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Você se Lembra? -CAPÍTULO NOVO DEPOIS DE SÉCULOS


Nabuco ~

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Vocês esperaram. Vocês me xingaram de tudo quanto é nome nas suas cabeças. Vocês perderam noites sem dormir (tá, não). Mas a espera valeu a pena (Tb acho que não)..

O NOVO CAPÍTULO ESTÁ PRONTO!!! *Risada maligna* E COM ELE A FIC IRÁ RESSURGIR DAS CINZAS!!!

Só pra lembrar que esse capítulo está aí só pra explicar coisas que estão em aberto, e que no próximo é que as coisas acontecem. Desculpem por qualquer coisa ^^

 

Capítulo 11 - Explicações, tragédias e uma morte.

    “Onde eu estou?”

 

    “Quem sou eu?”

 

    “O que está acontecendo?”

 

    Era o tudo. E era o nada ao mesmo tempo. Nada fazia sentido. Seu mundo estava em chamas, e ainda assim sentia uma calma extraordinária.     Não tinha corpo, mas ainda assim parecia fazer parte de tudo ao seu redor. Era um sentimento confuso... Sua consciência parecia ter se expandido, mas não sabia como.

 

    “Quem sou eu?”

 

    Tentou se lembrar de algo. O que quer que fosse. Não conseguia. Sua mente parecia um borrão, uma existência, uma única força sem propósito que se passava flutuando.

 

    O que estava acontecendo? Sentia sua energia, a energia do tudo, parecia estar fluindo para um único ponto, uma entidade ruim em meio ao nada.

 

    “Isso está errado.”

 

    Mas mesmo assim, não podia impedir. Não podia fazer nada.

********************************************************************

 

    -Está tudo pronto? –Perguntou Richard para o Espiritualista.

 

    -Sim, a energia da Herdeira agora é sua, meu senhor. –Respondeu este, com uma mesura.

 

    Richard se entregou a uma risada maníaca, sentindo o poder fluir para dentro dele como nunca antes havia fluído. Finalmente os Midnight Warriors poderiam assumir seu lugar de poder em Rune-Midgard!

 

*************************************************************************************

    Através da porta, Glenn pode ver a silhueta de um Lord esperando nos jardins ao lado do prédio. O vento frio de inverno parecia não incomodá-lo, porém seus músculos tensionados denunciavam a ansiedade que ele sentia. Esperou por esse dia por muito tempo.

 

    -Glenn. –Disse o Lord de cabelos azuis, sem olhar para trás.

 

    -Lionel. –Retribuiu o Sumo-Sacerdote, segurando seu cajado em posição de batalha.

 

    -Todos esses anos de treinamento, tudo desperdiçado. Você deveria brilhar, liderar o nosso clã, e em vez disso escolheu levar essa vida miserável de Sacerdote. -A raiva estava oculta por baixo de seu tom calmo. Glenn não se iludiu.

 

    -A escolha foi minha, Lionel. –Respondeu sem pressa. –E minha vida não é miserável, muito pelo contrário. E me lembro disso cada vez que vejo um sorriso no rosto de algum Aprendiz que tenha recebido minhas bênçãos, ou quando vejo o reencontro de um quase cadáver com sua família outra vez. Descobri que prefiro muito mais ser um Sacerdote do que uma marionete.

 

    -Estúpido. Você nunca teve essa opção, desde o dia do nosso nascimento. Acho que finalmente entendi porque EU não fui escolhido com a benção da família.

 

    -É uma maldição, Lionel. –Disse Glenn, com cuidado. Lionel simplesmente ignorou e continuou.

 

    -Não fui escolhido porque você roubou o poder de mim! ERA PRA TER SIDO MEU! –Berrou com raiva, virando repentinamente, espada fora da bainha, com um corte lateral preparado pra acertá-lo. Glenn bloqueou com o cajado.

 

    -Você não está falando coisa com coisa, irmão. Como posso ter roubado algo que nem é físico?

 

    Porém Lionel já estava além da razão, entregado a um frenesi movido pela inveja. Atacava seu irmão sem a menor piedade, porém este bloqueava todos os golpes. Rezando e clamando pela ajuda divina, uma aura dourada se formou ao seu redor, ajudando-o a amenizar os ataques do Lord enfurecido.

 

    Os golpes de Lionel eram rápidos e fortes, e sua técnica havia melhorado muito desde que os irmãos haviam se enfrentado da última vez. Porém Glenn estava acostumado a se defender deste tipo de investida, e de pessoas muito mais rápidas do que ele.

 

    -Se houvesse alguma possibilidade de te passar a maldita maldição, pode ter certeza que ela já seria sua. –Disse o Sacerdote entre as investidas.

