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[FanFic] Vingança


Razac

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Índice

Prólogo

Capítulo 1: Psicótico

 

Capítulo 2: Nome

 

Capítulo 3: Ladrão

 

Capítulo 4: Veneno

 

Capítulo 5: Assassinato

 

Capítulo 6: Teste

 

Capítulo 7: Treinamento (Parte l)

 

Capítulo 8: Treinamento (Parte ll)

 

Capítulo 9: Treinamento (Parte lll)

 

Capítulo 10: Encontro

 

Capítulo 11: Amor

 

Capítulo 12:Valhalla

 

Sobre

Autor: Vinícius (Razac)

 

Gêneros: Ação, Aventura e Suspense

 

Sinopse: Um jovem aprendiz vê sua vida, personalidade e futuro mudarem quando, de forma repentina, uma sombra do passado misterioso de seus pais atenta contra sua família.

 


 

Opa, você já chegou até aqui, então por que não dá uma chance à essa estória e começa a ler? Se lê-la, não esqueça de comentar com suas opiniões e críticas. Pretendo lançar um capítulo por semana, mas a cada comentário que eu receber diminuirei o tempo entre postagens em um dia. Obrigado pela atenção e espero que gostem da estória.

Editado por Razac
Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
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PRÓLOGO

 

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O cheiro de comida enchia o ar. O jovem aprendiz sabia que era sua mãe quem estava cozinhando, pois não existiam outras pessoas morando por perto. Saber disso renovava seu vigor para continuar caminhando e chegar a casa o quanto antes.

 

Sua mãe sempre começava a preparar o almoço exatamente ao meio-dia, o que queria dizer que ele havia calculado mal as horas ao se basear no sol, mas isso não era problema, ele havia completado a missão.

Seu pai havia lhe dito para conseguir madeira para manter o fogo aceso durante a noite, e havia estipulado um tempo limite de até quatro horas, ou seja, ele tinha até duas horas da tarde para chegar a casa.

 

A floresta na qual ele morava era muito densa, mas isso também não era um problema, pois ele conhecia as árvores tão bem que podia diferenciá-las à distância. Logo não foi nenhuma surpresa quando, ao sair alguns metros da trilha, ele se deparou com a clareira onde estava construído o seu lar.

 

Assim que se aproximou, sua mãe falou, sem tirar os olhos do caldeirão no qual preparava o que deveria ser um ensopado:

 

-Chegou muito cedo filho, parabéns! - Só então ela olhou para ele. – Nossa, você ta muito sujo, deixa a madeira aqui e vai pro rio se lavar. Quando você voltar, o almoço já vai ta pronto.

 

O menino obedeceu à mãe sem questionar. Deixou a madeira ao lado da casa e foi até o rio, que não era muito distante, se lavar para o almoço.

 

Quando chegou ao rio, o garoto se abaixou e pegou um punhado de água para limpar o rosto, mas parou o movimento pela metade, pois percebeu algo que nunca antes havia notado. Ele não se parecia em nada com seus pais.

Sua mãe tinha um cabelo ruivo meio loiro, olhos verdes e um rosto anguloso, enquanto seu pai tinha um cabelo castanho claro, olhos cor de mel e um maxilar forte e pontudo. Ele não. Seus cabelos e olhos eram pretos como a noite. Seu rosto era muito redondo, não parecendo com o de nenhum de seus pais.

 

Ele se lavou o mais rápido que pode, visando voltar logo para casa e tirar essa dúvida. Novamente, sentiu o cheiro de comida durante o caminho. Ao chegar à clareira, viu seu pai, de pé, ao lado do lugar onde ele havia deixado a madeira. Assim que chegou mais perto, seu pai começou a falar num tom irritado:

 

-Será que você não entendeu o objetivo da sua missão?!- Antes que o garoto pudesse responder, o homem continuou. - Sua missão era um treinamento de combate. Você deveria derrotar um salgueiro, e não cortar uma árvore qualquer no caminho. A madeira do salgueiro é seca, perfeita pra fogueira, diferente de quando ela é recém cortada de uma árvore!

 

-Mas eu ainda não sei lutar, qualquer salgueiro pode me derrotar!

 

-Isso porque você tem a mente fraca e a coragem de um coelho assustado!

 

-Calma, querido, ele é só um aprendiz e tem apenas 8 anos.- Sua mãe havia parado de cozinhar e agora estava entre os dois. - Tenho certeza de que ele pode cumprir uma tarefa um pouco mais fácil.

 

-Uma tarefa mais fácil?! Quando eu tinha a idade dele eu matei um lobo do deserto sem nenhuma ajuda. Ele não conseguiu porque é fraco mesmo!

 

O garoto estava incrivelmente assustado com a reação exagerada do pai, por isso não conseguia encontrar palavras para responder, então ficou só assistindo, estupefato, à discussão que se desdobrava à sua frente.

 

-Você não devia falar assim do seu filho, ele é muito mais capaz do que você pensa. É só você dar uma chance pra ele.

 

-E o que você quer que eu mande ele fazer? Matar porings? Ele nunca vai conseguir se tornar um cavaleiro se você ficar protegendo ele de...

 

-Eu... quero tentar de novo... - Disse hesitantemente o aprendiz, interrompendo o pai.

 

-Viu só? Ele tem coragem e quer provar pra você que é capaz. Deixe-o tentar.

 

-Eu não acho que ele vá conseguir, mas... – o homem coçou o queixo e examinou o filho – Eu deixo ele tentar.

 

-Eu vou conseguir sim!Mesmo não querendo ser um cavaleiro, eu ainda quero provar que sou forte, pensou o menino.

 

-Vá filho, você ainda tem duas horas para trazer a madeira. – disse, carinhosamente, sua mãe. - Tenha cuidado. Benção!! Aumentar Agilidade!! Kyrie Eleison!!

 

O garoto estava mais atordoado do que nunca. Se sua mãe podia usar aquelas habilidades, então queria dizer que ela era uma sacerdotisa. Saber disso mostrava o quão pouco ele conhecia o passado de seus pais. Ele sabia que seu pai outrora fora um cavaleiro, pois ele fazia questão de se gabar dos seus feitos, mas nunca havia suspeitado que sua mãe fosse uma sacerdotisa.

 

-Não fique aí parado, vá logo. Essas habilidades não duram muito tempo.

 

Mas antes que ele pudesse se mexer, um movimento incrivelmente rápido no limite do seu campo de visão o assustou. Ele virou rapidamente a cabeça e viu o que parecia ser o vulto de uma pessoa, aterrissando entre eles numa velocidade absurda. Antes que pudesse mexer mais a cabeça ou sequer pensar em se afastar, o vulto bateu com o punho no chão e gritou:

 

-Crux Magnum!!

 

Ele viu uma luz branca brilhante brotar do chão e se elevar até o que parecia ser o infinito, ao mesmo tempo em que sentia uma dor excruciante. Algo o empurrou e ele se viu caído no chão, ao lado da mesa de fora da casa. Olhou de novo para o lugar onde a luz estava, exatamente no momento em que ela se apagou.

 

-Vocês acharam que isso ia dar certo? Fugir e se esconder? Acharam que íamos esquecer de vocês?

 

A voz vinha de um homem parado no mesmo lugar onde ele antes estivera. O homem usava uma armadura brilhante, uma capa azul e levava em uma das mãos um escudo e na outra uma lança. Era alto e tinha cabelos loiros. Pela luz branca que ele havia invocado, o garoto sabia que ele era um templário.

 

O homem caminhou na direção de sua mãe, caída no chão. Nesse momento, o aprendiz percebeu que sua mãe o havia empurrado, retirando-o da área de efeito do Crux Magnum, e que por isso ela havia sofrido muitos danos.

Os passos do templário causavam um desespero enorme no menino, mas seus ferimentos eram graves demais e, por mais que tentasse, ele não conseguia se mover.

 

-Eu não tava reconhecendo vocês, mas com certeza são quem eu penso que são. Não é verdade, Elle?

 

Quando ouviu o som de seu nome, a mãe do garoto começou a se mexer levemente. Ao mesmo tempo, seu pai se pós de pé e entrou numa posição de combate entre sua esposa e o atacante.

 

-Vocês dois merecem morrer por terem nos abandonado! Nós contávamos com vocês! - Acusou o templário.

 

-Nós não abandonamos ninguém, vocês que abandonaram Deus! Vocês que resolveram seguir aquele porco assassi...

 

-Você vai morrer pela sua insolência, velho! Deus está comigo, Ele me abençoa sempre que uso uma habilidade. Meu Crux Magnum foi uma prova disso. Mas parece que você não achou que foi o suficiente. Crux Divinum!!

 

Os movimentos de seu pai e do templário foram tão rápidos que ele mal pode acompanhar. O templário avançou, tentando acertar o outro homem com a lança, mas o cavaleiro foi mais rápido e se esquivou para a direita, contra-atacando com um soco na bochecha esquerda do oponente, que caiu no chão.

 

O velho cavaleiro tentou aproveitar para tirar vantagem da queda do seu adversário, mas antes que pudesse dar dois passos, o templário fez um rolamento extremamente rápido e habilidoso, se pondo ao lado de onde a sacerdotisa estava caída, e colocando a ponta da lança na garganta dela.

 

-Mais um passo... - O resto da ameaça não foi necessária, porque o cavaleiro já estava completamente paralisado. - Agora, coloque as mãos na cabeça!

 

-Fica calmo, por favor. Não vá fazer nenhuma besteira, Phill...

 

-Faça o que estou mandando, agora!

 

O jovem aprendiz viu seu pai obedecer, o que o deixou ainda mais desesperado por estar tão fraco e não conseguir se mexer.

 

Assim que as mãos do cavaleiro tocaram sua nuca, o templário abandonou sua posição e avançou. O homem mais velho não conseguiu ter tempo de reagir, porque não esperava um ataque tão covarde. A lança do templário atravessou o peito do cavaleiro, exatamente na altura do coração, e saiu do outro lado, manchada de sangue.

 

O templário aproximou sua boca do ouvido do cavaleiro, sussurrando algo que o menino não conseguia ouvir, somente para, meio segundo depois, declarar em voz alta:

 

-Esse é o fim do grande cavaleiro Dahst! -O tom de ironia na voz do homem fez com que o coração do aprendiz pulsasse de ódio.

 

-NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!! - O menino se pôs de pé, ignorando seus ferimentos e a dor que eles causavam. – Eu vou te matar, templário maldito!

