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UM CAVALEIRO SOLITÁRIO... - CAPITULO 2: NÃO HÁ CURA...


~San~

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OBS: "" (ASPAS) quer dizer lembranças

................. CAPITULO 2: NÃO HÁ CURA

"_Todos os cavaleiros do clã esão sendo recrutados para defenderem o castelo de uma invasão! - gritava um dos chefes do clã. Era um bruxo de grande beleza e inteligencia. O homem tinha um cabelo longo e louro como o sol que ardia no rosto de todos enquanto se preparavam para defender com seus corpo, alma e sangue o castelo que há muito tempo haviam conquistado. O bruxo usava um quepe e tinha os olhos azuis voltados para um cavaleiro em especial, aquele era seu melhor guerreiro e estranhamente o mais solitário. Na verdade, quando enviou o aviso de que precisava dos serviços daquele homem, pensou que não seria respondido e que o castelo teria que se defender sem ele, mas enquanto terminava os ultimos preparativos para a Guerra do Império, ouviu os comentários que o Cavaleiro Solitário havia voltado depois de anos ao castelo do clã. - Precisamos que todos tomem suas posições, conhecem suas ordens, deem o sangue que tiverem nas veias, gritem enquanto tiverem ar nos pulmões e não se esqueçam de que a nossa liberdade, tesouros e vidas estão nas suas mãos! - encerrou o discurso.

O cavaleiro estava encostado numa das paredes do imenso salão de festas onde todos estavam reunidos para as ultimas instruções de estratégias, o que era vital para a sobrevivencia do castelo. O castelo Skoegul do feudo das Valquirias era, com toda a certeza o mais desejado entre os castelos daquele lugar e seria atacado ferozmente por todos os clãs da região. Talvez por isso até mesmo aquele homem que jamais defenderia um castelo, estava lá, para ajudar.

_Obrigado por vir! - Joel aproximou-se do cavaleiro. O bruxo tinha no rosto um sorriso quase imperceptivel, embora o cavaleiro fosse calado e jamais olhava no rosto dos demais, havia algo que os unia, como se fossem amigos, mas não eram, já haviam lutado como inimigos, mas a necessidade os havia novamente unido por uma causa unica. - Preciso que cuide do Imperium com todo o seu poder! - resmungou soltando um longo suspiro. Raramente ouvia a voz do cavaleiro e sentia-se sempre menosprezado por ele, não que isso fosse importante, mas preferia saber que aquele homem estava ao seu lado do que contra ele.

_Não passarão por mim! - a voz do homem pareceu soar como um trovão nos ouvidos do bruxo. Joel, quase deixou cair sua Maçã de Guilherme Tell da cabeça quando percebeu que o cavaleiro o havia escutado. Então, tentando disfarsar a surpresa, ajeitou suas Luvas integrais e sorriu.

_Tenho certeza que sim, meu caro Eduardo! - enfim deixou o cavaleiro sozinho, como ele gostava de ficar.

...

A luta estava sendo empiedosa, muitos já haviam morrido e tantos outros sangravam. Os sacerdotes tentavam curar todos que podiam, mas as ofensivas estavam cada vez mais ferozes. Das torres, Caçadores e Bardos investiam todas as suas forças contra os que tentavam passar pelas armadilhas, os falcões desciam ferozmente contra os que tentavam passar pelos portões principais, porém, muitas aves estavam morrendo e outros tantos caçadores e bardos estavam sendo atingidos. Mercenários e Arruaceiros pela primeira vez, naquele clã, estava juntos, lutando lado a lado para conter a leva de cavaleiros e bruxos que invadiam os salões, nunca houve tanto veneno junto num unico ambiente. Mas os sacerdotes eram fortes e junto com monges, abriam caminho em direção ao imperium. Nada parecia deter a ofensiva contra o castelo. Por vezes os bruxos usaram seus principais feitiços para conter os invasores, muitos já estavam mortos, no chão, caidos, sangrando e sofrendo. Pelos corredores ouvia-se gritos de ajuda, de misericordia e de tristeza. O sangue de inocentes e de culpados lava os tapetes antes dourados, agora vermelhos. Mas o cavaleiro parecia indiferente aquelas cenas de horror, seus passos eram suaves por cima dos cadaveres e seu olhar gelado diante de tanta triteza, não havia sentimento em sua espada e nem em seus movimentos.

Pouco a pouco os invasores foram se aproximando da sala do imperium, mas ali estava a maior defesa de todas, no chão muitas armadilhas, bruxos que não paravam de invocar magias, cavaleiros e cruzados faziam uma muralha de carne que impedia que os demais avançassem, de longe os sacerdotes curavam aqueles que defendiam o simbolo do castelo e mesmo mercenários investiam seus venenos contra o inimigo. A luta estava fora de controle. Aliados e inimigos gladiavam-se e destruiam-se.

Ao redor de Eduardo uma montanha corpos foi se formando, em geral outros cavaleiros que tentaram passar por ele, mas havia sido inutil a tentativa, havia morrido antes mesmo de desferirem um unico golpe. No entanto, o cavaleiro também havia sofrido outros tantos ferimentos que começava a pensar se sobreviveria aquela chacina. Mas suas mãos ainda movimentavam-se, mesmo contra seus pensamentos e vontades e o sangue continua a jorrar sem piedade. Logo, todos a sua volta estavam mortos, todos?

_Morra! - gritou uma mercenária desferindo um golpe contra a mão de Eduardo. A luvas era resistente e a unica coisa que a jovem conseguiu fazer antes de sentir a lamina fria contar seu corpo foi injetar um poderoso veneno nas veias do cavaleiro. Ele sorriu, traza consigo uma poção verde que seria suficiente para acabar com os efeitos da toxina. No entanto...

_Idiota, eu não vou ser derrubado por um simples veneno! - disse pegando do cinto a poção.

_Mas morrerá com o feitiço que vou lança! - um sacerdote apareceu repentinamente.

Antes que Eduardo pudesse fazer qualquer movimento ele sentiu como se o ferimento tivesse sido fechado e como se o veneno fosse lacrado dentro do seu corpo. Era como se as veias tivessem engolido todo o veneno que agora percorria seu corpo. No entanto, os efeitos mortais não pareciam estar sendo sentidos pelo homem.

_O que você fez? - gritou agarrando o pescoço do sacerdote e levantando-o.

_Você não morrerá agora, não se preocupe, na verdade, seu fim será quando o solsticio de inverno chegar! Assim que o sol se por, você morrerá! - disse num sorriso satisfeito.

As mãos do cavaleiro tremeram e ele sentiu como se uma imensa dor tomasse conta de seu corpo. Aproveitando a falha do cavaleiro o sacerdote o empurrou para trás e fugiu, não seria capaz de destruir o imperium, mas havia destruido a vida de um homem que jamais havia vido de verdade.

Ao final, Eduardo estava de joelhos no chão, a guerra havia terminado, os inimigos afastado, os corpos estavam sendo enterrados e o castelo novamente reformado para a proxima batalha, mas o cavaleiro não moveu-se, permaneceu onde o sacerdote o havia deixado, nunca havia sentido tanto medo em sua vida e sabia que aquele sofrimento era apenas o começo. Sua mente estaria lentamente sendo destruida por um veneno que ele desconhecia.

_Sinto muito! - desculparam-se todos os sacerdotes, todos haviam falhado em buscar a cura, ele não tinha mais esperanças de viver."

...

_Você está bem? - um rosto feminino surgiu na frente do cavaleiro... 

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