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Aventuras num presente em transição...parte2


DiegoMaxuel

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Sheilinha queria evitar um confronto direto, Digo ainda estava inconsciente, seria imprudente e cansativo dividir-se em se proteger e protegê-lo. Ela então estende seus braços para frente e abre as mãos, se quadril graciosamente se inclina para trás rebolando, ficando apoiada só no calcâneo dos pés:

- MEU AMOOOOR, EU SOU PROFESSORA DE DANÇA!!!

Sem entender, Seraffyh viu os Sasquatchs ficarem atordoados, tratava-se da habilidade “Escândalo”, e só então ele, que até agora só a tinha visto usando arco e flecha, lembrou-se que ela era uma musa. Seraffyh coloca Digo em seu ombro e foge junto a Sheilinha, correndo por dentro dos arbustos, ele não deixa de notá-la à sua frente, estatura mediana, pernas tatuadas, peso médio...Seraffyh de repente se vê descendo um barranco íngreme em alta velocidade, desequilibrando-se dado o peso de Digo, os dois rolam abaixo até caírem nas margens de um lago.

Assim que abre os olhos, vê Sheilinha ajoelhada próxima a sua cabeça, ele bem que poderia levantar-se naquele momento, mas ela se inclina aproximando o busto de si, fazendo com que ele sentisse um rubor desconfortável. Ela na verdade estava a pegar um objeto caído próximo de sua cabeça, sem que ele percebesse.

Os Sasquatchs já estavam no topo do barranco, olhando-os de cima.

-Temporal de Mil Flechas!!!

Sheilinha dispara suas flechas em vários deles, mas o impacto com o chão provoca um deslizamento de terra com muitos Sasquatchs rolando abaixo em sua direção. Prestes a serem soterrados, num grande salto um Grifo desce e agarra Digo, o Guardião Real montado grita para que eles subam depressa, o que inquestionavelmente Seraffyh e Sheilinha o fazem.

O Grifo alça voo, sem dificuldades mesmo com o excesso de peso. Abaixo dava para ver o bloco de terra caído, a água do lago ficara barrenta, Seraffyh sente pena dos Sasquatchs que poderiam estar vivos embaixo daquele amontoado de terra...mas agora via que Sheilinha estava com suas mãos na cintura do desconhecido Guardião Real, nitidamente um homem mais fortes e com dotes que seriam difíceis de concorrer. Entre um arcebispo e um guardião real, Seraffyh se via em desvantagem, sua atuação em batalha era reduzida a enfrentar demônios e mortos-vivos.

Uma brecha nas nuvens permitiu-lhe olhar no horizonte uma torre alta no formato de um cone, estavam chegando em Geffen, a cidade da magia. O Grifo pousa frente a um chafariz de pedra, a cidade estava movimentada. Uma mulher se aproxima deles:

- Boa tarde jovens aventureiros, eu sou a Sábia Catherine, estava esperando por vocês há muito tempo. Por que demorou a achá-los Dantes?

Então esse era o nome do Guardião Real que resgatou-os, “Dantes”... observar sua armadura espessa frente as vestes de arcebispo de Seraffyh só lhe causou mais desânimo.

- Eles não estavam no ponto combinado de encontro, encontrei-os fugindo dos Sasquatchs restantes do combate que minha comitiva enfrentou nos portões de Geffen.

- Comitiva? Eram tantos assim? (Sheilinha se surpreendeu)

- Ah, é mesmo, meu nome é Dantes Hell, o Digo me informou a rota que vocês viriam, mas pela madrugada o portão leste de Geffen foi bloqueado por um bando enorme desses monstros. Achamos inicialmente estarmos com a sorte de contar com arcanos que usariam da habilidade “Meteoro Escarlate” para infligir dano expandido, mas quando os meteoros passavam pelas nuvens vermelhas eram corroídos e reduzidos a pequenos pedaços de pedra. Ainda assim não teríamos maiores problemas, não fosse um “Hatii” surgir dentre os outros monstros e congelar nossos guerreiros.

