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Fim de Tarde/Banrisul/Vide Bula

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Fim de Tarde/Banrisul/Vide Bula venceu a última vez em Julho 12 2020

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Sobre Fim de Tarde/Banrisul/Vide Bula

  • Data de Nascimento 03/01/1993

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  1. Gente! Sobre o caso, cheguei a uma conclusão. Refiz todos os testes agora, em pvp e com monstros invocados (cogumelo). Pude verificar que houve equívoco de minha parte. O atalho da skill que pensei estar lvl 1, estava sim no 5, e portanto, invalidou os testes anteriores. Foi possível verificar que a imagem de Dundé estava certa e a área correta de efeito é 9 células ao redor do personagem. Obrigado pelo apoio Billy (e desculpe por dar bases de testes incorretas) e pelos argumento, Dundé e Kevril. Questão solucionada. Abaixo, área máxima da skill level 5, ou seja, 8 células a partir do personagem.
  2. A equipe WarpPortal me pediu para enviar um replay de testes para que ele possam verificar. Vou enviar para eles o replay, no período de almoço. Aviso aqui sobre as conclusões do caso.
  3. Se fosse dessa forma, a habilidade em level 1 (9x9) não seria capaz de atingir a mesma planta na distância em que level 5(17x17) atinge. No entanto, é possível verificar que tanto level 1 quanto level 5 tem exatamente a mesma distância.
  4. Boa noite! Venho reportar bug na área da habilidade "Silentium" dos Arcebispos. A habilidade, level 1, tem uma área de efeito de 9x9 células, enquanto que level 5 tem 17x17. No entanto, após muitos testes, foi possível verificar que a habilidade no level 5 continua tendo a mesma área do lvl 1, ou seja 9x9. Favor corrigir este bug! Nas prints abaixo, é possível ver a skill em 10 células e em 9 células. OBS 1: Para reforçar que é sim um bug de área, vale salientar que o tempo de duração do silêncio está correto, ou seja, 60s. A área que necessita de correção, pois prejudica enormemente quem utiliza a habilidade em questão! OBS 2: Testes também foram realizados em PvP, constatando-se o bug de área da mesma forma. Aguardo,
  5. SUL DE PRONTERA - UMA HISTÓRIA VERÍDICA Não fazia mais do que vinte graus quando as nuvens dissiparam-se na capital de Rune-Midgard. Aos poucos, como uma tropa treinada, dezenas de aventureiros dirigiram-se para o sul de Prontera, atravessando um incontável número de lojas que preenchiam os apertados espaços das largas ruas. Arsênio tinha sérias dificuldades para realizar o percurso. Seu grifo, Penacho, mantinha as asas recolhidas e andava devagar para não pisar nas mercadorias. — Sabe, Penacho — começou o Guardião Real — o rei tinha que impedir o comércio no meio da via. Além de precisar ir em mínima velocidade, o Guardião era proibido de voar nos grandes centros. No caso de Penacho, isso não era problema, já que Arsênio e seus cento e vinte quilos tornavam o voo impraticável. Ele mesmo já não lembrava o que era voar, visto que, considerando que sua barriga quase encostava no chão, o máximo que conseguiria seria planar num ângulo reto até o chão. — Bom dia meu Paladino! — um mercador surgiu ao lado deles e caminhou próximo — Já cogitou dobrar sua vida? Tenho algo aqui que vai te surpreender! Sem nem olhar para o lado, Arsênio fez que “não” com a cabeça, balançando bastante seu elmo prateado. Antes que o mercador pudesse falar algo mais, foi empurrado por outro comerciante, este segurando uma espécie de malha de ferro. — VENDO ARMADURA COM CARTA PECO-PECO SOMENTE POR SESSENTA MILHÕES DE ZE... — antes de finalizar, Penacho desferiu