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Galliun

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Tudo que Galliun postou

  1. Esqueceu do "Fiz bolinhos de chuva". [/mal] =( Vou fazer denovo e vai ficar estaile |: Seus bolinhos eram mágicos. Mágicos que nem um pintinho com duas cabeças. Mas mágico.
  2. O tema que eu tenho em mente é muito mais desafiador e vai gerar desenhos engrassadius! XD Você não me respondeu! *tem uma crise de nervos*
  3. Seria julgado por quem? Pela comunidade ou pela (maldita) LUG?
  4. A-where? Tava querendo puxar faz um tempão, mas nunca achei / procurei =X Tem umas páginas faltando mesmo assim e tá em Ingles. PM. Qual dos dois vc quer??? Ambos. Gracias.
  5. A-where? Tava querendo puxar faz um tempão, mas nunca achei / procurei =X
  6. Também te amo. =**= Hentai bom é aquele que passava na Band que tinha aquele cara que virava um monstro com vários erm... membros... gigantescos... E que você tinha gravado, né amor? *runz* EOWL!!11! Hoooooo~ @Galliun: Veja seus PMs modahfocah. Tem muita coisa pra vc ler do Mageduel. =D *runz da Lilith* s2 s2 s2 s2 D&D! Juro que uma hora eu vou fazer um tópico sugerindo uma mesa online via NBRPG. [/e2²³²]
  7. [emo]Amiguxo[/emo], vai na Devir comprar Mangá. É no Cambuci, facinho de chegar. Sabe aquelas mesas cheias de caixas de Mangás que você vê nos Eventos da vida? Então, lá é de segunda à Sexta ALL DAY LONG. Hooooo~ Acho que Sábado tb. [/hmm] Faz muito tempo que fui lá, mas lembro que comprei 4 exemplares de Ah! My Goddess pra minha namorada. Além de muitos livros de D&D pra mim. *hughes dah books* *tenta se controlar* ARGH! Lembrei do Complete Arcane / Unearthed Arcana (acho que era o Unearthed) que lidava com as regras de duelos entre Wizards, tudo bem explicadinho. Eu REALMENTE gostaria de jogar novamente, mas o meu antigo mestre ficou de bibice, quis jogar, colocou o irmão de 9 anos na campanha e depois largou mão. Wee. Estou sem grupo, sem mestre e com vontade de sobra. Se alguém quiser montar uma mesa online, tenho um Gray Elf Wizard, Alis Naïlo o nome. [/snif]
  8. *tirando os 'Re: Resposta: Re: '* Parem de floodar nas Fics, cacete.
  9. Vou ser puxa-saco e postar mais uma vez. Gostei. O cavalheiro de camisa amarela é quem eu penso que é? [/heh]
  10. Gostei, achei bem narrado. Quero ver mais [/s]
  11. Gostei, achei bem narrado. Quero ver mais [/s]
  12. 1 ovo batido (clara depois gema); 1 colher (sopa) de açúcar; 1 pitada de sal; 1 ou 2 colheres (sopa) de leite (para dissolver 1 colherinha de fermento); farinha de trigo + 1 colher (sopa) de fubá. Canela com açúcar para polvilhar Junte todos os ingredientes e misture. Se a massa espalhar, é porque está mole, coloque mais farinha, beócio. Modele os bolinhos com duas colheres de sobremesa e frite no óleo não muito quente (senão tosta por fora e fica cru por dentro, lol). Depois de frito, passar no açúcar e canela. Quanto menos leite você colocar, mais fofo seu bolinho vai ficar. to fazendo =x Tô esperando a sua nota =X
  13. 1 ovo batido (clara depois gema); 1 colher (sopa) de açúcar; 1 pitada de sal; 1 ou 2 colheres (sopa) de leite (para dissolver 1 colherinha de fermento); farinha de trigo + 1 colher (sopa) de fubá. Canela com açúcar para polvilhar Junte todos os ingredientes e misture. Se a massa espalhar, é porque está mole, coloque mais farinha, beócio. Modele os bolinhos com duas colheres de sobremesa e frite no óleo não muito quente (senão tosta por fora e fica cru por dentro, lol). Depois de frito, passar no açúcar e canela. Quanto menos leite você colocar, mais fofo seu bolinho vai ficar. to fazendo =x Tô esperando a sua nota =X
  14. Olha, cara, mesmo ele sendo a pior pessoa do mundo, ele já fez algo pela comunidade (o guia de Battle Sages). E você?
  15. Olha, cara, mesmo ele sendo a pior pessoa do mundo, ele já fez algo pela comunidade (o guia de Battle Sages). E você?
  16. Se fosse um 'pwned', ela teria pedido pra eu postar o capítulo por ela XD
  17. Não. A Fic entrou em coma, parcialmente por desenrolares IRL, parcialmente por TPM da autora. Sim, me foi pedido pra escrever isso =3
  18. Se fosse um 'pwned', ela teria pedido pra eu postar o capítulo por ela XD
  19. Não. A Fic entrou em coma, parcialmente por desenrolares IRL, parcialmente por TPM da autora. Sim, me foi pedido pra escrever isso =3
  20. 8. O Resgate na Ilha de Bone Cleaver  Depois de horas em alto mar, o grupo finalmente chega à ilha. Ironfist, à frente do grupo de guerreiros e dos 30 soldados, dá as últimas instruções antes de começarem a busca. Hakkin, usando sua levitação, sobe a cerca de 50 metros acima do chão. Repara numa grande construção à leste, muito além da floresta que teriam de atravessar, sobre uma montanha não muito alta, mas aparentemente, muito bem protegida. Voltando ao solo, o elfo negro indica a direção aos seus companheiros. O grupo começaria a jornada em busca da filha de Siegfried, a jovem Pietra McLeoud. A mata era realmente muito cerrada. Por todos os lados, animais exóticos e mortalmente belos. Durante a caminhada, Green Korn começa a conversar com Ironfist e os outros. - Quem será esse “desafeto” de Siegfried, que raptou sua filha e a trouxe para cá? Você sabe de alguma coisa, Ironfist? - Sei pouco a respeito... Siegfried me disse que se trata de um necromante[1] muito poderoso, que passou os últimos anos criando monstros com sua magia. Disse também que esses seres vivem espalhados pela ilha, fiéis à vontade de seu criador. Por isso, devemos ficar atentos para evitar qualquer ataque surpresa. - Um necromante... Curioso – diz Limbus. Mesmo sendo um clérigo de Osíris, Limbus Garnier tinha alguns de seus poderes voltados para a esfera da necromancia. Ia ser curioso ver o que o poder desse mago havia criado. - Mas, vem cá, – diz Hakkin – há quanto tempo esse mané tá aqui? Não, porque se ele tá aqui já há algum tempo, deve ter um monte desses bichos soltos por aí... - Não se preocupe, elfo. Seja quem forem, serão derrotados por nós. – diz Kamaitachi. - Não estou preocupado não, fuinha, só quero que sobre alguns para eu acertar com meu arco “especial”, sacou? Kamaitachi não responde. O grupo continua sua caminhada por dentro da mata, que se tornara mais densa. O dragão branco, com suas garras, e o elfo dourado, com suas bastardas, abrem o caminho por entre galhos e arbustos. Ironfist, que se encontrava à frente do grupo, pára. Sem dizer uma palavra, conjura seu martelo. Korn e Limbus, por meio de sinais, mandam que os soldados fiquem prontos. Ironfist havia percebido uma estranha movimentação nos arbustos e nas copas das árvores mais à frente. O grande guerreiro pede distância do grupo, que se afasta rapidamente, voltando cerca de 100 metros. Levantando seu martelo, Ironfist se prepara. - Estejam prontos! – brada o guerreiro, golpeando o solo com sua arma, produzindo uma onda de choque fortíssima que viria a abrir uma enorme clareira. O grupo de heróis e o exército quase são arremessados longe. A densa mata agora era uma área desmatada e aberta. Os soldados permanecem atônitos com o poder do grande guerreiro. Não demoraria para que surgissem os causadores da agitação na floresta: saindo em meio às árvores caídas e arbustos arrancados, vários lobisomens levantavam-se, encarando os aventureiros que ousaram invadir os domínios de seu Mestre. Eram mais ou menos 12 criaturas, todas prontas para atacar. Ironfist os encara com seu grande martelo em punho. Limbus, Hakkin, Kamaitachi e Korn já se encontravam prontos para o ataque. Os trinta soldados aguardavam por um sinal para darem início ao ataque. Um dos seres, com um longo e sonoro uivo, dá a ordem para que os outros lobisomens ataquem. A batalha teria início. - Tomem cuidado, apesar de poucos, eles são mais ágeis! – Bradava Green Korn para o exército. O Blade Singer, com suas bastardas, golpeava seus adversários de maneira feroz. Porém, a agilidade daquelas bestas era sobre-humana, e muitas vezes os inimigos conseguiam se esquivar. Kamaitachi libera o Chão de Gelo no local da luta, para limitar os ataques dos adversários. Limbus, pegando algumas pedras no chão, ataca os monstros com seu ataque de Pedras Mágicas. Os soldados partem ferozmente sobre os monstros, armados de espadas longas e escudos. À frente deles, Nazareth, que a essa hora atingia mais uma criatura da ilha. Os lobisomens também atacam violentamente. Sem demora, sete soldados são dilacerados pelas garras dos inimigos. O grupo de heróis começa a atacar com mais força. Ironfist, com sua esplêndida arma, esmaga um dos lobisomens, e ainda golpeia outro que se preparava para atacá-lo, arremessando a besta contra uma árvore. Limbus usa sua magia para prender corpos, e aprisiona mais um lobisomem, que viria a ser morto por Nazareth. Alheio ao combate, Hakkin ainda não se manifestara. Restavam mais ou menos seis lobisomens no campo de batalha. Impondo sua mão para o alto, o elfo negro manifesta sua arma. - Ice-Bow! – O belo arco de cristal se formaria nas mãos do arqueiro, que rapidamente, atinge três tiros em três lobisomens diferentes. Estes agora não passavam de estátuas de gelo sem vida. Kamaitachi, com suas garras, dá cabo a mais um lobisomem, enquanto Korn, com seu toque chocante, carbonizava outro. O último fica por conta de Limbus, que, levantando seus braços, invoca um raio, que atingiria em cheio o último dos monstros. - Estão todos bem? – Sai perguntando Green Korn e Limbus para os outros. O grupo havia sofrido muitas baixas, mais ou menos oito soldados haviam tombado diante do ataque das ferozes bestas. - Nada que umas horas de descanso não curem. – Diz Kamaitachi – Vamos parar por um instante, tratar dos feridos, e continuar depois nossa jornada. - Parar agora pode ser perigoso... – diz um dos soldados. - Não se fizermos a ronda. Cada um faz uma hora de vigília, durante quatro ou cinco horas... Não precisamos de mais que isso para continuarmos. Todos concordam. Realmente, tirando Ironfist e Hakkin, todos os outros estavam feridos. Era preciso repousar e dar tempo para que Limbus, com suas magias de cura, pudesse atender aos que mais precisassem. As poções de cura eram muitas, mas tinham de ser poupadas. Logo cairia a noite em Bone Cleaver. O grupo decide dormir para prosseguir a busca no dia seguinte, logo ao amanhecer. ----------------------------------------- Logo pela manhã, Ironfist e os outros continuam a jornada. Estavam recuperados do confronto anterior. Limbus, com seus poderes, havia levantado um dos lobisomens para ser seu servo. O esqueleto agora acompanhava o grupo, com suas garras e presas afiadas. De todos os soldados, o que parecia mais espantado era Nazareth. Parecia nunca ter participado de uma aventura antes. Isso chama a atenção de Green Korn. - Surpreso com tudo isso? - Não, senhor, mas é que nunca tinha visto guerreiros com tanto poder... Veja o que esse senhor fez, levantou a ossada de uma das criaturas! - Ah, mas isso é por que você não viu quando ele levantou a ossada de um dragão... - Ele fez isso com um dragão?! - O Limbus tem mania de levantar