Ir para conteúdo

Marisa Coulter

Members
  • Total de itens

    8
  • Registro em

  • Última visita

Tudo que Marisa Coulter postou

  1. Panserbjørne http://sites.levelupgames.com.br/FORUM/RAGNAROK/forums/t/232413.aspx
  2. Panserbjørne http://sites.levelupgames.com.br/FORUM/RAGNAROK/forums/t/232413.aspx
  3. Belíssimo primeiro capítulo. As ilustrações são lindas também. Ainda estou engatinhando aqui pela Guilda dos Artistas. (Hmmm... O que tem atrás desse link?) *clica* Será que as outras fics aqui são tão boas como essa? É, acho que minhas expectativas começaram já bastante altas.
  4. Belíssimo primeiro capítulo. As ilustrações são lindas também. Ainda estou engatinhando aqui pela Guilda dos Artistas. (Hmmm... O que tem atrás desse link?) *clica* Será que as outras fics aqui são tão boas como essa? É, acho que minhas expectativas começaram já bastante altas.
  5. Marisa Coulter

    Panserbjørne

    Mais um dia de trabalho. Iorek montou a sua barraquinha e sentou para observar o movimento. A entrada de Izlude era um lugar interessante, cheio de jovens aprendizes matando Porings e Fabres nos arredores, sonhando em ser espadachins. Hoje vendia equipamentos específicos para eles, pois um aprendiz bem equipado é um aprendiz seguro, o que significava poder prestar mais rápido o teste para espadachim. As espadas e gibões vendiam como água. Todo jovem aspirante quer ter sua própria espada, para já começar a se sentir um espadachim "de verdade". Iorek se distraía observando o movimento, quando alguém se dirigiu a ele. - Senhor? Com licença... Ele carregava uma grande caixa, e tinha um papel amarrotado nas mãos. Iorek sorriu. Ele conhecia muito bem as caixas da guilda dos mercadores. O garoto parecia bastante receoso. - Pois não, rapaz. Em que posso ajudar? - Eu... Eu quero ser mercador, acho... E me pediram para fazer essa entrega. Mas eu esqueci onde era, o senhor pode me ajudar? - Posso, claro, deixe-me ver isso. Era um pedaço de papel muito amassado e rasgado. Nele alguém havia rabiscado algumas coisas que estavam bastante borradas, só conseguia-se distinguir "KAFRA" no meio dos rabiscos. - Vamos fazer uma forcinha para lembrar. Não seria a kafra da ilha de Byalan, seria? Iorek sabia que muitas vezes mandavam os aprendizes para fazer as entregas em Byalan, o que era uma excelente idéia. Afinal, testavam os jovens, e resolviam a dificuldade de comunicação da ilha. - Eu acho que o mestre-mercador falou Izlude. - Izlude? Bem, isso era incomum. As entregas para Izlude eram feitas através dos marinheiros que sempre faziam a rota Izlude-Alberta. Ele parecia querer chorar. Seus olhos estavam cheios de água e, num só fôlego, acabou desabafando. - Eu não sirvo pra isso! Eu não sou capaz de fazer uma única entrega! Talvez eu devesse escolher outra coisa pra fazer, afinal, mercadores não servem pra nada! Só pra ficar vendendo. Não conseguem matar monstros nem nada, como os bruxos fazem. - o mercador olhou para o garoto, espantado. - Não é bem assim. Olha, os mercadores ajudam muito na guerra contra os monstros. - Como? - Bem, além do óbvio que é vender as armas e armaduras para os outros aventureiros, nós levamos poções e todo tipo de suprimentos em nossos carrinhos. Alguns mercadores depois que viram ferreiros, se especializam na fabricação das armas mais fantásticas de Rune Midgard. As armas elementais! - É mesmo? - Mas tem aqueles que aprendem tão a fundo o segredo das armas, que se tornam mortais com elas nas mãos. São os ferreiros de batalha. Eles são tão fortes