Ir para conteúdo

Você se Lembra? -CAPÍTULO NOVO DEPOIS DE SÉCULOS


Nabuco ~

Posts Recomendados

  • Replies 130
  • Created
  • Última resposta

Top Posters In This Topic

Popular Days

Top Posters In This Topic

Quaando sai o Próximo Cap. ??? To doido pra ver oq acontece OMG!

 heheh abçs!!

 

 

@edit

demoraando u.u

 Desculpe a demora, não estava inspirada pra escrever ._. Mas finalmente chegou! O grande, terrível e cheio de revelações: CAPÍTULO 7!!! [/propaganda]

 

daohra! mto bom! e tadinho do Glenn ,_,  já fiquei surpreso dele não ter se atirado de uma ponte, ams a missa em homenagem dele deve ter animado emotion-76.gif

agora...dexa, melhor nem perguntar do próx, sem spoilers =D

flow!

 É, também me surpreende a persistência do Glenn em ficar vivo '-'

Eu já teria me atirado de uma ponte, especialmente se minha melhor amiga tivesse posto uma faca na minha garganta @_@.

-=Uchiha.Itachi=-"][/b]

AAaah não acredito q vc n postou mais.....

Quando sai a próxima????? Vai logo q eu to com tesão Ó.ò

 Weeee, novo leitor! 

 

 

Adoreiiiiiiiii

So uma coisa....

EPIC FAILIC!!

Esse foi o que mais gostei(e sem reclamações desse xD)

 Aleluia irmão! Deus é pai! Esse capítulo não teve Epic Fails \o\ Que bom que vc gostou, Maizena =D

 

 **********************************************************************************************************************************************************

Capítulo 7-Lionel e Glenn

    -Mestre, consegui contato com ela.-disse o Lord, enqunato fazia uma mesura ao trono na sua frente.

 

 

    Na sala escura haviam apenas 2 pessoas: Myslyn e um Professor de aparência má. Só a visão de seu sorriso causaria arrepios nas pessoas comuns. Os cabelos azuis, como o do Lord, estavam arrumados de forma impecável. Pequenas asinhas malignas brotavam das laterais da sua face, e na sua cabeça ele trazia uma coroa de aparência imponente, que exalava um leve cheiro de mel, prova da carta Abelha Rainha que ele possuia nela. Os olhos mostravam pura maldade, e nada mais. Piedade, generosidade e misericórdia eram sentimentos que aquele arcano jamais havia sentido...

    

    Myslyn estava ajoelhado na sua frente, com a aparência completamente submissa. Seu Elmo das Valquírias repousava do seu lado. Com uma mão com unhas que mais pareciam garras, o Professor fez sinal para ele levantar, e foi imediatamente obedecido.

 

    -Muito bom, filho.-Disse ele, em uma voz que faria metade do reino congelar de medo.-Agora você pode continuar com o plano. Tem certeza de que ela irá cumpri-lo?

 

 

    -Tenho, Mestre. Você não viu o olhar dela. Foi completamente seduzida.

 

 

    -Ótimo, ótimo... Você fez um bom trabalho e será recompensado.-Dizendo isso, o Professor que Myslyn chamava de mestre estalou os dedos, e ferimentos profundo apareceram por todo o corpo do Lord. Este não pareceu se importar. Fez outra mesura e saiu da sala normalmente.

 

 

    O Professor levou um taça com um líquido escuro à boca, com um sorriso satisfeito no rosto.

 

 

*************************************************************************

 

    Glenn parou, na porta da sala. Thomas esperou, sem mexer um músculo, a confirmação de sua teoria. Nenhum dos dois falou nada durante segundos que pareceram se estender como horas.

 

 

    -Vá em frente, ele descobriu sozinho...-Disse a voz fina desapontada de Hel, somente para os ouvidos do Menestrel.

 

 

    -Sim.-Disse Glenn com um suspiro.

 

 

    Thomas imediatamente se moveu, correndo para o Menestrel. Ele estava absolutamente chocado. Queria abraçá-lo, é claro, mas antes precisava de respostas.

 

 

    -C-como isso aconteceu? Não é possível, eu mesmo vi seu cadáver... Nenhuma das nossas curas f-funcionou... O que aconteceu com você?-As perguntas eram tantas que o Bispo não conseguia escolher quais fazer. Aquele não era o corpo de Glenn, mas a alma definitivamente pertencia a ele.

 

 

    Glenn suspirou de novo.

 

 

    -É uma longa história...-Disse ele, com medo de contá-la. Mas Thomas saberia o que fazer, afinal, ele sempre sabia o que fazer...

 

 

    -Sente-se, sente-se, velho amigo. Creio que você tem muito a me contar, não?-O Bispo puxou uma cadeira, quase derrubando-a. Era muito informação. Sentou-se atrás da sua escrivaninha, com um olhar incerto. Não sabia como reagir àquela situação. Glenn lentamente sentou-se na cadeira.  Thomas não pode deixar de notar que ele parecia triste com algo.

 

 

    -Thomas... Eu morri, você está certo. Mas Hel me deu a chance de voltar por um motivo apenas...

 

 

    -Kayleigh.-Sussurrou o Bispo.

 

 

    -Sim...-Disse Glenn, sussurrando também. Só ouvir o nome dela já o entristecia. Ouvir o nome dela era quase como matá-lo mais uma vez. Foi lembrando das cenas que vira, e a tristeza tomou cada vez mais o seu coração.

 

 

    -Ela... Ela ficou incrivelmente triste quando soube. Depois a tristeza foi substituída por raiva-Comentou o Bispo baixinho, imaginando como Glenn devia estar se sentindo...

 

 

    -Eu vi. Eu vaguei como espírito durante um dia, somente seguindo-a. Sabe qual foi o pior, Thomas? Eu vi ela gritando, vi ela me chamando de nomes terríveis, vi ela socando meu túmulo até as mãos dela sangrarem. E eu não pude fazer nada. NADA, THOMAS.-Frustrado, Glenn socou a escrivaninha, chorando outra vez.

 

 

    Thomas se assustou. Conhecia Glenn desde que ele era um menino e nunca havia visto-o deste jeito.

 

 

    -Mas ainda tinha mais coisas por vir, sabia?-Disse ele, com uma risadinha sarcástica.-Hel me deu duas opções. Eu poderia vagar como espírito até o dia da morte de Kay ou poderia renascer, sob a pena de não poder falar a ninguem quem eu era, e algo aconteceria à Kay. Ela não me disse o que era. Eu ia permanecer como espírito, com medo do que iria acontecer... Até que eu... Eu o vi. Ele falou com ela, Thomas. Não faça essa cara, você sabe quem é.

 

 

    -E você escolheu... Renascer...-Concluiu Thomas, preocupado.

 

 

    -Thomas... Kayleigh está em perigo.-Disse Glenn, baixinho. Sabia do que ele era capaz. "O meu assassino.". Pensou ele.

 

 

    Foi aí que Thomas chegou à pergunta crucial. A pergunta que ele gostaria de ter feito a muito tempo.

 

 

    -E o que te impede de ir tentar reconquistar a Desordeira?-Perguntou Thomas. As palavras foram uma facada no coração, de novo, para Glenn. Ele sabia que cedo ou tarde Thomas iria perguntar aquilo.

 

 

    -Ela se esqueceu.-Respondeu Glenn. Seu tom parecia calmo, mas escondia raiva e tristeza.

 

 

    Se Thomas achou a história do renascimento de Glenn surpreendente, aquele detalhe era mais ainda. "É por isso que ele está assim... Glenn saiu da panela para ir ao fogo...". Thomas se chocou quando se deu conta de uma última coisa.

 

 

 

    -Você disse que ele falou com ela, correto?

 

    Glenn assentiu.

 

 

    -Não me diga que...-Thomas não precisou completar a frase.

 

 

    -Sim, Thomas, ele vai se aproveitar da Kayleigh. Vai fazer o que eu fiz o possível para evitar desde que descobri a verdade sobre ela.

 

 

 

 

*************************************************************************

 

 

 

    Já fazia um mês que Glenn entrara em coma. O ferimento causado pelo Bafomé fora profundo, e algo o impedia de cicatrizar direito. Durante esse tempo, Kayleigh continuou do seu lado, esperando ele se recuperar. Ela sabia que se Glenn não voltasse... Ela não saberia o que fazer.

 

 

    -Por favor, acorde.-Suplicou ela, olhando diretamente pro rosto do Sumo-Sacerdote desacordado. Ele parecia estar sofrendo.

 

 

    -Acorde...-Disse ela, já não resistindo ao sono. Dormiu com a cabeça apoiada no torso de Glenn.

 

 

    Naquela noite, sonhou de novo com o círculo de fogo e os dois homens. Mas não havia Glenn para acordá-la, não dessa vez...

 

 

*************************************************************************

 

    A noite era tranquila e quieta. Todos já haviam ido dormir, e o único estabelecimento aberto a essa hora era a taverna. Kayleigh estava cochilando, assombrada pelo mesmo pesadelo. O círculo de fogo, de novo. Ela parecia ter certeza de que conhecia as duas figuras do sonho, mas não conseguia reconhecê-las...

 

 

    Algo a salvou da agonia do círculo de fogo. Uma batida na porta. Fraca, mas ainda assim audível. "Quem será?" pensava ela. "Se for aquele Menestrel maluco de novo..." Ela não precisou completar o pensamento. Chegou a Damascus amarrada na coxa que ela sempre trazia consigo. Estava lá, ótimo. Desceu as escadas e abriu a porta com cuidado.

 

 

    A vista a horrorizou. Parado na soleira da porta estava Myslyn, mal se aguentando em pé. Por todo o seu corpo se viam cortes profundos, aparentemente causados por uma espada. Myslyn parecia estar sofrendo muito. Sua expressão era de dor profunda, e sua respiração estava espaçada, quase como se ele sentisse dificuldade para respirar. Seus olhos se ergueram como uma súplica, dizendo claramente o que o Lord precisava de ajuda.