um golpe, jogando-o longe. — Penacho! — gritou Arsênio — Para com esses ciúmes, velho! Penacho fez uma expressão de nojo para o céu, com os olhos fechados. Tinha muita inveja de Pecos, que Arsênio insistia em elogiar cada vez que via. — Tá bem, rapaz? — perguntou o Guardião, desmontando de Penacho. O homem caído juntava suas mercadorias enquanto passava uma das mãos sobre a cabeça, com expressão de dor em seu rosto. — Tá tudo bem, foi só uma pancada. Arsênio observou um filete vermelho escorrendo entre os olhos do homem. — Tá sangrando. — disse, apontando para sua testa. Num primeiro momento, ele, calmo, levantou seu braço e passou a mão entre as sobrancelhas. Ao ver o sangue, seus olhos saltaram e sua boca se abriu. — MEU SENHOR ODIN! — ele se ajoelhou, chamando ainda mais atenção para o evento. — Calma, amigão — Arsênio tirou um frasco branco da mochila que carregava. —Toma essa poção, vai ajudar. O comerciante pegou o frasco, abriu, disse um respeitoso “com licença”, virou-se, tomou a poção e voltou a encarar o Guardião. — Muito obrigado, aventureiro! Ajudou demais! — Nah, tudo bem. Não é a primeira vez que ele faz essas coisas — lançou um olhar para Penacho, que deu um grunhido, facilmente traduzível para “Pfff” — Entendo, acho — o mercador mexeu em uma velha caixa azul surrada. — O senhor não estaria interessado em comprar algum item barato? Vai me ajudar a pagar uma consulta para verificar esse ferimento... — olhou para baixo, triste. — Ah — Arsênio bateu as mãos em sua armadura, depois na capa, onde um alto tilintar de metal aguçou os sentidos de metade da cidade — Achei! Depois de enfiar meio braço dentro da velha pele de dragão que vestia, tirou um saco com mais moedas do que o pobre comerciante poderia contar, o que não é tanto assim, levando em conta que ele só sabia contar até cento e dois mil. — Tá, o que você tem aí? — Poções de velocidade de ataque, galhos secos, gatinhos para adoção responsável, diversas cartas raras, balas de guaraná importadas e algumas armaduras elementais — ele sorriu, amável. — Beleza, me vê aí três galhos secos. Quanto? — Cem mil zenys cada — meio que falou, meio que sussurrou, olhando desinteressado para o chão. — Dois por cem mil ou nada feito. — Ah... tá bom — o mercador pegou dois galhos da caixa e começou a enrolá-los num papel. — Outra coisa... se seus galhos não funcionarem, eu volto. E não vai ser legal. O homem, que um tempo depois Arsênio descobriu se chamar Pablo, parou imediatamente o embrulho do pacote, colocou os galhos calmamente de volta à caixa, abriu outra e pegou dois novos galhos, embalando-os em seguida. — Aqui está — entregou o emzpara o Guardião com uma expressão neutra em seu rosto. — Obrigado e tenha uma ótima manhã — ele voltou a montar Penacho — Espero que melhore logo do ferimento. A poção deve fazer efeito em breve. Assim que Arsênio seguiu caminho, o mercador tirou um pano de suas vestes, limpou o sangue que voltara a escorrer em sua testa e sentou-se. Pegou uma pequena bacia que utilizava como lixeira e jogou nela o pano manchado. De seu bolso, tirou um frasco que continha metade de um líquido vermelho e o guardou numa das caixas azuis. Do outro bolso tirou uma poção branca. Então sorriu. Um sorriso ganancioso, beirando a vulgaridade. Quase na saída sul de Prontera, Arsênio gesticulava para os últimos comerciantes. — O dinheiro daquela poção vai sair direto da sua ração — ele olhou para o bico de Penacho — Eu ouvi esse resmungo! — e atravessaram o portal. Campos verdes, um lindo céu azul e uma relaxante música de um Bardo compunham o cenário ao sul da capital. Dezenas de pessoas estavam