que conseguem levantar um carrinho cheio de itens com uma mão só. E usam a habilidade mais perigosa dos mercadores: a Mammonita! Com isso multiplicam seus golpes em até seis vezes. - SEIS vezes? - Seis vezes. Imagine um ferreiro extremamente forte multiplicando sua força em seis vezes. Sem contar que nós mercadores somos uns dos poucos privilegiados que podem usar a lendária arma Mjolnir. O garoto ficou um tempo encarando Iorek, olhou para a sua caixa e parou um pouco pensativo. Iorek pensou consigo “Ele vai dar um ótimo mercador!” Como um estalo, o aprendiz pareceu tomar uma decisão e saiu correndo, deixando sua caixa no chão da barraquinha. O mercador ficou confuso. Ele tinha desistido? Havia resolvido tornar-se um espadachim ou uma outra classe "matadora de monstros"? Será que os jovens não conseguem apreciar a beleza do comércio? Levantou-se do seu banquinho e foi em direção à caixa. Ergueu-a do chão para sentir seu peso. Não era muito pesada. A força seria adquirida com o tempo, e com o exercício de puxar o carrinho pelas estradas do reino. Ficou triste por um momento e olhou distraído para o relógio. Já era quase hora de fechar! Iorek havia começado a guardar o estoque quando ouviu passos. Virou-se, era o garoto, com as mãos cheias de coisas, mal conseguindo carregá-las. - Eu trouxe um presente para você! – disse, e começou a lhe entregar uma série de pedras elementais. - Pra quê isso? Não precisa. Iorek tentou devolvê-las, mas o aprendiz as recusou. Levantou a caixa e disse com convicção:- Eu vou perguntar para cada kafra de Rune Midgard se ela está esperando uma entrega da guilda dos mercadores. Vou a Geffen, a Morroc e até mesmo a Al de Baran! Em algum lugar tem uma kafra esperando por essa encomenda! E ela vai ser entregue! _______________________________________________________________________________________ Notas: Várias dessa vez. Antes de tudo, antes mesmo que taquem pedras e venham os "mimimi não aconteceu nada", vou dar uma explicação: esse capítulo, na verdade se originou da minha primeira tentativa de escrever algo sobre Ragnarok Online. Essa cena aconteceu "na vida real", timtim por timtim, com Iorek de mercador, e o aprendiz e tudo o mais. Eu estava na frente do pc e saiu essa conversa RPer. E não é que o cara empolgou? Fica a homenagem a um amigão que parou de jogar. E fica também a homenagem a um Ragnarok pré-classes 2-2 (por isso não há a menção a alquimistas), um Ragnarok de uma época em que todos éramos nubis. Não se preocupem, no próximo capítulo coisas acontecerão. Sailor: A Kyra talvez fique sumida por uns 2 capítulos mais, mas com certeza ela volta. Rael: Em 2x a gente não escreve fanfic, né? Pdrk: O tempo de espera está perfeitamente justificado. Tenho todas as desculpas do mundo. Ou pelo menos 2 que são suficientes para mim. Lord Thanathos: Bolas de cristal não são muito confiáveis. Hehehehehehe Zero Dozer: Hmmm... Não vou contar! XD Mil agradecimentos à Hyalina, com seu insight primoroso. Em especial ao Gilligan que foi nomeado meu homunculus, e como ele se alimenta de capítulos de fanfic, não posso deixar a lealdade diminuir. E já que a Hyalina e o pessoal da PH já sabem, vou divulgar logo. O atraso se deve principalmente ao fato de eu ter organizado o aniversário do meu filhote (foto na galeria da PH) e ao fato de ter encomendado um irmãozinho para ele e estar sofrendo um pouco com enjôos ao longo do dia. Taí, minhas 2 desculpas, os seres que mais amo nesse mundo, meus filhos! Leiam, comentem, façam meu dia!
  6. Marisa Coulter