 

    -Tem um jeito de me passar a herança sim. –Sorriu Lionel de maneira doentia. –Te matando!

 

    Com essas palavras, atacou o Sacerdote que havia se distraído por um momento. Seu cajado voou longe. Estava completamente desarmado, frente a frente com um Lord em Frenesi.

 

************************************************************************

    -Não tenha medo, querida. –Disse uma voz em meio a tudo. –Está na hora de finalmente te contarem o que jamais deveria ter sido escondido de você.

 

    Uma grande presença pareceu entrar na imensidão de poder. Não era de lá, com toda a certeza, parecia vir de um lugar a mais. Sua energia parecia acalmar sua alma, embora não interagisse com nada além dela.

 

    -Concentre-se, Kayleigh, você não pode se deixar levar por tudo isso que está ao seu redor. Tente se lembrar de quem você é.

 

    A forma nebulosa que era seu corpo foi tomando consistência, se juntando em algo palpável, enquanto tentava se fixar naquele único nome que parecia fazer sentido. Repetia dentro de si mesma, sentindo sua identidade voltando. Olhou para si mesma, e viu que usava seu uniforme de Desordeira, embora não portasse nenhuma arma. Armas não eram permitidas nesse estado de consciência.

 

    Mas com sua identidade, veio o conhecimento inevitável de que algo estava muito errado. Estava quebrada, sua própria alma rasgada, com pedaços faltando, como um quebra cabeça incompleto. O desespero a invadiu, como costumava a fazer quando perambulava sozinha pelas ruas, antes de... Não conseguia se lembrar do que havia acontecido para mudar isso.

 

    -Se acalme, pequena. –Disse a presença, tomando a forma de uma Arquimaga loira, circundada por uma aura angelical. O uniforme de sua classe era complementado com pedaços de armadura azul, feito do mais resistente metal. No topo de sua cabeça, um elmo da Valquíria, imponente. Delicadas asas brotavam de suas costas.

 

    -Você é uma Valquíria? –Perguntou Kayleigh, assustada. –Eu morri? O que houve comigo?

 

    -Não sou uma Valquíria, e sim alguém como você, uma Herdeira. Vim te ajudar a desvendar os acontecimentos que levaram ao seu nascimento. Se acalme, criança, pois logo chegará alguém que irá consertar sua alma, como você consertou a dele. No momento, só preste atenção na história que vou contar.

****************************************************************************************************

 

    -O que temos aqui... –Disse o Lord ruivo. –É, Peninha, acho que nós vamos ter que passar por isso se quisermos chegar no famoso Castelo de Brynhild. Não é nenhum desafio para a dupla que matou o dragão Fafnir, correto?

 

    Sua imponente armadura prateada escondia seus músculos trabalhados por inúmeras batalhas, e as cicatrizes que pareciam cobri-lo por inteiro, memórias físicas de muitas lutas que havia travado. Sorriso maroto nos lábios, barba por fazer e olhos verdes, Sigurd era famoso pela quantidade de corações que conseguia conquistar. Estava montado em seu fiel Peco Peco, Peninha, que tinha fama de ser tão forte quanto seu cavaleiro na batalha.

 

    Na frente dos dois, uma enorme muralha feita de chamas, o obstáculo que impedia que o castelo fosse explorado. Sigurd havia escolhido isso como seu novo desafio. Ignorando o calor, galopou com seu Peco Peco em máxima velocidade, rompendo a parede de chamas que parecia pronta para transformá-los em cinzas. Tão subtamente quanto havia começado, o calor sumiu.

 

    -É só isso? –Xingou o Lord. Achei que seria mais difícil. Bem, fazer o que, né, Peninha?

 

    Olhou para sua frente, aonde um castelo o esperava.  Entrou pelos seus portões e caminhou pelo que pareceram horas, até encontrar o que procurava.

    Deitada em uma cama feita de ouro, a mulher mais bela que Sigurd já havia visto dormia em seu sono encantado. Suas feições delicadas mostravam apenas paz, e seus cabelos negros caiam por cima de seu travesseiro. Ela usava uma armadura das Valquírias, porém esta parecia apertada demais para sua dona. Pensando em aliviar sua pressão, Sigurd se pôs a tirar a armadura da mulher adormecida.

 

    Porém no momento em que a armadura parou de comprimir seu peito, a jovem abriu os olhos, e vestindo apenas roupas de algodão simples que estavam por baixo da armadura, se levantou da cama. Atordoada, levou alguns segundos para notar Sigurd.

 

    -Você me acordou? –Perguntou, confusa.

 

    Sigurd tentou esconder sua surpresa.

 

    -Aparentemente sim, bela jovem. –Esta sorriu, sua face se iluminando de maneira bela e quase divina.

