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O Jogo de Amaya


The Unknown

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[OFF]

Bah, sem mais uma história sobre

meu vilão de Rag favorito – Galgaris. Todo o conteúdo dessa fanfic,

seus destinos e a situação atual do mundo pertence a uma linha

destrutiva da história dos Rúnicos (e não pode ser vendida

separadamente). Trata-se de meus experimentos em relação ao futuro

descrito na fic do By-Tor - que não será continuada por conter falhas

de continuação e porque eu preciso de uma boa inspiração.

E eu demoro mesmo a postar então, se alguém ler, comenta que depois eu venho ver.

 

Sem mais: violência / drama / songfic

 

-> Beijo pro namorado que deixou eu brincar com a personagem dele.

-> Up The Irons!!!!

-> Esses personagens não existem na realidade vigente, existem em otra realidade, portanto não escrevo sobre ninguém do bRO.

-> Meus eternos respeitos ao senhor Ludlum que inspirou essa história e esses personagens (para sempre “Muerte A Toda La Autoridad” e “Cain Is For Charlie... And Delta Is For Cain!!!”)

-> E sim, Amaya pra sempre \o/

->

As habilidades de Amaya e de James foram modificadas e não obedecem aos

padrões do jogo. Então nada de vir "guns não faz isso e mimimimi" que

vai falar sozinho >

-> Ah sim, obrigada imenso ao Agente Forty-Seven e a corda de piano.

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Help me.

Help me to find my true

Self without seeing the future

Save me.

Save me from torturing

Myself even within my dreams

 

O Jogo de Amaya

 

“Só o bem morre jovem – e todo mal parece viver para sempre...” – Amaya

 

Embora

Passadina Jones tivesse um físico invejável, a forma como se comportava

só deixava Almart confuso. O paladino jogou o sábio numa cadeira e

observou enquanto ele se erguia lentamente e sentava de maneira

correta. Sua lentidão não correspondia a sua idade e só indicava falhas

nas acusações que Almart tinha contra ele. Era daquela vez que aqueles

malditos sábios seriam punidos por suas ações contra o Reino, como

deveria ter sido anos antes, mas infelizmente Passadina Jones não

correspondia a imagem que tinha dele.

 

- É bom que comece a falar, senhor Jones.

 

Passadina

limpou lentamente o sangue que escorria de sua boca e o observou em sua

mão, sentindo-se terrivelmente cansado. Ainda assim encarou o paladino

em sua imponente armadura e concluiu que assim como todos aqueles que

cruzaram seu caminho e portavam uma espada, aquele homem não duraria os

suspiros devidos por sua insolência. O Mestre viria. Embora nunca

considerasse em público valor de Passadina, durante os setenta anos que

o serviu bem, ele entendia o quanto o Mestre dependia de seus valores.

A nova situação do Mestre dependia de Passadina e por isso, ele

acreditava que logo seria resgatado.

 

- Creio que não entendeu

sua posição. Não está em posição de recusar nada, não agora. Será

levado a forca em duas horas e nesse meio tempo, é bom que me conte

tudo o que sabe.

 

Não houve resposta e o homem bateu furioso com as duas mãos na mesa. Passadina ergueu os olhos e fitou diretamente o paladino.

 

- Pra quem trabalha?

 

E novamente silêncio.

 

- Jesse Tracy está envolvida com o senhor? Acho bom que me responda, antes que eu mande arrancar cada unha sua.

 

- Acha que eu sentiria dor? – perguntou Passadina com sua voz lenta.

 

-

Eu vou fazer você sentir dor senão me contar o que quero saber. Os

grandes chefes de Prontera estão mortos e creio que o senhor tem parte

nisso.

 

- Bobagem, estou velho demais pra participar dessas coisas.

 

- Como explica o fato de estar na cena do crime?

 

- Você não acreditaria se eu te contasse – e deu um sorriso de escárnio, lambendo o sangue da mão.

 

Almart

sentou-se na cadeira e olhou para o sábio com atenção. A sala de

interrogatório de Prontera não era confortável, mas bastante

assustadora para tipos como aquele. E ele sabia que o sábio mentiria,

mas tinha que saber o que estava acontecendo. Diziam que se tratava de

uma vingança pessoal de Jesse Tracy, a melhor assassina que

Rune-Midgard já conhecera. E nessa vingança, o grande amigo de Almart,

o Capitão James Carl Elleron sumira misteriosamente.

 

- Me conte tudo o que sabe, sábio.