 

 

    Kay não perdeu tempo. Ajudando-o a caminhar, levou-o até sua cama, onde o deixou repousando e correu para buscar coisas que o ajudassem a salvá-lo. Abrindo a segunda gaveta do armário, encontrou o que precisava: Poções, Frutos de Yggsdrasil, bandagens e Pergaminhos de Cura. Mesmo na pressa, algo chamou a atenção de Kayleigh: A caligrafia dos Pergaminhos de Cura. Era uma letra suave, rebuscada e cheia de afeto. Não lhe era estranha. "Onde eu vi isso antes?" pensava ela, sem conseguir uma resposta. Seus olhos percorreram a folha e pararam em uma pequena nota de rodapé, escrita com cuidado e aparente carinho:

 

 

"Para Kay, e que ela nunca precise usar nenhum destes."

 

 

    Vasculhou a memória, tentando se lembrar de onde conseguira os Pergaminhos. Nada. Nem uma mínima dica.

 

 

    Um gemido de dor a trouxe de volta à realidade. "Tenho que ajudá-lo" Pensou ela, desesperadamente. Pegou várias Poções Brancas da caixa e as deu ao Lord. O efeito foi quase imediato. As feridas se fecharam, e a dor do Lord parecia ter sido aliviada.

 

 

    -Obrigada.-Disse ele, em uma voz fraca.-Desculpe te atrapalhar a essa hora da noite... Mas você era a única para quem eu poderia recorrer. Hoje de manhã você foi tão amável... Eu soube imediatamente que poderia confiar em você.

 

 

    Cada palavra parecia ter sido medida para amolecer o coração da Desordeira. Ah, e ele as falava em um tom tão gentil e carinhoso... Deixava Kayleigh nas nuvens.

 

 

    -Como isso aconteceu???-Perguntou Kayleigh, a voz quase falhando.

 

 

    O rosto de Myslyn pareceu se fechar.

 

 

    -Fui atacado. Eles eram 2 Paladinos e uma Sumo-Sacerdotiza... Avançaram para cima de mim violentamente, surgindo do nada. Eles me pegaram de surpresa, não pude reagir como deveria. A Sumo-Sacerdotiza orava para me tornar mais lento e não conseguir usar nenhuma das minhas habilidades. Depois orou para que a dor que sentia fosse duplicada. Os Paladinos pareciam sentir prazer em me machucar. Com sorte eu consegui usar uma Asa de Mosca antes que eles pudessem fazer algo mais sério. Então eu vim pra cá, pois sabia que a doce Kay iria me ajudar.

    Uma chama se acendeu no peito de Kayleigh. Uma chama de pura raiva. Como eles conseguiram fazer algo assim com seu amado? Paladinos com seus votos falsos de bondade! Ah, como ela estava brava! Queria estraçalhá-los um por um, fazê-los sentirem o máximo de dor o possível! Ninguem que mexesse com Myslyn deveria permanecer vivo.

 

    -Como eles eram?-Perguntou ela, uma idéia se formando em sua cabeça.

 

 

    Myslyn se pôs a descrever os atacantes. Kayleigh mal notou que as descrições estavam muito boas para alguem que vira os agressores na luz da lua, enquanto estava sendo literalmente fatiado por espadas. Mas tudo estava apagado na mente da Desordeira, e todo o seu corpo estava focado na realização da sua idéia.

 

 

    -Eu já volto. Espere aqui, Myslyn.-Disse Kay, se dirigindo à porta. A noite estava escura e silenciosa, perfeita para o que ela pretendia fazer.

 

 

 

 

**************************************************************************

 

 

 

 

    Era uma tarde ensolarada. O calor era infernal, quase tão intenso quanto o do deserto de Sograt. Mas isso não parecia incomodar a maioria dos guerreiros treinando no vasto campo de terra. Por todo o campo, bonecos de madeira haviam sido posicionados. Tudo era cercado com altas muralhas, embora fosse difícil determir se estas serviam para impedir alguém de entrar ou alguém de sair... Guardas armados se posissionavam ao redor do campo, assim como diversos humanos, que pareciam estar treinando. Mulheres, crianças, homens e velhos: Não parecia haver um tipo de pessoa favorecida. Crianças de 5 anos estavam tentando empunhar pesadas espadas de duas mãos, e todas que mostravam um sinal de fraqueza eram seriamente espacandas.

 

 

    A única coisa em comum entre todos eles eram o broche que carregavam: Uma espada e um raio, cruzados. O emblema estava por todo o lugar... Nas armas, nas paredes, nas bandeiras...

 

 

    No meio de todos eles, sem se destacar, treinavam dois garotos novos, na casa dos 8 anos. Eram muito parecidos. Os mesmos cabelos e olhos azuis. Os mesmos formatos de rosto. A direferença estava nas armas que usavam e na expressão de cada um: O da esquerda usava Katares e parecia estar feliz em estar treinando. Tinha um ar de deboche, e sua habilidade era muito maior do que a do outro garoto. Este, por sua vez, usava uma Espada Bastarda e se esforçava muito para acertar o outro garoto, mas por mais que tentasse não conseguia. O nível dos dois era enorme para a idade.

 

 

    Os portões do campo se abriram, e um único homem passava por eles. Ele possuia um ar naturalmente imponente, como se fosse naturalmente mais importante do que todos ali. E ele era. Por onde o Professor andasse, todos abriam caminho, fazendo mesuras, sem encará-lo nos olhos. Ele ignorou a todos, é claro, e se dirigiu aos dois garotos lutando.

 

 

    -Glenn, Lionel, venham comigo.-Disse ele com um óbvio tom de desprezo na voz. O garoto dos katares seguiu sem problemas, com a mesma expressão de deboche. Já o garoto que empunhava a espada tropeçou e pareceu triste em ter que seguir o Professor.

 

 

    Sem dizer uma palavra, o Professor os guiou até um prédio de aparência requintada, separado dos muros do campo. Entraram pelas enormes portas de madeira cuidadosamente trabalhadas, e os garotos não pareciam estar surpresos ou maravilhados com a vista, e agiam como se já conhecessem aquele local. Passando por corredores ricamente decorados com quadros e esculturas, chegaram a uma sala pequena, embora luxuosa, onde, no meio de vários sofás, mesinhas e esculturas, uma Arquimaga loira esperava.

 

 

    Ah, como era linda. Possuia cabelos loiros levemente ondulados, que ela adornava com um boina azul, que possuia asinhas do lados e orelhas de anjo. Possuia olhos verdes com a mais densa floresta, e um sorriso que faria qualquer um desmaiar. Seu uniforme não estava rasgado ou sujo, e a capa marrom trazia um brasão ricamente adornado: Uma espécie de bola de energia roxa. Ao seu redor, uma brilhante aura azul reluzia.

 

 

    Ao ver os garotos, ela sorriu ainda mais. Era um sorriso genuíno, brilhante e puro. O menino que carregava as Katares, Glenn, correu imediatamente para ela. Pulou na mulher, e os dois se abraçaram.

 

 

    -Mamãe!-Disse ele. O sorriso de deboche foi embora, dando lugar à mais pura felicidade.

 

 

    -Glenn.-Disse ela, rindo, aliviada em ver seu filho de novo. Tirou os olhos dele por um instante, apenas para focá-lo no outro filho, que ainda estava parado do lado do Professor, com a cabeça baixa.

 

 

    -Lionel, Lionel... Não vai vir aqui cumprimentar a sua mãe?-Disse ela, com o mesmo sorriso no rosto. Lionel arrastou os pés até lá, e deu um beijo na bochecha da Arquimaga, desanimado. Mas esta não pareceu se importar.

 

 

    Depois de beijar e abraçar os filhos, a Arquimaga finalmente dirigiu o olhar ao Professor parado na porta.

 

 

    -Clarisse.-Disse ele, com desprezo.

 

 

    -Richard.-Respondeu ela, no mesmo tom. Toda a sua descontração com os filhos desaparecera. Eles dois se encararam como cão e gato, talvez competindo para ver qual dos dois transmitia mais desprezo no olhar.

 

 

    Após tensos segundos nessa situação, Clarisse desviou o olhar. Voltou sua atenção para os filhos, que estavam sentados cada um em uma perna. Glenn abraçava a mãe com vontade, e Lionel apenas olhava para baixo.

 

 

    -Meus amores, vejo que estavam treinando... Antes de nós sairmos, que tal vocês tomarem um banho enquanto eu tenho um conversinha com o pai de vocês?-Disse ela, com o sorriso doce no rosto.

 

 

    -Claro, mamãe!-Disse Glenn.-Depois tenho que te mostrar! Eu já consigo dar 4 ataques rápidos com os Katares! Só preciso conseguir dar mais 4 pra aprender Lâminas Destruidoras!!! E o Lionel está atacando cada vez mais rápido!!

 

 

    -Nossa! Glenn, desse jeito você vai entrar pra Guida dos Mercenários antes mesmo de ser um Gatuno!-Brincou ela.-Agora vão lá, queridos, assim eu posso conversar com o Papai. Estarei esperando os dois aqui.

 

 

    Sem demora, os dois se levantaram e caminharam até uma porta à esquerda, e por ela entraram. Foi só eles saírem que o clima na sala se tornou pesado. Clarisse e Richard pareciam estar travando uma batalha invisível, apenas com o olhar.

 

 

    -Você mima os dois demais.-Disse Richard, em um tom que pingava veneno.

 

 

    -Você é duro demais com eles.-Respondeu Clarisse, calmamente.

 

 

    A Arquimaga se levantou do sofá em que estava sentada e se pôs a andar pela sala, sem rumo. Parou perto de uma escultura de um lobo em um canto, e se pôs a observá-la.

 

 

    -Então retornou da sua viagem à Arunafelts?-Perguntou Richard, tendo certeza em por toda a inimizade o possível na voz.

 

 

    -Sim... E você, já foi promovido à líder dos Midnight Warriors?-Perguntou ela. Ao contrário de Richard, ela falava calmamente, em um tom que só trazia rancor por baixo.

 

 

    -Ainda não.-Respondeu ele, com raiva na voz. Estava óbvio que Clarisse fizera a pergunta só pra irritá-lo.

 

 

    Um longo silêncio se seguiu.

 

 

    -Pergunte logo.-Disse Richard, impaciente.

