Ir para conteúdo

Buquê de flores


Zero Dozer

Posts Recomendados

- O que você quer aqui? – Perguntou a arquimaga.

 

Sophia por um momento permaneceu em silêncio, ela a olhava nos olhos, assim como a aquela moça também fazia, naquela cena nenhum som era executado, somente o requebrar das ondas em direção a praia.

 

A arquimaga estava sentada no chão esfarelado, um olhar desafiador era jogado contra a sábia, a senhora no entanto permanecia em pé a um certa distância, um misto de medo e coragem era expressado no rosto moreno, reunindo toda sua coragem, ela moveu seus lábios para uma pergunta.

 

- Como você fez isto?

 

- Isto o que? – respondeu rudemente.

 

- Como você fez um gelo que não derretesse? Mesmo eu que consigo conjurar magias de gelo, em questão de segundos eles derretem, como você fez isso?

 

- Não tenho a necessidade de lhe responder, não me incomode e vá embora... – disse virando o rosto para outra direção.

 

Sophia se sentiu intimidada, queria muito aprender tal técnica, para ela, conhecimento era mais importante que qualquer coisa, até mesmo seu objeto mais precioso, pressentindo que não conseguiria nada, ela insistiu, Sophia se ajoelhou e abaixou a cabeça até o chão, e proclamou com a voz alta.

 

- POR FAVOR!

 

A jovem de cabelos loiros a olhou surpresa por um momento, pensou por um breve momento e disse com tom calmo.

 

- Levante-se, se quer tanto aprender assim, eu te ensinarei, mas nada pode ser obtido sem uma troca de valor exato...

 

Capítulo 31 – A Chuva em Forma de Lágrima.

 

Momo olhava para o anel que estava em seu dedo indicador, ainda não acreditava na jóia que estava em sua mão, ela tinha certeza de que quando voltasse seu amigo lhe pedira sua mão em casamento.

 

Ela estava feliz, pois sabia que pelo menos uma pessoa a queria muito, mas ao mesmo tempo triste, pois não queria isso, não gostava de BT o suficiente para aceitar o matrimônio, para a jovem, ele era como um irmão, e gostava dele do jeito que estava, como uma família que nunca conheceu, e todos os dias agradecia por este presente que os deuses haviam lhe dado.

 

Vários dias já haviam se passado desde o começo da peregrinação, no começo, o grupo havia ido até a Abadia da Santa Capitolina, que ficava na direção nordeste de Prontera, não muito longe, por isso este lugar havia sido escolhido como primeiro.

 

O segundo lugar que passariam seria Morroc, a cidade do deserto, dizem as lendas que o demônio Morroc estava ali, enterrado para sempre, ou pelo menos até o próximo Ragnarok, o deserto daquela região na verdade existe por influência dos poderes da criatura, diziam os velhos sábios que antes, a região era igual a Payon, uma floresta tropical repleta de vegetação.

 

E por último, eles estariam passando por Geffen, a terra da neblina, lar da guilda dos magos conhecida também como a terra da magia, outra cidade de passado interessante, antes de Geffen, havia a cidade chamada Geffenia, lar dos elfos, antigos seres que possuíam conhecimentos e que se negaram a ensinar aos humanos, com isto, uma guerra foi iniciada, e hoje, Geffenia é somente um mausoléu daquela raça.

 

Momo ainda se lembrava do seu tempo em Geffen, de Artie, de quando havia encontrado com ele e ganhado seu nome, como era bom os tempos que ficava lá, quando tentava cozinhar mas nem sempre saia como queria, dos livros empoeirados mas bem interessantes, da neblina fria que formava pequenas cristalizações no teto das casas, o ar fresco que invadia todas as manhãs, era um ótimo momento, até descobrir que seu mentor era na verdade um ladrão barato, que na verdade não tinha seu valor.

 

A jovem ficava triste quando pensava em Artie deste jeito, o sábio era uma pessoa simpática e cuidadosa, mas ele havia roubado, e de acordo com as leis sagradas, roubar era crime, por isso Momo não poderia perdoá-lo pelo seu feito, pois crime se pagava com castigo, assim havendo a justiça.

 

Retirando aquelas lembranças da cabeça, Momo agora olhava para sua paixão secreta, Sepher, o sacerdote agora era o mentor de todos naquela peregrinação, se algo acontecesse a ele, todos os noviços teriam que voltar para casa, talvez até sem a promoção de classe.

 

Mas a noviça não se importava, sabia que ele era forte o suficiente para agüentar qualquer tipo de coisa, e claro, ela estaria ali, para dar todo o apoio que tivesse que dar, ela sabia que tudo daria certo, pois rezava para os deuses todos os dias para isso.

 

O grupo naquele momento estava no deserto de Sograth, um clima árido e seco, para os que não estão acostumados era um verdadeiro inferno, de dia um calor escaldante, a noite um frio congelante, qualquer um sem o mínimo de conhecimento sobre o deserto, não sobreveviria por muito tempo, mas para a sorte dos noviços, um oásis havia sido encontrado.

 

Antes que a noite caísse, eles haviam montado um acampamento nas proximidades do oásis, não queriam ficar muito perto dele, pois água era algo tão precioso quanto um baú repleto de tesouros e com toda a certeza animais e criaturas indesejáveis estariam se aproximando para beber um pouco, o que não seria muito seguro para os noviços, que pouco sabiam sobre combate.

 

O acampamento era algo bem improvisado, barracas montadas de jeito desajeitado, mas que pelo menos agüentariam uma noite, naquela região em que estavam ainda dava-se para fincar os pregos no chão, pois estavam na entrada do deserto, por isso o solo ainda não era muito arenoso, o acampamento rodeava uma fogueira, montada em um ninho de pedras, para que o fogo não se alastrasse, jovens e mais jovens estavam sentados admirando as chamas ondulantes.

 

Após tudo terminado, antes que todos pudessem se servir do jantar, Sepher propôs rezarem aos deuses, pois aquele alimento e a segurança da viagem era porque os deuses lhes ajudaram e lhes queriam o bem.

 

Todos ficaram em silêncio, alguns seguravam crucifixos feitos de madeira ou prata, outros fechavam as mãos na posição típica, os noviços e noviças fecharam os olhos e acompanharam as palavras do sacerdote, após a breve reza, o grupo se fartou do alimento que possuíam.

 

A noite foi prazerosa, apesar do frio, a fogueira tratava de aquecê-los, conversas sobre vários assuntos eram jogados ao ar, algumas noviças cochichavam entre si sobre os garotos que se faziam presentes, já Momo no entanto ficava no seu canto, sem incomodar ninguém.

 

Na verdade, era ela que não queria ser incomodada, uma hora ou outra ela espiava o sacerdote, quando ele ameaçava olhar na sua direção, ela mudava o alvo rapidamente, não queria ser notada, não daquele jeito. Sem mais e sem menos, Sepher se levantou do lugar onde estava e caminhou para fora do acampamento, assim que ela o viu se mover, Momo esperou ele se distanciar um pouco e o seguiu.

 

Era lua cheia, a terra de tons beges era banhada pela luz fraca da musa, fazendo com que o solo possuísse tons azulados, o céu escurecido era iluminado por pequenos pontos luminosos que enfatizavam a beleza daquela dama.

 

Sepher caminhava sem pressa até o oásis, em seu ombro uma bolsa de aparência gasta o acompanhava, dentro dela um som baixo era produzido, algo semelhante a vidro, aparentemente o jovem não havia percebido Momo, que o seguida cuidadosamente em silêncio.

 

Assim que o sacerdote chegou no lago ele retirou a bolsa do ombro e a abriu, dentro várias garrafas vazias que brilhavam com a luz fraca, em seguida ele retirou seus sapatos e seu sobretudo, deixando a pele pálida amostra.

 

Momo que observava tudo de longe corou, mas continuou em sua posição quieta, de repente uma voz quebrou sua concentração.

 

- Sei que está aí, não precisa ficar se escondendo, eu não mordo sabia? – sorriu Sepher enquanto olhava na direção da noviça.

 

A jovem de cabelos prateados ficou sem graça, por alguns instantes pensava que ele não a havia percebido, que estava somente indo para o oásis para fazer as águas bentas.

 

- M.. me desculpe... eu não queria... eu não queria... – disse Momo intimidade quase chorando.

 

O sacerdote por um momento ficou sem reação quando a noviça ameaçou chorar.

 

- Calma, calma, eu não estou bravo, só vim aqui pegar água, sei que será útil para nós mais tarde. – Sorriu Sepher. – Venha aqui, não fique muito longe pois a noite é perigosa.

 

A noviça se aproximou timidamente, pela primeira vez estava ao lado de quem gostava, e com o consentimento dele, seu coração parecia que ia pular para fora com tanto nervosismo.

 

Momo se ajeitou e se sentou ao lado do jovem, Sepher ainda levantado, se abaixou e pegou uma garrafa em sua bolsa, calmamente ele caminhou para dentro do lago, com a água até os joelhos, ele mergulhou o recipiente enchendo-o do liquido cristalino, em seguida ele levantou até a altura da cabeça e disse uma reza:

“Oh deuses, permita que esta água seja encantada com a graça divina para que possa expulsar demônios e retirar doenças, isto qualquer que seja, nas casa ou possessões dos fiéis seja espalhado por esta água, que seja liberto de qualquer impureza, e entregue de volta para o que é funesto. Deixe tudo que ameaçe a paz ou segurança dos habitantes daqui, sejam banidos pelo espalhar desta água, então a saúde que eles procuram por chamar teu nome sagrado sejam protegidos de agressões.”

 

Assim que o sacerdote terminou, um brilho surgiu do meio do líquido e desapareceu rapidamente, aquele era o ritual para fazer água benta, um objeto muito útil na luta contra demônios e pestes, logo que terminou o jovem saiu do lago, tentou secar um pouco as calças e sentou ao lado da noviça.

 

Assim que ela viu o sacerdote sentar ao seu lado, seu coração balançou novamente, estava nervosa e com a respiração dificultada, era como se estivesse sendo sufocada por uma mão, timidamente ela moveu seus olhos para o lado, viu o ventre despido do sacerdote e engoliu em seco.

 

O jovem de cabelos negros apreciava o céu estrelado, nada lhe parecia incomodar, na verdade estava bem tranqüilo, sem nenhum aviso ele mirou os olhos em Momo e perguntou:

 

- Algo errado? Parece que está com falta de ar...

 

A noviça arregalou os olhos e tentou disfarçar o nervosismo.

 

- N.. não, nada de errado, não se preocupe!! – respondendo enquanto balançava a cabeça negativa.

 

Novamente o silêncio perpetuava na cena, ambos sentados no mesmo lugar e apreciando a noite levemente clara quando Momo interveio com uma fala.

 

- Senhor Sepher...

 

- Me chame só de Sepher, não sou tão velho assim. – sorriu descontraído.

 

- S.. sim, Sepher, eu queria lhe dizer uma coisa...

 

O sacerdote a olhou com atenção.

 

- Eu... eu... queria dizer que o conheço a muito tempo... Eu o já tinha visto em Juno, não sei se você sabe disto... e desde daquele momento, tenho guardado um sentimento...

 

Sepher interropeu o monólogo da noviça.

 

- Por favor não diga mais nada, acho que sei o que quer falar, mas... infelizmente não posso lhe fazer nada, eu já tenho uma pessoa esperando por mim, e eu só pertenço a ela.

 

Assim que terminou, o jovem se levantou e recolheu seu sobretudo e seus sapatos, vestiu ambos e pegou a bolsa, Momo no entanto estava abalada, uma tristeza lhe invadia aos poucos, um misto de raiva e ansiedade lhe invadiam o corpo, tentava de todas as formas engolir aquele choro, mas não adiantava.

 

De repente Sepher ficou parado, olhava para os lados como se procura-se por algo, lentamente moveu sua mão para dentro do sobretudo e pegou algo, o sacerdote estava a empreita de algo, assim como um lobo a caça de um coelho.

 

O jovem se abaixou e se aproximou da noviça, pediu silêncio com o dedo, Momo somente afirmou com a cabeça enquanto enxugava com vergonha as lágrimas, Sepher olhou para os lados e o som de um trovão foi escutado.

 

No chão estava estendido um corpo putrefado que exalava um cheiro forte, ele vestia roupas rubras gastas pelo tempo, cabelos ralos e negros, nas costas carregava uma cruz negra e nas mãos um livro rasgado e velho, era um druida maligno.

 

Nas mãos de Sepher uma arma de aparência pouco peculiar, era difícil de se descrever tal aparato ainda mais com a pouca luz, era uma espécie de cano, na sua ponta o orifício ainda saia a fumaça da explosão que aquilo havia feito, embaixo do cano um gatilho, de onde se ativava a arma, ele possuía uma cor enegrecida, mas que era charmosa.

 

- Mas que raios? Druidas Malignos em Sograth? Acho que o deserto está muito perigoso para os noviços. – disse preocupado.

 

E com esta distração, uma sombra o agarrou por trás e o puxou para sua direção.

