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Kanehito, a Runa Gebo


kanehito

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Santa Capitolina. O velho monastério onde aprendi tudo o que sei, onde a noite fatídica ocorreu e marcou meu destino pra sempre. Vejamos, está na minha mão? Ah, aqui está, a runa que me foi concedida, dua linhas se cruzando, simbolizando a união, o encontro, a runa que não tem outro significado, Gebo! Após essas viagens loucas por portais dimensionais, indo desse mundo para outro, me desencontrando de meus companheiros, não tinha certeza se a antiga magia rúnica continuaria em mim, mas pelo visto, essas runas são fortes.

Agora, como vim parar aqui? A última coisa de que me lembro era que eu estava fugindo de um homem-bode em um lindo vale, ouvi uma inconfundível risada, de nosso algoz eterno, e vim parar de volta em RuneMidgard... Aquele velho estranho e aquele mago mequetrefe fizeram de volta, ferraram com os Guerreiros Rúnicos, estamos novamente separados, pelo menos até o momento, não há ninguém aqui comigo.

Acho que não caí, não há cratera e meu corpo não marcou o chão, o gramado está somente amassado. Me sinto bem, é nessas horas que agradeço meu treinamento, ter um corpo saudável e resistente vale muito a pena. Dirijo-me ao velho Monge, na entrada da Abadia:

“Olá velho amigo, que a benção de Odin caia sobre ti”

Ele acena vagarosamente com a cabeça, seus olhos cobertos por suas enormes e grisalhas sobrancelhas não expressam nenhuma surpresa ao me ver, nem alegria e nem nada mais.

“Volto de uma grande aventura por mundos estranhos, preciso saber se mais alguém veio comigo mais cedo, viu alguém diferente passar por aqui?”

O velho Monge leva a mão ao queixo, olha pro lado, pensa um pouco e balança a cabeça de um lado para o outro, ninguém diferente passou por alí, e quando ele diz que ninguém passou, é por que nem pessoas escondidas passaram, conheço meus colegas e sei que podem fazer isso.

“Muito obrigado velho Monge, que Thor lhe proteja”

Faço uma reverência e sigo para Prontera, eu me lembro bem do caminho. Espero que todos os meus conhecidos estejam bem. Principalmente Peppe, ele sabe se cuidar, mas é minha família. E meus pais? Ainda vivem em Alberta? Estão bem? Espero que não tenham se envolvido em mais explosões, nem criado nada estranho...

Finalmente, Prontera!! Rapidamente peço a Kafra que me transporte para Geffen, minha casa, se alguém voltou antes de mim, estará lá, no velho banco de praça. Chego a Geffen, olho o banco e... vazio. Alguns transeuntes estranhos descansando, nenhum dos Rúnicos lá... O apartamento em cima da loja de sucos! Não sei se Peppe está em casa, mas é minha única opção no momento. Antes de subir pergunto ao mercador da loja de sucos:

“Olá! Você não é o Guillhelm! Conhece o Peppe? E onde está o Guillhelm?”

“Sou Huntolf, sobrinho de Guillhelm, trabalho aqui enquanto meu tio descansa, sou o novo ajudante dele, e sim, conheço o Peppe, e você quem é?”

“Meu nome é Kanehito...”

Sou interrompido por um olhar de espanto, o rapaz fica branco, boquiaberto, como se estivesse encarando um fantasma.

“M-ma-mama-mas o senhor deveria estar m-morto!!”

“Mas não estou, olhe, Peppe está em casa? Ah, esqueça, eu mesmo vou lá bater”

Corro até a parte de trás do prédio e subo as escadas, bato na porta e chamo Peppe. Estranhamente a porta se abre e o que vejo...

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A porta se abre sozinha, apenas com a força da primeira batida que dou, revelando uma sala de estar conjugada com cozinha com algumas roupas espalhadas. A porta do quarto, entre aberta, mostra Peppe aos beijos com uma garota, os dois nus, na cama. Ele me olha com o canto do olho no meio do beijo, faz um olhar de espanto e vai virando a cabeça, boquiaberto, bem devagar, como se o próprio Baphomet estivesse surgindo a sua frente. A garota troca o foco do olhar, para ele, para mim e para ele novamente, repetidas vezes, sem entender o que se passa.