 

-O aprendiz quer me enfrentar? Estou tremendo de medo. - Ironizou o templário enquanto tirava a lança do peito do homem, agora caído. - Será que você é tão ignorante a ponto de achar que eu sou um simples templário? Eu sou um paladino, garoto burro.

 

Ele sabia que não podia derrotar um templário, muito menos um paladino. Mas, naquele momento, as probabilidades não importavam. Aquele homem havia matado o seu pai e aquele homem iria pagar por isso.

 

O menino pegou a faca de cortar carne que estava na mesa ao seu lado e pôs-se a correr, sem se importar nem com a dor, nem com os riscos.

 

-Se você quer tanto assim morrer, realizarei o seu desejo. Choque Rá...

 

Ao mesmo tempo em que ele terminava a frase, outro grito ecoou pelo ar:

 

-Portal!!

 

Uma luz veio do chão em que o menino pisava. A última coisa que ele conseguiu ver, meio segundo antes de desmaiar com o impacto do escudo acertando-o na testa, foi sua mãe, de pé, com os braços estendidos em sua direção e chorando inconsolavelmente.

 

------------------------------------------------------------------------> FIM

 

Para o Capítulo 1

Editado por Razac
Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
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Boa noite,

 

Bom texto o teu. Embora um Paladino covarde não me agrade tanto. (>.

Acompanhando o desenrolar da trama.

 

Abraços.

 

Muito obrigado pelo comentário, é muito importante mesmo.

Joga de templário/paladino/guardião real? xD É que sabe, a classe nem sempre condiz com o coração. Muitas pessoas usam classes que deveriam ser "boas" e saem fazendo um monte de coisas ruins, então eu pensei em retratar um pouco disso. xD

 

Já tava até ficando triste, achando que ninguém tinha lido, mas aí recebi seu comentário, obrigado. Se outra pessoa estiver lendo isso, saiba que se você comentar, você vai me fazer muito feliz.

 

Ah, tive uma ideia. A cada comentário que eu receber eu reduzo em um dia o "delay" até o próximo capítulo. Quem sabe assim não estimulo mais pessoas a comentar? Sendo assim o próximo capítulo chega sábado, dia 4, e não domingo, dia 5, como estava previsto. Se mais alguém aparecer aqui, eu posto na sexta. xD

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
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-Mas eu ainda não sei lutar, qualquer salgueiro pode me derrotar!

 

OOOOOOOOWWWN!! Ataque de fofura nessa parte. *Imaginando um aprendiz pequeninho exclamando isso.*

 

 

 

- Quando eu tinha a idade dele eu matei um lobo do deserto sem nenhuma ajuda.

 

Tive de rir nessa parte. kkkkk

 

 

-Portal!!

 

 

OMG, minharripiei aqui U,U

 

A última coisa que ele conseguiu ver, meio segundo antes de desmaiar com o impacto do escudo acertando-o na testa, foi sua mãe, de pé, com os braços estendidos em sua direção e chorando inconsolavelmente.

 

NOOOOOOO!! Fiquei triste nessa parte. ;

 

 

@ON

 

Gostei muito da sua fic, você escreve muito bem. Espero ver continuação.

(Não ligue pros meus ataques lendo a mesma) o/

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OOOOOOOOWWWN!! Ataque de fofura nessa parte. *Imaginando um aprendiz pequeninho exclamando isso.*

 

Verdade, um baby falando isso deve ficar bonitinho, nem tinha pensado nisso. xD

 

Tive de rir nessa parte. kkkkk

 

Sem nenhuma ajuda, ein!

 

OMG, minharripiei aqui U,U

 

Era essa a intenção... Ou próximo disso... /mal ... Mentira, eu sou bonzinho... Até parece Muahahaha

 

NOOOOOOO!! Fiquei triste nessa parte. ;

 

=X

 

Gostei muito da sua fic, você escreve muito bem. Espero ver continuação.

(Não ligue pros meus ataques lendo a mesma) o/

 

Muito obrigado mesmo pelo comentário e pelo elogio, é muito importante. E pode ter ataque a vontade, significa que o objetivo está sendo alcançado, emocionar o leitor.

 

Eu gostei,achei bem legal a história mesmo só sendo o prólogo e que bom q vc não colocou 3RD (por enquanto talvez ....)

 

Não sou muito fã de 3RD's UHEUEHUEE

 

Muito obrigado pelo comentário e que bom que você gostou. Mas, poxa, Hissis, acho que vou acabar te decepcionando. =X O prólogo se passa num momento bem anterior ao verdadeiro começo, e nesse meio tempo foi o momento cronológico que eu escolhi pra encaixar as 3RD. Ou seja, já nos próximos capítulos elas vão aparecer. Espero que eu não te perca por isso, porque embora eu seja suspeito pra falar, acho que a estória ficou muito bem com as 3RD's. xD

 

ah q isso cara, por que vc parou?

agora to na super curiosidade aki do desenrolar da historia.

posta o resto ai rapidao mano

 

adorei a historia

 

Nossa, vou ter um infarto. Muito obrigado mesmo pelo seu comentário, como eu disse, é muito importante, sem dúvidas é minha motivação pra escrever.

 

Bom, eu disse que a cada comentário eu iria diminuir o delay em um dia. Se a data de lançamento era domingo, então o Leonarth diminuiu pra sábado, o Creater reduziu pra sexta, o Hissis me permitiu postar hoje e o Nipodemos me fez estar devendo um capítulo pra ontem... Droga, to atrasado! Se segurem que já tá vindo!

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
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Capítulo 1

 

PSICÓTICO

 

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21 de setembro, aproximadamente 10:00

Catedral de Prontera

 

 

 

Era mais um dia normal na igreja de Prontera. O bispo estava sentado no que deveria ser a sua sala, lendo uma passagem da bíblia quando alguém abriu a porta devagar. Ele sabia que era a irmã Cecília, porque somente ela abria a porta daquele jeito. Devagar para não atrapalha-lo, mas ao mesmo tempo acentuando o ranger da porta de uma maneira que o incomodava muito.

 

 

Ele fingiu não saber quem era e sem tirar os olhos da bíblia disse:

 

 

-Quem está ai?

 

 

-Você sabe que sou eu. – Era a voz da irmã Cecília.

 

 

-E o que você quer?

 

 

-Você também sabe porque eu to aqui.

 

 

Ele sabia e não podia acreditar que ela iria começar com aquele assunto de novo. Pegou o marcador de páginas que estava em cima da mesa e colocou-o cuidadosamente na bíblia, marcando onde ele havia parado. Antes que pudesse se levantar, ela recomeçou a falar:

 

 

-Você precisa resolver o problema daquele garoto.

 

 

-Como você espera que eu resolva isso?

 

 

-Converse com ele. Ele precisa de alguém com quem conversar.

 

 

-Você sabe muito bem que ele não quer conversar. – Ele se levantou e se virou de frente para a madre. – Sinceramente eu não acredito que você esteja criando caso com isso outra vez. No começo eu até cheguei a contar quantas vezes você tocava nesse assunto, mas depois de sete anos eu sinceramente desisti.

 

 

-Eu não acredito que você, como um bispo, possa dar tão pouca importância ao problema dos outros.

 

 

-E o que você quer que eu faça? – O bispo era um homem muito paciente, mas a mania dela de insistir em assuntos como esses o tirava do sério.

 

 

-Esse menino precisa de pais para...

 

 

-Minhas habilidades de ressuscitar não podem trazer de volta aqueles que verdadeiramente morrem! – O bispo estava realmente começando a se irritar, o que era muito difícil para alguém com a paciência dele.

 

 

-Eu não estava querendo dizer trazer de volta os pais dele. – Ela havia percebido que o bispo não estava contente com a conversa, mas não ia desistir do assunto. – Eu quis dizer arranjar pais adotivos para ele.

 

 

-Você sabe que o jeito dele assusta qualquer um que queira adota-lo. Eu já tentei isso e não é o que ele quer.

 

 

-Como você pode ter certeza? Ele não fala com ninguém e só sai do quarto pra pegar comida.

 

 

-Então eu te pergunto mais uma vez... O que você quer que eu faça?

 

 

-Converse com ele.

 

 

-Ele não quer conversar.

 

 

-Tente.

 

 

-Ta bom... Eu vou tentar... – O bispo sabia que tentar conversar com o garoto seria mais rápido do que continuar a discussão com ela, somente por isso ele relutantemente aceitou e a acompanhou.

 

 


 

 

Era mais um dia normal na igreja de Prontera. O garoto olhava pela janela do seu minúsculo quarto no segundo andar da igreja. Era isso o que ele fazia dia após dia. Olhar pela janela. E também polir o escudo que agora repousava em seu colo.

 

 

A porta abriu. Ele ouviu o som de passos mas não se importava com quem era. Um. Dois. Três. Quatro. Eram quatro pessoas. Pelo barulho que faziam na madeira ao andar eram leves, o que o deixava concluir que não eram adultos. Provavelmente quatro noviços. Mas o que eles faziam aqui? Ele não precisava perguntar, logo eles diriam.

 

 

-Então você está ai sentado. Como você consegue passar o dia inteiro nessa janela? É patético. – Então era isso, os noviços tinham vindo atormenta-lo.

 

 

-Você não vai responder? – Todos já sabiam a resposta para essa pergunta, principalmente ele. Dirigindo-se aos outros, disse. – Vamos ver o que ele tem.

 

 

 

Ao som da ordem do noviço que parecia ser o chefe, os outros começaram a vasculhar. Eles não faziam questão de tomar cuidado e mais de uma vez ele ouviu o som de objetos de vidro se quebrando. Provavelmente garrafas vazias.

 

 

-Achei 50 zenys. Acho que hoje eu vou almoçar carne. – Os outros três riram da piada. Rir... Era algo que ele simplesmente não conhecia. Não mais.

 

 

Ele não fazia nenhuma questão de reagir, muito menos de olhar para o que eles estavam fazendo. O silêncio era a sua única arma.

 

 

-Acho que ele não tem nada de valioso. – Disse um dos quatro, que provavelmente havia desistido da busca.

 

 

-Ele tem sim. – Era a voz daquele que parecia ser o líder. – Olhe para o escudo nas mãos dele, parece ser um daqueles escudos que somente templários podem usar.

 

 

-Você acha que é um Spiritus Sancti? Isso é caro.

 

 

-É o que nós vamos ver.

 

 

Um movimento rápido no limite do seu campo de visão fez com que ele se assustasse e se lembrasse daquele dia, mas ele se controlou antes de ser mexer.

