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[CN15] A caixa de presente


Hinanii

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Nome: [CN15] A caixa de presente

Autor: Hinanii

Gêneros: Natal, Fantasia, Romance.

Sinopse: Esta fanfic foi escrita para o Concurso de Natal, e foi baseada no Evento de Natal de Ragnarök de 2005 (Será que estou ficando velha?). Foi um evento muito legal, que incorporou o espírito natalino nos jogadores. Fazíamos caixas de presentes com o NPC Papai Noel, em Lutie, e entregávamos para nossos amigos. A narrativa é construída pelo ponto de vista da minha personagem na época – noviça.

 

Boa leitura!

 

===

Ragnarök. Servidor Loki. Ano de 2005. Véspera de Natal.

 

Estávamos passeando pelas ruas de Prontera. Eu e Kia olhávamos as lojinhas dos mercadores da cidade, procurando presentes de Natal. Víamos a alegria estampada nos rostos daqueles Mercadores, Ferreiros e Alquimistas, afinal, essa sempre fora a época do ano mais movimentada no comércio de Rune Midgard.

 

- Aaatchim!

- Ei, Hina, é bom você se agasalhar. - Disse Kia, olhando-me com ternura.

- Não se preocupe.- Sorri.- É a primeira vez que vejo neve em Prontera.

- Realmente é a primeira vez que eu vejo neve aqui. - Kia olhava para o alto, admirando a neve.

 

A cidade estava toda muito bem decorada, com uma linda e exuberante árvore de Natal no centro. Haviam várias pessoas envolvidas nos preparativos do Natal, como a Cavalaria de Prontera e os habitantes da Catedral. Era até possível ouvir músicas natalinas ao fundo, provavelmente tocadas pelos Bardos. Enquanto eu estava maravilhada com tanta agitação, Kia parou ao meu lado e me olhou de canto, sussurrando ao meu ouvido.

 

- Você já sabe o que vai dar para o Aust?

- A-ah! A-ainda não sei… - Respondi me afastando dela, com o rosto corado.- Uma noviça como eu não tem muitos zenys… - Suspirei.

- Então já sei o que iremos fazer!- Kia bateu o seu punho sobre a palma de sua mão. - Soube que tem uma quest em Lutie, a Cidade do Natal. O Papai Noel está precisando de ajudantes. Se ajudarmos, podemos receber uma caixa de presente! Pode sair qualquer item da caixa!

- Caixa de presente…? - Parei por um momento, pensando na proposta da Kia. O que poderia sair dessa caixa de presente? Será que poderia vir o fantástico Chifre de Bafomé?!

- O que precisamos fazer?! - Me aproximei de Kia, fitando-a com atenção. Meus olhos brilhavam com a esperança de dar um presente de Natal que deixasse o Aust surpreso e feliz.

- Primeiro, vamos para Lutie! - Ela me abraçou, apontando para a Recepcionista Kafra.

 

Para chegar em Lutie, precisávamos ir para Geffen e depois Al de Baran. Não era uma viagem curta - e muito menos barata para minhas economias de noviça. Esperava que valesse a pena a caixa de presente. Existe apenas um único caminho para chegar em Lutie, atravessando uma estrada coberta pela neve. A travessia seria mais demorada, se não fosse graças aos meus aprendizados. Aumentei a agilidade dos meus passos e da gatuna Kia. Isso nos permitiu fugir dos temíveis Sasquatchs.

 

- Uff! Chegamos! - Disse Kia, com as duas mãos na cintura. - A cidade do Natal!

- Como vamos achar a casa do Papai Noel? - Indaguei. - Adoraria uma xícara de chá e uma lareira quentinha agora. Brhh…- Tremia de frio.

- Vamos seguir aquelas pessoas. Com certeza acharemos a casa do Papai Noel! - Kia apontou para um grupo.

 

Seguimos aquelas pessoas até chegarmos na casa do Papai Noel. Ahh, como era agradável aquele ambiente! Todos que chegavam na casa logo se sentavam nas poltronas perto da lareira para se aquecer. Tinham camas no recinto para aqueles aventureiros mais longínquos e uma farta ceia para todos apreciarem. Cada vez mais chegavam mais e mais pessoas, para auxiliarem o Papai Noel.

 

- Hohoho! Feliz Natal a todos! Por favor, desfrutem da hospitalidade, sejam bem-vindos. - Disse Papai Noel, com toda sua carisma.

- Todos vocês devem ter recebido o meu pedido de ajuda. Pedi para divulgarem por toda Rune Midgard. - Naquele momento, o semblante do Papai Noel mudara para aflição.