-Como é um “Hatii” Sheilinha? (Seraffyh, tão confinado aos assuntos eclesiásticos, quase não saia de Prontera)

- É um monstro que habita Lutie, a cidade onde é Natal todos os dias, imagine um lobo de porte grande e encravado de gelo pontiagudo, com uma letra “c” desenhada na testa. (Disse Sheilinha em resposta)

Catherine leva-os ao topo da torre de Geffen, lá eles repousam. Um Poring chega perto de Seraffyh alegre e gritando “poi-poi, poi-poi”! Seraffyh segura-o com os braços e esse adormece escondendo seu rosto nas vestes do jovem arcebispo.

Dantes larga seu escudo com fúria ao chão e dirige-se a um cachorro parado num parapeito. Por alguns instantes, Seraffyh tinha a impressão que os dois conversavam.

- Então essas são as crianças recrutadas pelo sumo pontífice? Parecem mais despreparadas que as primeiras. Já faz muito tempo que a cidade não se vê atormentada às noites pelas atividades estranhas vindas do calabouço da torre. Lembras como essa jornada acabou? (Voz desconhecida)

- Eu era pequeno, nem tem como eu lembrar né...mas meu mestre me contou a aventura que culminou na partida dele e de sua amada à Glast Heim para enfrentar o ser das trevas que lá governava outrora. Só que agora é completamente diferente, não parece ter qualquer relação àqueles eventos. (Disse Dantes Hell)

- Sim, mas não custa tentar seguir os passos iniciais que eles deram naquela época, estamos sem pistas, por isso várias frentes foram organizadas, vocês seguirão o caminho que seu mestre travou e quem sabe tenham mais sorte que os outros grupos. (Voz desconhecida)

Dantes bufa e se volta para a direção de Seraffyh, de seus lábios pôde-se entender:

- É bom que você saiba mais do que só dar um buffs*. (buff*=conceder poderes e cura)

Seraffyh movimenta os lábios soletrando, para que Dantes perceba que ele escutou:

- EU-VOU-É-BOFETAR-SUA-CARA.

Sheilinha olhava incrédula o começo daquela bela amizade. Digo estava deitado, mas já respirava sem dificuldades. Seraffyh teve a ideia de se aproximar dele e dizer:

- Lauda Ramus!!! (luzes verdes envolvem a todos, lhes dando sensação de frescor)

Digo abre os olhos, revitalizado, e com ternura fita Seraffyh, agradecendo-lhe.

-Obrigado meu amigo.

Sheilinha, acomodada numa pilha de almofadas, levanta-se e alegre senta ao lado de Digo. Anoitece, todos os habitantes da cidade já estavam recolhidos em suas casas. Digo não falava nada, nenhuma palavra sobre o que lhe acometeu. Seraffyh imaginava que Sheilinha houvesse se aproximado de Digo para fazer perguntas, mas os dois estavam lá, um olhando para o vazio e a outra para Poring nos braços de Seraffyh. Dantes, incomodado e querendo respostas, iria quebrar aquele silêncio, quando então um estrondoso barulho veio andares abaixo. Todos se dirigiram ao parapeito, do qual era possível ver grande parte da cidade.

Abaixo, estavam saindo da torre cavaleiros portanto espadas gigantescas e lanças, além de uma bandeira com símbolos de um antigo reino, parecendo estar manchada de sangue, seus cavalos possuíam armaduras cobrindo cabeça e laterais do corpo, eram os Amaldiçoados do Abismo, antigos cavaleiros do rei Schmitz Von Walter, antes de serem corrompidos pelas trevas na antiga Glast Heim. Não havia nenhuma nuvem no céu...

Sheilinha tenta apontar suas flechas abaixo, mas o vento poderia mudar a trajetória, a distância era enorme. Todos passam a descer com pressa as escadas, seus passos são ouvidos pelos que lá esperam no térreo. Quanto mais próximo do térreo a temperatura cai, e o frio se intensifica, até que reparam que os degraus ficam escorregadios, e mais à frente um Hatii os aguarda, com pequenas rachaduras nas crostas de gelo de suas costas, provavelmente advindas de um combate anterior.

