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RagnaTale: Leo


Ju Lee

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Coloquei o Dozer porque ele tem a lista exata dos membros da Organização de Incentivo aos Escritores e Desenhistas, também conhecida por Ordem dos Torturadores Sádicos.

 

Vejamos: Eu, Pdrk, Maizena, Gogeta.......... Vítimas: Lucky, Leafar (apenas quando atrasa ao extremo)........... É, lembro de uns sim.

Uh! Uh!  Eu quero entrar nessa também. Eu também sei ser maligno. (Qual o cúmulo da dor?) [/mal] E peraí, o capítulo de GdT só não saiu por causa do Huxley? OMFG!! Já sei qual será minha primeira vítima como (tomara) novo membro da Organização de Incentivo aos Escritores e Desenhistas. Hehehehe.... [/mal]
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Achei um vídeo do Leo upando em Bio4 ^^

Aqui ó

 

(caraca, eu sou fã desse cara - eram ESSES os vídeos que eu queria ser capaz de fazer) 

Caraca os vídeos deles são muito bons,agora clica aqui pra ve o leo e sua chuva de meteoros amplificada e

aqui um vídeo humilhante do castor quando ele tento fase um mob de poring(so to zuando ta Castor nun lev apro pessoal non xD)

aqui um video amador do treinamento do Leafar

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Achei um vídeo do Leo upando em Bio4 ^^

Aqui ó

 

(caraca, eu sou fã desse cara - eram ESSES os vídeos que eu queria ser capaz de fazer) 

Caraca os vídeos deles são muito bons,agora clica aqui pra ve o leo e sua chuva de meteoros amplificada e

aqui um vídeo humilhante do castor quando ele tento fase um mob de poring(so to zuando ta Castor nun lev apro pessoal non xD)

e aqui um video amador do treinamento do Leafar

 Eu vou tentar fazer o da neva!Não vou prometer prazo, mas eu vou fazer ^^ 
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RagnaTale: Leoragnatale_leo_capa4.jpg Texto: Rafael de Agostini Ferreira

Arte: Daniel "NIORI"  Uires*** Pouco mais de uma década depois

Laboratórios da Corporação Rekenber

Sala de testes número 3

 

Essny

sentia muita dor. Suas costas estavam doloridas com o impacto na

parede. Ouviu a voz do Arquimago sair de uma caixa em um dos cantos

daquela grande sala.

 

- Acabe logo com isso, Christian.

 

O

elfo encarou o oponente. Na sua frente, um jovem louro, com aparentes

vinte e poucos anos. Estava usando roupas de Aprendiz. Seus olhos

estavam com olheiras. Os braços tinham as veias saltadas. Mas isso não

intimidou o Mestre-Ferreiro. Ele se ergueu e apertou forte o Mangual

Pesado. O Aprendiz avançou, com uma faca em cada mão. Essny então

defendeu o ataque com seu Broquel. Contra-atacou, fazendo o garoto ser

arremessado para trás. A mão esquerda então buscou o Carrinho atrás

dele. Arremessou-o em grande velocidade e pulou em cima dele. Com a

velocidade do Impulso no Carrinho, saltou. Cravou os pés no chão, na

frente do Carrinho, e ergueu-o com o Mangual. A arma pareceu

misticamente maior. Bateu então, com uma violência superior à da

técnica da Mammonita. Alguns zeny foram esmagados, transformando o

Aprendiz em mero patê de carne, ossos e sangue.

 

Caiu

sentado então. Suava em bicas, olhando para o resultado de sua vitória.

Uma porta se abriu, deslizando para o lado, e Leonard surgiu dela.

Andou até o lado do elfo e ofereceu-lhe uma jarra com água. O

Mestre-Ferreiro despejou um pouco na nuca, dando grandes goladas a

seguir.

 

- Qual a escala de dificuldade desse? - perguntou o louro, curioso.

 

- De um a dez? Doze, Leo.

 

- Creio que então estamos prontos.

 

Essny

sentiu-se arrepiado. Depois de tomar um rápido banho, acompanhou o

Arquimago para fora do grande prédio. Em silêncio, jantaram no

restaurante mais caro da cidade e embarcaram no Aeroplano que iria para

Juno. E em sua popa, olhando para trás, para o reino que era deixado, o

elfo finalmente quebrou o silêncio.

 

- Pode repassar o plano?

 

Leo olhou para Essny nos olhos. Engoliu seco, mas respondeu com firmeza.

 

-

Os três saem para treinar amanhã, como Aprendizes. Quando receberem a

décima bênção, Leafar voltará para casa. Você vai conduzir o P-3 para o

lugar certo. E eu... eu farei o que é preciso.

 

Ficou quieto. Os dois apoiaram-se na murada, olhando as planícies. Não havia mais como voltar atrás agora.

 

***

 

Arredores de Prontera

 

As

facas atingiam pesadamente os Rockers. Com fúria, o trio de aprendizes

acertava aqueles gafanhotos gigantes. Sem chances de reação, os

monstros foram tombando derrotados. E quando o último deles caiu, três

anjos vieram do céu. Passaram sorrindo pelos aprendizes e deram sua

bênção.

 

- É a décima! – comemorou Leafar, tirando a Casca de Ovo gigante da cabeça – Conseguimos!

 

- Chega disso. Até nunca mais!

 

Kapeta

jogou a faca no chão. Míriël riu, enquanto um poring avançava, lambendo

os beiços, louco para pegar aquele objeto desprezado pelo aprendiz de

cabelo verde.

 

- Você podia vender ela ao

invés de jogar fora! – a morena se levantou e deu duas facadas no

Poring comilão. Ele explodiu em pedacinhos gelatinosos, deixando a faca

previamente engolida cair.

 

- Não quero mais nada que me lembre dessa necessidade descabida de dar ataques físicos. Não nasci pra isso.

 

-

Hmmm, que orgulhoso! Já adquiriu mesmo o espírito do que é ser um

Bruxo! – Míriël riu e notou que Leafar tinha se afastado. Parecia olhar

longe, para algum lugar ao oeste de Prontera.

 

A

aprendiz se aproximou dele. Notou que ele olhava fixamente para lá,

além de alguns morros, sem se importar com eventuais fios dourados que

caíam na frente dos seus olhos.

 

- Tudo bem aí, Leafar? – disse ela, olhando-o a expressão perdida dele.

 

-

E se... – a voz dele saiu devagar, olhando o nada ainda - ... e se você

tivesse um sonho, desses que você acorda e percebe que não foi apenas

sonho?

 

- Eu – disse Kapeta, entregando um Vale Teleporte para cada um dos dois – pararia de beber na hora, Rupert.

 

- Tô falando sério...

 

Míriël

segurou um riso. Kapeta continuou andando na direção da enorme

Prontera. Deu um tchau com a mão acima da cabeça, displicente.

 

- Se vão ficar jogando conversa fora, divirtam-se. Preciso de um banho.

 

- Até amanhã! – a garota acenou, mas Kapeta, de costas, não viu.

 

Leafar

permaneceu olhando para o mesmo lugar, distraído. Míriël ia dizer algo,

mas notou um Rosário pendurado no pescoço de Leafar, por dentro da

camiseta de algodão. Apertou os olhos, tentando ver do que se tratava.

Antes que retomasse a palavra, o louro voltou a falar.

 

-

Eu vejo aquele gramado e aquela floresta todas as noites. Vejo uma

grande guerra acontecendo e muita gente morrendo. Eles usam um brasão

que não existe mais.

 

- Como é esse

brasão? – Míriël começou a olhar para o mesmo lugar, prestando atenção

nas palavras dele, esperando conseguir formar as mesmas imagens.

 

-

É uma letra O vermelha e um D dourado. Estão entrelaçadas. Vejo ela em

capas, armaduras, luvas, cintos... mas sempre sujas em sangue. E o que

mais me assusta é ver ela no templário.

 

- Que templário?

 

- Tem um templário que sempre morre no final do meu sonho. Ele se chama Julian. Julian Belmont.

 

- É seu parente?

 

- Não sei. Mas me perturba essa cena. Sinto que é uma missão inacabada. E alguém precisa continuar ela.

 

O

barulho de um Rocker passando chamou a atenção da dupla. Os dois se

viraram, mas ignoraram o bichinho; ele não atacava se não fosse

provocado, como a maioria dos monstros ali. Míriël se virou para

Leafar, preocupada.

 

- Essa história de continuar... você não tá com isso na cabeça, né?

 

-

Eu não sei. Se não fosse pelo meu pai, eu não gostaria de me tornar um

Bruxo. Talvez eu fosse um Sacerdote, desses exorcistas. O maior legado

de minha família é matar o Drácula, você sabe.

 

- Mas como Bruxo você poderá fazer muito mais que apenas matar aquele vampiro idiota!

 

-

Não sei, Míriël. Foi um Cavaleiro e um Templário que eu vi lutando até

o fim em meu sonho. E é por meio da espada deles que aquela guilda que

vi renascerá. – ele olhou sério para a amiga – E todos sabem que Bruxos

não usam espadas.

 

Um trovão gritou no céu. Os dois olharam juntos, quando gotas começaram a cair. Leafar sorriu e olhou para Míriël.

 

- Dá tempo de você ir para Prontera e pegar o teleporte!