- Aquele falso Papai Noel, o Antônio, está prestes a arruinar o Natal! Ele está roubando as meias que as crianças colocam na lareira, enquanto aguardam ansiosamente os meus presentes de Natal. - Papai Noel apoiou sua cabeça sobre uma das mãos, balançando em forma de negação. - Vocês precisam encontrá-lo antes da meia-noite, e me trazer as meias roubadas das crianças. Em troca… - Ele pegou uma bela caixa de presente verde, com fita e laço vermelhos. - Darei uma caixa de presente a vocês, por três meias devolvidas. Esta caixa mágica pode conter qualquer item que conseguirem imaginar.

- Então é verdade… - Sussurrei.

- Vou acabar com aquele Antônio e recuperar as meias roubadas! - Disse um Cavaleiro destemido. - Onde podemos encontrá-lo?

- Hohoho… Se eu soubesse onde ele está, certamente não os chamaria aqui. Vocês deverão procurá-lo. Ele está praticamente em todo o lugar! Ele tem a habilidade de se teleportar, além de ser bem ágil… - Papai Noel alisava a sua barba branca neste momento. - Sabemos que, por ele ser covarde, provavelmente não irá se esconder em nenhuma Caverna. - Papai Noel estufou seu peito e exclamou: - Tragam-me as meias, ajudem-me a salvar o Natal, antes que seja tarde demais!

Todos os aventureiros presentes começaram a se organizar e a sair do recinto do Papai Noel.

- Kia… - Falei apreensiva. - Será que conseguiremos enfrentar o Antônio?

- Não se preocupe, minha jovem. - Papai Noel olhou em nossa direção. - O Antônio pode ser enfrentado por qualquer um. Ele não é tão forte assim. Mas se ele se sentir ameaçado, não pensará duas vezes em fugir.

- Então não temos tempo a perder! Vamos! - Kia me puxou pelo braço, em direção à porta. Saímos da casa do Papai Noel.

 

Saímos de Lutie, em direção à estrada que levava de volta à Al de Baran. Olhei para o chão branco, coberto pela neve. Um pequeno ponto vermelho me chamara a atenção. Quando puxei, veio a surpresa. Era uma das meias roubadas pelo Antônio!

 

- Kia, achei uma das meias! - Mostrei a meia vermelha e furada para ela.

- Ótimo! Isso significa que o Antônio passou por aqui ou… - Kia não conseguiu concluir. Ouvimos uma risada perturbadora no meio daquela nevasca.

- BWAHAHAHAHA! - Quando olhamos para trás, nos deparamos com aquele que só poderia ser o falso Papai Noel. Ele atingiu Kia com uma ganchada. Era uma figura bastante assustadora. Tinha os pés descalços, um gancho em uma das mãos e um tapa-olho. Vestia os trajes vermelhos semelhantes aos do Papai Noel, mas diferentemente do bom velhinho, tinha um sorriso e olhar sombrios.

Kia se jogou para cima dele, e lhe deferiu um golpe com sua Main Gauche.

 

- OHHH! - Antônio fora atingido e sumiu de nossas vistas.

 

- Kia, deixe-me curar este seu ferimento! - Usei minha habilidade de curar. Irradiei-a com uma aura esverdeada e o pequeno ferimento da gatuna sumira.

- Oh… - Avistei uma segunda meia vermelha furada do chão. - Kia, ele conseguiu fugir mas deixou uma das meias para trás.

- Pode ficar com ela. - Kia piscou para mim, mostrando outra meia furada em suas mãos - Consegui furtar uma meia dele antes que escapasse!

- Obrigada! - Agradeci, guardando as duas meias na minha bolsa. - Só preciso de mais uma meia para conseguir uma caixa de presentes. - Sorri.

- Vamos ter que continuar procurando ele. E o fato dele se teleportar não ajuda… - Kia suspirou. - O que acha de nos dividirmos para procurá-lo?

- Eu não sei se eu conseguiria enfrentá-lo sozinha… Além disso, ele era bem assustador. - Respondi em tom baixo, desenhando agachada com a ponta do dedo na neve.

- Você consegue, Hina! A Noviça Chefe lhe ensinou como atacar com a Luz Divina, não foi? - Kia esfregou levemente o seu punho na minha cabeça.

- Sim, é verdade. - Levantei. - Vou tentar acertar o Antônio com a minha Luz Divina! - Respondi prontamente.

- Vamos nos dividir! Irei para o Deserto de Sograt, pois conheço bem aquela região.