sentadas na grama, conversando e observando inofensivos monstros saltitando de um lado para o outro. A brisa, calma e refrescante, fazia Arsênio respirar devagar. Ele desceu de Penacho e tirou uma manga suculenta da mochila, jogando-a para o alto. O grifo atirou-se à fruta e a engoliu inteira antes de seu impulso acabar. Seu retorno ao chão foi muito interessante, pois planou acima dos aventureiros até se distrair com um piquenique e bater numa grande árvore, que, por ser uma árvore que não levava desaforos para casa, soltou um grande galho ao chão. Logo abaixo havia um honesto e trabalhador vendedor de galhos secos. Ele percebeu o objeto e atirou-se para trás, desviando da madeira, que, por sua vez, esmagou sua sacola. Arsênio, como ótimo dono que era, fingiu não ver nada. O comerciante, ainda no chão, olhava para o local de impacto, horrorizado. Era possível ouvir o som de centenas de galhos rompendo-se, como plástico bolha sendo torcido. O velho homem correu em direção à cidade, olhando para trás o tempo inteiro, até desaparecer Prontera adentro. Arsênio, que mordia uma maçã verde, observava os acontecimentos, em especial o espetacular grifo gordo que vinha correndo em sua direção coberto de folhas secas, galhos enfiados no corpo e uma expressão de culpa no rosto. Vários mercadores olhavam para Arsênio, que passou a mão no bico do animal e deu fez alguns afagos em sua cabeça. — Olá, grifo bonito! — disse, como se o visse pela primeira vez — Está perdido? Pobrezinho... Um galho seco mantém um monstro aprisionado, e é um item muito comum no mundo de Rune-Midgard, podendo ser encontrado no corpo de diversos monstros. A criatura presa no galho, no entanto, não pode ser escolhida. Ao quebrá-lo, a essência é libertada e o monstro consome toda a energia do objeto para tomar forma. Tudo isso acontece quase que instantaneamente. Agora, no campo, centenas de monstros eram libertados da sacola que o tronco esmagara. Eles tinham formas e tamanhos diversos. Sua primeira ação pós invocação era sempre procurar o primeiro humano que encontrasse e atacá-lo. Não precisaram nem se mover. Uma mulher trajando uma vestimenta que mesclava branco, vermelho e laranja aproximava-se das centenas de monstros aglomerados, que já a miravam com sede de carne e sangue. Ela caminhava devagar, de pés descalços e óculos escuros, esbanjando um sorrisinho no rosto. Ao contrário do que se poderia pensar de alguém que anda descalço, seus pés estavam muito bem tratados e suas unhas bem-feitas, com um brilhante esmalte preto. Anos mais tarde, "packs" de fotos lhe renderiam uma fortuna. Existem algumas dúzias de teorias que tentam explicar as razões que levam os monstros a atacar assim que são invocados, mas a mais popular diz que as almas vazias das criaturas procuram o primeiro suspiro de vida que sentem, para sugar e absorver sua energia vital. Estava claramente difícil absorver a energia vital daquela mulher. Ela estava remansada no meio de todos os monstros sem fazer nada. Socos, chutes, arranhões, magias horrendas e mordidas... tudo era inútil contra ela. Sua pele emitia uma aura pesada e parecia ser feita de um material tão resistente quanto aço. Ela olhou para cima a tempo de ver uma enxurrada de flechas cair em sua cabeça. A maior parte das criaturas caiu morta, enquanto outras agonizavam com a dor das perfurações. O campo jazia encharcado de sangue. — Lento. — Rs... — o Sentinela, arqueiro de elite, baixou seu arco — Abusada. Ela socou os que restavam vivos. Arsênio estava perscrutando o combate enquanto mascava um imenso pedaço de bolo, e percebeu, próximo a ele, sussurros de um bruxo com