 

- Posso contar. Ao final, você estará morto de qualquer forma. E ainda temos tempo pra isso.

 

- Não ouse me ameaçar!

 

-

E não estou – Passadina colocou as mãos atadas em cima da mesa e o

sorriso sumiu de seus lábios. – Conhece as tribos nômades de Morroc?

Claro que não conhece, não posso supor que uma pessoa como você possa

conhecer, mas é um pequeno fato importante em muitos que contarei até a

sua morte. Não me olhe assim, estamos apenas tratando de algo que é

certo e se quer saber o que aconteceu ao Capitão James, é bom que

preste atenção no que estou falando e peça pro mercenário sair da

escuridão dessa sala porque eu sei que ele está ai.

 

Uma sombra

moveu-se e um assassino apareceu, as katares em punho, seus olhos fixos

em Passadina. O sábio não se importou, matar pessoas era a

especialidade do Mestre. E muitos já o haviam ameaçado e nenhum deles

obtivera sucesso... Bem, Jesse Tracy tinha a mira perfeita como

afirmavam sobre ela e ele tinha sentido sua precisão em sua perna,

algumas horas antes de ter sido preso pelos Justicars de Prontera.

 

-

Deixem de cerimônia e escutem o que tenho a dizer antes do seu fim.

Tudo começa com essas tribos nômades do deserto e no fato que o governo

de Morroc mandou assassinar aquele povo. Devem ao menos se lembrar

dessa vergonha do seu Reino e o porque de todas as revoltas. As pessoas

têm motivos para odiarem os Tristan e tudo começou quando deixaram duas

crianças vivas em meio ao massacre. Uma delas jurou que faria toda e

qualquer autoridade se curvar a sua vontade, assim como fizera com seus

pais na sua frente. Eu sei bem disso... Eu estava lá quando Amaya

Ameerah despertou para as trevas.

 

- Jesse Tracy?

 

- Não, isso foi antes dela se tornar Jesse Tracy...

 

- Por que não fala logo o que queremos saber? Quem se importa com a vida daquela vagabunda? Assim que a virem, será morta.

 

Passadina olhou para o assassino e voltou a ter certeza de que todos que portavam espadas eram, de fato, ignorantes.

 

-

Tudo bem, falarei do que importa. A quatro dias atrás, eu seqüestrei o

Capitão James e o sacerdote conhecido como Rafe e deixei um bilhete

para uma certa mulher, que nessa ocasião se chamava... Dominique...

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1 – Carta Para Uma Assassina

 

Songfic – Afraid To Shoot Strangers – Iron Maiden

 

Lying awake at night I wipe the sweat from my brow

But it’s not the fear ‘cos I’d rather go now

 

À noite, acordado em minha cama, enxugo o suor de meu rosto

Porém não é pelo medo que eu prefira ir

 

Deitada

na cama estava uma mulher que era conhecida com o simples nome de

Dominique. De fato, aquele não era seu nome verdadeiro, e o nome de

batismo era pouco utilizado. Tentava conciliar o sono, mas acabara por

desistir e passara parte da tarde olhando pro teto, visualizando

imagens que poderiam confundir suas intenções. O silêncio da casa era

perturbador, ouvia o estalido dos gravetos na lareira e o uivo do vento

gelado nas janelas.

 

Passou a mão na testa e fechou os olhos por

alguns segundos. Não havia medo dentro dela. O medo, como as pessoas

conheciam, era desafiado por ela a todo o momento que tinha que fazer o

que ela fazia. Aprendera a lidar com ele, mas não ficar tentada a

senti-lo. Ela tinha medo de outras coisas, coisas essas que ela não

tinha nenhuma facilidade para lidar. Abriu os olhos e virou lentamente

a cabeça, pegando novamente o pergaminho que recebera naquela manhã,

assim que chegou em Morroc – na parte não sitiada da cidade.

 

Não

sabia quantas vezes o tinha lido, embora uma só bastasse para que ela

entendesse a mensagem impressa. Era a letra de Rafe, sua própria

caligrafia, para lhe contar a terrível notícia. Ela odiava o presunçoso

sacerdote Rafe, mas passou a despreza-lo. Deixou o pergaminho cair e

segurou a adaga que dera a seu marido, sua lâmina afiada, o detalhado

cabo. Deu um sorriso curto, lembrando da surpresa de James ao ver o

presente. A adaga estava junto com o pergaminho, um aviso que o recado

era sério, uma vez que James nunca se separava dela, dizendo sempre que

aquela adaga lhe dera sorte – algo que ela nunca poderia entender.