 

- É ruim que vou deixar essa chuva passar, hein? – disse ela, devolvendo o sorriso.

 

Não disseram mais nada. Embainharam as facas e foram a pé para a cidade da magia.

 

***

 

Leonard

estava em silêncio, segurando um copo de chá quente. A chuva castigava

sua casa, na região noroeste de Geffen. Olhava para as chamas da

lareira, enquanto Leafar voltava da cozinha. Margareth limpava a mesa

onde tinham acabado de jantar.

 

O rapaz

notou, na poltrona, um conjunto de roupas de Mago. Sorriu, notando o

cajado, a vembrassa e um par de sapatos arrrumados. Em cima do robe,

duas presilhas emanavam magia.

 

- Então -

disse ele - essa aqui é uma Presilha da Cura. Como é que funciona mesmo

o esquema para treinar, pai? Barreira de Fogo, Lanças de Fogo, correr,

Barreira de Fogo... é isso, né?

 

O

Arquimago fez que sim com a cabeça, sem olhar para trás. Leafar pegou o

cajado e, inconscientemente, começou a brandí-lo como se fosse uma

espada. A sombra dele, projetada pelas chamas da lareira na parede,

fizeram Maragareth parar de arrumar a mesa. Foi até o filho e, com

carinho, fê-lo segurar corretamente a arma. Deu um beijo em sua testa.

 

- Boa noite, meu filho.

 

- Eu não vou dormir agora, mãe. Estou sem sono.

 

- Mas eu vou. Boa noite...

 

Para

evitar que Leafar a visse chorando, virou-se rapidamente e subiu para

seu quarto. A chuva continuava forte. O louro então soltou o cajado e

sentou-se na poltrona, observando o pai.

 

- Sabe, pai. Continuo tendo aquele sonho. Parece algo que eu TENHO que fazer, entende?

 

- Sim. E tem tido ele desde que encontrou aquele Rosário, não é?

 

-

Não encontrei! Ele que me encontrou! Um dia eu sonhei com ele, e no dia

seguinte, quando acordei, ele estava no meu pescoço! Aliás, onde ele

está?

 

- Conhece a lenda do Anel Nibelungo, filho? - Leonard ignorou a pergunta.

 

- Não.

 

- Deixa para lá.

 

- Pai... por que não me fala sobre essa tal Ordem do Dragão?

 

-

Porque você já sabe o suficiente para que tenha perdido o foco no seu

exame de amanhã. E é preciso atenção, disciplina e dedicação para se

tornar um Mago.

 

Leonard então foi até Leafar. Deu a mão para que ele se levantasse e abraçou-o.

 

- Filho, saiba que eu sempre vou apoiá-lo em suas decisões. Não importam quais sejam.

 

- Obrigado, pai. - Leafar sorriu, devolvendo o abraço.

 

- Não importa o que escolha, vou te defender até o final. Sempre.

 

Ficaram quietos, ouvindo o barulho da chuva na casa. Por fim, o Arquimago soltou o filho.

 

- Pode me ajudar em meu laboratório?

 

Ele

ficou curioso e seguiu o pai para o laboratório de estudos. O Arquimago

fez movimentos de mãos que foram tirando os móveis da frente de uma

parede. Leonard começou então a murmurar alguma coisa. Suas palavras

fizeram a parede reagir, com luzes vindas de um selo entalhado - selo

que tinha as anagramas O e D.

 

- Isso é novo para mim. - o rapaz ficou boquiaberto quando um corredor surgiu por trás da parede que tinha se levantado.

 

Andou

com o pai por um longo corredor escuro, até chegar a uma nova sala, com

um novo laboratório que ele nunca tinha visto antes na vida.

 

-

Eu estou conduzindo aqui o maior experimento da minha vida, Leafar. E

preciso da sua ajuda. Ela é essencial para que dê tudo certo.

 

- O que o senhor quiser, papai.

 

- Tire sua roupa e fique apenas de short. E suba naquela plataforma.

 

Sem

discutir, Leafar despiu-se. Subiu no local indicado. Leonard lutava

como jamais havia antes, para evitar que sequer uma única lágrima

escorresse. Foi até Leafar e começou a colar ventosas nele, ligadas a

fios presos em uma base no teto.

 

- O que o senhor vai fazer?

 

- Isso é para sua proteção, meu filho. Fique calmo.

 

- Eu estou calmo.

 

- Jamais te machucaria, Leafar. - sorriu e colocou uma máscara transparente na boca do filho.

 

O

rapaz sorriu de volta. O pai então afastou-se. Leafar estava um pouco

assustado, mas confiava nele. Leonard pressionou um botão em uma mesa,

e um tubo de vidro começou a subir, tocando a base superior da

plataforma onde Leafar estava.

 

- O que o senhor está fazendo? Pra quê isso?

 

Leonard não respondeu. Leafar ficou em pânico quando um líquido surgiu na base do tubo, subindo rapidamente.

 

- Papai! - grudou as duas mãos no vidro - Estou com medo! Desliga isso!

 

O Arquimago cerrou os olhos. Uma lágrima finalmente venceu a frieza de seu rosto e escorreu.

 

- Isso é estranho! Não estou sentindo meus pés! Papai! Pare!

 

Leafar

começou a bater no vidro, dando murros, tentando quebrar. Conforme

aquele líquido viscoso ia tocando sua pele, porém, ia perdendo a

sensibilidade. O cheiro era inebriante. Foi perdendo o controle do

próprio corpo. Arregalou os olhos quando o líquido preencheu todo o

tubo. Sua boca se encheu daquela coisa, que tomou conta do seu pulmão,

causando-lhe uma sensação terrível. Tentou puxar ar e engasgou com o

líquido invadindo seu corpo. Bateu com toda sua força no vidro, fazendo

um barulho seco. Suas pernas perderam a força. Seus braços penderam

para o lado do corpo. A cabeça caiu. Suas pálpebras cobriram os olhos

verdes e, desprotegido, parou de se debater. Não sentia mais nada.

 

O

Arquimago, sério, olhou para um monitor brilhante. Conferiu informações

ao lado do desenho de um corpo, que tinha também o desenho de um

coração batendo. Sentiu-se aliviado.

 

- Boa noite, filho.

 

***

 

Essny

estava andando na sombria floresta de Geffen, massacrada pela forte

chuva que caía. Sabia que aquilo era cortesia de Hildr, a Valquíria.

Ela estava acobertando o plano de Leonard e Oparg. Odin jamais

desconfiaria daquela farsa.

 

Determinado,

ele carregava algo em seu carrinho. Atravessou lama e pedras. Nada

parava o Mestre-Ferreiro. Foi quando ele alcançou uma clareira. Um

trovão explodiu no céu, assustando alguns Porings e Fabres. Os braços

fortes daquele homem de cabelo verde pegaram o enorme pacote.

Desenrolou-o e um relâmpago fez com que virasse o rosto de desgosto ao

encarar a face daquela pessoa desfalecida.

 

Uma

etiqueta dizendo "Projeto 003" estava presa em seu pescoço. Ele

arrancou-a. Tirou do bolso então um Rosário e prendeu-o no lugar da

etiqueta do jovem louro, vestido como Aprendiz. Pegou então um pano e

embebeu ele em um líquido de um pequeno frasco. Esfregou-o no rosto do

rapaz, segurando-o por fim em seu nariz. Largou-o e prendeu um lenço em

seu próprio rosto, escondendo parte dele.

 

O rapaz começou a acordar, e viu aquele homem musculoso na sua frente, segurando um Mangual Pesado e Broquel.

 

- Qual é seu nome, garoto? - disse Essny, sendo observado pelo louro confuso.

 

- Meu nome é... eu... eu sou... Leafar.

 

- Ótimo.

 

O

Mestre-Ferreiro deu uma pancada com força. Aquele rapaz que se chamava

de Leafar desmaiou, voltando a dormir. O elfo teve o coração acelerado

quando notou o Arquimago ao lado dele.

 

- Você ainda me mata de susto um dia desses, Leonard.

 

- O clone acordou corretamente?

 

- Sim. Seu projeto foi bem sucedido. O Projeto 003, ou "Leafar Belmont", está operante e funcional. Parabéns, meu amigo.

 

Leonard

não respondeu. Saiu andando depressa, acompanhado pelo elfo. Foram até

o norte, passando por um acampamento abandonado. O céu continuava

escuro, com a água castigando o reino. Pararam em frente a uma carroça.

 

- Abra, Essny.

 

O

elfo não discutiu. Espalmou as mãos na frente da carroça e empurrou,

movendo os músculos poderosos, tirando-a de cima de uma grande tampa

muito bem disfarçada. Leonard colocou uma máscara de gás e entregou

outra para o elfo.

 

- Eu posso fazer isso por você, caso precise, Leo.

 

- Eu farei. Abra a tampa.

 

Essny

encaixou uma argola de aço em um orifício e puxou a enorme tampa

metálica. O cheiro de podridão e morte subiu. Não fossem as máscaras,

provavelmente teriam vomitado. Os olhos de Leonard encheram-se de ódio.

O imenso buraco tinha algumas dezenas de cadáveres. Cabelos louros

sobravam em alguns que ainda tinham o crânio inteiro, entre "Leafares"

mutilados e desfigurados.

