SeRaoS Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Seriam eles Seriais Killer do fórum o_o Quem? Eu??? [/heh] Agora sério. Que tal um pouco de paz aqui? Sei que a palavra escrita é complicada de se por sentimentos, mas se não tem a intenção de discutir (brigar) então por que ficar fazendo pequenas ironias, retrucar no aberto e outras atitudes que não compensam comentar? Uma vez um homem muito sábio me disse que a base de uma comunidade é o respeito e por muitas vezes já vi o porque ele diz isso. Tenko, PM, plozr!!! Abraços! Seraos PS.:Querem discutir comigo? PM-me. Quer discutir comigo em aberto? Aguarde férias. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Alleria Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Garotas, Tenho certeza de que nenhuma de vocês gostaria de ver o tópico de sua fanfic sendo desvirtuado por um motivo tão banal. Não quero ver flames. Por favor, respeitem a autora da fanfic e a história que está publicada aqui. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Pdrk Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Há uma falha na sua afirmação de que "Os Mercenários e Algozes devem ser unidos.". No caso de um membro da Ordem dos Assassinos violar alguma regra, a cabeça dele é posta à prêmio, e a informação é passada a todos os demais membros da Ordem.E depois, recentemente o Leafar virou Algoz, e nem por isso deixei de querer matar ele caso ele demore a postar nas fics. O simples fato de eu não querer desafiar a Tenko é porque eu dou valor ao meu pescoço (e demais partes possivelmente mutiláveis), e sei que ela não exitaria em avançar em mim e cortar o que fosse possível (isso me deu algumas idéias). Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Pdrk Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 A paz tava durando tempo demais... E lá vamos nós pro jeito que esse tópico era antigamente, mas por motivos diferentes... Bora maneira, gente. Alleria já pediu. É hora de dar um tempo na discussão. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
São Muel Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Essa fic já anda por aqui faz tempo, e eu vez por outra passava os olhos no título do tópico, sem dar muita importância. Hoje, por volta das oito da noite, me pus a ler. Eu sou do tipo que demora a encontrar empolgação pra ler histórias, principalmente as mais compridas e um tanto pessoais. Mas quando leio as primeiras linhas e o conteúdo me agrada, eu grudo na leitura e só paro quando acabo, devorando as linhas como um louco. Sinceramente, ou é muita modéstia ou é muita modéstia. Não consigo imaginar o que seria "escrita ruim" na sua fic. Concordância, gramática, se for isso então tá. Mas mais do que isso, o que importa é o enredo, e não é qualquer escritor que consegue criar uma história que joga imagens na cabeça de quem lê, e que faz a gente se sentir dentro da história. Eu consigo ver nitidamente o filme enquanto leio. Espero que não demorem os próximos capítulos. Eu não gosto de fazer avaliações comparativas, acho que cada história tem seus méritos particulares e não relacionados. Mas como é mera opinião e eu sempre faço observações com intenção construtiva, acho que não preciso esconder o que eu senti até agora. (Tá melhor que Morroc Saga ^^) Parabéns pelo talento, quem dera eu o tivesse. Aguardando a continuação da história \o/ Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
keniushi. Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 O mundo protesta pela demora da Tenko! Ok, ok.. péssima montagem [/:p] Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
super gogeta Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 digo o mesmo, isso iria ser uma encrenca daquelas... e também... SIM! ESSE É O ÚLTIMO CAPÍTULO QUE ELA ESCREVEU ANTIGAMENTE! UM INÉDITO SERA O PRÓXIMO! UAHUHAUHSUHAUSHA! sim, prbns pelo próximo capítulo e por esse também , a parte da persistencia dos humanos realmente faz juz a alguns( inclusive a mim, teimosia é meu nome do meio![/heh]) e o orgulho também, você sabe descrever muito bem esse tipo de coisa, mais uma vez prbns pela ótima fic tenko, e gogogogo próximo capítulo! ps: como é que o cara conseguiu prender o pé numa armadilha?? aquele negócio é chamativo demais... ok, flow! Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Tenko Kitsune Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 CAPÍTULO 16 - SEM DOR Tenko cobriu o rosto com os lençóis quando os raios de sol atingiram seu rosto. Resmungou algo incompreensível e rolou na cama. Mas seu corpo havia sentido o calor do sol e agora a avisava que era dia e que ela devia se levantar. A contragosto, a assassina virou-se na cama outra vez, ficando de barriga para cima. Grunhiu outra vez e esfregou os olhos com as costas das mãos, e então os abriu. Piscou algumas vezes até se acostumar com a claridade intensa. Vislumbrou o teto da estalagem. Ela odiava estalagens. Porque estava acordando em uma cama de estalagem? Então ouviu som de água corrente, e se lembrou. Ela havia chegado em Al de Baran com Freya já havia algum tempo, mas não conseguia se acostumar. Não queria ficar em uma estalagem, mas Freya insistiu tanto que acabou cedendo. Respirou fundo e sentou-se na cama. Os lençóis deslizaram para baixo, deixando a mostra o torso da assassina. Nu, esguio, com diversas cicatrizes marcando a pele clara. Tenko sacudiu a cabeça, tirando da frente do rosto sua longa e despenteada juba prateada. Seu corpo e os lençóis ainda estavam impregnados pelo cheiro da noite passada. A assassina olhou para um dos lados e viu sua cota de malha e suas armas empilhadas desordenadamente em cima de uma cadeira. Ela não se lembrava de ter colocado o equipamento na cadeira. Freya havia feito isso. Onde estaria Freya agora? Virou o pescoço e olhou para o outro lado. Mas Freya não estava lá. Apenas um espaço vazio na cama. Freya sempre acordava mais cedo. Tenko gostaria que ela a esperasse acordar, ou até que a acordasse e avisasse que estava saindo. Mas ela simplesmente não estava mais lá. Deitar-se ao lado da sacerdotisa à noite e acordar sozinha pela manhã fazia Tenko se sentir um pouco solitária. Mas ela era uma assassina, e esse sentimento fazia parte. Deitou-se outra vez, apoiando a cabeça nos braços, sem ânimo para levantar e se vestir. Ficou deitada, de olhos fechados, ouvindo o barulho da água. De repente, a porta do quarto se abriu violentamente. Tenko se eriçou, abriu os olhos e se desvencilhou dos lençóis. Suas mãos instintivamente se dirigiram até suas coxas, procurando as Jurs. Mas Tenko estava nua, e as Jurs estavam em cima da cadeira, junto com todo o resto de seu equipamento. Mesmo assim, Tenko Kitsune armou uma posição defensiva, pronta para se esquivar ou atacar. As mãos nuas de um assassino também são armas letais. Mas não era Primus ou Reiko quem havia aberto a porta. Era Freya. “Calma, Amor! Te assustei?”, disse a sacerdotisa, rindo da reação instintiva e feroz da namorada. Fechou a porta e colocou no chão um par de sacolas lotadas de compras. Tenko sentou-se na cama, de pernas cruzadas, e jogou um lençol por cima dos ombros. Freya sentou-se ao seu lado, eufórica, e começou a exibir os resultados de suas negociações do dia. “Olha esse aqui, Tenko!”, disse a sacerdotisa, mostrando um estranho cajado feito de osso, com um crânio humano na ponta. “É um bastão arcano! E nem paguei nada por ele, troquei pelas suas asas de anjo!” “Minhas asas de anjo? As asas que arranquei do Angeling?”, bradou Tenko, incrédula. Olhou para a pilha de equipamento em cima da cadeira, e realmente, as asas de anjo não estavam mais lá. “Com que direito você vende as minhas coisas?”, disse a assassina, irritada. Freya se irritou também. Inflou as bochechas e reclamou: “Eu não vendi! Eu troquei! É diferente! E