 

Sentou-se

na cama e embainhou a adaga com agilidade. Olhou para a janela,

percebendo que o horário se aproximava. Fitara depois a parede do

quarto, o cabide onde estava o longo casaco do marido e seu velho

chapéu. Aquelas lembranças poderiam cortar o coração de qualquer mulher

apaixonada que soubera da morte do marido, mas em Dominique, apenas

alimentavam seu desejo de vingança. Havia jurado a si mesma que faria

todos eles pagarem com seus sangues por sua infelicidade, e uma vez

dada a sua palavra, ela nunca retornaria. Só os bons morrem jovens.

 

Levantou-se

e abriu a gaveta onde estavam os seus chamados “brinquedos”. Escondida

num espaço falso entre o armário e a parede, Dominique sabia que James

nunca soubera da existência daquela gaveta. Tanto melhor. Sempre

pensara que se talvez James soubesse o que ela era ou o que fazia,

nunca teria lhe dedicado tanto amor. Tanto porque nem mesmo ela se

dedicara a isso. Ela era horrível a seus próprios olhos, mas estava

acostumada a seus próprios julgamentos e os considerava práticos e

muitas vezes sombrios. Ele acreditava que Dominique era uma alquimista,

e embora realmente vendesse poções, nenhuma venda poderia manter aquele

estilo luxuoso de vida que levavam. Na verdadeira profissão, Dominique

havia se “aposentado” quando resolvera casar com James, mas ao que

parecia, aqueles desafetos do passado estavam sempre a sua procura e

sempre a rodeando. Fora considerada a melhor assassina em muitos anos e

mesmo com uma concorrência que poderia a vir supera-la, tinha elogios

por toda a parte, cobrava um valor alto e justo por sua precisão e sua

frieza, e não se incomodava nem um pouco com a pessoa que mataria.

 

A

grande verdade era que Dominique não tinha mesmo com o que se

preocupar. Grandes tentaram descobrir quem era a identidade conhecida

como Jesse Tracy e frustravam-se em suas buscas por uma pessoa que não

existia. Era verdade. Ela nunca existiu. Havia morrido há muito tempo e

tudo o que lhe restara fora James... E agora, nada mais. Agora, ali

sozinha, Dominique entendia que não era amor que sentia por James e sim

uma imensa gratidão, pois alguém a fizera olhar-se de maneira menos

odiosa e quase humana. Seria eternamente grata a tanto amor e talvez se

tivesse se esforçado mais, poderia vir a gostar dele mais do que

gostava. Talvez o amasse em algum nível, sabia, por exemplo, que nunca

seria capaz de machucá-lo.

 

Tirou da gaveta tudo o que

precisaria, verificou o estado de suas pistolas e de sua munição.

Passou o cinto com os coldres pela cintura e os prendeu com força.

Girou a adaga embainhada nos dedos e a colocou nas costas. Passou as

demais cintas onde portava munição e pegou seu longo casaco de couro da

gaveta. A recordação de que Jesse estava viva e novamente ativa. Já que

desejavam por isso, que arcassem com seus desejos. Ela não tinha mais

nada a perder, se é que alguma vez na vida teve algo de valor que não

fosse James. Colocou o sobrepeliz carteado por cima, fechou a gaveta e

saiu do quarto em completo silêncio.

 

Passou pelo cabide da porta

e alcançou seu chapéu. Quando saiu da casa, já não era mais a doce e

obediente Dominique, era a assassina de nome Jesse Tracy. Suas feições

haviam mudado e seus olhos voltaram a adquirir aquele brilho insano e

sem vida, que tanto a caracterizava. Caminhou até o estábulo que James

estivera pintando, ocupando-se de coisas caseiras pra descansar do que

ele havia deixado pra trás para ficar com ela. O peco a olhou e bateu

com o bico na madeira do cercado. Ela o tirou pra fora, selou e montou

em seguida, partindo num galope rápido para o deserto de Morroc.Os pensamentos dela seguiam-se com números e com o tempo que levaria

para encontrar Rafe. Ela não se importava com as pessoas que viriam

antes, do modo que estava, nenhum deles poderia detê-la. Se não o

fizeram antes não seria agora seu fim. Sua memória ainda guardava as

informações a respeito da instalação e uma vez lá dentro, Jesse saberia

se guiar como se o lugar fosse conhecido.