- E eu vou para os Campos de Prontera! - Dito isso, seguimos juntas até Al de Baran e nos separamos quando chegamos na Capital.

 

Tal como a Kia, eu não havia escolhido os Campos de Prontera à toa. Eu morava na Catedral junto com outros Noviços e Sacerdotes. Quando não estava em alguma aventura para me tornar mais experiente, percorria as ruas da cidade e os campos aos arredores. Foi assim que eu havia conhecido o Aust, um arqueiro. Ele caçava ao Norte de Prontera quando nos encontramos. Ele era pouco expressivo, porém gentil. Tinha os cabelos esverdeados, em tom escuro, com franja.

 

- Hina! - Uma mão se estendeu sobre o meu ombro e me puxou delicadamente.

- Aust! - Virei para trás. Não conseguia encará-lo por muito tempo sem que as maçãs do meu rosto ficassem rosadas.

- Eu estive te procurando hoje na Catedral. Por onde andou? - Ele sorriu levemente.

- E-eu não posso conversar agora! Tenho uma missão para fazer! Me desculpe! - Sai correndo antes que ele me perguntasse para saber mais a fundo. Não podia revelar que estava fazendo uma missão para obter uma caixa de presente para ele. Desejava que fosse surpresa.

- Ei, Hina! Espere! - Aust até tentou me seguir, porém consegui me enfiar no meio da multidão dos Mercadores e fugir.

 

Atravessei os portões à direita de Prontera. Já nos campos, parei para recuperar o fôlego.

 

- Uffa… - Olhei para trás, para garantir que o Aust não me seguira. - Desculpe, Aust, por ter corrido de você… É por uma causa.

- Será que o Antônio está por aqui? - Fui caminhando pela estrada de terra batida. Avistei alguns Porings, Pupas, Lunáticos. Só criaturas fofinhas, exceto pelos Besouros-Ladrão, os quais eu mantinha uma boa distância. Nenhum sinal do Antônio até aquele momento.

- Vou continuar seguindo esta estrada, até chegar na Floresta ao Norte.

 

Estava determinada para achar o Antônio. A floresta seria um bom lugar para ele se esconder.Quanto mais caminhava, a paisagem ia mudando. A vegetação ficava mais densa, e as árvores maiores. Como a floresta era um lugar tranquilo, as Fabres eram vistas mais por aqui.

- Aiii! - Tropecei e caíra de cara no chão. Por um instante pensei ter tropeçado em uma raiz de alguma árvore. Quando olho para o meu pé, a raiz enrolou-se no meu calcanhar e começou a me puxar para perto dos arbustos.

- Nãoooooo!! Me solta!! - Tentei me agarrar no que aparecia na minha frente. Em vão. A raiz continuou me puxando. Não tinha forças suficientes para lutar contra aquilo.

- Toma!! - Bati meu Cajado contra a raiz, que finalmente soltou. Agora estava cara a cara diante de uma Mandragora. Ela parecia estar faminta e não parava de agitar suas raízes.

- Escudo Sagrado! - Invoquei um escudo mágico de proteção. As raízes da Mandragora não atravessavam o escudo. Juntei minhas mãos e gritei: - Luz Divina! - Surgiu uma forte luz em formato de cruz sobre a cabeça da Mandragora. Ela gritou, até ser desfeita pelo golpe sagrado. Sobrou apenas um caule de vestígio.

- Preciso voltar… Nesta floresta tem muitas Mandragoras. Não darei conta se surgirem muitas delas. - Limpei uma gota de suor da minha face. Avistei uma pequena lagoa, e me aproximei para satisfazer minha sede, antes de voltar à Prontera. Quando juntei as palmas de minhas mãos para pegar um pouco daquela água cristalina, vi um reflexo vermelho e branco na água.

- Antônio! - Levantei subitamente.

- Hahahaha… Vejo que está sozinha, minha cara. Uma jovem noviça, sozinha na floresta. - Ele sorria maliciosamente. - Você tem duas meias que me pertencem, não é mesmo? Vou pegá-las de volta!! - Ele saltou para cima de mim, e me pus a correr dele.

- Não vai conseguir escapar de mim!!!

- L-luz Divina!! - Invoquei o golpe sagrado novamente para me defender.

- AHHHHHHHH!! - Antônio foi atingido em cheio pela luz. Mais uma vez ele fugiu, e deixou cair a última meia furada que precisava.