“Peppe, o que está acontecendo aqui?!”

Ele sacode brevemente a cabeça, olha para si e se cobre com o lençol, revelando o corpo da garota, que tem um Deviruchi tatuado no quadril. Ela solta um gritinho, ele olha para ela, seus olhos saltam, ele grita, e cobre a garota. Ele novamente olha para si e se deita sobre ela. Ele grita enquanto fecha a porta com um chute:

“Que MERDA está havendo aqui!!!???”

Fico envergonhado, ele não tem culpa, é jovem, não tem nenhum voto e não sabia que eu viria, imagino tudo que possa ter acontecido enquanto estive fora. Grito da sala:

“Vista-se, e ela também, e venham aqui!!”

Alguns segundos depois a porta se abre, estou sentado no velho baú, a pele de bode foi trocada por uma em melhor estado, olho para ele, que sai primeiro, ele abre o sorriso evem em minha direção.

“Pai... pai, por onde esteve?! Eu tentei te procurar, obter alguma informação, seu rastro sumiu!!”

Pai. Aquilo apertou meu coração e trouxe lágrimas aos meus olhos. Peppe era um garoto sem futuro nas ruas de Prontera, se aproveitando dos refugos das lojas dos mercadores, pedindo pão, leite, carne, o que fosse para sobreviver, todos o ignoravam, nem se davam ao trabalho de ensinar-lhe uma profissão. Ele me escolheu. Veio me pedir dinheiro, tentou me assaltar, mas eu estava cumprindo um voto de pobreza na ocasião. Ele me escolheu. Conseguiu arrancar de mim um doce, mas eu ofereci mais antes que ele fugisse, fomos até a taverna e lhe paguei um lanche. Daquele dia em diante, ele me escolheu, como protetor, como tutor, como exemplo, como pai... Claro que pai demorou um pouco mais, ele veio morar comigo em Geffen, em cima da loja de sucos, foi estudar em Al De Baran para fazer parte do Clube das Pessoas Legais, tornou-se um guerreiro corajoso, versátil, pronto para tudo, um orgulho para seu... Pai.

Eu o abracei forte. Minha voz saiu embargada pelo choro que segurava:

“Eu senti sua falta pivete”

O afastei, olhei bem para ele, havia uma nova cicatriz na bochecha, mas o resto estava igual, o sorriso imenso e lindo, o dente faltando do lado direito, os cabelos verdes espetados para o lado... Um garoto perfeito! Meu olhar mudou de atenção, deslizei lentamente minha cabeça para o lado, a garota, agora vestida, usava um vestido marrom com um avental decorado com flores amarelas, estava de mãos juntas, olhando para baixo, envergonhada, seu cabelo curto e laranjado não cobria muito do rosto. Eu a reconheci:

“Bianca?! Bianca, a kafra de Geffen?”

Olhei para Peppe, ainda estava segurando ele pelos ombros, olhei para ela novamente, agora de ombros encolhidos, a cabeça enterrada entre eles, me acenando e me reconhecendo: 

“Olá Kanehito, como posso ajudá-lo?”

“B-Bem, volte para a praça!!” Abaixo e sacudo a cabeça “Não, não, espere, aceita um chá? Quer se lavar?”

“Não, estou bem, obrigada, você está certo, eu devo ir, até mais!”

E sumiu ao esmagar uma asa de borboleta nas mãos. Soltei meus ombros e o peso de minha cabeça, um suspiro de alívio saiu junto. Voltei-me a Peppe, ele me olhava com olhos arregalados, como se esperasse uma bronca. E eu dei uma bronca!

“Como traz uma garota pra cá e deixa a porta aberta!! Nós temos pertences dentro de casa, todo mundo tem, como pôde deixar destrancada!?! E se fosse outra pessoa a pegar vocês aos beijos!?! Seu moleque atrevido...”

Acho que os vizinhos não gostaram da minha gritaria, começaram gritar também, por pouco não sai da linha. Que Freya lave minha boca depois disso!

Editado por kanehito
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