

 

 

 

 

 


 

 

 

Pos é galera. Eu fiquei um tempão pensando em como postar essa fic, e

finalmente postei o primeiro cap. Eu mudei um pouco o estilo de

descrição e a forma como se molda a história. Espero que vocês gostem,

pois o tema principal dessa fic que sairá mais ao longo dos dias é

puramente a música. Apreciem.

 

 

 

Abraços.

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por Willen Leolatto Carneiro

Revisão: Roxie Rocks

Artes Internas: Heitor

Edições Gráficas: Vini "Nightmare"


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Eram tantos livros, tantas prateleiras, que mal se podia ver o sol por causa da escuridão gerada pelas cortinas esfarrapadas, que cobriam as janelas e impediam de se encontrar um título específico. Mas não era isso que o homem de manto negro buscava naquela manhã quente. Havia passado a noite em um pequeno quarto de hóspedes do castelo, logo ao lado havia a sala repleta de livros e estantes empoeiradas.

 

O clima estava ameno depois da noite tempestuosa que passou.  Mesmo usando uma grossa capa escura e trajando vestes largas, não estava quente para aquele homem que outrora estava no meio da tempestade. Sua feição era de seriedade enquanto passava a mão por cima dos balcões empoeirados, sentindo o cheiro de mofo que o tempo e o clima deixaram se proliferar.

 

Seus olhos percorriam as capas dos livros que eram cobertas por poeira, e outros estavam gastos e velhos, perdendo a cor e desfiando pouco a pouco. Os olhos esverdeados pairaram sobre um livro de capa preta, na parte mais alta da prateleira. Aquela estante era muito mais alta que o homem, mas ele conseguiu alcançar o livro apenas esticando seu braço, deixando revelar suas mangas vermelhas por baixo da capa.

 

Pegou o livro de capa de couro, escurecido e arranhado. Soprou então a capa para retirar o pó e ler o título, gravado a fogo no couro e tingido de um vermelho escurecido.

 

- “Compendium Alica - Tempus Nigrum” – A voz grave dele resoou ao pronunciar o nome do livro. Seus olhos brilhavam de uma maneira fascinada, mas havia tristeza no fundo. As mechas acinzentadas que recaiam cobrindo parte da face tocaram de leve as suas pontas no livro, empoeirando-se um pouco.

 

Lentamente, se afastou da estante e sentou-se em uma cadeira, próxima à parede onde havia também uma mesa de madeira com uma toalha por cima. Estava marrom de tanta sujeira, mas o homem não se importou de sentar e colocar o livro sobre ela. Abriu-o e começou a folhar, lentamente, buscando algo em suas palavras antigas.

 


Quatroze Anos Atrás...

 

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- Querido. Não precisa fica impaciente, ela deve ter achado alguma coisa. – A voz melodiosa da morena trazia uma tranquilidade imensa para o homem alto de cabelos prateados.

 

- Eu sei Melody. Mas faz anos que não a vemos, então talvez tenha mais do que informações. – Tenkisei falava em um tom mais sério, embora sua face esboçasse um sorriso para sua esposa.

 

Depois de passarem pela fervorosa multidão de Prontera, os dois seguiram rumo para o norte, indo até o majestoso castelo real de Prontera. No caminho, poucas pessoas tumultuavam, perto de uma pequena praça que continha uma estátua, desenhada na forma de duas mãos se apertando. A Estátua da Amizade, que figurava o centro da chamada “Praça das Mãos”, era o ponto de encontro de muitos aventureiros e amigos desde que ela foi construída.

 

Passando pela praça, Melody abraça o braço direito de Tenkisei e sorri para o músico, que retribui de forma carinhosa com um largo sorriso e uma carícia no rosto. Quem passava por eles reconhecia-os pelas performances feitas em outras cidades, inclusive o duelo entre o maestro e o menestrel Johann Klaustrus, há pouco tempo.

 

Saindo da rua principal, o casal ficou à frente de um portal de entrada que dava na ponte do castelo. Havia um guarda ao lado da entrada e ficou encarando Tenkisei, admirado, enquanto os dois avançavam para a ponte. A entrada do castelo era imponente, magnífica, talhada nas pedras claras que davam um ar antigo, mas muito refinado à construção. O casal andou até atravessarem o primeiro salão, e então subiram um lance de escadas cobertas por um tapete vermelho com bordados amarelos.