além disso eu fiz isso pensando em você também! Com esse cajado eu vou poder dar suporte melhor para você, e nós vamos poder caçar mais monstros e conseguir mais dinheiro! Depois eu compro outra asa de anjo pra você!” Tenko bufou. O argumento de Freya até faria algum sentido se Freya ainda caçasse com ela. Mas Freya não gostava mais de caçar com ela. Ela preferia a companhia de bruxos, caçadores ou templários. Pessoas que não tinham a elegância e seriedade de Tenko. Pessoas que, ao contrário de Tenko, não estariam dispostas a tudo para protegê-la. Mas esses templários, bruxos e caçadores matavam monstros mais rápido que uma assassina com equipamentos mais ou menos. “Veja essa também, Tenko! Uma presilha do teleporte! Troquei por aquele monte de oridecon que você estava juntando. Não todos, só uns trinta. Você nem ia usar mesmo, né?” A assassina não respondeu. Não valia a pena dizer que ela estava guardando oridecon para Kuroi. Se ela discordasse, Freya ficaria irritada e inflaria as bochechas, e então daria algum motivo para ter feito o que fez, e diria que só estava pensando no bem das duas. Não, não valia a pena responder. Tenko levantou-se da cama, pegou na cadeira uma longa tira de pano e começou a enfaixar o peito, comprimindo os seios para que não lhe atrapalhassem os movimentos. Preparava-se para a luta, como todos os dias. Será que hoje... bom, tentar não traria nenhum mal. “Freya, vou caçar alarmes. Quer ir comigo?”. Freya sacudiu a cabeça, negativamente. “Não precisa ser alarme, podemos ir em outro lugar se quiser. Você ainda se lembra do portal pra Glast Heim? Podemos ir na Cavalaria...”. Mas Freya negou outra vez. “Já tenho compromisso, Tenko, meu amor! Além disso, é bom você caçar alarmes, aí você arranja mais alguns oridecons pra gente!” Tenko concordou com a cabeça. Era a resposta que ela esperava. Silenciosamente terminou de se vestir. Prendeu as jurs nos quadris, lavou-se rapidamente e desembaraçou os cabelos. Jogou seu velho manto sobre os ombros e saiu da estalagem. Uma brisa suave bateu em seu rosto, e ela se sentiu um pouco melhor. Al de Baran era uma cidade bonita. Tinha ruas pavimentadas de pedras cinza-azulado, e prédios brancos, com elegantes telhados azuis. Al de Baran fica além das fronteiras de Rune-Midgard, fazendo parte de outro país, a República de Schwartzenwald. Era em Al de Baran que estava localizada a Guilda dos Alquimistas, e havia também o Feudo de Luina, com cinco castelos para a Guerra do Emperium. Construída sobre a água, Al de Baran era sempre fresca e sempre se ouvia barulho de água corrente. Havia simpáticas cadeiras, sombreadas por guarda-sóis, onde as pessoas costumavam se sentar para conversar, mas alguns preferiam sentar ao sol, nos canteiros de grama que rodeavam o centro da cidade. E bem no meio havia a Torre do Relógio, uma imensa e antiga construção que encerrava experimentos falhos dos antigos alquimistas. Monstros artificiais que tentavam destruir qualquer um que entrasse na torre. E alguns outros monstros também aproveitaram o lugar para fazer seus ninhos. Havia até uma tribo de Orcs morando dentro da torre. E era para a Torre do Relógio que Tenko se dirigia. Havia menos gente em Al de Baran que em Prontera, mas ela parecia tão lotada quanto. A diferença é que ao invés dos mendigos e aventureiros novatos de Prontera, as ruas de Al de Baran eram ocupadas por mercadores vendendo verdadeiras raridades, membros de grandes guildas recrutando para a Guerra do Emperium e guerreiros poderosos e orgulhosos, procurando companhia para caçar na Torre do Relógio, em Glast Heim ou até mesmo arriscar uma viagem ao mundo dos mortos, Niflheim. Também havia sacerdotes vendendo seu tempo e seus poderes. Foi em Al de Baran que Tenko Kitsune viu a Aura pela primeira vez. Quando um guerreiro atinge o limite de seus poderes, estes trespassam seu corpo. Sua energia vaza em forma de luz, formando uma aura azulada e brilhante. É perfeitamente possível esconder essa aura, deixando-a aparecer apenas nos momentos de batalha ou emoção forte. Alguém com tanto poder tem perfeita capacidade de controlá-los e liberá-los apenas quando necessário. Mas quem chegou a esse nível normalmente não quer se esconder. A Aura é motivo de grande orgulho para esses guerreiros, e eles fazem questão de brilhar o máximo possível, mesmo quando estão apenas sentados nos canteiros de grama de Al de Baran, conversando ou recrutando novos membros para suas guildas. Ao mesmo tempo, alguns novatos costumam tratar os possuidores de Auras como semi-deuses ou algo parecido. E os possuidores de Aura se tornam tão arrogantes que tratam esses novatos como vermes. E assim se forma um ciclo vicioso, onde os guerreiros experientes ao invés de ajudar os novatos os humilham e os novatos ao invés de admirar os experientes os invejam. Tenko gostava de observar o comportamento humano. Achava interessante o jeito como o poder corrompe as pessoas, e com que facilidade elas sacrificam honra e dignidade para obter mais poder. Via guerreiros de armadura brilhante e peito estufado, sentados na frente das bandeiras de suas guildas, se achando melhores que o mundo inteiro por terem acesso a um dos vinte castelos da Guerra do Emperium. Tão arrogantes e tão descuidados... Tenko poderia facilmente furtar suas bolsas, com suas mãos de dedos leves e sua habilidade natural. Mas, por outro lado, ela também era extremamente orgulhosa. Sentia pena dessas pessoas. Havia ouvido muitos boatos nas ruas, sobre alguns guerreiros que se deixavam possuir por magia negra para poder caçar sem sentir fome ou sono, andando por aí com movimentos mecânicos e olhos opacos. E quando saíam do transe seus corpos eram fortes. Mas eles não sabiam utilizar esses corpos fortes. Haviam desenvolvido apenas músculos e nenhuma perícia ou habilidade. Tenko Kitsune considerava isso patético. Deslizando no meio da multidão, Tenko chegou até a porta da Torre do Relógio. Apenas fez uma pausa para acessar seu armazém e pegar um par de velhos e surrados óculos de proteção. Não tinha mais suas asas de anjo. Subiu correndo a torre até o terceiro andar. Ela queria os alarmes. Eles eram antigas experiências falhas dos alquimistas de Al de Baran. Sua aparência era medonha. Partes orgânicas e mecânicas presas umas as outras, em um corpo quadrado de mais de dois metros de altura, recheado de órgãos e rodas dentadas. Parecia um grande relógio com braços e pernas, e soava como um também. Moviam-se lenta e desconjuntadamente, mas nunca paravam de avançar. Não sentiam dor. Seu rosto era uma espécie de máscara metálica, com uma grande boca de cantos caídos, cheia de dentes afiados, alguns metálicos e outros não, que as criaturas usavam para atacar seus inimigos. E a mordida de um alarme podia arrancar um braço ou uma perna com facilidade. A assassina chegou ao terceiro andar da torre, onde viviam os alarmes, se é que eles eram coisas vivas. Era o coração do imenso relógio da torre. Tenko lutava em meio a gigantescas roldanas e rodas dentadas, às vezes em passarelas estreitas de onde uma queda seria fatal. Mas Tenko Kitsune tinha pés leves e velozes, e equilíbrio e agilidade excepcionais. Qualquer terreno era bom para um assassino. Logo seus olhos cor-de-sangue avistaram o primeiro alarme. Sozinho, no meio de uma passarela. O alarme também a viu. Virou o rosto metálico em sua direção e fixou nela as duas crateras sombrias que tinha por olhos. No fundo de cada uma delas, uma pequena luz vermelha se acendeu. O alarme rugiu e começou a avançar em direção à assassina com seus passos mecânicos. Tenko não estava com paciência para esperar. Correu em direção ao monstro já com as jurs nas mãos, e atingiu-o com força no meio da horrenda máscara. Uma, duas, três vezes. Depois se desviou antes que o poderoso braço