esqueletos para servirem aos interesses do grupo... Com o tempo você se acostuma. - Sei... Mas e o elfo negro? Onde conseguiu aquela arma? - Num oráculo desses da vida, perdido numa caverna... Por quê? - Já tinha ouvido falar a respeito de armas como aquela... Pertencentes a guerreiros da guarda pessoal do Imperador de Lenória, há uns trinta anos atrás... O diálogo é interrompido por Ironfist. Novamente, pressentira que algo estava à espreita. A mata já não era mais densa naquela área da floresta. Kamaitachi começa a olhar à sua volta. Tenta entrar em harmonia com o ambiente para saber de onde vem a agitação. Com um sinal, o dragão pede para que todos se preparem. Não demoraria muito para que o místico voltasse sua atenção para a parte esquerda da floresta. Sabia que seus inimigos estavam ali. - À esquerda! - Formação ofensiva! – Bradava Ironfist, correndo sem seu martelo. No meio do caminho, enquanto corria, o guerreiro é atingido por um forte raio. Cessado o clarão, quem estava ali correndo já era o grande mamute branco. Derrubando árvores e abrindo caminho mata adentro, Ironfist encontra seus próximos adversários. Eram sim, como os lobisomens, homens-animais, porém, aparentavam ser mais poderosos. Eram cinco criaturas muito grandes, todas com pelo menos dois metros de altura. Os seres tinham fisionomia humana, porém, aparência bestial. Eram um Homem-Leão, um Homem-Tigre, um Homem-Chacal, um Minotauro e uma Mulher-Leopardo. Aparentemente, o leão era quem comandava os outros. O silêncio toma o lugar. O grande mamute põe-se à frente de todos, que a essa altura, já estavam prontos para atacar. Os 22 soldados remanescentes, com Nazareth à sua frente, ficam próximos ao local da batalha. Ironfist, com um urro, parte para cima dos homens-animais, seguido de Korn, Hakkin, Kamaitachi e Limbus. Nazareth viria logo atrás com os soldados. Com um golpe violento, Ironfist trata logo de acertar o Homem-Chacal em cheio, arremessando contra as árvores. Os outros monstros se separam, e partem também para o ataque. O Homem-Leão permanece imóvel, de braços cruzados, apenas assistindo ao combate. Com uma velocidade assustadora, a Mulher-Leopardo e o Homem-Tigre avançam sobre o exército. Nazareth não recua, e com sua espada, ataca as bestas furiosas. Dois soldados já eram vítimas da ferocidade de seus algozes. Nazareth, para vingar seus companheiros, atinge um golpe na altura do ombro do Homem-Tigre, e outro na perna de sua companheira. Furioso, o monstro ataca o soldado, que se defende com seu escudo. De longe, Green Korn percebe que o guerreiro precisa de ajuda e parte para seu auxílio. - Agüenta aí, moleque, o reforço tá chegando! - Rápido... ele... é... muito forte! – Gritava Nazareth, defendendo-se com dificuldades dos ataques do inimigo. O Blade Singer, com suas bastardas, salta sobre o Homem-Tigre, desviando sua atenção do jovem soldado. Usando uma árvore alguns metros atrás, Korn impulsiona-se na direção de seu inimigo. Nazareth, aproveitando o descuido do monstro, atinge-o na altura do abdômen, e passa a atacar a Mulher-Leopardo, que a essa hora já havia feito mais três vítimas. A criatura debate-se de dor, quando percebe, muito tarde, o ataque do elfo dourado, que, usando sua mão esquerda, apoia-se sobre o ombro do inimigo, e, caindo em suas costas, trata de cravar a bastarda dourada em sua nuca. Já no chão, Korn descarrega seu toque chocante no adversário para dar de vez cabo à sua vida. Ali perto, Nazareth, continua a atacar a Mulher-Leopardo. Porém, mesmo com sua bravura, o soldado não era páreo para o monstro. Quem compra a briga com a criatura é Kamaitachi, que com suas garras, desfere um golpe nas costas da adversária, apenas com o intuito de chamar sua atenção. Estava para ter início uma luta que iria medir não só os poderes, mas a velocidade dos golpes de cada um. Correndo em direção ao inimigo, o dragão branco começa sua investida. Para sua surpresa, a Mulher-Leopardo conseguia correr tão rápido quanto ele, acompanhando todos os movimentos do místico. Kamaitachi se surpreende, pois mesmo com a perna ferida, sua adversária conseguia se mover com extrema facilidade. O dragão branco ataca com suas manoplas, mas tem seus golpes evitados pela adversária. Agora era a vez da criatura atacar o místico. Com suas garras, a Mulher-Leopardo atinge Kamaitachi na perna, que, com o ferimento, já tinha seus movimentos mais limitados. O guerreiro resolve parar para lutar com sua inimiga, pois se continuasse correndo, levaria grande desvantagem. O monstro também pára, e parte diretamente para cima do dragão branco. Kamaitachi desvia de seus ataques, e, impondo suas mãos em direção ao adversário, invoca a poderosa muralha de gelo: - Koori-Ryu-Tsui-Sen! – O enorme bloco de gelo cairia sobre a criatura, que não conseguiria se desviar, tamanho era o diâmetro da muralha conjurada por Kamaitachi. Soterrado por centenas de quilos de gelo, o monstro seria alvo fácil para o místico, que com sua glaive, acabaria de vez com o confronto. Hakkin e Limbus continuam a travar o combate com o Minotauro. A luta é equilibrada, já que o monstro não é nem um pouco veloz, mas em compensação, resistia muito bem às flechas do elfo negro e aos golpes de mangual de Limbus. Nem mesmo o lobisomem do clérigo de Osíris, com suas garras, parecia causar dano ao forte monstro. - Pare de brincar, Hakkin, e usa seu arco de gelo! - Pra que, se tá tão divertido? - Divertido para você, que está aí flutuando... Por Osíris! – Limbus consegue se desviar de um golpe que seria certeiro na altura de seu pescoço. - Nossa! Ei, padre, até que você não aparenta ser tão velho! Desviou legal dessa, hein? - Pare de brincadeira e acaba logo com ele usando seu arco! - Falou, falou... Ice-Bow! – O arco de Hakkin é invocado, e apontando para a criatura, estava pronto para disparar – Sai um chifrudo congelado no capricho! – O elfo negro dispara sua flecha em direção ao peito do minotauro. Parte do monstro se congelaria, fazendo com que a besta parasse momentaneamente. Porém, logo depois, ele voltaria a atacar, mesmo gravemente ferido pelo gelo da arma de Hakkin. - Dispare outra, elfo! - Não precisa mandar duas vezes! – Hakkin logo dispararia com uma cadência igual à que disparava com seu arco comum. Com mais três tiros, o minotauro finalmente tornar-se-ia uma estátua de gelo. Para garantir, Limbus impõe suas mãos contra o inimigo e invoca uma de suas magias. - Quebre! – Gritando isso, a grande estátua de gelo se quebraria em vários pedaços. Era a magia de Despedaçar, utilizada contra seres vítreos ou de cristal. Ironfist não teve dificuldades em massacrar o pobre Homem-Chacal, que já se assemelhava mais com uma massa de carne disforme. Restava somente o Homem-Leão, que não se movera do lugar em que estava desde o início do conflito. O grande mamute toma novamente forma humana, e, pondo a mão direita para cima, invoca o poderoso martelo. - Iron-Fist! – A arma cai sobre a mão do bravo guerreiro, que chega a afundar um pouco no chão. – Fiquem aqui: ele é meu. – Dizendo isso, Ironfist caminha em direção do adversário, que começa a seguir também em direção ao guerreiro. Os dois param por um instante, antes de começar o combate. Logo, o que se veria era quase um clarão: a luta tinha início. Os dois atacavam ferozmente. Ironfist parecia se conter, não atacava com a mesma ferocidade com que atacava Maximus, mas mesmo assim dava trabalho para seu adversário. Golpeando o Homem-Leão em cheio com seu martelo, Ironfist o arremessa longe, mas este ainda consegue cair de pé. Longe de seu adversário, o monstro começa a concentrar uma forte energia nas suas mãos. Não demoraria muito, e o Homem-Leão dispararia contra Ironfist um poderoso feixe de energia, de cor avermelhada. O guerreiro é atingido em cheio no peito, chegando a ser jogado para trás, mas apara-se em uma árvore, quase a derrubando. O monstro começava a carregar novamente o golpe, quando Ironfist, voltando-se para seus companheiros, os alerta. - Protejam-se! – dizendo isso, e com o martelo em punho, Ironfist salta a uma altura vertiginosa. Korn, Limbus, Kamaitachi, Hakkin, Nazareth e os nove soldados que restaram tentam descobrir a intenção de seu companheiro. Logo, do martelo de Ironfist, começaria a surgir uma forte aura vermelho-fogo, com a aparência de chamas. O guerreiro começava a cair no chão, pronto para golpear o adversário. - Corre, cambada, que a coisa vai feder! – Bradava Hakkin aos outros, que já corriam do local desesperadamente. Ao golpear o adversário, o local é envolto por um enorme clarão, seguido de um estrondo ensurdecedor. O que viria após seria uma onda de choque devastando tudo à sua volta, inclusive jogando longe o grupo de heróis, que só não sofreu danos maiores porque já estava a uma boa distância. - Mas que diabos foi isso?! – perguntava um dos soldados. - Uma maneira discreta do Iron de dizer “adeus, trouxa”... Vamos lá! – diz Hakkin. De volta ao local da luta, o grupo encontra uma clareira enorme, com uma gigantesca cratera em seu centro. Dentro da cratera, Ironfist, empunhando sua arma. A alguns metros dali, o corpo sem vida do Homem-Leão. Aparentemente ele não havia sido golpeado diretamente, mas a violência do ataque de Ironfist foi suficiente para acabar com ele. - Caraca... – diz o elfo negro. - Foi uma técnica especial que tive de usar. Nada mais. - Já ouvi esse papo antes! Qualé, quantas “técnicas especiais” você tem? – pergunta Hakkin. - Isso não tem importância. Vamos reunir os que restaram e parar para tratar dos ferimentos. Temos uma longa jornada ainda para chegar à fortaleza. Esses cinco deveriam ser as últimas defesas externas de nosso inimigo. - Concordo, - diz Limbus – vou tratar os casos menos graves com minhas magias, os outros podem usar as poções de cura que dispomos. Vamos fixar acampamento fora dessa clareira para não ficarmos muito expostos. - Certo. Nazareth, como estão os homens? - Bem, senhor. Tivemos muitas baixas, mas os outros ainda estão em condições de lutar. - Ótimo. Vamos lá. – diz Korn, dirigindo-se com os outros em direção à lateral da clareira, numa área mais fechada da mata. Limbus, antes de ir, começa seus rituais sobre o corpo do Homem-Leão, que logo, assim como o lobisomem, se levantaria para servir o clérigo. “Eu adoro esse trabalho” – pensa Limbus, enquanto vai se juntar ao grupo. A caminhada seria longa, mas em menos de um dia, chegariam à fortaleza do desconhecido desafeto de Siegfried McLeoud. ----------------------------------------- Amanhece na desconhecida ilha. Em pouco mais de 12 horas, o grupo de heróis com seu exército chegam à imensa fortaleza, no cume da montanha mais alta de Bone Cleaver. Realmente, não existiam mais monstros para defendê-la do lado de fora. Entre suas monstruosas muralhas, um enorme portão de aço, com um símbolo indecifrável em seu centro. Ironfist se aproxima, juntamente com Green Korn e os outros. - Vamos forçar o portão, talvez consigamos abri-lo. - Certo! – Concorda o elfo dourado e os outros. Ao tocarem o gigantesco obstáculo, eles ouvem uma