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[Comic Fic] Em Busca de Excalibur


Willen

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Espadas. O mundo era governado por aqueles que carregavam uma espada e que traziam a justiça ao povo. Existiam muitas delas durante o reino de Schmidtz, o tirano, tempo em que a antiga capital de Rune-Midgard era a cidade fortaleza de Glast Heim. Porém, uma dessas espadas tinha um brilho como nenhuma outra poderia ter. Um guardião real, veterano e experiente, carregava uma destas cujo poder era temido por todos os seus inimigos. Foi dado um nome para aquela lendária arma. A luz refletia em sua lâmina e expurgava o mal do reino. Seu nome era Excalibur, e o seu possuidor se chamava Artórius.

 

Dizem que na decadência do rei Schmidtz e a investida dos guardiões reais contra seu tirano líder. Artórius ergueu sua espada mais alto que todos e foi reconhecido por sua bravura quando o rei foi deposto, concedendo a ele fama e poder, ainda que ele negasse títulos ou riquezas. O bravo guerreiro fora venerado como um rei, mas nunca tomou posse. Assim, um membro de uma das sete famílias mais tradicionais assumiu o trono e a lenda da espada sagrada passou adiante. Muitos dizem que fora forjada pelos deuses no outro mundo. Outros afirmam que é uma arma que ganhou vida no reino dos mortos e sua luz cortava a mais profunda escuridão daquele lugar. Lenda ou não, Excalibur existiu e muitos viajavam em busca dela.

 

Desde aquela época, ferreiros habilidosos tentaram recriar a maravilhosa espada que uma vez já pertencera a um dos maiores guardiões do reino, contudo são poucos os que conseguem e raros são aqueles que conhecem tal lenda. Ainda que Excalibur tenha um valor muito alto para os que querem apenas render lucros em períodos de guerra. Vários guerreiros a desejam por causa de seu poder, mas poucos a almejam por causa de sua simbologia. Esses poucos são os que têm mais chances de encontrá-la, pois a lenda diz que a Excalibur escolhe o seu possuidor.

 

Depois de séculos, essa lenda foi desenterrada por novos aventureiros que buscavam pelo seu poder e seu significado. A espada governa o homem e o homem governa o reino. Mas acima de tudo, a luz da espada guia o homem no mundo.

 


 

- Então, será que essa espada existe mesmo?

 

O irmão mais novo estava curioso a respeito do que acabara de ouvir. Seus olhos dourados se concentravam no loiro que estava a sua frente, que por sua vez fechou o livro e sorriu para o mais velho.

 

- Eu já vi algumas vezes alguns aventureiros usarem uma espada igual a ela. – Kem respondeu para Aldora. – E vivi em busca de Excalibur.  Vou encontrá-la!

 

O dia estava apenas começando na cidade de Prontera, a capital do reino de Rune-Midgard.  Um fabuloso lugar, ela se situava envolta de muralhas gigantes de pedra.  Era o centro urbano de maior importância para o reino e também onde o comercio se centralizava, graças a vários homens e mulheres que abriam barracas e tendas em busca de lucro ao vender seus espólios de aventuras, ou para viajantes que procuravam por artefatos e equipamentos melhores.

 

Em uma estalagem, os irmãos Nelliw se concentravam nos livros a respeito de lendas e histórias antigas sobre os tempos dourados e de trevas de Midgard. Kem era um Guardião Real, de cabelos louros e revoltos, de olhos azuis profundos e um rosto jovial. Seu irmão adotivo, Aldora, era um Bioquímico de cabelos verdes e pouco compridos. Os dois passaram a noite estudando na estalagem de Prontera e logo que amanheceu começaram a se arrumar para partir.

 

- Vai mesmo atrás de pistas sobre ela? – Aldora voltou a perguntar a seu irmão. O loiro sorriu para ele.

 

-Não entende cara, é meu desejo! – Falava com um tom sonhador. – Imagine só, Al. Ter ela em mãos, podíamos ser conhecidos não só pela façanha, mas por sermos fortes também.