 

- Eu odeio clones, mais que tudo na minha vida. Até mesmo mais que hippies.

 

O

Arquimago puxou então um galão do carrinho de Essny e começou a molhar

aqueles cadávares. Afastou-se e, em silêncio, mirou um deles com sua

magia. Lanças de Fogo surgiram do céu e tocaram o corpo, ateando-lhe

fogo, que espalhou-se rapidamente nos demais corpos.

 

Os

dois ficaram quietos, observando a fumaça. Ficaram ali até as chamas

cessarem. A chuva não era forte o suficiente para ter impedido que o

fogo consumisse os corpos.

 

- E agora, Leo?

 

- Agora, "Christian Vallmore" - disse com certa ironia -, começa a fase um do projeto "Anjo da Guarda".

 

Longe

dali, o clone se levantava. O que tinha acontecido? "Fui assaltado" era

o que se passava por sua cabeça. Acalmou-se ao levar a mão até o

pescoço e encontrar o Rosário. Estava mais calmo, e estranhou que a

chuva, tão pesada, repentinamente cessou de uma vez.***Ir para o capítulo V

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Um

jovem com longos cabelos louros, dotado de músculos poderosos, até

então calado no canto da sala, ergueu-se. Apontou o dedo com fúria para

Leonard.

 Quando li isso, eu pensei; "Só pode ser o Thor". 
- Pai! Dá a autorização e eu esmago este ser humano prepotente que ousa faltar-lhe com o respeito.
 E quando eu li isso, pensei; "Vixi! Vai se fu**"Quem mando ele se meter com Leonard? Ele é um Deus ora! Devia saber com quem ele estava mexendo! [/s]Mas então, felizmente, vou repetir essa frase pela milhonésima vez; parabéns Leafar! Outro excelente capítulo! [/ok]
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Aê, cara, seu pai tem senso de humor!

Se ele não merecesse tomar porrada depois de tudo o que o Leafar passou, ele já seria meu ídolo!

  Ele já é o meu ídolo!AuAHUAUHA Fala sério prefiro o pai dele com senso de humor do que o Leafar todo certinho UHAUHAuhAUHAUAEle é padre pooo! AuhaUHaHUA  Leonard OWNA *-*Adorei a Fic =PE o personagem então nem se fala uhAUHAUARi demais
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 NightStalker postando de outra conta:

 A história está muito interessante Rafa, só acho que deveria colocar mais suspense em algumas cenas, afinal diferente das outras fics que eram de ação, comédia essa é uma história mais complexa. Pena que é um comentário atrasado, mas se fosse feita com mais suspense acho que ficaria com um gostinho de quero mais maior. No mais a escrita ta perfeita, o roteiro ta lindo, e quero a porra do endereço para comprar o seu livro! Fica me enrolando!

 Te vejo no jogo? Já já eu pego 99 no Stalker quero ver você lá viu.

 Abração!

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 Agora acho que tenho tanto medo da mãe do Leafar quanto do pai, não queria estar na pele do Essny. Mais um capítulo fantástico, a história realmente está mais intensa a cada capítulo, mas uma coisa não posso deixar passar.Quer dizer que assim como o destino dos Belmont é derrotar o Drácula, o da Aislinn era matar entrar no caminho dos filhos do Leonard? Leafar, ainda tem alguém vigiando aquele túmulo? [/hmm]

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RagnaTale: Leoragnatale_leo_capa5.jpg

 Texto: Rafael de Agostini Ferreira

Arte: Daniel "NIORI" Uires

Artista especialmente convidado (capa): Roberto "Huxley Skyjack" Enachev

Vilão especialmente convidado: Cesar Romero como o Jóquer, o Coringa

*** Cidade de Payon

 

O vento

mexia forte nas folhagens. O casal Cerridwen estava aflito. Há algumas

horas, iam fazer um piquenique inocente. Aislinn, sua filha, tinha se

afastado demais. E tinha sido capturada por orcs. Seria parte de um

ritual para a evocação de uma antiga entidade, a Heroína Orc. E sua

vida seria necessária para isso.

 

Eles não

sabiam o que fazer. A esperança lhes era algo inalcançável. Mas mal

sabiam que seu filho adotivo jamais permaneceria parado diante de

alguém em perigo - principalmente alguém amado. Seu nome de verdade

ninguém sabia - chamaram-lhe de "Elessar", por causa de um livro que

leram uma vez.

 

Mas seu sangue era Belmont.

 

***

 

-

Aceite, Raggadhar, essa oferenda! Que o sangue desta jovem humana

virgem desperte a entidade adormecida! Volte para nós, Heroína dos Orcs!

 

A

adaga do feiticeiro Orc não conseguiu alcançar o peito de Aislinn. Os

olhos dele se esbugalharam. Caiu de joelhos no chão. Quando tombou para

o lado, estava cravejado de flechas. O louro, de cabelo liso e médio, o

encarava com um sorriso, com um arco em punho. Uma pequena mecha estava

arrumada em sua testa.

 

- Quem você pensa que é para nos atrapalhar? - urrou o Orc Herói que assistia a cena.

 

- Eu sou Elessar! - o Caçador fez um "V" com os dedos acima da cabeça - E vocês vão soltar a minha irmã agora!

 

-

Socorro! - Aislinn berrou, presa de pé em uma armação em forma de X.

Usava uma roupa de Aprendiz toda suja de terra. Seu corpo fedia a

sangue, usado para marcar seu corpo em várias partes.

 

O

Caçador não perdeu tempo. Correndo, começou a disparar flechas. Era

incrivelmente rápido. Conseguia se esquivar com habilidade dos ataques

dos orcs. Cada disparo era seguido do som de um corpo tombando. Por

fim, mirou no teto da enorme tenda, atingindo uma coluna. Ela caiu em

cima do Orc Herói, bloqueando-o momentaneamente.

 

- Nada tema! - disse ele, convencido, enquanto desamarrava Aislinn - Com Elessar não há problema!

 

- Eu... desculpa! Eu não quis me afastar tanto! Elessar!

 

A

garota o abraçou. Ele passou a mão na cabeça dela, suspirando aliviado.

Olhou por cima do ombro e viu que o MVP ainda lutava para se libertar

da coluna.

 

- Está tudo bem. Fica Tranquila. Nós vamos para casa e vamos esquecer o que aconteceu aqui.

 

Os

olhos dela se encheram de lágrimas, ao mesmo tempo em que ficou

ruborizada. Abaixou o rosto, mas Elessar segurou-a pelo queixo, fazendo

com que olhasse diretamente em seus olhos.

 

- O que foi, Ais?

 

- Achei que nunca mais fosse ver você. Eu realmente acreditei que fosse morrer e que eu nunca diria que... ...

 

- ... que me ama?

 

A boca da loura secou na hora. Perdeu o ar, enquanto via que o irmão adotado a olhava confiante, ainda segurando seu queixo.

 

-

Eu também te amo, Ais. Nunca te vi como irmã. E o que sinto por você

foi mais forte que tudo em mim. Não sei explicar. Você em perigo, as

pessoas sem poder fazer nada... meu sangue ferveu. Algo me impeliu a

vir aqui, como se fizesse parte da minha essência isso de lutar pelos

outros. E é ainda mais especial lutar por você.

 

Ela

sorriu, olhando-o receosa. Ele, mais velho e mais alto, aproximou-se e

deu um breve beijo, de olhos fechados. Ouviram então o urro do Orc

Herói se soltando.

 

- Elessar, eu...

 

-

Vá embora! Eu cuido dele! Volte para Payon! - tão logo disse ele, puxou

uma flecha e colocou-a no arco, retesando a corda - Nos veremos

novamente em breve, Ais!

 

A garota fez que

sim com a cabeça e se afastou. Fingiu que foi embora, mas continou ali,

na Vila Orc, escondida, vendo aquela que seria a derradeira batalha de

seu amado irmão adotivo em Rune-Midgard.

 

Não

muito longe dali, dentro do Calabouço Orc, um grupo estava em batalha.

Estavam acampados no local há mais de um mês. Um Orc tinha roubado uma

pedra Emperium ancestral e deixado-a com um Orc Zumbi dentro da

caverna. Aquela pedra era o artefato que traria de volta a lendária

Ordem do Dragão. E o clone, acreditando ser o Leafar verdadeiro, seguia

a missão que a tal da valquíria Brünhilde tinha lhe passado: ia

recuperar a pedra e reviver a guilda lendária. Espadachim, estava

acompanhado de outros dois colegas de classe - Tarcon e Nekrunn - além

de uma maga e uma noviça - Visolela e Miara.

 

O

que eles não sonhavam é que, das sombras, eram observados. Um par de

olhos elfos os vigiava. Mãos poderosas nocauteavam rapidamente zumbis

que poderiam atacar-lhes pelas costas. Determinado, disciplinado, Essny

estava escondido, cuidando deles desde que chegaram. E ficou admirado

quando a espada de Leafar dividiu um orc em dois. Seus olhos se

arregalaram quando viu o espadachim revistar o corpo e puxar uma pedra

gloriosa, dourada.

 

- Encontramos! - falou ele, enquanto os demais comemoravam ao redor.