estridente risada, indicando desprezo por parte de alguém. Não sabiam de onde vinha o som, não viam nada a sua volta. Foi quando Limbus indicou para seus companheiros o responsável pela inquietação: um pequeno ser, com duas asas semelhantes às de um morcego, dotado de apenas uma boca, cheia de dentes pontiagudos, voava sobre o incauto grupo de guerreiros. Parecia ser um mensageiro. - Seus idiotas, pensam que vão conseguir simplesmente adentrar a fortaleza de meu mestre e obter sucesso em sua empreitada? São mais tolos do que parecem! Pois eu lhes digo o seguinte: o que está por trás destas muralhas, será com certeza, o jazigo de vocês! Vamos, entrem! Gemini Cross espera por vocês! HAHAHA... - Se tem uma coisa que me irrita, é um ser tosco voando que fala mais que eu! – Hakkin dispararia contra o ser uma de suas flechas, mas esta passaria direto através dele: era uma ilusão programada pelo necromante, dono daquela fortaleza, para amedrontar os heróis. - Esquece, elfo, vamos entrar! – Kamaitachi começaria a empurrar o portal juntamente com Ironfist, Korn e Limbus. Nazareth e os outros oito soldados começariam a ajudar também. Logo, veriam o porquê do aviso da pequena ilusão: a fortaleza era enorme, e dispunha de várias entradas. Com certeza, levariam meses para percorrer todos os cômodos e passagens daquele lugar. Até lá, Pietra poderia estar morta. Era um enorme labirinto que deveria ser transposto por Ironfist e os outros. - Viram o que eu quis dizer? – Interrompe a criatura – Nem em cem anos conseguirão o que querem! HAHAHA... O grupo permanece calado. Queira ou não, ele tinha razão. Mal sabiam por onde começar. Foi quando Limbus, retirando seu manto e largando suas armas ao solo, põe-se de joelhos no chão. Com um pedaço de carvão que trazia consigo dentro de uma pequena sacola, começa a desenhar no chão um círculo e vários símbolos, semelhantes a runas. Ao terminar, coloca-se no centro do círculo e começa a orar devotamente ao seu Deus, Osíris, a divindade do julgamento na Terra dos Grandes Desertos. - Rezar não adianta, padre... – Debocha Hakkin. - Calado! – Manda Ironfist. Era a primeira vez que o guerreiro tomava alguma atitude repreensiva com relação ao grupo. Isso causa um certo espanto nos presentes. Nazareth não sabe por que, mas começa a sentir uma sensação de paz muito grande. Kamaitachi e Korn também sentem algo, mas não sabem dizer o que é. Aos poucos, para espanto do grupo, as marcas no chão começam a emitir um leve brilho dourado. Os olhos do clérigo tornam-se brancos, e o ar à sua volta começa a ser tomado por uma forte energia. As marcas de carvão agora estão completamente douradas, liberando um forte brilho em torno de Limbus. Pondo seus braços em direção aos céus, Limbus Garnier evoca fervorosamente por seu Deus. - Osíris! – O grito do clérigo ecoa por toda a ilha de Bone Cleaver. Uma explosão de luz acontece no local onde Limbus encontra-se, formando uma enorme coluna de energia. Ao lado do círculo, a energia dourada começa a formar um portal, de brilho muito intenso. De dentro, começava a sair uma imponente figura, carregando consigo uma foice com dois gumes. Sua lâmina era simétrica, e, assim como seu cabo, totalmente dourada e coberta de runas. O ser trajava-se com uma armadura full plate dourada, com o símbolo de Osíris em seu peito, e, em suas costas, várias faixas douradas, movimentando-se com se vivas fossem, tomando formas semelhantes às de dois pares de asas. Diante do grupo, estava ninguém menos que o Avatar[2] do Deus Osíris. Limbus o evocou, para que pudesse ajudar o grupo em seu objetivo. Sem dizer uma palavra, o Avatar encara um por um dos guerreiros. Encara por fim o clérigo, que, ainda de joelhos, explica a situação para seu Deus. - Perdoe-me por incomodá-lo, meu Senhor, mas não vi outra maneira para proceder, diante de tal situação. Peço humildemente que possas nos guiar por entre os corredores desta fortaleza, até que encontremos a jovem inocente que se encontra sob jugo do dono deste local, um ser maligno que brinca com a vida como se um semelhante ao Senhor fosse. Por favor, meu Senhor, nos ajude. - Levanta-te, Limbus... – Ordena o Avatar. – Tu, meu filho, não compreendes ainda a magnitude de tua missão neste mundo. Tu és um dos Sete Pilares da Tríade, que veio a este mundo combater o mal puro que assola a humanidade. Seu dever é o de fazer o bem, e de encontrar os outros que irão auxiliá-lo nesta guerra. Mesmo que essa missão, em que se envolveste agora, não pareça ter nada a ver com teus sonhos e pressentimentos, tem sim a ver com tua índole, de ajudar aos que precisam nas horas de sofrimento. Irei sim, meu filho, ajudá-lo neste momento, porém, ajudar-te-ei somente até onde me convir ser necessário. - Obrigado, Senhor. Agradeço também por esclarecer essa dúvida que perdurava em minha alma nos últimos meses. - Não há o que agradecer, meu filho. Mande seus companheiros nos seguir agora. Limbus volta-se ao grupo e pede para que Ironfist e os outros comecem a seguí-lo. Ninguém conseguiu entender o diálogo entre Limbus e a divindade, vez que os dois conversavam na língua natal da Terra dos Grandes Desertos. Acharam prudente também não procurar saber do que se tratava, vez que, se fosse para ser do conhecimento geral, Limbus o tornaria. Já o clérigo de Osíris sentia uma paz indescritível dentro de si. As histórias eram reais, ele era o escolhido dos Deuses para vir a Lenor e combater o mal puro. Era um dos pilares, um dos elementos que cita o mapa dos oráculos, que carregava com o grupo. ----------------------------------------- Durante a caminhada, o Avatar segue diretamente pela estrutura da fortaleza, destruindo portas e paredes quando necessário. Dentro de alguns cômodos da fortaleza, soldados correm apavorados com a presença dos guerreiros. Em outros cômodos, mesas cerimoniais e câmaras com experimentos fracassados do vilão. O grupo é tomado por uma revolta muito grande. O Avatar segue calado. Algumas horas de caminhada depois, o grupo adentra uma grande sala, repleta de armas. O curioso é que todas estavam banhadas em sangue, enquanto outras se encontravam com restos de corpos, dentro de símbolos com alusão a Sirik, Helm[3], Tyr, e outras divindades. O Avatar pára nesta sala e começa a destruir tudo. Aparentemente, o necromante queria prender nas armas os espíritos dos guerreiros que uma vez as possuíram. Era um ritual deveras macabro e tenebroso. Korn, assistindo a tudo, repara numa adjacência da parede, e, com suas espadas, começa a forçar o local. Um enorme bloco de concreto cairia dali, revelando uma espada longa de lâmina bronze com uma pequena máscara no guarda-mão, de cor dourada. Seu cabo trazia símbolos de alusão a Helm. O Blade Singer fica encantado com a arma, e resolve guardá-la. Logo, voltaria ao grupo, que prosseguiria sua caminhada. ----------------------------------------- A caminhada perduraria por mais algumas horas. Já viam que não se tratava de uma simples fortaleza, mas sim de uma cidadela, isolada de todo e qualquer contato com o mundo exterior. Por fim, o Avatar indica ao grupo um longo corredor, com várias tochas iluminando-o por toda sua extensão. - Sigam por este caminho – Disse, desta vez, sendo entendido por todos – Ele os levará direto para o desafio ao qual vocês foram alertados. Transposto este obstáculo, terão vocês sucesso no resgate da jovem que vieram aqui encontrar. Boa sorte, bravos guerreiros. Parto agora, deixando um agrado para o sucesso de vossa missão. – Dito isso, o Avatar some envolto num enorme clarão dourado, sem antes projetar um pouco desta luz sobre os guerreiros. Logo eles sentiriam uma energia fortíssima, recuperando seus corpos cansados da longa jornada e dos ferimentos adquiridos com os sucessivos combates. Tinham seus ferimentos totalmente curados. - Bem, - diz Hakkin aos outros – é isso aí... Vamos nessa, estou louco pra ver o que é esse “desafio ao qual fomos alertados”... - É, bem que eu queria saber o que é que vamos enfrentar... – Diz Green Korn – Será que tem algo a ver com o tal “Gemini Cross” do qual falou aquela criaturinha, do lado de fora da fortaleza? - Pode ter certeza disso, mané! – O grito é ouvido por todos, mas ninguém sabe de onde vem. É quando o elfo dourado se lembra da espada que encontrou na sala de armas. Ao sacar a espada, percebe que a pequena máscara se movia: era uma arma-viva. - E aí, beleza? Pode me chamar de Slash Caliber, espada cantante ao seu dispor, louca pra detonar alguns otários! E aí, gatão, qual o seu nome?! - Er... Korn... - E aí, senhor Korn?! Vamos fazer uma grande dupla! Você segura, eu corto, você bate, eu dilacero, vai ser uma beleza! - Tá bom, tá bom, cala um pouco a boca, certo? O que você sabe sobre esse tal Gemini Cross? - Muuuuuita coisa! Quer saber sobre ele? - Sim. - Tem certeza? - Sim. - Absoluta? - Sim... - Mesmo-mesmo? - Podemos parar com a palhaçada, por favor?! (Helm, por que faz isso comigo?) - OK! Credo, não sou orelhudo que nem você, mas escuto bem, valeu? Pra falar a verdade, nem tenho orelhas... HÁ! Seguinte, o Gemini Cross, como eu, é um dos experimentos únicos do Nigro. Ele... - Peraí, peraí, quem é Nigro? - O mago necromante dono desta fortaleza... “Peraí” digo eu, cê quer saber sobre o Gemini ou sobre o Nigro?! - O Gemini, por favor... - Tudo bem. Como eu ia dizendo, o Gemini é como eu, um dos experimentos únicos do Nigro. Eu sou a única arma viva que ele conseguiu produzir, e o Gemini, o único ser híbrido desta ilha. - Como assim, híbrido? - Híbrido, ué! Ele é meio ser vivo, meio golem de ferro... algo desse estilo, bem... digamos... mortal, sei lá... bem perigoso, feio, etc e tal, manja? - Sei, e ele tá no final desse corredor. - Certo! Até que você não é tão tapado! - Tá bom então. Pessoal, segundo a espada, fica no final desse corredor! - Caramba, bailarino, – diz Hakkin – fui com a cara dessa espada... Pelo menos ela não é tão fresca que nem você. - ... O grupo continuaria seguindo até o final do corredor, onde deparariam com um portal de aço muito reforçado. Ironfist segue para abri-lo, mas antes de tocá-lo, este se abre sozinho. Atrás dele, a mesma criatura que os recebeu na entrada da cidadela, encontrava-se ali. - Ora, ora, não é que o grupo de idiotas chegou até aqui em menos de um dia? Posso dizer que é uma proeza, mas ao mesmo tempo, uma idiotice, já que seguiram até o seu calvário rapidamente. Querem realmente resgatar a jovem filha de McLeoud? Ela está atrás deste portal. Vão logo buscá-la! HAHAHA... – A imagem voltaria a desaparecer. Ironfist, Green Korn, Kamaitachi, Limbus, Hakkin, Nazareth e os oito soldados remanescentes entram no que seria uma espécie de arena. A porta atrás deles começa a se fechar, ao mesmo tempo em que, do outro lado do campo de batalha, outra começava a se abrir. Do fundo escuro, apenas se via o brilho vermelho de um par de olhos. A espada de Korn fica eufórica. - É ele, tenho certeza! É isso aí gatão, o pau vai comer agora, cê vai ver! Logo surgiria, por dentre as sombras, um enorme lobisomem, de mais ou menos quatro