 

- Você já não é mais forte que muitos? – O jovem provocou. 

 

- Nah, falta muito ainda para atingir meu extremo. – O loiro foi até a janela e observou as pessoas correndo na praça central, onde havia lojas e a fonte que demarcava o centro da cidade. Mercadores, Ferreiros e Alquimistas abarrotavam suas barracas com armas, poções e várias quinquilharias para alegrar os aventureiros e colecionadores.

 

- Entendi. – Aldora andou até o quarto ao lado, onde Kem dormiu. Voltou algum tempo depois trajando as roupas típicas de Bioquímico. – E acha que os boatos são verdade?

 

-Talvez... – O rosto de Kem exibia um olhar sereno para a cidade. – Pode ser que alguém tenha realmente conseguido.

 

- Bem, então vamos a Geffen então. – O bioquímico ajeitou uma mochila nas costas e colocou na cabeça um elmo dourado com um par de chifres vermelhos.  Kem sorriu e fechou a janela. Foi até seu quarto e retornou usando suas armaduras de Guardião Real em uma tonalidade dourada. Sacou da mochila um elmo também dourado em forma de dois chifres que se projetavam para trás.

 

Os dois desceram as escadarias depois de arrumarem os quartos e trancarem as portas. Levaram as chaves e agradeceram ao dono da estalagem pelo per noite, pagando-o depois. Ao sair do local, Kem assoviou e então ouviu um bater de asas ao longe. Do alto, um animal enorme descia em rasante para onde os irmãos Nelliw estavam e pousou a frente deles.

 

- Dormiu bem, Raven? – O loiro acariciou a cabeçorra do enorme Grifo que havia pousado à sua frente. Raven balançou a cabeça positivamente e soltou um pio alegre para o dono. Enquanto esticava suas garras de falcão e alongava seu corpo bestial, o Guardião Real arrumou as mochilas e suprimentos nas juncas do animal. Montou logo em seguida.

 

 – Precisamos comprar algo?

 

- Acho que não. – Disse Aldora ao observar as movimentadas e lotadas ruas de Prontera, atulhadas de barracas. – Temos tudo o que precisamos. Talvez... – O irmão mais novo para diante o grifo. – Precisemos levar um suporte.

 

- Levamos Eros? – Perguntou Kem, com uma cara tensa.

 

- Acho bom. Podemos precisar dele. – O Bioquímico deu de ombros e sorriu sereno para o irmão, que balançou a cabeça e segurou as rédeas de sua montaria. – Vamos, Raven!

 


 

 - Que chato isso! – A voz do escandaloso Arcebispo era ouvida por toda a catedral de Prontera. Havia vários noviços orando dentro da construção e alguns Sacerdotes ministravam treinamentos para alguns devotos. O Arcebispo, que estava em alvoroço, corria de um lado a outro com uma escova de cabelo na mão, enquanto lutava para arrumar uma mecha de seu cabelo bem cuidado. – Fica certinho aí!

 

Eros corria de um lado do salão para outro, atendendo os Noviços que viam lhe perguntar sobre o sacerdócio, mas o loiro se preocupava mais com seu cabelo.

 

- Senhor Ennin, o senhor poderia nos dizer como abençoar o cálice e fazer a água benta? – Perguntava um sonhador menino em sua bata de Noviço para o Arcebispo.

 

- Aí menino, tudo que você precisa é... fica quieto filhote alado de Bafomé. – O loiro xingou a mecha de cabelo que ficava subindo e se arrepiando na cabeça. O jovem ficou olhado o Arcebispo com receio. – Ah, não foi pra você. É esse cabelo que não se ajeita.

 

- Mas senhor Eros. – O Noviço encarou os olhos esverdeados do loiro. – Vaidade é um pecado.

 

- Mas sem vaidade você não atrai mulher, viu. – passou a escova de cabelo até que a mecha abaixou novamente, deixando apenas uma ponta erguida. O Noviço ficou pensativo por um tempo e então sorriu.