 

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Um som suave de piano começou a ecoar conforme eles subiam a escadaria. Era um som doce, fino e bem trabalhado. Ao ouvir a música, Tenkisei olhou para Melody, que respondeu com uma feição animada.

 

- Nada mal. Ela está evoluindo muito. – O músico acelerou o passo e subiu as escadarias mais rapidamente, com a musa logo atrás.

 

- Afinal, você foi o professor dela, Tenki. – Melody falou com um largo sorriso.

 

Os dois subiram e chegaram a uma sala repleta de estantes, atulhada de livros. Estavam limpos, conservados e muito bem organizados, divididos com vários pedaços de papel que notificavam a natureza do conteúdo. Embora o local fosse bem decorado, com mesas cobertas de tecidos caros e as paredes de mármore, não havia ninguém ali. O som vinha de uma antessala, atrás de algumas cortinas de veludo vermelho que escondiam a passagem. Tenkisei olhou para sua esposa, que assentiu positivamente. Eles puxaram a cortina devagar e então entraram na antessala.

 

Ao chegar ao local, se depararam com uma jovem sentada à frente de um enorme instrumento preto, alongado e com várias teclas brancas e pretas. As notas daquele piano ressoavam conforme a jovem tocava rapidamente as teclas, mesclando as notas graves para formar a base, as várias notas mais agudas tocadas singularmente para formar uma sequencia de sons.

 

A jovem de cabelos longos, enquanto tocava o piano, balançava suavemente sua cabeça conforme as notas que tocava. Seu corpo, trajando um vestido longo e negro, exibia sua bela silhueta até a cintura, onde começava a barra da grande volumosa saia.  Tenkisei e Melody olhavam encantados para a garota, embora a musa mantivesse um olhar um pouco mais cuidadoso.

 

- Então vieram fazer uma visita? – A garota falava ainda concentrada na música em seu piano.

 

O casal se manteve em silêncio profundo, apenas escutando a melodia das notas que a jovem produzia. Mesmo ela, concentrada na música, parecia exalar uma excitação por conta da melodia. Notas suaves, em escalas menores, criando uma melodia mais dramática e lenta que davam a impressão de que havia mais do que simples partituras lidas para executar aquela melodia. Paixão, drama, sentimentos que eram colocados enquanto a música chegava ao seu final.

 

A bela jovem diminuiu o ritmo das notas e também a sua tonicidade, indicando o final da música. Tocou um último acorde e então fez uma pausa, esperando até que o último resquício de onda sonora estivesse parado de vibrar, e então suspirou. Tenkisei e Melody aplaudiram levemente para a garota.

 

- Nada mal, minha cara aluna. – Tenkisei sorria para ela. A jovem se virou, mostrando seu rosto jovial e feliz, e então se levantou. Segurou em sua saia e fez uma reverência cordial para ambos.

 

- Gostou Tenki? – Ela perguntou, andando na direção dos dois.

 

- Claro que gostei. Sabe como a música, executada de forma correta, me preenche de alegria. – Respondeu ele, sincero.

 

A garota correu e se jogou nos braços do maestro. Ela era um pouco menor que Melody, fazendo-a parecer uma criança perto de Tenkisei, que avermelhou e ficou sem reação. Melody olhou com uma face desacreditada e bufou.

 

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- Elizabeth! – Ela segurou o ar nas bochechas, ficando mais vermelha que seu marido. A jovem virou o rosto e mostrou a língua para ela.

 

- Calma priminha, eu sei que você sente ciúmes de mim com o lindo do Tenkisei. – Elizabeth ergueu a mão e passou-a no rosto do músico, provocando a garota.

 

- Er... que é isso, não precisa fazer assim... – Tenkisei estava sem jeito.

 

- Eu to só brincando, Mel. – A garota se afastou de Tenkisei e abraçou Melody, que ainda bufava. – Você sabe o que sinto, mas você chegou primeiro.

 

- Não tem graça nenhuma... – Melody abraçou sua prima, ainda um pouco irritada, mas o fez de forma carinhosa.

 

As duas se soltaram, enquanto que Tenkisei ria baixo, pensando no constrangimento dos três. Por fim, tirou a capa de seu instrumento das costas e colocou apoiado na mesa. Pegou uma cadeira e se sentou próximo das duas.

 

- Então, Elizabeth, como vai sua vida de investigadora? – O maestro falava tranquilo.

 

A jovem suspirou, puxou duas cadeiras para perto de Tenkisei e ofereceu o lugar para Melody. Quando ela havia se sentado ao lado de seu marido, Elizabeth sentou a frente dos dois, encarando-os.