 

 

Um puxão no escudo fez com que ele o soltasse. O aprendiz caiu no chão. Ele se levantou rapidamente e se pôs de pé na frente do “noviço chefe’’. Por mais que ele tentasse reprimir, uma confusão de sentimentos o dominava. Raiva era o principal. Ele havia lembrado, ainda que por poucos segundos, daquele dia.

 

 

O garoto para quem ele estava olhando era mais alto do que ele, além de ser mais forte. Não fosse pelas roupas, ninguém diria que era um noviço. Também era loiro. Isso aumentava ainda mais a raiva que crescia dentro dele.

 

 

-É sim um Spiritus Sancti. Acho que eu vou ficar com ele pra mim. – Isso ele não o deixaria fazer. Levou a mão até a dobra da roupa na qual escondia sua faca. Fez isso devagar para que ninguém percebesse o movimento, mas antes de puxar a arma, o noviço continuou a falar e ele parou para ouvir. – Quem te deu esse escudo? Você conseguiu ele sozinho sendo fraco desse jeito. – Ele fez uma pausa para olhar pro escudo. – Você herdou ele do seu pai?

 

 

Foi inevitável não lembrar. Tudo o que havia acontecido naquele dia amaldiçoado voltava para a mente dele de uma única vez. A raiva cresceu e explodiu dentro do seu peito. Ele não seria mais capaz de se manter quieto.

 

 

-Nunca... – A voz saiu rouca por causa do tempo sem usá-la. – Nunca compare o dono desse escudo com meu pai!

 

 

-Olha só, o mudinho sabe falar. – Dos quatro noviços, aquele que estava na sua frente era o único que se mantinha calmo. A ironia na voz dele o fez lembrar de novo do dia. A raiva guardada dentro dele se transformou em um ódio amargo.

 

 

-Devolva... Agora!

 

 

-Senão o que? Posso saber? – Ele fez uma pausa e olhou de cima a baixo o garoto que o enfrentava. – Vai chamar o defunto do seu pai pra me dar uma lição?

 

 

Ele havia ido longe demais. E agora ele ia pagar pelo o que havia dito. O menino deixou todas as emoções guardadas fluírem antes de puxar a faca. Ódio era o que ele mais sentia. Quando o noviço percebeu que ele estava com uma arma já era tarde demais.

 

 

O garoto sentiu a faca rasgar a carne assim que a enfiou na barriga de seu oponente. O escudo caiu no chão exatamente no mesmo instante em que ele puxava a faca para desferir outro golpe. Os outros três membros da gangue abriram a porta e saíram correndo, abandonando seu líder ferido no mesmo momento da segunda facada.

 

 

Na terceira vez que ele ia enfiar a faca na barriga do oponente, viu que outras duas pessoas haviam entrado no quarto. Eles não importavam. Tudo o que importava era o ódio e a dor que ele sentia, e que, finalmente, ele estava passando para outra pessoa. Ele se sentia bem. Era para isso que ele havia nascido. Para causar dor.

 

Antes que ele pudesse ter qualquer outro pensamento, uma luz verde apareceu em volta do rapaz que ele estava esfaqueando e um grito se fez ouvir:

 

 

-Curatio!!

 

 

Era a voz da irmã Cecília. Exatamente no momento em que ele reconheceu a voz, alguém com uma força muito superior o puxou para trás. Ele não podia resistir, por isso se deixou levar pela força do outro.

 

 

Só então ele percebeu o que havia feito. Ele nunca fora um menino ruim. Ele nunca quisera ferir ninguém. Ele só queria algo que todos os outros tinham. Uma família.

 

 

Ele começou a chorar desesperadamente. Agora que ele havia libertado suas emoções e o ódio havia passado, restava somente a dor. Uma dor tão forte que ele se viu preferindo deixar de existir a sentí-la. Então desmaiou.

 

 

.

.

.

 

 

Ele abriu os olhos devagar. Sua cabeça doía intensamente. Estava em um quarto parecido com o seu, mas era arrumado demais pra ser o dele.

 

 

-Fique parado. – Ele olhou para a direção da origem do som e viu um noviço parado em frente à porta.Como eu não percebi ele antes?Eu vou buscar o bispo. Não saia daí.

 

 

Assim que o noviço fechou a porta, ele percebeu que estava com problemas. O que ele havia feito era imperdoável tanto aos olhos de Deus quanto aos olhos dos homens. Não. Ele não podia pensar assim. O que aquele homem havia feito era imperdoável. Phill...

 

 

Era melhor ele arrumar seus pertences e fugir antes que fosse tarde. Como eu vou fazer isso? Eu nem sei onde eu estou. É melhor eu esperar... E ele esperou até ouvir o som de passos.

 

 

-O bispo quer que você vá até a sala dele. – A voz veio do lado de fora da porta. – Quando estiver pronto saia do quarto e por favor me acompanhe.

 

 

Não iria dar tempo para fugir. Talvez ele conseguisse sair pela janela, mas ele ia ter que deixar o escudo para trás. Eu não posso deixar o escudo.

 

 

Ele se levantou, verificou suas roupas e abriu a porta. O noviço do lado de fora tomou o cuidado de manter pelo menos dois metros de distancia dele. Era bom saber que seus feitos causavam medo nos outros. Ele podia usar esse tipo de medo.

 

 

Ele está tão preocupado em ficar fora do meu alcance que esqueceu da sua missão, garantir que eu não fuja. O rapaz estava tão longe dele que ele tinha espaço suficiente para fugir pelo corredor sem que nada o atrapalhasse. Pena que minha intenção não é fugir...

 

 

Eles desceram as escadas e continuaram andando. O noviço sinalizou para ele parar em frente a uma porta grande de madeira. O rapaz bateu na porta sem tirar os olhos do jovem aprendiz. Seria engraçado ver a cara dele caso eu fingisse atacar. Mas ele não ia fazer isso. Iria atrapalhar no "julgamento" que estava por vir.

 

 

-Pode entrar. – A voz do bispo se fez ouvir através da porta. Parecia que ele estava muito cansado.

 

 

O noviço abriu a porta e se afastou dando três largos passos. Era óbvio que ele não iria entrar junto. O aprendiz entrou na sala e fechou a porta atrás de si.

 

 

-Espero que não se importe do chefe da guarda acompanhar nossa conversa. - Ele olhou para onde o bispo estava e viu o velho homem sentado em sua cadeira. Em pé, ao seu lado, estava o chefe da guarda de Prontera. – Sente-se.

 

 

Ele puxou a cadeira que estava na sua frente e se sentou olhando fixamente para os dois homens, que o encaravam de volta. Se o chefe da guarda está aqui, quer dizer que ele pretende me prender. Não posso deixar que isso aconteça. Levou devagar a mão até o lugar na roupa onde ele escondia a faca e ficou assustado ao perceber que ela não estava lá. Armado minhas chances já eram pequenas, desarmado então...

 

 

-Eu gostaria de saber, por que você esfaqueou o pobre Jhony?

 

 

-Porque ele mereceu. – Sua resposta pareceu não agradar ao bispo, mas ele não estava lá para agradar ninguém.

 

 

-Então você o esfaqueou simplesmente porque ele pediu para olhar seu escudo?

 

 

-Foi isso o que ele te contou?Jhony... Mentiroso maldito!

 

 

-Não. Foi exatamente isso o que todas as quatro testemunhas contaram. – O guarda parecia uma estátua quando estava quieto, e continuava parecendo uma enquanto falava. – Eu interroguei os quatro separadamente e eles me contaram a mesma história, garoto. Você não vai me enganar dando uma versão fantasiosa completamente diferente da realidade.

 

 

A raiva começou a surgir novamente. Desgraçados mentirosos. Eu vou me vingar de todos vocês.

 

 

-Fique calmo. – A voz do bispo parecia tudo, menos calma. – Vamos ouvir o que ele tem a dizer. O que aconteceu, filho?

 

 

Ele narrou a história exatamente como ela havia acontecido. Não adicionou nenhum fato. Não removeu nenhum fato. Também não diminuiu ou exagerou nenhuma das suas reações. Era uma narração limpa da história, sem nenhuma modificação.

 

 

A raiva cresceu dentro dele quando, ao terminar de contar, percebeu que o guarda não havia acreditado em uma palavra do que ele havia dito.

 

 

-Eu acredito em você. – O bispo disse, agora demonstrando calma. – Mas será que ele ter falado do seu pai justifica um crime desses?

 

 

-É claro que não. – O chefe da guarda respondeu antes que ele tivesse a oportunidade de abrir a boca. – Mesmo a história dele sendo verdade, o que eu duvido muito, esse crime não pode ser perdoado. Nós não podemos deixar alguém que tenha coragem de matar por um motivo tão banal ficar solto nas ruas. Esse garoto é obviamente um psicopata.

 

 

-Eu não sou um psicopata.Se você insistir em me prender, não terei escolha senão te matar... Só preciso descobrir como...

 

 

-Vá com calma. Esse menino passou por muita coisa. – O bispo parecia compreender tudo o que estava acontecendo com ele. – Eu sugiro que nós conversemos com ele antes.

 

 

-Conversar? Você está na frente de um assassino psicopata e você quer conversar?

 

 

Assassino? Será que o Jhony não resistiu aos ferimentos? Pensar que ele podia ter matado alguém o deixava com um pequeno sentimento de culpa.

 

 

-Mais uma vez eu repito. Tenha calma. – O bispo parecia um pouco irritado. - Ele não é um assassino.

 

 

-Nisso eu concordo. O rapaz que ele esfaqueou sobreviveu, mas em breve ele vai conseguir matar alguém.

 

 

-Sua pressa em condenar esse rapaz não me deixa alternativa senão ir direto ao ponto. – Agora o bispo estava visivelmente irritado. – Como você pode ver, ele é um aprendiz...

 

 

-Eu não sou cego.

 

 

-Pare de me interromper, homem! – Ele parou um pouco para se acalmar. – Como você pode ver, ele é um aprendiz que ainda não escolheu uma classe para seguir. Existe uma maneira de solucionar esse problema sem ter que prende-lo.

 

 

-Você não pode estar pen...

 

 

-Sim. Eu vou mandá-lo para a guilda dos gatunos. – O guarda parecia assustado com a decisão. – Você sabe tão bem quanto eu que a guilda dos gatunos não se importa com crimes cometidos no passado.

 

 

-Mas nós não podemos simplesmente libertá-lo.

