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Jack O' Daniels

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  1. Saudações! Bem, essa FanFic é uma parceria minha e de um amigo, mas como a parte da escrita ficou mais por minha conta, e ele se encarregou da parte do português, eu meio que me apeguei mais a narrativa, e queria ver comentários de outros escritores e leitores.No mais é isso, espero posts com críticas construtivas. ^^ Boa leitura! Escrito por: Jack O' Daniels (Carlos Eduardo Melo e Caique Perona) --------------------------------------------------------------------------------------------------- Das muitas lendas que existem em Rune-Midgard, uma se destaca. Todas as pessoas a conhecem, e a temem, devido ao fato de dentre todas, ela ser a mais real: A História de Thanatos, o poderoso guerreiro que depois de dez dias e dez noites, derrotou a besta Satan Morroc, e livrou a raça humana de uma escravidão iminente. A população sente medo do dia que o Imperador Demônio renascer, e não houver um Thanatos para salvar a todos. Essa lenda aqui será contada, pois sua importância no destino de Aesir Sorin, e de Midgard, é fundamental. Duas Histórias. Um Destino Primeira Saga Prólogo - Parte UmA História de Thanatos “Nossa vida nada mais é que uma grande ampulheta. As areias douradas desse marcador nos mostram o tempo que ainda temos para usufruir dos prazeres que a vida nos oferece. Quando chegamos aos últimos grãos desse marcador, finalmente nos damos conta de várias coisas. Percebemos que no fim, não fomos nada, não soubemos de nada, não vimos nada, não sentimos nada, e fomos apenas partículas de algo maior, muito maior que a nossa simples existência. O fluxo da vida. Depois de uma vida egoísta, finalmente cheguei a essa conclusão." Aesir Sorin. O destino dessa batalha mudaria a vida de todas as criaturas que habitam Midgard. Thanatos sabia disso, por isso, não podia falhar em hipótese alguma. Havia aprendido nas muitas batalhas de sua vida que um movimento errado na hora errada, poderia significar sua ruína. Neste caso, seu fim seria uma imensa mão esmagando o seu corpo como se fosse a pétala de uma rosa. E seu sangue se misturando com a areia daquele deserto desolado e quente como o inferno.Thanatos era o general da guarda real de Glast Heim, com pouco mais do que vinte anos, algo grandioso, que ele só conseguiu devido à sua maestria com a espada e suas habilidades de liderança. Diferentemente dos rudes soldados que andavam pelas ruas, ele era um jovem atraente. Seus cabelos eram curtos, de um azul forte e escuro, tal como seus severos olhos. Seu rosto possuía traços duros e uma aparência enigmática, que inspirava segurança aos seus companheiros nos campos de batalha. Usava uma colossal armadura prateada e fosca, que não só impunha respeito, como também emanava poder. O peitoral era aberto no meio, deixando a vista seus largos músculos de guerreiro debaixo de sua vestimenta, que era de um azul pouco mais escuro que seus cabelos. Suas ombreiras eram gigantes, e possuíam o formato de um crânio agourento, com olhos negros que pareciam seguir seus oponentes onde quer que fossem .Usava uma capa vermelha como o sangue escarlate de seus inimigos; quando Thanatos brandia sua larga espada, a capa seguia seus movimentos de tal forma que parecia uma dança. Hipnotizante e mortal. No momento, a imagem honrosa que o cavaleiro dos cabelos azuis passava em suas andanças pelo reino era apenas uma memória distante, seus vinte e cinco anos mais pareciam quarenta, seu cabelo brilhante estava sujo de areia e sangue endurecido, seus olhos serenos estavam manchados de vermelho, sua testa estava cheia de cortes, sua armadura amassada; sua capa não era nada mais que um farrapo sujo. Sua espada, porém, estava afiada como sempre, e não perdera sua intrigante beleza, por mais que estivesse coberta pelo pó do deserto.Ele estava ofegante, sua espada estava fincada no solo arenoso, e ele apreciava um raro momento de descanso. Thanatos estava lutando havia dez dias, e os poucos momentos que ele conseguia fugir da luta eram curtos e duravam apenas o bastante