 

 

------------

 

 

O dia havia começado frio, as nuvens cinzas dançavam no céu ameaçando uma chuva, a igreja de Prontera tocava seus sinos de forma fúnebre, dentro da construção, várias pessoas se encontravam com o mesmo tom escuro em suas roupas, em seus rostos a expressão de dor e tristeza era presente.

 

O tapete vermelho que cruzava o salão constastrava com a cor preta, no altar um caixão de madeira de boa qualidade, estava lacrada para esconder o corpo, atrás do altar, um padre rezava para aquela alma, sons de choros tímidos e soluços inconsoláveis invadiam as paredes da igreja.

 

Logo a chuva dava seu toque na melodia fúnebre, a voz do padre era escutada por todo o edifico, Momo não estava entre eles, não estava sentada entre as senhoras rezando ou ouvindo as palavras sagradas, ela vagava no corredor, se apoiando com a mão na parede, na outra, ela carregava uma roupa de cor ametista.

 

Passo a passo ela caminhava para fora, gota a gota caia em sua cabeça, mas para ela agora não importava se estava molhada ou se estava seca, estava perdida em suas próprias decisões, com passos tímidos a recém formada sacerdotisa caminhava na chuva adentro, até que ela parou.

 

Sem força nas pernas ela se ajoelhou, olhou para o céu e sussurrou.

 

- Sepher...

 

-----

 

Um obrigado especial ao Chris que me ajudou com a reza de purificação, valeu xD

Link para o comentário
Share on other sites

  • Replies 117
  • Created
  • Última resposta

Top Posters In This Topic

Popular Days

Top Posters In This Topic

Alguns dias atrás....

 

- Como assim? Vai criar um guilda agora em plena guerra? – disse assustada.

- Heh, e por quê não? – com um belo sozinho maroto – agora é uma bela hora de arranjar adeptos, você vai ver! Então Karini, Sophia...vocês vem?

Sophia ainda estava indignada com a escolha do jovem monge, criar uma guilda em meio a bagunça que estava, era algo extremamente irresponsável, ainda mais por aquele monge relaxado.

- Não obrigada. – secamente – Vou continuar aqui no Chama Prateada.

- E você Karini? – perguntou Digo.

- Ah eu quero sim! – respondeu com alegria – vai ser muito divertido viajar com você! Agora sim vou ter material para as minhas histórias e de quebra vou passear!

 Ambos olharam para a odalisca surpresos, ela mais parecia que ia em uma excursão do que para uma guerra de verdade.

- Ahh Sophia, não me olhe assim, sei que você adora minha companhia, mas eu realmente quero participar de algo com muita adrenalina, sei que começar com uma guilda que ainda nem está criada é ainda mais emocionante, verei de perto o nascimento de algo que eu sei que será muito bom!

 Sophia somente levantou uma sombracelha e deu um sorriso sarcástico.

- Bem então vamos?

- Claro!

 E assim se foram, ambos saltitavam e cantarolavam até a sábia perde-los de vista, ao longe ela acenou e lhe desejou boa sorte.

 

Capitulo 18 – O Machado da Sacerdotisa Rubra.

 

E lá estava ela

Dançando

Saltitando

Cantarolando

 

Ah que musa!

Mas seu corpo

Não era de uma

 

Em cada passo

Um significado

Em cada rebolado

Um agrado

 

Mas mesmo assim

Seu corpo

Não era de uma

 

O que será

Que ela tinha?

Só ela sabia

Só a sábia sabia.

 

Ou será que não?

O que será

Que ela tinha?

 

 

- Acorda! Acorda! – dizia uma voz freneticamente – Oh coisa, vai ficar aí até quando? O sol já nasceu, vamos lá treinar Karini! – dizia enquanto cutucava com o pé a cabeça da menina.

- Ah...só mais cinco minutos....que saco não quero treinar, não gosto disso.... – disse com o travesseiro envolto na cabeça.

- AÉ? Não vai acordar? Ook...depois você fará o dobro....e sem a janta.

- Bah tudo bem.....

- E sem ver a apresentação do papai.....

Com o rosto demonstrando total desdém, a garota levantou da cama rapidamente.

- É isso assim que gosto! Cara mal-humorada e nenhum pique! Vou começar pelos exercícios pesados.

 Assim que a senhora terminou seu monologo, ela saiu da casa.

- Vê se não demora! – gritou de fora.

 Karini com o rosto ainda envolto em sono, bocejou preguiçosamente, se dirigiu até o banheiro, lavou seu rosto e trocou de roupa, não havia comido a sua refeição matinal pois sua mãe estava com pressa.

- Demorou muito! – disse a senhora.

 A jovem não prestou atenção, estava com muito sono para isso.

- Isso que dá ficar até tarde lá na taverna! Da próxima vez vai dormir cedo entendeu? – disse séria.

 Mesmo assim a jovem não se mostrava assustada, sabia que por mais que fosse desobediente, sua mãe não teria coragem de levantar a mão para ela, mas mesmo assim Karini não abusava disto. Sem muitas delongas ambas começaram sua rotina de treinamentos.

 Não era algo muito complicado, somente o básico que Momiji ensinava para ela, golpes com punhos e chutes altos, todos simples para uma monja formada como ela.

 Momiji Shakuhachi  era uma senhora nos seus trinta e cinco anos, tinha os traços típicos de um amanes, olhos afiados e negros, assim como seu cabelo, eles longos e grossos, mas a diferença era que sua pele era visivelmente morena, talvez por influência de Alberta, naquele momento ela vestia as mesmas roupas que recebera quando se graduou monja. Uma calça marrom simples, um sobretudo branco com um capuz, uma camisa de frente-única da mesma cor da calça, mas com detalhes em dourado, o sobretudo era preso por uma corda grossa, podia-se dizer que capricho, nenhum monge tinha.

 Quando não estava treinando a filha para seguir a mesma carreira que a dela, ela cuidava da taverna Peixe Dourado, o local possuía uma fama considerável, todos os dias pessoas e mais pessoas se dirigiam a taverna na esperança de ver a senhora bater em algum engraçadinho. Para eles era um espetáculo que não se podia perder, principalmente de uma estrangeira.

 Mas não só de brigas que as atrações se sustentavam, Glaesel Cymbal era o bardo que se apresentava todas as noites, marido de Momiji, de dia a monja entretia os mais agitados, de noite Glaesel tocava suas canções aos mais calmos.

 Cymbal era um homem de físico fraco, ombros caídos e de coluna um pouco inclinada, suas madeixas curtas eram de tom castanho claro, assim como as folhas de outono, eles sempre viviam despenteados, olhos verdes que expressavam cansaço mas era somente isto, na verdade diferente de sua aparência, ele gostava de animar uma boa festa e ele o fazia muito bem.

  Karini adorava assistir todos os shows de seu pai, para ela animar uma pessoa desanimada com um simples toque de cordas era algo incrível, os sons do violão e a voz melódica de Cymbal fazia a menina ficar gastando horas e mais horas ao lado do pai.

 

 E mais um dia se acabava, as tardes em Alberta eram as mais belas, o sol lentamente se escondia atrás do manto de água, suas cores se misturavam ao azul com o laranja presente no disco, a brisa salgada vinha com calma e as gaivotas cantavam a canção do mar.

 O Peixe Dourado no entanto ainda se via movimentado, pessoas cansadas se dirigiam a construção para ouvir mais uma canção do bardo, todos se acomodavam nas mesas grandes e redondas, pedidos e mais pedidos de quitutes e bebidas eram feitas.

 Karini apesar de bem nova, ajudava a mãe nos serviços, na verdade as pessoas adoravam ver a menina tentar servir os clientes, era uma visão extremamente adorável.

 A taverna tinha seu ar de requinte, no começo, por causa do pouco dinheiro, a estrutura era precária, mas com o tempo o casal investiu um pouco mais no lugar, e hoje o local tem uma atmosfera agradável, sua estrutura típica de Alberta contém algumas diferenças. Pisos de madeira resistente, lustres parecidos com os que se encontram em navios, uma bancada longa que escondia uma estante repleta de bebidas e mais bebidas. Em algumas paredes é possível encontrar pinturas de Amatsu, um quimono com desenhos belíssimos e um par de espadas embainhadas, todas da dona da taverna.

 E assim Cymbal se apresentou, todas as atenções eram voltadas para ele, quando não era assim a clientela conversava entre si, apreciando uma boa bebida e um petisco, mas mesmo assim a melodia fazia sua presença. Glaesel já recebeu pedidos para tocar em terras distantes, mas para ele o seu lugar era ao lado de sua família e da taverna.

 Com mais um expediente terminado, a família arrumava o local para o dia seguinte, não seria bom receber os clientes com o lugar todo imundo, assim que terminaram, todos se sentaram para apreciar o jantar, eram somente sobras mas pelo menos estavam gostosas.

 Enquanto comiam, Momiji fazia as contas de quanto receberam naquele dia, o bardo no entanto fazia piadas aleatórias para os presentes, suas piadas foram interrompidas pela voz de Karini.

- Pai, quero ser uma barda quando crescer também! – disse animada.

Quando a jovem terminou esta frase, o casal começou a rir freneticamente.

- Hahahaha, Glei, acho que você perdeu seu posto de melhor piadista, esta foi a MELHOR da noite, hahahahaha.

- Acho que sim, nem eu posso com ela.

A menina sem entender nada se junta aos dois.

- HAHAHAHAHAHA.

Depois de um longo período, ambos voltam ao em que estavam fazendo, mas logo novamente a jovenzinha corta a conversa.

- Pai, como faz pra virar barda?

E novamente a dupla começou a gargalhar.

- hahahaha, putz, Glei você já era.

- hahahahah acho que sim.

E novamente sem entender nada, Karini se junta aos dois.

- HAHAHAHAHAHA.

 E após um longo período de risadas, Karini pergunta novamente.

- Pai me responde!

Momiji olhou séria para Karini, por um momento a cena fica tensa mas logo é cortada pela voz da mesma.

- Você não vai ser barda, vai ser uma monja! Sem falar que mulheres não viram bardas.

A jovem fez uma cara feia e logo perguntou para o pai se aquilo era verdade.

- Ah...poizé filha, só homens viram bardos, mas as mulheres....

- Xiu! – disse Momiji rapidamente.

- O que? O que? – disse Karini Curiosa.

- Ah...não é nada, nada não querida, agora coma tudo senão você não vai ficar forte!

- Mas eu não quero ser forte, quero ser quem nem o papai! – retrucou com um rosto bravo.

Depois do jantar ninguém trocou uma palavra a mais, Karini somente desejou boa noite, abraçou os pais e se dirigiu ao seu quarto. Antes de dormir, a jovem se sentou na escrivaninha e tentou rabiscar seu retrato como barda.

 

 

Link para o comentário
Share on other sites

Capitulo 20 – Flores crescem e árvores também.

 

 

A floresta se mostrava calma, o vento que deslizava por entre as árvores não quebrava o silêncio daquela cena, nem mesmo o canto dos pássaros. De repente um som rápido é ouvido, a única coisa que pôde ser vista foi uma vítima estendida.

De cima da copa da árvore uma figura esguia e de madeixas rubras se apresenta, mais uma vez a garota treinava suas habilidades na floresta, mas não era somente isto, aquele no chão era seu almoço.

-Um lúnatico! - disse alegre – Com um bom molho vai ficar ótimo!

Um mês se passou desde que Karini se ingressou na guilda das odaliscas, e neste mesmo dia ela conheceu Erika, uma garota de cabelos ondulantes e olhos celestes, ambas treinaram dia após dia para refinarem sua perícia com o arco.

De pessoas que mal seguravam uma arma, agora eram perfeitas atiradoras, ainda sim nada as faziam melhor que uma caçadora e com razões óbvias.

E mais uma vez a jovem seguia para a aula com Ellenore, todas as garotas já sabiam manejar um arco, até mesmo as mais desajeitadas. Como sempre a aula seria em um vasto campo verde, mas desta vez não haviam alvos montados, nem mesmo algo que mostrasse que haveria uma aula lá.

Ellenore estava em pé na frente das jovens, estas ficavam em várias filas, como sempre as vozes murmurantes era a música naquele momento.

Karini havia chegado um pouco atrasada, mas por pouco não o fez, rapidamente a arqueira procurou sua amiga e se aproximou animadamente.

-Já começou? - perguntou Karini.

-Ainda não – respondeu com um sorriso – mas só mais um pouco e você perdia tudo.

-Ufa, que bom, não queria perder esta última aula por nada, vai ser a última vez que veremos a Ellenore...

Uma voz interrompeu a conversa das duas, a caçadora chamava a atenção de todas presentes, logo em seguida a instrutora começara seu monólogo.

-Pois bem, hoje é nosso último dia juntas garotas, vejo que progrediram muito em um mês, estou feliz com isto. Vocês aprenderam a manejar um arco, aprenderam a ter equilíbrio e disciplina, coisas essenciais para uma verdadeira odalisca, lutar não é somente se atirar em um adversário, mas sim uma dança entre duas, três, várias pessoas! Agora é hora de você refinarem tudo que aprenderam aqui, é hora de lapidar esta pedra bruta e transformar em uma pedra valiosa. Hoje queridas, vocês são aprendizes de odalisca, vocês agora são Dálias. - disse com orgulho.