 

 

    -Perguntar o que?-Questionou Clarisse, se fazendo de inocente.

 

 

    -Você sabe muito bem. Qual dos dois herdou as habilidades.

 

 

    Clarisse sorriu. A conversa havia chegado até onde ela queria.

 

 

    -Qual dos dois?-Perguntou ela.

 

 

    -Glenn, aparentemente.-Respondeu Richard, suspirando.-Já providenciei os melhores professores para ele. Será bem útil para os Warriors.

 

 

    -Não fale do nosso filho como uma ferramenta, Richard.-Disse Clarisse, com um pouco de impaciência na voz.

 

 

    -Vai me dizer que você nunca pensou em usá-lo?-A pergunta pegou Clarisse de surpresa.

 

 

    -Claro que já. Mas não vou fazer isso. Mercenário, Richard! A criança poderia ao menos escolher o que quer fazer no futuro.

 

 

    O Professor riu.

 

 

    -Eu não tive escolha. Meu pai não teve escolha. Meu avô nao teve escolha. E tem sido assim por gerações. Não interfira, Clarisse.

 

 

    Clarisse suspirou.

 

 

    -E Lionel?

 

 

    -Lionel vai ficar na reserva, assim como eu fiquei.-Disse ele, rindo malignamente.

 

 

    Clarisse suspirou de novo. Não a agradava ter que tratar os frutos de seu ventre como meros objetos, mas sabia que este era o jeito dos Midnight Warriors, e ela não poderia interferir. Esta fora sua promessa, desde o dia em que conhecera os segredos do clã.

 

 

    Clarisse se lembrava daquela noite. Richard era um jovem Sábio, tão misterioso quanto belo, e ele imediatamente chamou a atenção da Bruxa do clã inimigo, os Mists Mages. Fora um amor proibido, e logo deu frutos: Glenn e Lionel. Mas tudo mudou quando Leonard, irmão de Richard e futuro líder dos Warriors morrera. Richard teve que assumir o cargo do irmão como líder na espera, assim como os poderes da família.

 

 

    "Clary, amanhã eu talvez não seja o mesmo." A Arquimaga se lembrava desta frase até hoje. E no dia seguinte, Richard realmente não era mais a mesma pessoa...

 

 

    A conversa foi interrompida pelos dois garotos voltavam do banho. Agora com roupas novas e cabelos lavados. Clarisse pegou-os pela mão, e saiu da enorme sede dos Midnight Warriors. Era o seu dia de ficar com as crianças, o único no ano. E ela não deixaria a perspectiva de Glenn se tornar um mini-Richard atrapalhá-lo!

 

 

 

*************************************************************************

 

 

 

    -Kay?-Disse uma voz fraca.

 

 

    A Desordeira acordou assustada. Levou alguns segundos até perceber o que estava acontecendo. Olhou para Glenn, e viu que este estava acordado.

 

    -GLENN!-Gritou ela, feliz. Abraçou o amigo, que se encolheu de dor. O ferimento causado pelo Bafomé ainda não havia passado. Kayleigh se deu conta do que havia feito e o soltou, imediatamente.

 

 

    -Desculpa!-Murmurou ela, baixinho.

 

 

    Estava tão feliz em ver que Glenn estava acordado! Queria se jogar nos braços deles, contar o quanto estivera preocupada... Em vez disso, deu-lhe um tapa na cara.

 

    -Ai!-Disse ele, indignado.-Por que fez isso?!?!

 

    -Isso é pra você aprender a não me deixar preocupada assim!-Respondeu ela, com raiva.

 

    Foi ai que Glenn se acalmou. Kayleigh estava só sendo ela mesma...

***************************************************************************************************************************************************************

 

 

Link para o comentário
Share on other sites

uhuuu!! capítulo MUITO BOM!!! eu quase achei que os pais do Glenn iam começar a soltar ira de thor um no outro.

quotes...

 

 

    Era uma tarde ensolarada. O calor era infernal, quase tão intenso quanto o do deserto de Sograt. Mas isso não parecia incomodar a maioria dos guerreiros treinando no vasto campo de terra. Por todo o campo, bonecos de madeira haviam sido posicionados. Tudo era cercado com altas muralhas, embora fosse difícil determir se estas serviam para impedir alguém de entrar ou alguém de sair... Guardas armados se posissionavam ao redor do campo, assim como diversos humanos, que pareciam estar treinando. Mulheres, crianças, homens e velhos: Não parecia haver um tipo de pessoa favorecida. Crianças de 5 anos estavam tentando empunhar pesadas espadas de duas mãos, e todas que mostravam um sinal de fraqueza eram seriamente espacandas.

[/grr][/grr2][/grr][/grr2]

-Kay?-Disse uma voz fraca.

 

 

    A Desordeira acordou assustada. Levou alguns segundos até perceber o que estava acontecendo. Olhou para Glenn, e viu que este estava acordado.

 

    -GLENN!-Gritou ela, feliz. Abraçou o amigo, que se encolheu de dor. O ferimento causado pelo Bafomé ainda não havia passado. Kayleigh se deu conta do que havia feito e o soltou, imediatamente.

 

 

    -Desculpa!-Murmurou ela, baixinho.

 

 

    Estava tão feliz em ver que Glenn estava acordado! Queria se jogar nos braços deles, contar o quanto estivera preocupada... Em vez disso, deu-lhe um tapa na cara.

 

    -Ai!-Disse ele, indignado.-Por que fez isso?!?!

 

    -Isso é pra você aprender a não me deixar preocupada assim!-Respondeu ela, com raiva.

 

    Foi ai que Glenn se acalmou. Kayleigh estava só sendo ela mesma...

aushuahuahuahuahuh! essa aí é clássica!

vou quotar só essas pros outros poderem tb... ou não.[8-)]

mto bom, ana, agora eu só peço uma coisa: POSTE MAIS. demorou mto pra sair esse T_T

flow!

Link para o comentário
Share on other sites

uhuuu!! capítulo MUITO BOM!!! eu quase achei que os pais do Glenn iam começar a soltar ira de thor um no outro.

quotes...

 

 

    Era uma tarde ensolarada. O calor era infernal, quase tão intenso quanto o do deserto de Sograt. Mas isso não parecia incomodar a maioria dos guerreiros treinando no vasto campo de terra. Por todo o campo, bonecos de madeira haviam sido posicionados. Tudo era cercado com altas muralhas, embora fosse difícil determir se estas serviam para impedir alguém de entrar ou alguém de sair... Guardas armados se posissionavam ao redor do campo, assim como diversos humanos, que pareciam estar treinando. Mulheres, crianças, homens e velhos: Não parecia haver um tipo de pessoa favorecida. Crianças de 5 anos estavam tentando empunhar pesadas espadas de duas mãos, e todas que mostravam um sinal de fraqueza eram seriamente espacandas.

http://sites.levelupgames.com.br/FORUM/RAGNAROK/emoticons/emotion-69.gif">

-Kay?-Disse uma voz fraca.

 

 

    A Desordeira acordou assustada. Levou alguns segundos até perceber o que estava acontecendo. Olhou para Glenn, e viu que este estava acordado.

 

    -GLENN!-Gritou ela, feliz. Abraçou o amigo, que se encolheu de dor. O ferimento causado pelo Bafomé ainda não havia passado. Kayleigh se deu conta do que havia feito e o soltou, imediatamente.

 

 

    -Desculpa!-Murmurou ela, baixinho.

 

 

    Estava tão feliz em ver que Glenn estava acordado! Queria se jogar nos braços deles, contar o quanto estivera preocupada... Em vez disso, deu-lhe um tapa na cara.

 

    -Ai!-Disse ele, indignado.-Por que fez isso?!?!

 

    -Isso é pra você aprender a não me deixar preocupada assim!-Respondeu ela, com raiva.

 

    Foi ai que Glenn se acalmou. Kayleigh estava só sendo ela mesma...

aushuahuahuahuahuh! essa aí é clássica!

vou quotar só essas pros outros poderem tb... ou não.

Link para o comentário
Share on other sites

Olá, AnaMiau!

Em primeiro lugar, está de parabéns pela história tão bem escrita e pensada!  =D

Você sabe descrever muito bem cada situação que se passa na história.

Esta é a primeira FanFic que leio aqui no fórum e a primeira impressão foi uma das melhores. Resolvi lê-la quando vi sua assinatura em outro post. Depois que li o primeiro capítulo não consegui mais parar! XD

Tô doida para saber o que acontecerá com o Glenn e a Kay!

Abraços e tudo de bom! :3 

 

Link para o comentário
Share on other sites

@Cecita

Muito obrigada pelos elogios *-* Amei saber que vc gosotu da fanfic \o\

 @Ressu

Weeeeeee, thx ressu

 @Layen

Putz, problemas em casa são sempre ruins '-' Espero que as coisas aí se resolvam logo...

 

Capítulo 8-As Katares

    A noite era escura, e este era o único disfarce de que a Desordeira precisava. As sombras estavam por todos os lados, fornecendo inúmeros esconderijos. Kayleigh sabia exatamente onde pisar, sem fazer barulho, como agir e onde se esconder. Ela teria dado uma ótima Algoz se não houvesse escolhido esse caminho...

    

    Ouviu passos chegando... Eram 3 pessoas. Estavam rindo, e pareciam desatentos. "Devem estar indo do que fizeram com Myslyn" pensou Kayleigh, com raiva. Os 3 logos entraram no seu campo de vista. Batiam com a descrição que o Lord havia dado deles... Era agora ou nunca. Teve que suprimir um sorrisinho maligno, pois sabia que dentes em meio a escuridão poderiam entregar sua posição tão bem quanto se ela saísse gritando e balançando os braços.

 

    Os três se aproximaram mais, despreocupadamente. A Sumo-Sacerdotiza vinha de mãos dadas com um dos dois Paladinos, o mais alto. O outro vinha no seu Peco-Peco, e parecia bêbado. Todos carregavam um brasão, uma bola de energia azul. "Mist Mages," pensou Kayleigh. Myslyn havia falado sobre eles, sobre todas as atrocidades que haviam comedido. O sangue de Kay borbulhava de raiva.