da criatura a atingisse. Cortou o braço, e ao invés de sangue, o que vazou foi uma espécie de óleo amarelado. Alarmes não sentem dor, não se importam de ser perfurados inúmeras vezes com jurs afiadas e reforçadas com emveretacom. Alarmes não fugiam. Não enfraqueciam até o fim, não tinham pontos vitais para serem atingidos. Só paravam de lutar quando seus corpos estavam totalmente destruídos. Tenko era metódica com os alarmes. Desestabilizava as pernas e o alarme caía no chão com um grande estrondo. Depois destroçava o resto do corpo e removia os ponteiros ou o crânio do alarme. Às vezes tinha sorte, encontrava alguma peça feita de oridecon puro. Então chutava o alarme para o abismo abaixo, ou simplesmente deixava os restos do monstro para trás. Eles continuavam se mexendo, até todos os mecanismos falharem. Então ficavam imóveis. Mas ela não se importava. Alarmes não agonizam. Alarmes não sentem dor. Ou sentem? Não importa. Ela havia se tornado extremamente forte, violenta e feroz. Se desejasse, poderia entrar em uma guilda para a Guerra do Emperium. Mas achava fútil. Tenko não sabia realmente o que desejava. Estava confusa de novo. Queria ser forte para proteger Freya, mas Freya desejaria sua proteção? Descontava sua fúria nos alarmes. Eles não sentiam dor, eram bons alvos. Tenko não sabia se teria coragem de atacar com tanta ferocidade uma criatura viva. Lutou sem parar, até seu corpo ficar totalmente exausto. Voltou para Al de Baran, vendeu seus espólios e comprou algo para comer. Passou por Freya no caminho. Estava acompanhada por um cavaleiro extremamente garboso, que parecia um líder de guilda ou coisa do tipo. Cheirava fortemente a tabaco. Tenko ignorou os dois. Procurou uma mesinha canto afastado, onde pudesse comer em paz, o que não foi fácil. Naquele horário o lugar era bem lotado. Sentou-se na ponte oeste da cidade, de costas para o público, olhando para a água. Mastigava raivosamente a comida. Começava a se arrepender de ter atravessado o Monte Mjolnir. Sentia falta de Sethit e Kuroi. Não havia dúvida de que o treinamento na torre do relógio a havia tornado mais forte e melhor equipada. Mas se sentia magoada e solitária. Antigamente Freya a acompanhava em suas caçadas. Sentia-se usada. Sem saber por que, olhou para o leste. Em uma das mesinhas com guarda-sol, Freya beijava com volúpia o cavaleiro com cheiro de tabaco e ares de líder de guilda. É interessante como o poder corrompe as pessoas. É interessante como elas sacrificam com facilidade dignidade, honra e até mesmo lealdade. Tenko havia ouvido falar de uma ilha próxima a Alberta, chamada Ilha das Tartarugas. Ouviu dizer que era bom lugar para um assassino caçar sozinho. Alberta parecia bom. Ficava perto de Payon, perto de Kuroi e Sethit. Ficava longe, mas com sorte ela conseguiria comprar de algum sacerdote um portal para Prontera. Então andaria até Izlude e pegaria um navio para Alberta. Não deixou recado nenhum para Freya. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Tenko Kitsune Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Quando sai o próximo epi? Provavelmente vou postá-lo no domingo. Por que você não enfiou a adaga no **** do cavaleiro? A adaga estava no quarto. =3 Por que Espadachin e evoluções são dados como bons ou maus em TODA fanfic? Se eles não são bons nem maus vão ser o que? Neutros e indiferentes aos fatos da narrativa? XD Que tal colocar um Bardo maligno no meio da (desculpe a expressão) suruba? Não tenho planos para bardos na fic, mas posso pensar no assunto. Todas as perguntas anteriores fizeram algum sentido? Se fazem sentido pra você, pra mim está ótimo. Eu não deveria apertar o botão "Confirmar" antes de apagar as coisas acima? Tarde demais. [/mal] Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
buradiru Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Omg quero maissss. Nossa muito legal, principamente pq adoro sin, e seu modo de escrever é muito bom. So fiquei tristee como o arruaceiro e o fato de vc ñ chamar os sins de Marcenarios, por que pode ate ser um nome ruim mais já estou acostumado com ele. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Tenko Kitsune Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Promessa feita é promessa cumprida. NetRunner ganhou a eleição pra tutora da Guilda dos Artistas, e cá estou eu de volta com a minha velha fanfic! Cheguei a pensar em ilustrar a história, mas resolvi que não quero. Quero que cada um imagine os cenários e as personagens da maneira que achar melhor. Eu mesma muitas vezes me decepcionei com representações gráficas de personagens queridos de histórias escritas. Então, vocês tem as minhas descrições e a imaginação de vocês para visualizar as cenas da maneira que mais lhes apetecer!Pros que não conhecem, o que vou postar aqui é o meu trabalho RO-related mais precioso. É praticamente o motivo que me fez amar tanto esse jogo. O universo variado e meio nonsense de Ragnarok Online abre possibilidades para inúmeras histórias. Essa é uma delas. Esta é a história de Tenko Kitsune: assassina e guerreira, menina e mulher, amante e selvagem, mestiça e única. Uma história que me é muito querida e na qual eu coloquei muito de mim mesma, e que torço para que apreciem ler tanto quanto quanto eu aprecio escrever. Tenho cerca de duas dezenas de capítulos já prontos aqui, mas vou postar devagarinho para dar tempo de todo mundo ler, comentar e criticar se quiser. Aliás, críticas construtivas são extremamente bem vindas. Só tenham em mente que os primeiros capítulos foram escritos em meados de 2005, e eu escrevia mal pra caramba naquela época. Apesar de corrigir alguns erros ortográficos ou sintáticos e mudar alguns elementos de nomenclatura (o termo rogue, por exemplo, foi substituído por ladino), o conteúdo dos capítulos ainda é o mesmo, por respeito ao passado. Afinal, quando redigi esse texto pela primeira vez, tinha em mente uma historinha despretensiosa, apenas um background para usar quando fizesse role play no Ragnarok. Acabou ficando bem maior do que eu esperava.E eu já falei demais. Aí vai o primeiro capítulo. Enjoy.------------------------------------------------------------------------------------------------------- ÍNDICE Capítulo 1 - O Cavaleiro e sua DamaCapítulo 2 - Desonra Para sua Família Capítulo 3 - Rebelde Capítulo 4 - Por Sorte, Talvez... Capítulo 5 - O Destino de uma Fugitiva Capítulo 6 - A Raposa Capítulo 7 - Um Sorriso Cordial Capítulo 8 - Kuroi Yuri Capítulo 9 - Reflexões Capítulo 10 - Reencontro Indesejado Capítulo 11 - Um Caminho para Tenko Capítulo 12 - O Templo Envolvido em Tempestades de Areia - Primeira Parte Capítulo 13 - O Templo Envolvido em Tempestades de Areia - Segunda Parte Capítulo 14 - Refúgio Capítulo 15 - PrimaveraCapítulo 16 - Sem Dor Capítulo 17 - Tenko, a Múltipla Capítulo 18 - Perdoar, Jamais Esquecer Capítulo 19 - Verde e Escarlate Capítulo 20 - Traição sob o LuarCapítulo 21 - O Legado do Demônio - Primeira Parte Capítulo 22 - O Legado do Demônio - Segunda ParteCapítulo 23 - O Início de Três Jornadas Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Takashi Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 "P.S.: Mas como eu não sou nenhum suicida, vou olhar ela através de uma câmera, comigo dentro de um cofre de titânio anti-terrorista, com 60cm de espessura. Não tem Rondel e EDP no mundo que arrebente esse troço!!!" Cuidado, sempre sobra o buraquinho por onde passa a Câmera!!!!!! Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Tenko Kitsune Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 CAPÍTULO 1 - O CAVALEIRO E SUA DAMA Lucius pisou triunfante para fora do centro de treinamento. Seu pai o aguardava do lado de fora. O aprendiz se aproximou de seu progenitor, e este lhe entregou uma lâmina simples, mas afiada e cuidadosamente reforçada com fracon até quase seu limite, poções, armadura, escudo e um gordo e tilintante saco de zeny. Depois disso, o filho despediu-se do pai e correu para a pradaria verde ao sul de Prontera, até sumir de vista. O jovem Lucius havia se tornado aprendiz havia menos de uma hora, mas já era forte. Seu treinamento já havia começado há muito tempo. Ele era um jovem forte, troncudo e cheio de vitalidade. Seus cabelos escuros e lisos refletiam um tom azulado, e fiapos de barba começavam a despontar no seu queixo. Seu rosto era anguloso, o nariz imponente e a boca fina. Sobrancelhas grossas e negras emolduravam olhos castanho-escuro. Era alto e musculoso, e sorria bravamente enquanto, sem dificuldades, testava em Porings e Fabres as habilidades aprendidas no castelo de sua família. O pai de Lucius era um nobre cavaleiro de cabelos grisalhos, e sua mãe era uma bela e delicada dama. Seus avós também eram bravos cavaleiros e damas prendadas, assim como seus bisavós, trisavôs e tataravôs. Lucius fora treinado para se tornar um cavaleiro também. Seu treinamento começou no dia em que ele teve força para segurar uma espada. Fora treinado tanto fisicamente quanto moralmente, e havia aprendido a ser rígido, sério e honrado. Poucos dias depois de sair de casa, o jovem aprendiz se tornou um espadachim. O teste não foi difícil, ele estava preparado. Sua família mandou para ele, via Kafra, uma bela coleção de espadas e escudos. E outro saco gordo de zeny. Lucius aprendeu a usar a espada de uma mão, a concentrar sua força em um único golpe, a abaixar a defesa do inimigo, a relaxar os músculos para se recuperar mais rápido de ferimentos e a suportar a dor. Até que chegou o dia de se tornar um cavaleiro. A família inteira esperava Lucius na saída do teste. Quando ele terminou, seu pai o presenteou com um belo e fogoso PecoPeco amarelado, tão cheio de vitalidade e força quanto o próprio Lucius. E assim, o jovem aprendiz se tornou Sir Lucius Renard, o mais jovem herdeiro de uma antiga dinastia. E foi re-integrado à sua família, passando a residir outra vez no castelo. A música era boa, e a bebida e comida melhores ainda. O baile estava maravilhoso. Sir Lucius Renard estava sentado à mesa com seus amigos. Eram todos cavaleiros experientes e fortes. Lucius estava belo em seus trajes de gala. Os cabelos negros refletindo um azul intenso à luz dos lustres de cristal, a barba bem cuidada emoldurando um sorriso viril, a armadura polida e a capa lavada. A bela espada pendendo de sua cintura era mais um enfeite que uma arma, já que o cavaleiro praticamente só usava a lança em batalha. Lucius ria e bebia. Os bardos começaram a tocar uma música que convidava os nobres cavaleiros à dança. Os bravos começaram quase imediatamente a se levantar de suas mesas e cortejar belas damas em vestidos de festa, que riam e cochichavam entre si cada vez que um cavaleiro estendia a mão a uma delas. Lucius sondou um pouco o ambiente, até seus olhos se fixarem em uma dama no fundo da sala, sentada ao lado de uma corte de servos. Lucius cutucou seu pai, pedindo informações sobre a bela mulher, sem tirar os olhos dela. Seu pai respondeu que aquela era Lady Irina, e isso era tudo que ele sabia. A nobre dama havia acabado de chegar à cidade. Era uma mulher peculiar. Seu rosto era delicado e bem-feito, emoldurado por cabelos de um louro muito claro, quase branco. Eram bem-tratados e caiam em cachos ondulados sobre seus ombros. A pele era muito clara, contrastando com o vestido negro. Seus lábios carnudos e vermelhos sorriam delicadamente para Lucius. Mas o maior destaque eram seus olhos. Eram olhos vermelho-sangue, brilhantes, ferozes. Havia algo sobre-humano naqueles olhos. Eles fixavam diretamente os olhos castanhos do cavaleiro, e o chamavam insistentemente. Lucius prontamente atendeu ao chamado.Não muito tempo depois, os sinos da catedral de prontera anunciavam o casamento de Sir Lucius Renard com Lady Irina. A família inteira do cavaleiro compareceu ao casamento. Mas a dama trouxe apenas um séquito de servos. O casamento era próspero e o casal era feliz. Os servos de Irina passaram a trabalhar no castelo, e eram mais prestativos que qualquer outro servo. A dama mantinha dois deles especialmente próximos. Um garoto delicado, pálido, de aparência frágil. Seu nome era Reiko, e ele tinha cabelos castanho-dourado muito claros que caiam sobre seu rosto, e olhos azul-celeste. Reiko arrumava e limpava o quarto e as posses pessoais da sua senhora. O outro servo, Byakko, tinha a mesma pele clara e os mesmos olhos azuis de Reiko, mas era forte e musculoso. Seus cabelos eram louros e caiam em um rabo de cavalo sobre suas costas. Byakko cuidava do pequeno jardim de sua senhora, e entregava mensagens. Os dois aceitavam ordens dela, e apenas dela.Muitos dos nobres do palácio olhavam com desconfiança para Irina e seus dois servos, mas Lucius a amava perdidamente, e era muito feliz ao lado de sua dama. E assim se passaram alguns anos. O esperado choro de criança finalmente irrompeu no quarto de Lady Irina Renard. O ansioso Lucius entrou no quarto assim que lhe foi permitido. Era uma linda menininha. Sua pele era pouco mais escura que a da mãe, tinha as sobrancelhas expressivas e o rosto anguloso do pai. Seus cabelos, mistura do negro-azulado com o prateado, saíram de um tom prata-azulado, que lembrava a cor do luar. Os olhos eram vermelho-sangue, ferozes, perfurantes, idênticos aos da mãe. Era uma criança bonita e saudável. Seu nome, disse Irina, seria Tenko. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Tosha Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Alguma noticia da Tenko, ou a propria autora poderia se pronunciar? Se parou de vez eu gostaria ao menos de saber para nao ficar visitando o nada aqui. Saudaçoes de + 1 fã Tosha Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Red Death Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Eu não esperava que você continuasse com essa fic, Tenko. Eu não esperava mesmo. Mesmo porque você, assim como eu e muitos outros, quitou do bRO depois da chegada dos ROPs. E me pareceu que você tinha renunciado, juntamente com a sua assassina, à sua fic e a tudo que dava origem à ela. Entretanto, cá está você, postando novamente no fórum os primeiros capítulos da sua obra, que eu me lembro tão bem, onde temos a nossa futura assassina fugindo de seu castelo e de seus confortos, para vivenciar uma realidade que não poderia ser compreendida por seu pai e pelas personalidades superficiais da nobreza. Ah, como eu tive bons momentos com esses primeiros capítulos! Essa história significa muito para mim. Mudou o modo como vejo a classe dos assassinos, e por conseguinte, sendo eu um colega de profissão, o modo como vejo à mim mesmo. Quero deixar claro que vou continuar acompanhando a sua fic como sempre fiz, lendo, elogiando, criticando, enfim, contribuindo com minhas opiniões para o progresso da grande escritora que você já demonstrou ser. Ocasionalmente, vou estar debochando também. De forma carinhosamente construtiva, claro =3. Espero ansiosamente os próximos capítulos. Khelek Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Tenko Kitsune Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 CAPÍTULO 15 - PRIMAVERA Dizem as lendas que um dia o deus Loki apareceu para os ferreiros anões Eitri e Brokk carregando a lança de Odin, Gungnir, e o bote dobrável de Freyr, Skidbladnir, e apostou a própria cabeça que os dois não conseguiriam forjar objetos mais fantásticos que os que ele tinha nas mãos. Ora, Gungnir e Skidbladnir haviam sido forjados por rivais de Eitri e Brokk, e estes se sentiram ofendidos e aceitaram o desafio. Eitri moldava os objetos enquanto Brokk lidava com o fole, e eles tiraram da forja Gullinbursti, o javali de crina