 

- Ah! A vida de investigadora do reino é uma porcaria. – Disse, em um desabafo. – Ta, eu viajo muito, conheço lugares fantásticos, mas não é sempre mil maravilhas.

 

- Você nunca quis ser algo sério, Eliza. – Melody falou provocando um pouco.

 

- E você me inveja por eu ter seguido o caminho de Desordeira. – A jovem mostrou a língua de novo, mas as duas pararam de se provocar quando Tenkisei pigarreou.

 

- Bem, Eliza. Eu vim na verdade por outros motivos.

 

- Veio dizer que me ama e que não quer mais a minha priminha? – Ela falou enquanto olhava para Melody, com um sorriso de escárnio.

 

- Hey! – Exclamou a musa.

 

- Não! Eu vim aqui por que preciso de certas informações. – Tenkisei suspirou e ficou olhando para Elizabeth.

 

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A jovem parou de sorrir e olhou séria para ele. Trocaram olhares por um tempo, e por fim ela assentiu.

 

- Bem, o que posso fazer por vocês?

 

O maestro levantou a mão e puxou a manga de sua camisa para trás, mostrando o antebraço nu para a jovem. Melody ficou tensa, e Elizabeth se sentiu assim depois de ver uma estranha marca pouco abaixo do pulso de Tenkisei. Era uma mancha negra, um símbolo que parecia ter sido marcado à fogo na pele dele.

 

- Por Odin, o que aconteceu? – A jovem se aproximou para ver melhor.

 

- Apareceu tem alguns dias. Não consegui achar referência em nenhum livro, inclusive sobre... – O músico fez uma pausa e suspirou.

 

- Entendo. – A jovem olhava para a marca no braço de Tenkisei, enquanto Melody encarava seu marido, preocupada. – Você acha que pode ser...

 

- Um feitiço? Eu conheço essas coisas, mas não é um. Isso é algo muito mais forte. – Ele falava sereno, mas com um tom mais sério.

 

- Vou procurar aqui... – Elizabeth se levantou e foi até suas estantes com montanhas de livros atulhados e começou a procurar por um. Melody abraçou o braço de Tenkisei e apoiou sua cabeça no ombro dele, preocupada. Porém, o músico sorriu e ficou afagando a cabeça dela, carinhosamente. Embora ele tentasse tranquilizar sua amada e procurasse a ajuda de uma investigadora, ele sabia o que o esperava...

 


Geffen...

 

- Muito bem meus caros alunos, tenham um bom dia!

 

Na torre de Geffen, no mais alto andar, um homem estava atrás de sua mesa, em uma sala lotada de vários alunos em suas carteiras. O local era enorme. Em sua base no centro da sala estava a mesa do professor, a lousa na parede atrás dele e alguns objetos bonecos similares aos humanos, pendurados em pedestais próximos da porta de saída. A frente  da mesa do professor, começavam as mesas dos alunos, sendo uma fileira por degrau, que dava a forma de uma arquibancada à sala de aula.

 

O professor, um homem alto e trajado apenas com um terno um tanto quanto antiquado, observava os vários alunos descendo por uma escadaria que dava acesso às fileiras de carteiras.  Seus olhos amarelados lhe davam um aspecto diferente, apesar de parecer um pouco jovem para lecionar.

 

- Até mais professor Dhellor! – Algumas passavam por ele, enquanto arrumava seus papéis em sua mesa. Ele apenas acenava com a cabeça e sorria, voltando ao trabalho. – Tchau professor! – Alguns jovens aprendizes de mágicos também passavam correndo por ele, porém, um deles foi direto à sua mesa, ficando à frente.

 

- A aula já acabou, pode ir para... – O professor não estava olhando, mas quando ergueu a cabeça e se deparou com seu aluno, ficou sério. – Ravnus?

 

- Desculpa lhe interromper, professor Alberich.  – O jovem tinha cabelos levemente esbranquiçados, usava óculos de armação redonda e tinha uma feição cansada.

 

- Ora, o que deseja meu caro Ravnus? – Alberich deixou os papéis em cima da mesa e foi até o garoto, ao seu lado.

 

- Professor, eu me sinto estranho sabe, tem acontecido umas coisas estranhas comigo... – O jovem falava olhando para o chão. Alberich sorriu meio sem jeito e se escorou na mesa.

 

- É normal meu jovem. Mas não acha que isso é assunto para seus pais?