 

    Ingeriu uma Poção da Concentração antes de sair de seu esconderijo. Ela teria que ser rápida. Veio correndo por trás do trio, sem emitir um som. O primeiro Paladino, marido da Sumo-Sacerdotiza, mal teve tempo de pensar no que havia acontecido antes de ter sua garganta cortada. Caiu no chão, morto. Os outros dois ficaram surpresos, e o Paladino restante logo se pôs em posição de batalha. A serva de Odin nada fez, só se ajoelhou sobre o corpo de seu amado, abismada.

 

 

    Kayleigh sorriu. Viu o Paladino bêbado avançando até ela, cambaleando, seus movimentos em câmera lenta. Ele tentou usar um corte lateral, visando o lado esquerdo da Desordeira. Esta se desviou com facilidade. "Lento demais!" pensou ela, quase falando a frase alto. Ao saltar para trás do Paladino, se sentiu invadida por um sentimento de Nostalgia. "O Tritão!" se lembrou ela, por um instante. Mas o leve vislumbre não durou muito. "Que Tritão?" pensou ela, surpresa. Seu momento de lembranças a fizera perder uma chance ótima de matar o Paladino em um só golpe, e também deu tempo à Sumo-Sacerdotiza de se recuperar do choque.

 

 

    -DIMINUIR AGILIDADE!!-Gritou ela, focando a magia sob Kay.

 

 

    De novo, o mesmo sentimento de nostalgia. Ela odiava aquela magia, odiava mesmo. Mas não se lembrava de já ter sentido seu efeitos antes. Mesmo estando com sua agilidade diminuída, Kayleigh ainda era mais rápida. Levou sua mão até o seu cinto, onde sua arma secreta esperava: Uma Poção do Vento. Ela a engoliu rapidamente, e sua agilidade perdida fora recuperada. Saltou sob o Paladino, sentindo seus movimentos rápidos como um furacão. Acertou-o em cheio no olho, e este gritou de dor. A Sumo-Sacerdotiza entoou uma prece que o curou, e depois começou a entoar outra que o faria receber apenas metade do dano. Ela não teve tempo para isso.

 

 

    Kay encontrou uma brecha na armadura do Paladino, e enfiou a adaga lá, acertando o coração. "Dois já foram." Pensou ela. A mulher havia se desesperado. Kay se tornou invisível, e a Sumo-Sacerdotiza invocou revelação ao seu redor, pondo-se a correr. Kayleigh não se intimidou. A serva de Odin era lenta. Aproveitando o efeito da poção, a Desordeira alcançou-a, e fincou a adaga na suas costas. A Sumo-Sacerdotiza gritou, e caiu morta.

 

 

    "Myslyn foi vingado.". Kayleigh limpou a Damascus suja de sangue na roupa da mulher morta no chão, e correu para a casa, onde o Lord esperava. Ele ia ficar feliz em saber... Só uma coisa incomodava Kayleigh: Os flashs da batalha. O que estava acontecendo, afinal?

 

 

************************************************************************** 

 

 

    -Mestre, creio que ela eliminou os sub-líderes dos Mist Mages.-Disse Lionel, enquanto pressionava o brasão na sua armadura. A espada e o raio, símbolo dos Midnight Warriors. Ouvi um leve riso vindo do brasão, e teve certeza de que seu pai estava sorrindo.

 

 

    -Muito bom, filho, muito bom. Alguma mudança nas habilidades do seu irmão?-Disse a voz vindo do brasão. Ao ouvir aquela frase, Lionel sentiu um leve desconforto. Apesar de Glenn estar morto e enterrado, as habilidades dele não foram passadas para o Lord.

 

 

    -Não, mestre.-Disse Lionel. Era incrível como toda a sua pose de galant charmoso caía quando ele falava com o pai. O Lord poderoso dava lugar ao homem completamente submisso. Lionel sentiu a raiva do pai emanando do brasão.

 

    -Você tem CERTEZA de que o matou mesmo?-Indagou a voz.

 

    -Tenho, mestre. Cortei o corpo de Glenn em 15 partes, depois de ter perfurado seu coração.

 

Ele está morto, com toda a certeza.-Disse Lionel, com um suspiro. Não disse ao pai que sentia a presença de Glenn em alguns lugares.

 

    -Bem, vamos ter que esperar, então. Você sabe o que fazer se a senhorita Tyruen for bem-sucedida, não sabe?

 

 

    -Sei, Mestre.-Lionel havia se preparado durante muito tempo para aquele dia, e agora que Glenn estava sem condições de protegê-la, aquela seria a hora certa. Eles só precisavam da confirmação de que Kayleigh era a Herdeira.

 

 

 

    -Ótimo, filho, ótimo. O dia em que os Warriors triunfarão está chegando, e neste dia, você irá comandá-los. E a sua amiga irá nos ajudar também.-Dizendo isso, desligou.

 

    Lionel mordeu seu lábio inferior. A 30 anos atrás, o pai dizia essas mesmas palavras à Glenn, seu irmao gêmeo. Ele voltou a se sentir na reserva, como esteve durante toda a sua vida. Por que Glenn nascera com o talento natural para combate, e não ele?!?! Isso ainda lhe dava raiva.

 

   O Lord ouviu a porta se abrindo e a Desordeira subindo as escadas. Myslyn se deitou correndo, e se focou em parecer cansado e ferido.

 

    -Pronto.-Disse Kayleigh, com uma voz exausta. Suas roupas estavam sujas de sangue, e ela falava com uma voz cheia de raiva, mas ainda assim, doce e apaixonada.-Eles não vão te incomodar mais.

 

    Myslyn tentou parecer surpreso.

 

    -Como posso te agradecer, Kay?-Perguntou ele, com o tom de voz mais gentil que o Lord possuia.

 

    -Ah, não precisa de nada...-Respondeu Kayleigh, sem graça.

 

    Myslyn fingiu pensar por um tempo.

 

    -Amanhã você vai almoçar na minha casa então! A casa da família dos Midnight é conhecida por suas refeições deliciosas...-Disse Myslyn, tentando ser simpático. A Desordeira corou.

 

    -Tem certeza?-Perguntou ela.

 

    -Claro que tenho!-Myslyn respondeu.-Você se arriscou contra 3 guerreiros transcedentais dos malignos Mist Mages por minha causa, te chamar para almoçar é o mínimo que posso fazer, não acha?

 

    O rosto de Kayleigh se iluminou de felicidade. Ela ia almoçar na casa de Myslyn!

 

*************************************************************************

 

    -Por que temos que sair com a mamãe uma vez a cada seis meses???-Perguntou Lionel, com raiva, enquanto a mãe ia ao banheiro.-Ela é dos Mist Mages, LÍDER dos Mist Mages, ela é má, o papai me contou as coisas terríveis que eles fazem!

 

    Glenn riu.

 

    -A mamãe não é má, e também não acredito que os Mist Mages sejam também.

 

    -Glenn, é sério, o papai disse que eles treinam as crianças desde cedo, escolhendo a profissão delas, e se elas choram ou algo assim, eles pegam as coisas que elas mais amam... Matam os bichinhos de estimação e coisas assim!-Myslyn parecia horrorizado.-Eles não deixam NINGUÉM sair do clã, e os desertores são torturados e mortos!

 

    Glenn arregalou os olhos. Isso trazia algumas lembranças à sua mente. Mas acho melhor não dizer nada ao irmão, pois este iria pirar.

 

    -Isso é besteira, Lionel... A mamãe jamais faria alguma coisa assim!

 

    Lionel não respondeu e se pôs a resmungar. Clarisse apareceu de novo.

 

    -Vamos, queridos?-Perguntou ela, simpática.

 

    Algum tempo depois, os gêmeos e sua mãe se encontravam em um salão enorme, com uma mesa proporcional ao seu tamanho. Ao longo da mesa se sentavam pessoas das mais diferentes classes. Noviços, Arquimagos, Bardos, todos se sentavam na mesma mesa, sem distinção de importância. A única pessoa que se sentava à cabeceira era Clarisse, a Arquimaga, radiante como sempre. O brasão dos Mist Mages estava por toda a parte. Os membros conversavam entre si, rindo. Glenn e Lionel estavam surpresos. O almoço no castelo dos Mist Mages era completamente diferente do almoço em sua própia guilda. Lá, a família almoçava sozinha, em silêncio, e aqui estavam todos radiando camaradagem.

 

    Os garotos se encontravam do lado de sua mãe. Eles esperavam olhares furtivos de raiva vindo pra eles, mais nada aconteceu. Em vez disso, os gêmeos recebiam afagos na cabeça, conversas animadas e até alguns doces.

    

    Glenn notou um jovem Sacerdote sentado à sua esquerda. Tinha cabelos loiros e um sorriso jovial, e mal passara dos 25 anos. Glenn não achou brasão algum em sua roupa. Ele possuia uma aura de fé perceptível, e conversa alegremente com um Super Aprendiz ao seu lado. Por algum motivo, o homem chamou a atenção de Glenn.

 

    -Quem é aquele, mamãe?-Perguntou Glenn, interrompendo a conversa da sua mãe com um Espiritualista.

 

    -Aquele é o Sacerdote Thomas, filho. Ele é convidado nessa casa, e mesmo não sendo um Mist Mage ele faz parte da família...-Respondeu ela, alegre.

 

    -Ah... Obrigada, mamãe.

 

    Do outro lado da mesa, Lionel observava a todos com rancor. Odiava aquele clã, de verdade. Todos os sorrisos escondiam as maldades que os Mist Mages faziam! Eles iam ver só, quando ele fosse dono dos Midnight Warriors! Até que se lembrou que ele NUNCA seria líder do clã. O Glenn, aquele bocó, é que seria! A raiva cresceu dentro dele de novo. Afinal, por que ele não podia ser o líder?!

 

    Ouviu um pouco da conversa dos dois homens ao seu lado.

 

    -Sim... Também ouvi falar disso, são poucos Menestréis que sabem da existência dela, e nenhum sabe onde ela se encontra.-Disse um deles.

 

    -Me pergunto como essa criança está...-Perguntou o outro.

 

    -Não há como saber...-Respondeu o primeiro.