 

E

o elfo sorriu de canto de boca. Fora Hildr, a valquíria, quem escondera

a pedra lá, como parte do plano para enganar Odin. Fez o garoto clone

viver sua primeira aventura, tirando do Todo-Poderoso qualquer

desconfiança sobre a noite de chuva sobrenatural que cobriu toda Geffen

e arredores. E Essny sabia disso. Estava satisfeito. Finalmente

voltariam para a luz do sol em definitivo.

 

Deixou

o grupo se afastar um pouco. Ia sair da caverna momentos depois.

Conferiu seus equipamentos e puxou um pequeno broche do bolso.

Encaixou-o no cinto e tocou-o.

 

- Leo? - disse ele, mentalmente, comunicando-se com o Arquimago.

 

- Reporte.

 

- O P-3 encontrou o Emperium. Estão indo para Prontera. Vão reviver a Ordem do Dragão.

 

- Muito bem. Parabéns por tê-los protegido.

 

- Devo continuar com o projeto Anjo da Guarda?

 

-

Sim. Nada pode acontecer com o P-3 até ele fundar a guilda e cumprir a

maldita missão de Odin. Sua prioridade continua sendo salvar a vida

dele.

 

- Entendido.

 

Essny

tirou o broche. Guardou-o no carrinho. Saía andando da caverna quando

ouviu uma gritaria. Sem perder tempo, sacou o Mangual e o Broquel e

correu. E viu dezenas de Espadachins, Gatunos, Noviços e Arqueiros

correndo. Um Orc enorme e musculoso, acompanhado de arqueiros, se

aproximava, com sangue no olhar. Era o MVP conhecido como "Senhor dos

Orcs".

 

Antes de qualquer reação do

Mestre-Ferreiro, porém, aconteceu algo que ele não esperava, nem no

mais distante de seus sonhos. Mas uma batalha em andamento tinha agora

um novo palco. Um Caçador enfrentava sozinho o Orc Herói. Eram flechas

voando enquanto ele corria para se esquivar da enorme espada. E a boca

de Essny se abriu quando ele reconheceu o louro: Elessar.

 

Um

novo grito chamou a atenção do elfo. Notou que Leafar estava ajoelhado,

protegendo com o próprio corpo uma mercadora desmaiada. Era uma questão

de segundos até que o Senhor dos Orcs os alcançasse.

 

O

tempo pareceu parar. Do seu lado direito, Elessar Belmont, filho

original de Leonard, caído, ferido e sozinho contra o Orc Herói. Do

lado esquerdo, Leafar, clone do segundo filho do amigo, a poucos metros

do destino fatídico - as botas metálicas do Senhor dos Orcs, que lhe

esmagariam como a um inseto, em uma voadora armada. Essny sentia cada

palpitar de seu coração. Tinha que pensar rápido. Precisava tomar uma

decisão crucial.

 

E tomou.

 

Largou

o mangual e correu. Sacou o Rondel e um pergaminho, que fez com que a

arma ficasse em chamas. Berrou, sendo impulsionado pelo próprio

carrinho. O elfo saltou no ar e bateu. A voadora do Senhor dos Orcs foi

interrompida. O Rondel tinha sido cravado na sua jugular. Seu corpo

pesado caiu no chão. Com a mão esquerda, Essny deu um murro no chão,

tirando os sentidos dos Orcs Aqueiros que acompanhavam seu mestre. Com

a direita, ergueu o carrinho, usando o Rondel como apoio, e bateu.

Moedas explodiam no couro verde da criatura. Buracos foram se fazendo.

Em poucos golpes, separou a cabeça do corpo do inimigo. Como era regra

do mundo, definido pelos deuses, uma explosão de luz se fez acima de

sua cabeça, com as letras M, V e P surgindo e sumindo.

 

Voltou

então o olhar para a outra luta. O Orc Herói segurava o Caçador pelo

pescoço com uma das mãos, erguendo-o. A cabeça estava caída para o

lado, indicando o ferimento fatal - o pescoço quebrado. O arco estava

no chão, enquanto um bando de Orcs Azuis comemorava.

 

Leafar

mal agradeceu o Mestre-Ferreiro, puxando a mercadora dali, auxiliado

por seu grupo. Essny olhou para o Orc Herói. A criatura, poderosa, viu

a ameaça no musculoso elfo. Notou o Rondel embebido no sangue do

companheiro morto e, sem pestanejar, bateu em retirada, de volta para a

Vila Orc.

 

Essny então aproximou-se do corpo do Caçador. Ajoelhou-se ao lado dele e segurou-o nos braços. Em silêncio, partiu dali.

 

***

 

O barulho fez Margareth andar depressa. Leo estava sentado, bebendo chá. Alguém batia com selvageria em sua porta, dando chutes.

 

- Posso abrir, querido?

 

O

Arquimago, entretido com a bebida, fez que sim. Estava pronto para

revidar qualquer um que fosse tolo o suficiente para atacá-lo - e que

fosse mais tolo ainda em atacá-lo em sua própria casa. Mas não estava

preparado para a visão que o pegou. Quando Margareth abriu a porta,

viram o Mestre-Ferreiro segurando o corpo do que parecia um Leafar mais

velho, mas vestido como Caçador. O casal ficou sem reação.

 

-

O P-3 está salvo. Eu não sei como isso aconteceu. Não sei como

exatamente ele foi parar lá. Mas este Caçador é quem vocês estão

pensando. E ele foi morto em combate pelo Orc Herói. Pelo que ouvi, ele

tinha ido salvar a irmã.

 

Leonard tomou o

corpo das mãos de Essny. Começou a respirar pesado, enquanto lágrimas

caíam aos montes de seus olhos furiosos. Ele não chorava; as lágrimas

apenas caíam, enquanto ele olhava na mais completa indignação para o

corpo. Levantou a cabeça então e, a plenos pulmões, berrou blasfêmias e

ofensas contra Odin e todo seu panteão. Usou xingamentos que fariam o

mais sujo dos marinheiros sentir-se envergonhado. Xingou até perder a

voz, apertando com força o corpo do primogênito falecido.

 

Margareth,

então, saiu correndo pela casa. Essny foi atrás dela, preocupado. A

mulher foi até o quarto do casal. Para a surpresa do elfo, ela pegou a

enorme cama por uma das laterais com apenas uma das mãos e ergueu-a,

arremessando-a para o lado. Puxou o tapete e encontrou um alçapão.

 

- Quem disse que matou meu filho, Essny? - falou, descontrolada, enquanto arrancava a porta até então oculta.

 

- O Orc Herói, senhora Belmont.

 

-

Eu jurei que jamais vestiria essa roupa novamente. Desde o que

aconteceu em Rachel, jurei que jamais empunharia estas armas novamente.

Mas nem Odin em pessoa vai parar a minha vingança!

 

Ao

dizer isso, arremessou a porta do alçapão. Puxou uma armadura metálica

linda, digna da mais poderosa das Ladys. Um conjunto de espadas de duas

mãos estava ali, coberto por uma tampa de vidro. Margareth deu um

murro, quebrando-a, e pegou uma das armas. Berrou com Essny para que

ele a ajudasse, e sem contrariar, ele ajudou-a a vestir a armadura.

Pegou uma poção avermelhada e bebeu, sentindo seu corpo se arrepiar. Os

dois foram para a sala, onde Leonard estava ajoelhado, segurando o

cadáver no colo. Margareth passou pelos dois e arrancou de cima da

lareira um Elmo Angelical que estava em um suporte, com uma Barbatana e

um Bevor.

 

O abatido Arquimago olhou a

esposa. Não conseguiu dizer nada. Apenas trocaram olhares de

cumplicidade e solidariedade. Ela então chutou a porta, arrebentando-a.

Desesperado, Essny seguiu a Belmont, que já tinha tomado à força o Peco

Peco de alguém e corria para a Vila dos Orcs.

 

E

naquela tarde, quem estava na Vila Orc lembraria por anos da batalha

entre a furiosa Lady desconhecida e o Orc Herói. Viram a mulher,

descontrolada, atacar com violência o MVP. Quebrariam seus preconceitos

de que apenas Cavaleiros com lanças e escudos conseguiam enfrentar

essas feras. E viram a mulher, sozinha, rachar o crânio do monstro, com

um golpe tão forte que sua espada só terminou a trajetória de ódio no

solo, com a lâmina sendo despedaçada.

 

Quando

os dois voltaram para a casa de Geffen, seguiram até o laboratório

secreto de Leonard. O Arquimago estava sentado, com o olhar frio de

sempre. O corpo de Elessar estava em uma mortalha. Margareth segurava

um Elmo de Orc Herói dividido ao meio. Arremessou-o contra o tubo, onde

o Leafar original continuava em animação suspensa.

 

- Eu quero o meu filho! Abre essa coisa!

 

- Calma. - Arquimago mal se moveu.

 

-

Abre! Abre agora! Leafar! Leafar! Mamãe está aqui! Acorda, meu filho!

Eu vou te proteger de Odin, de Loki, de todo o panteão! Acorda, filho!

 

Completamente

histérica, Margareth começou a bater no espesso vidro. Essny engoliu

seco. Desesperada, a loura pegou um cano de ferro e bateu na direção do

vidro. Foi bloqueada pela mão do Arquimago, que impediu-a.