- Não acredito… - Peguei a meia do chão. Parecia um sonho. Eu havia enfrentado o Antônio e recuperado mais uma meia. A última. Olhei para o céu e notei que a noite já estava caindo. Precisava me apressar para entregar as meias ao Papai Noel, e assim obter a caixa de presente para o Aust. Juntei as mãos ao meu corpo e sussurrei:

- Teleporte… - Saí da floresta.

 

Faltavam poucas horas para a meia-noite. Logo haveria a queima de fogos para a celebração do Natal, na capital de Rune-Midgard. Chegando em Al de Baran, vários aventureiros corriam rumo à Lutie, para entregar as meias recuperadas. Aquele frio, típico da época do ano, dificultava um pouco a corrida. Todos queriam uma caixa de presente do Papai Noel! Os Marins olhavam assustados para tanta movimentação naquela estrada de neve. Agora eram os Sasquatchs que corriam das pessoas. Havia até uma fila em frente a casa do Papai Noel para a entrega das meias.

 

- Hohohoho! Muito obrigado a todos vocês! - Papai Noel irradiava alegria. - Tenho certeza que até a meia-noite teremos recuperado todas as meias! Hohoho!

Os cookies da Fábrica de Brinquedos estavam ajudando o Papai Noel a receber as meias e a entregar as caixas de presente.

- Muito obrigada, mocinha! Feliz Natal! - Um Cookie Verde me entregou uma caixa de presente amarela, com fita azul.

- Que linda… - Fiquei admirando a caixa bem embrulhada. Me perguntava o que poderia conter dentro dela. - Obrigada! Feliz Natal! - Sorri de volta para o Cookie. Sai da casa do Papai Noel abraçando a caixa de presente, e com um sorriso de orelha a orelha.

 

Lá estava eu, de volta à Prontera. Os fogos já iam ser lançados pelos Bruxos, vindos de Geffen, contratados especialmente para fazer o espetáculo daquela noite. Não paravam de chegar pessoas de outras cidades: Morroc, Comodo, Payon, Alberta… Todos queriam ver os fogos nos céus da Capital. Famílias, clãs, amigos… Todos reunidos, aguardando ansiosamente.

 

- Kia! - Consegui encontrar a gatuna Kia no meio daquela multidão, com seus longos cabelos azuis.

- Oi, Hina! - Ela sorria de volta para mim. - Fico feliz que tenha conseguido fazer a sua caixa de presente.

- Sim, consegui! - Olhei para os braços dela, e vi que ela segurava uma caixa de presente vermelha, com um laço amarelo. - Oh… Para quem você vai entregar este presente?

- Segredo! - Ela puxou levemente uma de minhas bochechas, rindo. - E você já conseguiu encontrar o Aust?

- Ainda não… - Disse meio chorosa. - Nem sei se vou conseguir encontrar ele antes dos fogos começarem.

- Talvez ele esteja perto da Catedral, te procurando. Tente encontrá-lo! - Kia fez um sinal de positivo para mim.

- Vou encontrá-lo! - Corri para a Catedral, e acenei para a Kia, agradecendo-a mentalmente por ela ser sempre me ajudar. Ela era uma grande amiga para mim.

 

“- Quantas pessoas…” - Meu rosto estava avermelhado pela falta de fôlego. - Aust! - Gritei na esperança que ele me escutasse, onde quer que ele estivesse. Não demorou muito para vê-lo perto da Catedral, olhando para os lados, como se estivesse procurando alguém.

- Hina! - Ele me viu e foi correndo em minha direção. - Eu te procurei por toda Prontera! Por que correu de mim mais cedo? Eu fiz alguma coisa? - Ele me olhou preocupado.

- Não… - Fiz sinal de negação com a cabeça.- Eu corri porque não queria estragar a surpresa que estava preparando para… - Estendi a caixa de presente diante dos olhos verdes do Aust. - você. - Meu rosto estava todo corado. Meu coração parecia que ia saltar. Ele corou também e pegou a caixa de minhas mãos.

- O-obrigado, Hina. - Apesar de estar envergonhado como eu, ele parecia estar feliz. - E-eu… - Ele tossiu um pouco e continuou. - Também fiz algo para você. - Ele tirou do bolso uma pequena presilha de tulipa e prendeu nos meus cabelos vermelhos.

- Obrigada. - Não consegui dizer mais nada além disso. Olhava para o chão sem coragem de encará-lo. Meu coração não parava de bater forte.

- Vamos assistir os fogos juntos? - Ele estendeu sua mão, sorrindo, e pegou na minha. Olhamos para o céu, já tomado pelas cores e brilhos. Prometi para mim que guardaria esta sensação para nunca mais me esquecer.

Editado por Hinanii
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