 

    "Quem é ela?" Se perguntou Lionel, confuso.

 

    O garoto não teve muito tempo de pensar, pois a atenção de todos se virou para um Sacerdote loiro, que levantou da cadeira brucasmente, gritando bem alto:

 

    -REVELAÇÃO!!

 

    Uma bola de luz branca e pura apareceu, circundando o Sacerdote. No mesmo momento, um Algoz apareceu também, surpreso. Ele estava com a lâmina preparada, perto das costas de Clarisse. Está não esperou muito.

 

    -PETRIFICAR!!-Gritou a Arquimaga.

 

    O Algoz, pego de surpresa, não resistiu. Logo foi transformado em pedra. Todo o perfil gentil da Arquimaga deu lugar à uma mulher séria e madura. Pingando poucas gotas de poção verde na boca do Algoz. Esta voltou à vida. Todos ao redor procuravam mais atacantes, mas ninguem achou nada.

 

    -Quem é você?-Perguntou Clarisse.

 

    O Algoz nada disse.

 

    -Você não me dá escolhe, não é?-Perguntou a Arquimaga, com um suspiro.-Tragam o senhor Haey!

 

    Um mercenário jovem de cabelos azuis se levantou. No seu cinto, vários frascos com líquidos de todas as cores tilintavam. O mercenário se dirigiu à Arquimaga e fez uma mesura.

 

    -Sim, senhorita Clarisse?-Perguntou ele.

 

    -Malak, preciso de um veneno da verdade... Você tem algum pronto?-Perguntou a Arquimaga, ainda séria.

 

    -Creio que sim, senhorita Clarisse.-Dizendo isso ele tirou um frasco minúsculo do cinto, cheio de um líquido roxo brilhante. Clarisse sorriu ao ver aquilo.

 

    -Muito obrigado, Malak. Mortaro e Tormino,-Disse ela, olhando para dois Mestres.-Me ajudem a carregar a estátua de pedra até nossa sala... Vocês sabem qual é, vamos interrogá-lo. Oliver, Jones, -Nisso ela olhou para um Atirador de Elite e uma Lady,-Por favor, tomem conta dos meus filhos até eu retornar.

 

    Todos assentiram com a cabeça. Apesar do ar descontraído ter voltado, ninguem desligou os feitiços que revelavam o invisível, e o clima ficou um pouco pesado.

 

    Apesar de assustado, Glenn não pode deixar de sentir admiração pelo trabalho do Sacerdote. Aquilo fora incrível. Tomando coragem, falou com ele.

 

    -Sacerdote Thomas, como você notou que o Algoz estava lá?-Perguntou Glenn, tímido. O Sacerdote sorriu e afagou sua cabeça.

 

    -Odin me mandou um sinal, jovem Farej. Soube que sua mãe estava em perigo...-Disse ele, sem parar de sorrir. Era uma boa alma.

 

    Glenn primeiramente estranhou terem chamado-o de senhor Farej... Farej era o sobrenome de sua mãe, e todos sempre o chamavam de Glenn Loke, NUNCA Farej. "Glenn Farej... Soa melhor do que Glenn Loke...".

 

*************************************************************************

 

    Um à um, os Titãs de Gelo iam caindo, se quebrando em milhões de pedacinhos, completamente trucidados pelas lâminas da Desordeira. Alguns paravam para observar a dupla, embora sem dúvida, Kayleigh chamasse mais atenção do que Glenn. Cada investida dela, além de rápida, parecia um passo de dança, meticulosamente calculado. Ela dava piruetas e saltos, raramente sendo acertava pelo Titã da vez.

 

    Atrás dela, o Sumo-Sacerdote sorria. Podia ver como Kayleigh melhorara seu estilo de luta desde que se conheceram. Ela sempre fora poderosa, mas não era tão graciosa assim nos seus movimentos. Se havia algo de que Glenn se orgulhava, era de Kayleigh.

 

    Após matar o Titã de Gelo, Kayleigh caiu no chão sentada, completamente exausta. Deitou-se, olhando ao redor, sem falar nada. Glenn se sentou ao seu lado. "Talvez agora seja o momento..." Pensou ele, se lembrando do pacote no seu bolso. "Nah." pensou de novo, e se focou em olhar a Desordeira perdida em seus devaneios.

 

    Era incrível ver Kayleigh pensando. Ela era incrível de todas as formas, mas quando sonhava acordada, a garota se desligava completamente do resto do mundo. O Sumo-Sacerdote sompre fora curioso para saber sobre o que ela pensava, mas nunca tinha sido corajoso o suficiente para perguntar. Era hora. Tirou um zenny do bolso.

 

    -Um zenny pelos seus pensamentos, querida.-Disse ele, jogando a moeda na Desordeira. Glenn as vezes a chamava de querida, somente por diversão. Dessa vez Kayleigh não pareceu notar.

 

    -Hã?-Perguntou ela, confusa. Glenn riu.

 

    -Sobre o que você está pensando?-Perguntou o Sumo-Sacerdote, gentil como sempre.

 

    Kayleigh achou melhor não responder que estava pensando no que ela faria se Glenn houvesase morrido naquele dia, meses atrás. Toda vez que via Glenn sem camisa, a cicatriz estava lá, como uma lembrança eterna do sacrifício que seu amigo fizera por ela. "Eu faria a mesma coisa?" perguntava-se ela, embora a resposta já estivesse certa. Ela faria aquilo e muito mais por Glenn, afinal, ele era a única pessoa importante pra ela. Mas a Desordeira era orgulhosa demais para admitir isso.

 

    -Estava pensando naquele dia em que demos aulas pros Noviços da Catedral.-Foi a primeira coisa em que pensou. A imagem de Glenn, encabulado por estar apenas com sua roupa de baixo na frente de 20 Noviços havia sido hilária. Glenn corou.

 

    -Você tinha MESMO que me lembrar disso?-Disse ele, com um suspiro.

 

    -Claro, afinal é pra isso que os amigos servem, não? Te atrapalhar, te envergonhar e te lembrar de tudo anos depois...-Disse ela, rindo.

 

    -A senhorita está muito abusada hoje, Kay.-Disse Glenn, rindo também.

 

    "Talvez agora seja a hora certa..." Pensou Glenn, levando a mão até o bolso. Mas mudou de idéia quando um Gazeti começou a atirar farpas de gelo neles, e o momento foi perdido

 

 

**************************************************************************

 

    Glenn praticamente invadiu a sala do Bispo. Seus olhos flamejavam de raiva quando ele chutou a porta. Thomas ergueu a cabeça, assustado, olhando pro amigo. Imediatamente notou a mudança.

 

    -Onde estão minhas Katares?-Perguntou ele com uma brutalidade fora do comum para o gentil Glenn.

 

    Então chegara o dia... Glenn Farej cedera seu lugar à Glenn Loke. O alegre e bom Sumo-Sacerdote fora engolido pela personalidade do futuro líder dos Midnight Warriors. Para a sua própia surpresa, Thomas agiu com calma.

 

    -E o seu juramento?-Perguntou ele, com calma.

 

    -Que se dane o juramento, me dê minhas katares.-Respondeu o Menestrel, sem um pingo de calma na voz.

 

    -Se você pegar nas Katares, a chance de você voltar a ser o Glenn de sempre será quase nula.-Disse Thomas, com a mesma calma de antes. Talvez conseguisse trazer Glenn de volta á razão usando argumentos sólidos.

 

    -Thomas, se você não me der as Katares agora você vai me ver bravo de verdade. Kayleigh precisa de mim, e eu preciso das Katares. ME DÊ AS PORCARIAS DAS KATARES LOGO.-Disse ele, violentamente. Thomas não se assustou.

 

    -Você acha que a Kayleigh vai gostar de saber que o amigo dela deu lugar a um assassino frio?-Disse Thomas.

 

    Aquilo definitivamente acertou Glenn. Por um instante ele voltou a ser ele mesmo, mas não durou muito. Glenn pareceu querer atacar o Bispo... Conhecendo esse lado do amigo, Thomas sabia que tudo era possível.

 

    -Você está avisado, Glenn Loke.-Disse Thomas, sua mão indo até a gaveta trancada onde as atares de Glenn estavam. Pegou a chave em seu pescoço e girou a fechadura. Todo o momento pareceu levar horas. Abriu a gaveta, e lá estavam elas, duas Jurs, brilhantes. Elas ainda pareciam novas, embora estivessem naquela gaveta à anos.

 

    -Antes de te entregar isso, pode me responder uma coisa somente?-Perguntou Thomas, incerto.

 

    -O que é?

 

    -O que aconteceu?

 

    -Lionel a induziu a matar 3 sub-líderes dos Mist Mages.-Respondeu Glenn, sem um pingo de paciência na voz. Tentou esconder o fato de que as lâminas na gaveta o chamavam. Ele era um Mercenário fingindo ser um Sumo-Sacerdote, se deu conta de repente. Sempre fora. E provavelmente nunca deixaria de ser.

 

    Thomas finalmente entregou as Katares a ele. Se adaptavam perfeitamente às suas mãos. Glenn tentou alguns movimentos. Por mais que tivesse passado 30 anos sem tocar em uma lâmina, tudo pareceu voltar à sua mente facilmente. Sorriu, satisfeito.

 

    -Eu vou matá-lo, Thomas. Juro que vou.-Disse ele, saindo da sala.

 

    Thomas suspirou. Glenn Loke estava de volta, mas a maior dúvida era se ele abriria espaço para Glenn Farej voltar. E disso o Bispo não tinha certeza.

 

 

 

 

Link para o comentário
Share on other sites

maldita hora de dormir, n pude postar antes ¬¬

muito bom, ana, realmente muito bom. o Lionel tem que se olhar no espelho. alguém notou que ele descreveu o clã da mãe como o dele próprio? e o sacer era boladão, ele sentiu a presença de um algoz do nada[/heh]

continue falcon, tá MUITO bom...agora eu quero saber oque é que o Glenn queria entregar pra Kay. mas isso fica pro próximo capítulo.

flow!