 

- Eu disse para se acalmar.

 

- Tira o meu filho daí! Abre essa coisa!

 

A

Lady soltou o cano e puxou o punho para trás. Leonard reconheu na hora

o Impacto de Tyr. Em uma fração de segundos, Margareth estava sendo

arremessada para trás por um Trovão de Júpiter, voando contra a parede.

Furiosa, ela correu. Agora foi uma Barreira de Fogo que bloqueou seu

caminho. O calor não a fez recuar. Porém, uma incrivelmente rápida

Rajada Congelante a tinha parado. E no segundo seguinte, era novamente

eletrocutada por um Trovão de Júpiter. Ergueu-se com dificuldade,

trêmula. Seu olhar encontrou o do marido.

 

-

Eu entendo sua dor. - disse ele - Entendo que está sofrendo de maneira

tão plena que isso a fez vestir essa armadura novamente, por vingança.

E sei que a morte do seu inimigo não lhe trouxe paz.

 

- Não, Leo! Eu quero o meu filho!

 

Margareth

se levantou e mesmo fraca tentou bater no tubo. Dessa vez, porém,

recebeu um tapa forte na cara. Caiu sentada, vendo na sua frente a mão

do marido, olhando sério para ela.

 

- Eu não terminei de falar. Não me interrompa. - disse isso e pegou a esposa pelo colarinho, erguendo-a.

 

Essny,

que convivia já há muito tempo com os humanos, sentiu compaixão.

Ensaiou impedir que Leonard fizesse algo com a mulher, mas o olhar do

Arquimago foi fulminante. O elfo limitou-se a abaixar a cabeça e

entender que não devia se envolver em assuntos tão íntimos de família.

 

-

Se você abrir esse tubo antes da hora, o Leafar vai morrer. Não é só

quebrar, limpar ele e "bom dia!". E mesmo que fosse simples assim, ele

não pode despertar. Se surgirem dois Leafar, além de um querer matar o

outro, Odin vai descobrir a farsa. Nunca mais teremos um filho

novamente. Isso se continuarmos vivos. Você está me entendendo,

Margareth?

 

A adrenalina no corpo da loura

diminuiu radicalmente. Balançou sua cabeça negativamente, com o rosto

se entregando à dor. Beijou a mão que lhe deu o tapa e abraçou forte o

Arquimago. Começou a repetir incessantemente "desculpe" enquanto

chorava. Leo, ao mesmo tempo, olhou para o elfo.

 

- Descubra por quê Elessar foi parar ali. Alguém vai pagar por isso. Muito caro, por sinal.

 

***

 

Alguns

dias depois, o silêncio era mortal na sala de jantar da casa dos

Belmont. Margareth estava sentada, olhando apreensiva para o marido.

Essny estava de cabeça baixa. Leonard olhava indignado para o amigo.

 

- Diga mais uma vez, Essny. Por favor.

 

-

Claro. Elessar foi salvar a Aislinn, que foi capturada para ser

oferenda de um ritual dos orcs. A garota tinha uma dessas conjunções

astrais, data de nascimento certa, sangue certo e um monte de outras

coisas certas que a tornavam o sacrifício perfeito para trazer de volta

à vida um MVP chamado "Heroína Orc".

 

- Hippies do inferno. Eu ODEIO hippies e suas rodas suspeitas de cantoria. - o Arquimago deu um murro na mesa.

 

- Calma, querido.

 

-

"Calma"? Quer dizer, eles têm uma filha que é um objeto perfeito de

sacrifício, são Sacerdotes e não fazem NADA para proteger ela? E deixam

ela ficar saltitando alegremente nos campos pra fazer piquenique?

Sozinha? Filhos da Pupa!

 

Ficaram quietos

enquanto Leonard xingava em línguas que eles mal sabiam que existiam.

Cada um absorvia aquilo de maneira diferente. Ventava forte em Geffen.

As janelas batiam com força, dando alguma vida à sala com aquelas três

pessoas imóveis. Por fim, o Arquimago olhou para o Mestre-Ferreiro.

 

- Essa Aislinn. Onde ela está?

 

- Está em Prontera. Não conseguiu voltar para Payon e está mendigando comida pelas ruas, usando uma Máscara Feliz.

 

- Eu vou matá-la. - o Arquimago disse e engoliu o resto de sua bebida em apenas um gole, frio.

 

Margareth

e Essny ficaram quietos. Leonard olhou para eles. Não recebeu olhares

de desaprovação. Aquilo parecia dar algum conforto para eles, por mais

cruel que parecesse. Mas o elfo se levantou.

 

-

Deixe isso comigo. Se você fizer isso, Leo, podemos colocar tudo a

perder. Prontera é vigiada por Odin. Se você matar a garota, dias

depois de ter acolhido de maneira suspeita o Caçador que está enterrado

no túmulo da sua família... e ainda sendo ela a mesma garota que o

Caçador foi salvar... bem, eu ficaria desconfiado.

 

- Não quero envolvê-lo em vingança pessoal, leal amigo.

 

- E é justamente por lealdade que eu irei fazer isso, Leo.

 

Com

um silêncio pesadíssimo, o elfo se levantou. Vestiu a Máscara de Solda

e colocou os Chifres Majestosos que estavam pendurados na parede.

Voltou-se para o casal.

 

- Não há milagre

que faça essa Aislinn Cerridwen sobreviver. Eu voltarei com a cabeça

dela em uma bandeja, para que você a despache para os pais dela e eles

entendam sua dor.

 

Essny teria matado

Aislinn. Ele saiu de Geffen com essa determinação. Elfo, dificilmente

se emocionava. Sua lealdade estava com Leonard e Margareth Belmont. E a

companhia do poderoso Arquimago o ajudaria a tirar de seus ombros o

peso da vergonha de quinhentos anos atrás, quando não ingressou na

Ordem do Dragão original e apenas assistiu a morte de toda a guilda, na

lendária batalha ao lado de Prontera.

 

Realmente,

Essny teria matado Aislinn de todas as maneiras possíveis, quantas

fossem as vezes necessárias. Mas o elfo estava chocado. Das mesmas

sombras de onde protegia o clone de Leafar, olhou-o ajoelhado em um

pequeno lago místico, com a loura do seu lado, de mãos dadas. Estavam

vestidos com roupas simples, rodeados por dezenas de pessoas. E perdeu

totalmente o poder de fazer qualquer coisa quando as palavras, ditas

com propriedade pela noviça ruiva que celebrava aquele conhecido

ritual, chegaram a seus ouvidos.

 

- ... e eu os declaro marido e mulher.*****************No próximo capítulo:jornal_01.jpg

 Ir para o próximo capítulo (penúltimo) - VI 

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Coloquei o Dozer porque ele tem a lista exata dos membros da Organização de Incentivo aos Escritores e Desenhistas, também conhecida por Ordem dos Torturadores Sádicos.

 

Tava lendo os posts e a tal organização e veio alguns nomes bizarros na cabeça... xD

 

Mais Escritores e Desenhistas Organizados

ou, se quiserem, Movimento dos Especialistas em Desgraça e Opressão

e olhe as primeiras letras: M E D O ... xP

 

Já eu, prefiro ficar quieto esperando mesmo.

Tudo que tenho é Perícia em Falar Besteiras lvl 9.

Sem vocação para torturas e afins. xD

 

Ok. Flood feito. Hora de sair correndo. =P

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Primeirão a comentar!

O espírito que não dorme invoca a força dos dez insones!!!UM!!UM!!!ONZE!!Primeiro um comentário que eu não fiz em tempo hábil, mas não quer dizer que eu não o tenha pensado na hora. Se o lançamento deste capítulo também é um indício de que os problemas pessoais do Niori amenizaram ou resolveram-se, eu fico feliz. Caso não, força! Eu sou um dos muitos que se empatizaram com o cara, conhecendo aos poucos a pessoa por trás das artes, e que torce pra que tudo termine bem. Um barra-é-onze pro Skyjack também, pela bela capa.

Como antecipado, capítulo forte, de fato. O pobre elfo largado no meio de uma decisão difícil a ser tomada em segundos. Enquanto eu ia lendo eu me imaginei naquela cena. A atitude do Essny era até previsível, mas eu lá no lugar dele não sei o que teria feito.Será que a Margareth pode entrar em Frenesi?

Será que teria dado ***** se ela tivesse de fato entrado, e depois voltado pra casa ainda sob esse efeito?E o Leonard continua previsível e difícil de entender ao mesmo tempo. Ele definitivamente perdeu o controle nesse capítulo. Extrapolou os limites e atacou a própria mulher. E depois não tinha perdido coisa nenhuma, tava usando a razão o tempo inteiro. O cara é ****....No conjunto, mais um belo capítulo. E o humor tá muito legal também. Planeta Clarim, Luiza Lane e Pedro Parker foi o fim da picada. Pra fazer essa imagem de criminoso-terrorista-assassino-traficante-comedor de criancinhas do Leafar, imagino que o redator chefe seja o Perry Jameson...[/heh]*compondo o novo sambinha pra floodar lá no GdT... /mal*

 

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 Alguém pediu por mais vinte capítulos de "Leo", mas vejamos.Estamos as portas da Ruína de Rune-Midgard que o Leonard iria ownar, para então ownar os Arautos de Loki, ownando depois Dhutt durante o Dämmerung, e Garra das Trevas em seguida, eu acho que ele já ownou em Morroc Saga. E se ele fizesse isso Leafar ainda seria um Sacerdote Exorcista realizando missas na Catedral de Prontera do contrário alguém diria: Olhá lá o Leafar, ele só é General de Rune Midgard por que o pai dele ownou alguém.Bom sorry pelo flood, mas como eu já disse a história fica melhor a cada capítulo e foi bom ver várias histórias da Ordem do Dragão se entrelaçando na trama com referências até a "OverPower!!11!" , parabéns pelo trabalho Rafael.