para que ele pudesse bebericar água em um oásis próximo dali ou comer alguma coisa para manter-se em pé. Por mais que ele fosse um guerreiro de poder inimaginável, ele ainda era um humano, e a fatiga o consumia, lenta e dolorosamente. Sabia que precisava finalizar essa luta o mais rápido possível, e também sabia que não podia falhar, o destino de Rune-Midgard estava em suas mãos.Decidido, o jovem guerreiro tirou a espada da areia e partiu em busca de seu oponente, com a lâmina sendo arrastada pelo chão com as suas duas mãos. Não restavam forças em seus braços para embainhar sua preciosa arma, e ele sabia que logo teria que usá-la novamente. Com dificuldade, Thanatos subiu uma duna próxima para procurar seu adversário de uma altura melhor. Não foi preciso procurar, assim que botou os pés no topo da duna viu seu oponente: Morroc.A criatura era tão grotesca que parecia ter saído do mais sombrio pesadelo de um monge da Abadia de Santa Capitolina. Nem mesmo as preces sinceras de um sumo-sacerdote poderiam afastar a imagem do demônio da mente da pessoa que o visse. Seus braços não só possuíam seis olhos de tamanhos irregulares e viscosos, como eram tão fortes que poderiam erguer um Grand Peco sem fazer esforço. Os membros não só possuíam músculos extraordinários, como eram extremamente desproporcionais ao corpo, que possuía uma carapaça tão forte quanto dez armaduras de paladinos juntas, nem mesmo a arte arcana mais poderosa de um bruxo poderia arranhar tal proteção. O rosto do monstro era uma mistura bizarra dos seres mais repugnantes e horrendos que se escondiam nas sombras de Midgard. Com vários olhos brancos que piscavam em tempos e formas diferentes, formando o ritmo de uma melodia escutada apenas uma vez por cada humano: a morte.O sol se pondo no horizonte fazia com que as coisas ficassem com uma leve coloração vermelha, o vermelho dos raios solares refletia na carapaça de Morroc e ia ao encontro dos olhos da besta, que assumiam uma doentia coloração rosa. O cavaleiro de olhos azuis ficou impressionado consigo mesmo. Onde ele tinha arrumado força e coragem para lutar com a criatura por tanto tempo, ele não sabia, mas sabia que se sentia enjoado ao olhar para o Imperador Morroc, e nesse momento, ele não desejava nada além de poder voltar para sua confortável casa em Geffen e poder dormir por longos dias, para acordar e fingir que tudo isso era apenas um pesadelo, um horrendo pesadelo.Thanatos contemplou a criatura uma última vez, ele queria livrar o mundo de tal demônio, sabia que se deixasse a criatura viva seria questão de meses para ela destruir o mundo e escravizar a raça humana. Enquanto vivesse, jamais deixaria isso acontecer. Com suas últimas forças, o guerreiro puxou de seu cinto, um recipiente com o resto de um líquido verde. Ele tirou a rolha da tampa e levou o líquido à sua boca. O gosto era amargo. Depois de aproximadamente cinco segundos, o jovem lutador sentiu a adrenalina invadindo seu corpo, e aos poucos, suas energias voltando. Assim que sentiu que teria forças o suficiente para levantar sua espada, ele avançou em direção ao monstro com a espada na altura de sua cabeça. O Imperador Morroc não demorou a perceber a presença do cavaleiro, quando ele estava a mais ou menos cinquenta metros, o demônio levantou seu gigantesco punho para acertar o ser humano, Thanatos viu o movimento da besta e começou a correr em zigue-zague, sabia que não conseguiria desviar do soco de Morroc em seu estado físico. O movimento do jovem confundiu o Imperador, que errou seu soco e acabou acertando a areia próxima ao oponente, que viu essa oportunidade como sua chance de acabar com a batalha, aproveitou o impulso da corrida e pulou sobre o punho do demônio. A besta, surpreendida com tal ação imprudente, levou sua mão para cima de sua cabeça, para que assim, pudesse jogar aquele inseto no chão e pisoteá-lo. Quando a mão da criatura estava exatamente a cima da cabeça dela, Thanatos pulou, com a espada apontada em direção a coluna de Morroc. A queda foi rápida, mas a espada não enterrou na carapaça do demônio como ele esperava, apenas rachou um pouco a pele.O