    Panserbjørne

    Ele remexeu na mochila, parecendo não encontrar o que procurava. A noviça olhava sem conseguir esconder sua curiosidade. Logo encontrou algo, e mostrou para a amiga com um sorriso no rosto. Em sua mão estavam duas fitas brilhantes e estranhas. Kyra pegou os objetos e examinou de perto, reparando que as fitas tinham algo escrito. Ela já as tinha visto em algum lugar... “Vou te mostrar como isso funciona.” Iorek amarrou uma fita azul no braço da amiga, e uma preta no seu próprio braço. “Venha!” Rapidamente ele fechou a lojinha, jogando sua mercadoria de qualquer jeito dentro do carrinho. E saiu da cidade. Kyra hesitou por um segundo e foi com ele. Eles estavam no campo, do lado de fora das muralhas da cidade. Iorek segurou a mão de Kyra e murmurou algumas palavras, fazendo as fitas brilharam de forma estranha. “Tá... agora veja isso.” Ele andou em direção a uma Pupa que pulsava ao pé de uma árvore. Sabia que não era seguro, pois as Pupas podem se transformar em perigosos Creamys a qualquer momento, mas respirou fundo. “Acho melhor fazer isso de uma vez”, pensou. Pegou um saco de dinheiro no carrinho, mediu bem, e ... “MAMMONITA !!“ O pesado dinheiro esmagou a pupa com toda a força. Kyra ficou impressionada, e tomou um susto quando sentiu a fita no seu braço esquentar e brilhar, enquanto uma energia saía dos restos da Pupa indo para ela e para o amigo. “Mas como?” O mercador sorria abertamente. “Eu recebi a energia do monstro, mas eu nem toquei nele!” A noviça tinha os olhos arregalados. A única forma de receber a energia dos monstros mortos em combate era derrotando-os, ela bem o sabia. Como funcionava aquilo? “Esse é o jeito que consegui. Se estou em companhia de outras pessoas, amarramos essas fitas mágicas e eu digo o encantamento. Assim, não importa quem mate os montros, todos ficam fortes. E tem outra coisa...” “... a gente pode se comunicar por telepatia.” Kyra ouviu essas últimas palavras na sua mente. Era muito estranho mesmo. “Como você fez isso, Iorek? Como você falou comigo sem mexer seus lábios?” “É só uma questão de controle. Tenta.” A menina respirou fundo e fechou os olhos. “Assim?” “Isso.” “Foi assim que consegui ficar forte. Contratei um mago, e ele me ajudou. Eu me escondia e ele matava os monstros.” Kyra ainda estava impressionada. Existia muita coisa sob os céus de Rune-Midgard que ela não conhecia. E não conheceria nunca se permanecesse na igreja. Iorek estava queimado de sol, de tanto andar por aí, enquanto ela só tinha saído da cidade duas vezes: uma para uma peregrinação em busca do Irmão Simão e outra para a missão em Payon. E isso acompanhada por sacerdotes que cuidavam de tudo, abriam portais e protegiam os mais fracos. Iorek olhava o horizonte, pensativo. “Kyra, eu já me demorei tempo demais em Prontera. Tenho pensado muito em ir a Izlude. Mudar de ares, vender equipamentos para jovens espadachins. Eles costumam ter dinheiro que sobra. Fica só a um dia de viagem aqui pelo campo.” “Posso ir com você?” Ele olhou para a garota, avaliando bem. “Acho que não. Eu gostaria muito da sua companhia, mas... Não é lugar para você. Você ainda tem muito a aprender na igreja. O reino é perigoso.” A menina ficou vermelha, mas não disse nada. “A cidade de Izlude fica para lá.“ apontou. “Eu devo partir pela manhã.” “Então faça boa viagem, Iorek.” O mercador percebeu que a amiga se entristecera. Mas o que ele podia fazer? Tinha sido bom reencontrá-la, mas ele tinha muitas coisas ainda para conhecer. Não queria a responsabilidade de levá-la, afinal, mal conseguia proteger a si mesmo. Ela deu às costas ao amigo e correu de volta para Prontera. Iorek andou mais devagar, entrando na cidade pouco antes dos guardas fecharem os portões para o anoitecer, quando ninguém podia entrar ou sair da capital. Encostou o carrinho na parede de uma casa, e deitou-se embaixo dele, com uma Lâmina à mão, pois todo o cuidado era pouco. Outros mercadores se reuniam em grupos e conversavam ao redor de fogareiros improvisados. Iorek não tinha fome. E o sono demorou um pouco a chegar. Na manhã seguinte, ele era o primeiro ao lado dos portões, esperando os guardas liberarem a passagem. Tinha pensado em ir ao culto, mas achou melhor não. Já havia se despedido da amiga na véspera. Respirou fundo e começou a caminhar pelo campo, puxando seu inseparável carrinho. No culto, Kyra olhava ao redor. O mercador não estava lá. Havia mesmo ido embora. Ficou triste, mas tentou não demonstrar, afinal, não dizia respeito a ninguém o que ela estava sentindo. Reolveu pedir permissão para participar de novas missões. Em Payon, no Calabouço dos Orcs, e até em Glast Heim! Perigoso, pois sim! Ela ia ficar forte e mostrar pra ele. _______________________________________________________________________________________ Notas: Já pedindo mil desculpas pela demora. Eis o terceiro capítulo recém saído do forno! Zero Dozer, matheusdb: AFKmist? Ele ainda é apenas um mercador, mas foi bom o chute. Lord Noobice: Não desculpo não, você tinha que ser o primeiro a ler! É função de líder incentivar os membros do clã. *runz* Shizuka: Obrigada pelos elogios. Já te parabenizei pela eleição para tutor? Parabéns! =^.^= Rael: Obrigada! Fico feliz em ter te surpreendido! Sailorcheer, Pdrk: Não tinha esquecido não! Certas pessoas não me deixam esquecer. XD E por falar nessas pessoas: Taí Gilligan, você me intimou no fórum do clã e eu parei tudo e escrevi esse capítulo. Enjoy! Hyalina, mais uma vez, obrigada pelas dicas preciosas e pela paciência. (Ela ficou me mandando PMs para continuar a fic.) O próximo capítulo saíra bem mais rápido que este. Prometo! Leiam, comentem, façam meu dia!
  7. Marisa Coulter