 

    -Então você é aquele de que fala a profecia! O herói que me acordaria, me tiraria do castelo e casaria comigo! –Se jogou nos braços de Sigurd, que, surpreso a abraçou de volta.

 

    -Quem é você, afinal? –Perguntou o Lord. –As lendas falavam de um grande tesouro escondido no castelo.

 

    -Eu sou o tesouro! Meu nome é Brynhild, a Valquíria forçada a viver como humana por ter enfurecido Odin. E você é aquele que se casará comigo!

 

************************************************************************

 

    -E então, o que houve com meus pais? –Perguntou Kayleigh, ansiosa por ouvir mais sobre os pais que nunca havia conhecido.

 

    -É aí que a parte trágica começa, Kay. –Suspirou a Arquimaga. –Sigurd teve que voltar para Prontera para informar o rei e a rainha da época de seu casamento, e deixou Brynhildr no castelo. Porém a rainha se enfureceu, pois Sigurd deveria se casar com a princesa Gudrun. Como ela era uma Criadora com talentos mágicos, preparou uma poção que fez Sigurd esquecer de Brynhildr. A Valquíria, por sua vez, chamou o interesse de Gunther Loke, um dos nobres e futuro líder dos Midnight Warriors. Foi decidido que  Gunther, um caçador na época, deveria salvar Brynhildr do castelo.

 

    Ela fez uma pausa para encarar Kayleigh, que a ouvia com atenção. Era impressão da Desordeira ou a Arquimaga estava conectada com os eventos?

 

    -Gunther tentou, tentou e tentou, porém nem os poderes mágicos que  possuía devido a sua posição como herdeiro dos Midnight Warriors não o fez conseguir passar da barreira de fogo, então mandou Sigurd, disfarçado, resgatar a Valquíria. Sem nenhuma memória de sua amada, deu-lhe a poção do esquecimento também. Quando a trouxe de volta para Prontera, o verdadeiro Gunther assumiu seu lugar. Brynhildr, alguns meses depois, teve uma filha, e a rainha e a princesa suspeitavam que o pai da criança não era Gunther, e sim Sigurd. A filha era você, Kayleigh.

 

    -Então eu sou parte da realeza? –Perguntou, assustada.

 

    -Não. Nem Brynhildr, nem Sigurd estavam na ordem de sucessão do trono, querida. Tudo estaria bem se Gudrun  e Brynhildr não houvessem brigado a respeito de qual dos maridos era o mais corajoso. A Valquíria (Que agora havia se esquecido de sua real raça) disse que Sigurd não havia sido corajoso como Gunther para passar pelo anel de fogo, a Gudrun, irritada, expôs a farsa, contando que na verdade Sigurd havia sido a salvador de Brynnhildr.

 

    -Como minha mãe reagiu? –Perguntou Kayleigh, interessada e horrorizada pela história de seus pais.

 

    -Ela não reagiu bem. Não lembrando do amor que um dia havia nutrido por Sigurd, movida pela raiva, ela o matou. Com o último batimento do coração do Lord, o feitiço da rainha caiu, e todas as memórias de quando estavam juntos retornaram. Mais uma vez a fúria tomou conta da Valquíria, que, tomando sua verdadeira forma, matou Gunther e Gudrun, deixando na família real, apenas Tristan, o irmão mais novo, vivo, e o clã dos Midnight Warriors sem herdeiro. E então Brynhildr se matou.

 

    -E o que houve comigo?

 

    -Uma serva do castelo a salvou, porém morreu logo depois, te deixando em um orfanato. O resto você lembra. Essa é a sua história, Kayleigh Tyruen.

 

    -Aonde você entra nela?

 

    A Arquimaga sorriu.

 

    -Eu era casada com o irmão de Gunther, Richard. Meu nome é Clarisse Farej.

*****************************************************************

 

    -Acabou, Glenn. –Disse Lionel com desprezo, vendo seu irmão deitado no chão, cheio de ferimentos. –Sabe o que me irrita? Você luta como um Sacerdote, e não como o herdeiro dos Midnight Warriors. Por que não usa suas habilidades, hmm?

 

    -Se for morrer, morrerei como Glenn Farej, e não como um Loke. Ao menos com minha morte, morrem os poderes do clã também.

 

    Com um urro de fúria, Lionel fincou a espada no coração de seu irmão. Glenn morreu olhando apenas para a janela do prédio aonde Kayleigh se encontrava, sofrendo por estar partindo dessa maneira, sofrendo por nunca mais poder vê-la sorrir, dançar. Não lamentava pela sua vida, e sim pela dela.

 

    “Adeus, Kayleigh. Não vou mais poder te proteger. Me perdoe.”

 

    E tudo se apagou.

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