Assim que terminou o local foi coberto por vozes, umas davam o parabéns para outras, algumas se viam aliviadas de sair dali e outras simplesmente comemoravam histéricamente.

A jovem de olhos castanhos se virou para Erika, ambas contiam um sorriso estampado no rosto, de simples Trevos para bonitas Dálias e então finalmente uma Rosa Branca, Karini não via a hora de se tornar uma.

 

No dia seguinte elas não se dirigiram para a costumeira área de treino, nem muito menos para a floresta caçar algo, Payon agora estava longe e um caminho longo estava a frente, após as jovens se tornarem Dálias elas deviam se dirigir até Comodo, esta era uma etapa para que a jovem mostra-se seu verdadeiro valor e aquelas que não eram merecedoras serem descartadas.

Era um caminho longo, mas Karini não estava sozinha, Erika decidiu ir junto com a jovem, agora elas eram mais do que amigas, eram quase irmãs.

O sol era forte e o calor intenso, após sair da densa floresta o deserto de Sograt se revelava, uma imensidão amarela que seguia até o horizonte, algumas plantas e animais nativos se mostravam as vezes, ossos de criaturas que não resistiram ao inferno arenoso era encontrado também.

Mas mesmo com condições hostis, aquele lugar se fazia bom para o treino, Peco-pecos e pickys eram alvos fáceis para aventureiros novatos, e quase sempre se via uma pessoa por alí. Durante um treino ou outro a dupla conhecia várias pessoas, na sua maioria eram gatunos e arqueiros, mas sempre havia suas excessões, grupos de noviços e sacerdotes eram encontrados em suas peregrinações, até mesmo uma dupla de assassinos recém formados fora vista.

Mas isto não era motivo para ficarem alí, era preciso seguirem até Comodo antes que a próxima etapa fosse iniciada, o tempo era curto mas mesmo com este motivo as arqueiras não paravam de treinar ou mesmo conhecer novas pessoas.

 

Após três semanas de viagem, Comodo estava embaixo de seus pés, a areia fina e o cheiro do mar era presente no cenário, não se podia ver o céu, mas os fogos de artifício que eram constantemente estourados desviavam a atenção deste detalhe.

Comodo se localiza dentro de uma caverna, não se sabe ao certo quem fundou a cidade, mas uma coisa era certa, a cidade da noite eterna era o local principal de festas e comemorações, odaliscas e bardos podiam se encontrados por toda a parte, as vezes fazendo pequenas apresentações ou só buscando alguma inspiração. Cidade do pecado? Talvez fosse, mas que cidade não possui os seus?

Tanto Karini e Erika ficaram fascinadas com o lugar, era como sempre a jovem de olhos azuis imaginava, um lugar onde a alegria e a festa fizessem parte do cotidiano da pessoas. Para Karini a única coisa que lhe chamara a atenção foram os fogos, ela nunca havia visto um, tanto que as vezes a jovem pulava para longe quando aparecia um no teto da caverna.

Enquanto admiravam o local, a dupla se dirigiu até onde elas dariam continuidade ao seu objetivo, de se tornarem autenticas Rosas Brancas.

 

No dia seguinte a aula começou cedo, uma coisa que Karini viu muito é que as odaliscas prezavam a disciplina, quem chegasse atrasada era castigada severamente pela professora. O dia ficava lotado de aulas para as Dálias, elas aprendiam várias danças, como manusear o chicote, tocar um instrumento e principalmente como usar a voz.

Nenhuma aula era realizada sem o esforço, nas aulas de dança era exigido ter equilíbrio sobre o corpo e resistência nas pernas, manusear o chicote era preciso ter força nos braços e mãos, tocar instrumentos não era somente saber memorizar as músicas, mas também saber utilizar com estilo, já usar a voz era um dos maiores desafios.

Escândalo com certeza é uma habilidade que somente as odaliscas conhecem, mas não é tão simples quanto aparenta ser, a Dália primeiramente aprende a utilizar sua voz, após isso ela tem que atingir a ressonância exata do corpo humano, isto não é fatal, mas só basta um pequeno balanço para a vitima ficar atordoada.

Karini aprendeu que beleza não é nada sem dor, que deve-se empenhar ao máximo para entrar naquele mundo, em um mundo onde um belo rosto é mais importante que habilidades.

Assim a jovem de cabelos carmesim cresceu, seu corpo outrora infantil agora era de uma mulher, seu rosto delicado agora era amadurecido, para esconder este rosto, Karini amarrou dois cachos em frente ao seu rosto, seu corpo ainda contia bustos mínimos, suas pernas eram longas e finas, a única coisa em seu corpo que mostra que era uma mulher seriam suas curvas em seu tronco. Por causa de sua aparência, a jovem era algo que gozação de todas da guilda.

Erika no entanto se transformou em uma mulher formosa, um rosto delicado e olhos encantadores, busto farto e curvas certas, ela era uma das mais bonitas da guilda, sua aparência angelical lhe dava ainda mais créditos.

Ela não era a favorita entre as jovens, não por sua aparência, nem por suas habilidades, ambas eram ótimas, mas somente pelo fato de estar sempre com Karini. Mesmo tendo o talento, beleza era o que faltava naquela Dália, mesmo assim Karini era a favorita entre as professoras, mas não era o mesmo com as aprendizes de odalisca.

Link para o comentário
Share on other sites

Momo!!!Ahhh, essa historia parece com a minha xD

Apesar de eu ter virado uma odalisca.... Hmmm, pera ae, quem disse que odaliscas tem voz horrivel em madame? Me explica isso?Soh pq elas tem corpo bonito eh?

Historia legal, me faz recordar uns fatos meio... hmmm... tristes da minha vida T-T ...

Estou esperando novos capitulos! Bjus

Link para o comentário
Share on other sites

Acertou a instrutora de longe? Treinar arqueiros parece ser trabalho perigoso. Mas treinar magos parece ser pior, pelo que você disse, risco de explosões e tudo o mais. Bem, no dia que for professora, meus pesames.

...Mais algum tempo e este topico ia preciar de um Ress of D00m! como o Galliun fez em Guerra Santa (ou foi em Nirvana?).

No mais otima historia, espero que o proximo capitulo nao demore tanto.

Link para o comentário
Share on other sites

Capitulo 17 – Ragnarok

 

 O fim do mundo estava anunciado, em todos os cantos de Rune-Midgard ouviam-se notícias de que uma legião de morto-vivos tomaria toda a superfície daquele país, mas aquele era somente o começo.Várias pessoas foram convocadas por vários generais, muitos ignoraram este pedido, porém outros aceitam com honra.

 Como se era de esperar o caos era presente em toda a parte, Alberta era a única cidade segura, o rei tratou de fortalecer suas barreiras com pedras enormes que formavam uma parede gigante, sobre ela troncos eram fincados e enfileirados com pontas afiadas erguidas para cima, todas entrelaçadas fortemente, guardas ficavam vigiando cada centímetro da proteção aguardando qualquer sinal de perigo.

 Como Alberta era uma cidade portuária, suprimentos era o que não faltavam, vários frutos do mar eram vendidos frescos, verduras e frutas que vinham de Payon era exportado para outros países daquele continente.

 

 

Assim como a maioria dos aventureiros, Sophia decidiu se unir ao exército, afinal, ela não tinha muita escolha, neste momento só haviam duas alternativas, lutar ou morrer.

 Karini como sempre estava animada, ela sabia que os guerreiros precisariam da ajuda de suas danças, apesar de não cantar ou tocar como os bardos, ainda sim ela era melhor que qualquer um desta classe.

 A odalisca possuía um corpo esguio, busto escasso, suas pernas eram compridas e ágeis, era alta, mais que Sophia, de longe podia-se dizer que ela era um projeto de assassina, apesar deste físico pouco comum nas mulheres deste ramo, ela sabia como agradar o seu público, como dizer as palavras certas e os passos certos que definiriam uma batalha.

 Prontera se via vazia, suas ruas antes movimentadas agora eram desérticas, os únicos que poderiam ser encontrados eram guerreiros de várias classes e alguns mercadores que escolheram desafiar a própria sorte.

 Sophia seguiu até uns dos generais que comandavam as tropas, em cada cidade do país havia um a protegendo, mas como a capital não era tão pequena assim, haviam dois dividindo ela.

 Um dos generais era Leafar Cathal, ele comandava a guilda Ordem do Dragão, como esta ordem havia se formado há muito tempo, ele possuía vários membros, já a outra que protegeria a parte oeste da cidade acabara de ser formada.

 Segundo fontes ele se chamava Chama Prateada e era somente isto que a senhora sabia, e que também não haviam muitas pessoas, necessitando assim mais apoio que a Ordem do Dragão.

 Vagarosamente ela se aproximou da fonte central onde estava localizada a tão famosa estátua de Odin, de longe podia-se ver uma pequena aglomeração, dois noviços que já aparentavam certa experiência estavam sentados, haviam dois templários, mas somente um deles estava de pé, aquele dizia em voz alta palavras de encorajamento aos presentes.

 A primeira vista ela não havia reconhecido, mas depois ela viu quem era aquele templário, era Kerdied, o mesmo espadachim que havia conhecido naquele mesmo lugar há muito tempo atrás.

 Por um momento ela o observou de longe, suas feições não haviam mudado, ainda possuía o mesmo rosto de tranqüilidade que havia visto pela última vez, mas agora ele vestia uma armadura grande e pesada e por motivos óbvios estava sério.

 Sem pensar muito ela se virou e caminhou rapidamente, não sabia direito, mas não queria encontra-lo novamente, mas subitamente Sophia ouviu seu nome ser chamado, aquela voz era do jovem.

 - Sophia, o que faz aqui? – perguntou Kerdied.

 A senhora por um momento excitou, mas sem mais delongas ela respondeu seriamente.

- Quero ajudar a deter esta invasão, ouvi dizer que a sua tropa precisa de reforços, certo? – virando-se para ele.

- Sim, realmente precisamos, venha, você agora faz parte do Chama Prateada, depois faremos uma cerimônia com mais calma. – disse com pressa. – agora temos que ir, a invasão irá começar logo!

 E assim a pequena defesa caminhava para a batalha, ambos noviços estavam nervosos, eles tinham escolhido uma vida de batalhas á uma de caridades, por causa disto seus poderes de cura eram fracos.

 Por sorte, várias pessoas se encontravam na resistência, muitos agiam sozinhos em busca de espólios raros ou só para aprimorar suas técnicas, outros eram de guildas de guerra que talvez estivessem em busca de mais fama.

 Karini desta vez não estava ao lado de Sophia, ela preferiu estar ao lado dos sacerdotes e alquimistas para ajudar na recuperação de guerreiros exaustos da batalha, para ela ajudar estas pessoas era melhor que participar das guerras.

 Sophia estava sozinha em meio aquela guerra, estava nervosa mas para ela morrer não importava mais, o sentido de sua vida havia lhe abandonado e nada mais lhe fazia sentido.

 Os céus lentamente se escureceram, um tremor no chão pôde ser sentido, cada vez mais ele se fazia forte, um som ensurdecedor era lançado de algum lugar, então subitamente os chão se abriu.

 Vários morto-vivos saiam das fendas, alguns azarados caiaram nos buracos servindo de alimento para tais criaturas, os que estavam ao redor rapidamente atacaram, mas a quantidade de monstros era maior que o esperado.

 Pouco a pouco, corpos e mais corpos caiam no chão, os inimigos que estavam ali consumiam a carne fresca dos cadáveres, cada pedaço que era arrancado lhes faziam mais fortes, alguns comiam com a alma ainda incrustada no corpo, podendo assim ser ouvido os sons de dor das vitimas.

 Em sua primeira guerra, a sábia não tinha palavras para descrever tal massacre, com as mão tremulas e as pernas bambas, não sabia o que fazer diante de tal situação, mas a única coisa necessária era matar.

 A cada grito de desespero mais seu coração apertava, a cada som opaco de um corpo caído, mais medo ela tinha, no fim, ela realmente não queria vender sua vida a tão baixo preço.

 Com toda as forças ela encheu o peito, um grito de coragem foi dado de uma criatura tão fraca, rapidamente ela conjurava sua magia de fogo e a cada lança um morto-vivo queimava em agonia.

 Mas mesmo que ela pudesse dar conta de alguns, sozinha ela não faria toda a guerra, muitos guerreiros foram perdidos fazendo com que a resistência perde-se sua potência.                                                                   Mais e mais os inimigos se aglomeravam na sábia, esta desesperada, sabia que agora era seu fim e que agora não poderia fazer mais nada.

 Mas ao longe ela pode ouvir uma voz, no meio daquelas criaturas um brilho surgia do nada, aquelas criaturas rapidamente eram exterminadas, a cada grito vários monstros sumiam em um feixe de luz.

 Enquanto aquela pessoa se aproximava, Sophia sentia sua carne ser arranhada profundamente, alguns tentavam morder sua pele, mas a senhora tentava não ser mordida.

 Então em um outro brilho, os morto-vivos que estavam ao seu redor sumiram como as trevas, Sophia ainda um pouco zonza, queria ver quem foi aquele que a salvou e para sua surpresa era o mesmo templário que a recrutou.