dourada, e Draupnir, o anel de Odin. Mesmo assim, aqueles objetos não eram mais impressionantes que os que Loki trazia. Então Eitri começou mais uma forja. Loki queria garantir sua vitória, então se transformou em um inseto e picou a pálpebra de Brokk, que se desconcentrou do seu trabalho com o fole por alguns segundos. Por causa disso, o martelo de batalha que Eitri havia forjado ficou com o cabo muito curto, e levemente oblíquo à cabeça da arma. Mesmo assim, todos concordaram que aquele martelo, que foi chamado Mjolnir, era mais maravilhoso que os objetos que Loki trouxera. No entanto, Loki argumentou que em momento algum da aposta havia dito que os anões poderiam cortar seu pescoço. Desse modo, o Deus das Mentiras se safou, e os ferreiros ofereceram o Mjolnir como presente a Thor, para ser usado em suas lutas contra os gigantes. E mesmo com o cabo torto, arma mais poderosa não havia em todos os Nove Mundos. Tão poderoso era o martelo de Thor que, dizem as lendas, uma vez ele bateu com a arma no chão em Midgard, e tão grande foi o impacto que fez erguer uma montanha. Assim, dizem, surgiu o Monte Mjolnir. Sejam as lendas verdadeiras ou não, o fato é que o Monte Mjolnir é um lugar misterioso. Suas encostas verdes são cobertas de belas flores róseas ou púrpura, tão grandes quanto mesas de banquete, com caules grossos como troncos de árvore. A relva brilhante pode chegar à altura dos joelhos de um homem adulto. Lá existem rios de águas cristalinas, e dizem que a própria deusa Freya gostava de passear nas margens daqueles rios, e que em alguns pontos, seu perfume ainda pode ser sentido no vento. Existem até aqueles que dizem que ainda há anões vivendo nas cavernas do Monte Mjolnir, escondidos, cuidando das suas forjas e esperando os deuses voltarem a Midgard, no dia do Ragnarök. Naquele exato momento, como nas lendas, Freya caminhava à margem do rio que cruzava o Monte Mjolnir. Mas não Freya, a Deusa, e sim Freya, a Sacerdotisa. Caminhava tranquilamente, se apoiando no cajado, uma bela diadema de ouro sobre a cabeça. Ao seu lado, com o manto jogado em um dos ombros, de braços cruzados e passos silenciosos, caminhava Tenko Kitsune, a Assassina, que no momento não saberia dizer qual das duas Freyas achava mais bela. Já fazia tempo que o casal havia deixado a casa dos Aintaurë em Payon, e o tapete de neve do Inverno já começava a derreter. O vento forte sacudia a relva e trazia o cheiro das flores e o inebriante perfume de Freya às narinas de Tenko, mas ela não podia se distrair. O Monte Mjolnir é habitado por inúmeros insetos. Insetos que seguem a proporção das flores. Zangões do tamanho de uma criança de cinco anos, Louva-a-Deus com foices mais longas que as jurs de Tenko, grandes aranhas com teias ainda maiores e centopéias longas como Jibóias e de exoesqueleto duro como o de um Vadon. A maioria destes insetos com uma capacidade maior ou menor de envenenar suas vítimas. Por é uma boa idéia ter a companhia de um assassino ao atravessar o Monte Mjolnir. Tenko era não só mestra na criação e no uso de venenos como também extremamente eficaz na produção de antídotos. “Não estamos passeando nos arredores de Prontera, Freya. Deixe minhas mãos livres, por favor”, pediu Tenko ao sentir a mão da sacerdotisa envolver a sua. Apreciava o toque de Freya, mas odiava que seus movimentos fossem restritos. Freya removeu a mão, parecendo levemente ofendida. Havia sido assim desde que deixaram Payon. Freqüentemente tinham pequenas brigas por motivos bobos, normalmente por causa da comida ou do local para dormir. “Ela realmente não foi feita para viver longe de uma cidade”, pensou a assassina. Imaginava se Freya a acharia rude ou abrutalhada. Se arrependia por não ter prestado mais atenção às aulas de etiqueta de sua infância. Ser uma dama não era seu estilo, mas por Freya ela faria qualquer coisa. De repente, a sacerdotisa parou de andar. “Argiope! Tenko, vá na frente!” Tenko desembainhou suas jurs em um segundo. O enorme miriápode de casco escarlate já havia percebido sua presença e rastejava lentamente em sua direção, movendo as pinças venenosas ameaçadoramente. A assassina, ao contrário de seu adversário, era veloz como uma Rosa Selvagem, e disparou contra o Argiope ferozmente. O estilo de luta de Tenko era brutal e veloz, mas um observador mais atento encontraria uma certa graça nos movimentos da assassina. Ela correu furiosamente até diminuir a distância entre ela mesma e o inseto para alguns poucos metros. Então investiu. Firmando as pernas, girou o corpo, postando-se atrás do Argiope que nesse momento investia contra ela também, e cravou o katar da mão direita na casca rija de seu adversário. A maioria das armas teria problemas com o exoesqueleto duro do miriápode, mas não um katar. Feito para quebrar cotas de malha e perfurar escudos, o katar de Tenko penetrou o casco escarlate do Argiope sem dificuldade alguma. E logo a mão direita foi seguida pela esquerda, em um movimento contínuo e inevitável. Os Argiopes já não eram mais desafio para Tenko. Ela os abatia em poucos segundos. Freya já havia percebido isso também, e nem se preocupava em executar magias divinas mais complexas como Impositio Manus ou Magnificat. “Vamos, Tenko”, disse a sacerdotisa. “Al De Baran ainda está bem longe”. Tenko acenou com a cabeça. “Espere um minuto. Ouvi dizer que veneno de Argiope é bem eficaz se misturado com álcool”, disse ela, retirando um pequeno frasco das vestes e recolhendo o líquido amarelado que pingava das pinças do miriápode morto. Freya bufou, irritada. Não gostava de esperar. “Provavelmente vamos brigar de novo”, pensou a assassina. Mas ela não se importava. Gostava demais de Freya para se importar com algumas briguinhas sem sentido. “Argiope!”, gritou Freya outra vez, já sem ânimo. Tenko avançou na criatura, mas parou quando percebeu que ela não a atacava. Ao lado do Argiope havia um homem alto, de cabelos longos. Um sacerdote, a julgar pelas suas vestes. Antes que Tenko pudesse perguntar se ele precisava de ajuda, o sacerdote soltou um poderoso urro e esmagou a cabeça do inseto com um enorme porrete que tinha nas mãos. Em seguida brandiu a maça violentamente e fez o corpo volumoso do Argiope se elevar nos ares e se estatelar no chão em seguida. Tenko sorriu. Era uma grande coincidência encontrar Caifás naquele lugar tão vazio. “Tenko! Eu podia jurar que você ia se tornar uma arruaceira!”, disse ele, rindo. “Ladino, Caifás. Respeite. E eu podia jurar que você se tornaria um monge...”, respondeu a assassina. Conversaram alegremente por alguns minutos, até Freya começar a bufar impaciente outra vez. Caifás então convidou-as para comer alguma coisa no local onde ele estava acampado. Freya aceitou prontamente, o que Tenko encarou como ofensa à sua comida. Mas não disse nada. O acampamento de Caifás era bem mais organizado que os pernoites de Tenko e Freya. Tinha se instalado em uma pequena caverna na encosta do monte. “Estou acampado aqui com a nossa prima Stella. Lembra da prima Stella, Tenko? Se tornou templária há algum tempo, está caçando nas Minas de Carvão. Hoje é minha vez de cozinhar.”, disso o sacerdote, acendendo um cigarro. “Essa coisa não é ilegal?”, indagou Tenko, levantando uma sobrancelha em desaprovação. “Uhn... acho que sim”, disse Caifás, segurando o rolinho de tabaco fumegante entre os dedos, rindo. A assassina não pode deixar de notar como o irmão havia crescido. Estava do tamanho do pai, mas um pouco mais esguio. O rosto havia se tornado quadrado, e a voz havia engrossado. Ondas de cabelos prateados caíam até o meio das costas do jovem sacerdote, presos por um elegante laço de seda. Carregava na cintura a enorme maça de madeira e aço com a mesma facilidade com que Tenko carregava suas jurs. E definitivamente, Caifás cozinhava muito melhor que Tenko ou Freya. Comeram, e logo Freya adormeceu, com a cabeça apoiada no colo da assassina. “Estamos perto da Mina de Carvão, Caifás? Isso significa que estamos quase em Al De Baran!”, disse Tenko. O jovem sacerdote balançou a cabeça afirmativamente. “Vocês devem chegar lá em mais dois ou três dias de viagem, se andarem rápido”. Os dois irmãos ficaram contando sobre suas viagens e suas aventuras até a lua ir alta no céu escuro. “Então os Nove-Caudas não gostam de você, Tenko? Estranho... eles também não gostam de mim”, disse o sacerdote. “Me atacam com fúria demoníaca. Imaginei que sentissem meus poderes divinos, grande parte dos monstros sente e se enfurece. Mas se eles ficam desse jeito com você também...”