    Panserbjørne

    Panserbjørne Ele era franzino desde o dia em que nasceu. De pele muito clara, com uma penugem dourada na cabeça, seus pais resolveram chamá-lo Iorek. Em meio às neves eternas ele cresceu, acreditando que poderia ser o que quisesse, bastava se esforçar. Quando completou onze anos, foi mandado para o Centro de Treinamento de Aprendizes, onde entrou com os olhos brilhando e o coração cheio de sonhos. Sonhos que foram imediatamente esmagados como a neve que derrete ao sol do verão. "Sai da frente, pirralho!" Empurrado por um grupo de garotos que nem se dignaram a olhar para o seu lado, Iorek respirou fundo e de cabeça erguida entrou no prédio. Havia uma fila de crianças, meninos e meninas, todos mais ou menos da sua idade, que se acotovelavam para se inscrever nos cursos oferecidos. Ele esperou timidamente sua vez, e entregou sua inscrição ao atendente que o mandou ir para o dormitório dos garotos. Lá chegando, ele deu uma boa olhada ao redor, no lugar onde, ele não sabia, passaria os piores anos de sua vida. __________________________________________________________________________________________________________________ "AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH" Os outros garotos riam ao ver Iorek mais uma vez perseguido por um fabre, fugir para atrás do grupinho de meninos que se exibiam para as meninas, matando Rockers. Num canto do pátio, os estudiosos estavam reunidos fazendo o dever de casa dos atletas, enquanto estes matavam bichos para levar amostras para o professor de Monstrologia. Era um acordo interessante para todos, os primeiros não se cansavam, nem se sujavam com o sangue de monstros, enquanto que os outros não precisavam ficar tendo dor de cabeça pra escrever uma redação de 15 linhas sobre as propriedades da Erva Vermelha. Os grupinhos. Foi uma das primeiras coisas que Iorek aprendeu no Centro de Treinamento. Saiba a qual grupo você pertence e permaneça nele. A menos que você seja um perdedor. E Iorek era. Tinha o grupinho dos atletas, fortes, habilidosos com as facas, exímios matadores de monstros, vigorosos. Mal se arranhavam quando levavam uma picada ou mordida, jogavam Knattleikr pra relaxar. Tinha o grupinho do time de corrida, rápidos como um raio e certeiros. Raramente um monstro conseguia encostar neles. Tinha o grupinho dos estudiosos, que faziam os deveres de casa dos outros e ficavam nas suas boas graças. E tinha Iorek. O perdedor. Os atletas e os corredores não se falavam, e ambos humilhavam os estudiosos. Mas quando você é um perdedor, até os estudiosos te humilham. "Iorek, você não tem vergonha? Está aqui há um ano e ainda corre de medo dos fabres?". E eles riam. O tempo todo. Iorek não era inteligente. Não era forte. Não era rápido. Ele era esforçado e insistente. Passava nas provas teóricas de raspão, e quando foi para a prova prática de matar monstros, tropeçou numa pedra e caiu, deixando sua faca voar da sua mão e cair espetada no meio do fabre de um colega. Ele passou. Toda noite Iorek chorava até dormir. Mas quando escrevia cartas para casa, não mencionava nada disso. Dizia que estava ficando cada vez mais forte, e que ia ser um grande aventureiro. __________________________________________________________________________________________________________________ Uma manhã, estava tentando, mais uma vez, encarar um poring, e de alguma forma que nem ele mesmo sabia explicar, estava vencendo a fera. Tinha ido para um canto escondido do pátio, atrás de uns arbustos, pois as constantes risadas dos colegas o incomodavam. O poring veio em sua direção, com ódio, e ele se abaixou desajeitadamente. O poring passou por cima