 - Você está bem? – perguntou Kerdied.

 Sophia somente afirmou com a cabeça.

- Você está ferida, venha, é melhor você ir para um lugar mais seguro.

- Mas a batalha ainda não acabou, ainda preciso ficar para lutar!

- Sim, mas mesmo o mais forte dos guerreiros precisa descansar, e além do mais reforços estão vindo, não se preocupe. – Disse enquanto sorria.

 Subitamente, o jovem templário a tomou em seus braços, a senhora ficou sem reação, ela tinha forças o bastante para andar, mas não queria dizer, ela gostava de sentir de perto aquela pessoa.

 A sábia foi levada onde os feridos estavam, assim que a deixou, Kerdied retornou ao campo de batalha.

 Vários corpos estavam estirados no chão, alguns estavam enfaixados, outros não tão sortudos, tiveram partes do corpo amputadas. Noviços, sacerdotes e alquimistas, tentavam abrandar a dor daquele que se faziam presente, odaliscas e bardos tentavam alegrar aqueles que sentiam dor, entre eles estava Karini. Mas a senhora resolveu não interrompe-la, a jovem odalisca estava mais do que nunca se empenhando em seu trabalho.

 De longe ela assistia suas danças, realmente ela sabia como alegrar o ambiente, pouco a pouco Sophia se sentia melhor e revitalizada.

 - Heh, bela artista ela não acha? – Disse uma voz estranha.

 Sophia por um momento se surpreendeu, mas logo respondeu.

 - Sim, é incrível como ela consegue tal feito, sendo que ela não é tão bela assim para os padrões.

 - Bem, nem todas as flores mostram sua beleza da mesma maneira.

 Sophia com interesse procurou a fonte da voz, era um jovem de cabelos dourados e desgrenhados, seu rosto era maduro com traços fortes, uma barba mal-feita se fazia presente no rosto, sombracelhas fortes se faziam presente na feição pinguça do jovem.

 Olhos negros como a noite e de expressão robusta, um sorriso largo que parecia ser de alguém maroto, o seu corpo era bem definido, própria da profissão que tinha, ele trajava um sobretudo branco com detalhes marrons, atrás da cabeça um capuz, em ambos punhos estavam armados com soqueiras, estes se viam gastos de tanto utilizar-las, um cinturão grande que mostrava sua graduação, uma calça marrom simples, nada muio elegante. Por causa de seu uniforme, era visível que ele era um monge e para azar de Sophia era o mesmo que encontrou na Catedral naquele dia.

 - Vejo que a conheço de algum lugar moça, já nos conhecemos ou ainda vamos nos conhecer?

 Sophia deu um leve sorriso.

 - Sophia Asagao, ao seu dispor.

 - Bem, sou Rodrigo, mas muitos me chamam só de Digo. – Com um belo sorriso.

 Após muitas batalhas e perdas, aqueles dias de caos foram embora, mais tarde soubesse que tudo aquilo era parte de planos de um bruxo insano e não realmente o fim do mundo, após seu exército ser derrotado, dias de paz novamente retornaram naquele país, até o dia em que o verdadeiro Ragnarok chegasse.

 

Link para o comentário
Share on other sites

 

 

Assim Sophia

encontrou um lugar para desenvolver suas habilidades, assim como havia

encontrado uma nova companhia, que haviam lhe dado um pouco mais de

felicidade no seu coração. 

 

 

 

 

Muito fofo isso^^

 

 

 

Querida Momo, só toma mais cuidado pq alguns deslizes no português passaram desapercebidos.

 

 

 

Abraços, Nanyu

Link para o comentário
Share on other sites

Capitulo 16 – Lar amargo lar.

 

- Então...faz dois anos que você não o vê? – Perguntou Karini com um tom triste.

- Sim...mas nos comunicamos por cartas, por isso não fico triste. – disse Sophia com um sorriso falso.

 Era verdade que a senhora recebia cartas de seu amado, mas para ela somente letras não eram suficiente para acalmarem seu coração, Sepher não era um bom escritor, em todas suas cartas eram entediantes, Sophia nem se dava ao luxo de ler ela por inteiro, pois em toda sua extensão era sempre o mesmo tema, sempre as mesmas palavras e as mesmas juras de amor.

 Karini olhou para a senhora, ela sabia que ela não esta realmente feliz, seus olhos violáceos mostravam isso, mas não era somente isto, Karini sabia interpretar bem os sentimentos, por mais brandos que fossem ela podia dizer bem o que uma pessoa sentia. Como odalisca, saber diferenciar sentimentos era importante, principalmente neste mundo onde mostra-los seria perder sua própria vida.

 - Bem, imagino que você estava de passagem aqui né? Tenho certeza de que estava indo para casa agora. – Piscou a jovem de cabelos rubros.

 - Heh, vejo que não é somente uma odalisca mas como uma vidente também. Sim, estou indo para lá, quero mostrar que consegui o que havia prometido.

- Opa, odalisca não! – disse Karini em tom alto. – Sou uma barda, BARDA, viu? – com uma expressão brava.

 Sophia somente deu uma risada de leve, após a conversa ambas se dirigiram até o portão sul de Prontera, a senhora sábia tentou se despedir da jovem de olhos castanhos, mas ela se recusou e disse que a seguiria até sua casa, para ela conhecer a família de sua amiga seria algo muito divertido.

 E assim foram a dupla, passando pelo mesmo caminho que havia seguido anos atrás, a ponte por onde tudo começou desta vez estava com uma aparência nova, cordas e tábuas foram trocadas por outras mais resistentes.

 A mesma vegetação intocada permanência em seu lugar, a essência da relva fresca era reconfortante, principalmente para Sophia que passou tantos anos fora de seu lar, as flores se exibiam com graça que atraiam abelhas que lhes beijam delicadamente, o som dos passos na grama era macia, tudo era como quando Sophia partiu de lá.

 Assim que se aproximaram de Payon, ambas notaram que a cidade havia mudado, a enorme praça seguida de uma escada havia dado um lugar para um enorme tapete verde, as casas apresentavam uma pequena reforma, antes Payon era tão pequena, mas agora estava mais exuberante do que nunca, era visível como tudo havia prosperado.

 Com os pés na cidade, a senhora de cabelos verdes ficou nervosa, finalmente estava de volta de onde saiu, de onde sua família estava, queria mais do que nunca revê-los, mostrar que tinha seu valor e que podia honrar com suas promessas.

 Pouco a pouco elas adentraram a cidade, cada passo que dava, Sophia se via mais sufocada, apesar da cidade ter mudado, as pessoas continuavam as mesmas, todos reconheceram a senhora, mas nenhum se atreveu a falar com ela, ao em vez disto eles a olhavam com medo sem nenhuma razão aparente.

 Aos poucos Sophia acelerava os passos, cada minuto a mais longe de sua casa agora lhe pareciam ser anos, Karini tentou lhe acompanhar mas foi deixada para trás, rapidamente a senhora chegou até onde tanto queria estar.

 Uma casa simples de tamanho médio, as paredes estavam gastas com o tempo, as janelas assim como a porta estavam todas fechadas, a senhora por um momento pensou se havia alguém em casa, não era costume de sua mãe deixa-los naquele jeito, então ela pensou em lhes fazer uma surpresa para quando retornassem.

 A passos largos ela chegou até a porta, lentamente ela abriu a maçaneta que rangeu fantasmagoricamente, a casa realmente estava vazia mas havia algo estranho lá, dentro da construção nenhum capricho se apresentava, um manto de pó cobria toda a superfície dos móveis, cortinas de teias pendiam sobre o teto e a luz fracamente entrava pelas frestas da janela.

 Por um momento ela ficou assustada, “o que houve aqui?” Se perguntava Sophia, “por que a casa está neste estado e onde estão meus pais e minha irmã?”

 Com pânico no coração, a senhora sábia tentou procurar por pistas que pudessem lhe revelar algo, mas nada foi encontrado, nada na residência indicava que ela foi invadida ou atacada, tudo estava no seu devido lugar, era como se ela havia sido abandonada.

 Com um pouco de dificuldade, a jovem odalisca chegou até o local onde estava Sophia, mas antes que pudesse entrar na casa, a senhora caminhou para fora ao encontro de Karini.

- Então? Como eles estão? – perguntou com expectativa.

 Sophia permaneceu em silêncio, lentamente continuou a caminhar com a cabeça baixa, a tensão da cena foi cortada pelo som da leve chuva que começara a cair. Karini por um breve momento fitou as costas de Sophia.

- Sophia.....

- Meus pais....eles resolveram deixar tudo para trás.....- disse roucamente. – eles não estavam em casa, ninguém estava lá....

 Disfarçada pela geada, as lágrimas caiam uma por uma, motivada pelo orgulho, a sábia não se virou em nenhum momento, tentava de todas as maneiras segura-las mas era inútil.

Karini não falou nenhuma palavra, ela não sabia como reagir, uma coisa que não sabia lidar era com tristeza alheia, mas naquele momento, talvez por instinto, ela se aproximou de Sophia e lhe abraçou carinhosamente pelas costas.

 

 - Sophia, eu estou aqui com você....não chore....

 

 

 O dia estava calmo em Prontera, algo muito difícil de se ver, ainda mais na cidade onde era o centro de tudo, talvez pelo fato de Sophia e Karini estarem próximas a Catedral o silêncio se via obrigatório nestas redondezas.

 Após o incidente em Payon, Sophia não sabia mais o que fazer, tudo até aquele momento foi feito pensando na sua família, mas eles haviam lhe deixado para trás, como sábia, a única alternativa talvez fosse agir como aqueles que escolhiam esta carreira, uma vida de estudos ou de guerras.

 Karini tentava alegra-la, todos os dias ela a levava consigo para seus shows ou lhe comprava algo, mas nada para tirar aquele rosto triste, então ela pensou em aceitar pequenos serviços, talvez um pouco de ação pudesse anima-la um pouco.

 E com a primeira missão em mãos, ambas esperavam o senhor que receberia o pacote que carregavam, não era uma missão cheia de desafios ou enigmas, mas pelo menos era melhor que nada.

 A senhora sábia olhava atentamente para os vitrais do prédio, todos eles lhe lembravam Sepher, ela pensava o que teria acontecido com ele para demorar tanto para voltar de sua peregrinação.

 De repente seus devaneios são cortados por uma voz, um senhor já com certa idade sai as pressas da Catedral, em suas mãos um outro homem aparentando ser mais novo que ele é carregado pelo colarinho.

 - ME ZOLTA DOGA! – gritou molengamente o jovem.

- Nunca mais volte aqui! Pessoas como você não devem estar aqui! Você quebrou as regras do sagrado livro, seu bêbado!!! – retrucou nervosamente o senhor.

- BAH....o que tem tomar uns tragos? Não vai me dizer que o zenhor não toma tamém? Hic!

- Pelos Deuses, que eles tenham piedade desta pobre alma.... – disse enquanto empunhava a cruz no pescoço.

- Zim, eze cara não zabe o que é biver!

 O padre o olhou com repulsa e o jogou na calçada, logo em seguida voltou para dentro do prédio.

 Sophia e Karini o olharam um pouco assustadas, era comum ver bêbados em qualquer lugar, mas dentro de uma igreja era algo realmente incrível. As duas timidamente saíram do lugar e se esqueceram de entregar o pacote, que mais tarde se vinha a revelar uma deliciosa garrafa de vinho, envelhecida em tonéis de carvalho.

Link para o comentário
Share on other sites

O sol do meio-dia ardia em cima da pele morena da senhora, a areia, assim como toda a atmosfera, estava aquecida, uma brisa leve passava uma hora ou outra, mas nunca era o bastante para refrescar.

O manto azulado avançava para a terra, mas logo em seguida recuava timidamente, era como se tentasse subir aquela areia, para ir de encontro a parede de pedra sólida, havia uma escada que foi esculpida na mesma rocha, não se sabia quantos anos estava lá ou mesmo quem o fez, mas uma coisa era certa, facilitava e muito o acesso até a praia de Kokomo.

Seria quase um mês desde que Sophia treinava naquele lugar, perto da parede de pedra havia cabanas, alguns de pescadores locais outros abandonados, e foi em um destes que ela se instalou.

Apesar de saber que Comodo ficava a poucos metros da praia, a sábia decidiu ficar por ali mesmo, na verdade ela estava com preguiça de ir e voltar todos os dias do treino.

A praia de Kokomo é um dos lugares favoritos de aventureiros, focas agressivas sempre atacam os pescadores, sem ter o com o que lutar, eles contratavam pessoas para espantar aquelas pestes.

Sophia era uma destas pessoas, mas o propósito não era ganhar dinheiro, mas sim aprimorar sua técnica de combate corpo-a-corpo.

Uma coisa diferente, já que no inicio ela estava acostumada a somente conjurar as magias, a batalha se resumia em, congelar e eletrocutar, congelar e eletrocutar, e assim e seguia até o fim.

Neste tempo que permaneceu aqui, a senhora ganhou força em seus braços, suas investidas chegavam a doer, ela aprendeu novas magias, como encantar com elementos sua arma, era necessário somente uma coisa, uma esfera para respectivo encanto, e claro o desejo arcano, algo muito útil para os sábios.