Imperador Morroc riu da escolha de movimentos de seu pequeno oponente e falou com uma voz de desprezo que mais parecia o rugido de Odin:- É esse o seu golpe final jovem inseto? Esperava que você fosse mais esperto que isso, está me aborrecendo a dez dias, e ainda não percebeu que sou impenetrável? O cavaleiro sabia que não poderia ferir seu oponente, afinal, realmente estava lutando com a criatura por muito e tempo, e ainda não havia conseguido ferí-la. Ele já estava a beira do desespero, se as coisas continuassem desse jeito, ele levaria Midgard a ruína, não possuía força física para matar Morroc, então, o que ele tinha?- Suponho que essa foi sua ultima cartada. Foi divertido, mas não o suficiente. Quem sabe quando eu espremer seu corpo humano no chão eu mude de opinião? O barulho dos seus ossos se quebrando certamente será um deleite aos meus ouvidos.- Provavelmente, mas quem sabe sentir sua cabeça se desprendendo do seu corpo possa ser um deleite maior? – Disse Thanatos preso nas costas da criatura pela espada, ele precisava distrair Morroc o máximo o possível para tentar achar uma forma de acabar com a besta.- Você certamente fala de forma altiva para um ser tão insignificante. – Falou o Imperador das Trevas se preparando para arrancar seu oponente de seu corpo.Vendo a gigantesca mão se aproximando, o cavaleiro descobriu em um lampejo como poderia derrotar a fera. Desistiu de tentar arrancar a espada da carapaça da criatura cheia de olhos, e ao invés disso, jogou todo o seu peso sobre a lâmina, e pulou sobre o cabo, fazendo com que ela finalmente penetrasse a carne de Morroc.A criatura urrou, de forma tão alta e potente, que deslocou as areias das proximidades, sobrando apenas uma imensa cratera rodeada de dunas. O chão tremia, Thanatos lutava para manter o equilíbrio sobre o cabo de espada, era agora ou nunca.- Parece que você finalmente usou seu pequeno cérebro para me perfurar... Vou garantir que essa seja a última vez. – O sangue do demônio escorria lentamente da ferida causada pelo cavaleiro, era um líquido de um vermelho tão escuro que mais parecia o negro dos olhos das ombreiras do cavaleiro.O guerreiro pulou do cabo de sua espada e ficou em cima da cabeça de Morroc, a criatura urrou novamente. Sabia que o movimento que ele estava prestes a fazer poderia custar sua vida caso fosse executado de forma errada. O cavaleiro de armadura fosca, então pulou e deu uma meia cambalhota no ar, ficando com a cabeça bem em cima da de seu oponente. Então murmurou algumas palavras em uma língua desconhecida e imaginou o que faria com o demônio. O cansaço tomava conta dele cada vez mais. Thanatos sabia que não conseguiria ficar em pé de tanto cansaço, e ficou preocupado de não ter imaginado a magia de forma correta.Ele era um homem de armas, não um bruxo. Porém, havia treinado magias com um mago em Geffen. Muitas vezes os ensinamentos do praticante das artes arcanas salvaram sua vida no campo de batalha, mas nesse caso, salvariam Rune-Midgard inteira, e talvez, acabassem com a sua.O principio da magia era muito simples, era basicamente uma troca de favores. Cada mago fazia um pacto com alguma divindade elemental que habitava a terra, e essa criatura, passaria seus conhecimentos para a pessoa, de modo que o usuário conseguiria conhecimentos sobre os elementos de forma inimaginável. Se a criatura morresse, a pessoa perderia a capacidade de fazer magia, e então, teria que fazer pacto com outro monstro. Em troca desses conhecimentos, a pessoa colocava sua vida em jogo. O ser humano não possui a capacidade natural de usar magias, logo, ele precisaria trocar algo seu sempre que realizasse alguma. Muitas pessoas usavam a mana, uma substância que existe no corpo de todas as pessoas e que era de extremo interesse para essas divindades.A mana é algo incrível que nem mesmo os alquimistas de Al De Baran entendem completamente. Segundo eles, é um líquido que corre pelo nosso corpo assim como o sangue, a pessoa que o utilizasse de forma sábia conseguiria fazer movimentos que um ser humano normal não conseguiria. Como manejar uma espada com tamanha força que