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É gogeta, se eu fosse você não ficaria tão tranquilo, sempre haverão sacerdotes randons com portal para Ice Dungeon, nem você conseguiria acabar com todas as gemas azuis do servidor.

P.S.: O Pdrk vai ficar caçando o gogeta por que sabe que vai demorar pra chegar o final de Leo?

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Houve uma época em que o Satã Morroc era uma lembrança distante. A

cidade de Rachel não tinha a figura misteriosa do Garra das Trevas.

Dhutt ainda não era um General e não tentou se tornar o novo senhor de

Rune Midgard. Loki não tinha destruído os três mundos de Chaos, Loki e

Íris, para que Odin os unificasse. Surtr ainda não tinha reunido sua

Ruína, nem tentado destruir o reino. E três membros dela ainda não

tinham causado tanta dor a Leafar e Bonnie Heart em uma única

madrugada. Leafar, aliás, não tinha sido clonado. E a Ordem do Dragão

ainda não tinha renascido.Antes de tudo isso, já existia um homem. Um homem que buscava a verdade. Sempre.Seu nome é Leonard Belmont. E é sua história que será contada aqui.***RagnaTale: Leo Texto: Rafael de Agostini Ferreira

Arte: Daniel "NIORI"  UiresÍndiceI

II - ler

III - ler

IV - ler

V - ler

VI - ler

VII (final) - ler

 

***Quadrante cinco da cidade de PronteraMeados de 1500Há

quinhentos anos atrás, uma grande guerra aconteceu nos reinos. Uma

profecia se realizaria, e a força dos homens seria testada em seu

limite. Milhares morreram lutando. Guildas foram extintas. Cidades,

outrora majestosas, tinham tornado-se pó. Alguns deuses tinham ido

pessoalmente para Midgard, e a lenda sobre a luta de Thor contra Loki

em Prontera seria repetida por séculos.Alguns

grupos, porém, se sacrificaram pelos demais. E à Ordem do Dragão,

liderada pelo Lorde Christian Vallmore, general de um dos primeiros Rei

Tristan I, coube a missão de um combate derradeiro contra a fera que

seria nomeada por camponeses como "Demozan". E um a um, os combatentes

de brasão rubro-dourado foram sendo derrotados. Aos poucos, seu sangue

tingiu a grama de vermelho. Regimentos inteiros tombaram ante o poder

da fera.E se arrependimento matasse, o elfo

Essny Tahllam teria sido o primeiro a morrer. Negou o chamado de

batalha quando a guerra explodiu. Abandonou sua amada Geffenia para

fugir assustado. Mas mais que isso, tinha negado o convite de unir-se à

Ordem do Dragão para aquela batalha. Ferreiro habilidoso, tinha

reparado a armadura do Dragão Dourado, líder daquele exército. E,

sozinho em sua caverna, arrependeu-se. Correu para o campo de batalha.

Tropeçou em corpos e sujou-se em restos de vidas, caídos pelo chão. E

ficou de joelhos ao ver o suspiro final de Christian, dando ordens para

seu último comandado - um Templário de cabelos azuis."Ele

morreu", pensou, emocionado com o corpo caído do homem, enquanto via o

templário correr. Fugido de sua terra, com a mancha da covardia por não

ter lutado aquela batalha, tudo que fez foi seguir de longe o homem de

cabelo azul, até uma clareira. Viu ele cavar na terra e enterrar uma

espada e um livro. E Essny prendeu a respiração quando notou o corpo

peludo e os chifres enormes do Bafomé que encurralava o homem. A garoa

fina que caía naquela escuridão parecia ter o poder de iluminar a cena

surreal, do templário ferido contra o monstro. E as últimas palavras do

templário, que ficariam gravadas na mente daquele elfo, foram ouvidas

com atenção por ele."Um

combatente não é o mais forte. Não é o mais bem equipado, nem o mais

bem armado. Não é o que possui mais poderes ou maiores capacidades. Um

combatente não é nomeado por títulos, posses ou honrarias. Um

combatente é alguém que ama. Um alguém que ama o próximo. Que ama a

família e os amigos. É alguém que ama a própria vida, a ponto de abrir

mão dela para o bem de todos que ama! E sua maior arma é o poder que

emana da sua essência! Jamais vou recuar diante do inimigo! Eu sou um

Cavaleiro da Ordem do Dragão, arauto da paz!"E

sob essas palavras, o templário desarmado avançou. O Ferreiro viu o

homem ser mortalmente ferido pelo monstro e por suas pequenas crias, de

risada estridente e maléfica. E no silêncio de seu esconderijo, viu

quando aliados do homem finalmente chegaram e derrotaram o Bafomé. Mas

o que realmente lhe seria marcante foi o momento em que ELAS

apareceram. Lindas, pernas e braços torneados, armaduras e armas

brilhantes. Oito Valquírias, que cercaram o templário e choraram sua

morte. E tão sinceras e puras foram as lágrimas das Valquírias que uma

pequena poça se formou naquele lugar. E tão rápido quanto chegaram,

partiram, carregando o corpo dele para o descanso final, no Valhalla.O

elfo, parado ali há horas, ainda absorvia tudo aquilo. Seus braços,

molhados de chuva, foram o apoio para que se levantasse. Caminhou até a

água e ajoelhou-se. Suas mãos tocaram o líquido da poça sobrenatural.

Ficou olhando o próprio reflexo, que era distorcido pelas gotas que

caíam.- Eu juro, diante dessas lágrimas -

disse ele, olhando o rosto refletido - que jamais, enquanto eu viver,

voltarei a forjar uma arma ou armadura.Uma pena então caiu na água. Essny virou-se e ficou boquiaberto diante da visão - uma Valquíria.-

Se veio tirar minha vida, eu aceito e não tenho a menor intenção de

reagir, senhora. - disse ele, prostrado no chão, com o rosto baixo.-

Não precisa ter vergonha de me olhar, guerreiro. De fato, não voltará a

forjar nesta vida. Mas também errou em tua conclusão. Não vim para

cessar tua existência.A floresta ficou mais escura. Essny olhou para a mulher alada, mas seus olhos élficos tinham dificuldade em encontrá-la.- Não consigo enxergá-la, minha senhora.- Pois acostuma-te à escuridão. Ela será teu refúgio e abrigo. Pois assim diz Hildr, e assim há de ser.Resignado, o elfo ficou de joelhos. Abaixou a cabeça e, com atenção, ouviu as palavras da Valquíria.***Cerca de quinhentos anos depoisIzludeA

respiração das pessoas estava presa com a luta. A arena, em Izlude,

estava lotada. Aquele era o combate final do torneio amador de

pugilismo do reino. Os dois finalistas se enfrentavam com garra e

determinação. E um deles, porém, estava acuado em um dos cantos do

quadrado. Suas luvas, azuis, estavam sujas com o próprio sangue. Um dos

olhos estava roxo, quase fechado. Suas costas estavam apoiadas no pilar

que unia as cordas daquele ângulo. Uma mulher segurava um pingente com

um escudo, desesperada.Seu nome era

Margareth. Margareth Belmont. Recém-casada, estava sufocada com o medo

e, mais que isso, com a surra que um dos homens levava.- Atena, por favor. Olhe de meu marido. Por favor...E

o louro recebia golpes violentos. Seu longo cabelo movia-se

selvagemente para os lados cada vez que a luva do oponente acertava seu

rosto. Suas bochechas sangravam muito. Mas o que chamava a atenção é

que o homem que apanhava, sorria.- Já tá com a idéia variada, maluco? - perguntou o moreno, suando em bicas, respirando como um touro.- Heh. Você bate forte. Mas parece cansado.O

moreno não respondeu. Deu dois socos rápidos, abrindo a guarda do

louro, e finalizou com um cruzado no rosto dele. Em alguns segundos, o

rosto do louro encontrava a lona. Ouviu ao longe uma contagem, enquanto

via, com o olho aberto, a esposa aflita na platéia. Piscou para ela e

se levantou sem muito esforço, para surpresa do adversário.- O que significa isso? - disse o homem, assustado.- Como eu falei, você parece cansado. - respondeu o louro, tirando sangue da boca com as costas da luva.Como

um trovão, o louro partiu para cima do moreno. Começou a disparar

repetidos socos, rápidos e fortes. Se em um momento parecia próximo de

ser derrotado, agora batia como se a luta tivesse acabado de começar. A

platéia reagia com cada golpe, berrando e assobiando, extasiada com

aquilo.- Vai! - o louro continuava sorrindo, com a boca sangrando, enquanto batia - Pergunta logo!O

moreno tentava se defender, mas os socos foram minando suas energias.