uma das mãos esticadas e olhos fechados, em irredutível concentração. — NEVASCA! — Berrou, enfim. A magia invocou uma tempestade de neve com ventos concentrados, atingindo a área onde antes havia monstros. A Shura fitava-o, com as sobrancelhas brancas de neve. — Putz — ele olhou para a área da nevasca — não deu tempo. — EU NÃO ACREDITO! — a voz invadiu os ouvidos de todos. A Shura agachou-se e segurou o pé direito com as mãos. Sua aura foi aumentando de intensidade. O Sentinela montou em seu imenso lobo e partiu para a cidade. Mais à frente, uma Cigana aproximou-se do animado Bardo, que seguia entoando uma alegre canção, e disse algo em seu ouvido. Ele concordou e parou de tocar seu baixo. Ela retirou uma guitarra de sua maleta e, com um aceno de cabeça mútuo, entoaram uma frenética e sinistra música que correu o campo, reverberando das cordas do dueto. Todos olhavam em uma única direção, curiosos, apreensivos, e, no caso de alguns Arruaceiros, sorridentes. — Eu paguei doze milhões por essa pintura — ela disse, baixinho e encarando o bruxo com um olhar estranho. — Olha — começou ele, gesticulando e tentando manter distância — foi mal, desculpa mesmo, eu não te vi no meio deles! A Shura, ensandecida, mal ouvia as distantes palavras. Passo a passo, caminhava na direção dele, que recuava. — FORAM — cinco rutilantes esferas azuis surgiram à sua volta — TODAS — ela socou o chão e as esferas sumiram — AS MINHAS ECONOMIAS — as esferas voltaram a rodeá-la — DO MÊS! Num piscar de olhos, ela saltou até ele com inconcebível velocidade, deixando-os cara a cara. Ela rosnava enquanto ele suava, numa rima nervosa entre olhares incongruentes. Antes que ele pudesse falar qualquer outra coisa, ela desferiu um soco tão forte que fez o ar aquecer ao redor do punho. Conhecido como “Punho Supremo de Azura”, a habilidade mais poderosa que os Shuras possuíam tinha um poder tão destrutivo que era difícil acreditar que pudesse deixar um simples Bruxo vivo. Um dos sorridentes Desordeiros que os observava deixou escapar uma exclamação de surpresa quando ele abriu seus olhos, ileso. A Shura, pasma, viu uma espécie de barreira rosa desvanecer ao redor dele. — Não é prudente atacar sem bons motivos — disse uma voz, aproximando-se — Ainda mais quando se trata do meu aprendiz. Em meio aos aventureiros e mercadores, um homem caminhava na direção dos dois. Suas vestes esverdeadas e seus longos cabelos brancos eram um claro sinal clichê de que se tratava de uma pessoa poderosa. A Shura mirou-o por alguns segundos e invocou suas esferas, que haviam sido utilizadas na conjuração do Azura. Dessa vez, eram quinze esferas ao invés de cinco. — Cautela. — Sugeriu o Arcano, retirando de suas vestes um cajado longo, decorado com bolas de tecido que lembravam pelos de animais. Após bater sua ponta no chão, uma espécie de “mar” formou-se numa área de pelo menos três metros ao redor dele. A água se agitava, estourando pequenas ondas em uma barreira transparente, enquanto ele, imóvel, encarava-a. Algumas pessoas próximas à água afastaram-se um pouco e sentaram para assistir o grande espetáculo que estava se formando. Arsênio não estava confortável com a situação e até já pensava em intervir. Penacho, por outro lado, rolava na grama na tentativa de limpar-se da terra e pedaços de madeira que haviam se prendido após o acidente. Alguns pequenos estouros preenchiam o ar junto à música do dueto, e um cheiro gostoso invadia as narinas dos expectadores. A Shura, Vicky, sorria enquanto ia na direção do Arcano. Ele ergueu o cajado, emergindo dezenas de globos azuis cintilantes da água. — Sério? — ela, debochada, socou