. Caifás acendeu outro cigarro, pensativo. “Imagino que tenha algo a ver com a nossa mãe, não? Quero dizer, ela era uma mulher muito estranha...”, respondeu a assassina. “Você tem os olhos dela”, disse Caifás. “E eu a invejo. Tenho os olhos de nosso pai”. Tenko sacudiu a cabeça. “Não me inveje, Caifás. Olhos vermelhos só me trouxeram problemas até agora”. Caifás respondeu tristemente. “Pelo menos você não tem que olhar seu reflexo e ver os olhos de um tirano. Nosso pai nunca me tratou bem. Nunca se importou se eu não queria saber da cavalaria, tinha vergonha de mim!”. “Tinha vergonha de nós dois”, disse Tenko, sorrindo. “E não sou muito grata a ele por ter colocado Primus na minha vida. Mas o perdôo. Ele não tinha noção do que estava fazendo. Só queria salvar o único modo de vida que ele conhecia”. Caifás concordou depois de algum tempo, acenando com a cabeça. Depois ficou pensativo, o cigarro aceso quase caindo da boca. Tenko acariciou gentilmente os cabelos da namorada, que grunhiu e virou-se para o outro lado. ------------------------------------------------------------------- O Inverno chegava ao fim no sul de Rune-Midgard também. A Payon branca se tingia do tom verde-claro da relva nova, salpicada de flores aqui e ali. Não tão grandes como as do Monte Mjolnir, mas igualmente belas e perfumadas. As majestosas e antigas árvores do Feudo do Bosque Celestial ganhavam uma nova e espessa folhagem, escondendo os cinco castelos do Feudo em seu manto verde. Os fumacentos saíam de suas tocas, os pés-grandes despertavam de seu longo sono e pássaros que haviam migrado para terras mais quentes voltavam para casa, cantando, anunciando a chegada da Primavera. Se existia alguém em Payon que gostava tanto da primavera quanto os pássaros e os fumacentos, esse alguém era Sethit Aintaurë. Após um longo inverno de serviços domésticos, a caçadora voltava a pegar seu arco. Horus, o falcão, também estava ansioso para esticar as asas, e os dois juntos se embrenhavam na floresta logo pela manhã e só voltavam quando o Sol já mergulhava no horizonte ao oeste. Kuroi Yuri também apreciava a chegada da primavera. Durante o inverno havia produzido uma boa quantidade de armas, que agora vendia nas ruas da cidade. Não armas comuns, que se compra nas lojas, ou armas com capacidade de combinação mágica, do tipo das antigas que se encontra nas tocas dos monstros. Armas chamadas elementais, imbuídas com as propriedades do fogo, da água, da terra ou do vento. Essas só podem ser forjadas por ferreiros habilidosos, pois é preciso forjar junto com o aço uma pedra elemental, e isto diminui consideravelmente as chances de sucesso da forja. Ainda assim, as mãos de dedos curtos e roliços de Kuroi eram extremamente habilidosas, e ela agora se sentava ao largo da calçada da cidade de Payon, vestida à moda dos ferreiros, de camisa branca e calças curtas de tecido áspero, botas e luvas de couro. Seus cabelos dourados estavam enfeitados por um belo par de guizos de ouro, como os que são encontrados nas cabeças das Sohees, que tilintavam quando ela sacudia a cabeça. Sempre alegre, com um largo sorriso no rosto sardento, a Ferreira animadamente oferecia aos passantes uma magnífica coleção de espadas, lanças e adagas elementais, todas com belas bainhas de couro e cabos trabalhados com desenhos de ramos e flores. Naquele exato momento enumerava as qualidades de uma longa claymore para um jovem cavaleiro de armadura bem-polida, que observava interessado. “Foi forjada com aço da melhor qualidade, senhor! Aço que eu refinei pessoalmente! A bainha é de couro de Nove-Caudas, que conserva melhor as propriedades de uma arma flamejante! Veja a lâmina, como é sempre quente, como se tivesse acabado de sair da forja! Veja como o peso é bem distribuído! Perfeita para lutar contra mortos vivos e contra criaturas da terra! Com essa espada, o senhor faria um verdadeiro estrago em Glast Heim!”, dizia a ferreira, desembainhando a espada nova e brilhante e indicando com os dedos cada um dos detalhes do cabo, o Coração Flamejante incrustado na cruz da espada e a marca negra em forma de lírio na base da lâmina. “E ela será sua por apenas um milhão e trezentos mil zeny!”, disse finalmente. “Pago setecentos mil”, disse o cavaleiro, cruzando os braços. “Um e duzentos!”, retrucou Kuroi, começando a falar outra vez sobre a qualidade do seu aço e as características únicas das suas marteladas firmes. Kuroi Yuri era uma boa negociante, mas tinha gênio forte e era impulsiva, o que as vezes a atrapalhava. No fim de uma exaustiva conversa, a espada trocou de mãos por novecentos e cinqüenta mil e quinhentos zeny. A Ferreira tomou fôlego e se preparou para anunciar seus produtos mais uma vez, quando ouviu uma risada doce e familiar. Virou-se e deu de cara com sua anfitriã, Sethit, elegante em seus trajes de caça de mangas largas, com braçadeiras de couro, gorro de pele de fumacento, o arco em um ombro e Horus no outro. “Acabei de vender os espólios de minha caçada e pensei em cumprimentá-la, minha nobre Kuroi! Como vão seus negócios?”, perguntou a caçadora. “Decentes”, respondeu a Ferreira. “Vendi duas claymores hoje. Um ladino tentou furtar uma das minhas damascus, mas acabei o convencendo a comprá-la. Teve uma boa caçada?”. “Ai de mim! Agora entendo o que Tenko sentia quando dizia que Payon estava ficando pequena demais! Penso seriamente em viajar para Kunlun ou Morroc, estou ficando cansada daqui!”, disse a caçadora com sua voz doce, brincando com a ponta dos cabelos castanhos. “Mas já que estou aqui, tenho algo mais a lhe dizer. Veja isto!”, disse ela, e tirou do cinto, onde estavam penduradas sua trompa e sua faca de caça, um rolo de pergaminho. Desenrolou-o diante da ferreira e deixou-a ler. Depois repetiu em voz alta: “Grande Baile Real da Primavera, Kuroi. Será daqui a uma semana no castelo de Prontera, e o rei Tristan em pessoa convoca os Aintaurë!”. Kuroi se animou imediatamente. Nos seus tempos em Alberta havia comparecido muitas vezes ao Baile da Primavera. Sua família era sempre convocada. Mas Sethit tinha as sobrancelhas franzidas e demonstrava nervosismo. “Kuroi... eu nunca fui ao Baile da Primavera! Sempre dei uma desculpa ou outra, mas dessa vez minha mãe disse que eu já tenho idade o bastante para ter algumas responsabilidades como uma dama! Mas eu não sei dançar, Kuroi! E não quero arranjar um noivo!”. Kuroi sorriu maliciosamente. “Nunca teve um namorado, Sethit?”. “O homem da minha vida está pousado no meu ombro neste exato momento!”, disse a caçadora com firmeza. Horus soltou um pio alegre e mordiscou carinhosamente a orelha da companheira. Kuroi começou a rir tão alto que as pessoas paravam para olhar, e Sethit corou de vergonha. “Ehhhh Sethit, eu posso te ensinar a dançar! E os cavaleiros não vão agarrar você, sabe...”, disse a ferreira. Em resposta Sethit agarrou com força as mãos da jovem loura. “Kuroi... vá comigo ao baile, por favor! Eu... eu sou muito tímida! E nunca fui, vou fazer tudo errado!”