Mas não foi só em experiência que ela mudou, sua pele ficou morena por tanto tempo exposto ao sol, no começo sua tez ardia em fogo, em questão de semanas ela descascava e logo em seguida se reiniciava o processo, mas agora, com a pele mais resistente ao sol, não acontecia mais.

E lá estava ela, com sua adaga encantada com ventania e com o desejo arcano, Sophia matava uma a uma as focas da praia, para ficar mais rápida, a senhora engolia poções de despertar, outra criação muito útil, mas não era o que seu gosto dizia.

Novamente Kokomo estava limpa, todos poderiam circular até que as focas voltassem e o ciclo se reiniciasse, Sophia em silêncio se retirou até a cabana judiada e caiu no monte de palha que simulavam uma cama, por um momento fechou os olhos e começou a cantarolar.

- Vejo que está cansada, também, uma bárbara como você só devia estar, após matar programadamente aquelas criaturas.

Ao escutar aquilo a sábia pulou da cama e apontou a Main Gauche para a sombra daquele aposento, ficou em uma posição firme e não tirou os olhos daquela direção.

- Se eu soubesse que tinha uma pessoa tão estúpida na cabana teria ido embora.

- Se faz tanta questão, então saia. – disse a sábia secamente.

A pessoa que estava sentada se levantou, ela não mostrava nenhum medo, pelo contrário, era confiante e orgulhosa, aos poucos ela deixou a penumbra para trás e caminhou até Sophia.

Uma pele branca que contrastava com o marrom das luvas de pele, o casaco possuía o mesmo luxo, um vestido azul extravagante com bordado dourado, botas marrons com detalhes em dourado.

Cabelos rigorosamente cortados e nas laterais presos em firmes coques, ela possuía uma expressão séria e confiante, pode-se dizer que seu olhar era rigoroso.

Mal se aproximou e Sophia sentiu um frio atingir sua espinha e não era para tanto, em suas mãos pequenas cristalizações começaram a se formar, que gradativamente aumentavam para um bloco maior de gelo, em pouco tempo suas mãos estavam presas naquela pedra gélida, a sábia mal conseguiu reagir para evitar isto.

- Hoje estou cansada, por isso irei te poupar, mas lembre-se, isto foi um aviso minha cara. – disse a arquimaga quando saiu da cabana.

 

Capítulo 30 - Carta

- Momo, acho que é para você. – disse enquanto olhava o envelope.

- Hm, deixe-me ver. – pegando a carta das mãos de BT.

A jovem analisou a carta momentaneamente, na aba que mantia o conteúdo seguro dentro, possuía um brasão que ela conhecia.

Seus olhos brilharam naquele momento, por um momento Momo parecia não acreditar que a tal carta estava em suas mãos e ela tinha certeza do que havia em seu conteúdo. Vagarosamente a jovem rompeu o lacre, dentro uma folha branca cuidadosamente dobrada, a noviça pegou a carta vagarosamente como se estivesse degustando o momento, desdobrou-a e leu desacreditada.

- BT... isto é... isto é...

Os olhos grafite se encheram de lágrimas, não de tristeza mas sim de alegria, aquela não era uma carta comum, mas sim um chamado para peregrinação, um ritual que marca a passagem dos noviços para um cargo maior, o sacerdócio.

Um sonho que estava sendo realizado, um passo para um desejo constante, agora ela tinha certeza que logo estaria realizando seus sonhos de todas as suas noites, um pedido que fazia para os deuses há tanto tempo, estar ao lado de Sepher.

Momo não exitou, abraçou BT com alegria, o jovem no entanto, um pouco encabulado a abraçou, ele não teria coragem para tal ato pois era timido demais para isso, mas naquele caso, ele não recusou.

O jovem mercenário nutria certo sentimento para com a noviça, gostava de vê-la alegre, de conversar com ela, todo aquele tempo que passou com Momo foi bom, era como se fosse um sonho agradável, mas que infelizmente teria que acordar. A jovem de cabelos prateados gostava de outro, BT preferia ver ela com ele do que vê-la infeliz, para o mercenário, a felicidade da jovem era mais importante que seus sentimentos.

 

E o dia tão esperado chegou, a igreja de Prontera estava movimentada naquele dia, haviam pessoas que iriam iniciar a carreira de noviço, sacerdotes experientes e novos noviços preparavam os outros que iriam partir dalí para a peregrinação, havia dois grupos distintos, a de iniciantes, que era acompanhado por dois sacerdotes e o da carta, que mudariam de cargo após a jornada.

A carta era acompanhada por um sacerdote mais velho que servia de guia, geralmente que tinha grandes cargos na igreja ou chances para o mesmo, aquele era um momento importante, pois o noviço não teria mais o poder de escolher entre ser um monge ou seguir aquele caminho, os que mudariam agora tinham que ser bem orientados para que não fizessem nada que descontentasse a igreja.

Momo estava ansiosa, queria saber quem seria o guia da Carta e como seria a peregrinação, infelizmente BT não poderia acompanhar a jovem, pois era um evento restrito aos seguidores dos deuses e ninguém de fora poderia participar.

Os ânimos foram acalmados com o proclamar de uma voz, era o sumo-sacerdote da igreja, o detendor de um dos postos mais altos, somente aqueles que dedicaram a vida para a fé e humildade poderiam carregar tal titulo, o que poderia levar anos e anos para se conseguir.

- Jovens e senhores, hoje é o dia em que a vida de todos mudarão, será hoje que vocês farão parte desta comunidade e mais um passo próximo aos deuses, nossa missão é trazer conforto as almas desgastadas, dar fé ao coração abalado e expulsar as forças demôniacas de nossa querida terra, abençoai-vos irmãos, acredites na fé, pois ela lhe recompensará um dia, em um mundo de guerras e desespero, estaremos lá para levar a palavra dos deuses ao nossos irmãos. Nesta peregrinação haverá três sacerdotes envolvidos, aqui vos lhes apresento os responsáveis.

O sumo sacerdote chamava por cada nome calmamente, e perto dele os chamados se aproximavam, o primeiro possuia cabelos vermelhos penteados, uma expressão nervosa, talvez fosse a primeira vez que guiaria iniciantes, assim como qualquer outro sacerdote, ele usava o uniforme deles, o outro tinha olhos verdes intensos, madeixas azuis e expressão calma, este tentava acalmar seu companheiro.

Ambos estavam responsáveis para guiar os jovens na peregrinação, já o próximo ajudaria a Carta, um grupo mais experiente de noviços.

O sumo sacerdote chamou o nome calmamente, para a noviça de tez pálida, era um nome familiar.

Um jovem de cabelos negros curtos, olhos igualmente escuros de expressão calma, um sorriso meigo e um par de óculos que se apoiavam em seu nariz um pouco grande, este era a mesma pessoa que Momo encontrou em Juno uma vez, era Sepher e estava encarregado a guiar o grupo em que estava.

Seu rosto corou imediatamente, seu coração batia rápido e suas mãos tremiam levemente, Momo não esperava encontra-lo tão cedo e nem nestas circunstâncias, em sua cabeça vários pensamentos passavam, tão rápido que nem se quer conseguia focalizar em um, BT a olhou mas permaneceu em silêncio, sabia exatamente do que se tratava.

Poucos momentos depois tudo estava pronto, os lideres dos grupos já estavam prontos, assim como seus integrantes, nas mãos da maioria das pessoas se encontravam um rosário, alguns rezavam e outros faziam preces para uma boa viagem.

Momo se despedia de seu amigo, afinal, seria uma longa viagem, não se veriam por um bom tempo:

- BT, eu prometo que vou me tornar uma boa sacerdotisa, você vai ver!

- Claro moça, espero que tenha uma boa viagem, vê se não vai fazer nada perigoso viu!

Momo deu uma leve risada.

- Você sabe que sou cuidadosa, ao contrário de você.

- Mas que? - disse enquanto fazia um cafuné na cabeça da moça.

BT estava um pouco triste, a peregrinação levaria um bom tempo e com certeza sentiria muitas saudades da jovem, mas era um mal necessário. A hora da partida, os lideres dos grupos guiavam as pessoas, e estas seguiam sem questionar.

Antes de partir, BT fez sua última ação, ele chamou pelo nome da jovem, assim que Momo ouviu ela parou, o mercenário delicadamente pegou a mão da noviça, com a outra mão procurou algo no bolso da sua calça, com certa dificuldade ele pegou um anel prateado e colocou em seu dedo, em seguida virou a mão da jovem e depositou um rosário de prata muito bem trabalhado, ambos tinham sido caros e lhe custou suas últimas economias, mas para ele, haviam valido a pena.

Momo ficou sem reação, um anel prateado mostrava os sentimentos sinceros que ele tinha, a noviça o encarou com os olhos acinzentados sem saber o que dizer, o mercenário no entanto não disse nenhuma palavra, somente corou, correu para longe e gritou:

- Boa viagem Momo!

Link para o comentário
Share on other sites

Heh, em um mundo onde podemos explodir tudo com as mãos, treinar novatos não é uma tarefa fácil, e quem disse que vou dar aulas quando for catedrática?

E desculpe pela demora deste capitulo, você sabe né? Férias, ficar longe do pc por um tempo é bom, mas a partir de fevereiro vou tentar publicar com mais frequência os capitulos ^^;;;

E obrigada pelo elogio ^^

Link para o comentário
Share on other sites

 

 

 

 

 

 

 

Papo furado

 

Poizé, resolvi fazer este pequeno espacinho nesta fic, só para comentar os episodios ou outras coisas (copiei o Arkano de novo gg.gif), bem, estava conversando com o BT e ele estava comentando minha fic, ele havia dito que estou passando rápido de mais no tempo da fic.

Hmm, será que isso tá afetando e muito nas minhas personagens? Espero que não...

E bem, neste capitulo eu realmente não sabia o que escrever, meio que foi só um capitulo de descontração, já que tive uma pequena idéia para a próxima, e quero apresentar mais as personagens.

Estava pensando em colocar as fichas das personagens, mas acho que ficaria melhor no Fic Art do que no Fanfic, mas sei lá, ainda estou pensando nisto.

 

Bem, agora que você falou, percebi que realmente está corrida demais xD

Mas não esquenta não, isto não está alterando a qualidade da história

Link para o comentário
Share on other sites

(Nya West Wing, obrigada por me mostrar, eu realmente preciso ver com mais calma o texto antes de publicar. Fico feliz que o pessoal esteja gostando da fic, me sinto honrada pelo elogios ^^. Eu acho que tá meio meloso esta parte da fic, mas tenho certeza que depois melhora, anyways aqui vai outro capitulo, boa leitura o/)

Capitulo 12 – Ego Amoris Te

 

- Não, assim não. – disse Sepher – Agora, isso, assim....certinho, isso você ta fazendo direitinho.....isso! viu? Não foi tão difícil assim.

- Argh, ainda não sei como você entende dessas coisas....você é um sacerdote! – disse Sophia em tom alto. – sacerdotes devem rezar o dia todo e ouvir o padre do convento....- disse com descontração.

- hahaha, mas não sou um sacerdote qualquer, eu também estudo. – revidou com um sorriso.

 Mais uma vez estavam os dois estudando na biblioteca, desde o dia em que se encontraram Sepher havia prometido que ajudaria a jovem em seus estudos, mais uma vez estavam mergulhados naquele livro de física que para Sophia era um verdadeiro inferno, ela não via utilidade naquelas contas, afinal, no que uma sábia usaria aquela coisa? Ela preferia mil vezes ver a parte prática que a parte teórica.

 Em baixo dos braços da maga se encontrava um caderno com várias contas, na maioria rabiscadas por estarem erradas, o lápis estava com a ponta redonda e curta de tanto escrever números, fazia um bom tempo que ambos estavam enfurnados naquele lugar.

 - Ainda não entendo. – disse Sophia – por que você resolveu me ajudar? Ainda mais uma pessoa estranha como eu.... – perguntou com curiosidade.

Sepher corou um pouco e logo respondeu.

- Oras, é minha missão ajudar pessoas em necessidade, mesmo que elas sejam estranhas para mim.

Sophia ficou em silêncio por alguns minutos, o que ela havia perguntado havia sido uma questão tão banal, ela se achou um tanto quanto ignorante naquele momento.

  Fora da biblioteca a noite chegava aos poucos, o frio se aproximava vagarosamente nos prédios ocres, as ruas de Juno que são pouco movimentadas, ficavam ainda mais vazias durante a noite, não se ouvia nem um pio, nem um barulho, Juno a noite se parecia com uma cidade fantasma.

 Sepher olhou para a janela, não tira reparado que já havia escurecido, o tempo passava rápido quando estava dentro daquele lugar, o sacerdote virou para Sophia e disse que era melhor voltarem para casa, dizendo que não seria bom caminhar pelas ruas de Juno a noite, Sophia concordou sem relutância.