o chão pela segunda vez, conjurou mais quinze esferas, esticou o braço direito com a palma aberta e fechou-a depressa, fazendo seu entorno vibrar. As novas esferas já haviam desaparecido e ela parecia ainda mais forte, emanando uma aura visível com raios que saltavam continuamente. Ele devolveu o sorriso e ergueu a mão vazia, trazendo à tona o dobro de esferas que já estavam flutuando acima dele. Por alguns segundos, houve silêncio e apreensão, seguidos de uma voz que falava baixinho, perto dali. — Pipoquinha? Duas por quinhentos zenys. — Pablo mostrou dois saquinhos cheios de pipoca para um grupo próximo às árvores. — E que tal um desconto? — o rapaz sorriu, irradiando malandragem. — Ahm... nem dá. Tô vendendo quase pelo mesmo preço que paguei... Outros do grupo levantaram-se. Pablo sentiu um horrível arrepio quando, às suas costas, ouviu um sussurro ao pé do ouvido. — Sabe o que seria interessante? — antes que pudesse responder, a voz prosseguiu — Dez por cento de desconto pra geral. Pablo virou-se, mas não havia ninguém ali. Quando tornou a olhar para frente, havia dez arruaceiros colados nele, encarando-o com sorrisos venenosos. — De repente — começou o mercador — até dá pra fazer uma oferta especial. — E soltou uma risadinha nervosa enquanto enchia pacotinhos com pipocas. Arsênio não tirava os olhos da cena à frente, calculando maneiras de parar aquela loucura sem apanhar. Isso até Penacho grunhir ao lado de seu ouvido, fazendo com que o pobre Guardião levasse as duas mãos ao ar, num patético movimento assustado. Não poderia ser culpado pela reação, já que o mais sigiloso sussurro do grifo parecia uma parceria entre um cachorro e uma águia cantando Linkin Park num megafone. Não se deixando distrair pelos acontecimentos, os dois aventureiros seguiam se encarando, numa guerra fria. — Peço desculpas pelo meu aprendiz — o Arcano silenciou por alguns segundos e concluiu — Não sabíamos que seu esmalte era tão vagabund0. Foi essa a faísca necessária para iniciar as coisas da forma mais feroz possível. Vicky, com um grito, saltou até a frente do Arcano, que invocou um escudo que logo desvaneceu. Ele disparou os globos de água envoltos de magia na direção dela, que não desviou, mas também não pareceu ferir-se no estrondoso impacto de cada um deles em seu corpo. Ela aproximou-se, rápida, e socou o peito do Arcano, lançando-o ao chão, que se elevou, amaciando sua queda. Em seguida, rolou para o lado, desviando de outro rápido soco desferido com tanta força que esmigalhou o bloco de grama e terra que ele havia erguido. Sem tempo para pensar, saltou para trás, escapando de um chute rápido. Lançou uma barreira de fogo que a atrasou por alguns segundos, com chamas espessas que impediam sua passagem e a empurraram para trás. Não demorou nada até ela atravessá-la com uma assustadora cabeçada. O Arcano já a aguardava no outro lado. Ela tentou saltar até ele, mas foi impedida por uma barreira azul, que a enquadrou. — Verme mágico — Urrou ela. Ele, com as duas mãos erguidas, iniciou uma conjuração complicada. Suas vestes estavam sendo sacudidas por um vento repentino, que também tratou de esvoaçar seus lisos e sedosos cabelos, para fazer de cada conjuração um momento muito especial. Penacho enchia a paciência de seu Guardião, esfregando o bico em seu ombro. — Quieto Penacho! Estou olhando os caras ali. — ele afastou a cabeça do grifo com as mãos — Te distrai com essa maçã aqui. — e jogou a maçã longe. Penacho correu para pegá-la. Arsênio sentiu um desconforto próximo, do tipo que aparece quando comemos algo perto de alguém que está com tanta fome quanto você, e retirou mais