 

 

-Podemos e vamos. Ou será que você quer testar o poder das minhas influências? Como representante da Guilda dos Arcebispos, eu conheço muitas pessoas e muitos me devem favores. Você realmente quer recorrer a isso?

 

 

-Eu não quero nada disso. – O chefe da guarda estava tão confuso quanto ele próprio. – Mas por que? Por que o senhor iria fazer isso? Ele quase matou um membro da sua guilda! Como você pode querer deixá-lo livre?

 

 

-Eu não lhe devo explicações. Agora vá embora, você não é mais necessário aqui.

 

 

-Sim, senhor! – A voz do guarda estava cheia de raiva e de descrença.

 

Assim que o guarda fechou a porta, o bispo voltou a falar:

 

-Antes de você partir, quero que me acompanhe. – O bispo levantou e se encaminhou na direção da porta. – Venha!

 

 

Ele levantou e foi atrás do bispo sem ter ideia do que o aguardava.

 

------------------------------------------------------------------------> FIM

 

Para o Capítulo 2

 

 

Bom, pessoal, é isso. Espero que gostem do capítulo, e espero que comentem. Só lembrando que o acordo ainda está de pé, a data prevista pro capítulo 2 é quinta-feira que vem, mas a cada comentário eu reduzo o delay em um dia. Realmente espero que gostem.

Editado por Razac
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Gostei de novo,continue assim.

 

Vale fazer spam pra reduzir o tempo de lançamento? EUHIIHEIHEIHEHEE

 

Só por curiosidade,vc tem quantos capítulos dessa fanfic prontos?

 

Que bom que você gostou, tava com medo de não curtir por causa das 3RD's.

 

Não vale fazer spam, a regra é clara: "Somente o primeiro comentário, depois do lançamento do capítulo, é válido." Sendo assim, o próximo capítulo vem quarta-feira, já que você reduziu em um dia. xD

 

Eu tenho oito capítulos prontos, já que o nono foi perdido junto com meu HD, mas ele já tá todo "desenhado".

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-Fique parado.

 

Mago, fique pardo!

 

Desgraçados mentirosos. Eu vou me vingar de todos vocês.

Se você insistir em me prender, não terei escolha senão te matar... Só preciso descobrir como...

 

-Eu não sou um psicopata.

 

Magina...

 

@ON

 

Mais um ótimo capítulo. Gosto muito do jeito que você descreve as ações e os sentimentos de cada um no momento.

Espero ver mais capítulos assim o/

 

Acho melhor você tirar com esse acordo dos capítulos, pois acredito que irá ter bastantes comentários, e é sempre bom você escrever seus capítulos sem pressa.

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Mago, fique pardo!

 

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Não consegui parar de rir, cara. Sério, acho que acordei alguém aqui...

 

Desgraçados mentirosos. Eu vou me vingar de todos vocês.

Se você insistir em me prender, não terei escolha senão te matar... Só preciso descobrir como...

 

-Eu não sou um psicopata.

Magina...

 

Né, que isso, ele é tão bonzinho, só prega o amor e a paz. Coisa feia acharem isso dele...

 

Mais um ótimo capítulo. Gosto muito do jeito que você descreve as ações e os sentimentos de cada um no momento.

Espero ver mais capítulos assim o/

 

Que bom mesmo que você gostou, fico muito feliz que meu trabalho esteja agradando. Tenho sempre bastante cuidado pra tentar descrever bem os sentimentos e as ações, principalmente em momentos de luta, e é bem difícil fazer isso sem que, ou fique faltando algo, ou fique parecendo um testamento. Fico muito feliz por estar dando certo.

 

Acho melhor você tirar com esse acordo dos capítulos, pois acredito que irá ter bastantes comentários, e é sempre bom você escrever seus capítulos sem pressa.

 

Acho que esse acordo funcionou tão bem que eu pretendo usar em tudo que fizer, em poucas horas eu tive tantos comentários. E eu preciso muito de inspiração pra escrever, um único comentário pode me fazer escrever capítulos inteiros, enquanto a falta do mesmo pode me desanimar por meses. É claro que se realmente não der pra manter o ritmo, vou ter que retirar o acordo, mas por enquanto eu acho que aguento.

 

Próximo capítulo: Terça-feira. ;D

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Tenho sempre bastante cuidado pra tentar descrever bem os sentimentos e as ações, principalmente em momentos de luta, e é bem difícil fazer isso sem que, ou fique faltando algo, ou fique parecendo um testamento. Fico muito feliz por estar dando certo.

 

Concordo.

Sabe, eu já escrevi umas 2 fics, e nunca me direcionava para lutas, sempre tentava desvia-las. Pois eu sei do trabalho de detalhar cada movimento e não parecer clichê ou "detalhado demais".

Quanto a parte das emoções, acho que está fazendo um trabalho fantástico. Vejo um ou dois autores por aí que no começo não faziam isso muito bem, mas nos finais capítulos eles descreviam as emoções sentidas e os movimentos muito bem. Digo, sem ser muito monótono ou ser curto demais. Acho que deve ter um conhecimento vasto de palavras pra poder fazer isso. (Enfim, eu falo demais)

 

Acho que esse acordo funcionou tão bem que eu pretendo usar em tudo que fizer, em poucas horas eu tive tantos comentários. E eu preciso muito de inspiração pra escrever, um único comentário pode me fazer escrever capítulos inteiros, enquanto a falta do mesmo pode me desanimar por meses. É claro que se realmente não der pra manter o ritmo, vou ter que retirar o acordo, mas por enquanto eu acho que aguento.

 

Na minha opinião, os comentários vieram pois sua fic ficou nos tópicos recentes e muitos viram. (Se bem que você a postou às 20:00 de um certo dia, então não faz muito sentido, visando o horário das pessoas on-line)

De qualquer forma, se funcionou, foi para aqueles que só liam e achavam muito legal, mas não chegavam a comentar.

Mas se algum dia começar a ter de escrever nas pressas ou algo do gênero, ficaria muito feliz que abandonasse essa ideia.

 

*Não conte esse comentário na diminuição de dias! o/

 

@ON

 

Para não ser um total "offtopic" eu vou fazer mais um comentário sobre ela.

 

Realmente você retratou a parte das pessoas ruins seguindo classes que foram criadas para serem "boas".

Acho que é sim legal na parte do Paladino e tudo mais. Mas quando vi o bando de noviços do mal, dentro da igreja, pra ser sincero, não gostei muito não.

Porque falando de um jogo, o que vai determinar como ele age não é a profissão, e sim a pessoa que está jogando.

Mas falando de uma "vida real" a profissão deveria sim determinar bastante a pessoa, pois um cara do mal não vai querer virar um noviço e dedicar parte do seu dia rezando, sendo caridoso e outras coisas que noviços fazem. Ele vai para a guilda dos gatunos, pois quer roubar as pessoas e ter uma desculpa para isso, a sua profissão.

 

Resumindo: Eu falo muito.

Gostei de retratar as pessoas "ruins" seguindo classes "boas" como o Paladino.

Não gostei de ter quatro noviços do mal dentro de uma igreja.

 

Não é por isso que sua fic vai ficar na minha lista negra, continuo adorando-a. Mas é somente minha opinião.

 

eu falo muito

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Concordo.

Sabe, eu já escrevi umas 2 fics, e nunca me direcionava para lutas, sempre tentava desvia-las. Pois eu sei do trabalho de detalhar cada movimento e não parecer clichê ou "detalhado demais".

Quanto a parte das emoções, acho que está fazendo um trabalho fantástico. Vejo um ou dois autores por aí que no começo não faziam isso muito bem, mas nos finais capítulos eles descreviam as emoções sentidas e os movimentos muito bem. Digo, sem ser muito monótono ou ser curto demais. Acho que deve ter um conhecimento vasto de palavras pra poder fazer isso. (Enfim, eu falo demais)

 

Muito obrigado *escorre uma lágrima* Na verdade, eu gosto de descrever lutas, então eu meio que sempre tento me direcionar pra elas. Eu amo os momentos de ação, o problema é que a primeira luta "de verdade" (pelo menos a que eu considero assim) só aparece mais pra frente. Pode ser que demore, mas quando chegar, acho que ninguém vai se arrepender de ter esperado. Embora eu seja suspeito pra falar...

 

Na minha opinião, os comentários vieram pois sua fic ficou nos tópicos recentes e muitos viram. (Se bem que você a postou às 20:00 de um certo dia, então não faz muito sentido, visando o horário das pessoas on-line)

De qualquer forma, se funcionou, foi para aqueles que só liam e achavam muito legal, mas não chegavam a comentar.

Mas se algum dia começar a ter de escrever nas pressas ou algo do gênero, ficaria muito feliz que abandonasse essa ideia.

 

Tipo, quando eu postei tinha três linhas de pessoas online no fórum, mas pareceu que ninguém tinha lido. Aí eu tive essa ideia, e meio que apareceu um monte de gente. E claro, se não tiver dando tempo de escrever direito, os capítulos passam a sair semanalmente.

 

Realmente você retratou a parte das pessoas ruins seguindo classes que foram criadas para serem "boas".

Acho que é sim legal na parte do Paladino e tudo mais. Mas quando vi o bando de noviços do mal, dentro da igreja, pra ser sincero, não gostei muito não.

Porque falando de um jogo, o que vai determinar como ele age não é a profissão, e sim a pessoa que está jogando.

Mas falando de uma "vida real" a profissão deveria sim determinar bastante a pessoa, pois um cara do mal não vai querer virar um noviço e dedicar parte do seu dia rezando, sendo caridoso e outras coisas que noviços fazem. Ele vai para a guilda dos gatunos, pois quer roubar as pessoas e ter uma desculpa para isso, a sua profissão.

 

É, eu concordo com você, foi meio exagerado ter noviços ruins dentro da própria igreja. Mas a minha intenção foi mostrar o seguinte, como se desenvolve aquele cara que quer ser um monge pra "dar soco em geral e owna os cones"(o famoso "asura e sai correndo")? No começo, eles têm que ser noviços...

 

*Não conte esse comentário na diminuição de dias! o/

 

Como esse é seu segundo comentário depois que saiu o capítulo, então ele não conta, não precisa se preocupar.

 

Data de lançamento: Terça-feira, 07/01.

Editado por Razac
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WOWOWWW Acho que sou um MegaOverPowerSpoiler em potencial hein Razac!!! AUSHAUHSHUSHA

 

Né. Mas não usa esse teu +20 Mega-Spoiler-Doom-From-Hell-Dus-Inferno não que eu não tanko. xD

 

Só digo uma coisa: acompanhem ai galera q vale a pena!!

