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As coisas simples


Pudovkin

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As coisas simples

Ela vai comprar

Ela decidiu comprar poções vermelhas, tinha um pouco de dinheiro sobrando. Então, andou até o mercador mais próximo que, por acaso, estava vendendo poções vermelhas e - sua mão direita roçou o corpo, descendo vagarosamente até o bolso, e o sol se fragmentava nos seus cabelos dividindo a luz em sete cores, seus olhos abaixaram pra acompanhar a mão; a mão se estica e fuça o pequeno compartimento de pano até achar o dinheiro, num movimento rápido aperta a quantia com força e seus olhos vêm subindo; agora sua mão está a altura dos seus parcos peitos, os olhos fitam atenciosamente o dinheiro enquanto o cérebro faz a conta final; seus braço e antebraço tão alvos se alongam em direção do mercador que sorri um pouco de lado, provavelmente pensando no lucro, mas disso ela não sabe; algumas gaivotas chafurdam numa pequena poça de água e sua cabeça se move alegre em direção a elas, os cabelos acompanham a felicidade; mal ela vê o mercador calculando o troco e pegando o dinheiro numa pequena bolsinha feia, mal ela vê o chapéu dele fazendo uma sombra sobre seu rosto dividindo o mercador em trevas e luz, solidariedade e avareza; as gaivotas voam pra longe e uma gota d'água espirra na cabeça dela, mas o uivo de uma brisa vem secá-la e ela nem se dá conta; o ombro dela alavanca o braço novamente em direção do mercador pra receber o pequeno troco e as 6 poções, que são rubras feito sangue e um tanto quanto pesadas pra quem está acostumado a carregar jellopy e outras tralhas; seu corpo todo se dá conta da massa daquelas poções, respondendo biofisicamente de forma apropriada mas não excessiva; os seus olhos brilham como a luz refratada nas garrafas de liquido-sangue e querem lacrimejar um pouquinho porque o tempo está seco e essa maresia gostosa que banha Alberta dia e noite não parece fazer-lhe bem às mucosas oculares; seus cabelos ruivos como as poções parecem contribuir com toda essa epifania idiota e balançam com seus movimentos agradecidos qual dançarina de axé; uma Rosa Selvagem surgiu e começou a se lamber e a miar premunitoriamente mas ela continua sorrindo, braços estendidos, pateticamente cândida, despersonalizada e descrita num parágrafo - e comprou as poções vermelhas.

De pronto usa as poções pra não pesarem. Agradecida:

- Muito obrigada!

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Ela vai comprar

Ela decidiu comprar poções vermelhas, tinha um pouco de dinheiro sobrando. Então, andou até o mercador mais próximo que, por acaso, estava vendendo poções vermelhas e - sua mão direita roçou o corpo, descendo vagarosamente até o bolso, e o sol se fragmentava nos seus cabelos dividindo a luz em sete cores, seus olhos abaixaram pra acompanhar a mão; a mão se estica e fuça o pequeno compartimento de pano até achar o dinheiro, num movimento rápido aperta a quantia com força e seus olhos vêm subindo; agora sua mão está a altura dos seus parcos peitos, os olhos fitam atenciosamente o dinheiro enquanto o cérebro faz a conta final; seus braço e antebraço tão alvos se alongam em direção do mercador que sorri um pouco de lado, provavelmente pensando no lucro, mas disso ela não sabe; algumas gaivotas chafurdam numa pequena poça de água e sua cabeça se move alegre em direção a elas, os cabelos acompanham a felicidade; mal ela vê o mercador calculando o troco e pegando o dinheiro numa pequena bolsinha feia, mal ela vê o chapéu dele fazendo uma sombra sobre seu rosto dividindo o mercador em trevas e luz, solidariedade e avareza; as gaivotas voam pra longe e uma gota d'água espirra na cabeça dela, mas o uivo de uma brisa vem secá-la e ela nem se dá conta; o ombro dela alavanca o braço novamente em direção do mercador pra receber o pequeno troco e as 6 poções, que são rubras feito sangue e um tanto quanto pesadas pra quem está acostumado a carregar jellopy e outras tralhas; seu corpo todo se dá conta da massa daquelas poções, respondendo biofisicamente de forma apropriada mas não excessiva; os seus olhos brilham como a luz refratada nas garrafas de liquido-sangue e querem lacrimejar um pouquinho porque o tempo está seco e essa maresia gostosa que banha Alberta dia e noite não parece fazer-lhe bem às mucosas oculares; seus cabelos ruivos como as poções parecem contribuir com toda essa epifania idiota e balançam com seus movimentos agradecidos qual dançarina de axé; uma Rosa Selvagem surgiu e começou a se lamber e a miar premunitoriamente mas ela continua sorrindo, braços estendidos, pateticamente cândida, despersonalizada e descrita num parágrafo - e comprou as poções vermelhas.

De pronto usa as poções pra não pesarem. Agradecida:

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