 

- Não é isso professor... – Ele esticou o braço e puxou a manga da camisa. – Olha...

 

O professor ficou estranhando a conversa de seu aluno, mas ao ver o braço dele ficou inquieto. Havia uma enorme marca, um símbolo grande e negro desenhado na pele do jovem, tomando conta de quase todo o antebraço dele.

 

- Isso...isso é..

 

- Professor Dhellor! – Uma voz ecoou atrás dos dois, vindo da porta. Havia um homem alto, de cabelos loiros muito claros e olhos azuis brilhantes. Escorado na entrada da sala, o homem olhava para os dois com um ar superior.

 

- Er... Diretor Lavey! – Alberich fez um aceno forçado com a cabeça, levado pelo susto da presença daquele homem, cobrindo o braço de Ravnus rapidamente. Lavey deixou a entrada e foi na direção dos dois lentamente. O que mais chamava a atenção no diretor, além do ar de superioridade e os olhos azuis estranhamente brilhantes, era o fato de ter orelhas pontudas e finas. – O que o senhor está fazendo aqui?

 

- Vistoria apenas.  – Ele se aproximou e estendeu a mão para Ravnus, que cumprimentou tímido. Virou-se para cumprimentar Alberich, mas fixou seu olhar no braço do jovem Ravnus, onde o professor havia mexido rapidamente antes do diretor se aproximar. Alberich rapidamente cumprimentou Lavey, tirando sua atenção do garoto. – Ah sim, um dos nossos mais valorosos alunos.

 

- É muita gentileza sua, senhor Lavey... – O jovem olhou para baixo, envergonhado.

 

- Bem, então... o senhor queria falar comigo? – Alberich interrompeu novamente.

 

 

- Claro, poderia ir comigo até minha sala? – O diretor acenou para a porta. Alberich ficou olhando para o diretor, então deu um tapinha nas costas de Ravnus,  e começou a andar junto de Lavey. Os dois saíram da sala e entraram em um corredor com várias janelas que davam uma visão privilegiada do sul de Geffen. O sol raiava com poucas nuvens no céu, e podiam-se ver várias pessoas transitando por perto da fonte de Geffen. Lavey mantinha os olhos todo o tempo para a fonte, com as mãos nas costas.

 

- Então diretor, do que precisa? – O professor Dhellor parecia um tanto impaciente. Lavey olhou para os lados e confirmou que não havia pessoas nos corredores.

 

- Certamente que você, como um dos mais hábeis mestres da magia, conhece a lenda de um artefato mágico de grande poder, capaz de aumentar o potencial de um usuário de mana, não é?

 

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- De fato conheço. Ela não é mais uma história fictícia, visto que muitos fragmentos foram encontrados. – Alberich andava um pouco atrás de Lavey, mas falava sério com ele.

 

- Certo. Mas sabendo disso, não é de se perguntar qual seria o real tamanho deste poderoso objeto, ou sua origem? – Lavey voltou a olhar para o lado de fora, na fonte de Geffen.

 

- Isso ainda é uma questão a ser investigada, diretor.

 

- Não seja tão apressado, meu caro Alberich. – O diretor virou em um corredor mais escuro e adentrou-o. – Isso é o que os cientistas e estudiosos afirmam, mas creio que um homem com tamanho conhecimento como você já deve ter ouvido falar de outras histórias.

 

O Professor Dhellor se sentiu um tanto desconfortável com aquela afirmação. Engoliu em seco e seguiu o diretor até uma porta ao fundo do corredor. Lavey abriu a porta e entrou na sua sala. Um local enorme, cheio de estantes, quadros e várias estátuas. No meio, em cima de ricas tapeçarias, estavam a mesa do diretor, a sua grande poltrona e duas outras cadeiras decoradas logo a frente da mesa. Uma mulher de cabelos longos e muito compridos ocupava uma das cadeiras, e ela virou-se para olhar a dupla.

 

- Ora, o nosso campeão chegou. – Disse ela com um pouco de arrogância.

 

- Boa tarde para você também, Eva. – Alberich cumprimentou de longe a mulher. Ela levantou-se e mostrou sua grande estatura, além de sua pele pálida.

 

- Eva, como você sabe, é minha assistente e grande ajudante nos meus trabalhos. – Lavey se dirigiu até o lado dela, ficando frente à Alberich. – Mas bem, vamos continuar o assunto que nos interessa.

- Não sei aonde o senhor quer chegar, Ephilas. – Alberich retrucou rapidamente.