 Fora do prédio, um vento frio caminhava entre os dois, as luzes dos postes apresentavam uma luz fraca, mas forte o bastante para ver o caminho, Sophia, apesar de possuir uma certa resistência ao frio, não agüentava com aquele uniforme a temperatura baixa, ela tossia uma hora ou outra, mas tentava disfarçar com a mão.

 Cada vez que Sophia tossia, Sepher olhava para ela, então de repente ele parou e abriu o zíper de seu sobretudo e o entregou para a maga. Com o corpo parcialmente nu, ele continuou a andar naquela rua gelada, a jovem o olhou com surpresa, ela tentara devolver mas ele negou e disse que ela era mais importante. Seu rosto naquele momento corou fortemente e seu coração acelerou, ela se cobriu com a roupa do sacerdote e sentiu seu cheiro lhe invadir a mente.

 Rapidamente a dupla chegou a estalagem em que Sophia dormia, o sacerdote parou em frente a porta e esperou até a dama lhe alcançar, mais uma vez ela o via com um sorriso no rosto, Sophia lhe entregou sua roupa com certa timidez, Sepher a olhou e perguntou se estava tudo bem, ela somente afirmou com a cabeça.

 Sepher lhe deu um sorriso, a jovem rapidamente olhou para o rosto do rapaz, ela viu que seus olhos estavam estranhos, parecia que estava em busca de algo no meio da penumbra.

 O sacerdote lhe olhou mais uma vez, lhe deu um sorriso doce e um boa noite, mas antes que saísse ele a surpreende com um beijo no rosto, após isto ele se retirou rapidamente do lugar deixando Sophia para trás.

Naquele momento Sophia se viu sem ar, era como se alguém a tivesse sufocado, seu coração bateu rápido, seu rosto novamente havia voltado a ficar vermelho, suas pernas ficaram bambas, ela não conseguia ficar em pé, ninguém nunca lhe havia dado um beijo, muito menos um sacerdote.

 

 No dia seguinte a maga não sabia o que faria, ela não tinha coragem o bastante para ver Sepher, principalmente por causa do acontecido da noite passada, mas ela queria de alguma forma vê-lo novamente.

 A dama ficou deitada na cama, observando o céu pela janela, o dia mais uma vez estava frio, as vezes alguns pássaros pousavam na janela mas que logo voavam rapidamente para longe

 Seus olhos ficaram entre abertos, ela se imaginava com ele, mas logo lhe via em mente que aqueles que trabalhavam para a igreja eram proibidos de fazer isso, e que deviam fazer votos de casticidade antes de fazer parte daquele mundo.

 Mas mesmo assim em sua mente ainda lhe passava o rosto daquela pessoa, ainda sim ela não se privava destes pensamentos.

 De repente seus devaneios são cortados por um toque na porta, Sophia se levantou e foi em direção a porta para saber quem era, e era o que menos esperava, Sepher.

 Sophia tentou rapidamente fechar a porta, mas é interrompida pela mão do sacerdote, sem mais e sem menos ele adentrou o quarto sem aviso, rapidamente fechou a porta e deu um abraço em Sophia.

 Um sentimento de desejo e de negação invadirão seu corpo, ela sabia que aquilo era errado, ela sabia que deveria evitar ficar longe dele, mas ela não consegue. Sua voz saiu rouca de seus lábios, somente ele e ela poderiam escutar a frase.

- Por que? – perguntou Sophia. – por que você faz isso? Vocês sacerdotes não deviam fazer isso....vocês não deviam amar uma pessoa.... – disse baixo.

Sepher abraçou Sophia com mais força e logo respondeu.

- Os deuses fizeram os humanos para amarem a si mesmos, não para se privarem deste sentimento....

 Sophia fechou os olhos e o abraçou, naquele momento ela havia aprendido que certas coisas não estavam escritas em livros, que algumas coisas o livros nunca lhe ensinariam, o sentimento de ser um humano.

- Ego amoris te, Sophia......

 

Link para o comentário
Share on other sites

Alguns meses atrás...

 

 

 

 - Ok, vamos lá. Tem que ser algo que chame a atenção, um

nome que as pessoas não vão se esquecer e temerão ao escuta-lo. – Disse Digo.

 

- Que tal Silver Knights? – jogou Clei.

 

- Bah, feio

demais.

 

- God´s

Hand. – arriscou Karini.

 

- Sagrado demais… - disse chateado.

 

 Por um momento o silêncio

perpetuou na roda, até que Digo disse bem alto.

 

- Twilight Knights! Os cavaleiros do crepúsculo. – falou com

um belo sorriso no rosto.

 

 

 

 ------

 

 

 

 

 

 

  Meses se passaram desde a inauguração do novo

clã, inicialmente ele era formado por quatro pessoas, Digo, Karini, Clei e

Silvermoon, mas com o passar do tempo ele foi crescendo, de um simples grupo

havia se tornado uma grande família.

 

  Mas este rápido

aumento não se dava ao nome, mas sim de um acontecimento, antes da Twilight

Knights ter sido formada havia um clã chamado Friends Forever, seu líder,

famoso pelo seu sucesso em suas guerras, era conhecido de Digo.

 

  Com o passar do

tempo, o clã havia sido dissolvido, pois o líder sofreu com pressões internas,

após muitos problemas, ele havia confiado as pessoas do clã para o atual

Twilight Knights, e assim ele havia se formado.

 

  O que era de se esperar, assim como o antigo

Friends Forever, o monge resolveu partir para guerra com o novo clã, com os

mesmos objetivos básicos, fama e riquezas. O nome do clã passou a ser

reconhecido, e como era previsível, várias pessoas se interessaram em ingressar

as tropas.

 

 

 

 -----

 

 

 

 

 

 

- Então, onde nós vamos invadir? Geffen geralmente tem os

melhores calabouços para treinarmos. – sugeriu uma voz energética.

 

- Nah, mas eu gosto de Prontera, geralmente os castelos de

lá são mais bonitos, sem falar que a bandeira fica bem no centro da cidade. –

sorriu alegremente.

 

- Poxa, mas Payon tem os melhores tesouros, seria muito bom

para a economia do clã... – respondeu outra voz.

 

  - O que você fazem

aqui??! – gritou uma voz irritada. – Aqui é a guilda dos bruxos, vocês não

podem ficar fazendo reuniões aqui!

 

 Uma bruxa de cabelos

brancos e roupas verdes havia interferido na conversa, o grupo formado por uma

odalisca, um assassino, um bruxo, três monges e uma sacerdotisa olharam afiado

para a senhorita.

 

 - Você interrompeu

nossa reunião oh moça. – olhou feio o assassino.

 

 Por um momento a

bruxa havia sentido um leve calafrio.

 

 - A..Ah...podem

continuar, fiquem o tempo que quiserem. – fingindo um sorriso.

 

  Assim que a bruxa se

retirou a sacerdotisa olhou para o moço.

 

- Poxa BT, você não devia fazer isso...

 

- Bah, ela que atrapalhou a gente... Mas então Digo, que

castelo heim? Heim? – disse ansioso.

 

 - Ahh...bem...vamos

Geffen, lá a Momozinha pode treinar a vontade. – sorriu Digo.

 

 Momo retribuiu com o

mesmo sorriso.

 

 

 

 -----

 

 

 

 

 

 

   Capitulo

23 – A pessegueira da felicidade celestial

 

 

 

Aquela flor

 

A mais pura delas

 

Ou na verdade

 

Seria ao contrário?

 

 

 

Tingida de luz

 

Tingida de trevas

 

Qual seria ela?

 

O que havia nos olhos

dela?

 

 

 

A memória que se

perdeu

 

O coração que se

despedaçou

 

Tristeza que se ganhou

 

Amargo gosto ficou.

 

 

 

Aquelas lágrimas

 

Seriam de tristeza?

 

Ou seriam de ódio?

 

Celestial flor do

pecado.

 

 ----

 

- Você realmente não se lembra? – perguntou uma voz

preocupada.

 

 A jovem que estava a

sua frente somente negou com a cabeça.

 

- Hm, não está com ninguém? Algum responsável?

 

 Novamente a jovem

negou com a cabeça.

 

- Pois bem, vejo que não tenho alternativa, vou levar para

minha casa até que alguém apareça...

 

 O jovem sábio

estendeu a mão para a garota, apesar de desconfiada, ela aceitou o convite.

 

 O vale com poucas árvores

ainda contia a neblina matinal, perto de Geffen isto era comum, tanto que o

titulo da cidade era “Capital da neblina”. Por causa disto o clima local sempre

foi fresco no verão e frios durante o inverno, chegando a formar cristalizações

de gelo na superfície das casas.

 

 Vagarosamente o jovem

sábio guiava a garota para a cidade, durante o breve passeio, ele a questionava

sobre sua idade, de onde ela veio ou como chegou ali, tudo que recebia como

resposta era um simples “Não sei”.

 

  O sábio possuía feições delicadas, um pequeno

pince-nez escondia as pequenas pupilas esverdeadas, cabelos tão azuis quanto o

oceano sem cuidado algum, as vezes seu rosto representava uma expressão fraca,

de alguém muito doente, assim como seu corpo se parecia frágil.

 

  A jovem que guiava

tinha cabelos longos cabelos prateados, assim como a água quando é tocada pela

lua, olhos cinzas que naquele momento expressavam certa indecisão, sua pele era

tão branca quanto a neblina que insistia em ficar ali.

 

 Era uma visão quase

que fanstamagórica, mas de certa forma não causava medo, pelo contrário, a

presença da jovem fazia o mais aflito coração se acalmar, até mesmo a mais

triste alma ficava alegre com a sua presença.

 

  Em pouco tempo a

dupla adentrou a cidade, Geffen era localizada em uma depressão, dizem as

escrituras que a lendária cidade dos elfos, Geffenia, estava ali, selada para

toda a eternidade.

 

  As ruas de pedras

azuis davam um ar calmo a cidade, casas construídas de pedra branca e telhados

azuis dava ainda mais esta expressão. A cidade era formada por uma coroa e no

centro se localizava uma torre em forma de chifre, lá era onde a guilda dos

bruxos mantia sua sede.

 

 A casa do sábio era

simples, com a mesma coloração e estrutura da cidade, talvez fosse um lugar

para passar um breve momento, não algo que parecesse que ficaria por muito

tempo.

 

 - Bem, fique a

vontade, sei que não é muito confortável, mas pelo menos é melhor que ficar em

baixo de uma árvore não? – sorriu levemente o sábio.

 

 A garota olhou em

volta, era uma casa com três cômodos, uma cozinha simples com forno a lenha

para as refeições, neste mesmo cômodo havia uma mesa grande e em cima dela

estava lotada de livros e mais livros.

 

  Um quarto simples, onde havia somente uma cama

e um banheiro onde havia um chuveiro com água quente. Não havia capricho na

casa, era óbvio que o local não era limpo fazia um bom tempo, a poeira era

presente em cada aposento e teias de aranha enfeitavam o teto bege.

 

  - Não fique em pé, sente-se aqui. – disse o sábio.

 

 A jovem se aproximou

e se sentou na única cadeira que havia na casa, curiosa ela começou a folhear

os livros que haviam em cima da mesa.

 

 - O que é isso? –

perguntou a garota.

 

 - Ah bem, são somente

estudos sobre monstros, queria me tornar um pesquisador e catalogar cada

criatura que há neste mundo.

 

 A garota olhou para o

livro com curiosidade.

 

 - Você tem um nome? –

perguntou o jovem.

 

 Novamente a mesma

resposta veio da garota.

 

 - Bem, você precisa

de um nome para que eu lhe possa chamar... – disse pensativo. – Que tal Momo? Este

nome é de uma escrita de um lugar bem distante, ele significa pêssego.

 

 - Hmm...gostei! –

sorriu a jovem.

 

 O sábio sorriu para

Momo.

 

 - Muito prazer meu

nome é Artie Pavot Somnifirie, mas me chame somente de Artie. – sorriu o jovem.

 

  

Link para o comentário
Share on other sites

Heh, em um mundo onde podemos explodir tudo com as mãos, treinar novatos não é uma tarefa fácil, e quem disse que vou dar aulas quando for catedrática?

E desculpe pela demora deste capitulo, você sabe né? Férias, ficar longe do pc por um tempo é bom, mas a partir de fevereiro vou tentar publicar com mais frequência os capitulos ^^;;;

E obrigada pelo elogio ^^

E manter nosso bate-papo por PM, rola?

No mais gostei sim, especialmente por mostrar que ninguem nasce sabendo atirar com arcos

Link para o comentário
Share on other sites

- O que você quer aqui? – Perguntou a arquimaga.

 

Sophia por um momento permaneceu em silêncio, ela a olhava nos olhos, assim como a aquela moça também fazia, naquela cena nenhum som era executado, somente o requebrar das ondas em direção a praia.

 

A arquimaga estava sentada no chão esfarelado, um olhar desafiador era jogado contra a sábia, a senhora no entanto permanecia em pé a um certa distância, um misto de medo e coragem era expressado no rosto moreno, reunindo toda sua coragem, ela moveu seus lábios para uma pergunta.

 

- Como você fez isto?

 

- Isto o que? – respondeu rudemente.

 

- Como você fez um gelo que não derretesse? Mesmo eu que consigo conjurar magias de gelo, em questão de segundos eles derretem, como você fez isso?