metros de altura. Seu antebraço esquerdo, todo seu braço direito e parte de seu peito eram próteses metálicas magicamente aplicadas: eram partes de golem num ser vivo, algo nunca visto por nenhum dos guerreiros. O coração do monstro era exposto, por trás de uma redoma muito grossa de cristal. A criatura bestial tinha garras enormes, quase do tamanho de espadas curtas, e presas que pareciam ser capazes de dilacerar até mesmo o aço das armaduras mais resistentes. A criatura permanece imóvel, defronte ao grupo de guerreiros. Ironfist trata logo de invocar seu martelo, enquanto os outros começam a se preparar para a luta. O pequeno ser alado entraria voando na arena, pondo-se atrás da criatura. - Gemini! Estes intrusos ousaram invadir a fortaleza do mestre! Mate todos! O longo uivo dado pela criatura podia ser ouvido mesmo do lado de fora da fortaleza. Ele estava pronto para atacar, e sem demora, partiria para cima do grupo de heróis. - Separem-se! – Manda Ironfist, golpeando em cheio a besta com seu martelo. Kamaitachi também começaria a correr em torno do monstro, com velocidade espantosa. Korn e Hakkin, com seus poderes élficos, voavam em torno do adversário, enquanto Limbus ordenava ao seu Lobisomem e ao Homem-Leão que atacassem o inimigo. Nazareth, à frente dos soldados, avança sobre o monstro com sua espada em punho. O ataque maciço é devastador, mas aparenta não surtir efeito algum sobre Gemini, que, com suas garras, consegue afastar Ironfist e os outros de perto de si. - Gemini! – Ordenava a criatura alada – Use o ataque Gemini-Cross![4] O grande lobisomem começava a concentrar uma enorme energia em suas garras. Logo, dispararia numa velocidade vertiginosa, atacando em ordem, Kamaitachi, Ironfist, Limbus, o lobisomem e os soldados. Sua velocidade era impressionante, superava muito a do dragão branco. O ataque é violento, e acaba por ferir gravemente Kamaitachi, o clérigo de Osíris e destrói, literalmente, a ossada do lobisomem que o servia. Ironfist, mesmo atingido, continua o ataque. Quatro soldados perderiam suas vidas no devastador ataque. Kamaitachi, mesmo caído no chão e ferido, começa a se concentrar. Seu corpo começa a emanar uma aura branca, e o ar torna-se mais frio. Com força total, invoca seu chão de gelo. - Shi-Ryu-Sui-Sen! – O poder do místico recobriria toda a arena. Gemini Cross ainda conseguia correr, prendendo seus pés no chão com suas garras, mas não conseguia mais atingir velocidade máxima. O esforço é absurdo, o que leva o místico a perder os sentidos. Limbus, já desmaiado no chão, é socorrido por um dos soldados. Vendo a cena, o Homem-Leão volta-se para Gemini e passa a concentrar uma forte energia nas mãos. O mesmo ataque empregado contra Ironfist no confronto anterior seria utilizado agora contra o enorme adversário. Impondo suas mãos em direção ao lobisomem, o Homem-Leão dispara uma fortíssima descarga de energia diretamente no peito do monstro. Desequilibrado, torna-se presa fácil para o Toque Chocante de Green Korn e para o Ice Bow de Hakkin. Ali perto, era a vez de Kamaitachi ser socorrido por Nazareth. Aos poucos, o dragão recuperava os sentidos. O monstro, mesmo ferido, continuava a atacar com ferocidade admirável. Mais três soldados perderiam a vida, e era a vez de Hakkin ser golpeado. O elfo negro perde a concentração, fazendo com que o arco de gelo desapareça. Diante de tal situação, Ironfist dá um enorme salto, com a mesma energia em forma de chamas que usou contra o Homem-Leão envolvendo seu martelo. - Desculpem-me, mas vocês também serão atingidos... – É o único aviso de Ironfist, que usaria mais uma vez seu devastador golpe. Todos se reúnem num canto da arena. Kamaitachi, ainda não totalmente recuperado, faz um esforço sobre-humano para invocar sua muralha de gelo para proteger a si e a seus companheiros do ataque de Ironfist contra Gemini. O resultado final não é muito diferente do que o ocorrido na floresta: um enorme clarão, seguido de uma devastadora onda de choque, que acabaria com a arena e destruiria vários pilares e paredes no local. Desta vez, o ataque foi empregado diretamente contra Gemini Cross, que não resistiria à violência do golpe: parte de seu peito, junto com seu braço esquerdo, estavam completamente destruídos. Seu corpo desaba ao lado de Ironfist, numa pequena cratera ao centro da arena. Gemini absorvera boa parte do impacto. - Como estão todos? – Pergunta Ironfist. - Todos bem... – Diz Green Korn - Nem a muralha de gelo de Kamaitachi agüentou a violência do seu golpe, mas tratou de nos proteger muito bem. - Como estão o místico e o clérigo? - Estão bem, ainda temos poucas poções de cura, dá pra tratar de todos... Aliás, onde está o exército? – Korn não reparara, mas os trinta soldados que os acompanharam estavam mortos, com exceção de Nazareth. De todos, fora o único sobrevivente. Os outros sucumbiram ao longo da jornada na ilha de Bone Cleaver. O jovem guerreiro encontrava-se desolado por ver que foi o único que restara. Seus companheiros, seus amigos, estavam todos mortos. Só sentiu conforto em seu peito quando abordado por Ironfist. - Não se sinta sozinho, meu amigo. Você é um guerreiro muito bravo, sobreviveu aos maiores perigos desta ilha. Seus companheiros estão agora, com certeza, ao lado de Tyr, por terem morrido cumprindo a missão de um verdadeiro guerreiro justo. - Muito obrigado, senhor... - Aqui não existe nenhum senhor... Guarde-o para quando encontrar seu Deus, meu amigo... Vamos seguindo, temos ainda de encontrar a jovem McLeoud. - Sim... – Nazareth já transparecia um certo conforto com relação aos últimos acontecimentos. Seguiriam adiante Ironfist, seguido por Nazareth, Korn, Limbus, Hakkin e Kamaitachi. Estes três últimos, muito feridos, eram auxiliados por seus companheiros. As poções de cura chegavam ao fim, e ainda estavam muito cansados. Entrando pela passagem de onde saíra Gemini Cross, o grupo encontraria um longo corredor, com uma pequena porta no final. Ao abrirem, encontram um velho senhor, preso numa estranha estrutura, por vários tubos e drenos, contendo diversos tipos de líquidos, de variadas cores, que circulavam incessantemente por seu corpo. Ao seu lado, uma bela jovem, deitada sobre uma estranha mesa. Não estava morta, nem havia sinais de que algum mal havia sido feito. Limbus nada sente com relação a ela, mas sente quanto àquela estranha figura: estava definhando, próximo da morte. - Sejam bem-vindos, bravos “heróis”... O que querem aqui? - Viemos a pedido de Siegfried McLeoud para resgatar sua filha das mãos de um antigo desafeto, que atende pelo nome de Nigro. – Diz Korn. - Bem, eu sou Nigro, e essa jovem é a filha de McLeoud... Não posso impedi-los de resgatá-la, podem levá-la, apenas quero ficar em paz... Korn pega a jovem em seus braços e a entrega a Ironfist. Estava bem, apenas desacordada. Antes de irem embora, o Blade Singer volta-se ao necromante. - Por que essa vingança? E por que desistir tão facilmente? Suas atitudes não têm lógica alguma, velho! - Lógica? O que sabe sobre lógica? Meu rapaz, a vingança não tem lógica. Vivemos num mundo em que o ódio é capaz de produzir coisas poderosas, inclusive a vingança. Onde existe ódio, não existe a lógica. Eu enfrentei McLeoud há mais ou menos 30 anos... Eu já era um mago de idade avançada, querendo apenas criar um ser perfeito, uma máquina de matar sob meu comando, quando o “grande herói” resolveu acabar com tudo... Toda a minha pesquisa, de mais de cinqüenta anos, até aquele dia, estava perdida. Tive de começar do zero, me isolei nesta ilha onde pude recomeçar meus experimentos. Fiz novas descobertas, mas meu ódio por Siegfried nunca diminuiu. Nos últimos anos, me vi portador de uma moléstia incurável, o que me obrigou a me enclausurar neste artefato, que me garantiu essa sobrevida que tenho levado nos últimos dez anos... E foi aqui, por meio de meus criados, que descobri que meu inimigo havia abandonado as batalhas e tinha constituído família... Meu desejo era acabar com tudo o que ele tinha, e por isso, raptei sua bela filha... Mas olhem para mim agora. O ódio me consumiu, sou só um velho tentando desesperadamente agarrar algumas migalhas de tempo para continuar vivo... Não existe mais razão para minha vingança, se não estarei vivo para ver o sofrimento de meu desafeto... Podem partir... Só espero que algum Deus... tenha... piedade de... minha alma... Nigro viria a morrer diante dos olhos de Korn e de seus companheiros. Limbus aproxima-se do necromante para velar seu corpo. - Que Osíris faça seu julgamento, meu amigo... O grupo começa a seguir o caminho de volta. Param num cômodo vazio para descansar, para, em seguida, continuarem a jornada para fora da fortaleza. Em pouco tempo estariam de volta aos arredores da ilha de Bone Cleaver, onde Jack Cornell esperava-os com o navio que os levaria de volta. - Macacos me mordam e tubarões me belisquem! Vocês acharam a filha do velho McLeoud mesmo! Suas sardinhas abissais, vocês são incríveis! - Valeu, Jack... Agora toca essa embarcação de volta a Duke Abridge, pode ser? - É pra já, amigão! - Putz, quem é esse mané, hein, Korn?! – Pergunta a espada. - É isso aí, eu falei a mesma coisa na hora que o conheci! – Interrompe Hakkin. - Por Helm, vai ser uma longa viagem... O grupo começava a seguir o caminho de volta a Duke Abridge. Tiveram sucesso em resgatar a filha do velho guerreiro Siegfried McLeoud. Todos procuravam descansar durante a volta, inclusive Ironfist. Os únicos que permaneciam acordados eram Limbus e Nazareth. O jovem guerreiro ainda pensava em tudo que havia acontecido: as batalhas, os monstros, os poderes que viu, a morte de seus amigos... Não entendia por que fora o único que ficora vivo, num exército de trinta homens. O clérigo de Osíris, de longe, encara Nazareth com um sorriso no rosto. Tinha as respostas para as perguntas do jovem soldado, e já sentia o que esperava por ele no futuro. Em sua mente, Limbus ouve uma mensagem que daria de vez cabo à suas suspeitas com relação a Nazareth. “Se é o que você quer saber, meu filho – diz, na mente de Limbus, o Avatar de Osíris – a resposta é sim: este jovem também é um dos pilares que irá combater o mal. Una-o ao grupo, pois ele será um dos mais importantes elementos nesta batalha” “Por que tu dizes isto, meu senhor?” – Diz mentalmente o clérigo. “O tempo dir-te-á, meu filho” – Dito isto, a voz se cala. Limbus sente uma incrível sensação de paz dentro de seu peito. Sabia agora que era um dos elementos, e que Nazareth era outro, como suspeitava. Restava saber se seus outros companheiros eram os que iriam completar os chamados “Sete Pilares da Tríade”. Até lá, seguiria seus instintos e pediria para que Osíris guiasse seu caminho. Iria descansar agora. Logo chegariam a Duke Abridge. ---------------------------------------------------- [1] Mago da esfera da necromancia. [2] Representante do Deus, geralmente um guerreiro celestial que encarna o próprio poder da divindade. [3] Deus da Batalha. [4] “Cruz de Gêmeos” _______________________________ Aí está, mais um capítulo da Saga.