Link para o comentário
Share on other sites

maldita hora de dormir, n pude postar antes ¬¬

muito bom, ana, realmente muito bom. o Lionel tem que se olhar no espelho. alguém notou que ele descreveu o clã da mãe como o dele próprio? e o sacer era boladão, ele sentiu a presença de um algoz do nada

continue falcon, tá MUITO bom...agora eu quero saber oque é que o Glenn queria entregar pra Kay. mas isso fica pro próximo capítulo.

flow!

Thx ^^

Poisé, o Lionel é meio burro u_u. O Thomas É boladão \o\ (Ou talvez ele tem uma carta Maya Macho... Kidding) Sobre o pacotinho, vcs vão esperar um pouquinho pra saber o que é >:3

Thx!!! Vou tentar postar o próximo capítulo esse fim de semana, juro que vou @_@

 

@Ressu

 MUITO obrigada por ter editado o seu post xD

Link para o comentário
Share on other sites

Agora com créditos já posso comentar! \o/Essa história tá me lembrando Xenogears: começa com uma históriazinha simples. Depois, rola um acontecimento chave. Aí, a historiazinha cresce. Depois complica ainda mais. Aí essa complicação tem outras por trás. E no fim o protagonistazinho simples afeta o planeta todo!Tá muito show, e que bom que o intervalo é curto, né? Sem contar que a Aninha nem havia decidido que classes seriam os protagonistas. Ela pediu pra eu dizer, e eu chutei Desordeira e Sumo. Aí ela ficou afk, e voltou com o capítulo 1 ^^ Tá ficando massa, Aninha!Esperando o próximo capítulo \o/

Link para o comentário
Share on other sites

Agora com créditos já posso comentar! \o/

Essa história tá me lembrando Xenogears: começa com uma históriazinha simples. Depois, rola um acontecimento chave. Aí, a historiazinha cresce. Depois complica ainda mais. Aí essa complicação tem outras por trás. E no fim o protagonistazinho simples afeta o planeta todo!

Tá muito show, e que bom que o intervalo é curto, né? Sem contar que a Aninha nem havia decidido que classes seriam os protagonistas. Ela pediu pra eu dizer, e eu chutei Desordeira e Sumo. Aí ela ficou afk, e voltou com o capítulo 1 ^^ Tá ficando massa, Aninha!

Esperando o próximo capítulo \o/

 

 É verdade Muel, essa história teve um começo LOL (Muel, diz uma transclasse!"!!!)

Brigada por estar me apoiando, Muel! 8D

 

 

 

Capítulo 9-O fim de uma vida

    Glenn sabia que não deveria ter passado na estalagem em que estava hospedado antes de ir atrás de Lionel, mas não pode evitar. Sabia que seu irmão seria um oponente formidável, e que ele estava sem prática. Queria ver suas coisas mais uma vez, antes de partir para o que talvez fosse o fim.

 

 

    Abriu a caixa que Thomas havia lhe dado, vendo suas antigas coisas. Talvez aquela vontade fosse apenas um traço de Glenn Farej que havia ficado para trás, mas ele não se importava. Pegou o Bastão Restaurador que sempre usava, e se surpreendeu ao ver como ele parecia... Errado, nas suas mãos. Como se aquilo não pertencesse a ele, como se suas mãos não estivessem acostumadas a segurá-lo.

 

 

    Suspirando, deixou o bastão de lado e passou para as lembranças melhores... Lá estavam as Orelhas de Anjo, presente de Kayleigh, e o boneco de Gatinho Dorminhoco, que os dois fizeram juntos, catando cada item, um por um. Sorrindo, se pôs a usar os dois.

 

    No fundo da caixa estavam suas roupas e a foto... Ele fechou os olhos durante um segundo, se lembrando do dia em que a foto fora tirado.

 

 

    -Glenn.-Chamou uma voz.

 

 

    Ele olhou para os lados, Katares em punho, procurando a fonte da voz. Nada. O quarto estava vazio. Fechou os olhos de novo, e a voz repetiu:

 

 

    -Glenn.

 

 

    A sensação era conhecida. Sentia o mesmo cada vez que entrava na sala de Thomas. Só que na sala, eram as suas Katares, e agora ele não sabia o que era. Se sentiu atraido pelo que quer que fosse, seu corpo se movendo involuntariamente até a caixa. Os dois eram como ímãs...

 

 

    Com pressa, se pôs a procurar o que estava chamando-o. Vinha do uniforme de Sumo-Sacerdote, agora ele tinha certeza. Sentiu o tecido com suas mãos, e se desapontou ao notar que não era isso. Quase desistindo, sua mão se moveu instintivamente até o bolso interno do uniforme. Pode sentir um pedaço de madeira simples roçando por entre seus dedos. Era aquilo, com toda certeza. Tirou o objeto de dentro do bolso, e se surpreendeu ao encontrar metade da runa Algiz. Ao lado de metade do símbolo, uma letra "K", entalhada sem cuidado algum, estava visível, como se ouvesse sido desenhada na madeira a poucos minutos.

 

 

    Ao fechar sua mão ao redor da runa, sua mente foi invadidas por memórias. Não qualquer memórias, mas sim memórias de Kayleigh. Detalhes que Glenn não havia pego em todos os dias que estavam juntos. Por um instante, o assassino deu lugar ao Sacerdote.

 

 

    Aquilo o encheu de determinação. Salvaria Kayleigh de qualquer maneira, e era essa a verdade!

 

 

 

************************************************************************

 

 

 

    -Acho que vocês já treinaram o bastante hoje, meus filhos.-Disse Richard, sem qualquer emoção na voz.

 

 

    Exaustos, os dois garotos tiveram vontade de cair no chão ali mesmo. Estavam treinando a 10 horas sem parar. Era a sina dos futuros governantes do clã. Deveriam ser os melhores guerreiros de todos, especialmente Glenn, que era o herdeiro "oficial".

 

 

    O garoto, agora não mais uma criança, e sim um garoto de 12 anos, limpou as Katares na calça e se dirigiu ao seu quarto. Mal notou os olhares de raiva que recebia de Lionel pelas costas. Seu corpo estava cheio de arranhões, e isso por que Glenn havia pegado leve. Aliás, o gêmeo dos Katares havia saído intacto.

 

 

    Ele havia treinado incansavelmente desde aquele dia em que sua mãe quase fora morta. Tinha que ser tão bom quanto o agora Sumo-Sacerdote Thomas. Todo dia ele treinava, as vezes com Lionel, para, quando chegasse a hora, ele se tornar um mercenário habilidoso.

 

 

    Mas Katares pareciam mais armas para a destruição, e não para ajudar os outros. As lâminas que ele empunhava com tanto prazer pareciam fazer apenas o mal e não o bem... Como ele queria ser como Thomas!

 

 

    Tão distraído nos seus pensamentos, o garoto mal notou quando esbarrou em uma garota passante. Ergueu os olhos, assustados, e se deparou com Lyra, uma Arqueira da sua idade, com quem conversava de vez em quando.

 

    -Lyra!-Exclamou ele, feliz.

 

 

    -S-senhor Loke.-Respondeu ela, olhando assustada pros lados. Glenn estranhou a atitude estranha da garota.

 

 

    -Ué, por que todo esse jeito formal?-Perguntou ele, confuso.

 

 

    -N-não é nada senhor Loke, eu sempre te tratei assim.-Ao dizer isso, a garota olhou para os lados, como se procurasse alguém. Lyra estava estranha.

 

 

    -Lyra, o que aconteceu?!?!-Insistiu Glenn, preocupado.

 

 

    -Não é nada senhor Loke, adeus.-Disse ela, e correu, deixando um Glenn assustado para trás. O que estava acontecendo?

 

 

 

**************************************************************************

 

 

 

    -E DEPOIS DIZEM QUE AS MULHERES É QUE DEMORAM PRA SE ARRUMAR!-Ralhou Kayleigh, impaciente, correndo pela Al de Baran noturna de salto alto.

 

 

    Estava de noite, e uma linda lua cheia enfeitava o céu de Midgard. Al de Baran estava vazia, exceto por alguns aventureiros perdidos e...

 

 

    Glenn e Kayleigh estavam vestidos formalmente. A Desordeira usava um vestido lilás, formal, que parecia ter sido inspirado nela. Seus cabelos vermelhos esvoaçavam atrás dela, soltos. Seus pés usavam um sapato de salto alto enfeitado com brilhantes. Ao redor dos seus ombros, um Sobrepeliz Lilás, ricamente decorado, a protegia do frio. Ela estava deslumbrante. Mas Glenn sabia que ela se sentia como um peixe fora da água naquela roupa. O vestido a impedia de movimentarse como ela gostaria, e o Sumo-Sacerdote tinha CERTEZA de que de baixo da saia, presa na coxa da mulher, estava uma Damascus com cartas Andre, melhorada 8 vezes. Não podia culpá-la por isso, era parte da personalidade de Kayleigh, agora uma mulher de quase 30 anos.

 

 

    Glenn estava arrumado também, embora não chegasse aos pés de sua amiga. Vestia um paletó preparado especialmente pela ocasião. Apesar da insistência de Thomas, ele não usara uma gravata, preferindo seu Rosário de sempre. Mas havia arrumado seus cabelos azuis e posto mocassins elegantes.

 

 

    -Hey, você, velinho, nos leve pra Lutie.-Exigiu Kayleigh, assustando Papai Noel.

 

 

    -Kay... Senhor Papai Noel, poderia nos levar para Lutie?-Perguntou Glenn, encabulado com a atitude da amiga.

 

 

    -Hohoho, é claro!-Disse Papai Noel.

 

 

    Ao redor dos dois, o cenário foi mudando. Não estavam mais em Al de Baran, e sim em uma cidade nevada e natalina: Lutie. Os dois notaram a mudança de clima. Não estava mais fresco como em Al de Baran, e sim frio.

 

 

    Kayleigh esfregou as mãos uma na outra, tentando evirtar o frio. Os dois se puseram a caminhar até a Igreja.

 

 

    -Você não devia ter sido grossa com ele, Kay.-Ralhou Glenn.

 

 

    -Bah! Se você não tivesse demorado tanto pra se arrumar nós não chegaríamos 1 hora atrasados!!!-Disse ela, mal se importando. Glenn suspirou, era uma batalha perdida.