 

Eu também acho que vale a pena, mas eu sou meio suspeito pra falar, né...

 

Tô tentando adicionar informações na estória, tipo data, horário e local, acho que facilita o entendimento, principalmente na parte da *spoiler* em que eu vou no "futuro" e depois volto explicando. Acho que você sabe do que eu tô falando.

 

Data de lançamento do próximo capítulo: Segunda feira, 06/01. Se mais alguém comentar eu posto ainda hoje, não que esteja doido pra receber mais comentários ou pra postar logo, nada disso... Magina...

Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
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Capítulo 2

 

NOME

 

j7o9.png

 

21 de setembro, 13:30

Catedral de Prontera

 

 

O aprendiz acompanhou o bispo para fora da sala e pelos corredores da igreja. Entraram em um cubículo à direita do altar da catedral. O menino estava achando a atitude do bispo muito suspeita, principalmente porque ele andava sorrateiramente e não queria que ninguém os visse.

 

 

-Eu vou acender a luz. – A sala estava completamente escura, mas o arcebispo parecia conhecer muito bem o caminho. O som de um clique chegou aos ouvidos dele ao mesmo tempo em que o quarto se iluminava. – Sente-se.

 

 

A sala continha duas poltronas marrons, uma mesa baixa de vidro, uma estante com livros e um armário. O religioso abriu esse armário e tirou de dentro dele um garrafão. O garoto se sentou enquanto o homem trazia o garrafão para a mesinha de vidro e em seguida se sentava na outra poltrona.

 

 

-Aceita? – Disse o bispo enquanto derramava o conteúdo em um dos dois copos que estavam em cima da mesa. -Vinho da missa. – Girou uma vez o copo de vidro nas mãos antes de voltar a falar. –Experimente.

 

 

O aprendiz pegou o copo que estava na mesa e o arcebispo entornou a bebida nele. Enquanto o rapaz levava o copo à boca, o religioso continuou:

 

 

-Trouxe você até aqui para conversarmos sobre um assunto muito delicado. – O homem esperou ele provar a bebida para continuar. – Tentei conversar com você no passado, mas me parece que você simplesmente não ouviu nada do que eu tinha a dizer.Será que isso é verdade? Eu não me lembro do bispo vir falar comigo... - Vou repetir as perguntas que fiz antes e espero que dessa vez você me responda.

 

 

-Com uma condição. – O arcebispo pareceu se surpreender. – Pra cada pergunta que você fizer, eu farei outra.

 

 

-Condição aceita. – Ele botou o copo na mesa. – Vou começar. O que aconteceu no dia em que você foi mandado até nós?

 

 

-Porque você insistiu para eu não ser preso?

 

 

-Espera, você não respondeu minha pergunta.

 

 

-Não respondi porque eu não quero responder.

 

 

-Eu também não pretendo responder a sua. Acho que está tudo igual para nós. – O homem parou para pensar um pouco.

 

 

-Próxima pergunta.

 

 

-Fique calmo, rapaz... Por que você simplesmente se isolou esse tempo todo? Se você tivesse passado esses anos treinando já poderia estar avançando para uma segunda classe. Isso seria mais adequado para você, não seria?

 

 

-Eu...não conseguia. Me concentrar em algo... me faria lembrar... e eu... eu não queria lembrar. – Falar sobre isso era difícil demais, por isso ele hesitava tanto. – Eu concordo...seria melhor se eu tivesse passado meu tempo treinando... – Ao se lembrar de algo que ele queria perguntar sua atmosfera cabisbaixa mudou, mas bem pouco. – Por que você é tão forte? Quando você me puxou para longe do Jhony, eu não tive a menor chance de resistir. Você como sacerdote não deveria ter tanta força.

 

 

-No começo da minha vida eu queria ser um sacerdote para lutar, sabe, batalhar pelo bem. Insisti nessa ideia durante minha vida inteira, até mesmo quando eu renasci para me tornar um sumo sacerdote. Só percebi que esse não era o caminho mais tarde... – O homem parecia saudosista ao lembrar da sua vida. – Agora é minha vez de pergun...

 

 

-Nada disso. Você fez duas perguntas de uma única vez e eu respondi as duas. Agora quem pergunta sou eu.

 

 

-Não percebi que fiz duas perguntas, mas também não vou te questionar sobre isso, porque você iria considerar como mais uma pergunta.

-Inteligente...A inteligência é um atributo considerado essencial para os arcebispos, mas a força não é. Como esse homem conseguiu trabalhar tão bem os dois? Não, se eu perguntar isso ele vai acabar me contando histórias da vida dele que eu não quero ouvir.Por que você quer que eu me torne um gatuno?

 

 

-Irei responder. – O loiro se levantou velozmente e foi até o armário buscar algo. Muito ágil também...Aqui. – Ele voltou trazendo um pequeno frasco em suas mãos. – Essa é uma garrafa de veneno mortal concentrado. O veneno é tão forte que se uma única gota entrar em contato com o sangue a pessoa morrerá em menos de um minuto.

 

 

-E o que eu tenho a ver com isso?

 

 

-Você irá levar esse frasco para a guilda dos mercenários.

 

 

-Entendi. Mas e se eu simplesmente levasse o frasco e não virasse um gatuno? Isso iria pagar minha dívida com você, não iria?

 

 

-Iria sim, mas você seria preso assim que voltasse. A não ser que você queira passar o resto da vida fugindo da guarda, é melhor virar um gatuno. E está na minha vez de perguntar. Alias, eu tenho direito a três perguntas.- Droga! Como eu não percebi? O homem parecia estar se divertindo. – Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro, não acha?

 

 

-Rá! Você acabou de desperdiçar uma pergunta. – Ele estava determinado a ganhar aquele jogo.

 

 

-Na verdade, não. Eu só estou curioso acerca de mais duas questões. Não precisava de uma terceira pergunta.– Ele pegou o copo que estava em cima da mesinha e bebeu um pequeno gole. – Qual era o nome dos seus pais?

 

 

-Elle e Dahst. – Ele não havia gostado nem um pouco da pergunta, por isso respondeu de forma seca.

 

 

-Você está se esquecendo dos sobrenomes.

 

 

-Não, não estou. Eu não conheço meu sobrenome, nós não precisávamos disso.

 

 

-É uma pena, eu realmente não os conhecia então. Qual é o seu nome?

 

 

Meu nome? O aprendiz nem se lembrava que tinha um nome, embora não tenham sido necessários mais do que alguns segundos para que recordasse. Mas ele não queria voltar a ser aquele garoto fraco.

 

 

-Eu não tenho um nome.

 

 

-Como assim não tem um nome? Eu sou o bispo Tomas, sou conhecido assim. Você tem que ter um nome pelo qual te conheçam.

 

 

-Já disse que não tenho um nome. - Ele percebeu que o homem ia insistir, então resolveu explicar. - Meus pais me deram um nome, mas eu não o quero. Eu não sou mais aquela pessoa. Eu não sou mais uma pessoa. Eu sou a dor. Eu sou a ira. Eu sou a vingança.

 

 

-É um discurso legal, mas não é verdade. Sabe porque isso não é verdade? É porque você já se arrependeu, e mesmo que você diga que não, você se arrepende de ter esfaqueado o Johny. – Era verdade e agora ele estava sem resposta. Mas eu faria de novo, caso ele repetisse aquelas palavras. E outra coisa, você vai precisar ter nome. O mundo lá fora não funciona assim, as pessoas não vão confiar em você se não usar seu nome. E acredite em mim, a confiança das pessoas é algo de que você vai precisar.

 

 

-Quando eu vir a necessidade de contar meu nome para alguém, eu contarei. E agora eu irei fazer as minhas duas últimas perguntas. – O rosto do bispo mostrava duvida. Foi divertido ver a feição dele no momento em que percebeu que havia feito duas perguntas a mais. – Como eu sobrevivi? Um choque rápido deveria ter matado, não é mesmo?

 

 

-Você sobreviveu graças aos meus esforços e aos esforços de toda a igreja. Nós passamos dias curando você. Aliás, simplesmente curar não era o suficiente, eu precisava usar ressuscitar pra reanimar você. Foi um trabalho exaustivo, mas valeu a pena.

 

 

-Muito obrigado por isso. – Ele levantou e pegou a garrafa de veneno em cima da mesa. – Já fiquei tempo demais parado nessa igreja, preciso ir.

 

 

-Espere um pouco. Você vai querer levar algo além da roupa que está usando, sua faca e do escudo?

 

 

-Não.

 

 

-Foi o que pensei. – O bispo se levantou e andou na direção do armário. Tirou dele uma mochila e um spritus sancti. – Considere a mochila um presente. Sua faca está ai dentro. Quer que eu abra um portal? Eu posso te mandar para izlude, vai economizar bastante tempo na sua jornada.

 

 

-Eu não quero ajuda nem presentes. Não quero ficar devendo mais do que já devo.Espera. Um portal...

 

 

-Como queira.

 

 

-Eu tenho uma pergunta. E eu tenho direito a perguntar.

 

 

-Esse joguinho é bastante divertido. – O bispo parecia estar ao mesmo tempo sendo irônico e dizendo a verdade. – Pensei que você não ia perceber. Pergunte.

 

 

-Como minha mãe usou a habilidade portal? Ela não tinha nenhuma gema azul.

 

 

-Existem muitos mistérios nesse mundo, meu jovem. E muitas cartas também...

 

 

-Cartas? O que é isso?

 

 

-Você não sabe o que são cartas de monstros?

 

 

-Eu realmente não sei do que você tá falando.

 

 

-Não se preocupe, meu jovem, um dia você descobrirá...

 

 

O garoto pegou o escudo e colocou-o com bastante dificuldade na pequena bolsa que o bispo chamava de mochila, logo em seguida guardando a faca junto com a garrafa de veneno. Se ele não quer me explicar, eu não vou insistir, pensou. Andou em direção à porta, mas antes de abri-la, parou e disse:

 

 

-Você não sabe.

 

 

-Não sei o que?

 

 

-Que por causa dessa sua última pergunta, eu ganhei o jogo. – O garoto abriu a porta e saiu da sala, deixando para trás o bispo com um olhar de tolo.

 

.

.

.

 

21 de setembro, 14:00

Cidade de Prontera

 

A luz bateu em seus olhos assim que saiu da igreja. Ele já tinha total conhecimento sobre o que devia procurar, só não sabia por onde começar. Conforme ele caminhava, o som de vozes enchia seus ouvidos.