  21. 8. O Resgate na Ilha de Bone Cleaver  Depois de horas em alto mar, o grupo finalmente chega à ilha. Ironfist, à frente do grupo de guerreiros e dos 30 soldados, dá as últimas instruções antes de começarem a busca. Hakkin, usando sua levitação, sobe a cerca de 50 metros acima do chão. Repara numa grande construção à leste, muito além da floresta que teriam de atravessar, sobre uma montanha não muito alta, mas aparentemente, muito bem protegida. Voltando ao solo, o elfo negro indica a direção aos seus companheiros. O grupo começaria a jornada em busca da filha de Siegfried, a jovem Pietra McLeoud. A mata era realmente muito cerrada. Por todos os lados, animais exóticos e mortalmente belos. Durante a caminhada, Green Korn começa a conversar com Ironfist e os outros. - Quem será esse “desafeto” de Siegfried, que raptou sua filha e a trouxe para cá? Você sabe de alguma coisa, Ironfist? - Sei pouco a respeito... Siegfried me disse que se trata de um necromante[1] muito poderoso, que passou os últimos anos criando monstros com sua magia. Disse também que esses seres vivem espalhados pela ilha, fiéis à vontade de seu criador. Por isso, devemos ficar atentos para evitar qualquer ataque surpresa. - Um necromante... Curioso – diz Limbus. Mesmo sendo um clérigo de Osíris, Limbus Garnier tinha alguns de seus poderes voltados para a esfera da necromancia. Ia ser curioso ver o que o poder desse mago havia criado. - Mas, vem cá, – diz Hakkin – há quanto tempo esse mané tá aqui? Não, porque se ele tá aqui já há algum tempo, deve ter um monte desses bichos soltos por aí... - Não se preocupe, elfo. Seja quem forem, serão derrotados por nós. – diz Kamaitachi. - Não estou preocupado não, fuinha, só quero que sobre alguns para eu acertar com meu arco “especial”, sacou? Kamaitachi não responde. O grupo continua sua caminhada por dentro da mata, que se tornara mais densa. O dragão branco, com suas garras, e o elfo dourado, com suas bastardas, abrem o caminho por entre galhos e arbustos. Ironfist, que se encontrava à frente do grupo, pára. Sem dizer uma palavra, conjura seu martelo. Korn e Limbus, por meio de sinais, mandam que os soldados fiquem prontos. Ironfist havia percebido uma estranha movimentação nos arbustos e nas copas das árvores mais à frente. O grande guerreiro pede distância do grupo, que se afasta rapidamente, voltando cerca de 100 metros. Levantando seu martelo, Ironfist se prepara. - Estejam prontos! – brada o guerreiro, golpeando o solo com sua arma, produzindo uma onda de choque fortíssima que viria a abrir uma enorme clareira. O grupo de heróis e o exército quase são arremessados longe. A densa mata agora era uma área desmatada e aberta. Os soldados permanecem atônitos com o poder do grande guerreiro. Não demoraria para que surgissem os causadores da agitação na floresta: saindo em meio às árvores caídas e arbustos arrancados, vários lobisomens levantavam-se, encarando os aventureiros que ousaram invadir os domínios de seu Mestre. Eram mais ou menos 12 criaturas, todas prontas para atacar. Ironfist os encara com seu grande martelo em punho. Limbus, Hakkin, Kamaitachi e Korn já se encontravam prontos para o ataque. Os trinta soldados aguardavam por um sinal para darem início ao ataque. Um dos seres, com um longo e sonoro uivo, dá a ordem para que os outros lobisomens ataquem. A batalha teria início. - Tomem cuidado, apesar de poucos, eles são mais ágeis! – Bradava Green Korn para o exército. O Blade Singer, com suas bastardas, golpeava seus adversários de maneira feroz. Porém, a agilidade daquelas bestas era sobre-humana, e muitas vezes os inimigos conseguiam se esquivar. Kamaitachi libera o Chão de Gelo no local da luta, para limitar os ataques dos adversários. Limbus, pegando algumas pedras no chão, ataca os monstros com seu ataque de Pedras Mágicas. Os soldados partem ferozmente sobre os monstros, armados de espadas longas e escudos. À frente deles, Nazareth, que a essa hora atingia mais uma criatura da ilha. Os lobisomens também atacam violentamente. Sem demora, sete soldados são dilacerados pelas garras dos inimigos. O grupo de heróis começa a atacar com mais força. Ironfist, com sua esplêndida arma, esmaga um dos lobisomens, e ainda golpeia outro que se preparava para atacá-lo, arremessando a besta contra uma árvore. Limbus usa sua magia para prender corpos, e aprisiona mais um lobisomem, que viria a ser morto por Nazareth. Alheio ao combate, Hakkin ainda não se manifestara. Restavam mais ou menos seis lobisomens no campo de batalha. Impondo sua mão para o alto, o elfo negro manifesta sua arma. - Ice-Bow! – O belo arco de cristal se formaria nas mãos do arqueiro, que rapidamente, atinge três tiros em três lobisomens diferentes. Estes agora não passavam de estátuas de gelo sem vida. Kamaitachi, com suas garras, dá cabo a mais um lobisomem, enquanto Korn, com seu toque chocante, carbonizava outro. O último fica por conta de Limbus, que, levantando seus braços, invoca um raio, que atingiria em cheio o último dos monstros. - Estão todos bem? – Sai perguntando Green Korn e Limbus para os outros. O grupo havia sofrido muitas baixas, mais ou menos oito soldados haviam tombado diante do ataque das ferozes bestas. - Nada que umas horas de descanso não curem. – Diz Kamaitachi – Vamos parar por um instante, tratar dos feridos, e continuar depois nossa jornada. - Parar agora pode ser perigoso... – diz um dos soldados. - Não se fizermos a ronda. Cada um faz uma hora de vigília, durante quatro ou cinco horas... Não precisamos de mais que isso para continuarmos. Todos concordam. Realmente, tirando Ironfist e Hakkin, todos os outros estavam feridos. Era preciso repousar e dar tempo para que Limbus, com suas magias de cura, pudesse atender aos que mais precisassem. As poções de cura eram muitas, mas tinham de ser poupadas. Logo cairia a noite em Bone Cleaver. O grupo decide dormir para prosseguir a busca no dia seguinte, logo ao amanhecer. ----------------------------------------- Logo pela manhã, Ironfist e os outros continuam a jornada. Estavam recuperados do confronto anterior. Limbus, com seus poderes, havia levantado um dos lobisomens para ser seu servo. O esqueleto agora acompanhava o grupo, com suas garras e presas afiadas. De todos os soldados, o que parecia mais espantado era Nazareth. Parecia nunca ter participado de uma aventura antes. Isso chama a atenção de Green Korn. - Surpreso com tudo isso? - Não, senhor, mas é que nunca tinha visto guerreiros com tanto poder... Veja o que esse senhor fez, levantou a ossada de uma das criaturas! - Ah, mas isso é por que você não viu quando ele levantou a ossada de um dragão... - Ele fez isso com um dragão?! - O Limbus tem mania de levantar esqueletos para servirem aos interesses do grupo... Com o tempo você se acostuma. - Sei... Mas e o elfo negro? Onde conseguiu aquela arma? - Num oráculo desses da vida, perdido numa caverna... Por quê? - Já tinha ouvido falar a respeito de armas como aquela... Pertencentes a guerreiros da guarda pessoal do Imperador de Lenória, há uns trinta anos atrás... O diálogo é interrompido por Ironfist. Novamente, pressentira que algo estava à espreita. A mata já não era mais densa naquela área da floresta. Kamaitachi começa a olhar à sua volta. Tenta entrar em harmonia com o ambiente para saber de onde vem a agitação. Com um sinal, o dragão pede para que todos se preparem. Não demoraria muito para que o místico voltasse sua atenção para a parte esquerda da floresta. Sabia que seus inimigos estavam ali. - À esquerda! - Formação ofensiva! – Bradava Ironfist, correndo sem seu martelo. No meio do caminho, enquanto corria, o guerreiro é atingido por um forte raio. Cessado o clarão, quem estava ali correndo já era o grande mamute branco. Derrubando árvores e abrindo caminho mata adentro, Ironfist encontra seus próximos adversários. Eram sim, como os lobisomens, homens-animais, porém, aparentavam ser mais poderosos. Eram cinco criaturas muito grandes, todas com pelo menos dois metros de altura. Os seres tinham fisionomia humana, porém, aparência bestial. Eram um Homem-Leão, um Homem-Tigre, um Homem-Chacal, um Minotauro e uma Mulher-Leopardo. Aparentemente, o leão era quem comandava os outros. O silêncio toma o lugar. O grande mamute põe-se à frente de todos, que a essa altura, já estavam prontos para atacar. Os 22 soldados remanescentes, com Nazareth à sua frente, ficam próximos ao local da batalha. Ironfist, com um urro, parte para cima dos homens-animais, seguido de Korn, Hakkin, Kamaitachi e Limbus. Nazareth viria logo atrás com os soldados. Com um golpe violento, Ironfist trata logo de acertar o Homem-Chacal em cheio, arremessando contra as árvores. Os outros monstros se separam, e partem também para o ataque. O Homem-Leão permanece imóvel, de braços cruzados, apenas assistindo ao combate. Com uma velocidade assustadora, a Mulher-Leopardo e o Homem-Tigre avançam sobre o exército. Nazareth não recua, e com sua espada, ataca as bestas furiosas. Dois soldados já eram vítimas da ferocidade de seus algozes. Nazareth, para vingar seus companheiros, atinge um golpe na altura do ombro do Homem-Tigre, e outro na perna de sua companheira. Furioso, o monstro ataca o soldado, que se defende com seu escudo. De longe, Green Korn percebe que o guerreiro precisa de ajuda e parte para seu auxílio. - Agüenta aí, moleque, o reforço tá chegando! - Rápido... ele... é... muito forte! – Gritava Nazareth, defendendo-se com dificuldades dos ataques do inimigo. O Blade Singer, com suas bastardas, salta sobre o Homem-Tigre, desviando sua atenção do jovem soldado. Usando uma árvore alguns metros atrás, Korn impulsiona-se na direção de seu inimigo. Nazareth, aproveitando o descuido do monstro, atinge-o na altura do abdômen, e passa a atacar a Mulher-Leopardo, que a essa hora já havia feito mais três vítimas. A criatura debate-se de dor, quando percebe, muito tarde, o ataque do elfo dourado, que, usando sua mão esquerda, apoia-se sobre o ombro do inimigo, e, caindo em suas costas, trata de cravar a bastarda dourada em sua nuca. Já no chão, Korn descarrega seu toque chocante no adversário para dar de vez cabo à sua vida. Ali perto, Nazareth, continua a atacar a Mulher-Leopardo. Porém, mesmo com sua bravura, o soldado não era páreo para o monstro. Quem compra a briga com a criatura é Kamaitachi, que com suas garras, desfere um golpe nas costas