- Para trás! Bola de Fogo! (Catherine se sobrepõe à frente dos demais, disparando sua magia no gelo vindo sorrateiramente pelas paredes e degraus)

Hatii salta para destroçá-la com suas garras, contudo, Dantes, degraus acima, pula com seu escudo bem na frente dela, e as garras de Hatii quase penetram no forte metal. Hatii gira velozmente e sua calda larga empurra Dantes e Catherine contra a parede. Sheilinha, mais ao alto, mira nas rachaduras de gelo próximas ao que seria a coluna vertebral do monstro e com sucesso acerta dois pontos, travando seus movimentos.

Hatii abre a boca inspirando ar com força, e então expele uma brisa congelante que aos poucos pega a todos, mas ao chegar em Digo é rebatida:

- Impacto Explosivo! (Digo finca sua espada no chão, e do epicentro o ar entra em combustão, se expandindo ao seu redor)

Como o corredor não tinha janelas, o ar frio rapidamente se dissipa, Digo retoma sua espada e gira-a em espiral, arremessando-a em seguida contra a parede à esquerda, fazendo tremer a estrutura do teto. Dantes rapidamente entende a finalidade e arremessa seu escudo contra a parede direita.

- Escudo Bumerangue!

O teto despenca aos poucos, mas Seraffyh, já descongelado, encobre a todos com sua habilidade “Kyrie Eleison”, protegendo suas cabeças enquanto retornavam ao topo da torre. Hatii continua imobilizado graças às flechas em suas costas.

A passagem estava fechada, mas certamente Hatii não estava morto.

- Como vamos descer agora? (...)

- Calma povo, aguentem firmes! (Disse Dantes, que logo após junta dois dedos aos lábios e assobia. Seu Grifo surge no parapeito da sacada)

- Vamos nós três primeiro. (Dantes aponta para Digo e Catherine)

Logo após descerem, nuvens escuras cobrem o céu, a lua não ilumina mais nada, dois trovões são ouvidos, e no intervalo entre um e outro, um belo jovem é materializado em frente a Sheilinha e Seraffyh.

Ele se senta no parapeito, balançando suas pernas, uma coroa e o manto esbanjavam ares de realeza, seu olhar esnobe para Sheilinha logo se torna admiração ao observar Seraffyh, cujo Poring em seus braços desce e se esconde por entre suas pernas. Contudo, um livro em suas mãos é de se chamar a atenção, parecia similar ao que aquela criatura nos arredores de Prontera portava antes de ter sido flechado por Sheilinha, dias atrás.

- Sim Seraffyh, é o Belzebu novamente, em sua forma humana. (Disse Sheilinha)

- É bom que dessa vez porte flechas de propriedade fantasma querida. (Belzebu fala graciosamente, como se fosse uma garota)

Teleportando-se a centímetros de proximidade de Seraffyh, Belzebu segura seu pescoço com a mão direita e o eleva ao topo, quase sufocando Seraffyh. Sheilinha porta apenas flechas comuns, o que era totalmente ineficaz contra aquele ser, mas ia arriscar uma habilidade especial.

Belzebu a vê tirando do bolso uma gaita, as notas musicais da melodia pareciam do “Ode a Hela”, e Sheilinha se envolveu de uma aura violeta, provavelmente ela queria amplificar o poder de algum golpe que viria a executar.

Mas foi Serrafyh o alvo da melodia, Belzebu sente seu braço estendido pesar, Seraffyh estava segurando-o fortemente com a mão esquerda, enquanto a direita erguia-se para cima:

-Judex!!!

(final da parte 2, continua…)

 

Criado por Diego Maxuel (um dos meus pseudônimos). 

Comentários e sugestões para incrementar na história sãos sempre bem-vindos.

hatii.png

belzebu.png

Editado por DiegoMaxuel
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