 

 

É claro, o comércio de Prontera. Ele ainda não conseguia vê-los, muito menos entender o que diziam, mas ouvia o som e sabia que ali era o lugar por onde devia começar.

 

 

Ao chegar mais perto do comércio, os gritos dos mercadores se tornaram audíveis e ele conseguia ouvir os berros “VENDO EQUIPAMENTOS A PREÇO DE REVENDA!”, “ITENS PARA SUAS MISSÕES!” ou “DOZE TIPOS DE CARTAS SÓ AQUI!”. Cartas... Talvez eu deva parar e ver o que elas são... Não, não posso perder o foco.

 

 

Ele passou da praça central da cidade e os gritos ficaram ainda mais altos. Estava começando a ficar difícil de entender tudo no meio do que ele achava ser uma multidão. O anúncio de uma jovem ferreira chamou sua atenção: "DENTRO DO CUUUUUUUUUUUUUUSTO!!! TUDO DENTRO DO CUUUUUUUUUSTO!!!”. Pelo visto ela não havia chamado só a atenção dele. Muitos homens paravam para olhar as mercadorias que ela tinha para vender, a maioria parecendo ter segundas intenções.

 

 

Ela é uma ferreira...Talvez ela saiba... Ele se aproximou e esperou o homem que ela estava atendendo ir embora. Assim que este saiu, ela se adiantou:

 

 

-Um aprendiz, eu tenho o que você procura. – A ferreira se virou e tirou do carrinho uma espada. – Uma Espada Citadina, muito fácil de ser manuseada, fácil o suficiente para um aprendiz como você.

 

 

-Eu não quero comprar nada.

 

 

-Se não vai comprar nada então saia daqui. Tem outros querendo comprar.

 

 

-Eu preciso de uma informação.

 

 

-Eu não to com tempo pra dar informações. Saia logo daqui.

 

 

-É rápido. – Ele não gostava de ter que pedir por ajuda, mas era necessário. – Você pode me dar algumas informações sobre esse escudo, por favor? – Ele tirou o escudo da bolsa com alguma dificuldade, já que o escudo era grande demais para a mesma, e mostrou-o para a ferreira.

 

 

-Me desculpe garoto, mas eu conheço muito pouco sobre forja. E muito menos sobre escudos. – A ferreira parecia realmente querer ajudá-lo e só então ele percebeu o quanto ela era bonita. Um brilho que antes não existia parecia emanar dela. A ferreira tinha olhos verde-esmeralda e cabelos loiros, era magra e alguns poucos centímetros mais baixa. Provavelmente era um ano mais velha ou da mesma idade.

 

 

Como eu não percebi que ela era tão bonita assim antes? A resposta veio em menos de um segundo.

 

 

-Você não gosta disso, não é? – Ele falou mais baixo para que somente os dois ouvissem. – Passar o dia inteiro atraindo a atenção desses homens com essas frases, tentando vender essas coisas. Você queria mesmo ajudar as pessoas, exatamente como tentou me ajudar agora.

 

 

-Isso não é da sua conta. – Ela também estava falando baixo, mas num tom forte.

 

 

--Você não precisa fazer o que não gosta.

 

 

-Eu preciso comer, eu preciso de um lugar pra dormir, eu preciso sustentar quem depende de mim, e pra tudo isso eu preciso de dinheiro. – Ela parecia irritada com ele por ter dito aquilo, mas o aprendiz podia ver que era verdade através da tristeza dela. – Vá embora.

 

 

-Vender não é a única maneira de conseguir dinheiro, você...

 

 

-E quais são as outras maneiras? Roubar? Me prostituir? Nada disso, eu prefiro viver de algo honesto, mesmo que não seja o que eu goste.

 

 

-Você pode se aventurar pelo mundo. Existem muitas riquezas pra serem descobertas.

 

 

-Só um aprendiz pra pensar de uma maneira tão estúpida. Não existe nada a ser descoberto, nenhuma riqueza a ser encontrada. O mundo só tem dor e morte.

 

 

-Você está certa. Eu sou só um aprendiz e nunca vi o mundo lá fora... – Ele estava prestes a dizer “mas” quando um pensamento o assaltou. Por que eu me importo? Ele não conseguia pensar em uma resposta para aquela pergunta. É melhor mudar de assunto.Você sabe de alguém que possa me dar informações sobre o escudo?

 

 

A mudança na conversa agradou ela, que retomou aquele brilho no olhar quando respondeu:

 

 

-Sei sim, vá ao portão sul de prontera, se você não descobrir com quem deve falar, então você não merece ajuda nenhuma.

 

 

-Obrigado.

 

E assim o aprendiz foi embora, deixando para trás um assunto inacabado.

 

------------------------------------------------------------------------> FIM

 

Para o Capítulo 3

 

 

Muito obrigado por ter lido e espero que tenha gostado. Se você só pulou pro final pra ver o que eu tinha a dizer, saiba que você é uma pessoa horrível.

Só lembrando que o acordo de comentários ainda está de pé, e que a data de lançamento do próximo capítulo será 13/01, segunda-feira, caso ninguém apareça por aqui. Espero que apareçam.

Editado por Razac
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MEEEEEEELDEEEELS A MÃE DELE TINHA UMA ABELHA-RAINHA? NMRL? Morri!

 

O Bispo deu uma Mochila da Aventura pra o Aprendiz? rsrs

 

 

@ON

 

Gostei muito das falas do Aprendiz, e das conversas dele nas cidades. Espero ver muitas batalhas de monstros, muitas pessoas novas e bonitas iguais a essa Ferreira. Haha

 

Adorei o capítulo.

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MEEEEEEELDEEEELS A MÃE DELE TINHA UMA ABELHA-RAINHA? NMRL? Morri!

 

Talvez, não sei, existem muitos mistérios nesse mundo...

 

O Bispo deu uma Mochila da Aventura pra o Aprendiz? rsrs

 

Era só uma bolsa mesmo, mas eu achei que usar o termo bolsa ia ficar muito... Ah, melhor não explicar. xD

 

Gostei muito das falas do Aprendiz, e das conversas dele nas cidades. Espero ver muitas batalhas de monstros, muitas pessoas novas e bonitas iguais a essa Ferreira. Haha

 

Se você quer mesmo pessoas novas, pode esperar que o próximo capítulo promete. ;D

 

Adorei o capítulo.

 

Fico feliz. =D

 

Gostei,tá ficando interessante

 

Espero que continue gostando, porque eu acho que vai continuar sendo interessante... xD

 

-1 dia

 

Claro, claro, agora a data de lançamento temporária é 11/01, sábado.

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Essa história promete...

É fascinante o jeito que você descreve as emoções e os pensamentos dos personagens. Parabéns...

Estou ansioso para o próximo capítulo. Gostei dessa ferreira u.u

Agora o que está me intrigando é esse "desconhecimento" dele com seus pais. Não acho que ele seja adotado, mas na minha sincera opinião: acho que ele foi raptado ou roubado.

Então é isso, parabéns de novo, você é um ótimo escritor.

 

PS: Você me animou a reescrever e reeditar minha FANFIC. Obrigado!

"Me jogaram aos lobos, e eu voltei líder da matilha."

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Essa história promete...

É fascinante o jeito que você descreve as emoções e os pensamentos dos personagens. Parabéns...

 

Realmente me deixa muito feliz saber que o trabalho que tenho pra fazer os personagens terem vida dá certo. Muito obrigado.

 

Estou ansioso para o próximo capítulo. Gostei dessa ferreira u.u

 

Será que a ferreira aparece de novo mais pra frente...? Será...?

 

Agora o que está me intrigando é esse "desconhecimento" dele com seus pais. Não acho que ele seja adotado, mas na minha sincera opinião: acho que ele foi raptado ou roubado.

 

=P

 

Então é isso, parabéns de novo, você é um ótimo escritor.

 

Muito obrigado de novo. =D

 

PS: Você me animou a reescrever e reeditar minha FANFIC. Obrigado!

 

Acho bom mesmo, rúm! kkkkkk

 

Próximo capítulo dia 10/01, sexta-feira. ;D

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Capítulo 3

 

LADRÃO

 

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21 de setembro, 14:18

Prontera

 

 

O menino andava no meio da multidão de Prontera. O barulho de comerciantes anunciando suas mercadorias era ensurdecedor. Ele passou ao lado da funcionária kafra, que oferecia seus serviços a todos que por ali andavam. Se eu tivesse dinheiro para usar teleporte...

 

O portão sul estava muito próximo, mas a multidão reduzia a velocidade do garoto de um jeito extremamente irritante.

 

A multidão parecia sufocá-lo e uma espécie de raiva e desespero o dominava. Ele estava prestes a descontar essa raiva na pessoa que estava a sua frente quando uma brecha apareceu na multidão.

 

O aprendiz se jogou nessa brecha e começou a correr através dela, tentando desviar de todos que estavam a sua frente, mas ocasionalmente esbarrando em alguém ou em alguma produto. Mercadores gritavam com ele sempre que isso acontecia.

 

Rapidamente chegou ao portão sul de prontera, e ao ver um espaço vazio entre duas casas ao lado do portão, se atirou nele para recuperar o fôlego. O que... o que foi isso? Ele estava confuso por ter se sentido tão mal e por ter se desesperado daquele jeito.

 

O aprendiz, arfando, se sentou no chão para descansar um pouco e clarear a mente. O barulho do comércio continuava alto, mas parecia que as casas amenizavam o som. O anúncio de um Mercador encostado na parede oposta da casa era o único som que ele conseguia distinguir:

 

-Todos os tipos de armas de todos os elementos! Lanças, adagas, machados, espadas, maças, tudo! Fogo, terra, água e ar! Todas feitas pelo terceiro melhor ferreiro do mundo, eu! Confiram na lista do ranking mundial!

 

É ele. O aprendiz rapidamente se levantou e deu a volta na casa que o escondia da multidão. O Ferreiro estava prestes a gritar de novo quando o rapaz o alcançou.

 

-Ferreiro... – O menino ia continuar a frase, mas um brilho nos pés do homem chamou a sua atenção. Pequenas bolas de energia emanavam do vendedor e se desfaziam no ar como se nunca tivessem existido.

 

-Mestre ferreiro, rapaz. Mestre ferreiro.

 

-Você poderia me ajudar? – O garoto continuava intrigado com a energia que vinha do mestre ferreiro. O que será que é isso?