 

Trying to visualize the horrors that will lay ahead

The desert sand mound, a burial ground

 

Tentando visualizar os horrores que virão lá na frente

O monte de areia do deserto, um cemitério

 

Se

bem conhecia aqueles que protegiam Rafe e consideravam o chefe, era bem

capaz do corpo de James ainda estar pendurado na cerca. O pergaminho

dizia claramente que ele fora capturado e seria enforcado por não

querer colaborar para que aquela organização tomasse Morroc, cedendo

suas terras e bens a eles. Obviamente que o nobre James não poderia

conceituar com isso, ficara surpresa quando ele havia lhe dito a

respeito. Era um atrevimento, sendo que James era um dos proprietários

de terras mais ricos e prósperos daquela parte esquecida de Morroc, que

ganhava uma pensão por prestar bons serviços a Monarquia.

 

Seria

um horror ver o corpo dele pendurado. Mas sabia que somente assim

serviria de exemplo aos demais proprietários de terra das redondezas.

Jesse não tinha opinião sobre esses assuntos e nunca se meteria neles

se não tivessem escolhido justamente seu esposo para ser o exemplo.

Ela, agora, daria exemplos a todos, para que fossem cuidadosos na

escolha de suas vítimas ou poderiam encontrar pessoas como ela – não

iguais, pois sabia que era a melhor assassina que ainda estava viva –

que não ligavam em derramar sangue para mostrar o quanto os primeiros

estavam errados.

 

A corrida com peco seguiu por mais quarenta

minutos até que ela visse o monte de areia e as primeiras ruínas da

antiga muralha do cemitério. Ali ela incitou o peco a entrar por uma

elevação de areia e a correr o quanto agüentasse. Era um lugar maldito,

uma vez que a areia do deserto jamais o conseguia cobrir e as lápides

eram visíveis a todos os olhos. Evitava ler os nomes e inscrições

mágicas, procurando apenas cortar caminho por aquele lugar e chegar o

quanto antes em seu destino. Os mortos não a incomodavam, mas o que

eles ainda poderiam fazer estando naquele estado que preocupava.

Gemidos e lamúrias eram parte do pacote. A caminhada pelo ar frio de

Morroc fizera com que Jesse corasse um pouco e quando finalmente

atravessou o cemitério, já podia ver as muralhas da fortificação que

protegia Rafe.

 

Desmontou com rapidez e puxou o animal pela rédea

em direção a uma ruína de um antigo mausoléu. De lá, ela observou a

muralha e esquadrinhou um jovem casal. Pelas roupas da mulher, ela

concluiu sem muito esforço que se tratava de uma das moças da cidade de

Morroc que estava se vendendo para manter a família.

 

As

revoltas e revoluções contra o governo de sede em Prontera estavam

trazendo prejuízos e destruições, as pessoas que não queriam tomar

partido no que estava acontecendo. Haviam tirado o poder dos

sacerdotes, concedendo a eles somente a cura pela palavra rúnica e pelo

o que Jesse soubera de sua última viagem, os altos bruxos de Geffen

estavam assinando um tratado para que a magia arcana fosse tratada em

rúnico, assim eliminariam os magos, bruxos e sábios que estavam ou

viriam a se envolver nas revoltas. Queriam poupar vidas, era o que

explicavam a todos, mas ela bem sabia que tomar e concentrar o poder

contra aquele inimigo invisível, que tramava as revoltas, era a única

maneira de vir a derrota-lo.

 

Um sorriso maldoso apossou-se de

seus lábios, quando depois de amarrar o peco e certificar-se de sua

munição, a assassina correu pela escuridão do deserto em direção ao

casal puxando uma pequena tira de couro do cinturão de balas que levava

na cintura. Eram gemidos e abraços e não viram quando ela se aproximou

com sua precisão mortal e passou a tira de couro pelo pescoço do homem.

 

Um

instante ou dois. O guarda do portão tentou impedir o ataque, mas a

posição de Jesse não permitia que ele pudesse fazer algo que não fosse

morrer. A mulher observou, boquiaberta, apavorada demais pra fazer

qualquer movimento. Fora rápido e silencioso. E ela mal podia acreditar

que o homem que estava abraçado a ela agora estava caído morto a seus

pés. Um grito estava prestes a explodir, mas sua boca fora calada com

uma mão enluvada e o cano frio de uma pistola encostou em sua testa.