Seu rosto agora estava com mais cortes e hematomas do que o do louro.

Foi se encolhendo, tentando inutilmente se proteger dos murros.- Oooolha! - insistiu o louro, batendo sem pausa - Você vai cair e não vai fazer a pergunta! E não vai aprender!- Desgraçado! - o moreno cuspiu sangue enquanto gritou - COMO reagiu assim?O sorriso sangrento no rosto do louro aumentou. Agora sim ele sentia-se completo. Aquele questionamento massageava seu ego.- Só reage quem está perdendo, amigão. Não era o meu caso. Eu fiquei apanhando enquanto você se cansava. É diferente.Furioso,

o moreno avançou. Seus socos acertaram apenas o ar, enquanto o louro

esquivava. Vindo de baixo, então, o punho do louro atingiu o queixo do

oponente. As pernas dele tremeram. Seus braços relaxaram, e o enorme

homem caiu imóvel na lona. O juíz abriu a contagem, enquanto o louro

limpava o suor e o sangue do rosto com as bordas das luvas.- ... oito... nove... dez! - um gongo soou - E o vencedor por nocaute é Leonaaaaaard Belmont!Margareth correu, empurrando pessoas. Subiu na arena, e sem se importar com sangue ou suor, abraçou o marido.- Não faça mais isso, Leo.-

Fica tranquila. - dizia ele, tirando o protetor cheio de saliva e

sangue - Eu estou certo sobre minha teoria, e é isso que importa.- Mas precisa disso, amor? Olha seu rosto...-

Bah! Uma curinha e fico novo. Pra quê servem Sacerdotes, no final das

contas? Eles precisam fazer algo mais além de ficar apanhando de

monstros enquanto alguém ataca de longe!Os dois riram, se olhando com cumplicidade. Notaram um rapaz se aproximar, segurando um lápis e um bloco de notas.- Com licença, senhor Belmont. Concede uma entrevista para o Clarim de Izlude?- Claro. - respondeu o louro, enquanto sua esposa arrumava o rabo-de-cavalo dele.- O senhor venceu o torneio sem perder nenhum combate. Qual o segredo?- Treinamento duro, disciplina e dedicação.- Desde quando o senhor treina boxe?- Treino com o meu pai desde que eu era pequeno.- E por que o seu corpo está com essa coloração meio roxa? O que seria? Parece magia...- Nada. - a resposta foi rápida - É impressão sua.- Onde reside, senhor Belmont?- Geffen, com a minha esposa aqui, Margareth.- Certo. E o senhor é Cavaleiro ou Monge?- Sou Bruxo.O repórter riu. Balançou a cabeça, pois tinha escrito "Bruxo" em sua ficha, mas riscou.- Tudo bem, vou deixar isso como brincadeira. As pessoas vão rir. Mas sério, o que o senhor é?- Bruxo.- É piada, né?- Eu estou rindo?Os

dois ficaram em silêncio. O repórter parou, ora olhando para Leonard,

ora olhando para o bloco de notas. Por fim, recebeu um tapinha no

ombro, do Bruxo que se afastava.- Eu te

ajudo. "Bruxo enche Cavaleiro de porrada na final do torneio de

pugilismo amador de Izlude. Detalhes na página cinco" - disse, saindo

sem olhar para trás, segurando a mão da esposa com uma mão e o troféu

com a outra.***Geffen, algumas horas mais tardeO

aroma de chá invadia o aposento da confortável casa. Margareth trazia

uma bandeja com dois bules e duas xícaras. Repousou-a em uma mesinha de

madeira. Leonard mal olhou a esposa, concentrado em um livro, no meio

de tantos outros abertos sobre uma mesa maior.- Com leite ou sem?- Com.Margareth

despejou cuidadosamente o chá dentro de uma das xícaras. Pegou outro

bule e derramou algumas gotas de leite nele, dando-lhe nova aparência.

Ela serviu o homem, deixando a xícara do seu lado. Ele agradeceu e

virou-se para ela, dando um pequeno gole.- O que descobriu, querido?-

Que eu estou certo. Aliás, sempre estou. Mas descobri mais que isso. Eu

estou terrivelmente certo. Por que um artefato se chamaria "Olho de

Oparg"? Ora, é simples! Por que ele foi de algum "Oparg"! E existiu um

Oparg. Veja isso.Ele pegou um pergaminho e

abriu-o na mesa. A curiosa esposa olhava as anotações por cima, mas

gostava mesmo de ouvir as explicações da boca dele.-

Há muito tempo - prosseguiu o louro, com o olhar perdido nas palavras -

uma mulher despertou a luxúria em Odin. Como várias, aliás. Sabe-se que

o todo-poderoso não é exatamente um exemplo de fidelidade. Mas ele

sentiu-se atraído por uma garota humana, uma certa "Lineth". Levou-a

para o Valhalla e fez amor com ela até não poder mais, e deu-lhe dois

presentes: deu um anel e permitiu que ela fosse uma de suas Valquírias.

Lineth, agora como serva de Odin, começou a trabalhar para ele,

recolhendo mortos do campo de batalha e fazendo valer sua lei e ordem.Leonard

pegou outro pergaminho e abriu-o. Seus olhos estavam hipnotizados. Ele

adorava contar histórias, e um dos motivos que o fizeram apaixonar-se

por Margareth foi a vontade dela em ouvir o que ele tinha para contar.-

Foi em algum ponto aqui, Maggie. - disse, segurando o pergaminho aberto

- Em algum lugar dessa história, foi quando aconteceu. A Valquíria

Lineth conheceu um homem que a fez se apaixonar. Seu nome é

irrelevante, pois na verdade ele era a personificação de Oparg, o deus

dragão. E ele, com sua magia, na verdade apenas quebrou o encanto que

Odin tinha jogado sobre a moça. Encanto este que encontrava-se no anel,

uma magia conhecida como "Anel dos Nibelungos".- Ela o amava por causa do anel então?-

Sim! - respondeu ele, feliz em ser acompanhado no raciocínio. Margareth

era, de fato, muito inteligente - E ela se apaixonou por Oparg.

Abandonou o cargo de Valquíria e fugiu com o deus dragão, sabe-se lá

para onde. Odin ficou possesso. Ele tinha muitas amantes, mas não

suportava quando alguém lhe roubava uma. E como tantas outras vezes,

com outros deuses, aconteceu uma guerra secreta entre o panteão de Odin

e o de Oparg. E como nos prova o artefato "Olho de Oparg", quem venceu

foi o senhor do Valhalla.- Senão teríamos um "Olho de Odin" agora, não? - disse a mulher, sorrindo.-

Sim, querida. Em todo caso, Oparg escondeu Lineth de Odin. Mesmo

derrotado, ele não falou onde a moça estava. Ninguém sabe seu paradeiro

até hoje. E depois de vencer o deus dragão, Odin destruiu seu corpo e

separou as partes, para que ninguém nunca soubesse que ele, de certo

modo, falhou. Digo, ele venceu Oparg, mas não ficou com a mocinha no

final. Não satisfeito, fez um simulacro de Lineth, para fingir que

tinha vencido e que tinha reconquistado seu troféu.- Simulacro?-

Sim. Uma cópia. Ele pegou o corpo de uma garota malvada que era

parecida com Lineth e matou-a. Fez um acordo com Hela, que deixou sua

alma e vontade submissa a Odin. Assim, uma das Valquírias de Odin,

hoje, é essa farsa.- Ai, Leo, que horror!- Mas não é isso o que me causa comoção.- E o que é?-

Oparg não era um deus tolo. Ele não ia matar ou exterminar Lineth. Seja

como for, mesmo tanto séculos depois, ela existe e está viva. E ele

deixou um "mapa do tesouro" em algum lugar. Alguém, um dia, vai achar

essa mulher. Caso contrário, sua luta com Odin não faria sentido. Nem

sua derrota.Com calma, ele se levantou e

foi até algumas caixas que estavam ao lado de um armário. Abriu-a e

tirou um embrulho. Levou até a mesa, cuidadoso.-

Encoste a janela. - disse para a esposa enquanto abria as tiras de

pano. E ali se revelou um brasão de guilda. Eram duas letras: uma letra

O vermelha e um D dourado, mas muito gastas. O símbolo era feito de

pano e estava velho, cheio de pontas e sujeira.- "OD"? - Margareth se inclinou, vendo as letras - O que significa?-