 

-Eu não dou esmola, rapaz. Vá embora.

 

-Não é isso. – O aprendiz tirou o escudo da bolsa e mostrou-o ao homem. – Você poderia analisar esse escudo para mim?

 

-Você é burro ou o que, rapaz? Ferreiros não fazem escudos, somente armas. E se você não vai comprar minhas armas, é melhor ir embora.

 

-Por favor, dê uma olhada.Droga...Como eu odeio implorar...mas é necessário.

 

-Deixa eu ver o escudo logo. Não tem ninguém vindo comprar agora mesmo... – O homem agiu apressadamente e parecia irritado por não estar vendendo bem.

 

O jovem passou o escudo para as mãos do mestre ferreiro e ficou observando atento. O homem olhou bem para o escudo e mudou a posição dele várias vezes em suas mãos antes de falar:

 

-É um escudo interessante, rapaz. Por favor... seja mais específico... o que você quer saber sobre ele?

 

-Eu quero descobrir quem foi seu antigo dono.

 

-Hum... o que eu posso dizer é que esse escudo foi refinado muitas vezes... muitas mesmo, eu diria que mais de dez vezes. É improvável que alguém comum tenha conseguido um escudo desses, e mais improvável ainda que tenham muitos iguais por ai. Não vai ser tão difícil encontrar seu antigo dono.

 

-Obrigado pelas informações. – O aprendiz esticou os braços para pegar o escudo de volta.

 

-Espera... – O mestre ferreiro levantou o escudo acima da cabeça e colocou-o contra a luz do sol. Por um instante menor do que um segundo, seus olhos se arregalaram, mas foi tão rápido que quase passou despercebido. – Por quanto você quer vender esse escudo, rapaz?

 

-Eu não quero vender. – O jovem gesticulou novamente com os braços, que ainda estavam esticados para pegar o escudo.

 

-Setenta milhões. O que acha, rapaz?

 

-Não está à venda.É muito dinheiro...

 

-Ta bom. Oitenta milhões?

 

-Não.

 

-Cem milhões.

 

-Não!

 

-Cento e vinte milhões. Vamos rapaz, da pra comprar uma mansão com esse dinheiro.

 

-Compre você a mansão, o escudo não está à venda!Que homem irritante, será que ele não vai entender?

 

-Duzentos. Na mão.

 

O aprendiz limitou-se a encara-lo, concentrando toda a irritação que sentia no olhar.

 

-Rapaz, eu te dou duzentos e trinta e oito milhões e quinhentos mil... É tudo o que eu tenho.

 

-Não. – Respondeu inflexivelmente.

 

O mestre ferreiro demonstrou preocupação, mas não surpresa. Ele sabia que aquela situação os levaria a um impasse.

 

-Se você não vai vende-lo... então eu não tenho escolha a não ser... – O homem esticou o braço num movimento para entregar o escudo. – levá-lo a força! – O mestre ferreiro recuou para o caminho pelo o qual o aprendiz tinha vindo, levando o escudo nos braços.

 

-Desgraçado! – O jovem avançou contra o homem que agora se afastava de costas dando pequenos saltos.

 

No segundo salto para trás o Ferreiro bateu o calcanhar numa pedra solta da calçada. O escudo se soltou das mãos do homem e ficou suspenso no ar. O aprendiz, que já tinha pego impulso para começar a corrida, aproveitou dessa energia para saltar e apanhar o escudo, acomodando-o embaixo do seu braço direito enquanto se fixava no chão, de costas para o mestre ferreiro caído.

 

Ele mal teve tempo de olhar para trás quando percebeu que o homem estava se levantando. Ele precisava correr e foi exatamente isso que ele fez. Correu, sem olhar para onde, preocupando-se somente com a velocidade.

 

Pareceu ter passado apenas dois segundos quando ele bateu de frente com algo. Ele caiu no chão e, ao olhar para a frente, viu que tinha batido no muro de Prontera. Ele havia corrido para dentro do beco entre as duas casas, onde antes havia parado para descansar. Levantou-se desesperado e se virou para a saída, com o escudo ainda aninhado nos braços.

 

A entrada do beco era o único lugar por onde a luz podia entrar, e esta estava sendo impedida de iluminar o aprendiz por um corpo bastante musculoso.O mestre ferreiro segurava uma maça na mão direita e antes de começar a falar fez questão de movimentá-la.

 

 

-Me dê o escudo, e você poderá ir...

 

-Minha resposta continua sendo a mesma... – O aprendiz tirou a faca da dobra da roupa com a mão esquerda, já que a direita segurava o escudo. - ...Não!

 

-Então eu farei minha ultima oferta... – Ele mexeu na sacola à esquerda de seu corpo usando a mão que estava livre. – Morra!

 

O mestre ferreiro avançou em uma corrida frenética e o aprendiz fez o mesmo na direção oposta. Quando metade do caminho tinha sido percorrido, o homem voltou a mexer na sua sacola, que era o lugar onde ele guardava seus zenys.

 

-Mammonita!!

 

O movimento era rápido e ele não poderia parar um golpe com aquela força usando uma simples adaga, principalmente empunhando a mesma com a mão esquerda.

 

O ferreiro atacava com a mão direita, logo era óbvio que ele deveria esquivar pra esquerda do homem, sua direita. O rapaz deu um grande salto e, ainda no ar, ficou em paralelo com o mestre ferreiro no mesmo instante em que a maça acertava o nada.

 

Tudo parecia extremamente lento para o aprendiz, e estava muito fácil de calcular distâncias em sua mente. Ele percebeu a barriga do homem desprotegida pelo ataque impensado, e uma voz na sua cabeça que só podia ser a dele dizendo: “Mate-o.”, mas ele sabia que isso não seria possível.

 

Ele estava muito distante do homem devido ao seu salto de esquiva e não poderia feri-lo com mais do que um simples arranhão. Um movimento sutil ao lado do corpo do mestre ferreiro chamou sua atenção. A bolsa de dinheiro...

 

O aprendiz soube imediatamente o que deveria fazer, esticou a mão esquerda e cortou a linha que mantinha a bolsa presa ao corpo, segurando a sacola com o dedo mindinho enquanto ainda segurava a adaga.

 

O barulho de moedas ecoou pelo ar enquanto os vários zenys utilizados na mammonita batiam no muro de prontera.

 

-Maldito! Da próxima vez eu não vou errar. – O aprendiz já tinha se posto a correr enquanto o homem falava.

 

O jovem olhou para trás enquanto corria. O mestre ferreiro parecia não estar o seguindo, mas mesmo assim ele não diminuiu o ritmo. Ainda não estava nem vinte metros distante do beco. Pra onde será que ele foi?

 

Um grito pode ser ouvido ao longe, mais alto do que os anúncios de venda dos mercadores que não haviam notado nada."Impulso no Carrinho!!”. O aprendiz, que ainda corria olhando para trás por cima do ombro, viu um carrinho crescendo à distância no seu campo de visão.

 

Droga... por isso que ele sumiu por alguns segundos...

 

Ele entrou em outro beco, só que dessa vez um beco com saída e bem movimentado, e se viu correndo na direção da Kafra por quem tinha passado mais cedo. A multidão continuava lá, mas ele tinha que passar por aquela barreira humana.

 

O aprendiz esbarrou, empurrou e derrubou diversas pessoas no caminho, mas conseguiu passar pela massa que enchia a rua sem mais problemas. Ao olhar para trás seu desespero só aumentou. O mestre ferreiro estava ganhando terreno!

 

Antes de virar a cabeça para a frente e olhar por onde corria, ele bateu em alguém. Ele teria caído, mas essa pessoa o segurou e o manteve de pé.

 

-Por ali. – A pessoa estava toda enrolada em panos e mantos, com o rosto completamente escondido. Pela voz, era uma mulher. – Engole isso. – A mulher colocou algo em sua mão e empurrou-o na direção dos becos para onde havia apontado.

 

Ele correu e abriu a palma da mão para ver o que ela havia lhe dado. Era uma bala. Uma bala? No que isso vai me ajudar? Que ridículo, minha salvação vem de uma bala...

 

Ele a engoliu mesmo assim, e logo depois de fazê-lo sentiu que estava correndo mais rápido. Incrível. Esse sabor é de que...?

 

Ele continuou correndo a toda velocidade, e quando não conseguia mais ouvir o som da multidão atrás de si e nem ver o mestre ferreiro o perseguindo, continuou correndo. Quando ele começou a diminuir o ritmo da corrida, uma voz chamou sua atenção:

 

-Por aqui. – Vinha de uma porta entreaberta em uma espécie de casa abandonada.

 

O aprendiz se encaminhou, ofegante, até o local. Até mesmo seu caminhar estava mais rápido, provavelmente por causa daquela bala. Assim que chegou em frente à porta, a voz voltou a falar:

 

-Vê se não tem ninguém olhando e entra.

 

Ele olhou para os lados e ao constatar que ninguém estava por perto, entrou. A falta de luz no local o deixou completamente cego e a principio ele não soube para onde ir, por isso ficou parado na entrada.

 

-Vou acender um lampião. – Era a voz de quem o havia chamado.

 

A casa parecia mais abandonada por dentro do que por fora. Era bem pequena e não tinha nenhuma mobília além de uma estante na qual repousava o lampião. Uma escada de madeira à esquerda da sala subia até um primeiro andar e uma porta à direita estava fechada. Fora isso a sala não tinha mais nada, somente ele e outras duas pessoas.

 

O dono da voz que o havia chamado estava do lado da estante. Era um adolescente que aparentava ter sua idade. Tinha cabelos castanhos e vestia roupas de aprendiz.

 

O mais preocupante era o segundo deles. Era um outro adolescente que também aparentava ter sua idade e estava no ultimo degrau da escada. Era negro e tinha o cabelo cortado bem curto. Vestia roupas de aprendiz e mantinha uma besta carregada apontada para ele.

 

-Qual é o seu nome? – Indagou o rapaz com a besta.

 

Droga, se eu não falar meu nome aqui ele não vai confiar em mim. E se ele não confiar em mim, ele vai disparar. Não posso deixar isso acontecer. Preciso pensar em algo rápido...

 

-Meu nome é Phill.Por que esse nome? Havia sido o primeiro nome em que ele tinha pensado.

 

-Por que você estava fugindo?

 

-Você não ta junto da mulher que me ajudou? Quem é você?

 

-Você não está em posição de fazer perguntas. Eu que tenho a besta.