 

A

mulher só notou que havia algo errado quando seu companheiro caiu no

chão e a sombra que surgira atrás dele fechou sua boca com uma mão

enluvada. Sua respiração ficou suspensa quando sentiu o cano gelado da

arma na sua cabeça. Ela ergueu os olhos e apenas viu a parca luz do

luar um queixo que julgou feminino já que o rosto estava mergulhado nas

sombras do chapéu de cowboy.

 

- Quantos? – o atacante perguntou e

a jovem não conseguia parar de tremer. Sentiu a arma dançando na sua

cabeça e o atacante olhou em volta e depois pareceu fixar o olhar nela.

– Quantos? – voltou a perguntar como se não pudesse imaginar o estado

que ela se encontrava, talvez soubesse, talvez não desse a mínima.

Grande Odin, ele estava morto! – Morrer não é sua única opção, portanto

fale de uma vez quantos tem lá dentro!

 

- Eu... Não me mate, por favor!

 

Não

houve nenhuma resposta verbal, mas Jesse segurou uma mecha dos cabelos

da mulher com força e esfregou a pistola no rosto dela.

 

- Quantos? E não vou perguntar novamente.

- Doze... Talvez quinze.

- E vocês são quantas?

- Oito... Olha por favor, não me...

 

A

velocidade com a qual Jesse acertou a mulher com a arma não deixou que

ela terminasse a frase. Também, não importava mais o que ela diria. Ela

caiu a seus pés, sangrando e sem sentidos. Isso também pouco importava,

que sangrasse até a morte. Jesse abaixou-se e revistou o corpo morto,

buscando chaves. Depois deu a costas ao casal e seguiu para a pequena

porta da muralha.   [OFF]E continua depois... 

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2 – Sala de Interrogatório

 

- Espere! – a voz imperiosa de

Almart interrompeu as divagações de Passadina. – Espere um pouco! Está

dizendo que Dominique Elleron é Jesse Tracy? Essa é a coisa mais

absurda que já ouvi em minha vida!

 

Passadina não respondeu de

imediato. Se aquela era a coisa mais absurda que o paladino tinha

escutado, então o pobre coitado tinha vivido pouco. Comparado a ele,

qualquer outro tinha vivido pouco. Olhou para o assassino e ele sorria

de lado, como se o que Passadina estivesse contando fosse a maior piada

do mundo.

 

- Acredita nisso, Mark? Dominique é Jesse Tracy!

 

Os

dois membros da Justicar de Prontera começaram a rir e Passadina bufou,

resignado. O que era aquilo de rir do que ele estava falando? Falava a

verdade. Dominique era Jesse Tracy, somente um imbecil não saberia. Mas

o que estava esperando de homens que portavam espadas? Só podia esperar

essa atitude infame e ignorante.

 

- Devo supor que acham que

estou mentindo? Pois pensem bem, por que eu mentiria? Eu sei mais do

que vocês dois podem pensar em toda a extensão de suas vidas medíocres.

 

-

É realmente um homem engraçado, senhor Jones – disse Almart,

estendendo-se na cadeira e olhando pra ele ainda com um sorriso de

divertimento – Eu mesmo apresentei Dominique ao Capitão James. Crer no

que está falando é, sem duvida, um grande absurdo. Então por que não

nos conta a verdade?

 

- Estou falando a verdade, mas em sua

mediocridade estão ousando questionar o que falo. Como posso falar a

verdade para pessoas como vocês?

 

- Sejamos justos, senhor

Jones... Talvez eu e meu amigo estejamos, de fato, achando que o senhor

é o maior mentiroso que já interrogamos e estamos quase sendo levados a

utilizar métodos cruéis para que diga o que queremos saber. Se

continuar com essa bobagem, não poderemos dizer que isso foi um

interrogatório. Não temos o que queremos e estamos aqui ouvindo você

contar uma história absurda. Agora, seu maldito, diga de uma vez tudo o

que sabe e sem essa de vir falar mal dos meus amigos.

 

- Amigos?

– uma sombra cruzou os olhos de Passadina e ele encarou o paladino com

firmeza. – Jesse Tracy não tem amigos. E a doce Dominique creio que

também não... Porque se tivesse, ela teria feito mais do que ela fez.

 

- Estou cansando de ouvi-lo falar mal da minha amiga.

 

Passadina sorriu.

 

-

Ora, a amiga que você conheceu acidentalmente? Eu posso descrever como

e como estava o dia em que ela se jogou habilmente debaixo de seu

cavalo e simulou aquele atropelamento. Não acredita você que na

velocidade que seguia, ela deveria ter sido esmagada? Como me explica

que tenha apenas ferido o braço de uma forma impossível para aquele

tipo de acidente? E não fora impressionante como estava recuperada a

noite, para aquele infame baile dos Justicars em homenagem a aquele

idiota do Rei?

