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  1. A Fábula do Cavaleiro As Espadas Lendárias Prólogo Há muito tempo, desde que o Midgard se tornou o lar dos seres humanos, sempre houveram aqueles que lutavam em prol da justiça, liberdade, igualdade, honra. Muitos guerreiros surgiram para proteger a humanidade contra os ataques de toda a sorte de criaturas e raças. No início, usávamos clavas, pedaços de madeira. Paus e pedras. Com o tempo, outras formas de armas foram criadas para exercer essa proteção, armas que apesar de serem criadas até como forma de exibição de poder e habilidade, tinham o intuito de fazer com que os seres humanos pudessem sobreviver às eras de calamidade há muito esquecidas. Talvez o melhor exemplo que tenhamos na história tenha sido a espada. Um pedaço de ferro fino, temperado e amolado para que pudesse cortar, perfurar ou esmagar usando seu peso. Versátil na arte de matar, mas uma peça que simbolizava também a honra. Bom...era assim que deveria ser. A ideia de estudar magia veio justamente do mesmo princípio de estudar a arte da espada. Assim como os cavaleiros foram adotando práticas e técnicas de combate para melhorarem seu desempenho na nobre tarefa de proteger a humanidade, os magos vem se aprimorando na habilidade de moldar a magia da forma como melhor lhe servir. Infelizmente, tal como existem os espadachins ansiosos por poder e glória, os magos também podem cair em depravação por conta de seu desejo e em como a magia pode lhes parecer uma ferramenta tentadora e livre. Aliás, parte da minha tese como professora se dá por encontrar maneiras mais seguras e úteis de usar a magia como uma extensão natural do corpo, não apenas como arma ou forma de comodidade. A humanidade deve muito à própria natureza por ter esse benefício de poder usar a magia através de nossos catalisadores ou dons inatos. Como citei antes, tudo se identifica com a forma como os cavaleiros surgiram e como são hoje em nossa sociedade. Apesar de não terem os mesmos dons mágicos que os magos, eles demonstram grande potencial de aprendizado e de resiliência em meio às grandes evoluções e adaptações da humanidade. Enquanto formas de uso da pólvora para criar armas de grande destruição em rápida cadência foram descobertas e empregadas em Einbroch, a tecnologia criada da época dos Guardiões (até então um mistério considerando a época) agora é usada para criação de autômatos de combate guiados pelos mecânicos de forma que pareceria ingênuo por parte de homens e mulheres brandirem pedaços de ferro para atacar ou defender. Mas para a surpresa de muitos, eles ainda continuam a lutar com suas espadas e lanças. Armas melhoradas por magia ou por minérios ainda desconhecidos, porém não muda o fato de que eles se mantém sempre adaptados. A magia deve seguir o mesmo curso. Devemos sermos melhores e mais eficientes... - Ora, escrevendo sua tese, Professora Layla? - Um homem de idade avançada, corpulento, com um protuberante bigode quase escondendo um sorriso sincero olhava para as anotações em cima da mesa. Uma jovem estava quase debruçada na mesa, escrevendo com caneta tinteiro sobre os pergaminhos que trazia em sua bolsa e colocava rapidamente para escrever, conforme descartava as que julgava imperfeitas. Vestida formalmente, a professora virou-se para o companheiro de viagem. Seus cabelos um pouco longos e quase azulados reluziam as chamas das velas acesas à sua frente, enquanto seus olhos verdes fitavam o gentil senhor ao seu lado na mesa. - Não há tempo à perder, não é padre Honorius? - Respondeu Layla, com uma gentileza gratificante. - De fato. Há muito o que devemos fazer. - O gordo senhor voltou a observar à sua frente. Dentro do aeroplano, os dois estavam em uma cabine mais suntuosa, separada dos demais passageiros, dispondo de mesas e bancos mais acolchoados. Sua cabine ainda ficava colada na parede que dava vista para fora do aeroplano. À frente deles estavam outros passageiros em cabines semelhantes, todos de alta pompa. - Me alegra saber que aceitou esta viagem. - Claro... não há nada nesse mundo que me empolgue mais do que uma busca por conhecimento, ainda mais vindo de minhas próprias pesquisas. - A jovem professora apoiou seu cotovelo à mesa e repousou o queixo em sua mão, mirando o céu pela janela. Mantinha um sorriso sereno. - Finalmente...vou poder realizar meu sonho... Por entre as nuvens, o aeroplano começava a descer e diminuir a velocidade. Era possível ver um hangar de pouso para a gigantesca máquina voadora, e logo mais a frente as construções antigas e rústicas da cidade sede dos espadachins, Izlude. Honorius levantou-se de sua cadeira e se dirigiu para o convés, aguardando o momento de descer do dirigível. Layla, no entanto, continuava a admirar a paisagem. Franziu o cenho e seus lábios desmancharam o sorriso sereno em uma expressão mais séria e preocupada. - Finalmente...vou conseguir encontra-lo...
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