 

- Está bem, mas e a água benta?

 

- Bota os pés na água, ora e a água fica benta, meu jovem. – O loiro sorriu para o garoto. Feliz, o jovem agradeceu e voltou para outra sala. Eros ficou observando o garoto, mas então a mecha se ergueu novamente. Entrou em estado cômico de raiva, com as mãos na cabeça e uma face que mesclava a raiva com a tristeza.

 

 – Mas que coisa.  Só posso ter atirado a runa no altar, por Odin!

 

- Eros! – A voz de Kem pode ser ouvida ao longe, na entrada da catedral. O Guardião Real adentrou na sagrada construção e foi de encontro com o Arcebispo, que ainda estava com a escova de cabelo nas mãos.

 

- Kem! Bom te ver amigo. – Eros sorriu de forma serena para o loiro. – Como vai o Aldora?

 

- Ele vai bem. Aliás, ele está lá fora. – Kem aponta para a saída. – Viemos te buscar.

 

- Que ótimo! Vamos naquele bar em Comodo? - O loiro juntou as palmas e se alegrou. – As dançarinas são todas lindas. Belas...todas lindas de doer.

 

- Ei, vai com calma gatão. – O Guardião Real sorriu e zombou de Eros. – Temos uma missão pra fazer.

 

- Ah não! Não vão estragar minha beleza hoje. – O Arcebispo se virou e começou a andar a passos largos na direção do altar, mas sentiu um beliscão em sua orelha e foi puxado para a saída por Kem. – Hey, não precisa fazer isso! Ta doendo!

 

- Sinto muito Eros. – Kem puxava-o sorrindo. – Mas você já foi chamado. E não se preocupe, não será a donzela em perigo.

 

O Arcebispo se soltou do puxão e ficou encarando Kem. Sorriu e então ajeitou seu cabelo, saindo da catedral. Kem seguiu Eros até onde estavam Aldora e o grifo do Guardião Real. Após os cumprimentos alegres do Arcebispo, o trio andou até a saída leste da cidade, passando por uma multidão até chegarem próximos de uma mulher uniformizada.

 

- Então vocês acham que essa Excalibur está em Geffen? – Eros andava olhando para as várias garotas que passavam por eles. – Cara, se quer uma tanto assim devia ir comprar aqui em Prontera mesmo. Sabe que tem muita gente rica que deve ter essa arma.

 

- Não tenho o suficiente para comprar deles. – Kem falou cabisbaixo. Raven, seu grifo, roçou a sua cabeçorra no braço do dono para tentar anima-lo. O trio parou em frente à funcionária da corporação Kafra, uma jovem com um vestido marrom longo.

 

- Bem vindo aos serviços Kafra, em que posso ajuda-los?

 

- Queremos ir para Geffen, por favor. – Aldora falou educadamente. A garota sorriu e um pilar de luz apareceu em baixo dos pés deles. Alguns segundos depois, a visão da lotada capital foi trocada pela figura gigantesca que era a torre de Geffen, o centro de estudos da magia. A cidade era tremendamente menor que Prontera, mas não carecia de um povo honesto e bem humorado. A torre no centro fazia com que sua sombra cobrisse parte da cidade como um imenso relógio solar enquanto as pessoas passavam de um lado para outro, próximos à fonte da cidade.

 

 - Ai, essas viagens sempre me deixam meio tonto. – Eros chacoalhava a cabeça depois de dar alguns passos. – E então, o que vamos fazer aqui?

 

- Vamos atrás de uma pessoa. Há boatos que um mestre-ferreiro daqui encontrou a espada. – Kem falou sonhador. – A gente pode barganhar com ele.

 

- Sei não. – O Arcebispo bufou. – Pra mim isso é furada.

 

- É por isso que vamos ver se é verdade. – Aldora revidou calmamente.