Esse símbolo, segundo meus estudos, data de mais de quinhentos anos

atrás, quando Glast Heim ainda era a capital. "OD", querida, significa

"Ordem do Dragão". E este brasão é o elo perdido que liga Odin, Oparg e

Lineth.- E o que você vai fazer?Leonard

sorriu. Dobrou o embrulho com o brasão novamente e guardou-o de volta

na caixa. Ficou de costas para a mulher e esticou os braços, para que

ela lhe vestisse o manto bege e marrom de Bruxo.- O que eu sempre faço. Vou descobrir a verdade.***Caverna Oeste de ComodoOs

homens estavam sem reação. Há alguns minutos, aquele bando de

mercenários estava quase terminando sua missão. Recuperaram um baú

enterrado e perdido ali há séculos. Mas estavam acuados, e por um único

homem. Leonard, com o olhar compenetrado, encarava o que parecia ser o

líder.- Agora lhe daria a opção fácil. Você

deixa essa caixa no chão, eu pego ela e vocês vão embora. Mas você não

vai fazer isso. Falando assim, eu desafio a sua autoridade diante de

seus colegas. É óbvio que você está precisando se firmar socialmente, e

se eu subjugá-lo apenas com minhas palavras, você jamais teria sua

moral com estes outros homens. Então você pode me atacar.O

Mercenário soltou a caixa e puxou suas adagas, mas sentiu algo de

errado. Suas pernas estavam rígidas. Olhou com terror vendo que estava

se petrificando. E com o rosto deturpado pela sensação, parou, imóvel.-

Quanto a vocês três, a proposta é mais generosa. Eu realmente deixaria

vocês fugirem assustados. Ou podem só pegar seu líder e levá-lo para as

cabanas da praia. Mas esta não é a oportunidade perfeita para uma

vingança? Digo, eu sou um Bruxo. E vocês são três mercenários. Armados.O

primeiro avançou. Segurou firme a katar e pulou. Foi atingido no peito

por uma coluna de pedra, saída do solo. Perdeu o ar e mal conseguia

ficar acordado, enquanto viu um meteoro mítico surgir no meio do nada,

atingindo em cheio o segundo, tirando-o também do combate. O impacto da

pedra deixou o terceiro homem tonto, sem conseguir se controlar.-

"Como ele fez isso sem usar as mãos?" - disse Leonard, com os dois

braços para trás, olhando o Mercenário - Ah, é claro. Você pensou isso,

né? Desculpe desapontá-lo. Sei que gosta dos meus colegas mais

teatrais. Talvez eu devesse erguer meus braços assim.O louro levantou os braços, fazendo o homem recuar e dar com as costas na parede.-

E talvez eu devesse dizer algo assim: Ifrit, senhor do fogo e das

chamas! Permita-me embeber meus braços em seu calor infernal! Que meu

Mana queime até o infinito e que a carcaça perene desta criatura volte

ao pó diante de teu abraço!O Mercenário começou a suar. Nada aconteceu. O silêncio o estava matando.- Ou eu podia fazer isso.Leonard ergueu uma das sobrancelhas e uma barreira de fogo surgiu na frente do mercenário. Depois outra do seu lado. E outra.- E aí você escolhe entre eu explodir você aí dentro ou... dane-se. Tenho mais assuntos a resolver aqui.O

Bruxo ajeitou o óculos, enquanto uma rajada azul puro saiu do solo, da

sua direção até o Mercenário, que foi envolvido em um bloco de gelo.

Sem pressa, ele andou até a caixa que o primeiro homem soltou. Pegou-a,

analisando a tampa.- A Chuva de Meteoros -

disse, olhando as gravuras entalhadas na madeira - tem uma pequena

chance de causar tontura e perda de sentidos no alvo. Os dois homens

que ataquei agora foram vítimas de tontura. Existem alguns outros

ataques, porém, que têm essa mesma chance. O Golpe Fulminante, por

exemplo. Mas existe um mais eficiente, que foi batizado como "Martelo

de Thor".Ele virou-se para um canto escuro da caverna, com a caixa sob um dos braços.-

A desvantagem é que, mesmo quando se usa esta técnica estando oculto, o

solo treme. E para alguém que é diretamente ligado com o ambiente e

suas forças, como eu, alterar os elementos que me rodeiam é como tentar

passar escondido vestido de preto em uma sala toda branca e iluminada.

Além disso, notei sua presença ainda na minha casa, do lado de fora da

janela, com esse cheiro de suor não disfarçado, há cerca de quarenta e

oito minutos.A caverna continuou em silêncio. Leonard sorriu.- Já mencionei também que eu ganhei o leilão em Prontera de uma carta Maya Macho?- Então as histórias sobre você são verdadeiras.Uma

figura apareceu diante de Leonard. Vestia-se com uma roupa que parecia

ser a de um Ferreiro, mas modificada. As botas eram diferentes, além da

camisa ser menor. A calça tinha outros detalhes. O corpo era musculoso.

E as orelhas, pontudas.- E, claro, elfo. -

complementou Leonard, sem alterar a expressão - Descuidado assim, só

podia ser uma criatura que despreza os seres humanos a ponto de

subestimar nossa capacidade de observação.- Não tenho palavras para dizer em como estou feliz em encontrá-lo.-

Responda-me então as duas únicas coisas que ainda não deduzi. Seu nome

e o que quer comigo, coincidentemente quando consigo este artefato.-

Meu nome é Essny Tahllam. Venho de uma casa élfica esquecida há

séculos. Carrego uma enorme vergonha nos meus ombros, e vivo cada dia

de minha vida para limpar minha honra.- Desculpe, não estou emocionado. Se puder me responder logo o que perguntei, agradeço. Meu tempo é precioso.- Talvez se interesse então na história do deus dragão Oparg.- O que você sabe sobre ele?-

O suficiente para ter sua atenção, talvez? Você conseguiu agora o

segundo Olho de Oparg. E você sabe que não são apenas duas as partes

dele.- E qual seu interesse em reviver o deus dragão, elfo?- O interesse, humano - uma voz feminina chamou a atenção do Bruxo - é meu.Assim

como o elfo, a mulher alada surgiu, com as asas gloriosas abertas,

pousando suavemente no solo. Ela arremessou uma gema branca no chão,

que abriu um portal da mesma cor.- Um portal divino. - comentou o Bruxo, sem surpresa - Para onde vamos?- Para longe destes homens, que vão acordar em breve.Sem

perder tempo, Leonard e Essny entraram, seguidos da Valquíria. Em uma

fração de segundos, estavam em um lugar bonito, no meio do céu azul.

Nuvens passavam por eles e pelo chão de mármore branco.- Este é o Hall dos Heróis, Leonard Belmont. E o trouxe aqui por duas razões. Uma é a privacidade. A outra é pagamento.- Não estou vendendo nada.-

Não é por venda. É por recompensa. Você vai nos ajudar, e eu lhe

honrarei com o título máximo que alguém de sua classe pode conseguir.- Vai me tornar um Arquimago?- Sim, assim como ela me tornou um Mestre-Ferreiro - disse Essny, sereno.-

Eu sou Hildr, uma das Valquírias que serve fielmente a nosso senhor

todo-poderoso Odin. Há uma traidora em Asgard, vivendo entre os

escolhidos. Você sabe disso.- E desculpe

ser direto, mas o que isso tem a ver comigo? Por que eu te ajudaria?

Por que acha que me oferecer a promoção de Arquimago iria me estimular

a tomar uma atitude em seu favor?- As

respostas para todas estas perguntas, Leonard Belmont, resumem-se a

uma: a continuidade de sua família depende do fracasso de nossa

traidora. E você é o único capaz de fazê-la fracassar.- Sou todo ouvidos, moça.-

Antes de começar, saiba que não lhe darei suporte algum, a não ser

informação. Não vou socorrê-lo em combate nem realizar milagres. Se

algo der errado, jamais, sob hipótese alguma, meu nome será envolvido.-

Uma mulher sincera. Que raridade... então diga-me quem é a tal traidora

e por onde começamos. Ou melhor, diga-me onde isso envolve minha

família.- Lembra-se de seu antepassado, o qual você resgatou o brasão da Ordem do Dragão?- Julian Belmont. - a resposta foi imediata, e Leonard não deixou de reparar que Essny ficou cabisbaixo à menção de seu nome.- É exatamente aqui que começa nossa história.E

apenas o vento, o sol e o céu foram testemunhas daquela conversa, até

aquele momento. Começava ali uma busca que duraria décadas.*** Ir para o capítulo II

(arte da capa sem os logos no nosso blog)

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Ficou bem legal, Leafar. A história é interessante, as piadas são bem planejadas e o enredo e desenrolar dos fatos são quase perfeitos. Mais uma excelente história pros registros.

P.S.: Cara, eu ri demais quando vi a capa. Já lembrei na hora de Rocky Balboa. Muito hilária a capa.

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Que honra, segundo a comentar um capitulo(um dia ainda serei o primeiro). Cara, demais esse capitulo! Sem palavras, Leo deve ser a melhor de suas fics (morroc saga foi bom, mas Leo barrou).Indiscritivel como me senti vendo as lutas desse capitulo. E melhoras Niore(ainda não havia dito isso)!

 

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  Leo é filho de Odin, sabem, quando Odin teve um casinho aqui pelas nossas bandas. [/heh]

 

@Fanfic: Acho que eu nunca postei aqui, apesar de estar acompanhando a Fic desde o começo. Leafar, parabéns. Você tem um dom de cativar seus leitores. A Fic está ótima, continue assim! *-*

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Eu não tinha visto os comentários! Obrigado ao Leon, que me avisou!

:D

Fic muito boa, parabéns. ;D

Obrigado,

Miirt! Leo é uma das minhas histórias preferidas! Gosto do clima pesado

dela! Assim que passar a correria do lançamento

do meu livro quero colocar ela no RagnaTales.

  Não terminei de ler mas até onde li muito legal, uia meu nick ganha distaques nessas fanfics.
Viu só? É a família Belmont fazendo história! :)Longa vida a todos os Belmont! \o/Abraços,

- Rafa

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