. Kuroi desviou o olhar. “Não sei... minha família com certeza vai estar lá. Não acho que eles queiram me ver de novo. Além disso, eu não fui convidada...”. “Você é MINHA convidada!”, retrucou a caçadora, apontando o pergaminho. “Você pode ir ao baile como parte da família Aintaurë. O convite prevê esses casos. Por favor Kuroi! Eu preciso de ajuda!”, disse ela com voz trêmula. “Tudo bem, eu vou com você”, concordou a ferreira. “Mas agora você que está chamando atenção!”. Sethit suspirou aliviada, e agradeceu a ferreira com uma elegante reverência. A semana passou mais rápido que Sethit gostaria. Logo a caçadora estava em pé, na entrada do Castelo de Prontera. Com um vestido verde-esmeralda no estilo oriental de Payon, os cabelos cuidadosamente trançados e enfeitados e algumas poucas jóias de família, a mais jovem dos Aintaurë era de uma elegância simples, e se destacava no meio das damas empoadas de Prontera, tão cheias de rendas e babados que mal conseguiam se movimentar. Mais de um nobre parou para observar melhor a dama de Payon, o que fazia as maçãs do rosto de Sethit se tingirem de escarlate. Kuroi Yuri também estava bela em seu vestido bordô, mas era atarracada e seus ombros e peito eram tão sardentos quanto o rosto, e por isso não despertava tantos olhares quanto a caçadora. Por isso e por causa do lírio negro, agora totalmente visível em suas costas nuas, e sem a cobertura dos cabelos dourados, que estavam presos em um elegante nó no pescoço. Mas ao contrário de Sethit, Kuroi se sentia confortável em multidões e não apresentava nenhum nervosismo. No entanto, ao entrarem no castelo os Aintaurë apresentaram a filha aos seus conhecidos, e Sethit começou a relaxar e a se soltar, e logo dançava com desenvoltura. Kuroi, pelo contrário, logo viu seus familiares e começou a se sentir levemente oprimida. Via o ambiente da festa com olhos de ferreira agora. E não achava mais graça nenhuma. Em certo momento foi abordada por um cavaleiro alto, de longos cabelos negros e profundos olhos azuis. Mas não sentia vontade alguma de dançar. Recusou o convite educadamente e disse que precisava tomar um ar. Saiu pela porta dos fundos. O cavaleiro cruzou os braços, irritado. “Não conseguiu descobrir nada, Secousse?” Secousse olhou na direção de onde a voz tinha vindo. Lá estava Reiko, de vestes negras do tipo que os nobres de Geffen usam, acompanhado por Byakko, usando vestimentas formais de mercador de cor cinzenta. Os dois pares de olhos azul-celeste o fitavam com um certo desprezo. “Ei, não é minha culpa se ela não quis dançar comigo! De qualquer jeito, como podem ver, Tenko não está aqui!”. Reiko se enfureceu. “Fale baixo, cavaleiro estúpido! Não está vendo o velho Renard ali atrás? Não deixe que ele te ouça falando da mestiça!”. Sir Primus se desculpou, mal humorado. Reiko, Byakko, Irina, eram poderosos, mas não entendiam completamente as nuances de personalidade de um humano. Ele sabia que Tenko não estaria em um baile daquele tipo. De qualquer jeito, não era sua culpa, pensou o cavaleiro, se servindo de vinho. Desta vez, não era sua culpa se eles haviam perdido a pista. Reiko sabia disso. Pela primeira vez, o mago parecia estar inseguro. Kuroi Yuri saiu pela porta dos fundos do castelo e sentiu uma lufada do ar fresco da noite atingir seu rosto. Fechou os olhos e respirou profundamente por um momento. Em seguida levantou o olhar para o céu estrelado,e se sentiu mais tranqüila. O fundo do Castelo de Prontera dava para o Feudo das Valquírias, palco da Guerra do Emperium, e seus cinco castelos mantidos pela lei da espada: Gondul, Skoegul, Brynhildr, Kriemhildr e Hrist. Os cinco agora pareciam desertos, e suas torres brilhavam fantasmagóricas, refletindo o luar. “É bonito, não é? Fica ainda mais lindo no momento em que começa a Guerra, quando o Emperium nasce e seu brilho dourado vaza pelas janelas das torres”, disse uma voz feminina, bela e triste. Kuroi sentiu um calor estranho. Uma presença forte, que a fazia sentir pequena. Olhou para o lado e viu uma dama. Mais alta que alguns dos cavaleiros do rei e bela como um anjo. Tinha lábios rosados e nariz bem-feito. Seus olhos eram cinzentos, e seus cabelos eram de um tom claro de azul. Eram lisos e muito longos, e caíam soltos sobre seus ombros, passando o meio das costas. Seu vestido era longo e de um azul-acinzentado que combinava com seus olhos, e por cima dos ombros havia uma magnífica capa de penas de cisne imaculadamente brancas, que faziam até o brilho do luar parecer cinzento. Seu corpo inteiro demonstrava tristeza. “Me desculpe, acho que a assustei”, disse a dama ao ver a expressão de surpresa nos olhos verdes da ferreira. “Não, eu... estava distraída”, respondeu Kuroi, ainda atordoada pela intensa e estranha presença da bela dama. Aquela sensação lhe era vagamente familiar, assim como a voz daquela mulher. Porém não se lembrava, e tinha certeza que se lembraria, de uma dama tão alta e tão bela. “Desculpe-me, senhorita, mas... será que já não nos conhecemos de algum lugar?”. Em resposta, a dama apenas fitou-a diretamente nos olhos e sorriu um sorriso triste. Aquele olhar fez Kuroi sentir que cada pelo do seu corpo se arrepiava. Era realmente intenso. Só conseguia se lembrar de mais um par de olhos que conseguia causar um efeito assim. Um par de olhos vermelhos. Mas o olhar de Tenko Kitsune era feroz, selvagem. Os olhos dessa dama eram simplesmente tristes. “Tem... alguma coisa errada, senhorita. Será que eu posso ajudar?”, perguntou a ferreira. A dama sorriu mais uma vez, os olhos fixos no céu escuro. “O que você busca, Kuroi Yuri?”. Kuroi sentiu seu coração saltar. “Como você sabe?” Silenciosamente, a dama apontou a tatuagem no braço direito da ferreira. “Ah... é verdade, tinha esquecido. Hã... como assim o que eu busco?”. A dama simplesmente repetiu a pergunta. Kuroi pensou por um momento. “Eu sou uma ferreira. Quero ser a melhor ferreira de Rune-Midgard. Quero forjar as melhores armas, e que essas armas sejam usadas pelos melhores guerreiros. É isto que eu busco!”. A dama sorriu tristemente outra vez. “Um sonho digno de Kuroi Yuri”, disse ela, e em seguida falou tristemente, quase sussurrando: “Eu busco um herói”. Kuroi sorriu também. “Não deve ser muito difícil! Veja quantos guerreiros poderosos temos só aqui em Prontera! Temos muitos heróis nos tempos de hoje!”. A dama negou com a cabeça, tristemente. “Guerreiros poderosos são fáceis de encontrar. Mas um guerreiro poderoso não é um herói. Quantas almas verdadeiramente nobres existem em todos os Nove Mundos? Quantas existirão em Midgard, se até entre os deuses há trapaceiros?” Kuroi ficou pensativa por mais alguns instantes. Estava certa. Cada vez menos se ouvia falar de atos nobres, e até a cavalaria estava corrompida. A busca daquela dama era realmente difícil. Ficaram as duas em silêncio por um longo tempo, observando os reflexos da Lua nas torres dos castelos. Então, a dama quebrou o silêncio com uma pergunta que Kuroi estava acostumada a ouvir, mas naquele momento era a última que esperava. “Sabe forjar claymores, Kuroi Yuri?”. Surpresa, Kuroi assentiu com a cabeça. “O que precisa para forjar três delas?”. Kuroi arregalou os olhos. Pergunta estranha, vinda de uma dama como aquela. Mas respondeu. “Para cada tentativa preciso de... uhhn... vinte lingotes de aço, uns dezesseis oridecons, os puros, não os brutos. Também um diamante. Mas não um dos muito duros, um daqueles que racham. E uma pedra elemental, se quiser que a arma tenha elemento... claro, não garanto acertar na primeira tentativa, não sou muito experiente ainda e as armas não saem muito boas as vezes...”. “Aço... oridecon... disto tenho o quanto precisar. Mas não tenho dinheiro. Desculpe incomodá-la”, disse a dama. Mas sem saber porque, Kuroi respondeu: “Não cobrarei nada pela forja. Posso fazer um favor”. A dama sorriu, mas dessa vez sem tristeza, com uma certa esperança no olhar. “Posso lhe entregar o material agora, se preferir. Quanto tempo precisa para a forja?”