mandaria uma onde de ar quente em direção ao oponente, ou então, lançar uma flecha forte o suficiente para penetrar cinco inimigos enfileirados. Thanatos tinha conhecimentos consideráveis sobre a mana, sabia utilizá-la bem, e já havia usado toda que existe no seu corpo nessa batalha, então para usar essa magia, ele estava usando algo que interessava muito mais as divindades que a mana, o sangue.Usar sangue para fazer magias era algo muito arriscado e proibido por todas as ordens mágicas que existiam em Midgard. O líquido vermelho que corre em nossos corpos é uma substância perigosa, capaz de produzir magias muito mais poderosas e destrutivas do que as que usam mana como troca, afinal, o sangue traz muito mais poder para as divindades elementais, pois, elas sabem o que o ele significa para o corpo humano, e uma troca mágica sempre tem que ser justa. Baseando nesse princípio, uma magia poderosa, exige muito sangue, e o corpo humano não possui uma fonte ilimitada de tal líquido. Um ser humano realmente pode fazer uma mágica poderosa o suficiente para se equiparar a um deus, porém, isso secaria o sangue de seu corpo, e o levaria à morte.O guerreiro estava com medo, ele estava prestes a fazer uma magia poderosa, e já havia perdido muito sangue nessa batalha. Caso seu sangue fosse totalmente drenado antes dele completar a magia, a arte arcana ficaria incompleta, e poderia nem completar uma forma definida, sendo assim, um sacrifício nulo.O pacto de Thanatos havia sido feito com um Pesadelo que ele encontrou no topo da Torre de Geffen, assim, fazendo com que ele fosse um especialista em magias fantasmas. Seu instrutor de magia criticara a escolha de elemento que seu aprendiz havia feito. Até mesmo o gigante cavalo das sombras questionou a escolha quando o cavaleiro propôs o pacto, e depois que o guerreiro de cabelos azuis explicou, o fantasma riu, e concordou. O guerreiro sempre gostara do estilo de combate dos fantasmas, e usava muito esse estilo em suas batalhas. Ficar invisível na frente de seus oponentes e ver a cara de pânico deles era um prazer para Thanatos. Muitas vezes que o cavaleiro ficou cara a cara com a morte ele usou seus conhecimentos para disparar a alma de vários espíritos em seus oponentes. Essas almas amaldiçoadas saiam da mão do cavaleiro com um som assustador, e sugavam tudo o que era vivo nas redondezas. Mas agora, pouco importava as magias ofensivas que ele sabia. Ele usaria os seus conhecimentos mágicos para selar Morroc naquela imensa cratera, e assim, derrotar a criatura, mesmo que sem usar a força bruta.A arte de selar espíritos era algo que apenas alguns humanos conseguiam fazer, e os poucos que conseguiam, tinham aprendido sozinhos, apenas observando os espíritos por anos. Muitas pessoas queriam poder lidar com as almas dessa forma, para assim, conseguir uma posição privilegiada na sociedade, pois aquele que lida com os mortos, sempre inspira medo e respeito nos vivos.O guerreiro não tinha aprendido a selar as criaturas como os outros humanos, ele aprendera a selar do modo que os fantasmas faziam, quando fez o pacto com Pesadelo. Ao conseguir o conhecimento da arte mágica dos fantasmas, o cavaleiro jurou pra si mesmo que jamais usaria a habilidade de prender almas, pois, não só necessitava de ser feita usando uma quantia imensa de mana, como era extremamente cruel.Para fazer isso, primeiro, Thanatos tinha que olhar de forma fixa para a alma de seu oponente, habilidade que ele conseguiu assim que fez o pacto com o imenso cavalo na torre de Geffen. Depois que o cavaleiro tivesse a indefesa alma de seu oponente na sua mira, ele precisava concentrar todos os pensamentos negativos de sua mente na alma do adversário, para que assim, as almas fiquem ligadas por um elo tão sombrio que, a do adversário ficaria instável, e seria corrompida pela escuridão, sendo assim, facilmente manipulável. Depois disso, o usuário concentraria a energia de seu próprio espírito ao redor de si mesmo e do seu oponente, para que uma barreira se materializar-se entre os combatentes e o resto do mundo. Por fim, Thanatos esticava sua mão e puxava a alma do