duas maçãs da mochila. — Quer uma maçã? — Vou aceitar. — respondeu o Bruxo, que estava sentado alguns metros para o lado e por muito pouco não correu junto à Penacho para tentar disputar a fruta lançada. O som dos punhos socando a barreira invisível se misturava à melodia sinistra que o dueto entoava. Pablo, amarrado à uma árvore, tentava negociar condições. — Gente, eu faço por cem zenys cada pacote — iniciou — Não vamos brigar por dinheiro, certo? O bando de arruaceiros o ignorava enquanto comia pipocas do carrinho e assistia o céu escurecer. — Rápido — falou Arsênio para o Bruxo — Vem pra cá! — e o puxou para junto de si, elevando o escudo para o alto, irradiando auras defensivas. Penacho, distante deles, roçava suas costas no tronco de uma árvore. — Cinquenta zenys — Pablo fechou os olhos — E é o máximo que posso chegar! — quando voltou a abri-los, os saquinhos de pipoca flutuavam, mas nenhum dos Arruaceiros estava visível. O dueto rapidamente trocou a melodia, num novo som que criou uma esfera ao seu redor. Acima de todos, um colossal cometa dirigia-se à área, mais precisamente à Vicky, que cruzara os braços. — Da próxima vez me avisa, que eu faço uma hidratação no cabelo enquanto você conjura. O Arcano não parou de murmurar palavras esquisitas, mas uma sobrancelha arqueada e uma veia saltada em sua testa expuseram sua raiva pelo comentário sarcástico. Alguns Cavaleiros e Sacerdotes corriam para retirar aprendizes novatos da área de impacto. Os aventureiros que decidiram ficar já haviam se protegido com habilidades diversas. O ruído do cometa fazia as árvores sacudirem e a terra tremer. Próximo ao dueto, um homem de meia idade xingava um sacerdote novato. — Sabe nem dar escudo. Vá tomar no c... — O som do cometa abafou sua voz. A escuridão do campo e o calor da pedra colossal formada por magia pairava sobre os aventureiros quando, súbito, sumiu. A luz voltou a dominar o lugar. O cometa desapareceu no ar. — Já chega — disse, calma, uma voz doce — Você parece meio desconcentrado — e olhou para o Arcano. — Metida! — Ele apontou o cajado para ela. Um tapete lilás mágico cobriu o chão numa imensa área onde pisavam. — Sem magia, querido. A Shura, vendo-se livre do exílio, correu para cima do homem, mas algo pareceu extrair todas as suas forças, retirando suas auras e esferas. — Você também — a Feiticeira mirou Vicky por cima do ombro — Se tentar alguma outra coisa, além de desencantar, vou te petrificar até o fim do dia. — Sentenciou. — Humpf — A Shura deu as costas aos dois — Não vale a pena mesmo. Quando der mais atenção à sua conjuração do que ao seu cabelo oleoso, voltamos a conversar. — Não retruque — Aconselhou a Feiticeira ao homem. Ele, tomado pelo orgulho ferido, pegou um jellopy do chão e o jogou na direção dela. — TOMA ESSE JELLOPY PRA TE AJUDAR A PAGAR PRODUTOS DECENTES, CHINELONA! Ela parou por alguns instantes, mas continuou logo em seguida. — Fechou o Stand-Up de hoje? — a feiticeira baixou a cabeça, olhando por cima de seus óculos vermelhos. — Tsc — ele puxou um pequeno recipiente dourado do manto, retirou uma pequena asa rosada de dentro dele e guardou-o — Não falte ao treino amanhã! — gritou. O jovem ao lado de Arsênio levantou-se prontamente — Torre de Geffen às 05h! O Arcano, então, esmagou a asa fechando sua mão, sumindo logo em seguida. — Acabou o show pessoal, podem voltar ao normal. — disse ela, batendo palmas. Dezenas reapareceram no campo, desfazendo suas defesas. O dueto apertou as mãos, profissionalmente, e o Bardo voltou a tocar uma feliz melodia enquanto a Cigana guardava sua guitarra. Os Arruaceiros reapareceram de seus esconderijos