 

 

    A Igreja estava ricamente decorada, natalinamente. Porings Noéis andavam livremente por todo o lado, com seus gorros de Natal, e uma guirlanda havia sido posta na porta. Dentro da construção, vários membros da nobreza de Rune-Midgard e pessoas importantes estavam sentadas, e no altar, Thomas falava.

 

 

    Kayleigh e Glenn entraram de fininho, embora tivessem notado um olhar de desaprovação vindo de Thomas. Ignoraram e se sentaram ao lado de um outro casal.

 

 

    -Agradeço a presença de todos hoje na nossa festa de Natal beneficente. Agora que nossa missa de Natal já terminou, nossos Noviços irão teletransportá-los até o Salão de Festas. Todo o dinheiro arrecadado aqui irá para as crianças em necessidade da favela de Lighthalzen! Tenham uma boa noite, todos vocês.-Dizendo isso, Thomas e outros Sacerdotes presentes abriram portais.

 

 

    Glenn arrastou Kayleigh pra um deles, e logo que pisaram na coluna de luz azul apareceram em um ambiente completamente diferente. O salão de festas de Prontera estava ricamente decorado para ocasião, com mesinhas e um buffet, além de uma banda de Menestréis que tocava músicas sem parar. Os convidados logo se sentiram a vontade, sentando, e alguns indo até a pista de dança.

 

 

    Kayleigh logo ia puxando uma cadeira em uma mesa próxima, mas Glenn a impediu.

 

 

    -Nada disso.-Disse ele, com um tom maldoso na voz. Depois fez uma leve mesura e sorriu para Kayliegh, perguntando baixinho:-Me concede uma dança, nobre senhorita?

 

 

    Kayleigh pareceu desnorteada.

 

 

    -Glenn, eu não sei dançar, lembra?-Disse ela, com um suspiro. Dançar era para as mulheres nobres da alta sociedade e para Odaliscas, não para Desordeiras!

 

 

    -Não tem problema.-Disse Glenn, rindo e estendendo uma mão para Kayleigh.-Vamos!!!

 

 

    Sabendo que aquilo era uma batalha perdida, Kayleigh segurou a mão do amigo, que a guiou até a pista de dança, onde os bardos tocavam uma música lenta. Kayleigh, desajeitada botou a mão no ombro do Sumo-Sacerdote, que parecia estar à beira de um ataque de risos. Ele tentou botar a mão na cintura da amiga, mas a resposta foi um tapa na cara.

 

 

    -Seu Sumo-Sacerdote tarado!-Disse ela, brava. Glenn não resistiu e começou a rir.

 

 

    -Não é nada disso Kay, olha ali.-Disse ele, apontando os outros casais.-Viu, é só uma posição pra dança.

 

 

    -Ah... Sendo assim...-Disse Kayleigh, sem graça.

 

 

    Finalmente conseguindo se por na posição de dança, Glenn a conduziu com um sorriso no rosto. Kayleigh não parava de olhar pros própios pés, tentando não pisar nos de Glenn. Kayleigh era "travada" nessa parte. Jamais tinha se interessado em dançar, mas mesmo assim estava indo bem para uma primeira vez.

 

 

    Glenn se orgulhou da amiga. Finalmente se portando como uma dama! Pensou ele, rindo.

 

 

    -O que foi?-Perguntou Kayliegh, brava, ao ver o sorriso repentino na cara de Glenn.

 

 

    Olhou ao redor, e decidiu que aquela era a hora certa.

 

 

    -Kay... Tenho uma pergunta a te fazer.-Perguntou Glenn, seu coração batendo mais rápido... Kayleigh o encarou, se perguntando o que seria. Mas foram interrompidos pela chegada do Bispo Thomas, que literalmente raptou Glenn.

 

 

    -Glenn!! Finalmente te achei! Estava te procurando!!! Venha comigo, rápido!-Disse ele, agarrando Glenn pelo braço. Este só teve tempo de lançar um olhar de desculpas à Kayleigh antes de sumir na multidão.

 

 

    -Thomas, eu estava em um momento meio pessoal, sabia?-Disse Glenn, com um suspiro, assim que o Bispo o arrastou para um aposento mais calmo.

 

 

    -Eu sei, eu sei. Mas isso é importante, sabia?-Disse Thomas, sério.-Seu irmão está lá fora, Glenn.

 

 

    Os dois ficaram em silêncio durante algum tempo. Glenn fechou sua mão, tentando disfarçar a raiva que sentia.

 

 

    -O que ele veio fazer aqui? HOJE?-Explodiu ele, bravo.-Logo hoje!

 

 

    -Eu sei que você está bravo... Mas ele está armado, e só olhando para as portas do Salão, como se fosse entrar a qualquer momento. Você tem que impedí-lo.

 

 

    -Com o que? Meu Cajado?

 

 

    -Droga, Glenn! Eu não sei! Só sei que se ele entrar aqui teremos problemas.-Falou Thomas, cansado.

 

 

    -... Eu irei lá.-Disse Glenn, depois de um longo silêncio.

 

 

    Já ia saindo pela porta do aposento, quando se virou para Thomas.

 

 

    -Pode guardar isso pra mim, Thomas?-Perguntou ele, atirando um pequeno pacote para Thomas, que o abriu instantaneamente. Ele pareceu surpreso com o conteúdo, e depois sorriu para Glenn, que retribuiu o gesto.

 

 

    -Não quero que se suje de sangue. Não conte pra ela, nem se o pior acontecer hoje, ok?-Disse Glenn.

 

 

    -Claro que não vou contar! E além disso, você é Glenn Farej, dará conta daquele Lord.-Dizendo isso, atirou um Cajado Restaurador para Glenn, que saiu pela porta sem dizer mais nada.

 

 

 

 

*************************************************************************

 

 

    Lyra não apareceu pelos próximos dias, por mais que Glenn a procurasse. Os criados pareciam sussurrar alguma coisa por onde Glenn passasse, mas se calavam assim que o viam. O que estava acontecendo!?!? Primeiro a garota agia daquela maneira e depois desaparecia?!?! Era suspeito.

 

 

    Glenn procurou pistas durante muito tempo, até achar alguma coisa. Foi forçado a ouvir a conversa de duas Alices escondido.

 

 

    -É, pelo o que ouvi, ela tentou fugir. E também deu informações para os Mist Mages.-Glenn ouviu uma delas dizer.

 

 

    -Por Odin! O que fizeram com a pobre garota???-Perguntou a outra, surpresa.

 

    -A punição de sempre, para quem trai o clã.-Disse a primeira Alice, baixinho.

 

 

    -Pobre garota... Tão novinha.-Disse ela, tão baixo que Glenn teve que se esforçar para ouvir.

 

 

    -Dizem que o senhor Richard é que está punindo-a, pessoalmente.-Disse a outra.

 

 

    Richard? O que seu pai estava fazendo?, se perguntava Glenn. Só tinha um jeito de descobrir: Seguindo-o. E isso Glenn sabia fazer.

 

Link para o comentário
Share on other sites

Ana? Sou novo aqui, e vou confessar, eu ODIAVA leitura, seiláh nunca me atraiu ^^'.

Mas vou te contar eu cai na enganação igualmente à Cecita.

Eu tava num post seu sobre o database novo do rag, e li sua sign sem querer :D

decidi apertar e cai direto aqui. Vou confessar.

Lí o primeiro Episódio, e nao consegui parar.. =/ agora só posso pedir pra vc apurar cas postagens ai

se não eu vo me acaba em agonia =/ hpasiojfsdaioj

:D

Link para o comentário
Share on other sites

    Glenn voou pelas escadas, sua mente fervilhando com planos de fuga. Não poderia ficar mais no castelo, não poderia mais encarar seu pai depois do que havia presenciado. Nunca pensou que Richard poderia fazer algo tão cruel com a Arqueira... Sacudiu a cabeça, tentando espantar as imagens terríveis que assombravam sua mente.

 

    Lyra gritando. Lyra morrendo. Lyra sendo ressucitada para sofrer de novo.

 

    E assim o ciclo se repetiu inúmeras vezes enquanto Glenn Loke ficara naquela sala. Mas o que doeu não foram as cenas, e sim ver o Algoz do clã ajudar Richard a causar dor na garota. Ele estava usando Katares para isso...

 

    Durante toda a sua vida, Glenn havia ouvido todos dizerem que aquele par de armas serviria para defender o clã, mas naquela noite ele havia visto as lâminas serem usadas para outro propósito... Como poderia ser um homem com o Sumo-Sacerdote Thomas se continuasse usando armas de um assassino?

 

    Então se lembrou de seu estado de frenesi em luta... Ele era um assassino também... Tinha tudo para ser um assassino... Frustrado, Glenn sacudiu a cabeça mais uma vez. Aquilo era demais para a mente de um garoto de 12 anos.

 

    Talvez a idéia de seguir seu pai não houvesse sido tão boa. Se não fosse por aquilo, ele ainda estaria feliz, vivendo na ignorância... Mas viver na ignorância era realmente bom? Seria bom fechar os olhos ao que estava acontecendo e agir como se não soubesse de nada? Glenn não precisou pensar muito para chegar à conclusão de que não seria capaz de fazer aquilo... Correu para o seu quarto, preparou uma mochila com o básico e se pôs a preparar sua fuga.

 

    Aquela deveria ter sido a última vez que aquele garoto iria pisar naquele terreno, mas não foi.

 

***********************************************************************

 

    Na cabeça de Glenn, um plano se formava.

 

    Teria que voltar ao castelo, era verdade, mas iria salvar Kayleigh. "Nem que isso custe a minha vida." pensou ele, determinado.

 

    Se moveu nas sombras até a muralha. O sol já estava alto no céu. Se lembrou da infância que passara naquele lugar, vivendo na ignorância, sem saber das atrocidades que seu pai cometia quando os filhos não estavam olhando... E agora aquele monstro estava com sua melhor amiga... Aquilo era inaceitável.

 

    "Você é filho daquele monstro..." O pensamento martelava em sua mente. "Você tem tudo para ser um monstro também...". Era quase uma segunda pessoa falando aquilo somente para levar a mente de Glenn para longe... Tentou se concentrar na muralha em que deveria achar um ponto fraco...