adversário de seu corpo, e a barreira que havia sido criada diminuiria, até que tivesse o tamanho o suficiente para prender apenas a psique de seu inimigo em algum lugar. Por fim, um selo apareceria ao redor da região onde estava a alma, para representar que ela estava ali, e o corpo do oponente desapareceria lentamente, para ficar preso junto ao seu espírito.Ele então olhou fixamente em direção ao peito de Morroc e começou a se concentrar para poder ativar suas habilidades mágicas e ver a alma da criatura. Quando finalmente conseguiu, se surpreendeu. A de Morroc possuía uma coloração avermelhada, devido a quantidade de sangue humano que a besta já derramara, e era bem maior que a de um homem. Thanatos deduziu que esse tamanho era explicado devido aos milhares de anos que a criatura habitava Midgard.O guerreiro de olhos azuis se deu conta de que não tinha tempo para refletir sobre o tamanho da alma de seu oponente, afinal, ele estava em plena queda, e cair de cabeça da altura que ele estava poderia ser fatal. Da forma mais rápida que o cavaleiro conseguia, ele começou a pensar em pensamentos negativos para poder corromper a alma de Morroc. Imaginou as várias mortes que tinha testemunhado, imaginou algumas que ele mesmo tinha causado no calor da batalha, quantos inocentes já haviam morrido por motivos fúteis? Thanatos começou a sentir a natureza sombria de seus pensamentos na sua própria mente, mas sabia que só isso não seria o bastante. Afinal, morte não significava nada para o demônio que ele estava lutando. Começou a pensar sobre sua infância, de como se tornara escravo de um pirata em Alberta, pensou no fato de seus pais o terem abandonado, relembrou o úmido porão que ele vivia, sem comida, convivendo com os ratos e os insultos. Dessa vez, ele sentiu raiva, raiva de sua fraqueza na infância, raiva de seus pais covardes que abandonaram seu próprio filho com um comerciante de escravos em troca de alguns zenys. Ele sentia a vontade de vingança na sua mente, sentia vontade de abandonar essa luta que não tinha nada a ver com ele e matar o seu rei, para ter a noticia divulgada pelos quatro cantos do mundo, e os pais dele pudessem ver, onde quer que estivessem, o que fizeram com o filho deles, e sentirem medo. O chão se aproximava cada vez mais. O jovem se deu conta que sua própria escuridão o estava possuindo, e que ele precisava acabar com isso de uma vez. Thanatos concentrou mentalmente todos esses pensamentos em uma pequena esfera de pura escuridão, e então, fixou seus olhos e sua mente na alma de Morroc. O nobre cavaleiro sentiu um elo sendo formado entre sua mente e a alma de seu oponente. O cavaleiro estava a apenas alguns metros do chão. O cavaleiro sentiu seus pensamentos negros corrompendo a alma de Morroc de forma extremamente rápida, parecia que Thanatos tinha memórias mais sombrias do que ele mesmo imaginara. Quando o guerreiro estava a apenas uma cabeça do chão, ele sentiu que a alma de seu oponente já estava pronta para ser selada, e decidiu ativar a próxima parte da magia antes que morresse.Sentiu o sangue do seu corpo se esvaindo, e o frio invadindo suas entranhas. Faltava um palmo para o chão. O jovem de cabelos azuis estava pronto para morte, ou seu sangue acabaria antes de completar a magia ou ele morreria com a queda. Faltando centímetros para o choque fatal, a magia aconteceu.A enorme cratera em que eles estavam foi tomada por uma luz azul extremamente ofuscante, e uma bolha de coloração turquesa se materializou, cobrindo toda o grande buraco. O tempo dentro dele, parou, imobilizando tudo que nele havia. O alívio tomou conta de Thanatos, ele estava zonzo, sentia que seu corpo estava gelado como a neve, devido à perda de sangue e calor, mas ele não havia colidido com o solo, e estava feliz por causa disso. Porém, não tinha tempo a perder, enquanto a bolha estivesse materializada, seu corpo perderia sangue. Procedeu para última etapa do selamento de almas. O cavaleiro, imobilizado próximo ao solo, murmurou novamente algumas palavras, para poder se mover na bolha sem ser impedido pela própria magia. Sentindo novamente seu sangue