 

O trio andou até perto da torre da cidade e que também era seu centro, perguntando para as pessoas e os viajantes pelo mestre-ferreiro ou pela Excalibur. Um deles indicou uma casa mais ao norte da cidade e com essa informação, os três se dirigiram até uma casa pequena, porém bem cuidada. Aldora bateu na porta de leve e ficou esperando. Kem e Eros se recostavam no corpanzil de Raven logo atrás do bioquímico. A porta se abriu revelando uma garota que lentamente puxava a maçaneta para trás. Sua beleza jovial, cabelos morenos e compridos e olhos grandes chamaram a atenção do grupo, em especial de Eros, que ficou encarando a garota como um gato olha um peixe.

 

- Bem, é... Desculpe incomodar a senhorita. – Aldora coçava a nuca, sem jeito.

 

- Pois não? – A garota perguntou, encarando o trio com seus olhos azuis enormes. Tinha um jeito inocente e sua voz era ainda fina, apesar de já possuir um corpo desenvolvido. Eros correu até a porta e se prostrou de joelhos em frente a ela e disse.

 

- Sou Eros Ennin. – O loiro segurou a mão da garota repentinamente. Kem e Aldora ficaram boquiabertos, não pela atitude de Eros, mas pela velocidade com o qual começou a conversa. – E esses são meus capangas... E você, eu sei quem é!

 

- Sabe? – A garota arregalou os olhos, assustada com a brusquidão dele.

 

- Você é a garota mais meiga e linda de toda a Midgard. – Eros se levantou e segurou as duas mãos dela junto ao peito. – Sua presença trás todo o charme, sedução e elegância que esse mundo precisa. – O Arcebispo ficou sério e encarou a jovem. – Vamos viajar juntos por essa terra desolada em busca de um lugar melhor para viver... Ai, minha orelha!

 

Tão rápido quanto a sua conversa, Eros foi puxado para longe por Aldora, que apertava sua orelha. A garota ficou olhando ainda abismada para o loiro sendo arrastado pelo Bioquímico.

 

- Vai com calma galã, tá assustando a menina. – Disse Aldora saindo de perto com Eros.

 

- Perdoe meu amigo. – Kem coçava a nuca esboçando um sorriso. – Ele está bem animado hoje.

 

- O que querem aqui? – A garota perguntou com um olhar sério.

 

- Nós soubemos que há um Mestre-Ferreiro por aqui que possui a Excalibur. – Kem se apressou. – E queríamos falar com ele.

 

-Claro! – Ela sorriu para o loiro e fechou a porta com força. Eros e Aldora voltaram rindo e se impressionaram com a atitude da garota.

 

- Vai ver ela se assustou com o garotão aqui. – O Bioquímico sorriu para o Arcebispo.

 

- Nem vem. Minha beldade é só para as refinadas. – Ele virou o rosto. – Ela deve estar se maquiando.

 

Kem observava os dois dando gargalhadas, mas o clique da maçaneta sendo girada novamente chamou a sua atenção. Ao se virar, deparou-se com a garota na porta, porém, segurando um machado que era o dobro de seu tamanho e peso nos ombros e com uma feição sádica. Os três arregalaram os olhos e sentiram o corpo gelar e tremer, enquanto a garota arrastava a gigantesca arma para fora da porta.

 

- São vocês. Ladrões! – Os olhos dela brilhavam intensos.

 

- Quê? A gente não fez nada! – Kem deu alguns passos para trás.

 

- Moça, desculpa se eu dei em cima de você. – disse Eros, apavorado.

 

- A culpa é sua, Eros. – Aldora olhava feio pro Arcebispo. – Agora ela acha que somos ladrões.

 

A feição da garota mudou rapidamente, voltando a ter o ar inocente de antes. Largou o pesado machado no chão e encarou apreensiva.

 

- Vocês não são ladrões?

 

- Você acha que a gente ia bater na sua porta se fossemos? – Kem abanava os braços para o alto, indignado.

 

- Olha só. Eu só roubo corações! – Eros estava novamente de joelhos na frente da garota abismada, segurando as mãos dela. – Se quiser que eu seja esse ladrão então...