 

    Seus pés pisavam devagar no chão, sem fazer barulho algum. Ainda se lembrava de algumas coisas do seu treinamento. Como o talento com as Katares, as suas habilidades não haviam se desgastado... "Sou uma máquina de matar." Pensou ele, suspirando. "Tudo em mim é perfeito para isso...".

 

    Mas aquele não era o momento de entrar em conflito consgo mesmo... Tinha que focar sua mente de volta em sua missão! Kayleigh dependia dele, no fim das contas. Sua amiga estava cega e sem a menor idéia do que a esperava...

 

    O sangue do Sumo-Sacerdote gelou, ao pensar no que eles fariam com Kayleigh se a pegassem... "Por que você tinha que ser tão útil?" Pensou Glenn, com um pouco de raiva. Kay seria um prato cheio para Richard, Lionel e os Midnight Warriors, devido a sua natureza... Glenn desejou tê-la protegido melhor, mas era tarde demais para isso.

    

    Tão concentrado em seus pensamentos como estava, Glenn mal notou a garota loira sentada em um muro próximo, metade cadáver, metade viva, brincando com a metade de uma runa de madeira, onde a letra "G" estava escrita...

 

************************************************************************

 

    -Nossa, que casa enorme, Myslyn!-Disse Kayleigh, olhando o castelo onde os dois se encontravam.

 

    -É da minha família a 12 gerações, Kay.-Disse o Lord, no tom gentil que fazia Kayleigh se derreter.-Os Midnight Warriors são antigos, e sempre viveram no luxo.

 

    O casal passava por corredores adornados ricamente com quadros, tapetes e esculturas, tudo da mais fina qualidade. E isso era só uma fração da fortuna dos Midnight Warriors... Kayleigh se sentia um peixe fora d'água nesses locais... Era tudo refinado demais para uma Desordeira como ela...

 

    -O que houve?-Perguntou Myslym, preocupado, ao ver a expressão dela. Ou ao menos parecia preocupado...

 

    -Ah, só estou me perguntando se o seu clã vai gostar de mim...

 

    -Claro que vai, você nos livrou de pessoas terríveis.-Disse ele, sorrindo para a garota.

 

    Kayleigh, cega pelo amor, não havia notado como os ferimentos de Myslyn havia desaparecido de um dia para o outro... Não havia notado a falsidade em sua voz... Não havia notado a malícia em sua expressão... Kayleigh estava sendo manipulada como uma marionete.

 

    -E aqui está meu filho e a heroína do clã!-Disse uma voz.

 

    Kayleigh olhou na direção do som, se deprando com um Professor velho, mas bem conservado, que esperava sorrindo na porta. Tinha cabelos azuis como Myslym, e o sorriso dos dois era idêntico.

 

    -Lionel!-Disse ele, abraçando o Lord. Aquele nome despertou uma memória enterrada em Kayleigh... Se lembrava de uma espada, adagas e ela rolando pelo o chão com alguem... Mas a lembrança imediatamente desapareceu.

 

    Kay olhou para Myslym, curiosa. Ele só retribuiu com uma expressão que dizia apenas "Depois eu explico".

 

    A Desordeira não notou o olhar que Myslym trocou com o Professor, que naquele intante mudou sua expressão para uma face fria e má, enquanto ele assentia com a cabeça. Mas em uma fração de segundo, ele voltou a sorrir.

 

    -E esta deve ser a Madame Tyruen!-Disse ele, beijando a mão de Kayleigh.-Fico lisonjeada em conhecê-la, especialmente depois de ter ouvido meu filho dizer tantas coisas boas sobre você!

 

    -E o senhor seria...?-Disse Kayleigh, corando com os elogios.

 

    -Richard Loke, minha cara.-Disse ele, sorrindo.

 

    -É um prazer conhecê-lo, senhor Richard!-Disse Kayleigh, alegre.

 

    -Senhor não, me chame só de Richard.-Replicou o Professor, mantendo sua pose.-Deixe-me conduzi-la até a sala de jantar, onde o almoço está sendo servido! Trouxe alguns amigos, que estavam ansiosos em conhecê-la também.

 

    Dizendo isso, puxou ela gentilmente até duas portas de carvalho abertas. Por trás delas podia se ver uma mesa pequena, perfeita para seis pessoas, nada mais, na menos. As cadeiras eram ricamente detalhadas, seu estofado de veludo vermelho. Kay conseguiu identificar a madeira como a da Árvore de Yggsdrasil, usada apenas para coisas finíssimas, devido à dificuldade que existia em obtê-la. Os talheres eram de prata, os pratos de procelana ostentavam o brasão da espada e do raio, e as taças eram de cristal.

 

    Á mesa se sentavam 3 pessoas: Uma Sumo-Sacerdotiza, um Mestre e um Espiritualista. Kayleigh sentiu um arrepio ao vê-los, embora não soubesse por que. Seus brasões eram ricamente adornados, mas não tanto quando o de Richard e o de Myslym... Todos se levantaram quando Richard adentrou a sala, e só se sentaram de novo quando ele havia sentado também.

 

    -Kayleigh, esta é a Helen van Freu, uma das Sub-Líderes do clã.-Apresentou Richard.

 

    -Muito prazer.-Disse Helen, encarando Kayleigh como se a estivesse avaliando. Pareceu satisfeita.

 

    -E estes são Edward Ortyrius e Marthin Laspercio.-Disse o Profesor, apontando para o Mestre de pois para o Espiritualista.-São os outros Sub-Líderes.

 

    Os dois apertaram sua mão, e murmuraram "Prazer". Depois de todas as apresentações, Kayleigh pôde se sentar e comer.

 

    O almoço prosseguiu normalmente, talvez na excessão do silêncio de Myslym. Conversaram sobre coisas agradáveis e a comida estava ótima. Kayleigh jamais havia provado um vinho de Mastela tão bom... Mas sempre que tirava os olhos dos outros na mesa, tinha a impressão de que todos os olhares estavam voltados para ela...

 

    -Então Kayleigh, já ouviu falar sobre os Herdeiros das Valquírias?-Comentou Richard. O nome trouxe uma espécie de deja vu, mas nada muito concreto...

 

    -Não.-Respondeu ela, sinceramente.

 

    -São filhos de Valquírias e humanos... Alguns dizem que eles tem algumas habilidades sobrenaturais, como uma energia muito maior do que a dos humanos normais.-Interviu Marthin, o Espritualista, com os olhos brilhando.

 

    -Exato.-Disse Helen, rindo.-Os Midnight Warriors estudam sobre eles a algum tempo...

 

    -Temos uma pesquisa, para ser exato.-Comentou Edward.

 

    -Até possuimos um espécime de Herdeiro.-Informou Richard, sorrindo de forma maligna.-Gostaria de vê-lo?

 

    Kayleigh se incomodou com o modo em que Richard disse "espécime". Falou como se fosse uma coisa, e não um ser vivo, com sentimentos. Kay jamais havia ouvido algo sobre Herdeiros, e as curiosidade falou mais alto que a repulsa momentânea por Richard.

 

    -Eu posso?-Perguntou ela, insegura.-Ele pode nos machucar?

 

    -Ela, querida.-Disse Richard.-E é claro que não, está sob o nosso controle.

 

    -Então vamos lá!-Exclamou Kay, curiosa.

 

    -Venha conosco.-Disse Helen, se levantando. Todos na mesa fizeram o memso, e seguiram por uma outra porta. Subiram as escadas de mármore por um tempo indefinido, até chegarem a uma porta de madeira ornamentada.

 

    -Posso?-Perguntou Kayleigh, dirigindo sua mão à maçaneta.

 

    Sua mente fervilhava com pensamentos. O que seria a tal Herdeira? Seria uma humana, como ela? Por que nunca havia ouvido falar de algo assim?

 

    -Claro, Kay.-Respondeu Myslym, em um tom estranho.

 

    E ela abriu a porta, ansiosa. Entrou por ela, se encontrando em um aposento escuro. Um brlho chamou a sua atenção perto de uma das paredes. Foi até lá e encontrou um espelho. Era a única coisa no aposento.

 

    -Hmm... Aqui só tem um espelho.-Disse ela.

 

    -Exato.-Respondeu Richard, sorrindo de forma maligna, sua expressão mudando rapidamente.-O espelho está te mostrando a Herdeira.

 

    -Mas só eu estou no espelho...-Disse ela, confusa.

 

    -Exato. A Herdeira é você.

 

**************************************************************************

 

    -Glenn?!!?-Exclamou Clarice, ao ver seu filho na porta do castelo dos Mist Mages. Ele imediatamente correu para seus braços, soluçando.

 

    -O que houve, querido?-Perguntou Clarice, sem entender.-O que está fazendo aqui?

 

    -Ah mamãe!-Disse o garoto, soluçando.-O papai fez coisas terríveis!!! E eu sou como ele, no final das coisas. Um Loke! O herdeiro dos Loke!

 

    "Então Glenn finalmente descobriu a verdadeira natureza de Richard..." Pensou Clarice, com pesar.

 

    -Calma, querido...-Disse ela.-Você não é como seu pai.

 

    -Sou sim! Sou o herdeiro das habilidades dele!-Disse Glenn, chorando.

 

    -Não é. Se você não quizer ser, não será, Glenn. Você sempre poderá ser um Farej.-Disse a mãe, em um tom sereno. Glenn ergueu os olhos para a mulher loira, notando sua expressão.

 

    -E-eu posso ficar aqui? Mesmo sendo um Loke?-Ele perguntou Glenn, esperançoso.

 

    -Enquanto seu pai não te achar, pode, Glenn. Eu vou fazer o possível para te apoiar no que conseguir. Você vai ter que fugir dele, pois Richard não vai desistir tão facilmente de você.

 

    Glenn assentiu com a cabeça. A situação era mais séria do que parecia... Daquele dia em diante, Glenn Loke desapareceu, deixando em seu lugar Glenn Farej.

Link para o comentário
Share on other sites

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder este tópico...

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.


×
×
  • Criar Novo...