dele e se espatifou em uma árvore. "Nossa! Que sorte, hein?" O garoto se assustou e olhou na direção da voz. Era uma menina baixinha, gorducha, do cabelo azul curtinho, que estava sentada no alto da árvore comendo uma batata. Ela sorriu e pulou da árvore, bem ao lado do garoto, que não sabia o que falar. "O lunático comeu sua língua, foi?" e riu. Iorek arregalou os olhos, era a primeira vez naquele lugar infernal que alguém ria para ele, e não dele, e sem acreditar olhou ao redor. "Você quer ajuda?" Dessa vez ele ficou pasmo. A menina estava falando com ele, rindo para ele e oferecendo ajuda. Se beliscou. "AI !" "Freya! Você é maluco? Além de não falar com alguém que está falando com você, começa a se machucar?" "Não, não é isso..." "Aaaah, o lunático não comeu sua língua afinal!" E sorriu novamente. "Deixe-me ver esse braço." O lugar onde ele havia se beliscado estava ficando vermelho e inchado, mas a menina tirou uma erva vermelha do bolso e amassou, fazendo uma pasta, colocando no machucado. "Bem melhor né?" "Hum-hum..." "Quer ajuda?" "Como?" "Ajuda sabe? Eu posso segurar um poring pra você matar. Sou forte. Você precisa dos jellopys pra aula depois do almoço não é? Ainda não peguei os meus. Fico com pena de furar essas coisinhas." "Claro." Ele estava aturdido, mas lembrou rapidamente de oferecer. "Posso pegar jellopys pra você também. Assim terminamos mais rápido." "Perfeito!" O sorriso dela iluminava a manhã. Iorek começou a sentir um calor dentro do peito. "Eu me chamo Iorek." "Meu nome é Kyra." __________________________________________________________________________________________________________________ Notas: Essa é minha primeira fic de Ragnarok. Sejam legais. Knattleikr é um jogo de bola viking. Mistura de baseball com rugby. Podia dar em morte. Leiam, comentem, façam meu dia.
  8. Panserbjørne Ele era franzino desde o dia em que nasceu. De pele muito clara, com uma penugem dourada na cabeça, seus pais resolveram chamá-lo Iorek. Em meio às neves eternas ele cresceu, acreditando que poderia ser o que quisesse, bastava se esforçar. Quando completou onze anos, foi mandado para o Centro de Treinamento de Aprendizes, onde entrou com os olhos brilhando e o coração cheio de sonhos. Sonhos que foram imediatamente esmagados como a neve que derrete ao sol do verão. "Sai da frente, pirralho!" Empurrado por um grupo de garotos que nem se dignaram a olhar para o seu lado, Iorek respirou fundo e de cabeça erguida entrou no prédio. Havia uma fila de crianças, meninos e meninas, todos mais ou menos da sua idade, que se acotovelavam para se inscrever nos cursos oferecidos. Ele esperou timidamente sua vez, e entregou sua inscrição ao atendente que o mandou ir para o dormitório dos garotos. Lá chegando, ele deu uma boa olhada ao redor, no lugar onde, ele não sabia, passaria os piores anos de sua vida. __________________________________________________________________________________________________________________ "AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH" Os outros garotos riam ao ver Iorek mais uma vez perseguido por um fabre, fugir para atrás do grupinho de meninos que se exibiam para as meninas, matando Rockers. Num canto do pátio, os estudiosos estavam reunidos fazendo o dever de casa dos atletas, enquanto estes matavam bichos para levar amostras para o professor de Monstrologia. Era um acordo interessante para todos, os primeiros não se cansavam, nem se sujavam com o sangue de monstros, enquanto que os outros não precisavam ficar tendo dor de cabeça pra escrever uma redação de 15 linhas sobre as propriedades da Erva Vermelha. Os grupinhos. Foi uma das primeiras coisas