mágicos, e, como a maioria já havia acabado de comer as pipocas, juntaram e puseram os saquinhos vazios no carrinho de Pablo. — Que irônico vocês juntarem o lix0 — resmungou ele, ainda amarrado. Um dos homens olhou para o mercador e caminhou até a árvore em que estava preso. Com um golpe rápido de adaga, desamarrou-o. Em seguida, caminhou até o carrinho e depositou várias moedas ali. — Bom... valeu. — disse o comerciante. Pablo pegou o carrinho e seguiu para Prontera, feliz. Mas esse sentimento infiel só durou até perceber, alguns minutos depois, que o dinheiro depositado no carrinho era o seu próprio, roubado de seu bolso. Um sacerdote surgiu do portal da cidade, olhou à volta e retornou para a capital, reaparecendo em seguida com diversos aprendizes. — Bom... — Arsênio levantou-se, vagaroso — hora de voltar ao trabalho — disse, pegando a mochila e equipando-a — PENACHO! BORA! — gritou, caminhando até o portal. O Grifo ainda rolava no chão, distante, mas foi ao encontro do Guardião assim que chamado. Ele grunhia, reclamando. — Qual foi? — questionou Arsênio, analisando o corpo do grifo. Penacho abanou as asas e apontou para as costas com o bico. — Espera aí. — ele esticou o braço, enfiando-o entre as penas do animal — Ahá! Achei! — e fez força para puxar algo — Não quer sair! O Guardião posicionou-se melhor, e, com as duas mãos, puxou. Quando fazia extrema força e o grifo já resmungava de dor... saiu. E voou longe, fazendo Arsênio cair. O pedaço de madeira vermelho e espinhoso caiu no meio de várias pessoas que conversavam sobre a batalha que passara. Um Poring, criatura inofensiva e conhecida por pegar tudo o que há no chão, saltitou rápido e engoliu o galho, mas uma espadada o partiu ao meio. Um dos aprendizes o havia atacado. O menino ficou muito contente pelo golpe, mas o som de madeira se partindo não era normal. Um círculo negro e relampejante expandiu-se até ficar com a altura de um humano, e, na mesma velocidade que cresceu, contraiu-se e sumiu. Em seu lugar havia algo. Com uma aura fantasmagórica e olhar cinzento, uma criatura vestida com uma sobrepeliz forrada de lã e um cajado negro fitava todos. Os aventureiros estavam paralisados, sem saber como reagir. As conversas foram silenciando uma após a outra e ninguém arriscava qualquer movimento. O aprendiz, caído sentado com o impacto da invocação, olhava-a, estremecido. Antes que pudesse correr, cuspiu sangue e foi alçado por uma lâmina comprida que atravessara seu pescoço. A criatura revelou-se e ergueu o aprendiz para o alto, sentindo o sangue quente escorrer pelo seu braço. O grupo de Arruaceiros ficou invisível o mais rápido que pôde, mas um deles se debatia, preso pelo braço por algo que não podia ver. Uma lâmina de adaga o degolou devagar, fazendo sangue espirrar no rosto de várias pessoas. Seu assassino era uma versão cinzenta deles, sem expressões faciais nem compaixão. A primeira criatura, Arquimaga, estendeu os braços para frente. Atrás dela, um a um, foram surgindo espectros como ela, de diversas classes, vazios e calados. — Psiu — sussurrou Arsênio para Penacho. O grifo virou a cabeça devagar, com olhos arregalados de medo. Com um passo calmo e silencioso para o lado, os dois entraram no portal para Prontera. ~~Obrigado por apreciarem a história até o fim. Caso tenham ilustrações para enviar e ajudar a deixá-la mais rica, sintam-se a vontade para me procurar. Dicas, ideias e sugestões, podem me mandar mensagem por aqui ou no Discord oficial. Ótima leitura! Obs: Comentem as referências que encontrarem! Vamos ver quem as acha hihi.
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