da adversária, apenas com o intuito de chamar sua atenção. Estava para ter início uma luta que iria medir não só os poderes, mas a velocidade dos golpes de cada um. Correndo em direção ao inimigo, o dragão branco começa sua investida. Para sua surpresa, a Mulher-Leopardo conseguia correr tão rápido quanto ele, acompanhando todos os movimentos do místico. Kamaitachi se surpreende, pois mesmo com a perna ferida, sua adversária conseguia se mover com extrema facilidade. O dragão branco ataca com suas manoplas, mas tem seus golpes evitados pela adversária. Agora era a vez da criatura atacar o místico. Com suas garras, a Mulher-Leopardo atinge Kamaitachi na perna, que, com o ferimento, já tinha seus movimentos mais limitados. O guerreiro resolve parar para lutar com sua inimiga, pois se continuasse correndo, levaria grande desvantagem. O monstro também pára, e parte diretamente para cima do dragão branco. Kamaitachi desvia de seus ataques, e, impondo suas mãos em direção ao adversário, invoca a poderosa muralha de gelo: - Koori-Ryu-Tsui-Sen! – O enorme bloco de gelo cairia sobre a criatura, que não conseguiria se desviar, tamanho era o diâmetro da muralha conjurada por Kamaitachi. Soterrado por centenas de quilos de gelo, o monstro seria alvo fácil para o místico, que com sua glaive, acabaria de vez com o confronto. Hakkin e Limbus continuam a travar o combate com o Minotauro. A luta é equilibrada, já que o monstro não é nem um pouco veloz, mas em compensação, resistia muito bem às flechas do elfo negro e aos golpes de mangual de Limbus. Nem mesmo o lobisomem do clérigo de Osíris, com suas garras, parecia causar dano ao forte monstro. - Pare de brincar, Hakkin, e usa seu arco de gelo! - Pra que, se tá tão divertido? - Divertido para você, que está aí flutuando... Por Osíris! – Limbus consegue se desviar de um golpe que seria certeiro na altura de seu pescoço. - Nossa! Ei, padre, até que você não aparenta ser tão velho! Desviou legal dessa, hein? - Pare de brincadeira e acaba logo com ele usando seu arco! - Falou, falou... Ice-Bow! – O arco de Hakkin é invocado, e apontando para a criatura, estava pronto para disparar – Sai um chifrudo congelado no capricho! – O elfo negro dispara sua flecha em direção ao peito do minotauro. Parte do monstro se congelaria, fazendo com que a besta parasse momentaneamente. Porém, logo depois, ele voltaria a atacar, mesmo gravemente ferido pelo gelo da arma de Hakkin. - Dispare outra, elfo! - Não precisa mandar duas vezes! – Hakkin logo dispararia com uma cadência igual à que disparava com seu arco comum. Com mais três tiros, o minotauro finalmente tornar-se-ia uma estátua de gelo. Para garantir, Limbus impõe suas mãos contra o inimigo e invoca uma de suas magias. - Quebre! – Gritando isso, a grande estátua de gelo se quebraria em vários pedaços. Era a magia de Despedaçar, utilizada contra seres vítreos ou de cristal. Ironfist não teve dificuldades em massacrar o pobre Homem-Chacal, que já se assemelhava mais com uma massa de carne disforme. Restava somente o Homem-Leão, que não se movera do lugar em que estava desde o início do conflito. O grande mamute toma novamente forma humana, e, pondo a mão direita para cima, invoca o poderoso martelo. - Iron-Fist! – A arma cai sobre a mão do bravo guerreiro, que chega a afundar um pouco no chão. – Fiquem aqui: ele é meu. – Dizendo isso, Ironfist caminha em direção do adversário, que começa a seguir também em direção ao guerreiro. Os dois param por um instante, antes de começar o combate. Logo, o que se veria era quase um clarão: a luta tinha início. Os dois atacavam ferozmente. Ironfist parecia se conter, não atacava com a mesma ferocidade com que atacava Maximus, mas mesmo assim dava trabalho para seu adversário. Golpeando o Homem-Leão em cheio com seu martelo, Ironfist o arremessa longe, mas este ainda consegue cair de pé. Longe de seu adversário, o monstro começa a concentrar uma forte energia nas suas mãos. Não demoraria muito, e o Homem-Leão dispararia contra Ironfist um poderoso feixe de energia, de cor avermelhada. O guerreiro é atingido em cheio no peito, chegando a ser jogado para trás, mas apara-se em uma árvore, quase a derrubando. O monstro começava a carregar novamente o golpe, quando Ironfist, voltando-se para seus companheiros, os alerta. - Protejam-se! – dizendo isso, e com o martelo em punho, Ironfist salta a uma altura vertiginosa. Korn, Limbus, Kamaitachi, Hakkin, Nazareth e os nove soldados que restaram tentam descobrir a intenção de seu companheiro. Logo, do martelo de Ironfist, começaria a surgir uma forte aura vermelho-fogo, com a aparência de chamas. O guerreiro começava a cair no chão, pronto para golpear o adversário. - Corre, cambada, que a coisa vai feder! – Bradava Hakkin aos outros, que já corriam do local desesperadamente. Ao golpear o adversário, o local é envolto por um enorme clarão, seguido de um estrondo ensurdecedor. O que viria após seria uma onda de choque devastando tudo à sua volta, inclusive jogando longe o grupo de heróis, que só não sofreu danos maiores porque já estava a uma boa distância. - Mas que diabos foi isso?! – perguntava um dos soldados. - Uma maneira discreta do Iron de dizer “adeus, trouxa”... Vamos lá! – diz Hakkin. De volta ao local da luta, o grupo encontra uma clareira enorme, com uma gigantesca cratera em seu centro. Dentro da cratera, Ironfist, empunhando sua arma. A alguns metros dali, o corpo sem vida do Homem-Leão. Aparentemente ele não havia sido golpeado diretamente, mas a violência do ataque de Ironfist foi suficiente para acabar com ele. - Caraca... – diz o elfo negro. - Foi uma técnica especial que tive de usar. Nada mais. - Já ouvi esse papo antes! Qualé, quantas “técnicas especiais” você tem? – pergunta Hakkin. - Isso não tem importância. Vamos reunir os que restaram e parar para tratar dos ferimentos. Temos uma longa jornada ainda para chegar à fortaleza. Esses cinco deveriam ser as últimas defesas externas de nosso inimigo. - Concordo, - diz Limbus – vou tratar os casos menos graves com minhas magias, os outros podem usar as poções de cura que dispomos. Vamos fixar acampamento fora dessa clareira para não ficarmos muito expostos. - Certo. Nazareth, como estão os homens? - Bem, senhor. Tivemos muitas baixas, mas os outros ainda estão em condições de lutar. - Ótimo. Vamos lá. – diz Korn, dirigindo-se com os outros em direção à lateral da clareira, numa área mais fechada da mata. Limbus, antes de ir, começa seus rituais sobre o corpo do Homem-Leão, que logo, assim como o lobisomem, se levantaria para servir o clérigo. “Eu adoro esse trabalho” – pensa Limbus, enquanto vai se juntar ao grupo. A caminhada seria longa, mas em menos de um dia, chegariam à fortaleza do desconhecido desafeto de Siegfried McLeoud. ----------------------------------------- Amanhece na desconhecida ilha. Em pouco mais de 12 horas, o grupo de heróis com seu exército chegam à imensa fortaleza, no cume da montanha mais alta de Bone Cleaver. Realmente, não existiam mais monstros para defendê-la do lado de fora. Entre suas monstruosas muralhas, um enorme portão de aço, com um símbolo indecifrável em seu centro. Ironfist se aproxima, juntamente com Green Korn e os outros. - Vamos forçar o portão, talvez consigamos abri-lo. - Certo! – Concorda o elfo dourado e os outros. Ao tocarem o gigantesco obstáculo, eles ouvem uma estridente risada, indicando desprezo por parte de alguém. Não sabiam de onde vinha o som, não viam nada a sua volta. Foi quando Limbus indicou para seus companheiros o responsável pela inquietação: um pequeno ser, com duas asas semelhantes às de um morcego, dotado de apenas uma boca, cheia de dentes pontiagudos, voava sobre o incauto grupo de guerreiros. Parecia ser um mensageiro. - Seus idiotas, pensam que vão conseguir simplesmente adentrar a fortaleza de meu mestre e obter sucesso em sua empreitada? São mais tolos do que parecem! Pois eu lhes digo o seguinte: o que está por trás destas muralhas, será com certeza, o jazigo de vocês! Vamos, entrem! Gemini Cross espera por vocês! HAHAHA... - Se tem uma coisa que me irrita, é um ser tosco voando que fala mais que eu! – Hakkin dispararia contra o ser uma de suas flechas, mas esta passaria direto através dele: era uma ilusão programada pelo necromante, dono daquela fortaleza, para amedrontar os heróis. - Esquece, elfo, vamos entrar! – Kamaitachi começaria a empurrar o portal juntamente com Ironfist, Korn e Limbus. Nazareth e os outros oito soldados começariam a ajudar também. Logo, veriam o porquê do aviso da pequena ilusão: a fortaleza era enorme, e dispunha de várias entradas. Com certeza, levariam meses para percorrer todos os cômodos e passagens daquele lugar. Até lá, Pietra poderia estar morta. Era um enorme labirinto que deveria ser transposto por Ironfist e os outros. - Viram o que eu quis dizer? – Interrompe a criatura – Nem em cem anos conseguirão o que querem! HAHAHA... O grupo permanece calado. Queira ou não, ele tinha razão. Mal sabiam por onde começar. Foi quando Limbus, retirando seu manto e largando suas armas ao solo, põe-se de joelhos no chão. Com um pedaço de carvão que trazia consigo dentro de uma pequena sacola, começa a desenhar no chão um círculo e vários símbolos, semelhantes a runas. Ao terminar, coloca-se no centro do círculo e começa a orar devotamente ao seu Deus, Osíris, a divindade do julgamento na Terra dos Grandes Desertos. - Rezar não adianta, padre... – Debocha Hakkin. - Calado! – Manda Ironfist. Era a primeira vez que o guerreiro tomava alguma atitude repreensiva com relação ao grupo. Isso causa um certo espanto nos presentes. Nazareth não sabe por que, mas começa a sentir uma sensação de paz muito grande. Kamaitachi e Korn também sentem algo, mas não sabem dizer o que é. Aos poucos, para espanto do grupo, as marcas no chão começam a emitir um leve brilho dourado. Os olhos do clérigo tornam-se brancos, e o ar à sua volta começa a ser tomado por uma forte energia. As marcas de carvão agora estão completamente douradas, liberando um forte brilho em torno de Limbus. Pondo seus braços em direção aos céus, Limbus Garnier evoca fervorosamente por seu Deus. - Osíris! – O grito do clérigo ecoa por toda a ilha de Bone Cleaver. Uma explosão de luz acontece no local onde Limbus encontra-se, formando uma enorme coluna de energia. Ao lado do círculo, a energia dourada começa a formar um