Uma lista inusitada
Essa é uma história relativamente recente que originou uma amizade que perdura até hoje.
Eu sempre costumava ir ao Palácio de Prontera me aventurar na cozinha, coletando Marcas da Honra como recompensa de ajudar a Chefe Mestra a cozinhar o Grifo Grelhado aos convidados do Banquete Real, o que aliás, é um dos meus pratos preferidos.
Eu sempre passava pelo Salão do Banquete indo primeiramente ao trono do rei, subindo as escadas, e sempre estava vazio, eu gostava de sentar e tirar umas fotos, mas nesse dia eu não sentei no trono...
Um arcebispo estava lá, todo imponente, e iniciei uma conversa.
- Quem é você? (Rodrigo)
- O rei oras! (Seraffyh)
- Ué, o rei de Prontera se chama Tristan III...(Rodrigo)
- Ele saiu de férias permanentes para a Ilha Esquecida, não sabia? Agora eu tomei posse do trono. Vamos, ajoelhe-se. (Seraffyh)
Eu não gostei muito da ideia e me sentei bem perto, mas com vontade de saber até onde aquela história iria eu resolvi brincar também, e perguntei ao “meu rei” se gostaria que eu lhe trouxesse alguma coisa.
- Não quero que me traga nada, fico muito trancafiado nesse palácio, quero me aventurar, tenho uma lista de desejos e você é a pessoa ideal para realizá-los. (Seraffyh)
- Ahnn, tá… (Rodrigo)
- Fiquei sabendo que no sul de Prontera há desfiles de moda frequentes, quero que me leve até lá. (Serraffyh)
- E você vai desfilar também meu rei? (Rodrigo)
- Não, vou com roupas simples de arcebispo para não chamar a atenção de meu povo (Seraffyh).
Pois bem, fui lá com meu rei e as pessoas realmente estavam se enfileirando para tirar umas fotos, todas alegres, e ainda nos convidaram para nos aproximarmos delas. Naquele dia o sul de Prontera estava estranhamente lotado, e eu não me lembro bem o porquê.
- Perdido em pensamentos? (Seraffyh)
- Ah? Quanta gente né, vamos ficar? (Rodrigo)
- Não, não, não, minha lista nem começou, aqui tá muito aglomerado, quero me refrescar. Quero ir a um lugar que eu possa curtir o vento das marés, beber uma água de coco e abraçar a areia. Esse lugar existe por aqui? (Seraffyh)
- Acho que tá pra começar o Festival de Brasilis… lá dá para ficar com umas roupas bem confortáveis na praia (Rodrigo).
Com a chegada do Evento de Brasilis, comecei a trabalhar na coleta de itens para receber uma bolsa com roupas de banho. A cidade estava numa correria de gente caçando tubarões pra lá e pra cá, mastigando balas de guaraná, se refrescando na praia... E chamando meu rei, entreguei-lhe o traje apropriado para o local. Fizemos por diversas vezes as tarefas ao longo da cidade de Brasilis.
- Então, sente-se confortável agora? (Rodrigo)
- Hummm, sinto-me revigorado, mas agora acho que estou pronto para algo mais intenso. Quero participar de uma batalha! (Seraffyh)
- Reis lutam?(Rodrigo)
- Oras, claro, e antes de ser rei eu sou um arcebispo, recebi do deus Odin o dom de exorcizar o mal com um só toque. (Seraffyh)
- Ai ai… (Rodrigo)
Eu não dava tanta confiança em mim numa batalha, não era um dos cavaleiros rúnicos mais habilidosos, e curtia mais ficar andando de cidade em cidade realizando tarefas e coletando recompensas em alguns eventos.
- Se é pelo meu rei, vamos né… (Rodrigo)
Nosso primeiro destino era chegar a um lugar chamado Túnel Kamidal, tarefa impossível se eu não tivesse ele ao meu lado, pois o caminho era repleto de inimigos nada amigáveis. Eu não gostava muito daquelas larvas de centopeias, mas não tanto quanto as Dolomedes, aranhas gigantes que possuíam cristais de brandium nas costas, bonitas mas mortais, poucas mordidas delas eram suficientes para retirar metade da vitalidade de um desavisado.
Ao adentrar o Campo de El Dicastes, a habilidade protetora Kyrie Eleison de Seraffyh me protegeu das pequenas centopeias que nos atacavam, pequenas porém ligeiras. Eu conseguia manejar com velocidade minha lâmina para derrotá-las, porém andar em campo aberto era arriscado, podiam surgir diversos oponentes de uma só vez, então decidimos andar rente às paredes quando fosse possível.