 

Almart não deveria deixar que o sábio lesse seus

pensamentos, mas foi inevitável. Sua expressão tornou-se duvidosa, da

mesma forma que ele sempre questionara aquele acidente no qual

conhecera Dominique. A explicação nada razoável para o evento sempre

estivera em sua mente e com as palavras do sábio... Como ele poderia

saber disso?

 

- Você deve saber, Jesse Tracy é dissimulada e

escorregadia. Mas isso você sabe muito bem, pois em um momento ela

estava com você e quando menos esperou, a viu nos braços do Capitão, o

objetivo dela.

 

- Agora chega! – gritou Almart.

 

- Por quê? Eu estou apenas começando...

 

-

Eu não sei como sabe tudo isso, mas vai se calar agora e falar o que

queremos ouvir. Qual é sua ligação com a terrorista de nome Jesse Tracy?

 

- A mais próxima possível – ele sorriu maliciosamente – Pelo menos, eu dormi com ela.

 

O

ato violento do paladino foi inevitável. Passadina voltou a cuspir

sangue, mas agora se divertia com o estado do homem. O assassino

segurou o paladino e impediu que ele matasse o sábio. Olhou para

Passadina e apontou a afiada katar.

 

- Senhor Jones é bom com as palavras. Deveríamos saber disso, não?

 

Passadina moveu os olhos pra ele e estendeu o sorriso.

 

- Será que todo mundo aqui dormiu com ela, menos ele?

 

- Eu não sei do que está falando!

 

-

Claro que sabe. Jesse Tracy nunca ficou bêbada de verdade. Ela finge

tão bem que eu fico impressionado. Ela fingiu outras coisas pra você?

 

Mark

pulou a mesa e apertou a ponta da katar no pescoço do sábio. Olhou de

soslaio para o paladino e Almart estava com um olhar incrédulo com o

que escutara. Mas dentro dele, sabia que era verdade. Mark tinha

dormido com Dominique inúmeras vezes, talvez como agradecimento por

tudo o que ele ensinou a ela. Sim, Almart sabia, os tinha visto juntos

inúmeras vezes.

 

Balançou a cabeça depois e saiu da sala, deixando o assassino com o sábio.

 

- Parece que tive autorização para arrancar a verdade de você, meu velho – Mark sorriu.

 

- Você pode tentar.

 

Lentamente

a lâmina perfurou suavemente o pescoço de Passadina e quando Mark

pensou em aprofundar a dor, a porta foi aberta com rapidez e uma mulher

surgiu.

 

- Afaste-se dele, Mark. Sou Julie Lamark e...

 

- Eu sei quem você é – murmurou Passadina, observando o assassino se afastar.

 

- O senhor por acaso está enfeitiçando meus homens, senhor Jones?

 

- Se estivesse, poderia fazer algo a respeito? – ele olhou diretamente pra ela.

 

- Realmente é bastante atrevido.

 

Julie

estalou os dedos e uma maleta fora trazida pra dentro da sala e a porta

foi fechada. Almart voltara agora e parecia ter recuperado a

consciência. Passadina sorriu, adorava causar a desordem, coisas que o

Mestre havia lhe ensinado tão bem. Observou Julie encostar-se à parede

e acender um cigarro, enquanto Almart e Mark serviam-se dos

instrumentos de tortura dentro da caixa, parecendo indecisos quanto a

qual escolher.

 

- Antes de começarmos, deixa ver se eu entendi –

começou Julie – está dizendo que Dominique Elleron é Jesse Tracy e que

se casou com James Elleron por conveniência? É que o fato dele ser quem

é e de estar atrás dela, não a assustou?

 

- Você parece bem mais esperta do que eles.

 

-

Ficou observando ela durante uma semana, enquanto ela tratava de seus

negócios em seu disfarce de alquimista e então deixou uma carta a ela,

dizendo que seu marido estava morto?

 

- Exatamente.

 

-

Façam com que ele sinta dor – ordenou Julie, olhando seriamente pra ele

– Quem sabe assim ele não nos conta onde aquela vagabunda se meteu.

 

 

 

 

 

[OFF]

E continua. Adoro o Passadina, ele passa mal! Ficou velho e caduco...

O original era a Jesse direto, mas achei que intercalar poderia melhorar na configuração da fic.Obrigada pelo comentário ^^ 

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