 

- Não tenho a necessidade de lhe responder, não me incomode e vá embora... – disse virando o rosto para outra direção.

 

Sophia se sentiu intimidada, queria muito aprender tal técnica, para ela, conhecimento era mais importante que qualquer coisa, até mesmo seu objeto mais precioso, pressentindo que não conseguiria nada, ela insistiu, Sophia se ajoelhou e abaixou a cabeça até o chão, e proclamou com a voz alta.

 

- POR FAVOR!

 

A jovem de cabelos loiros a olhou surpresa por um momento, pensou por um breve momento e disse com tom calmo.

 

- Levante-se, se quer tanto aprender assim, eu te ensinarei, mas nada pode ser obtido sem uma troca de valor exato...

 

Capítulo 31 – A Chuva em Forma de Lágrima.

 

Momo olhava para o anel que estava em seu dedo indicador, ainda não acreditava na jóia que estava em sua mão, ela tinha certeza de que quando voltasse seu amigo lhe pedira sua mão em casamento.

 

Ela estava feliz, pois sabia que pelo menos uma pessoa a queria muito, mas ao mesmo tempo triste, pois não queria isso, não gostava de BT o suficiente para aceitar o matrimônio, para a jovem, ele era como um irmão, e gostava dele do jeito que estava, como uma família que nunca conheceu, e todos os dias agradecia por este presente que os deuses haviam lhe dado.

 

Vários dias já haviam se passado desde o começo da peregrinação, no começo, o grupo havia ido até a Abadia da Santa Capitolina, que ficava na direção nordeste de Prontera, não muito longe, por isso este lugar havia sido escolhido como primeiro.

 

O segundo lugar que passariam seria Morroc, a cidade do deserto, dizem as lendas que o demônio Morroc estava ali, enterrado para sempre, ou pelo menos até o próximo Ragnarok, o deserto daquela região na verdade existe por influência dos poderes da criatura, diziam os velhos sábios que antes, a região era igual a Payon, uma floresta tropical repleta de vegetação.

 

E por último, eles estariam passando por Geffen, a terra da neblina, lar da guilda dos magos conhecida também como a terra da magia, outra cidade de passado interessante, antes de Geffen, havia a cidade chamada Geffenia, lar dos elfos, antigos seres que possuíam conhecimentos e que se negaram a ensinar aos humanos, com isto, uma guerra foi iniciada, e hoje, Geffenia é somente um mausoléu daquela raça.

 

Momo ainda se lembrava do seu tempo em Geffen, de Artie, de quando havia encontrado com ele e ganhado seu nome, como era bom os tempos que ficava lá, quando tentava cozinhar mas nem sempre saia como queria, dos livros empoeirados mas bem interessantes, da neblina fria que formava pequenas cristalizações no teto das casas, o ar fresco que invadia todas as manhãs, era um ótimo momento, até descobrir que seu mentor era na verdade um ladrão barato, que na verdade não tinha seu valor.

 

A jovem ficava triste quando pensava em Artie deste jeito, o sábio era uma pessoa simpática e cuidadosa, mas ele havia roubado, e de acordo com as leis sagradas, roubar era crime, por isso Momo não poderia perdoá-lo pelo seu feito, pois crime se pagava com castigo, assim havendo a justiça.

 

Retirando aquelas lembranças da cabeça, Momo agora olhava para sua paixão secreta, Sepher, o sacerdote agora era o mentor de todos naquela peregrinação, se algo acontecesse a ele, todos os noviços teriam que voltar para casa, talvez até sem a promoção de classe.

 

Mas a noviça não se importava, sabia que ele era forte o suficiente para agüentar qualquer tipo de coisa, e claro, ela estaria ali, para dar todo o apoio que tivesse que dar, ela sabia que tudo daria certo, pois rezava para os deuses todos os dias para isso.

 

O grupo naquele momento estava no deserto de Sograth, um clima árido e seco, para os que não estão acostumados era um verdadeiro inferno, de dia um calor escaldante, a noite um frio congelante, qualquer um sem o mínimo de conhecimento sobre o deserto, não sobreveviria por muito tempo, mas para a sorte dos noviços, um oásis havia sido encontrado.

 

Antes que a noite caísse, eles haviam montado um acampamento nas proximidades do oásis, não queriam ficar muito perto dele, pois água era algo tão precioso quanto um baú repleto de tesouros e com toda a certeza animais e criaturas indesejáveis estariam se aproximando para beber um pouco, o que não seria muito seguro para os noviços, que pouco sabiam sobre combate.

 

O acampamento era algo bem improvisado, barracas montadas de jeito desajeitado, mas que pelo menos agüentariam uma noite, naquela região em que estavam ainda dava-se para fincar os pregos no chão, pois estavam na entrada do deserto, por isso o solo ainda não era muito arenoso, o acampamento rodeava uma fogueira, montada em um ninho de pedras, para que o fogo não se alastrasse, jovens e mais jovens estavam sentados admirando as chamas ondulantes.

 

Após tudo terminado, antes que todos pudessem se servir do jantar, Sepher propôs rezarem aos deuses, pois aquele alimento e a segurança da viagem era porque os deuses lhes ajudaram e lhes queriam o bem.

 

Todos ficaram em silêncio, alguns seguravam crucifixos feitos de madeira ou prata, outros fechavam as mãos na posição típica, os noviços e noviças fecharam os olhos e acompanharam as palavras do sacerdote, após a breve reza, o grupo se fartou do alimento que possuíam.

 

A noite foi prazerosa, apesar do frio, a fogueira tratava de aquecê-los, conversas sobre vários assuntos eram jogados ao ar, algumas noviças cochichavam entre si sobre os garotos que se faziam presentes, já Momo no entanto ficava no seu canto, sem incomodar ninguém.

 

Na verdade, era ela que não queria ser incomodada, uma hora ou outra ela espiava o sacerdote, quando ele ameaçava olhar na sua direção, ela mudava o alvo rapidamente, não queria ser notada, não daquele jeito. Sem mais e sem menos, Sepher se levantou do lugar onde estava e caminhou para fora do acampamento, assim que ela o viu se mover, Momo esperou ele se distanciar um pouco e o seguiu.

 

Era lua cheia, a terra de tons beges era banhada pela luz fraca da musa, fazendo com que o solo possuísse tons azulados, o céu escurecido era iluminado por pequenos pontos luminosos que enfatizavam a beleza daquela dama.

 

Sepher caminhava sem pressa até o oásis, em seu ombro uma bolsa de aparência gasta o acompanhava, dentro dela um som baixo era produzido, algo semelhante a vidro, aparentemente o jovem não havia percebido Momo, que o seguida cuidadosamente em silêncio.

 

Assim que o sacerdote chegou no lago ele retirou a bolsa do ombro e a abriu, dentro várias garrafas vazias que brilhavam com a luz fraca, em seguida ele retirou seus sapatos e seu sobretudo, deixando a pele pálida amostra.

 

Momo que observava tudo de longe corou, mas continuou em sua posição quieta, de repente uma voz quebrou sua concentração.

 

- Sei que está aí, não precisa ficar se escondendo, eu não mordo sabia? – sorriu Sepher enquanto olhava na direção da noviça.

 

A jovem de cabelos prateados ficou sem graça, por alguns instantes pensava que ele não a havia percebido, que estava somente indo para o oásis para fazer as águas bentas.

 

- M.. me desculpe... eu não queria... eu não queria... – disse Momo intimidade quase chorando.

 

O sacerdote por um momento ficou sem reação quando a noviça ameaçou chorar.

 

- Calma, calma, eu não estou bravo, só vim aqui pegar água, sei que será útil para nós mais tarde. – Sorriu Sepher. – Venha aqui, não fique muito longe pois a noite é perigosa.

 

A noviça se aproximou timidamente, pela primeira vez estava ao lado de quem gostava, e com o consentimento dele, seu coração parecia que ia pular para fora com tanto nervosismo.

 

Momo se ajeitou e se sentou ao lado do jovem, Sepher ainda levantado, se abaixou e pegou uma garrafa em sua bolsa, calmamente ele caminhou para dentro do lago, com a água até os joelhos, ele mergulhou o recipiente enchendo-o do liquido cristalino, em seguida ele levantou até a altura da cabeça e disse uma reza:

“Oh deuses, permita que esta água seja encantada com a graça divina para que possa expulsar demônios e retirar doenças, isto qualquer que seja, nas casa ou possessões dos fiéis seja espalhado por esta água, que seja liberto de qualquer impureza, e entregue de volta para o que é funesto. Deixe tudo que ameaçe a paz ou segurança dos habitantes daqui, sejam banidos pelo espalhar desta água, então a saúde que eles procuram por chamar teu nome sagrado sejam protegidos de agressões.”

 

Assim que o sacerdote terminou, um brilho surgiu do meio do líquido e desapareceu rapidamente, aquele era o ritual para fazer água benta, um objeto muito útil na luta contra demônios e pestes, logo que terminou o jovem saiu do lago, tentou secar um pouco as calças e sentou ao lado da noviça.

 

Assim que ela viu o sacerdote sentar ao seu lado, seu coração balançou novamente, estava nervosa e com a respiração dificultada, era como se estivesse sendo sufocada por uma mão, timidamente ela moveu seus olhos para o lado, viu o ventre despido do sacerdote e engoliu em seco.

 

O jovem de cabelos negros apreciava o céu estrelado, nada lhe parecia incomodar, na verdade estava bem tranqüilo, sem nenhum aviso ele mirou os olhos em Momo e perguntou:

 

- Algo errado? Parece que está com falta de ar...

 

A noviça arregalou os olhos e tentou disfarçar o nervosismo.

 

- N.. não, nada de errado, não se preocupe!! – respondendo enquanto balançava a cabeça negativa.

 

Novamente o silêncio perpetuava na cena, ambos sentados no mesmo lugar e apreciando a noite levemente clara quando Momo interveio com uma fala.

 

- Senhor Sepher...

 

- Me chame só de Sepher, não sou tão velho assim. – sorriu descontraído.

 

- S.. sim, Sepher, eu queria lhe dizer uma coisa...

 

O sacerdote a olhou com atenção.

 

- Eu... eu... queria dizer que o conheço a muito tempo... Eu o já tinha visto em Juno, não sei se você sabe disto... e desde daquele momento, tenho guardado um sentimento...

 

Sepher interropeu o monólogo da noviça.

 

- Por favor não diga mais nada, acho que sei o que quer falar, mas... infelizmente não posso lhe fazer nada, eu já tenho uma pessoa esperando por mim, e eu só pertenço a ela.

 

Assim que terminou, o jovem se levantou e recolheu seu sobretudo e seus sapatos, vestiu ambos e pegou a bolsa, Momo no entanto estava abalada, uma tristeza lhe invadia aos poucos, um misto de raiva e ansiedade lhe invadiam o corpo, tentava de todas as formas engolir aquele choro, mas não adiantava.

 

De repente Sepher ficou parado, olhava para os lados como se procura-se por algo, lentamente moveu sua mão para dentro do sobretudo e pegou algo, o sacerdote estava a empreita de algo, assim como um lobo a caça de um coelho.

 

O jovem se abaixou e se aproximou da noviça, pediu silêncio com o dedo, Momo somente afirmou com a cabeça enquanto enxugava com vergonha as lágrimas, Sepher olhou para os lados e o som de um trovão foi escutado.

 

No chão estava estendido um corpo putrefado que exalava um cheiro forte, ele vestia roupas rubras gastas pelo tempo, cabelos ralos e negros, nas costas carregava uma cruz negra e nas mãos um livro rasgado e velho, era um druida maligno.

 

Nas mãos de Sepher uma arma de aparência pouco peculiar, era difícil de se descrever tal aparato ainda mais com a pouca luz, era uma espécie de cano, na sua ponta o orifício ainda saia a fumaça da explosão que aquilo havia feito, embaixo do cano um gatilho, de onde se ativava a arma, ele possuía uma cor enegrecida, mas que era charmosa.

 

- Mas que raios? Druidas Malignos em Sograth? Acho que o deserto está muito perigoso para os noviços. – disse preocupado.

 

E com esta distração, uma sombra o agarrou por trás e o puxou para sua direção.

 

 

------------

 

 

O dia havia começado frio, as nuvens cinzas dançavam no céu ameaçando uma chuva, a igreja de Prontera tocava seus sinos de forma fúnebre, dentro da construção, várias pessoas se encontravam com o mesmo tom escuro em suas roupas, em seus rostos a expressão de dor e tristeza era presente.

 

O tapete vermelho que cruzava o salão constastrava com a cor preta, no altar um caixão de madeira de boa qualidade, estava lacrada para esconder o corpo, atrás do altar, um padre rezava para aquela alma, sons de choros tímidos e soluços inconsoláveis invadiam as paredes da igreja.

 

Logo a chuva dava seu toque na melodia fúnebre, a voz do padre era escutada por todo o edifico, Momo não estava entre eles, não estava sentada entre as senhoras rezando ou ouvindo as palavras sagradas, ela vagava no corredor, se apoiando com a mão na parede, na outra, ela carregava uma roupa de cor ametista.