 

- Cala essa boca! – Kem e Aldora acertaram um golpe de cada na cabeça do Arcebispo, fazendo-o arquear e cair desmaiado de forma cômica. A morena sorriu enquanto via o trio à sua frente. Afinal, não eram ladrões.

 


 

- Perdoem meus modos. – Dizia a jovem. – Mas estou há dias com problemas de invasões, muitas ameaças por causa da espada. A propósito, meu nome é Emily, sou a Mestra Ferreira.

 

O trio foi convidado pela garota para entrar em sua casa. Era um pequeno imóvel com várias armas penduradas nas paredes, e o cheiro de metal quente inundava as narinas de quem entrava. A garota havia deixado o seu gigantesco machado perto da porta enquanto Kem, Aldora e Eros se recostavam nas cadeiras da sala.

 

- Então você é a tal Mestra Ferreira que tanto falam ter conseguido a Excalibur? – Perguntou Kem, impressionado.

 

- Eu mesma. – Respondeu Emily.

 

- Sempre soube que a gente poderia forjar o amor, minha cara. – Eros estava com uma feição apaixonada, mas ao ver o Guardião Real e o Bioquímico olhando feio para ele, voltou a ficar sério.

 

- Entendo... – Continuou Emily, mudando o rumo. – Eu a tenho. Está lá na sala da forja, se quiser ver ela podemos ir lá.

 

- Podemos? – Disse Kem, alegre.

 

- Claro! – Ela afirmou com um sorriso. Sua beleza era atordoante para os três, mas o Guardião Real estava animado com a espada. – Venham.

 

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Ela se levantou e andou até uma porta mais longe da sala onde estavam. Os três seguiram-na até a porta e ela girou a maçaneta com uma feição alegre no rosto. Ao abrir a porta, os quatro presenciaram uma cena estranha. O quarto era organizado como uma oficina de forja, com armas cobrindo as paredes ao lado de escudos, hastes de madeira com armaduras pendendo em seus braços e uma fornalha que estava apagada. Havia uma única janela e nela duas pessoas se apoiavam com os pés enquanto carregava um saco comprido. Os dois olharam para trás e encararam pasmos para o grupo.

 

- O que é isso? Quem são vocês? – Emily perguntou irritada. Os dois tiraram os pés do parapeito da janela e ficaram olhando para os quatro. Eram um casal, um homem de cabelos escuros e bagunçados, e uma mulher loira, ambos de aparência jovem.

 

- É melhor se preparar para o ataque, nós não somos bobos. – A mulher falou em tom confiante, com um sorriso de escárnio.

 

- É um ataque dobrado, ganharemos de todos! – Emendou o homem, fazendo uma pose estranha.

 

- Martha! – A mulher apontou para si mesma.

 

- Louis! – O homem fez o mesmo.

 

- Nós somos a Gangue Z e estamos aqui para roubar você! – O casal de ladrões terminou em uníssono.

 

- Vão se danar! – Emily partiu para cima dos dois, mas eles recuaram e fugiram pela janela. Kem e Aldora passaram à frente da garota e saltaram para fora, correndo atrás da dupla.

 

- Parem aí! Devolvam a Excalibur! – Kem gritava enquanto alcançava o casal. Martha e Louis saíram em disparada para a saída norte da cidade de Geffen, mas foram impedidos por Raven, o grifo de Kem, que pousou a frente deles.

 

- Martha, o que faremos? – Louis perguntou desesperado para sua parceira.

 

- Você pergunta pra mim? Eu é que tenho que te perguntar! – Ela respondeu para o ladrão.

 

- Já chega! Estão encurralados! – Kem, seguido por seu irmão, Emily e Eros, chegou perto da dupla. – Devolvam a Excalibur.

 

Louis sacou a espada da longa bolsa que carregava e então o loiro viu o brilho da lâmina. Era uma espada longa, com várias runas e dragões entalhados no aço que saia de uma empunhadura dourada e ricamente entalhada. Era a espada mais bela que o Guardião Real já tinha visto e a visão dela lhe causava um leve arrepio na coluna.