que Iorek aprendeu no Centro de Treinamento. Saiba a qual grupo você pertence e permaneça nele. A menos que você seja um perdedor. E Iorek era. Tinha o grupinho dos atletas, fortes, habilidosos com as facas, exímios matadores de monstros, vigorosos. Mal se arranhavam quando levavam uma picada ou mordida, jogavam Knattleikr pra relaxar. Tinha o grupinho do time de corrida, rápidos como um raio e certeiros. Raramente um monstro conseguia encostar neles. Tinha o grupinho dos estudiosos, que faziam os deveres de casa dos outros e ficavam nas suas boas graças. E tinha Iorek. O perdedor. Os atletas e os corredores não se falavam, e ambos humilhavam os estudiosos. Mas quando você é um perdedor, até os estudiosos te humilham. "Iorek, você não tem vergonha? Está aqui há um ano e ainda corre de medo dos fabres?". E eles riam. O tempo todo. Iorek não era inteligente. Não era forte. Não era rápido. Ele era esforçado e insistente. Passava nas provas teóricas de raspão, e quando foi para a prova prática de matar monstros, tropeçou numa pedra e caiu, deixando sua faca voar da sua mão e cair espetada no meio do fabre de um colega. Ele passou. Toda noite Iorek chorava até dormir. Mas quando escrevia cartas para casa, não mencionava nada disso. Dizia que estava ficando cada vez mais forte, e que ia ser um grande aventureiro. __________________________________________________________________________________________________________________ Uma manhã, estava tentando, mais uma vez, encarar um poring, e de alguma forma que nem ele mesmo sabia explicar, estava vencendo a fera. Tinha ido para um canto escondido do pátio, atrás de uns arbustos, pois as constantes risadas dos colegas o incomodavam. O poring veio em sua direção, com ódio, e ele se abaixou desajeitadamente. O poring passou por cima dele e se espatifou em uma árvore. "Nossa! Que sorte, hein?" O garoto se assustou e olhou na direção da voz. Era uma menina baixinha, gorducha, do cabelo azul curtinho, que estava sentada no alto da árvore comendo uma batata. Ela sorriu e pulou da árvore, bem ao lado do garoto, que não sabia o que falar. "O lunático comeu sua língua, foi?" e riu. Iorek arregalou os olhos, era a primeira vez naquele lugar infernal que alguém ria para ele, e não dele, e sem acreditar olhou ao redor. "Você quer ajuda?" Dessa vez ele ficou pasmo. A menina estava falando com ele, rindo para ele e oferecendo ajuda. Se beliscou. "AI !" "Freya! Você é maluco? Além de não falar com alguém que está falando com você, começa a se machucar?" "Não, não é isso..." "Aaaah, o lunático não comeu sua língua afinal!" E sorriu novamente. "Deixe-me ver esse braço." O lugar onde ele havia se beliscado estava ficando vermelho e inchado, mas a menina tirou uma erva vermelha do bolso e amassou, fazendo uma pasta, colocando no machucado. "Bem melhor né?" "Hum-hum..." "Quer ajuda?" "Como?" "Ajuda sabe? Eu posso segurar um poring pra você matar. Sou forte. Você precisa dos jellopys pra aula depois do almoço não é? Ainda não peguei os meus. Fico com pena de furar essas coisinhas." "Claro." Ele estava aturdido, mas lembrou rapidamente de oferecer. "Posso pegar jellopys pra você também. Assim terminamos mais rápido." "Perfeito!" O sorriso dela iluminava a manhã. Iorek começou a sentir um calor dentro do peito. "Eu me chamo Iorek." "Meu nome é Kyra." __________________________________________________________________________________________________________________ Notas: Essa é minha primeira fic de Ragnarok. Sejam legais. Knattleikr é um jogo de bola viking. Mistura de baseball com rugby. Podia dar em morte. Leiam, comentem, façam meu dia.
×
×
  • Criar Novo...