se esvaindo, seu corpo caiu no chão, a alguns metros de Morroc. Sem conseguir forças para levantar, Thanatos foi rastejando em direcção ao grande monstro, o guerreiro honroso não era nada mais que uma sombra. Quando ficou na frente da besta, ele se levantou com dificuldade, e mancando, deu um passo a frente, esticou a mão, murmurou outra palavra, e sentiu mais sangue do seu corpo desaparecendo. O esforço que o cansado cavaleiro fazia para se manter de pé era imenso. A alma do demônio pareceu responder às palavras de seu oponente. A névoa foi lentamente em direção à mão esticada, e quando entrou em contacto com a pele, entrou em estado sólido, ficando semelhante a uma gema vermelha como rubi. Ele sentiu a presença de Morroc na pedra, era algo desconcertante, parecia que ela queria matá-lo. Thanatos foi se arrastando em direcção ao centro da cratera. Passou por Morroc. Cada passo que ele dava causava uma dor ainda maior que o último. Pareceu uma eternidade até ele chegar em seu objectivo. A areia que ocupava o meio da cratera era um pouco diferente da que cobria o resto do chão do deserto, era curiosamente pálida, como os ossos de um esqueleto, parecia que estava predestinada a ter um propósito diferente do resto dos grãos.A vista do cavaleiro já estava tão turva que ele não conseguia ver os próprios dedos, soltando o ar de forma lenta, o cavaleiro levantou a mão que segurava a gema até sobre sua cabeça, e então, juntando as ultimas forças de seu corpo, jogou a pedra vermelha no que ele julgava ser o chão. Proferiu mais múrmurios e sentiu um frio excruciante. Thanatos não aguentou, sua cabeça ficou tão pesada com essa última magia que mal se deu conta e já estava junto ao solo arenoso.Nesse momento, não importava se ele tinha conseguido salvar o mundo de Morroc, tudo o que se passava na mente do guerreiro era o o imenso cansaço que ele sentia. Seus olhos ficaram pesados como o escudo de um templário, e por fim, o cavaleiro de cabelos azuis desmaiou. O que outrora era um cavaleiro de aparência honrosa, andando pelos corredores do castelo real de Glast Heim, com uma espada encrustada de jóias tão brilhantes quanto a coroa real, agora, era apenas um jovem tomado pela exaustão. Caído. Indefeso. Humano.A gema com a alma de Morroc se desintegrou assim que entrou em contato com o chão. A névoa com a alma do demonio, se libertou, mas ao invés de voltar para o corpo de seu dono, foi puxado em direção a parte do chão que tinha as areias pálidas, lá seria selada. Essa fora a ultima magia de Thanatos antes de perder a consciência.O espírito da gigante besta ficou sobrevoando sobre a área do selamento por um curto período de tempo, como se protestasse, mas por fim, a magia foi mais forte. A névoa começou a fazer movimentos circulares sobre o local, a principio, largos, mas foram ficando cada vez menores, até se assemelharem com um pequeno tornado, e o solo, era o centro disso, e como em um ralo, puxava a alma da criatura para as entranhas da terra, para que nunca mais fosse libertada novamente.A névoa foi ficando cada vez menor a medida que era sugada, até que desapareceu. A imensa bolha que cobria a cratera, então, brilhou com uma tonalidade vermelha como a alma de Morroc, e foi diminuindo, até ficar apenas sobre a região onde a psique do demônio havia sido selada. O corpo da gigante besta, agora livre da magia de Thanatos, caiu com um estrondo ficando imóvel no chão. A criatura aparentava estar em um sono profundo, com as várias pupilas brancas arregaladas, e com a respiração irregular.A bolha, foi encolhendo, até desaparecer também. O solo brilhou e um pequeno monólito, de um cinza escuro, apareceu no centro da cratera. No centro da pedra, haviam escrituras vermelhas como sangue, que diziam: “Morroc está preso aqui. A não ser que queiram ver o fim da humanidade, jamais destruam este selo.”O corpo da criatura que jazia a alguns metros dali, brilhou de uma cor idêntica as da escritura do monólito, e desapareceu, com uma luz tão ofuscante quanto um Trovão de Júpiter. O silêncio reinou no deserto de Sograt.
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