portal, de brilho muito intenso. De dentro, começava a sair uma imponente figura, carregando consigo uma foice com dois gumes. Sua lâmina era simétrica, e, assim como seu cabo, totalmente dourada e coberta de runas. O ser trajava-se com uma armadura full plate dourada, com o símbolo de Osíris em seu peito, e, em suas costas, várias faixas douradas, movimentando-se com se vivas fossem, tomando formas semelhantes às de dois pares de asas. Diante do grupo, estava ninguém menos que o Avatar[2] do Deus Osíris. Limbus o evocou, para que pudesse ajudar o grupo em seu objetivo. Sem dizer uma palavra, o Avatar encara um por um dos guerreiros. Encara por fim o clérigo, que, ainda de joelhos, explica a situação para seu Deus. - Perdoe-me por incomodá-lo, meu Senhor, mas não vi outra maneira para proceder, diante de tal situação. Peço humildemente que possas nos guiar por entre os corredores desta fortaleza, até que encontremos a jovem inocente que se encontra sob jugo do dono deste local, um ser maligno que brinca com a vida como se um semelhante ao Senhor fosse. Por favor, meu Senhor, nos ajude. - Levanta-te, Limbus... – Ordena o Avatar. – Tu, meu filho, não compreendes ainda a magnitude de tua missão neste mundo. Tu és um dos Sete Pilares da Tríade, que veio a este mundo combater o mal puro que assola a humanidade. Seu dever é o de fazer o bem, e de encontrar os outros que irão auxiliá-lo nesta guerra. Mesmo que essa missão, em que se envolveste agora, não pareça ter nada a ver com teus sonhos e pressentimentos, tem sim a ver com tua índole, de ajudar aos que precisam nas horas de sofrimento. Irei sim, meu filho, ajudá-lo neste momento, porém, ajudar-te-ei somente até onde me convir ser necessário. - Obrigado, Senhor. Agradeço também por esclarecer essa dúvida que perdurava em minha alma nos últimos meses. - Não há o que agradecer, meu filho. Mande seus companheiros nos seguir agora. Limbus volta-se ao grupo e pede para que Ironfist e os outros comecem a seguí-lo. Ninguém conseguiu entender o diálogo entre Limbus e a divindade, vez que os dois conversavam na língua natal da Terra dos Grandes Desertos. Acharam prudente também não procurar saber do que se tratava, vez que, se fosse para ser do conhecimento geral, Limbus o tornaria. Já o clérigo de Osíris sentia uma paz indescritível dentro de si. As histórias eram reais, ele era o escolhido dos Deuses para vir a Lenor e combater o mal puro. Era um dos pilares, um dos elementos que cita o mapa dos oráculos, que carregava com o grupo. ----------------------------------------- Durante a caminhada, o Avatar segue diretamente pela estrutura da fortaleza, destruindo portas e paredes quando necessário. Dentro de alguns cômodos da fortaleza, soldados correm apavorados com a presença dos guerreiros. Em outros cômodos, mesas cerimoniais e câmaras com experimentos fracassados do vilão. O grupo é tomado por uma revolta muito grande. O Avatar segue calado. Algumas horas de caminhada depois, o grupo adentra uma grande sala, repleta de armas. O curioso é que todas estavam banhadas em sangue, enquanto outras se encontravam com restos de corpos, dentro de símbolos com alusão a Sirik, Helm[3], Tyr, e outras divindades. O Avatar pára nesta sala e começa a destruir tudo. Aparentemente, o necromante queria prender nas armas os espíritos dos guerreiros que uma vez as possuíram. Era um ritual deveras macabro e tenebroso. Korn, assistindo a tudo, repara numa adjacência da parede, e, com suas espadas, começa a forçar o local. Um enorme bloco de concreto cairia dali, revelando uma espada longa de lâmina bronze com uma pequena máscara no guarda-mão, de cor dourada. Seu cabo trazia símbolos de alusão a Helm. O Blade Singer fica encantado com a arma, e resolve guardá-la. Logo, voltaria ao grupo, que prosseguiria sua caminhada. ----------------------------------------- A caminhada perduraria por mais algumas horas. Já viam que não se tratava de uma simples fortaleza, mas sim de uma cidadela, isolada de todo e qualquer contato com o mundo exterior. Por fim, o Avatar indica ao grupo um longo corredor, com várias tochas iluminando-o por toda sua extensão. - Sigam por este caminho – Disse, desta vez, sendo entendido por todos – Ele os levará direto para o desafio ao qual vocês foram alertados. Transposto este obstáculo, terão vocês sucesso no resgate da jovem que vieram aqui encontrar. Boa sorte, bravos guerreiros. Parto agora, deixando um agrado para o sucesso de vossa missão. – Dito isso, o Avatar some envolto num enorme clarão dourado, sem antes projetar um pouco desta luz sobre os guerreiros. Logo eles sentiriam uma energia fortíssima, recuperando seus corpos cansados da longa jornada e dos ferimentos adquiridos com os sucessivos combates. Tinham seus ferimentos totalmente curados. - Bem, - diz Hakkin aos outros – é isso aí... Vamos nessa, estou louco pra ver o que é esse “desafio ao qual fomos alertados”... - É, bem que eu queria saber o que é que vamos enfrentar... – Diz Green Korn – Será que tem algo a ver com o tal “Gemini Cross” do qual falou aquela criaturinha, do lado de fora da fortaleza? - Pode ter certeza disso, mané! – O grito é ouvido por todos, mas ninguém sabe de onde vem. É quando o elfo dourado se lembra da espada que encontrou na sala de armas. Ao sacar a espada, percebe que a pequena máscara se movia: era uma arma-viva. - E aí, beleza? Pode me chamar de Slash Caliber, espada cantante ao seu dispor, louca pra detonar alguns otários! E aí, gatão, qual o seu nome?! - Er... Korn... - E aí, senhor Korn?! Vamos fazer uma grande dupla! Você segura, eu corto, você bate, eu dilacero, vai ser uma beleza! - Tá bom, tá bom, cala um pouco a boca, certo? O que você sabe sobre esse tal Gemini Cross? - Muuuuuita coisa! Quer saber sobre ele? - Sim. - Tem certeza? - Sim. - Absoluta? - Sim... - Mesmo-mesmo? - Podemos parar com a palhaçada, por favor?! (Helm, por que faz isso comigo?) - OK! Credo, não sou orelhudo que nem você, mas escuto bem, valeu? Pra falar a verdade, nem tenho orelhas... HÁ! Seguinte, o Gemini Cross, como eu, é um dos experimentos únicos do Nigro. Ele... - Peraí, peraí, quem é Nigro? - O mago necromante dono desta fortaleza... “Peraí” digo eu, cê quer saber sobre o Gemini ou sobre o Nigro?! - O Gemini, por favor... - Tudo bem. Como eu ia dizendo, o Gemini é como eu, um dos experimentos únicos do Nigro. Eu sou a única arma viva que ele conseguiu produzir, e o Gemini, o único ser híbrido desta ilha. - Como assim, híbrido? - Híbrido, ué! Ele é meio ser vivo, meio golem de ferro... algo desse estilo, bem... digamos... mortal, sei lá... bem perigoso, feio, etc e tal, manja? - Sei, e ele tá no final desse corredor. - Certo! Até que você não é tão tapado! - Tá bom então. Pessoal, segundo a espada, fica no final desse corredor! - Caramba, bailarino, – diz Hakkin – fui com a cara dessa espada... Pelo menos ela não é tão fresca que nem você. - ... O grupo continuaria seguindo até o final do corredor, onde deparariam com um portal de aço muito reforçado. Ironfist segue para abri-lo, mas antes de tocá-lo, este se abre sozinho. Atrás dele, a mesma criatura que os recebeu na entrada da cidadela, encontrava-se ali. - Ora, ora, não é que o grupo de idiotas chegou até aqui em menos de um dia? Posso dizer que é uma proeza, mas ao mesmo tempo, uma idiotice, já que seguiram até o seu calvário rapidamente. Querem realmente resgatar a jovem filha de McLeoud? Ela está atrás deste portal. Vão logo buscá-la! HAHAHA... – A imagem voltaria a desaparecer. Ironfist, Green Korn, Kamaitachi, Limbus, Hakkin, Nazareth e os oito soldados remanescentes entram no que seria uma espécie de arena. A porta atrás deles começa a se fechar, ao mesmo tempo em que, do outro lado do campo de batalha, outra começava a se abrir. Do fundo escuro, apenas se via o brilho vermelho de um par de olhos. A espada de Korn fica eufórica. - É ele, tenho certeza! É isso aí gatão, o pau vai comer agora, cê vai ver! Logo surgiria, por dentre as sombras, um enorme lobisomem, de mais ou menos quatro metros de altura. Seu antebraço esquerdo, todo seu braço direito e parte de seu peito eram próteses metálicas magicamente aplicadas: eram partes de golem num ser vivo, algo nunca visto por nenhum dos guerreiros. O coração do monstro era exposto, por trás de uma redoma muito grossa de cristal. A criatura bestial tinha garras enormes, quase do tamanho de espadas curtas, e presas que pareciam ser capazes de dilacerar até mesmo o aço das armaduras mais resistentes. A criatura permanece imóvel, defronte ao grupo de guerreiros. Ironfist trata logo de invocar seu martelo, enquanto os outros começam a se preparar para a luta. O pequeno ser alado entraria voando na arena, pondo-se atrás da criatura. - Gemini! Estes intrusos ousaram invadir a fortaleza do mestre! Mate todos! O longo uivo dado pela criatura podia ser ouvido mesmo do lado de fora da fortaleza. Ele estava pronto para atacar, e sem demora, partiria para cima do grupo de heróis. - Separem-se! – Manda Ironfist, golpeando em cheio a besta com seu martelo. Kamaitachi também começaria a correr em torno do monstro, com velocidade espantosa. Korn e Hakkin, com seus poderes élficos, voavam em torno do adversário, enquanto Limbus ordenava ao seu Lobisomem e ao Homem-Leão que atacassem o inimigo. Nazareth, à frente dos soldados, avança sobre o monstro com sua espada em punho. O ataque maciço é devastador, mas aparenta não surtir efeito algum sobre Gemini, que, com suas garras, consegue afastar Ironfist e os outros de perto de si. - Gemini! – Ordenava a criatura alada – Use o ataque Gemini-Cross![4] O grande lobisomem começava a concentrar uma enorme energia em suas garras. Logo, dispararia numa velocidade vertiginosa, atacando em ordem, Kamaitachi, Ironfist, Limbus, o lobisomem e os soldados. Sua velocidade era impressionante, superava muito a do dragão branco. O ataque é violento, e acaba por ferir gravemente Kamaitachi, o clérigo de Osíris e destrói, literalmente, a ossada do lobisomem que o servia. Ironfist, mesmo atingido, continua o ataque. Quatro soldados perderiam suas vidas no devastador ataque. Kamaitachi, mesmo caído no chão e ferido, começa a se concentrar. Seu corpo começa a emanar uma aura branca, e o ar torna-se mais frio. Com força total, invoca seu chão de gelo. - Shi-Ryu-Sui-Sen! – O poder do místico recobriria toda a arena. Gemini Cross ainda conseguia