 

Passo a passo ela caminhava para fora, gota a gota caia em sua cabeça, mas para ela agora não importava se estava molhada ou se estava seca, estava perdida em suas próprias decisões, com passos tímidos a recém formada sacerdotisa caminhava na chuva adentro, até que ela parou.

 

Sem força nas pernas ela se ajoelhou, olhou para o céu e sussurrou.

 

- Sepher...

 

-----

 

Um obrigado especial ao Chris que me ajudou com a reza de purificação, valeu xD

Link para o comentário
Share on other sites

@Khelek

Sobre meu papi ter ficado nervoso, é só ler o capitulo =3.

E sobre os poemas, pode-se dizer que toda a história já foi contada nas primeiras linhas do meu fanfic, algumas contam a história da personagem, e algumas descrevem o personagem e quem sabe é para um fim oculto?

e já vou te mandar uma pm, vou colocar tudinho lá.

E aqui vai mais um capitulo, boa leitura.

Capitulo 7 – Homesick

 

 “Em baixo da grande árvore de nozes

 Eu e você

Vamos brincar somente eu e você.

Em baixo da grande árvore de nozes”.....

 

 Sophia ainda estava sentada no mesmo local em que foi deixada, os braços apesar de terem sido resfriados, ainda ardia intensamente, era incômodo, mas dava para agüentar.

  A jovem olhava de lado para os cogumelos em cima do pano azul gélido, ela se recusava a comê-los, não por repulsa, mas pelo fato de não ter os ter merecido, ela os havia ganhado de um erro, não de uma vitória.

 Mas sua barriga roncava, não chegava a ser uma fome agonizante, mas era incômodo. Na sua cabeça a imagem de Anna ainda persistia, da pequena garota também. Ela se perguntava que classe seria ela, que tipo de pessoa vestiria tais roupas? E a garota, seria ela sua filha? O mais provável era que sim, mas o que estaria elas fazendo no meio da floresta?

 Sophia novamente olhou para os cogumelos e os xingou com uma palavra boba, pegou um e comeu se cozinhá-lo, já tinha visto fogo o bastante para um dia e assim seguiu para o outro cogumelo e assim progressivamente.

 Assim que terminou, Sophia pegou delicadamente o lenço que apoiava os cogumelos, dobrou cuidadosamente e o guardou em sua bolsa que ficava nas costas, por fim ela rasgou um pedaço de seu vestido e cobriu as queimaduras. Sophia se levantou e bateu um pouco a roupa para tirar o pó e novamente se pôs a andar.

  Ao amanhecer, a jovem aprendiz chegou em Payon, tudo era como há um ano atrás, uma cidade rural no meio da floresta, pessoas sentadas em cima do veludo verde que se perdia entre as árvores e bambuzais.

 Rapidamente Sophia passou pelo portão de Payon e se escondeu em uma árvore qualquer, não queria se vista, ela era conhecida e se qualquer um a avista-se, com certeza sua família seria alertada.

 Com muito cuidado Sophia andou por entre as árvores e tendas, rapidamente já estava perto da Guilda dos arqueiros, que se localizava perto de uma estátua de uma divindade local.

 Facilmente encontrou o ajudante da academia, sem trocar muitas palavras, Sophia já estava com a solução em mãos, tão rápido quanto entrou, Sophia já estava de saída, quando avistou alguém familiar.

 Em uma pequena tenda, tão opaca na vista dela, a única coisa que se podia ver era aquela criança, ela tinha os cabelos cuidadosamente cortados em um chanel, tão negros como a própria noite, um vestido simples com a costura do local, mas que nela se fazia gracioso, em sua mão uma cesta com várias compras, seus olhos e sua mente só se dirigiam ao monte de rubras frutas, era sua irmã Himiko.

 O rosto de Sophia ficou ruborizado, ela parou por uns instante para observá-la de longe, neste um ano que havia passado fora, Himiko não havia mudado muito, mas era visível que ela havia crescido um pouco, de repente a criança vira seu rosto que se encontra com o de sua irmã mais velha.

  Himiko fica assustada, será que o que estava vendo era uma ilusão, um desvaneio de sua mente? Sem pensar muito a jovenzinha chamou por sua irmã.

 Vendo que foi identificada, Sophia corre o mais rápido possível para fora dor portões da cidade, mas Himiko não ficou para trás, ela a perseguiu até fora de Payon.

 Himiko chamava alucinadamente por sua irmã, enquanto pedia para parar de correr, então Sophia desacelerou seus passos e parou, assim fez sua irmã.

-         Soph! – dizia sua irmã surpresa. – É você mesmo não é? – ofegante.

 Sophia por um momento fechou os olhos, não sabia se o que fez era certo, se era melhor ter continuado a correr, ou se nem mesmo tivesse parado para observar sua irmã, o silêncio perpetuou na cena, logo os pensamentos de Sophia foram cortados pela voz de sua irmã.

-         Nosso pai estava preocupado com você....sabe, depois que você foi embora, ele ficou triste, parecia que ele não queria ter feito aquilo, mas.....

 Sophia somente escutava as palavras de sua irmã.

-         Nossa mãe, depois daquilo, me disse uma história. Antes de você, nós tínhamos uma irmã, ela quis se tornar uma sábia como você....

Sophia por um momento se virou, seus olhos violetas expressavam total surpresa, não fazia idéia que tinha uma irmã mais velha, muito menos uma que queria ser uma sábia. Himiko continuou.

-         Então um dia ela saiu para o mundo, mas nunca mais deu noticias, dizem que ela morreu ou que simplesmente nos ignorou, nossos pais tentaram procurar noticias do seu paradeiro, mas nunca a encontram.....

 Naquele momento o coração de Sophia se apertou, agora ela sabia que seu pai fez aquilo para seu bem, que estava preocupado, não era por maldade, mas sim por amor, e o que ela fez foi algo impensado.

 Seus olhos se encheram de lágrimas, mas os segurou a qualquer custo, ela olhava para Himiko e viu que seus olhos derrubavam lágrimas, não de tristeza, mas sim de felicidade.

 Rapidamente ela abraçou Sophia, assim como se fossem uma mãe e filha, Himiko dizia alucinadamente de como sentiu sua falta e como estava triste.

 Sophia olhou para o céu, que agora se via cheio de folhas tremulantes, e timidamente de seus lábios saiu um som, que depois virou uma melodia. A jovem aprendiz estava cantando, mas não era uma música qualquer, aquela era uma cantiga comum em Payon, era uma cantiga que ambas cantavam juntas.

 

Em baixo da grande árvore de nozes

 Eu e você

Vamos brincar somente eu e você.

Em baixo da grande árvore de nozes”.....

 

Assim a voz de Himiko acompanhou as partituras, e assim a floresta foi cobrida  pela voz do dueto que todas as árvores pararam para escutar.

 

 

 

Link para o comentário
Share on other sites

Capitulo19 – Trevos, Dálias e Rosas.

 

“Os Trevos são

aquelas que possuem sorte por estarem aqui, as Dálias são aquelas que

desabrocharam suas habilidades e as Rosas são as que possuem graça,

beleza e sensualidade.”

 

-Sejam bem vindas Trevos! Vocês sabem

por que se chamam Trevos? - perguntou a senhorita – pois vocês possuem

muita sorte por estarem aqui!Vocês minhas queridas, um dia

desabrocharão em Dálias e mais tarde amadurecerão em Rosas Brancas. Por

isso desejo muita boa sorte e um ótimo ano letivo.

Assim que

senhorita em cima do palco terminou seu breve discurso ela se retirou,

na pláteia várias meninas jovens começaram a comentar sobre a senhorita

que estava lá e sobre suas vidas até dado momento.

Karini estava

entre elas, depois de conversar com seus pais, estes se convenceram que

aquilo seria melhor para ela, mas ambos deixaram bem claro que ela não

deveria fazer nada de “errado”, mas a verdade é que o casal sabia muito

bem que Karini não faria isto, sem falar que seria um bom número para o

Peixe Dourado.

Todas as aprendizes que estavam lá ainda não

apresentavam traços de maturidade, eram garotas jovens que possuiam um

rosto sem marcas e um corpo ainda inocente. As roupas que vestiam ainda

eram diferentes, pois aquele ainda era o começo de algo maior, mais

tarde elas receberiam o uniforme oficial.

Logo em seguida uma a uma

era chamada ao palco para receber as vestimentas, as roupas eram azuis,

uma cor um pouco mais chamativa dentre as classes iniciantes, botas de

cano alto, um aljave que era segurado por uma proteção que se prendia

no seio e um par de luvas para não machucarem as mãos.

A vestimenta

azul era uma espécie de vestido curto, mas a saia era dividida em

várias faixas que tinham as pontas presas por argolas de ferro, a

composição ainda contava com uma calça preta curta, para esconder as

partes íntimas.

Karini recebeu com muito orgulho as roupas, agora

era um passo mais próximo para o caminho que havia escolhido, apesar de

não ter sido realmente aquele que queria, para ela o que mais se

aproximava era o bastante.

A jovem agora era uma arqueira, o arco

frágil que carregava lhe indicava isso, o mais estranho é o que

arqueiras tinham em comum com odaliscas? Talvez fosse pelo fato de

ambas manusearem linhas, não se sabe.

Com o arco em punhos, a jovem

se dirigiu para a primeira aula, não era em um salão fechado, o que era

óbvio, esta aula seria em campo aberto. Em meio ao manto extenso de

verde, vários alvos estavam montados, assim como a instrutora fazia sua

presença lá.

As garotas ficavam cochichando entre elas, todas viam

que a professora delas era na verdade uma caçadora, uma profissão muito

diferente da que elas pretendiam seguir.

Karini no entanto não se

incomodava, para ela tanto fazia se era diferente ou não, o que

importava era o resultado final do processo.

A caçadora tinha

cabelos curtos e intensamente negros, ela usava uma camisa branca curta

o bastante para deixar o ventre exposto, este possuía mangas de cor

marrom com detalhes dourados, uma saia pequena de cor marrom, uma calça

preta de tamanho igual a saia que mostravam as pernas bem trabalhadas e

um par de botas com cano curto.

Apesar de ser uma caçadora ela

tinha sua graça, alguns ornamentos faziam presente em seu corpo, mas de

nada se parecia com uma odalisca.

-Bem, vejo que temos alunas novas,

sejam bem vindas garotas. - sorriu alegremente. - Sou Ellenore Selene,

sou eu que vou lhes ensinar a arte da caçada. - Ellenore por um momento

observou o rosto de desgosto das presentes. - Hm, vejo que vocês se

surpreenderam comigo não? Hahahah, todo ano é sempre assim! Mas

deixe-me dizer uma coisa, antes de qualquer mulher se tornar odalisca

ou caçadora ambos somos arqueiras, por isso não reclamem!!

As jovens se entreolharam em silêncio.

-Bem, vamos começar...ei você aí! - Apontou Ellenore – venha aqui.

Timidamente uma jovem de cabelos ondulados e loiros se retirou da multidão.

-Quero que atire naquele alvo. - Apontou novamente a caçadora.

A jovem pouco tinha experiência no manuseio do arco, seu primeiro tiro foi falho e somente arrancaram risos das espectadoras.

-Se

riem tanto por que não fazem melhor? - disse Ellenore um pouco nervosa.

- Aqui está a primeira tarefa, acertem aquele alvo em menos de uma

semana, sem mais e sem menos, quero disciplina aqui e não traseiros

moles entenderam?

- Nós somos aprendizes de odalisca, não de bárbaras como você! - Retrucou uma voz no meio das meninas.

-O que você disse? - olhou a caçadora.

 

E do mormaço uma jovem de cabelos curtos que mantinha uma mecha roxa

caída sobre rosto se apresentou, olhos desafiadores chamavam a

professora para uma briga. Ellenore somente virou seu rosto e disse em

voz alta.

-OK, cinco dias.

Logo que Ellenore trovejou tais palavras, as arqueiras começaram a reclamar entre si e com a própria instrutora.

-Não estão satisfeitas? Tudo bem, quatro dias, se querem reclamar façam com esta piralha inconseqüente, não comigo.

 

Karini não estava nem preocupada com a tarefa, ela estava mais

preocupada com a jovem que fora caçoada pelas colegas, ninguém alí

tinha o direito de rir dos outros, principalmente pelo fato de ninguém

saber atirar com um arco.

Timidamente a garota de cabelos rubros se

aproximou da jovem, seus olhos azuis que transmitiam uma paz celestial

expressavam certa tristeza, seus braços finos seguravam com certo

receio o arco e as flechas

-Ainda com medo? - perguntou Karini.

-Ah...sim...- respondeu a jovem.

Karini por um momento a olhou.

-Bem, não quer treinar comigo? Acho que acompanhada é melhor que sozinha não?

A jovem de cabelos dourados moveu a boca no que seria um sorriso, assim ambas começaram a tentar atirar no alvo em sua frente.

-Bem qual é o seu nome?

-Erika, e o seu?

-Me chamo Karini. - disse enquanto acertava a instrutora de longe.

Link para o comentário
Share on other sites

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder este tópico...

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.


×
×
  • Criar Novo...