 

- Olha só,  Kem achou a espada, mas não é ele que está usando. – O Arcebispo se aproximou do Guardião Real rindo, mas novamente recebeu um olhar irritado e calou-se.

 

- Tem certeza que sabe usar espadas Louis? – Martha parecia um pouco perplexa.

 

- Sei o que to fazendo!

 

- Lança do Destino! – O casal de ladrões foi surpreendido por uma onda cortante que saiu da lança de Kem. O loiro não perdeu tempo e disparou sua habilidade contra a dupla, que foi arrastada para trás. Excalibur reluzia ao sol enquanto Louis se levantava com alguns arranhões no braço. Ele começou a rir.

 

- Achou que iria me pegar? Estou com a sagrada espada Excalibur. – O ladrão gargalhou, irritando Kem e Emily, mas algo surpreendente chamou a atenção de todos. A lâmina de Excalibur trincou e toda a estrutura da arma quebrou diante de todos, deixando Kem e Louis horrorizados.

 

- A espada! Ela quebrou! – Os dois gritaram a plenos pulmões enquanto olhavam os cacos no chão.

 

- Como isso é possível? – Aldora, perplexo, encarou a Mestra Ferreira. Ela devolveu um olhar culpado e inocente enquanto coçava a nuca.

 

- Acho que me esqueci de falar. Essa era uma das espadas forjadas de forma especial. Só duram alguns dias. – Ela ria de si mesma. Os ladrões e Kem olharam furiosos para ela, mas antes que pudessem fazer algo, Martha puxou o braço de seu parceiro e os dois começaram a fugir.

 

- Não vão escapar! – O Bioquímico sacou dois frascos de sua mochila e atirou nos pés da dupla. Quebrando os frascos e seu conteúdo se misturando, a técnica da Bomba Acida atirou os dois para o alto com alguns chamuscados na roupa.

 

- Nós voltaremos... - Os dois gritaram ao vento enquanto voavam para longe da cidade.

Eros se aproximou do Guardião Real, que estava de joelhos enquanto observava os estilhaços da espada.

 

-Ta tudo bem aí? – Perguntou o Arcebispo.

 

- Era falsa...- O loiro falou baixinho. Eros não ouviu e se aproximou. Kem se virou e segurou a barra da bata do Arcebispo, balançando-o com força enquanto a Mestra Ferreira e seu irmão gargalhavam da forma como ele judiava do amigo. – Era falsa, não acredito!

 


 

- Tem certeza que está bem? – Emily perguntava para o Guardião Real.

 

- Claro. Eu até me diverti hoje. – Kem respondeu. Estava ajeitando sua bagagem no grifo enquanto Aldora e Eros conversavam mais ao longe.

 

- Eu devia ter avisado. Os boatos surgiram e logo em seguida vieram as ameaças, estranhamente em uma semana, o tempo que dura uma dessas réplicas. – A Mestra Ferreira olhava com pesar para o loiro.

 

- Esta tudo bem. – disse ele.

 

Kem montou em Raven e segurou firme sua sela, acenando para a garota. Aldora e Eros também se despediram de Emily e os três partiram para o norte, deixando a cidade da magia para trás e caminhando em direção a uma nova aventura.

 

- Não vai parar, não é irmão? – O Bioquímico olhava para o loiro.

 

- Nem um pouco. Existem muitas espadas raras e eu vou ter todas. – Respondeu ele, sorridente.

 

- É, mas se você tivesse algum zeny pelo menos, poderia comprar ao invés de viajar atrás delas. – Concluiu Eros, rindo dos sonhos do amigo.

 

Os três gargalhavam enquanto caminhavam e sonhavam com o dia em que encontrariam a espada lendária, ou até que conseguissem algum lucro em suas viagens.

 


 

Essa é a fanfic que mandei pro concurso. Já tem a lista lá, então vou postar a fic para vocês avaliarem. Espero que gostem ^^

PS: Não liguem para a musica, é apenas uma pegadinha ^^

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