Avançando mais e mais percebemos que os Golens de Bradium se locomoviam vagarosamente, facilitando o escape, mas num dado momento, fomos rodeados por um grupo numeroso de centopeias, com minha espada relampejei subitamente um Impacto Flamejante para queimar os oponentes num golpe só, mas os Golens permaneceram quase que intactos, e eu não conseguia enfrentar mais de um ao mesmo tempo.
A couraça dos Golens era por demais dura, eu não conseguia derrubá-los com a mesma facilidade que os demais oponentes, parecendo mais que minha espada quebraria no impacto com aquela pele. Um clarão de luz rápido envolveu os dois inimigos, quando então ouço Seraffyh gritar “Judex”. O pouco dano foi o suficiente para destruí-los.
O caminho ainda era longo, e o ambiente gélido era hostil, dando uma forte e desagradável sensação de frio, custando muito tempo e energia para nós enfrentarmos tantos inimigos. Estávamos chegando ao final da jornada quando um grupo de Dolomedes emparedou Seraffyh. Eu só percebi naquela hora que não tinha energia para liberar uma habilidade de longo alcance e sequer havia levado uma Folha de Yggdrasil caso precisasse reviver meu amigo… repentinamente um Sicário que estava até então usando a habilidade "Ocultação" aparece bem de frente às aranhas e com uso das Lâminas de Loki retalhou todas elas em poucos giros de suas lâminas, preciso e fatal.
Tão rápido como chegou ele logo desapareceu, nem dando tempo para sabermos seu nome.
Aliviados chegamos na cidade para receber nossa premiação: um acessório chamado Luz de El Discastes. Para não falar que o ambiente é todo hostil, posso confessar que os únicos bichos de que eu gostava eram os Tatachos, só viviam deitados no chão dormindo, coitados, pra quê incomodar…
- Eba! Vamos finalmente ao Túnel Kamidal! (Rodrigo)
- Opa, opa, pera aí, estou recebendo um chamado… (Seraffyh)
- E o sinal de telefone chega aqui por acaso? (Rodrigo)
- Engraçadinho… (Seraffyh). Fui chamado para uma celebração de casamento, e você vem comigo.
- Ah não! Abandonar a missão no meio da batalha, estamos tão perto… (Rodrigo).
- Eu já cansei, andei bastante e minhas pernas estão doloridas, além disso, casamentos em regimes monárquicos representam alianças e vínculos políticos importantíssimos, não posso deixar de fazer-me presente, é um item da lista obrigatório (Seraffyh).
- Você sabe que a monarquia acabou faz tempo né… (Rodrigo).
- No seu planeta, aqui não, bora Rodrigo, vem socializar. (Seraffyh).
- Ai ai… (Rodrigo).
Um jovem Insurgente estava casando com uma Sicária, mas Seraffyh não parecia estar prestando muita atenção. Aproveitei que havia na mochila alguns fogos de artifício que havia comprado em Hugel e fiz menção de usá-los, mas Seraffyh me repreendeu com os olhos... bom, talvez não fosse boa ideia soltar fogo num ambiente fechado. E foi socializando aqui e ali que eu tive a inesperada descoberta de que não havia treinado minhas habilidades e atributos de cavaleiro rúnico da forma correta.
- E ouvi dizer que você pode falar com uma Mesmerista chamada Amy Nesia (Seraffyh).
- Ela me disse que sem chance, eu já esgotei minhas possibilidades. (Rodrigo)
- Tudo bem, eu espero você treinar novamente e daí continuaremos a minha lista, aliás, eu posso te ajudar a ficar forte ao longo do caminho (Seraffyh)
- Mesmo? (Rodrigo)
- Claro, você é meu único súdito mesmo rs (Seraffyh)
- Esse é meu rei! (Rodrigo)
E foi assim que eu conheci o Pedro (vulgo Seraffyh no jogo), e embora não tenhamos nos conhecido pessoalmente, pois eu moro em São Paulo e ele no Ceará, nos comunicamos nas redes sociais até hoje, e já se completa 1 ano de amizade na vida real e no mundo virtual. Montamos um clã, e eu, que era bem introvertido, fui conhecendo mais e mais pessoas, e hoje posso dizer que sou grato pelas amizades que fiz em Rune-Midgard.
Fim? Nada, a lista não tem fim kkk.