correr, prendendo seus pés no chão com suas garras, mas não conseguia mais atingir velocidade máxima. O esforço é absurdo, o que leva o místico a perder os sentidos. Limbus, já desmaiado no chão, é socorrido por um dos soldados. Vendo a cena, o Homem-Leão volta-se para Gemini e passa a concentrar uma forte energia nas mãos. O mesmo ataque empregado contra Ironfist no confronto anterior seria utilizado agora contra o enorme adversário. Impondo suas mãos em direção ao lobisomem, o Homem-Leão dispara uma fortíssima descarga de energia diretamente no peito do monstro. Desequilibrado, torna-se presa fácil para o Toque Chocante de Green Korn e para o Ice Bow de Hakkin. Ali perto, era a vez de Kamaitachi ser socorrido por Nazareth. Aos poucos, o dragão recuperava os sentidos. O monstro, mesmo ferido, continuava a atacar com ferocidade admirável. Mais três soldados perderiam a vida, e era a vez de Hakkin ser golpeado. O elfo negro perde a concentração, fazendo com que o arco de gelo desapareça. Diante de tal situação, Ironfist dá um enorme salto, com a mesma energia em forma de chamas que usou contra o Homem-Leão envolvendo seu martelo. - Desculpem-me, mas vocês também serão atingidos... – É o único aviso de Ironfist, que usaria mais uma vez seu devastador golpe. Todos se reúnem num canto da arena. Kamaitachi, ainda não totalmente recuperado, faz um esforço sobre-humano para invocar sua muralha de gelo para proteger a si e a seus companheiros do ataque de Ironfist contra Gemini. O resultado final não é muito diferente do que o ocorrido na floresta: um enorme clarão, seguido de uma devastadora onda de choque, que acabaria com a arena e destruiria vários pilares e paredes no local. Desta vez, o ataque foi empregado diretamente contra Gemini Cross, que não resistiria à violência do golpe: parte de seu peito, junto com seu braço esquerdo, estavam completamente destruídos. Seu corpo desaba ao lado de Ironfist, numa pequena cratera ao centro da arena. Gemini absorvera boa parte do impacto. - Como estão todos? – Pergunta Ironfist. - Todos bem... – Diz Green Korn - Nem a muralha de gelo de Kamaitachi agüentou a violência do seu golpe, mas tratou de nos proteger muito bem. - Como estão o místico e o clérigo? - Estão bem, ainda temos poucas poções de cura, dá pra tratar de todos... Aliás, onde está o exército? – Korn não reparara, mas os trinta soldados que os acompanharam estavam mortos, com exceção de Nazareth. De todos, fora o único sobrevivente. Os outros sucumbiram ao longo da jornada na ilha de Bone Cleaver. O jovem guerreiro encontrava-se desolado por ver que foi o único que restara. Seus companheiros, seus amigos, estavam todos mortos. Só sentiu conforto em seu peito quando abordado por Ironfist. - Não se sinta sozinho, meu amigo. Você é um guerreiro muito bravo, sobreviveu aos maiores perigos desta ilha. Seus companheiros estão agora, com certeza, ao lado de Tyr, por terem morrido cumprindo a missão de um verdadeiro guerreiro justo. - Muito obrigado, senhor... - Aqui não existe nenhum senhor... Guarde-o para quando encontrar seu Deus, meu amigo... Vamos seguindo, temos ainda de encontrar a jovem McLeoud. - Sim... – Nazareth já transparecia um certo conforto com relação aos últimos acontecimentos. Seguiriam adiante Ironfist, seguido por Nazareth, Korn, Limbus, Hakkin e Kamaitachi. Estes três últimos, muito feridos, eram auxiliados por seus companheiros. As poções de cura chegavam ao fim, e ainda estavam muito cansados. Entrando pela passagem de onde saíra Gemini Cross, o grupo encontraria um longo corredor, com uma pequena porta no final. Ao abrirem, encontram um velho senhor, preso numa estranha estrutura, por vários tubos e drenos, contendo diversos tipos de líquidos, de variadas cores, que circulavam incessantemente por seu corpo. Ao seu lado, uma bela jovem, deitada sobre uma estranha mesa. Não estava morta, nem havia sinais de que algum mal havia sido feito. Limbus nada sente com relação a ela, mas sente quanto àquela estranha figura: estava definhando, próximo da morte. - Sejam bem-vindos, bravos “heróis”... O que querem aqui? - Viemos a pedido de Siegfried McLeoud para resgatar sua filha das mãos de um antigo desafeto, que atende pelo nome de Nigro. – Diz Korn. - Bem, eu sou Nigro, e essa jovem é a filha de McLeoud... Não posso impedi-los de resgatá-la, podem levá-la, apenas quero ficar em paz... Korn pega a jovem em seus braços e a entrega a Ironfist. Estava bem, apenas desacordada. Antes de irem embora, o Blade Singer volta-se ao necromante. - Por que essa vingança? E por que desistir tão facilmente? Suas atitudes não têm lógica alguma, velho! - Lógica? O que sabe sobre lógica? Meu rapaz, a vingança não tem lógica. Vivemos num mundo em que o ódio é capaz de produzir coisas poderosas, inclusive a vingança. Onde existe ódio, não existe a lógica. Eu enfrentei McLeoud há mais ou menos 30 anos... Eu já era um mago de idade avançada, querendo apenas criar um ser perfeito, uma máquina de matar sob meu comando, quando o “grande herói” resolveu acabar com tudo... Toda a minha pesquisa, de mais de cinqüenta anos, até aquele dia, estava perdida. Tive de começar do zero, me isolei nesta ilha onde pude recomeçar meus experimentos. Fiz novas descobertas, mas meu ódio por Siegfried nunca diminuiu. Nos últimos anos, me vi portador de uma moléstia incurável, o que me obrigou a me enclausurar neste artefato, que me garantiu essa sobrevida que tenho levado nos últimos dez anos... E foi aqui, por meio de meus criados, que descobri que meu inimigo havia abandonado as batalhas e tinha constituído família... Meu desejo era acabar com tudo o que ele tinha, e por isso, raptei sua bela filha... Mas olhem para mim agora. O ódio me consumiu, sou só um velho tentando desesperadamente agarrar algumas migalhas de tempo para continuar vivo... Não existe mais razão para minha vingança, se não estarei vivo para ver o sofrimento de meu desafeto... Podem partir... Só espero que algum Deus... tenha... piedade de... minha alma... Nigro viria a morrer diante dos olhos de Korn e de seus companheiros. Limbus aproxima-se do necromante para velar seu corpo. - Que Osíris faça seu julgamento, meu amigo... O grupo começa a seguir o caminho de volta. Param num cômodo vazio para descansar, para, em seguida, continuarem a jornada para fora da fortaleza. Em pouco tempo estariam de volta aos arredores da ilha de Bone Cleaver, onde Jack Cornell esperava-os com o navio que os levaria de volta. - Macacos me mordam e tubarões me belisquem! Vocês acharam a filha do velho McLeoud mesmo! Suas sardinhas abissais, vocês são incríveis! - Valeu, Jack... Agora toca essa embarcação de volta a Duke Abridge, pode ser? - É pra já, amigão! - Putz, quem é esse mané, hein, Korn?! – Pergunta a espada. - É isso aí, eu falei a mesma coisa na hora que o conheci! – Interrompe Hakkin. - Por Helm, vai ser uma longa viagem... O grupo começava a seguir o caminho de volta a Duke Abridge. Tiveram sucesso em resgatar a filha do velho guerreiro Siegfried McLeoud. Todos procuravam descansar durante a volta, inclusive Ironfist. Os únicos que permaneciam acordados eram Limbus e Nazareth. O jovem guerreiro ainda pensava em tudo que havia acontecido: as batalhas, os monstros, os poderes que viu, a morte de seus amigos... Não entendia por que fora o único que ficora vivo, num exército de trinta homens. O clérigo de Osíris, de longe, encara Nazareth com um sorriso no rosto. Tinha as respostas para as perguntas do jovem soldado, e já sentia o que esperava por ele no futuro. Em sua mente, Limbus ouve uma mensagem que daria de vez cabo à suas suspeitas com relação a Nazareth. “Se é o que você quer saber, meu filho – diz, na mente de Limbus, o Avatar de Osíris – a resposta é sim: este jovem também é um dos pilares que irá combater o mal. Una-o ao grupo, pois ele será um dos mais importantes elementos nesta batalha” “Por que tu dizes isto, meu senhor?” – Diz mentalmente o clérigo. “O tempo dir-te-á, meu filho” – Dito isto, a voz se cala. Limbus sente uma incrível sensação de paz dentro de seu peito. Sabia agora que era um dos elementos, e que Nazareth era outro, como suspeitava. Restava saber se seus outros companheiros eram os que iriam completar os chamados “Sete Pilares da Tríade”. Até lá, seguiria seus instintos e pediria para que Osíris guiasse seu caminho. Iria descansar agora. Logo chegariam a Duke Abridge. ---------------------------------------------------- [1] Mago da esfera da necromancia. [2] Representante do Deus, geralmente um guerreiro celestial que encarna o próprio poder da divindade. [3] Deus da Batalha. [4] “Cruz de Gêmeos” _______________________________ Aí está, mais um capítulo da Saga.
  22. Saknagi, tenho QI de 66508623403.14 x Infinito e não consigo fazer curso de inglês =( Muito chato pra mim. Quer uma dica? Aprender Inglês com videogames e fórums internacionais>Curso :3333 Aos meus 10 anos eu já me comunicava fluentemente com o pessoal de outro fórum. E nunca tinha feito curso. sim...eu aprendi inglês assim, mas só pra traduzir textos, curso serve mais pra exercício oral mesmo mesmo, traduzir texto é fácil o ruim é se acostumar com a pronuncia, pelo menos pra mim falar/ouvir é um problema, mas ler é até fácil =( Traduzir, se comunicar, escrever emeios, escrever, etc. O curso que eu fui (Nem lembro qual era, acho que era FiSK) era tipo.. DA LAME. "Uátis iour neime?" "Mai neime is Metra!!1" E ficava nisso. Direto. RIDÍCULO. Enquanto eu podia formar frases complexas no inglês, tinha que me resumir a isso. Cansei e saí do curso. Quanto à pronúncia.. Kingdom Hearts com legendas serve pra isso *-* Weeeeehehehehe. to tentando fazer isso com filmes legendados =X Em tempo: eu aprendi o inglês que sei jogando (Final Fantasy VII \o/) e ocasionalmente assistindo filmes legendados (lembro claramente de Máquina Mortífera 3, mas aprendi com outros também).
  23. Eu tava pensando... É possível que Danker = wesleyalmeida = Phyles = Snake? Falando sério. Phyles = Snake nem vou discutir, mas tanto o Phyles quanto os outros dois usavam a mesma fonte, tinham a mesma (falta de) sagacidade e a mesma vontade de xingar membros do fórum (GK em especial). Danker e Phyles usaram a mesma sign de Dragon Ball já. Só faltou o Danker usar o Photobucket 'Nicknando', mas não vi ele usar esse não. Alguém mais vê as semelhanças?
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