 

- Aposto que sabe. – Eva comentou.

 

- Dhellor, não é uma questão de saber ou não onde eu quero chegar. – Ele ergueu o braço e tirou a luva, revelando um círculo negro desenhado em sua mão direita, assustando um pouco Alberich. – Creio que já deve ter ouvido falar de Geffenia, claro, e de que há ligações entre tal artefato e aquela terra...

 

- E sei que o senhor é um Elfo, descendente de lá. Mas ainda não sei o que quer dizer com tudo isso.

 

- A questão é bem simples, meu caro Alberich. – Lavey se escorou na mesa. – Há anos, acredita-se que o nosso "graal" está escondida nas profundezas de Geffenia, mas nem eu, nem outros elfos conseguimos encontrar. E depois da queda da minha antiga terra, ninguém mais conseguiu entrar lá para procurar...

 

- Não está sugerindo que odeia os humanos ou que quer tentar achar uma entrada para lá né? – Alberich olhou mais sério para o elfo, que apenas deu um sorriso e fitou-o.

 

- Não. Não tenho ódio dos humanos, pois não ligo para as mentes fechadas que muitos têm. Mas acertou sobre a entrada de Geffenia, meu caro. – Lavey saiu de perto da mesa e de Eva e foi até a janela, olhando para o lado de fora. – Dizem que muito antes dos humanos perambularem por Midgard, as Nornas estavam procurando um meio de defender esta poderosa relíquia realizadora de desejos que residia em Geffenia...

 

Tanto Alberich quanto Eva olhavam atônitos para Lavey, que observava o lado de fora da janela, olhando para o oeste da cidade. Por fim, continuou.

 

- Ele tem um poder tão grandioso quanto os dos deuses que o criaram, que dizem que pode até mesmo conceder um desejo para seu possuidor. Os fragmentos que foram encontrados são apenas lascas perto do grande pedaço que as Nornas esconderam. E para manter a salvo, elas criaram um pequeno evento que se concretiza de tempos em tempos...

 

- Eu sei dessa história, Lavey! – Alberich interrompeu. Sabia onde o diretor queria chegar, mas ao lembrar-se de Ravnus, resolveu cortar o assunto. Lavey se virou e encarou seriamente o professor.

 

- Você viu esta marca. Sabe que as Nornas escolhem algumas pessoas com capacidades superiores para serem detentoras da relíquia.

 

- Mas isso significa que tem que matar seus rivais. – Concluiu Alberich, indignado.

 

- O que é pouco, considerando o tanto de lixo que existe nesse mundo. – Eva comentou arrogante. Lavey voltou até perto deles e voltou a fitar o professor com mais serenidade.

 

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- Como poderosos mestres da magia que somos, nosso dever é obter esse poder e tomarmos conta de Midgard, não concorda?

 

O professor abaixou a cabeça e suspirou.

 

- Você também deve saber que alguns mestres também despertaram o sinal, inclusive aquela aberração de Juno. – Lavey comentou.

 

- Sim, da para sentir cada um deles despertando. – Alberich falou baixo, mas Lavey e Eva escutaram muito bem.

 

- Então, Alberich, vai se unir a nós? Vai conosco atrás de uma chance de conseguir realizar o seu sonho? O nosso sonho?  – Lavey enfatizou as palavras, fazendo com que Alberich estremecesse um pouco.  – Posso dar um tempo para pensar...

 

- Eu vou pensar um pouco... – Alberich falou rapidamente. Levantou a cabeça e vislumbrou o sorriso de escárnio que Eva dava e a face serena de Lavey.

 

- Muito bem. Pode ir professor. – O diretor apontou para a porta e, cordialmente, Alberich se despediu e partiu.

 

- Ele é muito dedicado. Realmente seria um problema ter ele como inimigo. – Lavey ficou olhando o professor andar pelo corredor.

 

- Você acha que ele vai nos ajudar? – Eva parecia curiosa. Era tão alta quanto seu consorte, apenas alguns centímetros mais baixa.

 

- Vai sim. O que mais movimenta ele é o desejo de rever sua falecida esposa. Ele tentaria tudo por ela...

 


Prontera...

 

- Não acredito nisso! – Tenkisei olhava um tanto abismado para o livro que estava aberto em cima da mesa.

 

Elizabeth havia encontrado um antigo livro de capa negra, de couro. Abriu-o e mostrou o seu conteúdo para o casal. Melody cobria a boca, demonstrando sua preocupação com o que havia no livro.

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