. Kuroi pediu três semanas. Contou que estava hospedada com os Aintaurë e a dama disse que mandaria entregar o material. Agradeceu o favor e disse estar em dívida. Kuroi, confusa, voltou para dentro do castelo, para junto dos Aintaurë. O Sol já nascia e o Baile estava para terminar. A dama ficou sozinha, na entrada do Feudo das Valquírias. Para a surpresa de Kuroi Yuri, o material de forja realmente foi entregue na casa dos Aintaurë. “Devo estar ficando louca”, pensou consigo mesma a ferreira. Mas cumpriu o prometido, e depois de três semanas tinha nas mãos três das melhores claymores que já havia forjado. Cada uma das três lâminas havia sido forjada com o maior cuidado, cada uma das três pedras elementais, Vento Bruto, Coração Flamejante e Gelo Místico, haviam sido engastadas no cabo ricamente trabalhado das espadas com precisão sem igual. Até mesmo com as bainhas Kuroi havia tomado cuidado especial. Havia usado couro de Matyr, que era um dos melhores que existem. Mas dama nenhuma veio buscá-las. Cada vez mais confusa, Kuroi resolveu não vender as espadas. Guardou-as. Alguns dias depois a nobre dama veio buscá-las. Kuroi havia esperado que ela viesse em uma carruagem ou liteira, mas ela veio montada em um magnífico PecoPeco cor de fogo. Ao invés de vestido, ela trajava belíssima cota de malha por baixo das placas metálicas da armadura. Na cabeça, ao invés de diadema ou enfeite semelhante, havia um pesado elmo com grandes chifres de carneiro, e além do elmo havia na altura das orelhas barbatanas, símbolo da classe dos espadachins. Carregava no braço esquerdo um grande escudo e na mão direita uma lança de infantaria, que parecia estar refinada até o seu limite. Da cintura pendia uma espada reta, de lâmina fina, uma haedonggum. Sobre os ombros estava o manto de penas de cisne, a única coisa que Kuroi realmente estava esperando ver. Kuroi sentiu a intimidadora aura de poder da amazona. Agora ela se lembrava. Realmente, elas haviam se conhecido antes, na noite em que ela havia recebido sua tatuagem. Na noite em que Héstia Aetna havia se tornado Kuroi Yuri. A amazona desceu do PecoPeco e sorriu gentilmente para a ferreira, que segurava as espadas boquiaberta. Ela sentia a aura de poder da amazona mais forte do que nunca. A dama examinou as espadas cuidadosamente e sorriu. “Um trabalho digno de Kuroi Yuri. Uma pena não ter dinheiro para pagar por ele. Mas farei o meu melhor, nobre ferreira, para ser digna do teu trabalho”, disse ela, fazendo uma profunda reverência. Kuroi dobrou o corpo também. “Não... eu te devo tanto! Sem você essas espadas não existiriam!” A amazona tocou gentilmente o rosto de Kuroi e a fez levantar o queixo. “Não se curve, nobre ferreira, a essa vil renegada. Nossos destinos se entrelaçaram naquele dia em Prontera, de modo que essas espadas frescas da forja estão aqui hoje. Mas o destino está acima de controle meu ou teu, e eu não fiz mais que cumprir meu dever. Não se sinta em dívida, nobre ferreira, pois luto para pagar uma dívida tão grande que os corriqueiros nós na linha do destino, como o que causou nosso encontro, não tem a menor importância”. Disse isso e deu andou na direção do seu PecoPeco, que esperava pacientemente, sem estar amarrado ou preso. Montou no animal, que nem pareceu sentir seu peso apesar da armadura completa e das cinco armas mais o escudo que carregava. “Nos encontraremos outra vez, Kuroi Yuri. E se lhe apetecer dirigir a palavra a essa renegada, saiba que me chamo Brynhildr, e não sou digna de sobrenome. Espero ser-lhe útil então”. Disse isso e pressionou o ventre do Peco com as joelheiras metálicas, pois em suas botas não havia esporas. O animal disparou e sumiu rapidamente em meio à floresta. Kuroi Yuri sacudiu a cabeça para se livrar do atordoamento, e entrou de novo na casa dos Aintaurë. “Que amazona estranha! Porque causa esse efeito em mim?” Suspirou, balançou os ombros e voltou para seus aposentos. Tinha algumas encomendas de forja para terminar ainda. O nome Brynhildr também não lhe era estranho. Mas resolveu não pensar mais nisso. Tinha muito o que fazer. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Tenko Kitsune Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Pode parecer besteira, mas tem certeza que foi só até a metade do capítulo 25? Porque, se for mesmo verdade, então muita coisa vai acontecer em muito pouco tempo. Os capítulos vão passar a ser mais longos. Alguns chegam a ter mais de 20 páginas. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Pdrk Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 É porque, da primeira vez, era só flood e briga. Agora tá mais tranquilo.Relaxing while listening Sign of Fear and Psycho, both from Primal Fear. And listen them LOUD! .Pdrk. Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Tenko Kitsune Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 ps: como é que o cara conseguiu prender o pé numa armadilha?? aquele negócio é chamativo demais...É chamativo no mundo do jogo. Armadilhas reais não podem ser chamativas, senão nenhum bicho chega perto delas. Se fosse seguir literalmente assim o jogo, todas as pessoas da fic teriam cabeças enormes sem boca nem nariz! [/heh] Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Nhyx. Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Vendo a fic inteira por R$ 20,00. Só mandar PM!!! Heheheheh brincadeirinha, Tenko me mataria enquanto durmo! Mas uma coisa falo: A personagem mais legal de todas ainda não apareceu! hihihihihihihi Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
super gogeta Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 a tenko agora é uma das 3 lendas do fórum de fics: em primeiro lugar, maizena, e o "orc que nunca deu respawn!" em segundo, Lord_novice, que desapareceu depois que floodou nas fics do pdrk em terceiro, Leafar, também conhecido de vez em quando como " pô, o cara atraso a fic! bora lá lincha ele!" e disparando por todo a gráfico, agora está... TENKO KITSUNE! como " a assasina que desaparece!" ... ok, é isso. sintam-se à vontade para mudar alguma coisa antes que eu apanhe por causa disso. no mais... TENKO, CADE VOCÊ? será que ela foi abduz...* toma pedrada* ok, ok , chega de aliens. ok,flow! Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Rakesh Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Ou o buraquinho da chave... Senão, pode ficar esperando de fora mesmo, que uma hora ou outra o ar acaba e ele vai ter que sair. ^_^ Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Doppelg@nger Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Pode parecer besteira, mas tem certeza que foi só até a metade do capítulo 25? Porque, se for mesmo verdade, então muita coisa vai acontecer em muito pouco tempo. Os capítulos vão passar a ser mais longos. Alguns chegam a ter mais de 20 páginas. Isso é uma ótima notícia *-* Seria melhor apenas se você falasse quando vai postar outra vez Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
Kawako Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 Quem é o seu fã número 1, Tenko =P ? Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
PowerKamus Postado Maio 19, 2009 Compartilhar Postado Maio 19, 2009 PUff. Finalmente terminei de ler tudo, e o que posso falar sobre os capítulos que eu li? Tenko, Casa comigo? LOL.Você devia escrever um livro, tá perfeito, ótimo, já li várias fanfics, enormes, maravilhosas, várias ruins também, mas essa é uma das únicas que me prendeu ansioso e curioso até o ' Final ' . Parabéns, tenko! Citar Link para o comentário Share on other sites Mais opções de compartilhamento...
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