 

-Sim, mas você não sabe usá-la. – O olhar assustado do outro foi o suficiente para confirmar a hipótese. – Aposto que você me erraria, e até recarregar...

 

-Calma, cara. – O aprendiz que estava perto do lampião interveio. Ele estava falando com o dono da besta. – Responda as perguntas e se tudo se confirmar, nós podemos te ajudar.

 

Agora ele está falando comigo. Não posso tirar os olhos da besta se eu quiser desviar de um possível ataque.

 

Um ferreiro tentou me roubar. - Espera... Como assim se tudo se confirmar?

 

-Foi o que eu pensei... Parece que nós poderemos conversar de um jeito mais social. – Ele começou a descer as escadas. – Então, Phill... você está disposto a seguir qual caminho?

 

-Eu vou ser um Gatuno. E você? – Ele dirigiu a pergunta pro rapaz que acendeu o lampião. Era óbvio o que o outro iria ser.

 

-Eu também quero ser um Gatuno. Meu nome é Mike.

 

-Interessante.Não é.

 

-Por que você não guarda esse escudo? Pelo que eu sei esse escudo só pode ser usado por Templários, e você não me parece um.

 

Phill olhou para o braço direito e viu que estava segurando o escudo com toda a sua força, como se alguém estivesse tentando puxá-lo. Relaxou o aperto. Droga, se fosse uma armadilha pra me acertar com a besta eu já estaria morto..., pensou enquanto levantava o olhar.

 

-Por que vocês me chamaram pra entrar na sua casa?

 

-Simples, - Mike respondeu debruçado na estante. – Eu vi o que aconteceu com você. Pelo menos parte do que aconteceu, porque quando você entrou no beco eu não consegui mais ver. Depois eu só vi você passando pela multidão e correndo até aqui. Achei incrível você ter conseguido recuperar o escudo daquele jeito e depois ter fugido, então eu desci as escadas correndo pra te chamar.

 

-Como você conseguiu ver?

 

-Do segundo andar dessa casa da pra ver muitas coisas. –Respondeu o rapaz com a besta, abaixando-a. – Eu gosto de ficar lá, observar o céu. Infelizmente, o segundo andar tá caindo aos pedaços. Ah, meu nome é Raizym.

 

A porta se abriu devagar e a luz do dia entrou em pequena quantidade na sala.

 

-Gente, consegui vender uma daquelas espadas... – A moça ficou paralisada quando viu que ele estava ali. - ...Você!

 

-Você! – Os dois falaram ao mesmo tempo.

 

A Ferreira loira com quem ele havia conversado antes estava diante dele.

 

-Você me mandou para uma armadilha!

 

-Do que 'cê tá falando?

 

-O Ferreiro tentou me roubar! – Ele puxou a faca que havia sido guardada pouco antes. – Seu plano não deu certo.

 

-Espera... eu realmente não sei do que 'cê tá falando.

 

-Não dê um passo, senão eu disparo. – Raizym estava com a besta apontada para ele de novo. – Mae, você conhece o Phill?

 

-Encontrei com ele ainda a pouco. – A Ferreira parecia interessada em saber mais. – Um dos melhores forjadores do mundo tentou te roubar?

 

-Tentou sim, e você que me mandou até ele.

 

-Aquele homem tem muito dinheiro, ele não precisa roubar um aprendiz. Ele tentou ficar com o escudo?

 

-Foi.

 

-Interessante. Gostaria de saber mais sobre escudos para analisar. Eu não sabia que ele ia fazer isso, peço desculpas. Vamos conversar melhor. - Ela se sentou no chão. - Rai, abaixa essa coisa, você nem sabe usar, vai que acerta alguém sem querer..

 

Raizym ficou extremamente irritado por ela ter revelado que ele realmente não sabia usar a arma.

 

-Acho melhor você se sentar. Não temos cadeiras, mas o tapete não é assim tão desconfortável.

 

Phill andou em direção ao chão e se sentou um pouco distante deles. Rayzim se sentou na escada, ainda com a besta em mãos, só que não apontada. Mike se manteve encostado na estante.

 

-Então você fugindo do ferreiro veio parar aqui, e provavelmente o Rai viu a fuga. Ele deve ter considerado que um aprendiz capaz de fugir de alguém tão forte seria uma boa ajuda ao grupo, e então ele te chamou. Acertei?

 

-Quase, fui eu quem chamou ele.. – Mike respondeu.

 

-Odeio quando faço essas análises e erro. Meu nome é Mae, pronuncia com acento agudo no "a", mas se escreve sem. - Ela deu uma piscadela para ele. - Bom, você quer se juntar a nós?

 

-Me juntar a vocês para fazer o que?

 

-Eles tem a intenção de deixarem de ser aprendiz. E eu...pretendo recomeçar.

 

-Como assim? – Raizym perguntou. – Você já pode renascer? Parece que foi ontem que você virou ferreira.

 

-Não é isso, Mi. Eu e o Phill conversamos hoje cedo e eu percebi que não quero mais ser uma ferreira. Na verdade, eu nunca quis. Eu vou tentar ir até Alberta para anular minhas habilidades como Mercadora e Ferreira, ouvi dizer que eles da guilda tem esse poder, só não sei se é verdade.

 

-Por que você iria fazer isso? Esquecer todas as suas habilidades... – Raizym estava perplexo, mas Phill conseguia entender. Ela havia percebido que não era aquela a vida que ela queria levar.

 

-Porque ela quer ajudar as pessoas.

 

-Exatamente, Phill. – Todos os outros estavam espantados por ele conhecer o motivo dela. – Você tem uma percepção ótima... Hmm, dá pra guardar isso? – Ela apontou para a faca que ainda estava em suas mãos.

 

Ele guardou a faca. – Então, basicamente, o grupo vai servir pra gente treinar?

 

-Isso. Vamos passar um tempo separados, por causa das missões de cada um, mas já tenho tudo planejado. Nós iremos partir antes do anoitecer, assim que o Kenny e a Saem voltarem. – Mae estava entusiasmada por dar a noticia.

 

-Mas já? A gente não precisa de mais dinheiro? – Raizym parecia confuso.

 

-Eu consegui vender uma daquelas espadas que eu tinha. Já falei isso, mas ninguém me ouviu, né...

 

-Então a gente pode simplesmente usar teleporte? – Perguntou Raizym.

 

-Podemos sim... Você tem dinheiro para usar teleporte, Phill?

 

-Eu preciso ver. – Ele pegou a bolsa que havia roubado e a colocou no chão. – Eu roubei isso aqui do mestre ferreiro quando estava naquele beco, espero que tenha dinheiro suficiente.

 

Ao abrir a bolsa, ele imediatamente percebeu que o dinheiro era mais do que suficiente.

 

-Espera, você roubou um mestre ferreiro enquanto fugia dele? – Raizym demonstrava incredulidade.

 

-Ladrão que rouba ladrão... – Mike resolveu falar.

 

Ele abriu sua própria bolsa para guardar o dinheiro e o escudo, mas assim que sua bolsa foi aberta ele percebeu que algo estava errado.

 

Cadê?...

 

A bolsa estava completamente vazia. Excetuando-se o escudo e sua faca, que agora repousavam no chão a sua frente, ele só havia guardado na bolsa o veneno, mas agora ele não estava lá.

 

-O que foi? – Indagou Mae.

 

-Minha garrafa de veneno...sumiu.

 

-Garrafa de veneno? – Mike parecia interessado.

 

-Sim, sim. Uma garrafa de veneno mortal concentrado que eu deveria levar para a guilda dos mercenários. Ela sumiu.

 

-Veneno concentrado? – Mike deu bastante ênfase na ultima palavra. – Você deve ser burro, isso não existe.

 

Ele resolveu ignorar o comentário. Quando eu perdi o veneno? Não é possível... Eu tenho certeza que não deixei a bolsa abrir... Só podem ter me roubado. Mas quando? - A moça em quem eu esbarrei! - Pensou alto.

 

-Moça?– Perguntou Mae.

 

-Uma moça me ajudou enquanto eu fugia do mestre ferreiro. Eu esbarrei nela, e ela me indicou o caminho pra fugir. Acho que nesse momento ela me roubou.Desgraçada! E eu achando que você queria me ajudar.

 

-Por que você não tenta encontrar ela de novo? - Perguntou Raizym.

 

-Porque ela tava usando panos, não deu pra ver ela. Não sei nem se eu reconheceria a voz dela, o rosto então...

 

-Espera... – Mike aparentava estar achando graça de algo. – Então essa moça te roubou depois que você roubou o ferreiro? Então ela é uma espécie de ladrão que rouba ladrão que rouba ladrão? Quantos anos de perdão ela vai ter? Dez mil?

 

-...Tenso...Droga... E agora? O bispo queria que eu levasse o veneno... Ah, deixa pra lá, já me livrei de ser preso mesmo... Ser preso... Ah, droga!

 

-Agora tudo o que a gente tem que fazer é esperar. – Depois de alguns poucos segundos de silencio, Mae voltou a falar. – Eles só devem voltar de noite.

 

-Eu preciso fazer algo. – Phill disse . – Provavelmente a guarda da cidade vai estar me procurando por ter roubado um Ferreiro conhecido, mesmo sendo ele quem deve ser preso. – Ele olhou decepcionado para a bolsa em sua mão esquerda. Não continha mais do que cem mil.

 

-Eu vou com você. – Mae também se pôs de pé. – Também preciso resolver umas coisas. Só vim dar a notícia.

 

-Então tá.

 

E assim os dois saíram da velha casa abandonada.

 

------------------------------------------------------------------------> FIM

 

Para o Capítulo 4

 

Muito obrigado por terem lido, e agradeceria mais ainda se comentassem. Próximo Capítulo 17/01, sexta-feira, mas o acordo ainda tá de pé. A cada comentário, menos um dia. ;D

Editado por Razac
Bem-vindos ao tópico da semana e espero que estejam preparados para uma grande novidade.
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[PJWEPFWJIFOWRFW´RPFKQPJIFEQFGN

Vou criar um fake só pra comentar nessa sua fic HU3HU3HU3. kkkkkk

 

Sério, a cada capítulo fica mais interessante. Quero mais e mais e mais e mais, vou salvar tudinho imprimir, fazer um livro e ficar rico.

Os fatos que acontecem na história são impressionantes, porque são imprevisíveis. Nada monótono e clássico sem graça.

 

Espero ansiosamente pelo próximo capítulo.

Estou estupidamente entusiasmado. o/

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